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PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UM PROCESSO HISTÓRICO
Julia Grasel de Castro[1]
RESUMO: O presente trabalho apresenta uma pesquisa desenvolvida no Curso de Pós-graduação São Luís EAD, no qual se buscou investigar como aconteceu o processo histórico com o foco na deficiência intelectual onde se percebeu que houve um grande avanço na inserção dos deficientes na sociedade. Também se observou a importância da família e a escola diante esse processo e que juntas podem garantir a saúde, bem estar e a aprendizagem da criança portadora de necessidade educacional especial. A investigação aconteceu de forma bibliográfica recorrendo-se a autores e materiais disponíveis sobre Inclusão.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial e Inclusiva; Inclusão; Família; Escola.
1 Apresentação
Este artigo apresenta alguns dos principais tópicos de Educação Especial e Inclusiva, este tema foi escolhido pelo fato de ter contato e convívio com pessoas de necessidades especiais. Em 2015 trabalhou-se com um menino deficiente visual e uma menina com transtornos mentais, a partir disso teve-se contato de sobre o que é incluir e quais os desafios enfrentados pelos professores, pais e alunos.
A pesquisa, objetiva também analisar como está o papel do professor diante esse desafio, que se refere a uma escola para todos sem exclusão. Uma escola que deve preparar o aluno para que possa conviver com a diversidade, considerando que todos são diferentes.
Como metodologia, utilizar-se-á a pesquisa bibliográfica, recorrendo-se a autores e materiais disponíveis sobre a inclusão de alunos com deficiência na classe regular de ensino. No rumo da investigação a pesquisa se organiza em cinco momentos. O primeiro momento recorre o que é incluir, o que é a Educação Inclusiva, como suporte para a discussão, o segundo momento a visão histórica de como surgiu a Inclusão Escolar com foco na deficiência intelectual, no terceiro e quarto momento fala-se sobre a Legislação Brasileira de Inclusão e também a Educação Especial e Inclusiva no século XXI e por fim no quinto tópico trago para a discussão o professor a escola e a família envolvidos diretamente nesse processo.
A prática da educação inclusiva merece cuidado especial, pois estamos falando do futuro de pessoas com necessidades educacionais especiais. Antes mesmo de incluir, é importante certificar-se dos objetivos dessa inclusão, quais os benefícios/avanços, ele poderá ter, estando junto aos alunos da rede regular e produzir transformações.
É importante que se verifique ainda se na prática existem condições necessárias de aprendizagem, atendimento apropriado para o desenvolvimento integral de potencialidades e habilidades na escolarização dos alunos e, principalmente, se a inclusão propicia essa aprendizagem
A Educação, como mecanismo de transmissão e reprodução do conhecimento tem um papel fundamental na socialização de práticas e informação sobre as questões tratadas pelos temas da diversidade cujo eixo fundador baseia-se na garantia dos direitos fundamentais e na dignidade humana, condições essenciais para o enfrentamento das desigualdades. Portanto precisa-se garantir a todos e todas sem qualquer distinção, a cidadania, a igualdade de direitos e o respeito à diversidade sociocultural, étnico-racial, etc.
Portanto, busca-se através desta pesquisa investigada junto dos alunos e professores, alicerces teóricos educacionais relacionados à Educação Especial e Inclusiva buscando analisar o papel do professor diante a esse desafio e também como deu seu processo histórico.
2 O que é inclusão escolar?
           
O significado de inclusão conforme o dicionário Dicio, Dicionário Online de Português é a integração absoluta de pessoas que possuem necessidades especiais ou específicas numa sociedade.
O tema Inclusão escolar surgiu nas últimas décadas com o propósito de inserir alunos com diferentes tipos de deficiência na escola regular de ensino, ou seja, inclusão escolar é acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino, independentemente de cor, classe social e condições físicas e psicológicas. O termo é associado mais comumente à inclusão educacional de pessoas com deficiência física e mental.
De acordo com um colunista do Portal Educação, recusar-se a ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) é crime: todas as instituições devem oferecer atendimento especializado, chamado de Educação Especial. No entanto, o termo não deve ser confundido com escolarização especial, que atende os portadores de deficiência em uma sala de aula ou escola separada, apenas formadas de crianças com NEE. Isso também é ilegal.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CBE nº. 2/2001 determinam no art. 2º que: 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo as escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educativas especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP,2001).
                                                                                                                       
No artigo 208 da Constituição brasileira especifica que é dever do Estado garantir "atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino", condição que também consta no artigo 54 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)”.
O acesso à escola não só promove o desenvolvimento pessoal, mas também é uma ferramenta social importante para os relacionamentos interpessoais.
As escolas que promovem a escolarização de todos de maneira efetiva, auxilia  para que esses alunos sejam capazes de aprender e serem autônomos — algo importante para melhorar a autoestima e estimular a busca de uma profissão.
A inclusão escolar também promove uma ampla reflexão sobre a diversidade e respeito que são temas importantes para a construção de uma sociedade e cidadãos emocionalmente mais saudáveis.
3 Uma visão histórica
A história da Educação Especial mostra a trajetória da sociedade com as pessoas com deficiência ao longo do tempo. Crenças e valores do século passado de como se comportavam diante de pessoas com necessidade especiais.
A educação especial surgiu com muitas lutas, organizações e leis favoráveis aos deficientes e a educação inclusiva começou a ganhar força a partir da Declaração de Salamanca (1994).
Neste tópico irei fazer um aprofundamento de como eram tratadas pessoas com necessidades especiais, focando a deficiência intelectual em diferentes épocas ao longo do tempo.
3.1 Pré-história
Nas sociedades de cultura primitiva, os povos  sobreviviam da caça e da pesca e conviviam com os animais selvagens. A cultura da tribo não aceitava ou tinha dificuldades de aceitar pessoas que fugiam à rotina da tribo, ou seja, que eram diferentes dos demais e incapazes de irem à busca da caça para sobreviver por si mesmos, assim essas pessoas mostravam-se dependentes da tribo e por este motivo eram abandonadas em ambientes feios e perigosos, que inevitavelmente contribuía para sua morte.
3.2 Antiguidade
Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental eram consideradas sub-humanas, sendo vítimas de eliminação e abandono. Essa prática era coerente com os ideais da sociedade pois não era permitido pessoas que fugiam dos ideais de “beleza” da sociedade. Em Esparta elas eram jogadas das altas montanhas de pedra e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas ou nos campos.
Aristóteles e Platão concordavam com tal prática considerando-a coerente com uma visão de equilíbrio da sociedade, principalmente quando a pessoa com deficiência fosse dependente economicamente.
Platão (429- 347 a.c) dizia:
“Quanto aos corpos de constituição doentia, não lhes prolongava a vida e os sofrimentos com tratamentos e purgações regradas, que poriam em condições de se reproduzirem em outros seres fadados, certamente a serem iguais progenitores. [...] também que não deveria curar os que, por frágeis de compleição não podemchegar ao limite natural da vida, porque isso nem lhes é vantajoso a eles nem ao Estado”
3.3 Idade Média
Na Europa o tratamento com as pessoas com deficiência era a mesma como na Pré-história e na Antiguidade até o surgimento e difusão do cristianismo. Naquela época a cura das deficiências era considerada um dos milagres de Cristo onde a Igreja curava tanto as deficiências físicas como a auditiva e visual. Um dos influenciadores dos ideais cristãos era Nicolau, Bispo de Myra, que nos anos 300 d.C. acolhia crianças e pessoas com deficiência abandonadas. Segundo a crença do cristianismo abandonar estas pessoas significava ir contra as vontades da divindade. Mas ao longo da idade média estas pessoas foram são consideradas “filhos de Deus”. Uma observação importante é que os anjos retratados em pinturas da época possuíam características de síndrome de Down. Mesmo com a aceitação da igreja a igualdade moral e teológica ainda não era aceita e as pessoas com deficiência eram acolhidas encarecidamente em conventos ou igrejas. Quando a deficiência não era tão aparente sobreviviam na família longe da exposição pública ou serviam como palhaços e atrações em circos.
 Na época, Martinho Lutero defendia que pessoas com deficiência mental eram seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados.
No século XIII, surgiu a primeira instituição para pessoas com deficiência. Era uma fazenda, na Bélgica, que oferecia o tratamento com base na alimentação, exercícios e ar puro com a proposta de diminuir os efeitos da deficiência.
 No século XIV, surgiu a primeira legislação para a pessoas com deficiência mental ordenada por Eduardo II da Inglaterra que informava sobre os cuidados para a sobrevivência dessas pessoas.
3.4 Idade Moderna
No século XVI, a preocupação com as pessoas deficientes intelectuais começou a ganhar importância, para discutir sobre esse assunto Para Celso, médico e Cardano, filosofo, foram os primeiros a considerar a deficiência um problema médico, digno de tratamento e Cardano questionou de como se daria educação para estas pessoas.
            Ainda neste século, novas leis definiam a loucura e a idiotia como enfermidade com o objetivo de disciplinar a administrar os bens e heranças dessas pessoas.
Em Londres, Thomas Willis apresentou cientificamente a deficiência intelectual como um problema na estrutura e eventos neurais. Porém essas explicações, não mudaram a visão que a sociedade tinha das pessoas com deficiência e a atitude religiosa ainda prevalecia.
 No século XVII, o filosofo John Locke definiu o recém-nascido e o idiota como “tabula rasa” (que significa que o ser humano nasce sem conhecimento algum e que tudo é adquirido através da experiência) alegando que a deficiência era como a carência de experiências e que a educação/ensino deveria suprir essa carência.
3.5 Idade Contemporânea
Durante a Idade Contemporânea surgiu vários estudiosos sobre o tema Deficiência Mental, como Itard que desenvolveu a ideia de que a idiotia era uma insuficiência cultural.
Contrariando o conceito levantado por Itard, Pinel considerava como uma deficiência biológica.  A discordância entre estes dois autores aponta um problema que persiste até hoje, o da avaliação, pois os fatores biológicos e ambientais podem estar presentes em um mesmo diagnóstico, o que, muitas vezes, dificulta a avaliação dos especialistas, impossibilitando-os de determinar com certeza a origem da deficiência mental.
Apesar do trabalho de Itard e seus seguidores, a filosofia e a pedagogia não possuem conhecimento suficiente para a cura/prevenção da deficiência mental, dando lugar para o estudo/evolução do conhecimento médico. Até as primeiras décadas do século XX, a medicina consolida que a deficiência mental está ligada a hereditariedade.
Com influência destes autores, como Itard, começou a surgir as escolas para crianças com deficiência mental, entre elas a escola de Abendberg, criada em 1840, que tinha como objetivo a recuperabilidade das pessoas deficientes visando sua autonomia e independência. Seu fundador, Guggenbuhl, não deixou contribuição metodológica, mas sim a ideia da educabilidade das crianças com deficiência mental.
Ainda nessa época, surge Johann Heinrich Pestalozzi, que defendia que a educação era o direito de toda criança, inclusive para aquelas provenientes das classes populares. Para ele, a escola deveria ser como um lar, pois essa era a melhor instituição de educação, base para a formação moral, política e religiosa. Para ele, todos deviam adquirir uma autonomia intelectual para terem sucesso em sua vida profissional. O ensino escolar deveria propiciar o desenvolvimento de cada em três campos: o de conhecer, o de desenvolver habilidades e o de desenvolver atitudes e valores morais.
 Froebel, aprofundou os estudos de Rebel um sistema de Educação Especial com materiais e jogos específicos, simples e eficazes, que tornam o ensino mais produtivo, tornando-o lúdico e concreto. Os princípios da metodologia de Rebel são: cada criança tem sua individualidade.
 Na primeira década do século XX, surgiu as escolas montessorianas, criado pela italiana Maria Montessori que dizia que o melhor método para essas crianças partia do concreto ao abstrato. Baseava-se na observação de que meninos e meninas aprendiam melhor pela experiência à procura de descobertas. Para esse processo desenvolveu os materiais didáticos simples, mas muito atraentes com objetivo de instigar o raciocínio como materiais pensados para auxiliar a compreensão do sistema decimal e à estrutura da linguagem.
Mesmo com esse avanço pedagógico voltado para a educação destas crianças, que começou com Itard, ainda prevaleceu a veracidade da ciência médica.  A medicina assegurava tratamentos como o confinamento em instituições ou a colocação no hospício com o objetivo de manter a ordem social ou o equilíbrio familiar.
Apesar do avanço pedagógico, surgiu uma propagação alarmista do perigo social que a pessoa com deficiência representava. Como não se podia justificar essa posição pela falta de conhecimentos biomédicos e psicológicos, só restava a explicação científica. Estudos genealógicos foram feitos para provar que a deficiência era de caráter hereditário, alegando para a sociedade principalmente os governantes que estas pessoas representavam perigo para a ordem e saúde públicas. A partir daí, em vários pontos do mundo teve medidas preventivas.
  Apesar dos progressos nas áreas da bioquímica, da genética, do diagnóstico médico e da psicologia infantil, a deficiência ainda carregava a marca da maldição ou castigo do céu e do fatalismo clínico da hereditariedade inevitável.
4 Educação Especial e Inclusiva no Brasil
No Brasil, o primeiro marco da educação especial ocorreu no período imperial. Em 1854, Dom Pedro II, influenciado pelo ministro do Império Couto Ferraz, admirado com o trabalho do jovem cego José Álvares de Azevedo que educou com sucesso a filha do médico da família imperial, Dr. Sigaud, criou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. Em 1891 a escola passou a se chamar Instituto Benjamin Constant - IBC.
Em 1857, D. Pedro II também criou o Instituto Imperial dos Surdos-Mudos. A criação desta escola deve-se a Ernesto Hüet que veio da França para o Brasil com os planos de fundar uma escola para surdos-mudos. Em 1857 a escola passou a se chamar Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. Ainda no período imperial, em 1874, iniciou-se o tratamento de deficientes mentais no hospital psiquiátrico da Bahia.
Após a proclamação da República, a Deficiência Mental ganha destaque nas políticas públicas, mesmo porque acreditavam que esta deficiência pudesse implicar em problemas de saúde - uma vez que era vista como problema orgânico e a relacionavam com a criminalidade, além de temerem pelo fracasso escolar. Por volta de 1930 surgiram várias instituições para cuidar da deficiência mental, em número bem superior ao das instituições voltadas para as outras deficiências.
O surgimento das primeiras entidades privadas marca mais um fator preponderante na históriade nosso país. Estes dois fatores colocam as instituições privadas em destaque no decorrer da história da educação especial brasileira, uma vez que o número de atendimentos realizados por elas era muito superior ao realizado pelas públicas, e por essa razão tinham certo poder no momento de discutir as políticas públicas junto a instancias governamentais.
Durante as primeiras décadas do século XX, o país vivenciou a estruturação da República e o processo de popularização da escola primária. Neste período, o índice de analfabetismo era de 80% da população. Surge o movimento da “escola-nova”, que postulava: a crença no poder da educação como ponto de transformação social, o interesse por pesquisas científicas, a preocupação em reduzir as desigualdades sociais e estimular a liberdade individual da criança. O ideário da “escola-nova” permitiu a penetração da Psicologia na Educação, resultando no uso de testes de inteligência para identificar as crianças com deficiências.
Até mais da metade do século XX, o atendimento à pessoa com deficiência foi implementado através da institucionalização, da implantação de escolas especiais mantidas pela comunidade e de classes especiais nas escolas públicas para os variados graus de deficiência. Houve, também, pouca preocupação com a conceituação e a classificação da deficiência. Os critérios de seleção eram vagos, baseados em desempenho escolar ruim.
Por volta de 1970, havia mais de 800 estabelecimentos de ensino especial no Brasil. Em junho de 1973, é criado o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), o primeiro órgão oficial para definir a política de Educação Especial no país, ainda que houvesse nos seus planos uma tendência em privilegiar a iniciativa privada, marcadamente assistencialista, em detrimento dos serviços públicos de ensino especial.
Em 1986, é criada a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) que tem como objetivo coordenar as ações em Educação Especial.
As Diretrizes da Educação Especial, da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, de 1987, indicava que “[....] o aluno excepcional deve ser integrado no processo educacional comum para que possa utilizar-se, da melhor maneira possível, das oportunidades educacionais oferecidas aos alunos em geral”.
O aluno tornava-se, então, responsável por um problema que não era dele, mas do sistema educacional. Em resumo, essa forma de lidar com aqueles alunos que não conseguiam se apropriar dos conteúdos apresentados pelo professor, mascarava a incapacidade do sistema de lidar com as diferenças individuais, com a heterogeneidade.
Em 1988, a Constituição traça linhas mestras visando a democratização da educação brasileira
A Constituição Federal (1988) estabelece que a educação é direito de todos, garantindo atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na escola regular.
                                                              
Em 1989, no item da Educação, prevê a oferta obrigatória e gratuita da Educação Especial em estabelecimentos públicos de ensino e prevê crime punível, com reclusão de um a quatro anos e multa para os dirigentes de ensino público ou particular que recusarem e suspenderem, sem justa causa, a matrícula de um aluno. Em 1990, o Brasil aprova o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que reitera os direitos garantidos na Constituição: atendimento educacional especializado para portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Em 1994, dirigentes de mais de oitenta países se reuniram na Espanha, inclusive do Brasil, e assinaram a Declaração de Salamanca, um dos mais importantes documentos de compromisso de garantia de direitos educacionais. Ela proclama as escolas regulares inclusivas como o meio mais eficaz de combate à discriminação, determinando que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais e emocionais.
Em 1996, a Lei Federal 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, ajustou-se à legislação federal e apontou que a educação das pessoas com deficiência deve dar-se, preferencialmente, na rede regular de ensino.                
Em 1998, o MEC (Ministério da Educação) lança documento contendo as adaptações que devem ser feitas nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), a fim de colocar em prática estratégias para a educação de alunos com deficiência.
E em 2001, o Ministério publica as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Portanto, pode-se perceber que houve uma grande evolução, e a educação especial está conceituada como modalidade de educação escolar oferecida aos educandos portadores de necessidades especiais.
5 Professor, escola e a família
O sistema educacional brasileiro passou por grandes mudanças nos últimos anos e tem conseguido cada vez mais respeitar a diversidade, garantindo a convivência e a aprendizagem de todos os alunos.
As práticas educacionais desenvolvidas nesse período e que promovem a inclusão na escola regular dos alunos com deficiência (física, intelectual, visual, auditiva, múltipla, com transtorno global do desenvolvimento e com altas habilidades), revelam a mudança de paradigma incorporada pelas equipes pedagógicas. Essas ações evidenciam os esforços dos educadores em ensinar a turma toda e representam um conjunto valioso de experiências.
             É um grande desafio aos professores o processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, pois cabe a eles construírem novas propostas de ensino, atuar com um olhar diferente em sala de aula, sendo o agente facilitador do processo de ensino-aprendizagem.
Atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham professores e demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz-se necessário que os profissionais e principalmente os professores estejam capacitados para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada educando. Frente a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62, situa:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 2006)
           
            Diante de tais necessidades especiais educacionais, o papel do professor é de suma importância na educação inclusiva, visto que o professor é a “autoridade competente, direciona o processo pedagógico, interfere e cria condições necessárias à apropriação do conhecimento” (GAZIM et. al, 2005, p.51). O professor é o mediador entre o aluno e o conhecimento e cabe a ele promover situações pedagógicas em que os alunos com necessidades educacionais especiais superem o senso comum e avance em seu potencial humano afetivo, social e intelectual, quebrando as barreiras que se impõem.
      Além do papel do professor ser de suma importância no processo de inclusão, a relação família-escola potencializa o processo de ensino e aprendizagem no processo educacional.
            Antes de tudo, para que haja uma verdadeira parceria entre a família e a escola, deverão ser adotados encaminhamentos metodológicos diversificados para atender tais educando com necessidades especiais e adequar os espaços físicos para tornar o processo de inclusivo mais produtivo e bem-sucedido.  Uma vez que, este trabalho visa à formação humana do indivíduo e a busca de um lugar na sociedade é preciso o apoio e o suporte de ambas as instituições responsáveis pela criança: a Família e a Escola.
Szymansky (2010, p.22) descreve que “É na família que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos humanos de existir – seu mundoadquire significado e ela começa a construir-se como sujeito”.
            Para a autora a relação família-escola trata-se de uma parceria entre a escola e pais e/ou familiares dos educandos, conceituando-as ambas responsáveis pela aprendizagem da criança.
            A família, nesta perspectiva, é uma das instituições responsáveis pelo processo de socialização realizado mediante práticas exercidas por aqueles que têm o papel transmissor – os pais – e desenvolvidas junto aos que são os receptores – os filhos. (SZYMANSKI, 2010, p. 20) 
            E a escola é uma instituição de ensino que, segundo Szymanski (2010, p. 99) tem como “obrigação de ensinar (bem) conteúdos específicos de áreas do saber, escolhidos como sendo fundamentais para a instrução de novas gerações”. Segundo Pereira (2004, p.17) “Cabe à escola, cada vez mais, interagir com a família e a sociedade, com projetos que resgatem o valor humano de cada um, de cada aluno. É na vivência com o outro ser humano que a criança se permitirá avaliar seus conhecimentos”.
            A importância tanto da família como do professor no desempenho escolar do educando, favorecerá tanto nos aspectos motores/físicos, como emocionalmente e intelectualmente.
            Em suma, para se resultar em um desenvolvimento de qualidade e eficaz, a escola, professor e a família devem caminhar juntas para atingir o alvo comum que é o bem estar e a aprendizagem da criança com necessidades especiais incluída na rede regular de ensino.
6 Considerações Finais
A garantia de acesso, participação e aprendizagem de todos os alunos nas escolas contribuem para a construção de uma nova cultura de valorização das diferenças por isso a inclusão escolar e uma realidade que faz passar e tornar-se a ser por muitas vezes um grande desafio aos envolvidos nesse processo de inserção.
Essa realidade deve-se problematizar, pois os profissionais da educação devem refletir sobre suas práticas pedagógicas, e entender que a família, os profissionais da área e o estado são responsáveis por um processo de inclusão de forma eficiente.
A história da Inclusão foi de extrema importância para evolução e desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais, onde no início da história, eles não eram reconhecidos como seres pensantes, onde os mesmos eram tratados como “anomalia” ou retardados mentais simplesmente por serem diferentes dos demais. Com muitos estudos feitos gradativamente, em 1998, o MEC (Ministério da Educação) lança documento contendo as adaptações que devem ser feitas nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), a fim de colocar em prática estratégias para a educação de alunos com deficiência e em 2001, o Ministério publica as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, possibilitando com grande avanço para as pessoas portadoras de necessidades especiais.
A sociedade vive em um processo de transformação, novas tecnologias surgem, com várias oportunidades e a escola cabe o papel de preparar o aluno para a vida, com isso é necessário que os profissionais da educação sejam comprometidos a promover uma aprendizagem de qualidade, e permaneça em constante reflexão sobre seus métodos de ensino, e quais as concepções de aprendizagem estão proporcionando a estes alunos.
Com isso, a contribuição primordial do trabalho realizado, foi enfatizar a importância da família e da escola no processo de ensino e aprendizagem do aluno portador de necessidades especiais, fazendo-se necessário articular conhecimentos, oportunizar aspectos sociais, promovendo discussões nos espaços escolares e no âmbito familiar, com o objetivo de desenvolver de forma necessária e correta o aprendizado deste aluno e promover e auxiliar o desenvolvimento pessoal e social da criança com necessidade especial. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ALONSO D. – Educação Inclusiva: desafios da formação e da atuação em sala de aula. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/588/educacao-inclusiva-desafios-da-formacao-e-da-atuacao-em-sala-de-aula. Acesso em 20 de Maio de 2018.
APRENDENDO COM AS DIFERENÇAS – História da Educação Especial. Disponível em:http://fatimamaciel2013.blogspot.com.br/2013/04/historia-da-educacao-especial-resumo.html
CARVALHO A.S – Educação Inclusiva: práticas docentes frente à deficiência auditiva.Disponívelem:http://repositorio.pgsskroton.com.br/bitstream/123456789/16493/1/ANANDA%20DOS%20SANTOS%20CARVALHO.pdf. Acesso em: 4 de Jun de 2018.
ESCOLA DA INTELIGÊNCIA – Inclusão escolar: relevância e possibilidades. Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/inclusao-escolar-relevancia-e-possibilidades/. Acesso em 5 de Abr de 2018.
FUMEGALLI R.C.A – Inclusão escolar: O desafio de uma educação para todos. Disponívelemhttp://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/716/ritamonografia.pdf?sequence=1%3E.Acesso. Acesso em: 20 de Jun de 2018
PORTAL EDUCAÇÃO – História da Educação Especial no Brasil. Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/historia-da-educacao-especial-no-brasil/15055 . Acesso em: 20 de Abr de 2018.
PORTAL EDUCAÇÃO – O que é inclusão escolar? Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/o-que-e-inclusao-escolar/71911. Acesso em 21 de Mar de 2018.
ROCHA O.B.A – O papel do professor na Educação Inclusiva. Disponível em http://www.opet.com.br/faculdade/revista-pedagogia/pdf/n14/n14-artigo-1-O-PAPEL-DO-PROFESSOR-NA-EDUCACAO-INCLUSIVA.pdf. Acesso em 21 de Abril de 2018.
SILVA V.T - Inclusão escolar: relação família-escola. Disponível em http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16662_8048.pdf. Acesso em: 30 de Abr de 2018.
UNESP – Educação especial: história, etiologia, conceitos e legislação vigente. Disponível em: http://www2.fc.unesp.br/educacaoespecial/material/Livro2.pdf. Acesso em: 14 de Abr de 2018.
[1] Graduação em Matemática Licenciatura, Especialização em Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade de Educação São Luís EAD. E-mail do autor: juliagcastro58@gmail.com; Orientador: Marcos Guariz.

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