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04_Conhecimentos_Especificos

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1 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Contagem-MG 
PEB 1 
 
 
Fundamentos da Educação: abordagens históricas, filosóficas, sociológicas e psicológicas. 
A Instituição escolar e o projeto educativo brasileiro ................................................................ 1 
Compromisso social e ético do professor na formação de cidadãos .................................... 1 
Planejamento escolar coletivo: currículo, práticas pedagógicas, avaliação da aprendizagem
 ............................................................................................................................................... 10 
Relação professor-aluno .................................................................................................... 10 
Interdisciplinaridade ........................................................................................................... 15 
Didática e processo ensino-aprendizagem: saberes escolares, métodos e técnicas, recursos 
didáticos, monitoramento, avaliação do processo ensino-aprendizagem, manejo da sala de aula 
e o uso de tecnologias digitais em sala de aula. Processos democráticos e participativos na 
escola: gestão escolar, gestão da sala de aula, projeto político-pedagógico, projetos de 
trabalho, plano de ensino, plano de aula, plano de desenvolvimento individual, intervenção e 
mediação pedagógica ............................................................................................................ 22 
Relação família-escola: conselho comunitário, conselho escolar, reunião pedagógica, 
reunião de pais, conselho de classe e assembleias ............................................................... 22 
A infância no Brasil: percursos históricos ........................................................................... 30 
Base Nacional Comum Curricular: fundamentos pedagógicos, estrutura e competências 
gerais ..................................................................................................................................... 45 
Alfabetização e Letramento ............................................................................................... 66 
Construção da competência leitora e escritora das crianças. O texto como unidade de 
ensino. Diversidade textual e gêneros discursivos ................................................................. 72 
Educação Matemática: fundamentos e metodologias, unidades temáticas, objeto de 
conhecimento e competências ............................................................................................... 93 
Noções gerais sobre Natureza e Sociedade para os anos iniciais do Ensino Fundamental: 
unidades temáticas, objeto de conhecimento, letramento científico e competências. Ciências 
Humanas: unidades temáticas, objeto de conhecimento e competências ............................ 107 
Interdisciplinaridade ......................................................................................................... 110 
Desenvolvimento e aprendizagem: as contribuições de Piaget e Vygotsky para a educação 
escolar ................................................................................................................................. 110 
Temas contemporâneos: bullying .................................................................................... 118 
Diversidades .................................................................................................................... 122 
Escolha da profissão docente .......................................................................................... 143 
Formação continuada ...................................................................................................... 148 
Inclusão ........................................................................................................................... 156 
Comunicação não violenta na escola ............................................................................... 165 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1632235 E-book gerado especialmente para MARIA APARECIDA DOS SANTOS
 
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Olá Concurseiro(a), tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1632235 E-book gerado especialmente para MARIA APARECIDA DOS SANTOS
 
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Prezado(a) Candidato(a), tais conteúdos já foram abordados na apostila de Conhecimentos 
Políticos - Pedagógicos e Legislação. 
 
 
 
A formação do professor é muito precária, sem dimensão ética no ato de desenvolver a prática 
pedagógica. Sendo que a mesma cumpre um papel indispensável na educação. 1 
O professor precisa levar em consideração dois aspectos fundamentais na pedagogia como 
método do ato de ensinar: a questão técnica e o ato político, são diferentes em si, mas articulados 
na prática pedagógica. 
Um terceiro aspecto que não pode ser desconsiderado refere-se à Ética que é o elemento 
mediador por meio da Filosofia desenvolve a prática problematizadora. 
Terezinha destaca a necessidade de compreender de forma científica o mundo político, com a 
finalidade para intervir nas relações na sociedade com a perspectiva de mudar o próprio mundo político, 
visando o estabelecimento das relações justas. 
Sua prática pedagógica destaca-se em uma educação essencialmente entendida na ação da Filosofia 
Política e da Ética, na busca da compreensão entre o conhecimento do senso comum e do saber 
científico, sendo que a Filosofia é o conhecimento do saber complexo total dos objetos em estudos. 
A realização de um saber construído socialmente, na perspectiva dialética do ser e dever ser, ou seja, 
do ideal de sociedade que deve ser construída. Portanto, a educação é uma ação de transformação, uma 
educação que não transforma não é educadora. 
As relações estabelecidas do ponto de vista político são relações de poder, que estabelecem sujeitos 
distintos uns impondo sobre a vontade dos outros por meio do poder político. 
A capacidade de modificar o comportamento um do outro do ponto de vista da política é diferente em 
relação à intervenção a natureza. 
A educação é uma dimensão da práxis, entendida em diferentes componentes: econômico, a questão 
do trabalho, a produção da vida material, o político, o que rege as práticas institucionais do poder, e ético 
o que determinam os valores de tais práticas. 
Para Rios a Filosofia da educação atua como instrumento de ajuda as práticas dos sujeitos da 
educação, na busca da superação das contradições, ligando as demais ciências na mesma prática na 
defesa do mecanismo da educação, no caminho do fazer educativo. Educam-se quando transformam. 
Fazer educação no Brasil é antes de tudo compreender a realidade brasileira, sua organização no 
capitalismo entendendo os mecanismos contraditóriosda própria realidade, no processo pedagógico. 
Educação é um fenômeno da história política social dentro do contexto social da cultura produzida, 
sendo a transmissão da mesma pelo caminho da transformação do homem através do trabalho. 
O mundo apresenta duas realidades, a que se refere ao mundo da natureza, que independe do homem, 
mais especificamente as leis naturais, a outra, a produção da cultura no mundo. 
A cultura é uma construção do homem das necessidades da natureza humana, formulada pela 
linguagem. As diferenças do mundo natural com mundo artificial ou do mundo da formulação, sendo o 
que o último se realiza pelo ato da construção e da reconstrução. 
Portanto, a cultura é algo inventado, quase sempre ideológica quando justificam fins discriminatórios, 
a cultura não é apenas o acúmulo dos processos de sínteses, o que se denomina de erudição, mas o 
resultado do trabalho humano, da ação do homem na transformação da natureza, nesse sentido que 
nasce o aspecto da ação política para transformação do mundo. 
A cultura é transmitida por diversos meios entre eles a escola, o que foi acumulado pela sociedade, 
objetivo do saber científico, contra o saber ideológico e para formar pessoas como agentes da construção 
da sociedade, ação que necessariamente terá que ser política. 
 
1 VASCONCELOS, E. D. de; Ética e Competência. Resenha do livro de RIOS, Terezinha. Ética e competência. São Paulo: Cortez, 2003. 
Fundamentos da Educação: abordagens históricas, filosóficas, sociológicas e 
psicológicas. A Instituição escolar e o projeto educativo brasileiro 
 
Compromisso social e ético do professor na formação de cidadãos 
 
1632235 E-book gerado especialmente para MARIA APARECIDA DOS SANTOS
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2 
 
A escola tradicional tem como objetivo desenvolver uma educação que sustentam as relações sociais 
da produção, ou seja, na defesa ideológica do capitalismo, dividido em classes antagônicas: burguesia e 
o proletariado, sustentado pela principal contradição capital e trabalho. 
A escola enquanto prática de ensino coloca valores e crenças ideologias nas formulações de domínios, 
valores das representações burguesas que sustentam o capitalismo enquanto forma de dominação. 
A escola brasileira é permeada pela ideologia burguesa liberal, a perspectiva não é a construção da 
Ética, pelo menos no caminho da transformação justa, não existe uma crítica ao modelo dominante do 
desenvolvimento da produção capitalista. 
A escola não tem perspectiva de superação das contradições, sem uma análise crítica das ideologias, 
foi formulada pela escola nova dos anos 30 a 60, uma visão crítica ingênua da educação, como se a 
escola fosse o mecanismo de mudança social, se fizesse uma revolução no mundo das ideias, a 
sociedade política seria transformada. 
O pressuposto dessa ideologia iluminista como se a escola fosse uma instituição fora do mundo da 
produção, a outra tendência ingênua pessimista, como se escola apenas produzisse a reprodução das 
ideologias capitalistas, portanto a escola não seria de nenhum modo um mecanismo de transformação. 
Um compromisso autêntico pedagogicamente uma escola que não defende os compromissos 
antagônicos, a educação voltada para desenvolvimento da consciência crítica com objetivo da mudança 
política da sociedade, a superação dos modelos de dominação. O educador deve atuar como intelectual 
orgânico no processo da produção da consciência crítica. 
Uma sociedade dividida em classes em que parte significativa da sociedade tem o acesso ao saber 
negado. A escola qualifica a pessoa de forma errada, com aquele que é proprietário de um saber que 
não pode ser compartilhado, reforçando as atitudes do individualismo liberal. 
Rios acha que é possível mudar a sociedade mudando a escola numa perspectiva de construção do 
espaço construindo uma escola de consenso e persuasão, como explicitação dos elementos da 
competência e da prática docente. 
O discurso pedagógico dominante oculto nas contradições na sua forma axiológica, mas por meio da 
própria axiologia poderá desocultá-las construindo o significado político da transformação articulado com 
a questão técnica do método usado na construção do saber político. 
Desse modo numa ação da desconstrução e reconstrução, o professor é sempre o mediador entre o 
aprendiz e a realidade, atuando também para a transformação de todos, com objetivo de estabelecer o 
diálogo entre o aluno e a realidade. 
Na educação é necessária a existência entre competência pedagógica e utopia no caminho da 
superação do passado e na construção da nova sociedade política produtiva. A competência é construída 
no dia a dia ao novo ideal a ser atingido. A superação dos antagonismos prejudiciais ao humano. 
Por fim Terezinha Rios ressalta a necessidade de o educador compreender a complexidade da 
sociedade capitalista naturalmente para a transformação da mesma em defesa dos direitos fundamentais 
da humanidade. 
Numa profunda articulação entre técnica, a ética e a política sem perder o sonho de um mundo melhor 
para todos. O que não poderá ser realizado no atual modo capitalista de produção das riquezas. 
 
Ética Profissional: (Re) Pensando Conceitos e Práticas2 
Vivemos um momento, num país e num mundo em que as pessoas não são incentivadas a refletir 
sobre seu comportamento ou sobre o bem coletivo. Época do individualismo exacerbado, do consumismo 
desenfreado, da acumulação de bens e de informações, da busca do sucesso a todo custo e do 
descartável (quem não “serve” = produz bens de capital = deve ser descartado). É também a época da 
impaciência e da intolerância, onde a legitimação da hipocrisia e da corrupção tem consequências piores 
do que o próprio ato de corromper e falsificar. 
No entanto, se quisermos sobreviver como seres humanos, se quisermos continuar habitando este 
maravilhoso planeta e se quisermos manter a liberdade e a democracia, teremos que pensar e fazer 
ÉTICA, educando para a cidadania e para a preservação de valores como igualdade, tolerância e 
dignidade. 
 
 
 
 
 
 
 
2 NEME, C. M. B. Ética profissional: repensando conceitos e práticas / Carmem Maria Bueno Neme, Márcia Cristina Argenti Perez In: Práticas em educação especial 
e inclusiva na área da deficiência mental / Vera Lúcia Messias Fialho Capellini (org.). - Bauru: MEC/FC/SEE, 2008. 
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Ética: Alguns Conceitos Importantes 
 
Ética pode ser entendida como uma reflexão sobre comportamentos humanos, de uma maneira 
diferente do que fazem os psicólogos, os sociólogos, os biólogos ou outros estudiosos do comportamento 
humano3 
A reflexão sobre nossas ações e a própria realização de determinadas ações e não de outras, 
pode ser denominada como ÉTICA. 
Fazer ética é refletir sobre o comportamento humano, buscando identificar o que é bom ou mau, correto 
ou incorreto, construtivo ou destrutivo, na perspectiva da vida e da qualidade de vida individual e coletiva. 
De acordo com Valls, os problemas teóricos da ética podem ser separados didaticamente em dois 
campos: 
- Os problemas gerais e fundamentais (consciência, liberdade, valor, bem, lei, etc.). 
- Os problemas específicos de aplicação concreta (ética profissional, ética política, ética sexual, 
bioética, etc.). 
Na vida real, esses problemas tratados de diferentespontos de vista pelas diferentes áreas do 
conhecimento humano, não aparecem separadamente. Além disso, ética não é um conjunto de 
regulamentos prontos e definitivos que podem ser consultados quando temos que decidir sobre alguma 
conduta. Também não é algo que pertence à nossa natureza: não há uma “natureza humana” que defina 
o que é bom ou mau, antes da reflexão. Tudo isso depende do conjunto de regras pertinentes a um grupo 
social (moral). Vale lembrar que as pessoas mudam, assim como os conceitos, os valores e as culturas 
se modificam com o tempo. 
O que é bom ou mau passa por critérios socioculturais e históricos, antes que se tenha um 
posicionamento individual. Para Gianotti, existem muitas formas de moralidade, sendo que cada grupo 
social ou profissional tem sua identidade, delineada por normas consentidas. A infração destas normas 
gera censura ou mesmo a exclusão daquele grupo determinado. 
Quando a reflexão e a decisão relacionam-se a condutas profissionais, a questão é ainda mais 
importante, pois implica em se assumir normas de conduta que devem ser postas em prática no exercício 
da atividade profissional. Um bom exercício profissional significa não apenas competência teórico-técnica, 
mas a capacidade de respeitar e ajudar a construir a dignidade, a cidadania e o bem-estar daqueles com 
os quais nos relacionamos e que dependem de nossa ação. 
A Ética como ramo da Filosofia surgiu com os grandes filósofos da antiga Grécia, a partir das reflexões 
de Sócrates, Platão e Aristóteles, prosseguindo e se modificando com os Romanos e no decorrer de toda 
a história do conhecimento humano. 
No século XX, após a Segunda Guerra Mundial, o mundo se transformou pelo sofrimento e reflexão 
gerados por esse conflito armado que afetou valores, conceitos e a vida da população mundial. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos baseou-se em princípios antigos que foram retomados 
e fortalecidos pela Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade constituem a fonte na qual 
nos inspiramos para buscar uma vida justa, digna e cidadã, em que as discriminações e os preconceitos 
não tenham mais lugar. 
 
A Noção Ética Moderna: A Ética e a Moral 
Ética não se constitui em um catálogo de valores particulares e alheios à prática dos grupos sociais, 
das sociedades e das áreas do saber. Para Chauí, a ética moderna trata de um determinado coletivo, 
como ele se desenvolveu e como age. Já, a moral - um dos objetos da ética - é um conjunto de regras 
gerais de uma sociedade que, ao ser introjetada pelas pessoas, torna-se uma questão de consciência 
individual. 
Ser moral significa se adequar e viver de acordo com as normas de uma determinada sociedade. Ser 
imoral significa conhecer as normas e não as seguir. O indivíduo considerado amoral é o que não segue 
as normas sociais por desconhecê-las ou não compreender os seus valores. 
A ética, entretanto, está acima da moral: ela analisa e critica a moral, embora com ela se 
relacione. A moral diz respeito aos conceitos abstratos de certo e errado para cada consciência, 
enquanto a ética procura resolver os dilemas dos grupos por meio da reflexão e do debate social 
acerca da ação concreta desta ou daquela comunidade. A ética, portanto, relaciona-se com o 
Direito, com a Justiça, com a Política, com as Leis e com as práticas científicas e profissionais. 
 
 
3 VALLS, A.L.M. O que é ética. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 2006. 
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Ser ético significa viver coerentemente com uma linha ética, aproximando o que penso daquilo que 
faço, buscando o benefício e a qualidade de vida de todos, da humanidade. A finalidade da ética é orientar 
a prática. 
Mas como encontrar os limites, as sínteses de muitos particulares, de muitas determinações; o que é 
o bem para a coletividade? 
Ao discutir a existência ética, Chauí trata da diferenciação entre senso e consciência moral. Para a 
autora, nossos sentimentos e ações, assim como nossas dúvidas acerca da correção de uma determinada 
decisão, exprimem nosso senso moral. O julgamento (razão) sobre a decisão a tomar se dá por meio de 
nossa consciência moral, posta em ação pelo senso moral. O senso e a consciência moral, desta forma, 
relacionam-se aos valores (justiça, integridade, generosidade; etc.), aos sentimentos gerados pelos 
valores (vergonha, culpa, admiração, raiva, dúvida, etc.), bem como às decisões tomadas (ações e suas 
consequências individuais e coletivas). 
Portanto, o senso moral e a consciência moral não são dados pela natureza: são indissociáveis da 
cultura, são escolhas das pessoas que vivem numa determinada cultura ou grupo. Para Chauí, os 
conteúdos dos valores podem variar, mas sempre estão ligados a um valor mais profundo: o BEM. Por 
meio de nosso juízo de valor é que definimos comportamentos como BONS ou MAUS. Nosso juízo ético 
de valor fundamenta-se em normas que determinam o que deve ser feito, quais obrigações, intenções e 
ações são corretas ou incorretas. 
Embora as pessoas possuam aspectos próprios, individuais, particulares, que devem ser levados em 
conta, têm também aspectos comuns, adquiridos na vida coletiva. 
Ninguém nasce “pai”, “mãe”, “advogado”, “cientista” ou “professor”. “Ser” isto ou aquilo, só tem sentido 
dentro de uma comunidade concreta, que se identifica com determinados paradigmas e que definem a 
ética de seu grupo. 
Da mesma forma, ninguém nasce cidadão: torna-se cidadão pela educação. É o convívio com os outros 
que nos torna humanos, e é a educação que forma o homem para a vida social ou comunitária. 
Cidadania, dignidade, autonomia, tolerância e outros valores éticos não nascem com a gente. É um 
contínuo processo de aprendizagem; uma busca incessante do homem em sua trajetória histórica. Tais 
valores (abstratos) só se tornam concretos (ética) por meio da análise crítica, da reflexão e do 
conhecimento; de sentimentos, da consciência e de ações. 
As questões éticas estão relacionadas à nossa vida intersubjetiva e dependem de nossa 
consciência moral: valores e sentimentos; decisões e ações relacionadas aos conceitos de BEM 
e de MAL, do que é construtivo ou destrutivo para as pessoas e para a sociedade. 
Uma boa educação escolar é fundamental para a erradicação da miséria e da ignorância, bem como 
para a construção de um país melhor. Para isto, é preciso enfrentar os dilemas e as contradições da 
educação e da escolarização como direito e oportunidade para todos. 
 
As pessoas mudam; a sociedade, os modelos de família, as relações entre as pessoas e o estilo 
de vida mudaram muito nas últimas décadas. A escola e o educador precisam refletir sobre estas 
mudanças e repensar valores e ações, construindo uma nova práxis. 
 
A Ética Profissional: A Ética do Professor 
A base de uma sociedade democrática reside na educação pública de qualidade, que ofereça a todos 
as mesmas oportunidades educativas. Esta garantia é fundamental para o bem-estar e o desenvolvimento 
em todos os sentidos, de todas as crianças e jovens de uma sociedade. 
Todos devem estar seriamente comprometidos com uma educação de qualidade que promova o 
desenvolvimento das capacidades das pessoas, para que possam viver uma vida plena, contribuindo 
para o bem-estar de toda a sociedade. 
O professor e a equipe escolar são elementos-chave para que os princípios de igualdade de 
oportunidades, tolerância, justiça, liberdade e confiança na comunidade passem da reflexão à ação, 
eliminando preconceitos e discriminações que impedem a vida e a qualidade de vida de tantas crianças 
e jovens em nossa sociedade. O exercício de critérios responsáveis está no centro da atividadeprofissional e das ações dos professores e equipe escolar. 
A Ética profissional começa com a reflexão e deve ser iniciada antes da prática profissional. Ao 
escolher uma profissão, todo indivíduo passa a ter responsabilidades e deveres profissionais obrigatórios. 
Ser ético é basicamente aprender a agir sem prejudicar os demais, pensando também na felicidade e 
alegria de viver. 
Como educador, ser ético é gerar possibilidades de escolha, mesmo quando as condições 
socioculturais são marcadas pela falta de recursos. É gerar condições para que barreiras possam ser 
ultrapassadas. 
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Nas palavras do educador: “Não se pode oferecer uma escola pobre para o pobre, de tal forma que se 
aumentem as barreiras para a aquisição da cultura”. 
Diferentes autores definem a ética profissional como um conjunto de normas de conduta com uma 
função reguladora da “ética” aplicada ao exercício profissional. A ética profissional regularia a relação do 
profissional com sua clientela, visando a preservação da dignidade humana e do bem-estar no contexto 
social e cultural no qual a profissão é exercida. Todas as profissões estão vinculadas à ética profissional, 
mesmo que esta não se expresse por um conjunto de normas ou código específico. 
De modo geral, as profissões estão referidas a regulamentos que determinam sua natureza e seus 
limites, com um caráter normativo e até mesmo jurídico. 
A ética profissional é construída a partir de questões amplas e muito importantes que vão além do 
campo profissional específico. Dilemas como o aborto, a pena de morte, a eutanásia, a violência, o 
suborno, a corrupção, o desemprego, dentre tantas outros que hoje enfrentamos, são questões morais 
que pedem uma profunda reflexão ética de todos os profissionais, em qualquer área da atividade 
profissional. 
A ética não pode ficar confinada à dimensão privada e individual. Grandes problemas éticos se 
localizam na família, na sociedade civil e no Estado. Cada profissional tem responsabilidades que 
extrapolam o individual, configurando-se responsabilidades sociais que envolvem não só os que 
dependem de seu trabalho, mas a sociedade como um todo. 
A ação profissional requer competência e eficiência, além de atitudes e condutas consonantes com 
princípios éticos essenciais. Uma classe profissional se define pela natureza comum do conhecimento 
exigido e pela identidade de habilidades específicas, necessárias ao desempenho de uma determinada 
profissão dentro de uma sociedade. 
O desempenho profissional ético, depende de qualidades pessoais que podem ser adquiridas com 
esforço no decorrer da atividade profissional e que, integradas ao modo de ser do profissional, facilitam 
a incorporação e o desempenho dos deveres profissionais. 
É por meio da compreensão do mundo, dos outros e de nós mesmos, além das interações entre todos, 
que nos tornamos preparados para o incerto, aprendemos a intervir e estabelecer o alicerce para a 
cidadania. 
 
Ética Profissional: Como é esta Reflexão? 
 
Alguns questionamentos podem ajudar a iniciar esta reflexão. 
 
- Estou agindo coerentemente com os princípios éticos que norteiam minha profissão? 
- Estou sendo um bom profissional, agindo com competência e correção no meu dia-a-dia de trabalho? 
- No desempenho de meu trabalho, estou preocupado com o bem-estar e o desenvolvimento pleno de 
meus alunos, disponibilizando oportunidades verdadeiras para que sejam beneficiados por minha ação 
profissional? 
- Meus relacionamentos profissionais estão voltados para o respeito à dignidade humana e a 
construção do bem-estar no contexto sociocultural em que me encontro? 
- O que faço está adequado ao conjunto de valores e de atitudes essenciais que assumi ao exercer 
esta profissão? Quais são esses valores e atitudes fundamentais? 
- Até que ponto, com minha conduta profissional, estou promovendo a inclusão de meus alunos com 
necessidades especiais; estou sendo autônomo e promovendo a autonomia e a tolerância; estou 
dialogando com meus pares estimulando a ética discursiva, a reflexão ética, a abertura e a empatia? 
- Até que ponto estou agindo eticamente, fazendo o que deve ser feito, independentemente de ter ou 
não alguém me olhando, me supervisionando ou me elogiando? 
- Para que o professor desempenhe seu relevante papel social na promoção de uma sociedade ética, 
é necessário que assuma compromissos profissionais básicos consigo mesmo, com a prática profissional, 
seus colegas de profissão, seus alunos, pais, comunidade e sociedade 
 
A ética na Educação Infantil4 
As propostas pedagógicas da educação infantil devem buscar a interação entre as diversas áreas de 
conhecimento e aspectos da vida cidadã, com conteúdos básicos para a construção de conhecimentos, 
valores, cidadania e ética na criança. 
 
4 SANTOS, P. F. Ética na educação infantil.2012. 
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Recentemente, a legislação educacional brasileira passou a reconhecer a criança, como sujeito de 
direitos - uma “criança cidadã”. Entre os direitos estão: a educação em pré-escolas, creches e instituições 
similares. 
O reconhecimento da importância da infância além do contexto familiar insere-se em amplo movimento 
de luta em defesa dos direitos das crianças, com participação de diversos segmentos sociais de alcance 
mundial, como a Declaração Universal dos Direitos da Criança (1959) e Convenção Mundial dos Direitos 
da Criança (1989), assim como no Brasil, a Constituição Federal (1988), o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (1990), a Lei de Diretrizes e Bases (1996). 
Para que os direitos possam ser concretizados é necessária a ética no trabalho da educação infantil 
para que as crianças possam alcançar a cidadania plena. Assim sendo, a importância da investigação do 
assunto é o de apresentar a ética como um dos principais fundamentos da Educação Infantil, 
considerando que não pode existir direito nem respeito, se não for despertada a consciência ética em 
favor da criança. 
 
O que significa a criança ser reconhecida hoje como sujeito de direitos? Que direitos possuem as 
crianças? Em princípio, pode-se considerar que a noção de direitos remete à ideia de cidadania; ou seja, 
os cidadãos são sujeitos que possuem prerrogativas de uma vida e convivência digna, livre e igualitária 
em relação aos seus semelhantes. Os direitos humanos referem-se, portanto, à própria sobrevivência e 
se caracterizam como históricos, inalienáveis, irrenunciáveis, imprescritíveis, relativos, universais, cuja 
concretização pode ser exigida sempre que houver omissão do responsável. 
Os direitos fundamentais dos cidadãos geralmente são prescritos formalmente em leis e no 
ordenamento jurídico dos países, e correspondem ao dever do Estado em assegurar que sejam 
cumpridos, por meio das políticas públicas. Essas políticas devem defender os valores éticos que 
constituem a condição essencial de respeito à dignidade humana. Partindo desses princípios que surge 
a ética. 
Sendo assim, é possível observar que hoje, a ética se apresenta como uma disciplina de formação 
moral na Educação. A ética e a educação estão unidas, porque existe a necessidade de se respeitar a 
cultura da criança, acompanhando as transformações que surgiram com seus conceitos históricos, 
alcançando os dias atuais. 
Os profissionais da EducaçãoInfantil promovem no aluno os valores éticos, pois como foi descrito 
pelos autores estudados, o educador deve ter como objetivo oferecer à criança o desenvolvimento da 
autonomia, capacitando-a a construir as suas próprias normas. Contudo, essa construção deve ser 
orientada, pois é fundamental à criança nessa fase escolar, aprender o que é certo ou errado, o que pode 
ou não prejudicar o seu semelhante. 
Assim, verifica-se que essa questão é problema relegado em relação à sua importância, porque não 
se cuida da formação da conduta infantil, mas deixa-se que ela se forme. É nesse aspecto que está 
envolvido um requisito essencial para que a estrutura mental se oriente para uma direção correta: a 
disciplina. 
Sucede que, a mente da criança se exercita e se forma, tomando conformações que jamais se alterarão 
substancialmente, pois as estruturas sociais, cognitivas, físicas e emocionais se fixam. 
Nesse processo da Educação Infantil é necessário ao educador compreender a criança em sua 
individualidade, atendendo a sua formação emocional, mas impor limites, não esperando pela 
cristalização prematura da perfeição ética. Sempre demonstrar que limite não é um castigo, mas ensinar 
que não se pode fazer tudo o que quer, pois é a partir da compreensão da norma de convivência que o 
pequeno aprende a diferenciar entre o seu pensamento e o dos outros que o cercam. Essa norma que se 
deve revelar viva, altiva, permanente e reguladora de conduta nas mais variadas situações é denominada 
de ética. 
Concluindo, a ética na Educação Infantil, oportuniza à criança, a fácil integração social do ambiente: a 
adaptabilidade no espaço escolar, isentando-a de prejuízos, inibições, constrangimentos e 
inferiorizações, auxiliando-a a conquistar o futuro e a cidadania em sua plenitude. 
 
Postura Ética dos Cuidadores 
 
Cuidador Infantil 
Quem é cuidador? 
- Cuidador é um ser humano de qualidades especiais. 
- Forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. 
- Zela pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da 
pessoa assistida. 
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- Atua como elo entre a criança e a família. 
- Cuidador é um ser humano de qualidades especiais. 
- Forte traço de amor a humanidade, de solidariedade e de doação. 
- Zela pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da 
pessoa assistida. 
- Atua como elo entre a criança e a família. 
 
O que é Cuidar? 
Cuidar é um ato de preservação, aprendido por meio das experiências vividas e dos saberes 
desenvolvidos pela cultura da qual fazemos parte. Este ato se traduz em atitudes e comportamentos 
relacionados à atenção, ao zelo, ao respeito aos limites, à cautela, tanto frente a si próprio e como frente 
ao outro. O perfil de cuidador é próprio e individual, cujos conhecimentos e habilidades se refletem nas 
atitudes de cuidar de si, do outro e na própria disponibilidade interna em se deixar cuidar pelo outro. 
 
Quais são as tarefas do Cuidador? 
De atuar, com competência e responsabilidade, realizando as atividades com domínio as práticas de 
cuidados e desenvolvimento da criança, desde o nascimento até os 6 anos de idade, tendo os 
conhecimentos fundamentais para a inserção no mundo do trabalho; atuando no atendimento 
individualizado ou coletivo. A organização curricular, bem como as atividades pedagógicas propostas, 
visam à preparação de um profissional apto ao desenvolvimento de cuidados às crianças. 
 
A Ética Profissional 
É um conjunto de atitudes e valores positivos aplicados no ambiente de trabalho. A ética no ambiente 
de trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamento das atividades da empresa e das 
relações de trabalho entre os funcionários. 
 
Vantagens da ética aplicada ao ambiente de trabalho: 
- Maior nível de produção na empresa; 
- Favorecimento para a criação de um ambiente de trabalho harmonioso, respeitoso e agradável; 
- Aumento no índice de confiança entre os funcionários. 
 
Exemplos de atitudes éticas num ambiente de trabalho: 
- Educação e respeito entre os funcionários; 
- Cooperação e atitudes que visam à ajuda aos colegas de trabalho; 
- Divulgação de conhecimentos que possam melhorar o desempenho das atividades realizadas na 
empresa; 
- Respeito à hierarquia dentro da empresa; 
- Busca de crescimento profissional sem prejudicar outros colegas de trabalho; 
- Ações e comportamentos que visam criar um clima agradável e positivo dentro da empresa como, 
por exemplo, manter o bom humor; 
- Realização, em ambiente de trabalho, apenas de tarefas relacionadas ao trabalho; 
- Respeito às regras e normas da empresa. 
 
Relação Interpessoal 
Cinco pilares do relacionamento interpessoal no trabalho 
- Entre os relacionamentos que temos na vida, os de trabalho são diferenciados por dois motivos: um 
é que não escolhemos nossos colegas, chefes, clientes ou parceiros; o outro é que, independentemente 
do grau de afinidade que temos com as pessoas do ambiente corporativo, precisamos funcionar bem com 
elas para realizar algo junto. 
- Esses ingredientes da convivência no trabalho nos obrigam a lidar com diferenças de opinião, de 
visão, de formação, de cultura, de comportamento…. Fazer isso pode não ser fácil, mas é possível se 
basearmos nossos relacionamentos interpessoais em cinco pilares: autoconhecimento, empatia, 
assertividade, cordialidade e ética. 
 
Autoconhecimento: fundamental para administrar bem os relacionamentos, autoconhecimento 
implica reconhecer nossos traços de comportamento, o impacto que causamos nos outros e que 
comportamentos dos outros nos incomodam 
 
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Empatia: trata-se de considerar os outros, suas opiniões, sentimentos e motivações. A empatia 
também nos torna capazes de enxergar além do próprio umbigo e ampliar nossa percepção da realidade 
com os pontos de vista dos outros. Entre as várias coisas que se pode fazer para praticá-la, a mais básica 
é saber ouvir. 
 
Assertividade: para ter relacionamentos saudáveis, não basta ouvir: é preciso também falar, 
expressar nossas opiniões, vontades, dificuldades. É aí que entra a assertividade, a habilidade para nos 
expressar de forma franca, direta, clara, serena e respeitosa 
 
Cordialidade: tratar as pessoas com cordialidade é ser gentil, solícito e simpático, é demonstrar 
consideração pelo o outro de várias formas. Pode ser com o “bom dia” com que saudamos o destinatário 
de nossa mensagem de e-mail, com o ato de segurar a porta do elevador para alguém entrar ou apanhar 
do chão um objeto que o colega deixou cair. Dizer “obrigado” olhando a pessoa nos olhos, oferecer-se 
para prestar uma ajuda, cumprimentar aquele com quem cruzamos no corredor, mesmo saber seu 
nome… A cordialidade desinteressada, que oferecemos por iniciativa própria, sem esperar nada em troca, 
é um facilitador do bom relacionamento no ambiente de trabalho 
 
Ética: ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os outros, não quebrem acordos e não contrariem 
o que se considera certo e justo. Podemos ter muito autoconhecimento, ser altamente empáticos e 
assertivos, mas, se não nos conduzirmos pela ética, não conseguiremos manter relacionamentos 
equilibrados. 
Fortalecer esses pilares traz melhorias não só para nossas interações no trabalho, mas também para 
as de outras áreas da vida - familiar, afetiva, social, de amizade. Vale a penainvestir nisso - afinal, os 
relacionamentos são a melhor escola para o nosso desenvolvimento pessoal. 
 
Trabalho em Equipe 
Trabalhar em equipe não é apenas trabalhar em conjunto é preciso de compartilhamento. Os 
resultados nunca são alcançados apenas por uma pessoa, é preciso compartilhar com o outro para chegar 
ao objetivo final. 
Procurar desenvolver suas habilidades em equipe é se destacar e dar espaço para a liderança. 
Empresas valorizam profissionais capazes de gerir e motivar os colaboradores, buscando sempre o 
desenvolvimento da equipe e os melhores resultados. 
Confira algumas habilidades fundamentais para se trabalhar em equipe: 
 
Administrar conflitos: é importante saber lidar com os conflitos do dia a dia na empresa. Neste 
sentido, desenvolver a habilidade de conversar para esclarecer os fatos e conciliar as necessidades é 
sempre a melhor opção nesse momento. Assim você gera confiança e afeição da equipe. 
 
Comunicação: saber valorizar a comunicação entre você e os outros colaboradores é fundamental 
para o trabalho em equipe. Escutar e falar na hora certa também é uma habilidade importante para que 
o ambiente se torne agradável e produtivo. 
 
Proatividade: tomar atitude é um ponto positivo. Estar sempre disposto a ajudar e a resolver os 
problemas ajuda no seu desenvolvimento de sua equipe. 
 
Inovar: procurar inovar é sempre importante para o crescimento da empresa e dos profissionais. 
Buscar soluções e alternativas é fazer com que todos cheguem ao melhor resultado com mais 
assertividade e o que é melhor, em pouco tempo. 
 
Confiança: é fundamental desenvolver a confiança entre as pessoas que estão a sua volta. Gerar 
esse sentimento é ganhar um espaço maior na equipe, pois você sempre será o apoio de cada um e 
saberá quando e como contar com cada colaborador. 
Essas habilidades citadas são formas de aprender a importância de cada gesto que você desenvolve 
em sua empresa. Buscar líderes engajados e que consigam colocar em prática o seu trabalho em equipe 
é essencial para o crescimento das organizações. 
 
 
 
 
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Questões 
 
01. (SEE/AL - Professor - CESPE) Em relação aos compromissos sociais e éticos dos professores, 
julgue o item a seguir. 
O professor é uma referência ética e moral para o alunado, por isso suas ações são mais importantes 
que seus discursos. Sendo assim, o professor deve dar primazia aos aspectos sócio-políticos da profissão 
em detrimento aos aspectos técnicos. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
02. (IF/SE - Auxiliar de Biblioteca) Qual é a melhor definição para Ética Profissional? 
(A) É aquela que tem alguns pressupostos acerca do homem e da natureza baseados na teoria da 
evolução: a natureza e o homem são produtos da evolução; 
(B) É aquela que na atividade político-partidária o discurso deve corresponder a práxis (atividade 
prática), visando modificar e transformar a sociedade, as relações de produção e as estruturas sociais; 
(C) É aquela que, durante o exercício profissional, respeita as ideias de seus colegas, os trabalhos e 
as soluções; porém, pode usá-los como de sua própria autoria para benefício da instituição; 
(D) É aquela que estabelece um conjunto de princípios a serem observados pelos indivíduos no 
exercício de uma profissão, na defesa do bem comum e da sociedade; 
(E) É aquela que opera a partir de diversos pressupostos e conceitos que acreditam estarem revelados 
nas Escrituras Sagradas pelo único Deus verdadeiro. 
 
03. (Prefeitura de Palmas/TO - Técnico Administrativo Educacional - COPESE/UFT) Sobre ética 
nas organizações é INCORRETO afirmar: 
(A) Conjunto de princípios básicos que visa disciplinar e regular os costumes, a moral e a conduta das 
pessoas. 
(B) O que se denomina ética profissional existe em praticamente todas as profissões. 
(C) Os códigos de ética oferecem orientações e estabelecem diretrizes para um nível digno de 
convivência profissional. 
(D) Em sentido amplo é utilizada para conceituar deveres e estabelecer regras de conduta dos 
indivíduos no desempenho de suas atividades profissionais. 
 
Gabarito 
 
01.Certo / 02.D / 03.D 
 
Comentários 
 
01. Resposta: Certo 
Para Rios todas as competências são importantes, porém, a dimensão ética é chamada de dimensão 
fundante da competência, porque a técnica, a estética e a política ganham seu significado pleno quando, 
além de se apoiarem em fundamentos próprios de sua natureza, se guiam por princípios éticos. 
 
02. Resposta: D 
As questões éticas estão relacionadas à nossa vida intersubjetiva e dependem de nossa consciência 
moral: valores e sentimentos; decisões e ações relacionadas aos conceitos de BEM e de MAL, do que é 
construtivo ou destrutivo para as pessoas e para a sociedade. 
 
03. Resposta: D 
Regras de conduta = moral e não ética. 
Ser moral significa se adequar e viver de acordo com as normas de uma determinada sociedade. Ser 
imoral significa conhecer as normas e não as seguir. O indivíduo considerado amoral é o que não segue 
as normas sociais por desconhecê-las ou não compreender os seus valores. 
A ética, entretanto, está acima da moral: ela analisa e critica a moral, embora com ela se relacione. A 
moral diz respeito aos conceitos abstratos de certo e errado para cada consciência, enquanto a ética 
procura resolver os dilemas dos grupos por meio da reflexão e do debate social acerca da ação concreta 
desta ou daquela comunidade. A ética, portanto, relaciona-se com o Direito, com a Justiça, com a Política, 
com as Leis e com as práticas científicas e profissionais. 
 
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Prezado(a) Candidato(a), tais conteúdos já foram abordados na apostila de Conhecimentos 
Políticos - Pedagógicos e Legislação. 
 
 
 
A interação entre professor e o aluno 
 
A relação professor e aluno é uma categoria fundamental do processo de aprendizagem, pois dinamiza 
e dá sentido ao processo educativo. Essa relação deve estar baseada na confiança, afetividade e respeito, 
cabendo ao professor orientar o aluno para seu crescimento interno, isto é fortalecer – lhe as bases morais 
e críticas, não deixando sua atenção voltada para o conteúdo a ser dado. 
Segundo Libâneo5 o professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também 
ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e 
dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram 
como eles estão agindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos 
conhecimentos. 
Apesar de estar sujeita a um programa, normas da instituição de ensino, a interação do professor e do 
aluno forma o centro do processo educativo. Muitos fatores influenciam as relações entre os alunos e o 
professor, todavia a visão sobre o papel da educação que o professor e os alunos possuem torna-se uma 
orientação primordial para o trabalho desenvolvido. Para Freire6, a educação deve estar a serviço da 
humanização das pessoas, já que a educação é uma forma de intervenção no mundo. 
Percebe-se, que nos últimos anos a prática docente têm enfrentado muita dificuldade em seu trabalho, 
o relacionamento tende a ser diferente do passado e o professor precisa acompanhar essas mudanças, 
dentre elas, o convívio de classes sociais, culturas, valores e objetivos diferentes, assim, pode-se dois 
aspectos da interação professor-aluno: Transmissão de conhecimento e a Relação pessoal entre 
professor e aluno e as normas disciplinares impostas. 
Dessa forma, o autor defende queque a aula não pode ser considerada apenas uma mera 
transferência de conhecimento, devendo se preocupar com o conteúdo emocional e afetivo, que faz parte 
da facilitação da aprendizagem. Percebe-se que não estamos falando da afetividade do professor para 
com determinados alunos, nem de amor pelas crianças, de modo que a relação maternal ou paternal 
deve ser evitada, porque a escola não é um lar. 
Na sala de aula, o professor se relaciona com o grupo de alunos, ainda necessite atender um aluno 
especial ou que os alunos trabalhem individualmente, a interação deve estar voltada para a atividade de 
todos os alunos em torno dos objetivos e do conteúdo da aula. 
A escola, como um todo, passa por uma crise de sentido, os alunos não sabem porque vão a ela, a 
falta de significação do que é estudar, a evasão, a reprovação e a violência que existem nas mais 
diferentes formas acabam por transformar a relação entre o professor e o aluno ainda mais conflitante e 
difícil de ser trabalhada. 
O aspecto afetividade influi no processo de aprendizagem e o facilita, pois nos momentos informais, 
os alunos aproximam-se do professor, trocando ideias e experiências várias, expressando opiniões e 
criando situações para, posteriormente, serem utilizadas em sala de aula. O relacionamento baseado na 
afetividade é, portanto, um relacionamento produtivo auxiliando professores e alunos na construção do 
conhecimento e tornando a relação entre os dois menos conflitante, pois permite que ambos se 
conheçam, se entendam e se descubram como seres humanos e possam crescer. 
Educar, do latim educare, é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é 
suscetível de educação, conforme é explicado por Libâneo7: “o ato pedagógico pode ser, então definido 
como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais tanto no nível do intrapessoal como no 
nível de influência do meio, interação esta que se configura numa ação exercida sobre os sujeitos ou 
 
5 LIBÂNEO, J. C. Didática. Coleção Magistério. 2º grau. Série formação do professor. São Paulo: Cortez, 1994. 
6 FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17º ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987. 
7 LIBÂNEO, J. C. Didática. Coleção Magistério. 2º grau. Série formação do professor. São Paulo: Cortez, 1994. 
Planejamento escolar coletivo: currículo, práticas pedagógicas, avaliação da 
aprendizagem 
 
Relação professor-aluno 
 
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grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta 
própria ação exercida. Presume-se aí, a interligação de três elementos: um agente (alguém, um grupo, 
etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, métodos, habilidades) e um educando (aluno, grupo de 
alunos, uma geração) (...)”. 
Dessa forma, podemos também pensar na ideia kantiana de aufklärung (esclarecimento), pela qual o 
homem deve aprender a pensar, o que significa a saída do homem de sua menoridade pela qual o homem 
se torna autônomo, uma vez que, na sua filosofia, a via de conhecimento do belo é a conduta ética exigida 
aos homens que se querem autônomos, isto é, não facilmente governáveis por outrem. 
O homem fica na menoridade à medida que se recusa a pensar por conta própria, se recusa a viver 
autonomamente, pois é mais cômodo, de fato, viver sob a tutela natural da família ou do Estado, por 
exemplo. 
A menoridade significa depender do outro para pensar, é mais fácil ser menor em nossa sociedade 
quando, para viver, não se depende do próprio pensar, quando o outro pode fazê-lo. Ao professor, cabe, 
então, propiciar ao aluno a possibilidade de utilizar seu pensamento para crescer, se libertar e sair da 
menoridade, da submissão do seu pensamento ao pensar de outra pessoa. Na relação professor-aluno, 
o professor, usando da afetividade, poderá entender melhor seus alunos e conseguir elementos para 
atingir seus objetivos. 
Uma forma de o professor interferir, melhorar e consolidar a relação entre o professor e o aluno no 
sentido de explorar as possibilidades da filosofia, é discutir e compreender os pressupostos e as 
concepções de filosofia que estão presentes na sua prática, pois, sem isso, vamos continuar apenas a 
estudar história da filosofia ou alguns temas isolados, sem uma postura filosófica, atendendo apenas a 
necessidades imediatas e curriculares. 
O professor deve constantemente esforçar-se em buscar estas possibilidades e tentar uma discussão 
dos diversos temas trazendo-os para os dias de hoje, para os problemas atuais, tornando o ensino e a 
relação professor aluno proveitosos, assim, deve-se criar uma situação de comunicação entre os alunos 
com um propósito educativo, buscando meios e caminhos, de acordo com o que a situação e a classe 
pedem; ele intervém pouco, muito ou nada, colocando os alunos como sujeitos de sua própria reflexão, 
utilizando-se da curiosidade natural. 
Atentemos então ao que Tiba8, diz em relação a esta busca de meios e caminhos: “Ao perceber que 
não sabe, o ser humano tem a tendência natural de buscar meios de aprender, já que é dotado de 
inteligência e, em consequência, de curiosidade. Associando estes dois atributos, pode surgir a 
criatividade, que fornece a base para as grandes invenções da humanidade. O espírito aventureiro instiga 
às descobertas”. 
O professor deve possuir habilidades para passar o conteúdo da matéria, incentivando-os ao estudo, 
fazendo-os levantar temas sobre o texto dado, discutindo e escrevendo, de acordo com o explicado por 
Lipman9: “À medida que se passa por um dos currículos de Filosofia para Crianças, aprende-se como é 
importante, para que se obtenha sucesso, que os materiais sejam introduzidos oportunamente e na 
sequência adequada. Ensinar filosofia implica fazer com que os estudantes levantem temas e, então, 
voltar a eles repetidamente, elaborando-os nas discussões dos estudantes à medida que as aulas se 
sucedam.” 
Podemos sugerir, como exemplo, uma aula em que o professor aborde o Mito da Caverna, ao falar a 
respeito de Platão. E pode tentar mostrar, sob o signo da universalidade, a condição do filósofo. Ele 
levanta o tema e elabora discussões em que a classe possa chegar à conclusão de que é necessária a 
fuga do mundo sensível, das sombras e dos fantasmas, para encontrar fora da caverna o verdadeiro 
mundo dos objetos e o sol que ilumina o seu verdadeiro e autêntico ser. Aquele que aprende a se voltar 
das sombras para a fonte de luz buscará esta fonte como finalidade última do trajeto do pensamento. 
Além da explicitação dos objetivos, da escolha de conteúdos e da orientação metodológica o trabalho 
do professor na sala de aula dependerá da procura de procedimentos que viabilizem a prática docente. 
Nesse sentido, de nada adianta propor no planejamento a intenção de estimular a consciência crítica se 
o professor se restringir à aula expositiva sempre e se, ao avaliar, apenas verificar a reprodução do que 
foi transmitido. O professor deve sempre estar atento aos alunos, às vezes a própria expressão dos alunos 
indica que é necessário fazer alguma pergunta, não apenas com o intuito de verificar se o exposto foi 
compreendido, mas também de dar informações aos alunos, para que corrijam seus erros, e ver se 
entenderam o conteúdo, se há ainda pontos obscuros, se é necessário passar mais exercícios ou dar 
mais exemplos antes de ir para um novo tema. 
Quando o professor pergunta, ele não está simplesmente querendo obter respostas que já conhece, 
pois, incentivar o pensamento filosófico é querer que o educando reflita de maneira nova, considere 
 
8 TIBA, Içami. Ensinar aprendendo. São Paulo: Editora Gente, 1998. 
9 LIPMAN, M. A filosofia na sala de aula, São Paulo: Nova Alexandria, 1994. 
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métodos alternativos de pensar e agir. Neste ponto, devemos observar o que foi escrito por Libâneo:10 “O 
professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve 
dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho 
docente nunca é unidirecional. As respostas e opiniões mostram como eles estão reagindo à atuação do 
professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem, também, para 
diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.” 
No entanto, vemos que, apesar dos esforços, o objetivo principal, que é dar possibilidade ao educando 
de construir seu conhecimento, fica muitas vezes prejudicado pela falta da capacidade de ouvir o aluno 
e, assim, descobrir as suas dificuldades. Outro ponto que devemos ter em mente é o de que o professor 
não pode ter dúvidas sobre o que seja de fato a autoridade do professor, para que ela não se pareça, 
como às vezes acontece, com autoritarismo e também, em contrapartida, não propicie a total ausência 
de lei, impedindo a disciplina, que é necessária ao aprendizado, e a organização de qualquer trabalho. 
O professor não pode ser autoritário a ponto de achar que sua palavra é a lei, pois, quando há uma 
falha na comunicação entre professor/aluno, aluno/professor, poderá ocorrer o distanciamento das duas 
partes, o que prejudicará substancialmente a relação, uma vez que o diálogo é um elemento fundamental 
da aprendizagem, fato que é reforçado por Haydt11, sobre a importância do estabelecimento do diálogo: 
“Na relação professor-aluno, o diálogo é fundamental. A atitude dialógica no processo ensino-
aprendizagem é aquela que parte de uma questão problematizada, para desencadear o diálogo, no qual 
o professor transmite o que sabe, aproveitando os conhecimentos prévios e as experiências, anteriores 
do aluno. Assim, ambos chegam a uma síntese que elucida, explica ou resolve a situação-problema que 
desencadeou a discussão.” 
Para exercer a autoridade, o docente deve saber da importância do seu trabalho e mesclar com a 
afetividade a sua autoridade, recorrendo, então, ao diálogo como forma de chegar ao resultado 
pretendido: uma classe integrada, compenetrada e interessada. Podemos também reforçar a importância 
do diálogo usando Freire12: estimular a pergunta, a reflexão crítica sobre a própria pergunta, o que se 
pretende com essa ou aquela pergunta (...) o fundamental é que professor e alunos saibam que a postura 
deles é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto falam ou enquanto ouvem. O 
professor deve usar do diálogo, pois o diálogo pode ser uma fonte de riquezas e alegrias, é uma arte a 
ser cultivada e ensinada. O professor deve ensinar que o diálogo só acontece quando os interlocutores 
têm voz ativa, e que se os interlocutores se limitarem a impor visões do mundo sem considerar o que o 
outro tem a dizer, não estarão praticando um diálogo. 
A tendência do professor, por causa de sua carga de conhecimento e experiência, é pensar que o 
aluno não sabe nada, o que acaba por complicar a relação professor-aluno, pois o ensino é ato comum 
do professor e do aluno; o professor, enquanto ensina, está continuando a aprender. Ademais, o professor 
deve facilitar ao aluno o entendimento do que é fazer parte de um grupo ou de uma comunidade, 
ajudando-o a conhecer as normas que regem a conduta aceita nos mais variados âmbitos, como o social, 
o cultural e o político. O respeito mútuo é a valorização de cada pessoa, independentemente de sua 
origem social, etnia, religião, sexo, opinião, é poder revelar seus conhecimentos, expressar sentimentos 
e emoções, admitir dúvidas sem ter medo de ser ridicularizado, exigir seus direitos. 
Podemos fundamentar o exposto pelo que foi dito por Severino(2000)13: “O educador não pode realizar 
sua tarefa e dar sua contribuição histórica se o seu projeto de trabalho não estiver lastreado nesta visão 
da totalidade humana. À filosofia da educação cabe então colaborar para que esta visão seja construída 
durante o processo de sua formação. O desafio radical que se impõe aos educadores é o de um inteligente 
esforço para a articulação de um projeto histórico-civilizatório para a sociedade brasileira como um todo, 
mas isto pressupõe que se discutam, com rigor e profundidade, questões fundamentais concernentes à 
condição humana.” 
O docente estará favorecendo a relação professor aluno seguindo uma série de regras: utilizar as aulas 
expositivas quando sentir que com este método estará atingindo o objetivo do ensino da unidade, 
demonstrar a variedade de explicações para um mesmo fenômeno, ser flexível e capaz de adaptar o 
programa para cada situação que se apresente, relacionar o conteúdo da unidade a ser ensinada com a 
experiência do aluno, ajudar o aluno a descobrir a interdisciplinaridade, não deixar que assuntos menores 
influam na discussão em classe sobre a disciplina que está sendo enfocada, criar situações em que o 
aluno possa expressar seus sentimentos, variar a composição dos grupos de estudo, tentar evitar o 
monopólio da discussão, respeitar e fazer respeitar as diferentes opiniões e usar vocabulário que seja 
claramente compreendido. 
 
10 LIBÂNEO, J. C. Didática. Coleção Magistério. 2º grau. Série formação do professor. São Paulo: Cortez, 1994. 
11 HAYDT, Regina Célia. Curso de didática geral. 2a ed. São Paulo: Ática, 1995. 
12 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa”. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996. 
13 SEVERINO, Antonio. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000. 
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O professor como facilitador do aprendizado deverá buscar a motivação de seus alunos, está não é 
uma tarefa fácil, pois a falta de motivação pode ter origem em problemas particulares do aluno como 
cansaço, necessidades afetivas não satisfeitas e, até mesmo, a fome. O docente deverá centrar os seus 
esforços na aprendizagem e, ao trabalhar com ela, tornar o ensinamento significativo para o aluno, 
fazendo-o sentir que a matéria tem significância para sua vida. 
Na visão construtivista, o aluno é o centro, devendo estar sempre mobilizado para pensar e construir 
o seu conhecimento, no entanto esse enfoque construtivista não coloca o professor em segundo plano; 
pelo contrário, o seu papel é de máxima importância no processo de ensino, não sendo aluno e professor 
considerados iguais, pois, aos professores, cabe a direção, a definição de objetivos e o controle dos 
rumos da ação pedagógica, não se utilizando da autoridade arbitrariamente, mas exercendo uma 
autoridade própria de quem tem zelo profissional e se responsabiliza pela qualidade do seu trabalho, não 
deixando os alunos à deriva, sem diretividade e organização. 
A disciplina e o equilíbrio devem ser mantidos em classe, para que o aprendizado não seja prejudicado, 
e para que se desenvolva, no aluno, o auto respeito, o autocontrole e o respeito, ficando o professor 
atento para que certas situações não fujam do limite. O professor deve se utilizar da liderança controlando-
a, no entanto, para não inibir a criatividade do aluno, criando uma relação de respeito mútuo e organizando 
sua metodologia de trabalho. 
 
Questões 
 
1. (Prefeitura de São Luís/MA - Conhecimentos Básicos Magistério I e II - CESPE/2017) O sucesso 
e a qualidade da aprendizagem no processo pedagógico dependem, entre outros fatores, de o professor 
(A) priorizaratividades de memorização, a fim de promover o pleno desenvolvimento cognitivo dos 
alunos. 
(B) delegar à família dos alunos a responsabilidade pela qualidade do desempenho deles em 
atividades extraclasse. 
(C) proteger e prestar assistência financeira à família dos alunos de baixa renda. 
(D) valorizar as emoções dos alunos e sua relação de afetividade com eles. 
(E) disciplinar e subordinar os alunos a rigorosas regras de conduta que limitem a criatividade deles. 
 
2. (IF/RR - Pedagogo - FUNCAB) De acordo com Paulo Freire a relação entre professor e aluno deve 
ser de: 
(A) diálogo. 
(B) hierarquia. 
(C) autonomia. 
(D) autoridade. 
(E) disciplina. 
 
3. Relação professor aluno: segundo Paulo Freire, o bom professor é, EXCETO: 
(A) O que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento do seu pensamento. 
(B) Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. 
(C) Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu 
pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. 
(D) Aquele que rejeita a participação do aluno, e enaltece os melhores alunos e discrimina os que 
apresentam dificuldades. 
 
4. A relação entre professor e aluno depende, fundamentalmente: 
I. Do clima estabelecido pelo professor, da relação empatia com seus alunos; 
II. De sua capacidade de ouvir, refletir e discutir o nível de compreensão dos alunos e da criação das 
pontes entre o seu conhecimento e o deles. 
III. De buscar educar para as mudanças, para a autonomia, para a liberdade possível numa abordagem 
global, trabalhando o lado de seus deveres e de suas responsabilidades sociais. 
IV. De sua autoridade, para que haja silêncio e ordem fundamentais para a aprendizagem. 
Estão corretas: 
(A) IV. 
(B) I, II e III. 
(C) Todas estão corretas. 
(D) Todas estão incorretas. 
 
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5. Em se tratando da relação professor-aluno na sala de aula, assinale a alternativa incorreta. 
(A) O trabalho docente nunca é unidirecional. 
(B) A relação maternal ou paternal deve ser evitada, porque a escola não é um lar. 
(C) O professor autoritário exerce a autoridade a serviço da autonomia e independência dos alunos. 
(D) A disciplina da classe está diretamente ligada ao estilo da prática docente, ou seja, à autoridade 
profissional. 
 
Gabarito 
 
1.D / 2.A / 3.D / 4.B / 5.C 
 
Respostas 
 
1. Resposta: D 
Como vimos, para que haja aprendizagem de qualidade vários fatores são necessários, como 
capacidade intelectual e predisposição do aluno para aprender, nível de conhecimento do professor e 
capacidade para produzir conteúdo, apoio extraclasse realizado pelos pais e outros responsáveis, etc. No 
entanto, existe um fator que pode ser considerado como catalisador do processo educativo, pois quando 
o professor se dispõe a ensinar e o aluno à aprender, relações de afetividade vão se formando entre os 
dois mediante uma troca. Portanto, sem uma relação afetiva ampla, o processo ensino aprendizagem 
tende a acontecer de forma desarmônica, ou seja, alguns aspectos da pessoa ficam atrofiados, 
principalmente no que diz respeito as emoções. 
 
2. Resposta: A 
De acordo com o texto lido, sabemos que Freire reforça a importância do diálogo, para o autor, o 
professor deve usar do diálogo, pois o diálogo pode ser uma fonte de riquezas e alegrias, é uma arte a 
ser cultivada e ensinada. O professor deve ensinar que o diálogo só acontece quando os interlocutores 
têm voz ativa, e que se os interlocutores se limitarem a impor visões do mundo sem considerar o que o 
outro tem a dizer, não estarão praticando um diálogo. 
 
3. Resposta: D 
Conforme Paulo Freire, pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de 
não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela 
saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, discutir com os alunos a razão 
de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. 
O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no quadro da rigorosidade 
do pensar certo, nega, como falsa, a fórmula farisaica do “faça o que eu mando e não o que eu faço”. 
 
4. Resposta: B 
A atitude do professor em sala de aula é importante para criar climas de atenção e concentração, sem 
que se perca alegria. As aulas tanto podem inibir o aluno quanto fazer que atue de maneira indisciplinada. 
Portanto, o papel do professor é o de mediador e facilitador; que interage com os alunos na construção 
do saber. Neste sentido, é muito importante ajudar os professores a saber ensinar, garantindo assim que 
todos os alunos possam aprender e desenvolver seu raciocínio. 
Alguns professores sentem que seu relacionamento com os alunos determina o clima emocional da 
sala de aula. Esse clima poderá ser positivo, de apoio ao aluno, quando o relacionamento é afetuoso, 
cordial. 
Neste caso, o aluno sente segurança, não teme a crítica e a censura do professor. Seus níveis de 
ansiedade mantem-se baixo e ele pode trabalhar descontraído, criar, render mais intelectualmente. 
 
5. Resposta: C 
Percebe-se algumas vezes, por parte do professor, uma vigilância constante, o que pode ocasionar 
um clima de tensão entre as crianças, por estarem sempre antecipando as consequências de seus maus 
atos: o aluno corre o risco de ficar sem recreio, de ser retirado após as aulas, além de outras ameaças 
de castigo. Quem é bem comportado recebe recompensas e é apresentado como modelo aos colegas. 
 
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Multidisciplinaridade, Interdisciplinaridade e Transdisciplinaridade14 
 
A compreensão dos conceitos de multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e 
transdisciplinaridade e sua emergência no campo da educação requer uma atenção ao conceito de 
disciplina e sua centralidade no universo escolar. 
Uma primeira observação a ser feita sobre o termo disciplina diz respeito aos significados que evoca, 
dentre os quais, poderíamos destacar os seguintes: ensino e educação que um discípulo recebia do 
mestre; obediência às regras e aos superiores; ordem, bom comportamento; obediência a regras de 
cunho interior, firmeza, constância; castigo, penitência, mortificação; ramo do conhecimento, ciência, 
matéria, disciplinas: cordas, correias e concorrentes com que os frades, devotos e penitentes se flagelam. 
Embora algumas dessas definições pareçam bastantes distintas entre si, a noção de disciplina está 
estritamente vinculada às ideias de controle, de organização de algo que é múltiplo ou disperso, de 
imposição de uma ordem. Foucault15 denomina disciplinas aos métodos que permitem o controle 
minucioso das operações de corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma 
relação de docilidade-utilidade. 
É a partir da segunda metade do século XVIII, nos diz Foucault, que o corpo é descoberto como objeto 
e alvo de poder: algo que se manipula, se modela, treina, que obedece, que se torna ágil ou cujas forças 
podem ser multiplicadas, um corpo máquina, que se submete e se utiliza, um corpo dócil e manipulável. 
Tudo isso a favor de uma nova anatomia política nascente, que é também uma forma de poder que, por 
meio da disciplina, fabrica corpos submissos. As prisões, os hospitais, os quartéis, as fábricas e os 
colégios são os espaços disciplinares por excelência: na forma de distribuir os indivíduos, de organizar e 
controlar as atividades, os espaços e tempos, nos recursos para garantir o bom adestramento, dentre os 
quais ela destaca os exames. O conhecimento, sua produção e sua divulgação não fogem à lógica do 
poder que se está constituindo. 
No sentidoque será aqui abordado - campo de conhecimento, ciência - disciplina refere-se a uma 
maneira de organizar e delimitar um território de trabalho de um corpo de conhecimentos e de definir a 
pesquisa e as experiências dentro de um determinado ângulo de visão. Historicamente, a diferenciação 
do conhecimento em disciplinas autônomas vem se concretizando desde o início do século XIX. 
Vincula-se ao processo de transformação social que ocorria nos países em desenvolvimento na 
Europa, naquele momento, e à necessidade de especialização demandada pelo processo de produção 
industrial. Nesse contexto, as técnicas e os saberes foram progressivamente se diferenciando, 
configurando campos, com objetos de estudo próprios, marcos conceituais, métodos e procedimentos 
específicos. Esse movimento na produção do conhecimento se deu sob forte influência do paradigma 
positivista, o que acabou por influenciar a própria definição do tipo de conhecimento que poderia se 
considerar uma disciplina e, ao mesmo tempo, destituindo diversas formas de conhecimento do estatuto 
de ciência. As universidades são instituições que têm um papel decisivo na configuração e legitimação 
do conhecimento científico, uma vez que sua estrutura, seus departamentos, suas associações 
profissionais definem concretamente os objetos de estudo, as linhas de pesquisa para a construção e 
formalização do conhecimento. 
 
E é nesse espaço institucional que se produz um acúmulo enorme de conhecimentos, 
fragmentados e compartilhamentalizados em diferentes disciplinas e especialidades que 
ignoram, embora muitas vezes, trabalhem com o mesmo objeto de estudo, Santomé.16 
 
Esse paradigma científico, que produziu conhecimentos extremamente relevantes para a humanidade, 
está hoje sendo profundamente questionado, por seus limites e distorções, por seu reducionismo e 
determinismo, por sua incapacidade de abarcar aspectos da realidade que são estranhos aos seus 
marcos conceituais e metodológicos. É nesse contexto que surgem as noções de multidisciplinaridade, 
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade entre outros, a partir de uma crítica à excessiva 
compartimentalização do conhecimento e à falta de comunicação entre as disciplinas. Cada uma dessas 
perspectivas responde à necessidade de interação entre diferentes disciplinas e caracteriza-se pelo tipo 
 
14 PIRES, Marília Freitas de Campos. Multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade no ensino. 1996. 
15 FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete, 19 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 
16 SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 
Interdisciplinaridade 
 
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16 
 
de relação que se vai estabelecer entre elas. Estudiosos do tema propõem diferentes modalidades de 
colaboração entre as disciplinas, às vezes, com subdivisões dentro de um mesmo nível de relação 
(interdisciplinaridade linear, estrutural, restritiva), dentre os quais, Piaget, que apresenta o seguinte 
modelo: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. 
 
- Multidisciplinaridade: corresponde ao nível mais baixo e integração. Caracteriza-se como uma 
justaposição de disciplinas com a intenção de esclarecer alguns de seus elementos comuns. 
- Interdisciplinaridade: reúne estudos diferenciados de diversos especialistas em um contexto coletivo 
de pesquisa. Implica um esforço por elaborar um contexto mais geral, no qual cada uma das disciplinas 
é modificada e passa a depender cada qual das demais. A interação proporcionará um enriquecimento 
recíproco, com transformações em diferentes aspectos, como, por exemplo, nas suas metodologias de 
pesquisa, nos seus conceitos, na formulação dos problemas, nos instrumentos de análise, nos modelos 
teóricos, etc. Os intercâmbios entre as disciplinas são mútuos. A bioquímica, a sociolinguística, as 
neurociências são áreas do conhecimento resultantes de trabalhos interdisciplinares. 
- Transdisciplinaridade: caracteriza-se como o nível mais alto de interação entre as disciplinas. A 
interação se dá de tal forma que as fronteiras entre as diferentes disciplinas desaparecem e constitui-se 
um sistema total que ultrapassa o plano das relações e interações entre as disciplinas, na busca de 
objetivos comuns e de um ideal de unificação epistemológica. Pode-se falar do aparecimento de uma 
macrodisciplina. 
 
Morin17 nos lembra que o movimento de migrações disciplinares faz parte da história das ciências. As 
rupturas de fronteiras disciplinares sempre ocorreram paralelamente à consolidação das disciplinas, 
gerando novos campos de conhecimento. Cita, como exemplo, a biologia molecular, nascida de 
transferência entre disciplinas à margem da Física, da Química e da Biologia. A antropologia estrutural 
de Lévi-Strauss, fortemente influenciada pela linguística estrutural de Jakobon. Ou o movimento da École 
de Annales, que construiu uma história numa perspectiva transdisciplinar, multimensional, em que se 
acham presentes contribuições da Antropologia, da Economia e da Sociologia entre outras disciplinas. 
Para Morin, esses projetos inter-poli-transdisciplinares podem constituir-se em processos de 
complexificação das áreas de pesquisa e, ao mesmo tempo, recorrem à poli competência do pesquisador. 
 
E quanto à escola, como é que todo esse movimento de produção do conhecimento se reflete 
na instituição escolar? 
 
A lógica de organização do conhecimento por disciplinas foi incorporada à cultura escolar e passou a 
ser o critério dominante de estruturação curricular, sobretudo, nos níveis de ensino mais elevados, 
reproduzindo a fragmentação e o isolamento das diferentes matérias e campos do conhecimento. O 
questionamento a essa perspectiva, no entanto, se faz desde o início do século XX, quando diferentes 
educadores formulam propostas de ensino que têm como objetivo buscar maior unidade no 
desenvolvimento curricular, na organização dos conteúdos de ensino. Ainda assim, a perspectiva 
disciplinar permanece fortemente arraigada à nossa cultura escolar, tendo chegado ao seu extremo, aqui 
no Brasil, nos anos 70, com o tecnicismo. Os anos 80 foram fecundos em debates, movimentos de 
renovação pedagógica e reformas educativas que buscavam novas orientações curriculares, com forte 
componente político. A noção de interdisciplinaridade incorpora-se ao discurso e à prática pedagógica, 
como expressão de uma busca para superar o isolamento entre as disciplinas e para construir propostas 
educativas mais adequadas aos anseios dos educadores de trabalharem a formação para a cidadania, a 
partir da realidade do aluno. 
Diferentes autores teorizam sobre as perspectivas educativas de integração curricular. Zabala18 faz 
uma distinção entre os métodos globalizados e os enfoques que trabalham diferentes relações entre os 
conteúdos. Nos primeiros, os conteúdos de ensino não se apresentam nem se organizam a partir de uma 
estrutura disciplinar, mas de um tema ou problema por meio do qual os conteúdos são estudados. O 
referencial organizador do trabalho pedagógico é o aluno e suas necessidades educativas. Os conteúdos 
estão condicionados aos objetivos de formação do aluno. Os segundos se caracterizam pelo tipo de 
relação que se estabelece entre as disciplinas; não se referem a uma metodologia concreta, mas a uma 
determinada maneira de organizar e apresentar os conteúdos, a partir das disciplinas. A prioridade básica 
são matérias e sua aprendizagem. Zabala observa que as relações entre as disciplinas constituem um 
problema essencialmente epistemológico e apenas

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