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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA 
PROGRAMA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ALIMENTOS E ÁGUA 
PAVILHÃO TECNOLÓGICO 
 
 
 
AANNÁÁLLIISSEESS FFÍÍSSIICCOO--QQUUÍÍMMIICCAASS EE 
BBAACCTTEERRIIOOLLÓÓGGIICCAASS DDAA ÁÁGGUUAA 
 
 
 
PROF
PROFA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. DR. VICTOR ELIAS MOUCHREK FILHO 
. DRA. ADENILDE RIBEIRO NASCIMENTO 
 
 
 
 
SÃO LUÍS - MA 
2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMA DE CONTROLE DE QUALIDADE DE ALIMENTOS E ÁGUA 
PAVILHÃO TECNOLÓGICO - UFMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA 
Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento 
 adenild@bol.com.br 
 
 
LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA 
Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho 
 victo@ufma.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PPAARRTTEE AA:: ................................................................................................................................................4 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA ................................................................................................5 
1 GENERALIDADES ..................................................................................................................................5 
2 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE ÁGUA ................................................................................................10 
3 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS ....................................................................................................11 
3.1 TEMPERATURA ................................................................................................................................11 
3.2 COR ..................................................................................................................................................11 
3.3 ODOR E SABOR.................................................................................................................................12 
3.4 TURBIDEZ ........................................................................................................................................13 
3.5 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ...........................................................................................................14 
3.6 DUREZA............................................................................................................................................15 
3.7 ALCALINIDADE ................................................................................................................................16 
3.8 PH.....................................................................................................................................................16 
3.9 CLORO RESIDUAL LIVRE.................................................................................................................17 
3.10 CLORETO .......................................................................................................................................17 
4 AMOSTRAGEM ....................................................................................................................................18 
4.1 QUANTIDADE DE AMOSTRA ............................................................................................................18 
4.2 TOMADA DA AMOSTRA....................................................................................................................18 
5 LEGISLAÇÃO.......................................................................................................................................19 
6 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS..............................................................................................................19 
6.1 DETERMINAÇÃO DA ALCALINIDADE – T.A., T.A.T.......................................................................19 
6.2 DETERMINAÇÃO DE CA2+................................................................................................................22 
6.3 DETERMINAÇÃO DE MG2+...............................................................................................................23 
6.4 DUREZA TOTAL ...............................................................................................................................23 
6.5 DETERMINAÇÃO DE CLORETOS......................................................................................................24 
6.6 DETERMINAÇÃO DE PH...................................................................................................................25 
6.7 DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA .........................................................................25 
6.8 DETERMINAÇÃO DA COR ................................................................................................................26 
6.9 DETERMINAÇÃO DA TURBIDEZ ......................................................................................................26 
6.10 DETERMINAÇÃO DE CLORO RESIDUAL ........................................................................................26 
 
 
PPAARRTTEE BB................................................................................................................................................27 
ANÁLISE BACTERIOLÓGICA DE ÁGUAS...............................................................................................28 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................................28 
2 ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS ...........................................................................................................30 
2.1 COLIMETRIA (POTABILIDADE).......................................................................................................30 
2.1.1 BACTÉRIAS DO GRUPO COLIFORME ...............................................................................................30 
2.1.2 COLETAS DE AMOSTRAS PARA ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA.......................................30 
2.1.3 PROCEDIMENTO DE COLETA ..........................................................................................................31 
2.1.4 TÉCNICAS DE COLETA DE AMOSTRA..............................................................................................32 
2.1.5 TÉCNICA DOS TUBOS MÚLTIPLOS (NMP/100ML).........................................................................35 
2.1.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................35 
2.1.5.2 MATERIAL ..................................................................................................................................35 
2.1.5.3 METODOLOGIA ...........................................................................................................................37 
2.1.6 MÉTODO PARA DETECÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS E ESCHERICHIA COLI USANDO MEIOS COM 
ONPG E MUG............................................................................................................................................41 
3 ENUMERAÇÃO DO NMP/100ML DE ENTEROCOCCUS SP. ...................................................................44 
4 TESTE PARA A PRESENÇA DE PSEUDOMONAS SP...............................................................................46 
5 BALNEABILIDADE DAS PRAIAS ..........................................................................................................48 
APÊNDICES ............................................................................................................................................50 
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................58 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PPAARRTTEE AA:: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DAÁGUA 5
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 
 
1 GENERALIDADES 
Visto pelo lado de fora, o planeta deveria se 
chamar água. Com algumas “ilhas” de terra firme, cerca 
de 2/3 de sua superfície são dominados pelos vastos 
oceanos. 
Os pólos e suas vizinhanças estão cobertos pelas 
águas sólidas das gigantescas geleiras. A pequena 
quantidade de água restante divide-se entre a atmosfera, o 
subsolo, os rios e os lagos. 
Estimam-se em cerca de 1,35 milhões de quilômetros cúbicos o volume total de água 
na Terra. 
 
 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 6
♦ Onde está a água no planeta? 
Todos sabem que o Planeta Terra é formado por muita água, mas... 
 
 
 
 
 
Ou, ainda, distribuída como veremos a seguir. 
 
 
 
 
 
 Geleiras - 1,979% 
 
 Oceanos - 97,50% 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 7
 
Rios e Lagos - 0,006% 
 
 
 
 
 
 Subterrâneas - 0,514% Atmosfera - 0,001% 
 
 
 
A situação da água no Brasil 
 O Brasil detém 13,7% da água doce 
superficial do mundo. 
 Os 70 % da água disponível para 
uso estão localizados na Região 
Amazônica. 
 Os 30% restantes distribuem-se 
desigualmente pelo País, para atender a 
93% da população. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 8
A generosidade da natureza fazia crer em inesgotáveis mananciais, abundantes e 
renováveis. Hoje, o mau uso, aliado à crescente demanda pelo recurso, vem preocupando 
especialistas e autoridades no assunto, pelo evidente decréscimo da disponibilidade de água 
limpa em todo o planeta. 
Recurso natural de valor econômico, estratégico e social, essencial à existência e 
bem estar do homem e à manutenção dos ecossistemas do planeta, a água é um bem comum a 
toda a humanidade. 
A água é um poderoso solvente, sendo assim ela dissolve algumas porções de quase 
tudo com o que entra em contato. 
Na cidade a água é contaminada por esgoto, monóxido de carbono, poluição, 
produtos derivados de petróleo e bactérias. 
O cloro utilizado para proteger a água pode contaminá-la ao reagir com as 
substâncias orgânicas presentes na água, formando os nocivos trihalometanos. 
A agricultura contamina a água com fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas e 
nitratos que são carregados pela chuva ou infiltrados no solo, contaminando os mananciais 
subterrâneos e os lençóis freáticos. 
A água subterrânea também é contaminada por todos estes poluentes que se infiltram 
no solo, atingindo os mananciais que abastecem os poços de água de diversos tipos. 
A água da chuva é contaminada pela poluição que se encontra no ar, podendo estar 
contaminada com partículas de arsênio, chumbo, outros poluentes e inclusive ser uma chuva 
ácida. 
A indústria contamina a água através do despejo nos rios e lagos de desinfetantes, 
detergentes, solventes, metais pesados, resíduos radioativos e derivados de petróleo. 
Os contaminantes da água podem ser: 
• Biológicos - a água é um excelente meio para o crescimento microbiano. 
• Dissolvidos - fazendo parte de sua composição química. 
• Em suspensão - fazendo parte da composição física: sedimentos, partículas, 
areia, barro, etc. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 9
Formas de contaminação da água: 
Uso de fertilizantes, inseticidas, nitratos, herbicidas e fungicidas utilizados nas 
plantações e que se infiltram na terra, atingindo os mananciais subterrâneos. 
Detergentes, desinfetantes, solventes e metais pesados que são descarregados no 
esgoto (e muitas vezes nos rios) pelas indústrias. 
Lixo e detrito que são jogados nos rios e lagos. 
Produtos derivados de petróleo que vazam e são arrastados pela água da chuva. 
Restos de animais mortos. 
Chuva ácida. 
 
Problemas mais comuns na água são: 
• Turbidez - A turbidez é a presença de partículas de sujeira, barro e areia, que 
retiram o aspecto cristalino da água, deixando-a com uma aparência turva e 
opaca. 
• Gosto e cheiro estranhos - Gostos e cheiros indesejáveis, como de bolor, de 
terra ou de peixe, são causados pela presença de algas, húmus e outros detritos 
que naturalmente estão presentes nas fontes de água como rios e lagos. 
• Cor estranha - A presença de ferro e cobre pode deixá-la amarronzada. Além 
do aspecto visual, essa água pode manchar pias e sanitários. A água que causa 
manchas pretas possui partículas de manganês. 
• Cheiro de ovo podre - Este cheiro é causado pela presença de hidrogênio 
sulfídrico, produzido por bactérias que se encontram em poços profundos e 
fontes de águas estagnadas por longos períodos. 
• Gosto de ferrugem/gosto metálico - O excesso de ferro e de outros metais 
alteram o sabor e aparência da água. O sabor da água pode se apresentar 
metálico, mesmo que visualmente a coloração esteja normal, pois a coloração 
enferrujada só aparece depois de alguns minutos em contato com o ar. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 10
• Gosto e cheiro de cloro - O cloro é usado pelas estações de tratamento para 
desinfetar a água. Porém, a presença de cloro prejudica o sabor e o cheiro da 
água que vai ser utilizada para beber ou na culinária em geral. 
 
2 IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE ÁGUA 
A água para ser consumida pelo homem não pode conter substâncias dissolvidas em 
níveis tóxicos e nem transportar em suspensão microrganismos patogênicos que provocam 
doenças. 
A forma de avaliar a sua qualidade é através das análises físico-químicas e 
microbiológicas (bacteriológicas) realizadas por laboratórios especializados. No Brasil, 
existem padrões de potabilidade regidos por portarias e resoluções legais, que dão subsídios 
aos laboratórios na expedição de seus laudos. 
O importante, no entanto, é a conscientização do cidadão da necessidade de manter 
um programa de monitoramento da qualidade da água que ele consome. A necessidade do 
monitoramento deve-se ao fato de possíveis mudanças em algumas características da água que 
podem ocorrer com o tempo ou devido a condições externas que possam vir a contaminar o 
manancial com substâncias tóxicas, sal, ou bactérias. 
A água utilizada na irrigação e na indústria também precisa ser de boa qualidade. Na 
irrigação a água não pode conter sais em excesso para não prejudicar as plantas e o solo, e 
nem conter substâncias dissolvidas que possam causar danos aos equipamentos. Na indústria, 
dependendo de algumas características físico-químicas, a água quando não submetida ao 
devido tratamento pode ocasionar incrustação e corrosão dos equipamentos, diminuindo sua 
vida útil. 
É necessário o conhecimento da qualidade da água também em outras atividades, 
como: criação de peixes, camarões, galinha, gado, etc. 
Essas análises classificam a água em: 
• Potável - adequada para o consumo humano (dentro dos padrões de potabilidade 
estabelecidos pelos órgãos especializados); 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 11
• Contaminada - contém microrganismos patogênicos e, para tornar-se potável, 
precisa sofrer desinfecção ou ser submetida a fervura; 
• Poluída - apresenta qualquer espécie de poluição e pode estar também 
contaminada. Mesmo isenta de microrganismos patogênicos, a água poluída é 
imprópria para o consumo, pois pode conter tanto substâncias tóxicas, como 
grande concentração de substâncias químicas (magnésio, cálcio, metais em forma 
de bicarbonatos, sulfatos, cloretos e outros), o que a torna dura ou corrosiva. 
 
3 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS 
3.1 TEMPERATURA 
Variações de temperatura são parte do regime climático normal, e corpos de água 
naturais apresentam variações sazonais e diurnas. A temperatura superficial é influenciada por 
fatores tais como latitude, altitude, estação do ano, período do dia, taxa de fluxo e 
profundidade. A elevação da temperatura em um corpo d’água geralmente é provocada por 
despejosindustriais. 
As águas têm uma amplitude térmica pequena, variando de 1 a 2°C em relação ao 
ambiente. 
 
3.2 COR 
A cor de uma água é conseqüência de substâncias dissolvidas. Quando pura, e em 
grandes volumes, a água é azulada. 
Quando rica em ferro, é arroxeada. Quando rica em manganês, é negra e, quando 
rica em ácidos húmicos, é amarelada. 
A medida da cor de uma água é feita pela comparação com soluções conhecidas de 
platina-cobalto ou com discos de vidro corados calibrados com a solução de platina-cobalto. 
Uma unidade de cor corresponde àquela produzida por 1mg/L de platina, na forma 
de íon cloroplatinado – Unidade Hanzen (mg Pt Co/L). 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 12
Especial cuidado deve ser tomado na anotação do pH em que foi realizada a medida, 
pois sua intensidade aumenta com o pH. 
Da mesma forma a cor é influenciada por matérias sólidas em suspensão (turbidez), 
que devem ser eliminadas antes da medida. 
Para águas relativamente límpidas a determinação pode ser feita sem a preocupação 
com a turbidez. Neste caso a cor obtida é referida como sendo aparente. 
Para ser potável uma água não deve apresentar nenhuma cor de considerável 
intensidade. Segundo a Portaria 518, de 25 de março de 2004 – ANVISA – MS o índice 
máximo permitido deve ser 15 mg Pt Co/L ou 15 UH. 
 
3.3 ODOR E SABOR 
Odor e sabor são duas sensações que se manifestam conjuntamente, o que torna 
difícil sua separação. 
O odor e o sabor de uma água dependem dos sais e gases dissolvidos. 
Como o paladar humano tem sensibilidade distinta para os diversos sais, poucos 
miligramas por litro de alguns sais, como ferro e cobre são detectávis, enquanto que, várias 
centenas de miligramas de cloreto de sódio não são percebidas. 
Em geral as águas são desprovidas de odor sendo não objetável. 
Algumas fontes termais podem exalar cheiro de ovo podre devido ao seu conteúdo de 
H2S (gás sulfídrico). 
Da mesma maneira águas que percolam matérias orgânicas em decomposição (turfa, 
por exemplo) podem apresentar H2S. 
A Tabela 1A apresenta a relação de alguns sais dissolvidos e as sensações causadas 
ao paladar humano. 
 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 13
Tabela 1A. Sais dissolvidos com suas respectivas sensações. 
Sais dissolvidos Sensações 
Cloreto de sódio (NaCl) Salgado 
Sulfato de Sódio (Na2SO4) Ligeiramente salgado 
Bicarbonato de Sódio (NaHCO3) Ligeiramente salgado a doce 
Carbonato de Sódio (Na2CO3) Amargo e salgado 
Cloreto de Cálcio (CaCl2) Fortemente amargo 
Sulfato de Cálcio (CaSO4) Ligeiramente amargo 
Sulfato de Magnésio (MgSO4) Ligeiramente amargo em saturação 
Cloreto de Magnésio (MgCl2) Amargo e doce 
Gás Carbônico (CO2) Adstringente e picante 
 
3.4 TURBIDEZ 
É a medida da dificuldade de um feixe de luz atravessar uma certa quantidade de 
água. 
A turbidez é causada por matérias sólidas em suspensão (argila, colóides, matéria 
orgânica etc.). 
A turbidez é medida através do turbidímetro de Jackson, comparando-se o 
espalhamento de um feixe de luz ao passar pela amostra com o espalhamento de um feixe de 
igual intensidade ao passar por uma suspensão padrão. 
Quanto maior o espalhamento maior será a turbidez. 
Os valores são expressos em Unidade de Turbidez (UT). 
A cor da água interfere negativamente na medida da turbidez devido à sua 
propriedade de absorver luz. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 14
Segundo a Portaria 518, de 25 de março de 2004 – ANVISA - MS o limite máximo 
de turbidez em água potável deve ser 5 UT. 
As águas normalmente não apresentam problemas devido ao excesso de turbidez. 
Em alguns casos, águas ricas em íons Fe, podem apresentar uma elevação de sua 
turbidez quando entram em contato com o oxigênio do ar. 
 
3.5 CONDUTIVIDADE ELÉTRICA 
A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água conduzir a 
corrente elétrica. 
Depende das concentrações iônicas e da temperatura e indica a quantidade de sais 
existentes na coluna d’água, e, portanto, representa uma medida indireta da concentração de 
poluentes. Em geral, níveis superiores a 100 µS/cm indicam ambientes impactados. 
A condutividade também fornece uma boa indicação das modificações na 
composição de uma água, especialmente na sua concentração mineral, mas não fornece 
nenhuma indicação das quantidades relativas dos vários componentes. 
À medida que mais sólidos dissolvidos são adicionados, a condutividade da água 
aumenta. Altos valores podem indicar características corrosivas da água. 
A medida é feita através de condutivímetro e a unidade usada é o MHO (inverso de 
OHM, unidade de resistência). 
Como a condutividade aumenta com a temperatura, usa-se 25ºC como temperatura 
padrão, sendo necessário fazer a correção da medida em função da temperatura se o 
condutivímetro não o fizer automaticamente. 
Contudo, para as águas as medidas usuais de condutividade são dadas em 
microMHO/cm. 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 15
Nota: No Sistema Internacional de Unidades, adotado pelo Brasil, a unidade de 
condutância é Siemens, abreviando-se S (maiúsculo). Para as águas o correto seria nos 
referirmos a microsiemens por centímetro (µS/cm). 
 
3.6 DUREZA 
A dureza é definida como a dificuldade de uma água em dissolver (fazer espuma) 
sabão pelo efeito do cálcio, magnésio e outros elementos como Fe, Mn, Cu, Ba etc. 
Águas duras são inconvenientes porque o sabão não limpa eficientemente, 
aumentando seu consumo, e deixando uma película insolúvel sobre a pele, pias, banheiras e 
azulejos do banheiro. 
A dureza pode ser expressa como dureza temporária, permanente e total. 
Dureza temporária ou de carbonatos 
É devida aos íons de cálcio e de magnésio que sob aquecimento se combinam com 
íons bicarbonato e carbonatos, podendo ser eliminada por fervura. 
Em caldeiras e tubulações por onde passa água quente (chuveiro elétrico por 
exemplo) os sais formados devido à dureza temporária se precipitam formando crostas e 
criando uma série de problemas, como o entupimento. 
Dureza permanente 
É devida aos íons de cálcio e magnésio que se combinam com sulfato, cloretos, 
nitratos e outros, dando origem a compostos solúveis que não podem ser retirados pelo 
aquecimento. 
Dureza total 
É a soma da dureza temporária com a permanente. A dureza é expressa em 
miligrama por litro (mg/L) ou miliequivalente por litro (meq/L) de CaCO3 (carbonato de 
cálcio) e segundo a Portaria 518, de 25 de março de 2004 – ANVISA - MS o limite máximo 
de dureza total em água potável é de 500 mg/L. 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 16
3.7 ALCALINIDADE 
É a medida total das substâncias presentes na água capaz de neutralizarem ácidos. 
Em outras palavras, é a quantidade de substâncias presentes numa água e que atuam 
como tampão. 
Se numa água quimicamente pura (pH = 7) for adicionada pequena quantidade de um 
ácido fraco seu pH mudará instantaneamente. 
Numa água com certa alcalinidade a adição de uma pequena quantidade de ácido 
fraco não provocará a elevação de seu pH, porque os íons presentes irão neutralizar o ácido. 
Em águas a alcalinidade é devida principalmente aos carbonatos e bicarbonatos. 
Alcalinidade total é a soma da alcalinidade produzida por todos estes íons presentes 
numa água. Águas que percolam rochas calcárias (calcita = CaCO3) geralmente possuem 
alcalinidade elevada. 
A alcalinidade de uma água é expressa em mg/L de CaCO3 e deve apresentar isenção 
de alcalinidade cáustica. 
 
3.8 PH 
É a medida da concentração de íons H+ na água. 
O balanço dos íons hidrogênio e hidróxido (OH-) determinam quão ácida ou básica 
ela é. 
Na água quimicamente pura os íons H+ estão em equilíbrio com os íons OH- e seu 
pH é neutro, ou seja, igual a 7. 
Os principais fatores que determinam o pH daágua são o gás carbônico dissolvido e 
a alcalinidade. 
Segundo a Portaria 518, de 25 de março de 2004 – ANVISA - MS os limites 
permitidos variam entre 6,0 a 9,5. 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 17
3.9 CLORO RESIDUAL LIVRE 
Conhecer o teor de cloro ativo que permanece após a desinfecção (cloração) da água, 
permite garantir a qualidade microbiológica da água, ou seja, se ela está em condições de uso. 
Segundo a Portaria 518, de 25 de março de 2004 – ANVISA - MS os limites 
permitidos de cloro residual na água são de 0,2 a 2,0 mg Cl2/L. 
 
3.10 CLORETO 
O cloreto é o ânion Cl- que se apresenta nas águas subterrâneas através de solos e 
rochas. 
Nas águas superficiais são fontes importantes as descargas de esgotos sanitários, 
sendo que cada pessoa expele através da urina cerca 6 g de cloreto por dia, o que faz com que 
os esgotos apresentem concentrações de cloreto que ultrapassam a 15 mg/L. 
Diversos são os efluentes industriais que apresentam elevadas concentrações de 
cloreto como os da indústria do petróleo, algumas indústrias farmacêuticas, curtumes etc. 
Nas regiões costeiras, através da chamada intrusão da língua salina, são encontradas 
águas com níveis altos de cloreto. Nas águas tratadas, a adição de cloro puro ou em solução 
leva a uma elevação do nível de cloreto, resultante das reações de dissociação do cloro na 
água. 
Para as águas de abastecimento público, a concentração de cloreto constitui-se em 
padrão de potabilidade. Segundo a Portaria 518, de 25 de março de 2004 – ANVISA - MS o 
limite máximo permissível para cloreto na água é de 250 mg/L. 
O cloreto provoca sabor “salgado” na água, sendo o cloreto de sódio o mais 
restritivo por provocar sabor em concentrações da ordem de 250 mg/L, valor este que é 
tomado como padrão de potabilidade. 
 
 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 18
4 AMOSTRAGEM 
4.1 QUANTIDADE DE AMOSTRA 
A amostragem da água para análise físico-química é feita coletando-se 1,5-2,0 litros 
da água numa garrafa plástica ou de vidro, nova ou que só tenha sido utilizada com água. 
 
4.2 TOMADA DA AMOSTRA 
Lava-se o recipiente três vezes com a água do local que se deseja analisar, e na 
quarta vez enche-se, identifica-se com dados sobre o interessado, a procedência, local da 
coleta, data da coleta e envia-se o mais rápido possível ao laboratório. 
Caso não seja possível enviar no mesmo dia, colocar sob refrigeração até o momento 
do envio.Cuidar para no momento da coleta não deixar as mãos entrar em contato com a água. 
É importante também observar alguns procedimentos que dependem do local da coleta: 
a) Tomada de amostra de rio ou lago 
Para encher os vidros com água de rio ou lagoa tem que se procurar a amostra a 2 cm 
da margem e obtê-la de 20 a 30 cm abaixo do nível da água, a fim de não ficar contaminada, e 
que seja representativa. A boca do vidro deve estar na mesma direção da corrente, para que 
não entre água superficial. 
b) Tomada de amostra de uma torneira 
Para análise bacteriológica, abrir a torneira e deixar sair a água por 3 a 4 minutos; 
fechar a torneira e flambá-la com um swab embebido em álcool (esterilização direta); em 
seguida, deixar correr água por 2 a 3 minutos, encher o vidro e fechar rapidamente. 
c) Tomada de amostra de água de piscina ou de caixa de água 
Geralmente a água ingressa pela parte superior e sai pela parte inferior. Devemos 
tomar duas amostras: quando a água ingressa e quando a água egressa. O objetivo é 
determinar se a fonte de contaminação está depositada no tanque reservatório. Nas piscinas ou 
em tanques de água similares, devemos tomar uma amostra da zona em que supõe que o fluxo 
de água é menor onde a água é mais parada. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 19
d) Tomada de amostra de água de poço 
Geralmente efetua-se por um sistema de roldanas, com um balde na extremidade da 
corda. A técnica correta é esterilizar o balde queimando 30 a 40 mL de álcool etílico, em 
seguida coletar a amostra de água. 
 
5 LEGISLAÇÃO 
Foi publicada pelo Ministério da Saúde a nova Portaria nº 518 de 25 de março de 
2004 que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância 
da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras 
providências, e a Resolução RDC nº 54 de 15 de junho de 2000, que dispõe sobre o 
Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Água Mineral Natural e 
Água Natural. 
 
6 ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS 
6.1 DETERMINAÇÃO DA ALCALINIDADE – T.A., T.A.T. 
O conhecimento das alcalinidades permite determinar a quantidade de OH–, CO3
2– e 
HCO3
– contidos em uma amostra de água. Em geral não existem hidróxidos, restando os 
carbonatos que aparecem com pouca freqüência e o bicarbonato sempre existindo. Sabe-se 
que não pode coexistir OH– e HCO3
–. 
O título alcalimétrico T.A. é efetuado em presença de fenolftaleína, correspondendo 
à quantidade de hidróxidos e carbonatos; o título alcalimétrico total T.A.T. é efetuado em 
presença de metil orange e corresponde à quantidade de hidróxidos, carbonatos e 
bicarbonatos. 
Processo analítico: 
1. Pipetar 100 mL da amostra para um erlenmeyer de 250 mL. 
2. Juntar 2 gotas de fenolftaleína indicador. Se não aparecer coloração rósea, o T.A. é 
nulo, isto é, não existe OH– nem CO3
2–, neste caso omite-se o terceiro passo deste 
processo analítico. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 20
3. Titular com solução de H2SO4 0,04 até descoramento, anotando o gasto como F 
mL, onde F é o volume gasto de ácido usando fenolftaleína. 
4. Juntar ao mesmo erlenmeyer, 2 gotas de metil orange indicador. 
5. Titular com o H2SO4 até coloração rosa (salmão), anotando o gato como M mL 
(M = gasto de ácido usando metil orange; T = volume total do ácido gasto com os 
dois indicadores). 
 
Cálculo completo dos diferentes casos de alcalinidade 
Tomando por base os volumes gastos com fenolftaleína e o volume total 
(fenolftaleína + metil orange) o cálculo de alcalinidade vai se enquadrar nos casos a seguir. 
 
► 1º Caso: T = F 
CO3
2– = zero 
HCO3
– = zero 
OH– = 2 x F x 3,398 mg L-1 em CaCO3. 
 
► 2º Caso: F > ½ T 
HCO3
– = zero 
OH– = 2 (2 x F – T) x 3,398 mg L-1 em CaCO3. 
CO3
2– = 4 (T – F) x 5,995 mg L-1 em CaCO3. 
 
► 3º Caso: F = ½ T 
OH– = zero 
HCO3
– = zero 
CO3
2– = 2 x T x 5,995 mg L-1 em CaCO3. 
 
► 4º Caso: F < ½ T 
OH– = zero 
CO3
2– = 4 x F x 5,995 mg L-1 em CO3Ca 
HCO3
– = 2 (T – 2 x F) x 12,2 mg L-1 em CO3Ca. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 21
► 5º Caso: F = 0 
OH– = zero 
CO3
2– = zero 
HCO3
– = 2 x T x 12,2 mg L-1 em CaCO3. 
 
Os títulos alcalimétricos também podem ser expressos em graus franceses. Nas 
determinações de Ca2+ e Mg2+ e dureza total lança-se mão dos métodos complexométricos 
(Complexometria). 
O preparo de alguns indicadores usados nas determinações está descrito a seguir. 
• Murexida (sal amoniacal do ácido purpúrico) 
Preparo: 
Indicador sólido Mistura-se bem homogêneo 1g de murexida com 199g de NaCl 
cristalizado por análise Merck. A mistura é realizada em um grau de porcelana. 
Indicador líquido Prepara-se como indicador uma solução aquosa saturada, que 
se prepara no momento, dissolvendo aproximadamente 0,17g do murexida em 100mL de água 
destilada. 
Ácido calconcarboxílico Solução 0,4% de ácido calconcarboxílico Merck em 
metanol para análises Merck. Este indicador é específico do cálcio e permite determina-lo em 
presença de grandes quantidades de magnésio. O final da dosagem se dá quando há mudança 
de cor de vermelho-vinho para azul límpido. Este indicador se conserva por tempo limitado, o 
ideal é prepará-lo semanalmente. 
Os indicadores citados são utilizados na determinação do Ca2+, o ácido 
calconcarboxílico é maisusado por ter a viragem mais nítida, isto é, de vermelho vinho para 
azul límpido. Enquanto que a virada com a murexida é confusa, passando de rosa vivo para 
roxo claro. 
• Eriocromo black T (Negro de eriocromo T): indicador utilizado na 
determinação do magnésio. Pode ser sólido ou líquido: 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 22
Preparo: 
Indicador sólido Tritura-se, mistura-se em um grau de porcelana 1g do indicador 
com 99% de ClNa cristalizado para análise. 
Indicador líquido O indicador não é estável em solução aquosa, em caso de 
necessidade, pode-se dissolver 0,2% em álcool. Entretanto, uma maneira mais estável é a que 
se segue: 0,2g do corante em uma mistura de 15mL de trietanolamina pura Merck e 5mL de 
C2H5OH absoluto para análise. 
A virada desse indicador também é de vermelho vinho para azul límpido. 
Para os indicadores líquidos utiliza-se 6 a 7 gotas, enquanto que para os sólidos se 
usa pitadas. 
• Solução tampão pH = 10 
Preparo: 
A 200 mL de água destilada se dissolve 54 g de NH4Cl; a esta solução se agrega 350 
mL de amoníaco líquido d = 0,910 e se completa para um litro de água destilada. 
 
6.2 DETERMINAÇÃO DE CA2+
Numa alíquota de 50 mL, juntar 2 mL de KOH a 10% (para tornar o pH alcalino), 
uma pequena quantidade do indicador murexida ou ácido calconcarboxílico e titular com 
solução Na2EDTA 0,02 N. O ponto final de titulação se dá quando há a passagem de 
vermelho vinho para azul, no caso de se usar o ácido calconcarboxílico como indicador, e de 
rosa vivo para roxo claro se utilizar murexida como indicador. Utiliza-se as equações: 
++ = 22 Cappm
amostradamL
Bx400xfCa 
B = mL de Na2EDTA 0,02 N gastos na titulação. 
3
2 CaCOppm
amostradamL
Bx1000Ca =+ 
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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 23
6.3 DETERMINAÇÃO DE MG2+
Em uma alíquota de 50 mL adicionar 3 mL de solução tampão, 6 a 7 gotas do 
indicador Eriocromo black T e titular com solução Na2EDTA 0,02 N, até a virada do 
indicador Eriocromo. Titular com solução Na2EDTA 0,02 N, até virada de vermelho vinho 
para azul límpido. Nesta operação se determina cálcio e magnésio conjuntamente; por 
diferença se tem o magnésio. A equação é a seguinte: 
++ = 22 Mgppm
amostradamL
B)x243xf-(AMg 
A = volume em mL gasto de Na2EDTA 0,02 N na titulação. 
B = volume em mL gasto na titulação de Ca2+. 
3
2 CaCOppm
amostradamL
B)x1000-(AMg =+ 
 
6.4 DUREZA TOTAL 
A dureza total é expressa pela fórmula: 
ppm
amostradamL
Ax1000xfDT = 
 
• Na2EDTA ou titriplex III (sal dissódico do ácido etilenodiamin tetracético) 
Preparo: 
Peso molecular do Na2EDTA: 372,24g 
Eq. grama = mol/2 = 186,12 
Dissolve-se 3,722 g em um pouco de água destilada e se completa a 1000 mL em 
balão volumétrico. 
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ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 24
6.5 DETERMINAÇÃO DE CLORETOS 
Neste processo analítico, os cloretos são determinados por precipitação usando-se 
uma solução padrão de AgNO3 e o indicador K2CrO4. 
 
• Solução padrão de AgNO3 0,0141 N 
Preparo: 
Dissolve-se 2,3970 g de nitrato de prata em água destilada e completar o volume para 
1 litro em balão volumétrico. Homogeneizar. 
Dissolve-se 50 g de K2CrO4 em pequena quantidade de água destilada; adicionar a 
solução de nitrato de prata até que se firme um precipitado vermelho. Deixar em repouso por 
12 horas. Filtrar e diluir o para 1 litro. 
Reação: 
K2CrO4 + 2AgNO3 Ag2CrO4 + 2KNO3
 
Processo analítico: 
1. Pipetar 50 mL da amostra de água para uma cápsula de cor branca. Se a água for 
muito colorida, juntar um pouco de Al(OH)3, filtrar e lavar com água destilada. 
2. Colocar aproximadamente a mesma quantidade de água destilada em uma segunda 
cápsula, para servir de comparador de cor. 
3. Juntar a cada cápsula 1 mL do indicador cromato de potássio. 
4. Titular lentamente com solução padrão de AgNO3 agitando sempre com um 
bastão, até ligeira coloração vermelha (comparar com a cápsula contendo água 
destilada), anotar o volume gasto com A mL. 
5. Se o gasto A mL de AgNO3 ultrapassar a 8 mL, deve-se utilizar menor quantidade 
da amostra de água e depois diluir a 50 mL com água destilada. 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 25
Cálculo dos cloretos: Utiliza-se a seguinte equação. 
−= ClmgL
amostradamL
000xf0,2)x0,5x1-(A 1- 
A subtração de 0,2 mL corresponde ao volume do indicador necessário para 
precipitar o AgCrO4 em quantidade suficiente para avermelhar a solução. 
 
6.6 DETERMINAÇÃO DE PH 
A determinação é realizada em um pH-metro. Retira-se a proteção do eletrodo de 
vidro, lava-se o mesmo com água destilada. Em seguida calibra-se o pH-metro da seguinte 
forma: 
• Coloca-se o eletrodo em uma solução tampão pH 6,86 calibrando-se em 
seguida. 
• Coloca-se o eletrodo em uma solução tampão pH 4,01 calibrando-se em 
seguida. 
• Coloca-se o eletrodo em na solução na solução amostra e lê-se o pH em 
seguida. 
 
6.7 DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA 
A determinação é realizada em um condutivímetro: 
Fórmulas: 
X = 
V (lido)
.. 0000001 
Y = 
X
,9350 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DA ÁGUA 26
6.8 DETERMINAÇÃO DA COR 
A determinação é realizada em um espectrofotômetro da seguinte forma: 
• Ajusta-se o aparelho para um comprimento de onda de 455 nm; 
• Coloca-se a célula com água destilada e calibra-se; 
• Em seguida coloca-se a célula com a amostra. 
 
6.9 DETERMINAÇÃO DA TURBIDEZ 
A determinação é realizada em um espectrofotômetro da seguinte forma: 
• Ajusta-se o aparelho para um comprimento de onda de 860 nm; 
• Coloca-se a célula com água destilada e calibra-se; 
• Em seguida coloca-se a célula com a amostra. 
 
6.10 DETERMINAÇÃO DE CLORO RESIDUAL 
Coloca-se 200 mL de amostra em erlenmeyer de 250 mL. Adiciona-se alguns cristais 
de KI, 1 mL de CH3COOH concentrado, e 1 mL da solução de amido a 1%. 
Titula-se com solução de Na2S2O3 0,001 N, até que a cor azul desapareça. 
Calcula-se o cloro residual pela expressão: 
ppm de cloro residual = mL Na2S2O3 x 0,1773 
 
 
 
 
- Prof. Dr. Victor Elias Mouchrek Filho - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PPAARRTTEE BB 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 28
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
A água é um elemento essencial à vida, 
conseqüentemente sua potabilidade e qualidade são 
importantes para o bem estar e saúde da população. 
A microbiologia da água compreende no 
estudo das bactérias, vírus, algas, protozoários e 
fungos microscópicos. Alguns desses microrganismos 
são próprios do habitat local e outros são lançados nas fontes hídricas pela ação do ar, solo ou 
ainda provenientes de processos industriais e domésticos. 
Os despejos de resíduos industriais e domésticos nas fontes hídricas proporcionam a 
sua contaminação trazendo agentes etiológicos de caráter infeccioso ou parasitário, sendo 
responsável pela alta incidência de doenças que afetam a população (principalmente crianças 
com enterites e diarréias). Os agentes veiculados pela água e causadores de doenças podem 
ser de natureza biológica ou química. 
As doenças causadas por contaminantes biológicos 
presentes na água (bactérias, vírus ou protozoários) constituem-
se nos problemas de saúde pública mais comum em nosso país. 
Essas doenças são transmitidas por excrementos humanos e de 
animais despejados nas fontes de água, tornando-a imprópria 
para o consumo. A transmissão dessas doenças ocorre de forma 
direta ou indireta: com a ingestão da água, no preparo de 
alimentos, na higiene pessoal, na agricultura ou no lazer. Os 
principais microrganismos presentes na água contaminada e responsáveis pelas numerosas 
doenças são Salmonella sp, Shigella sp, Escherichia coli, Vibrio cholerae. 
As espécies bacterianas existentes nas águasnaturais são principalmente espécies dos 
gêneros Pseudomonas, Chromobacterium, Proteus, Micrococcus, Bacillus, Enterococcus, 
Enterobacter e Escherichia coli. É provável que as três últimas bactérias sejam 
contaminantes. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 29
Mas existem ainda outros tipos de contaminação relacionada com a água é a presença 
de protozoários causadores de infecções parasitárias no homem como a amebíase (Entamoeba 
hystolitica), giardíase (Giardia lamblia) e a balantidíase (Balantidium coli). 
Outro fator importante da água é a transmissão de algumas doenças endêmicas como 
a malária, dengue e febre amarela (a Tabela 1A mostra algumas doenças veiculadas pela 
água). A água é um ambiente propício para a evolução do ciclo de vetores responsáveis por 
essas doenças. A água é o maior veículo de contaminação humana, portanto, a água 
distribuída à população deve ser de boa qualidade com todas as características determinadas 
pela legislação vigente (Portaria n.º 36/MS/90, do Ministério de Saúde). 
Tabela 1B. Algumas doenças de transmissão hídrica. 
Organismos Doenças 
Salmonella Typhi Febre Tifóide 
Salmonella sp. Salmonelose 
Shigella sp. Shigelose (desinteria bacilar) 
Escherichia coli patogênica Gastrenterites 
Vibrio cholerae Cólera 
Lagionella pneumophila Doença dos legionários 
BACTÉRIAS 
Leptpspira Leptospirose (contato) 
Enterovirus Poliomelite, gatroenterites 
Rotavírus Gastroenterites 
Vírus da hepatite A Hepatite A VÍRUS 
Adenovírus Doenças respiratórias, 
conjuntivites. 
Entamoeba histolytica Amebíase 
Giárdia Lamblia Giardíse PROTOZOÁRIOS 
Cryptosporidium Criptpsporidiose 
Ascaris lumbricóides Verminoses 
Enterobius vermicularis 
Strongyloides stercolaris 
Trichuris trichiura 
HELMINTOS 
Schistosoma mansoni Esquistossomose 
 
Nota: Há uma serie de outros microrganismos patogênicos que, se presentes, poderão 
ser veiculados através de águas de esgoto. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 30
2 ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS 
2.1 COLIMETRIA (POTABILIDADE) 
2.1.1 BACTÉRIAS DO GRUPO COLIFORME 
As bactérias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminação mais 
utilizado em todo o mundo, sendo empregado como parâmetro bacteriológico básico na 
definição de padrões para monitoramento da qualidade das águas destinadas ao consumo 
humano, bem como para caracterização e avaliação da qualidade das águas em geral. 
Os coliformes são definidos como bacilos gram-negativos, aeróbios ou anaeróbios 
facultativos, não formadores de esporos, que fermentam a lactose com produção de ácido e 
gás em 48 horas a 35ºC. Neste grupo estão incluídos os gêneros: Citrobacter, Enterobacter, 
Klebsiella, Escherichia, etc., sendo que as bactérias do gênero Escherichia são 
exclusivamente de origem fecal e os demais membros do grupo coliforme podem ocorrer às 
vezes com relativa abundância no solo e mesmo em plantas. 
Uma grande vantagem da utilização dos coliformes como indicador de 
contaminação, é o fato de serem facilmente isolados da água e identificados. As técnicas 
bacteriológicas para a sua detecção são simples, além de rápidas e econômicas, o que pode 
permitir a sua aplicação em exames rotineiros para a avaliação da qualidade bacteriológica da 
água. 
 
2.1.2 COLETAS DE AMOSTRAS PARA ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 
As coletas de amostras para análises microbiológicas devem sempre anteceder a 
coleta de qualquer outro tipo de análise que não exija esterilidade (físico-química, por 
exemplo), a fim de evitar o risco de contaminação local de amostragem por frascos e 
amostradores não estéreis. 
a) Amostragem: 
A coleta de amostras líquidas deve ser efetuada conforme recomendações técnicas e 
com assepsia; sendo requerido um volume mínimo de 100mL, o qual deve ser coletado em 
frascos de vidro neutro ou plástico autoclavável, não tóxico, com capacidade mínima de 
125mL, boca larga e tampa a prova de vazamentos. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 31
b) Identificação: 
As amostras devem ser identificadas com as seguintes informações: número da 
amostra, data da coleta, local, pH, temperatura, cloro residual e outras informações 
necessárias para que os resultados possam ser interpretados corretamente. 
 
c) Agente neutralizador de cloro residual: 
Para amostras de água tratada (piscina, etc.), deve-se adicionar ao frasco de coleta, 
antes de sua esterilização 0,1mL de uma solução a 1,8% de Tiossulfato de sódio para cada 
100mL da amostra, para neutralizar a ação do cloro residual. 
 
2.1.3 PROCEDIMENTO DE COLETA 
a) Coleta em sistemas de abastecimento de água para consumo: 
Antes das coletas das amostras, verifique se o ponto de coleta recebe água 
diretamente do sistema de distribuição e não de caixas, reservatórios, cisternas, etc. A torneira 
não deve conter filtros. 
Inicialmente, abre-se a torneira e deixa-se escorrer a água durante 3 a 5 minutos, um 
tempo suficiente para eliminar impurezas e águas acumuladas na canalização. Na desinfecção 
da torneira, utiliza-se uma solução de hipoclorito de sódio ou álcool a 70% para eliminar 
qualquer contaminação externa. No caso da desinfecção com hipoclorito, o mesmo deve ser 
completamente removido antes da coleta. 
Abre-se a torneira a meia secção para que o fluxo seja pequeno e não haja respingos. 
Remove-se a tampa do frasco com todos os cuidados e assepsia, tomando precauções para 
evitar a contaminação da amostra pelos dedos, luvas ou outros materiais. 
Segura-se o frasco verticalmente próximo à base e efetua-se o enchimento deixando 
um espaço vazio de aproximadamente 2,5 à 5 cm do topo, para posterior homogeneização da 
amostra antes de iniciar a análise. Fecha-se imediatamente o frasco após a coleta, fixando-se 
bem a tampa; identifica-se adequadamente a amostra no frasco ou na ficha de coleta. As 
amostras devem ser acondicionadas em caixas isotérmicas contendo gelo (resfriamento 
temporário) e encaminhadas ao laboratório. O tempo entre a coleta e entrega da mostra no 
laboratório não deve exceder 12 horas. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 32
b) Coleta em poços freáticos: 
Em poços equipados com bombas manuais ou mecânicas, bombeia-se deixando 
escorrer durante aproximadamente 5 minutos. Realiza-se a desinfecção da saída da bomba, 
deixando-se escorrer novamente a água antes da coleta das amostras. Em poços sem bombas, 
a amostragem deve ser feita diretamente no poço, utilizando-se frascos estéreis. As amostras 
não devem ser coletadas da camada superficial da água, para evitar contaminação com 
espumas ou com materiais das paredes do poço. 
 
c) Coletas de águas superficiais (rios, lagos etc.): 
Quando as amostras forem coletadas diretamente de um corpo receptor, procura-se 
selecionar pontos de amostragem representativos, evitando-se a coleta de amostras em áreas 
ou locais próximo às margens. A coleta em águas superficiais pode ser feita manualmente ou 
através de equipamentos. 
 
2.1.4 TÉCNICAS DE COLETA DE AMOSTRA 
As técnicas de coleta para as diversas amostras de água de torneira e de poço estão 
descritas a seguir. 
 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 33
a) Água de torneira 
 
► Caso a torneira apresente alguma sujidade na sua parte 
exterior, limpar a mesma. 
 
► Abrir a torneira, deixando correr bastante água. Isto é 
necessário, porque alguns coliformes podem se multiplicar na 
água retida durante algum tempo na canalização ou se 
multiplicar nas fibras de juta que servem para vedar a 
canalização. 
 
► Abrir a torneira à meia seção (tempo de operação 1 minuto). 
 
► Rapidamente abrir o frasco esterilizado e, no menor tempo 
possível, coletar a amostra. Nesta operação é muito importante 
não tocar no bocal do frasco e não deixar que a tampa do frasco 
toque em qualquersuperfície (tempo de operação 30 segundos). 
 
► Ao coletar, encher o frasco com ¾ de seu volume, para poder 
tornar possível no laboratório a homogeneização da amostra. 
 
► Após a coleta da amostra, fechar o mais rapidamente possível 
o frasco esterilizado e levar ao laboratório para a realização das 
análises. 
 
 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 34
b) Água de poço 
 
Se houver torneira ou outra canalização, proceder como item anterior. 
Quando não houver, amarrar um barbante no frasco de coleta, tendo sempre todos os 
cuidados de assepsia, ou flambar um balde interno e externamente antes de coletar a água. 
 
 
 
 
 
► Submergir o frasco, permitindo que 
se obtenha amostras mais profundas. 
► Descer lentamente o cordão sem 
permitir que o frasco toque nos lados 
do poço. 
 
 
c) Mananciais superficiais 
 
 
 
 
► Observar o sentido da correnteza e a 
profundidade mínima de 30 cm. 
 
Após as coletas, as amostras devem ser processadas em tempo adequado. 
 
 
 
 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 35
2.1.5 TÉCNICA DOS TUBOS MÚLTIPLOS (NMP/100ML) 
2.1.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
A determinação do Número Mais Provável (NMP), de coliformes em uma dada 
amostra é efetuada a partir da técnica de tubos múltiplos. Esta por sua vez consiste na 
inoculação de volumes decrescentes da amostra, em meio de cultura adequado ao crescimento 
dos microrganismos pesquisados, sendo cada volume inoculado em uma série de tubos. 
A técnica do Número Mais Provável (NMP) é um meio de estimar a densidade de 
microrganismos viáveis em água e alimentos. O NMP está diretamente relacionado à 
freqüência de ocorrência de uma série de resultados positivos que são mais prováveis ocorrer 
quando um certo número de organismos estão presentes numa amostra. A técnica está baseada 
no conhecimento do tipo de distribuição das bactérias em uma amostra e na teoria das 
probabilidades. O NMP é aquele número de organismos por unidade de volume que segundo 
a teoria estatística teria maior probabilidade de representar o número real de microrganismos 
do que qualquer outro número de amostra analisada. 
São várias as aplicações da técnica do NMP. A principal é a utilização na pesquisa de 
coliformes na água e alimentos. Por essa esta técnica, pode-se obter informações sobre a 
população presuntiva de coliformes (Teste Presuntivo), sobre a população real de coliformes 
(Teste Confirmativo) e sobre a população de coliformes de origem fecal (Coliformes Fecais 
ou Termotolerantes). A determinação do NMP de coliformes totais e fecais e Escherichia coli, 
segue o método recomendado pelo Standard Methods for the Examination of water and 
Wastewater-APHA/American Public Health Association (1992). 
 
2.1.5.2 MATERIAL 
a) Meios de Cultura 
Os meios de cultura destinam-se ao cultivo artificial de microrganismos. Estes meios 
fornecem os princípios nutritivos indispensáveis do crescimento microbiano. As exigências 
nutricionais estão relacionadas a uma fonte de carbono, de energia e de sais minerais. Alguns 
microrganismos também necessitam de outros fatores de crescimento que são substâncias que 
eles não podem sintetizar, tais como: vitaminas, aminoácidos, etc. E ainda o pH e o grau de 
umidade devem ser observados nos meios de cultura. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 36
Os meios de cultura usados para a colimetria de água para consumo são: 
• Caldo Lactosado. 
• Caldo Verde Brilhante e Bile (CVBB) 
• Caldo E.C. 
Para a identificação bioquímica das colônias suspeitas de Escherichia coli utiliza-se: 
• Agar EMB (Agar Eosina Azul de Metileno) – plaqueamento seletivo; 
• Agar TSA (Agar Triptona Soja) para o isolamento das colônias; 
• Agar Citrato de Simmons; 
• Caldo VM – VP (Teste do Vermelho de Metila e Voges-Proskauer); 
• Água Triptonada (Teste do Indol); 
As soluções usadas para a realização dos testes bioquímicos: 
• Teste de Voges-Proskauer (α- Naftol e Hidróxido de Potássio - KOH); 
• Teste do Indol (Reagentes de Kovacs - p – Dimetilaminobenzaldeído); 
• Teste do Vermelho de Metila (Reagente Vermelho de Metila). 
 
b) Equipamentos e vidrarias 
• Estufa bacteriológica a 35°C; 
• Banho-maria regulado a 45°C; 
• Bico de Bunsen; 
• Alça de platina ou níquel cromo; 
• Frascos de coleta esterilizados; 
• Tubos de ensaio; 
• Tubos de Durham; 
• Pipetas esterilizadas (10mL e 1mL). 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 37
2.1.5.3 METODOLOGIA 
a) Teste Presuntivo 
Visa detectar a presença de fermentadores de lactose, especialmente do grupo 
coliforme. Células estressadas por tratamentos térmicos, congelamentos, etc., podem ser 
recuperadas nessa fase. 
Princípio: o teste consiste na semeadura de volumes determinados da amostra em 
séries de tubos contendo Caldo Lactosado (CL), onde a lactose é utilizada como fonte de 
carbono. Os tubos inoculados são incubados a uma temperatura de 35 ± 0,5ºC, durante 
48horas, ocorrendo um enriquecimento de organismos fermentadores da lactose. A 
acidificação, com a produção de gás, que é evidenciado no tubo de Durhan, é prova 
presuntiva positiva para a presença de bactérias do grupo coliformes (Apêndice A). 
 
b) Teste Confirmativo 
Consiste na transferência de cada cultura com resultado presuntivo positivo para 
tubos contendo o Caldo Verde Brilhante e bile 2% (CVBB) com o auxílio de uma alça de 
platina. A incubação será efetuada também a uma temperatura de 35 ± 0,5°C durante 48 
horas. O meio utilizado possui dois inibidores (sais biliares e verde brilhante) do crescimento 
da microbiota acompanhante dos coliformes e a lactose como o único carboidrato. Então, a 
produção de gás, a partir da fermentação da lactose presente neste meio, é prova confirmativa 
para a presença de bactérias do grupo coliforme (coliformes totais) (Apêndice A). 
 
c) Determinação de Coliformes Fecais ou Termotolerantes 
O teste baseia-se na transferência de cada cultura com resultado positivo para 
coliformes totais (acidificação do meio com produção de gás, após 48 horas a 35 ± 0,5°C), no 
Caldo Verde Brilhante, para tubos contendo o caldo E.C., que serão incubados durante 24 
horas a 44,5 ± 0,2ºC em banho-maria. O resultado será positivo quando houver produção de 
gás a partir da fermentação da lactose contida no meio (Apêndice A). O Número Mais 
Provável de coliformes totais e fecais é dado através da Tabela do NMP/100mL 
(Apêndice B). 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 38
d) Escherichia coli (Identificação) 
Todas as culturas positivas no caldo E.C. são repicadas 
para Agar EMB, com auxilio da alça de platina ou de níquel cromo, 
fazendo estrias (por esgotamento). Cada tubo positivo em caldo E.C. 
corresponderá a uma placa de EMB, identificada, para perfeita 
correspondência. 
Incubar a 35ºC por 24 horas. 
Passado este período, verificar o crescimento de colônias típicas de E. coli, isto é, 
colônias de 2 a 3mm de diâmetro, com brilho metálico esverdeado ou com centro escuro 
abrangendo praticamente toda a colônia. 
 
 
 
 
Agar EMB com colônias típicas 
de Escherichia coli◄ 
 
De cada placa, correspondente a cada tubo, repicar de duas a três colônias para tubos 
contendo o Agar Tripticase Soja (Agar TSA) inclinado. Incubar por 24 horas a 35 ºC. 
Efetuar em cada cultura em Agar TSA (cepas), as seguintes provas bioquímicas: 
Indol, Vermelho de Metila (VM), Voges Proskauer (VP), Citrato de Simmons. Esta série de 
testes é chamada de IMVIC. 
Considerar a cultura positiva para E. coli, quando forem obtidos os seguintes 
resultados para o IMVIC. 
Considerar positivo o tubo de caldo E.C. para E. coli, quando pelo menos uma 
cultura dele proveniente for positiva no teste de IMVIC (Apêndice C). A Tabela 2B mostra a 
diferenciação dos coliformes em água. 
 
 
- Profa.Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 39
Tabela 2B. Diferenciação dos coliformes da água. 
Indol VM VP Citrato de Simmons Tipo 
+ + - - Escherichia coli 
- + - - Escherichia coli atípica 
-/+ + - + Citrobacter 
- - + + Enterobacter aerogenes 
+/- +/- + + Klebsiella pneumoniae 
Fonte: Jay, 2005. 
 
Por fim, verificar na tabela o NMP (Tabela de Hoskin), correspondente aos tubos de 
caldo E.C. positivos para a presença de coliformes fecais e expressar o resultado em 
NMP/100 mL. 
Nota: A Portaria Nº 518 de 25 de março de 2004 da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), estabelece como padrão para potabilidade de águas para consumo, 
ausência de coliformes totais e fecais. 
 
e) Contagem Padrão de Bactérias Heterotróficas 
A contagem das bactérias heterotróficas na água é definida como o número total de 
bactérias que podem crescer quando incubadas em Agar Plate Count a 37ºC por 48 horas. É 
importante que a densidade de bactérias heterotróficas seja mantida sob controle, pois 
densidades muito elevadas de microrganismos na água podem causar riscos à saúde dos 
consumidores, pois algumas bactérias podem atuar como patógenos oportunistas e 
deterioração da qualidade da água e alimentos, ocasionando odores e sabores desagradáveis, 
podendo produzir limo ou películas. 
Além disso, alguns desses microrganismos, quando presentes em número elevado, 
podem impedir a detecção de coliformes. 
A determinação da densidade de bactérias heterotróficas em águas é um importante 
instrumento auxiliar no controle bacteriológico para: 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 40
• Avaliação das condições higiênicas e de proteção de poços, fontes, reservatórios, 
piscinas e sistemas de distribuição de água para consumo humano; 
• Avaliação da eficiência das diversas etapas de operação de estações de tratamento 
de água na remoção de bactérias; 
• Estimativa da biomassa de bactérias heterotróficas, presentes em corpos de água; 
• Determinação das possíveis causas de deterioração da qualidade de água; 
• Avaliação das condições higiênicas e da eficiência de operação de piscinas; 
• Avaliação das condições higiênicas e de sistemas de envasamento de águas 
minerais e potáveis de mesa. 
Dentro deste grupo de bactérias estão espécies gram-negativas, aeróbias e anaeróbias 
facultativas pertencentes aos seguintes gêneros: Pseudomonas, Aeromonas, Klebsiella, 
Flavobacterium, Enterobacter, Citrobacter, Serratia, Acinetobacter, Proteus, Alcaligenes e 
Escherichia. Alguns membros deste grupo são patógenos oportunistas, mas pouco se conhece 
o efeito das altas contagens de bactérias heterotróficas na saúde humana. Essas bactérias 
podem ainda interferir com a detecção de coliformes nas amostras de água. 
Material: 
• Meio de Cultura: Plate Count Agar (Agar Padrão para Contagem). 
• Equipamentos e vidrarias: Estufa bacteriológica; Contador de colônias; Bico de 
Busen; Placas de Petri esterilizadas; Pipetas (1mL e 2mL). 
 
Princípio do método: 
A determinação da densidade de bactérias heterotróficas em uma amostra baseia-se 
no princípio de que, definindo condições de nutrição, temperatura e tempo de incubação, se 
houver células viáveis na água, que possam se desenvolver nas condições estabelecidas 
haverá formação de colônias, que serão visualizadas após o período de incubação 
determinado. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 41
Para isso, volumes de 1mL da amostra devem ser pipetados assepticamente e 
inoculados em placas de Petri com posterior adição do meio de cultura fundido Agar Plate 
Count (Agar Padrão para Contagem / Agar PCA) através da técnica de Pour Plate (inoculação 
em profundidade). Após o período de incubação (35°C), é feita a contagem das unidades 
formadoras de colônias de bactérias, com auxílio de um contador de colônia, sendo o 
resultado expresso em UFC/mL. 
Nota: Segundo a Portaria Nº 518 de 25 de março de 2004 da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (ANVISA), o padrão estabelecido para potabilidade de águas para 
consumo em relação à contagem de bactérias heterotróficas é de 500 UFC/mL. Se ocorrer 
número superior ao recomendado, deverá ser providenciada imediata recoleta e inspeção do 
local; confirmada e/ou constatada a irregularidade, deverão ser tomadas providências para sua 
correção (desinfecção). 
O Apêndice D mostra o esquema para contagem padrão de placas em bactérias 
heterotróficas. 
Nota: Na análise bacteriológica da água, além dos coliformes outros gêneros de 
bactérias são pesquisadas tais como: Pseudomonas e Enterococcus. 
 
2.1.6 MÉTODO PARA DETECÇÃO DE COLIFORMES TOTAIS E ESCHERICHIA COLI USANDO 
MEIOS COM ONPG E MUG 
A 19a edição do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 
(APHA/AWWA/WEF, 1995) traz descrição de um método rápido para determinação de 
coliformes totais e E. coli usando substratos definidos. 
Este método utiliza substratos hidrolisáveis para a detecção simultânea de enzimas 
dos coliformes totais e E. coli. Quando assim procedemos, o grupo de coliformes totais é 
definido como todas as bactérias possuindo a enzima β-D-galactosidase, que cliva o substrato 
cromogênico ONPG (orto-nitrofenil-β-D-galactopiranosideo) resultando na liberação do 
cromógeno de cor amarela, denominado ortonitrofenol. 
A bactéria E. coli é aquela que dá uma resposta positiva igual para os coliformes 
totais e ainda possui a enzima β-glucoronidase, a qual cliva um substrato fluorogênico MUG 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 42
(4-metilumbeliferil β-D-glucoronídio), resultando na liberação do fluorógeno-4-
metilhumbeliferona que fluoresce sob a luz ultravioleta. 
Estes testes podem ser usados nas provas de tubos múltiplos ou Presença/Ausência 
P/A (amostra única de 100mL). 
Procedimento: 
A) Tubos múltiplos 
Assepticamente adicionar 10mL da amostra de água em cada tubo, tampar e agitar 
bastante para dissolver o meio. Incubar a 35°C±0,5°C por 24 horas. 
 
B) Presença/ausência (P/A) 
Assepticamente adicionar o substrato enzimático pré-pesado a 100mL da amostra de 
água num frasco de vidro não fluorescente. Em ambos os casos misturar completamente para 
dissolver. Incubar a 35°C±0,5°C por 24 horas. 
 
Interpretação: 
a) Bactérias coliformes totais 
Decorridos às 24 horas de incubação, examinar os tubos ou frascos, por uma 
mudança na cor. Quando o substrato é ONPG, este é hidrolisado pela enzima bacteriana para 
dar origem ao amarelo ortonitrofenol; esta resposta cromogênica é uma reação positiva para 
coliformes totais. 
As amostras são negativas para coliformes totais se a coloração amarela não for 
observada. 
b) Escherichia coli 
Os tubos ou frascos positivos para coliformes totais serão examinados para 
fluorescência usando lâmpada de ultravioleta de longo comprimento de onda (366nm). A 
presença da fluorescência é um teste positivo para E. coli. No caso do procedimento do NMP, 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 43
calcular o valor do NMP para coliformes totais e E. coli a partir dos tubos positivos, como 
feito pelo método tradicional. No caso do procedimento P/A, relatar os resultados como 
presente ou ausente em 100mL da amostra. 
Resultados: 
A verificação da fluorescência deve ser procedida em área com pouca luz, pois o 
excesso de iluminação mascara a presença de fluorescência. Lâmpadas ultravioletas 
germicidas, por serem de pequenos comprimentos de onda, não são adequadamente para este 
propósito. 
A enzima β-glucoronidase é produzida por 97% do total de cepas de E. coli. Na 
família Enterobacteriaceae, somente E. coli e algumas espécies de Shigella sp. e Salmonella 
sp. e poucas do gênero Yersinia sp. produzem aquela enzima. Como o método que utiliza o 
MUG, não depende da produção de gás para uma leitura positiva, ele éútil para detectar cepas 
de E. coli anaerogênicas (não produtoras de gás). 
 
 
 
 
 
 
►1º passo: Adicione o reagente à amostra e 
leve a estufa bacteriológica por 24 horas a 
uma temperatura de 35ºC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
►2º passo: Leia os resultados: 
Incolor = negativo 
Amarelo = coliformes totais 
Amarelo/fluorescente = E. coli 
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ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 44
A Tabela 3B mostra dados referentes às análises microbiológicas para águas oriundas 
de diferentes fontes. 
Tabela 3B. Análises microbiológicas para águas de diferentes fontes. 
Tipos de 
água Técnica Microrganismos pesquisados 
Poço Tubos Múltiplos 
Coliformes Totais e Termotolerantes 
(NMP/100mL); Pseudomonas aeruginosa. 
(NMP/100mL) e Contagem Padrão em Placas 
(Agar PCA) (UFC/mL) 
Torneira, 
cisternas e 
caixas 
d’água 
Tubos Múltiplos 
Coliformes Totais e Termotolerantes 
(NMP/100mL) e Contagem Padrão em Placas 
(Agar PCA) (UFC/mL). 
Piscina 
Tubos Múltiplos 
OBS: Adicionar 0,1mL de 
solução 1,8% de 
Tiossulfato de Sódio 
(Na2S2O3) aos frascos de 
coleta antes de autoclavar. 
Coliformes Totais e Termotolerantes 
(NMP/100mL), Contagem Padrão em Placas 
(Agar PCA) (UFC/mL), Contagem de 
Staphylococcus aureus (UFC/mL), 
Pseudomonas aeruginosa.(NMP/100mL) 
Mineral 
Usar uma série de 10 tubos 
de Lactosado Duplo, 
inoculando 10mL da 
amostra em cada tubo. 
Coliformes Totais e Termotolerantes 
(NMP/100mL); Pseudomonas aeruginosa. 
(NMP/100mL), Contagem Padrão em Placas 
(Agar PCA) (UFC/mL), Enterococcus sp. 
(UFC/mL) e Clostridium sp. (UFC/mL) 
Água de 
praia 
Diluir as amostras em água 
marinha sintética e usar 
Técnica de Tubos 
Múltiplos. 
Coliformes Termotolerantes (NMP/100mL), 
Contagem e identificação de Escherichia coli; 
Enterococcus sp. (NMP/100mL) 
 
3 ENUMERAÇÃO DO NMP/100ML DE ENTEROCOCCUS SP. 
As bactérias do gênero Enterococcus são 
classificadas primariamente como cocos Gram positivos 
entéricos, catalase negativa. São encontradas no meio 
ambiente em diversos locais como: solo, alimentos, água, 
plantas, animais, pássaros e insetos. 
Enterococcus sp.◄ 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 45
Em humanos e em outros animais, os enterococos fazem parte da flora bacteriana 
normal do trato gastrintestinal. As espécies mais comumente encontradas em humanos são: 
Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium. 
Material: 
Meios de Cultura: Caldo azida dextrose para o cultivo e o Agar m-Enterococcus para 
o plaqueamento seletivo. O restante do material, equipamentos e vidrarias são idênticos ao 
usado para a determinação de coliformes totais. 
Métodos: 
Prova Presuntiva: 
• Homogeneizar a amostra de água com a agitação do frasco; 
• Inocular volumes de 10mL em uma série de três tubos contando o caldo azida em 
concentração dupla; em seguida inocular volumes de 1mL e 0,1mL em duas 
séries de três tubos contando o caldo azida em concentração simples 
respectivamente (Técnica dos tubos múltiplos). 
• Incubar os tubos inoculados a 35°C por 24 horas. Observar se há turvação nos 
tubos. Caso negativo, fazer nova leitura com 48 horas. 
Prova Confirmativa: 
• Submeter todos os tubos de caldo azida dextrose com turvação a prova de 
confirmação. 
• Estriar com auxílio de uma alça de platina uma porção do crescimento de cada 
tubo positivo sobre uma placa de Petri contendo o meio seletivo Agar m-
Enterococcus. 
• Incubar as placas invertidas a 35°C por 24 
horas. Colônias pretas amarronzadas com 
halos marrons confirmam a presença de 
enterococos fecais. 
Agar m-Enterococcus - colônias de Enterococcus sp.◄ 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 46
Após o período de incubação, a partir dos tubos positivos (turvos), serão feitas estrias 
com auxílio de uma alça de platina (técnica de esgotamento) em placas contendo Agar m-
Enterococcus (teste confirmativo). Colônias pequenas de cor marrom são típicas de 
Enterococcus sp. 
O Apêndice E mostra o esquema para pesquisa de Enterococcus sp. em água 
(NMP/100mL). Usa-se a Tabela do NMP para o cálculo do NMP/100mL de Enterococcus 
(Apêndice B). 
 
4 TESTE PARA A PRESENÇA DE PSEUDOMONAS SP. 
É um gênero de microrganismos pertencentes à família Pseudomonadaceae, que 
compreende mais de 100 espécies. São bastonetes curtos e Gram-negativos, autóctones de 
ambientes aquáticos, são móveis, aeróbios estritos e não formadoras de esporos. Podem ser 
encontradas em vários ambientes diferentes, tais 
como solo, água, plantas e tecido de animais. 
Ocorre em freqüência baixa também na pele, 
garganta e fezes das pessoas sadias. Sobrevive a 
temperaturas que variam entre 4ºC e 42ºC. Em 
cultura produz um pigmento esverdeado. 
Pseudomonas sp.◄ 
A espécie Pseudomonas aeruginosa tem sido a responsável pela maioria dos casos 
de doença infecciosa no homem. Trata-se de um microrganismo oportunista, isto é, causa 
doença somente em condições especiais, quando o organismo humano está debilitado por 
algum motivo, como, por exemplo, processos cirúrgicos e queimaduras. Nesses casos, esse 
microrganismo pode causar bacteremias bem severas, infecções urinárias e respiratórias, 
pneumonias, meningites, endocardites, e diversos outros tipos de infecção. Além disso, 
Pseudomonas aeruginosa, bem como outras espécies de Pseudomonas, apresentam grande 
importância para a indústria de alimentos, pois são microrganismos causadores de 
deterioração (produção do muco superficial característico de carnes e produtos cárneos 
deteriorados). 
Usar Técnica dos tubos múltiplos para a determinação do NMP/100mL. 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 47
Material: 
Meios de Cultura: Caldo Asparagina, Caldo Acetamida, Agar Asparagina, Agar 
Cetrimide. 
Procedimento: 
Teste Presuntivo: 
• Inocular 3 tubos com 10mL, 3 com 1mL e 3 com 0,1mL da amostra, em caldo 
asparagina em concentração dupla para 10mL da amostra e concentração simples 
para volumes de 1mL ou menos.Incubar os tubos a 35°C por 48 horas. 
• Após o período de incubação, examine os tubos num quarto escuro sob luz 
ultravioleta de comprimento de onda longo (não germicida). A presença de 
pigmento fluorescente esverdeado constitui um teste presuntivo positivo para 
Pseudomonas. 
• Confirmar os tubos positivos, inoculando 0,1mL da cultura em caldo acetamida. 
Uma reação positiva confirmatória é dada pelo desenvolvimento do alto pH 
indicado pela cor púrpura ou rosa intenso após 24-48 horas de incubação a 35°C. 
• Computar e registrar o NMP pela Tabela do NMP (Apêndice B). 
O Apêndice F mostra o esquema para pesquisa de Pseudomonas sp. em água 
(NMP/100mL). 
 
 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 48
5 BALNEABILIDADE DAS PRAIAS 
O programa de monitoramento da balneabilidade das praias deve atender as 
especificações da Resolução N° 375 de 17 de março de 2005 do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA), que define critérios para a classificação das águas destinadas a 
balneabilidade (recreação de contato primário). 
O monitoramento deve ser realizado nos pontos de 
coleta, distribuídos ao longo da faixa de praias litorânea das 
cidades, onde são coletadas amostras de água com freqüência 
semanal para posterior análise bacteriológica. No 
estabelecimento dos critérios para a escolha dos pontos ou 
estações, deve-se considerar entre outros: proximidade do 
deságüe de rios, riachos e galerias pluviais, densidade 
populacional e freqüência dos banhistas. 
Toda semana deve ser fornecido o Boletim de Balneabilidade das Praias, com dados 
de colimetria. Os dados obtidos durante certo período de tempo, servem para avaliar a 
evolução temporal da qualidade das águas das praias. 
A Resolução N° 357 (CONAMA), estabelece critérios para a classificação das águas 
doces, salobras e salinas destinadas à balneabilidade (recreaçãode contato primário) terão sua 
condição avaliada nas categorias próprias e impróprias. 
As águas consideradas próprias poderão ser subdivididas nas seguintes categorias: 
a) Excelente: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada 
uma das cinco semanas anteriores, coletadas no mesmo local, houver, no máximo, 
250 coliformes fecais (termotolerantes) ou 200 Escherichia coli ou 25 
Enterococcus por 100mL. 
b) Muito Boa: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em 
cada uma das cinco semanas anteriores, coletadas no mesmo local, houver, no 
máximo, 500 coliformes fecais (termotolerantes) ou 400 Escherichia coli ou 50 
Enterococcus por 100mL. 
c) Satisfatória: quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em 
cada uma das cinco semanas anteriores, coletadas no mesmo local, houver, no 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
ANÁLISES BACTERIOLÓGICAS DA ÁGUA 49
máximo, 1000 coliformes fecais (termotolerantes) ou 800 Escherichia coli ou 100 
Enterococcus por 100mL. 
Nota: Os padrões referentes aos enterococos aplicam-se somente às marinhas. 
 
As águas serão consideradas impróprias quando for verificada uma das seguintes 
ocorrências: 
a) Não atendendo aos critérios estabelecidos para as águas próprias; 
b) Valor obtido na ultima amostragem for superior a 2500 coliformes fecais 
(termotolerantes) ou 2000 de Escherichia coli ou 400 Enterococcus por 100mL. 
c) Incidência elevada ou anormal, na região, de enfermidades transmissíveis por via 
hídrica, indicada pelas autoridades sanitárias. 
d) Presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive esgotos sanitários, 
óleos, graxas e outras substâncias capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar 
desagradável a recreação. 
e) O pH< 6,0 ou pH>9,0 (águas doces), à exceção das condições naturais. 
f) Floração de algas ou outros organismos até que se comprove que não oferecem 
riscos à saúde humana. 
Nota: Nas praias ou balneários sistematicamente impróprios, recomenda-se a 
pesquisa de organismos patogênicos. 
O Apêndice G mostra o esquema para determinação do NMP de Coliformes a 45ºC 
em águas de praia (balneabilidade). 
 
 
 
 
- Profa. Dra. Adenilde Ribeiro Nascimento - 
 50
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
 
 
 51
Apêndice A. Enumeração (NMP/100mL) de coliformes totais e a 45ºC. 
 
 
 
 
Teste Confirmativo
coliformes 
 (Caldo E.C.) (Caldo VB) 
Gás (+) 
Presença de 
coliformes 
 
Teste Confirmativo 
ais 
Ausência de 
coliformes totais 
10ml 1ml 0,1ml 
ESTUFA 
35ºC/24-48h
2 alçadas
a 45ºC 
 
2 alçadas 
coliformes tot
BANHO -MARIA 
45ºC/24h 
ESTUFA 
35ºC/24 - 48h 
 
a 45ºC 
Gás (-) 
Ausência de 
coliformes a 45ºC
Gás (+) 
Presença de 
coliformes totais 
Gás (- ) 
TESTE BIOQUÍMICO 
Teste API - 20E 
Caldo
Lactosado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52
Apêndice B. Tabela do Número Mais Provável (NMP), para séries de três tubos. 
 
 
 
 
Número de tubos positivas nas diluições Número de tubos positivos nas diluições 
 
10 mL 1 mL 0,1 mL 
 
NMP/100mL 
 
10 mL 1 mL 0,1 mL NMP/100mL 
0 0 0 3 2 0 0 9.1 
0 1 0 3 2 0 1 14 
0 0 2 6 2 0 2 20 
0 0 3 9 2 0 3 26 
0 1 0 3 2 1 0 15 
0 1 1 6.1 2 1 1 20 
0 1 2 9.2 2 1 2 27 
0 1 3 12 2 1 3 34 
0 2 0 6.2 2 2 0 21 
0 2 1 9.3 2 2 1 28 
0 2 2 12 2 2 2 35 
0 2 3 16 2 2 3 42 
0 3 0 9.4 2 3 0 29 
0 3 1 13 2 3 1 36 
0 3 2 16 2 3 2 44 
0 3 3 19 2 3 3 53 
1 0 0 3.6 3 0 0 23 
1 0 1 7.2 3 0 1 39 
1 0 2 11 3 0 2 64 
1 0 3 15 3 0 3 95 
1 1 0 7.3 3 1 0 43 
1 1 1 11 3 1 1 75 
1 1 2 15 3 1 2 120 
1 1 3 19 3 1 3 160 
1 2 0 11 3 2 0 93 
1 2 1 15 3 2 1 150 
1 2 2 20 3 2 2 210 
1 2 3 24 3 2 3 290 
1 3 0 16 3 3 0 240 
1 3 1 20 3 3 1 460 
1 3 2 24 3 3 2 1100 
1 3 3 29 3 3 3 2400 
Fonte: American Public Health Association (APHA, 1992). 
 
 
 53
Apêndice C . Identificação de Escherichia coli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agar Eosina Azul de Metileno (Agar EMB) 
com crescimento de E. coli . 
Isolamento em Agar Tripcase Soja 
(Agar TSA) 
Caldo E.C., presença de gás 
 (+) para coliformes a 45ºC. 
INDOL 
E. coli (+) 
Série Bioquímica 
 
 
 
 54
Apêndice D. Esquema para contagem padrão em placas de bactérias heterotróficas. 
 
 
 
 
 
 
 
AMOSTRA 
(Água) 
Plate Count Agar 
(Agar PCA) 
1ml1ml 
 
INCUBAÇÃO 
37ºC/48H 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 55
Apêndice E. Esquema para pesquisa de Enterococcus sp. em água (NMP/100mL). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TESTE PRESUNTIVO 
Caldo Azida (concent. 
simples e dupla) 
 Amostra de água 
0,1ml 1ml 10ml 
ESTUFA 35ºC/48 horas 
 (D) (S) (S) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tubos (+) 
(Turvos) 
TESTE CONFIRMATIVO 
Agar m-Enterococcus 
ESTUFA 35°C/24 horas 
 
 0,1ml 1ml 10ml 
 Identificação 
Bioquímica 
Isolamento das colônias 
típicas 
 
 56
Apêndice F. Esquema para pesquisa de Pseudomonas sp. em água (NMP/100mL) 
 
 
 
 
 Conc. ( D ) 
ESTUFA 
37ºC/48 horas 
 
Teste confirmativo positivo em caldo acetamida para a presença de 
Pseudomonas aeruginosa (cor púrpura ou rosa intenso) 
Amostra de água 
 0,1ml 1ml 10ml 
Teste presuntivo 
Caldo Asparagina 
Teste presuntivo positivo (presença de uma fluorescência 
esverdeada na luz ultravioleta) 
Teste confirmativo 
Caldo Acetamida 
 Conc. ( S ) Conc. ( S ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57
Apêndice G. Enumeração de Coliformes a 45ºC em Águas de Praia (Balneabilidade). 
 
 90 mL Água Marinha Sintética 
10mL 1mL 0,1mL 
AMOSTRA 
10 mL 
ESTUFA a 35ºC
24/48 horas 
2 alçadas
Coliformes a 45ºC 
Banho-Maria
45ºC/24 horas 
Caldo 
E.C. 
Gás (-)
Ausência de 
coliformes 
fecais 
Gás (+)
Presença de 
coliformes 
fecais 
 Tubos positivos → turvação com produção de 
gás no tubo de Durham 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 58
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION. Standard Methods for the Examination 
of Water and Wastewater. 18 ed. Washington/D.C: APHA/AWWA/WEF.1992. 
JAY, J.M. Microbiologia de alimentos. 6.ed. Porto Alegre: ArtMed, 2005. 
MACÊDO, J.A.B. Águas & Águas. São Paulo: Varela, 2001. 
SILVA, N.; NETO, R.C.; JUNQUEIRA,V.C.A.; SILVEIRA, N.F.A. Manual de métodos de 
análise microbiológica da água. Campinas: ITAL/Núcleo de Microbiologia, 2000. 
SOARES, J.B.; MAIA, A.C.F. Água: microbiologia e tratamento. Fortaleza: EUFC, 1999.

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