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Projeto Integrador De Competência em Pedagogia 1
Aluno: Ana Luiza D’ Alessandro Pimenta
RGM: 27458369
Polo: Itapecerica
Tutor: Natalia Mendonça Conti
A transformação da educação
Dona Jacira está muito contente porque hoje é o dia de sua formatura na turma de alfabetização do Centro Comunitário. Finalmente aprendeu a ler e escrever. Quando tinha 7 anos, o pai não a deixou ir á escola, disse que isso só servia para escrever cartinhas para namorados. Ela precisava ajudar a mãe na cozinha da fazenda onde trabalhavam e em 1950, o pai dizia que pretos e pobres não precisam de escola. Porém, as coisas mudaram e dona Jacira precisou morar na cidade, onde leitura e escrita eram muito importantes e ela dependia de outras pessoas para fazer coisas muito simples, como tomar um ônibus. Agora, mesmo idosa, seria mais independente do que nunca.
Analisando as mudanças que ocorreram na sociedade brasileira a partir da década de 1950, explique as razões pelas quais as crianças abandonavam a escola em décadas anteriores e porque questões que envolvem as desigualdades de gênero e étnico-raciais, como o fato de dona Jacira ser mulher, negra e pobre, podem ter sido motivações para a sua saída da escola.
Antigamente a educação era algo privado a pessoas ricas ou valoráveis da sociedade, onde pessoas menos favorecidas social e economicamente, deixavam de frequentar a escola. A educação, por décadas, foi considerada luxo de poucos, onde as pessoas de classes econômicas inferiores, tinha a cultura de ver a escola como algo supérfluo para suas realidades. Por muito tempo, a educação e o acesso a escola foi benefício de pessoas de classes econômicas superiores, em sua maioria, brancas, com posses, e com nível de ascensão social elevado. Em uma prévia análise ao momento histórico social dos anos de 1950, temos claramente a visão escravagista, onde as pessoas negras eram tidas como posses, sendo utilizadas para servir. 
A realidade de Dona Jacira como a de muitas pessoas da época, relata claramente a crença costumeira das pessoas de classe baixa e negras, onde além da ignorância e machismo culturais da época, havia ainda a inobservância da importância do estudo e da “educação’’, pois, acreditavam que o ‘‘saber’’ era desnecessário para as suas realidades. A ignorância do pensar machista, atrelada á posição e função social da pessoa negra vivida nessa época, só contribuía para o distanciamento dessas pessoas da educação, onde, uma menina, negra, deveria então ajudar seus pais nas tarefas domésticas, cozinhando, limpando, servindo, não devendo se importar com mais nada além dessas funções.
A educação brasileira sofreu imensas mudanças com o passar do tempo. Na atualidade a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação- é normativa, a lei, que rege o ensino do nosso país, sendo por causa dessa lei que a educação nos dias de hoje é obrigatória desde os 4 anos de idade, porém, nem sempre foi assim.
A primeira LDB brasileira já estava prevista em 1934, porém, após anos de debate essa lei foi colocada em prática, por volta de 1961. Sendo a partir desse momento, que a educação, que não tinha documento formalizado, passou a ser levada mais a sério e foi dividida em: Ensino Primário- possuindo 4 séries e aulas iniciais a partir dos 7 anos de idade; Ensino médio – dividido em dois ciclos que eram o ginasial, contendo 4 séries e o colegial, contendo 3 séries, além disso esse período escolar poderia ser uma educação técnica, para áreas de trabalho industrial, agrícola ou comercial;
Universitário- que correspondia a educação superior. Nesta primeira LDB somente o ensino primário era obrigatório, porém se as famílias solicitassem a dispensa da criança para fins de trabalho, esse pedido era concedido. Em 1971 muda toda a normativa da educação e surge as nomenclaturas utilizadas nos dias de hoje. Em 1988 a Constituição Federal é promulgada e uma das considerações é a criação de uma nova LDB.
Essa nova LDB é aceita anos mais tarde, 1996, sendo nela que fixada a obrigatoriedade do ensino fundamental e ensino médio. Um aspecto importante de ser destacado é que a erradicação do trabalho infantil só foi realizada a partir de 2002, portanto, podemos entender o que ocorreu com a Jacira.
A desigualdade das condições era logo extrema na época, principalmente em um período que o preconceito ainda estava fortemente enraizando e, naquela época, os negros e pobres não tinham oportunidades e muitas vezes tinham que ajudar as famílias.
A época que a Jacira era criança não tinha conselho tutelar e nem leis que defendiam os direitos das crianças e dos negros, sendo os privilégios todos para as classes mais abastadas. A situação mudou muito e, felizmente, se a Jacira fosse criança na atualidade seria obrigatória a presença dela na escola.
Referências
BRASIL. Ministério da educação. Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Brasília: MEC,2007
OLIVEIRA, D.A. Do nacional-desenvolvimento ao globalismo: educação para que? In:
OLIVEIRA, D.A. Educação básica: gestão do trabalho e da pobreza. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, pp.188-243.

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