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UNIVERSIDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM INVESTIGAÇÃO FORENSE E PERÍCIA CRIMINAL PROJETO INTEGRADO I ANÁLISES GERAIS E FUNDAMENTAIS DOS ASPECTOS DE GESTÃO PÚBLICA DE CRISE, PROCEDIMENTOS DE DIREITO PÚBLICO, INVESTIGAÇÕES CÍVEIS E CRIMINAIS, NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19 (novo coronavírus (Sars-Cov-2), COM BASE NA CPI – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, REALIZADA PELO SENADO FEDERAL BRASILEIRO. Evelen Rodrigues Coimbra RIO DE JANEIRO 2024 ANÁLISES GERAIS E FUNDAMENTAIS DOS ASPECTOS DE GESTÃO PÚBLICA DE CRISE, PROCEDIMENTOS DE DIREITO PÚBLICO, INVESTIGAÇÕES CÍVEIS E CRIMINAIS, NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19 (novo coronavírus (Sars-Cov-2), COM BASE NA CPI – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, REALIZADA PELO SENADO FEDERAL BRASILEIRO. Evelen Rodrigues Coimbra Projeto Integrado I é apresentado à disciplina de Teoria da Argumentação Jurídica, Linguística Textual, Direitos Humanos e Cidadania, Responsabilidade Social e Ambiental, Sociedade Brasileira e Cidadania. Como requisito para aprovação no Curso de Investigação Forense e Perícia Criminal. Tutor EAD – Arthur Felix Sanches RIO DE JANEIRO 2024 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………...………………4 2 DESENVOLVIMENTO…………………………………………………………………………..5 2.1 Infração de medida sanitária preventiva (art. 268 - Código Penal)………………………5 2.2 Falsidade ideológica (art. 299 - Código Penal) …………………………………....………6 2.3 Corrupção passiva (art. 317 - Código Penal) ………………………………………….......6 2.4 Corrupção ativa (art. 333 - Código Penal)……………………………………................…7 2.5 Improbidade Administrativa (Lei 8.429, de 2 de junho de 1992)………….......…………8 2.6 Lei Anticorrupção (Lei 12.846, de 1º de agosto de 2013) ……………………..……...…9 2.7 Crime contra humanidade (Decreto nº 4.388, de 2002 – Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, art. 7º, 1, k) ………………………………….……………..,…10 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………………………………12 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………..………………………..13 1 INTRODUÇÃO A importância da abertura e condução de uma CPI, seus procedimentos, e possíveis resultados de forma genérica. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é uma ferramenta crucial para investigar questões de interesse público. Vamos explorar sua importância, procedimentos e possíveis resultados de forma genérica: Importância da Abertura de uma CPI: A CPI é uma maneira de garantir a transparência e a prestação de contas no governo. Ela permite que o Poder Legislativo investigue questões relevantes para a sociedade. A abertura de uma CPI requer assinaturas de parlamentares e geralmente ocorre quando há suspeitas de irregularidades, escândalos ou más ações por parte do Executivo. Procedimentos da CPI: Convocação de Testemunhas: A CPI tem o poder de convocar testemunhas para prestar depoimento. Isso ajuda a coletar informações relevantes para a investigação. Solicitação de Documentos: A CPI pode solicitar documentos, registros e informações relevantes para a apuração dos fatos. Realização de Audiências Públicas: As audiências públicas permitem que especialistas, autoridades e envolvidos apresentem seus pontos de vista e evidências. Possíveis Resultados: Recomendações Legislativas: A CPI pode propor mudanças na legislação com base nas conclusões da investigação. Encaminhamentos para Órgãos Competentes: Se forem encontradas irregularidades, a CPI pode encaminhar o caso para órgãos competentes, como o Ministério Público, para responsabilização criminal. Elucidação de Escândalos e Irregularidades: A CPI contribui para esclarecer situações controversas e identificar práticas inadequadas. Promoção da Transparência: Ao investigar, a CPI promove a transparência no governo e na administração pública. 2 DESENVOLVIMENTO Durante a investigação da CPI do COVID-19, foram identificadas diversas condutas passíveis de tipificação penal e administrativa, conforme elencado a seguir: A infração de medida sanitária preventiva, prevista no artigo 268 do Código Penal, diz respeito ao ato de infringir determinação do poder público, destinada a impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa. Essa infração tem como bem jurídico tutelado a saúde pública. Vamos analisar alguns aspectos importantes sobre esse delito: Redação Típica e Natureza Jurídica: O artigo 268 está inserido no título VIII do Código Penal, que trata dos crimes contra a incolumidade pública. A ação típica consiste em desobedecer às determinações das autoridades de saúde com o objetivo de evitar a propagação de doenças contagiosas. A pena prevista é de detenção de um mês a um ano, além de multa. Objeto Material e Norma Penal em Branco: O objeto material pode ser de origem legal ou infralegal. A doutrina e a jurisprudência consideram essa infração penal como uma norma penal em branco, ou seja, o complemento normativo do preceito primário (a redação do tipo penal) pode estar no mesmo diploma legislativo (homovitelina) ou em ato infralegal (heterovitelina). Qualquer pessoa pode cometer esse crime, sendo considerado um crime comum. Se praticado por funcionário da saúde pública ou profissionais como médicos, farmacêuticos, dentistas ou enfermeiros, há uma causa de aumento de pena (um terço a mais) prevista no parágrafo único do artigo 2681. Subjetividade Passiva e Características do Tipo Penal: Trata-se de um crime vago, tendo como sujeito passivo a coletividade. O verbo nuclear do tipo (“infringir”) indica uma conduta instantânea, tornando-o um crime formal. A introdução ou propagação da doença contagiosa não é necessária para a consumação, caracterizando um delito de resultado cortado. Em tempos de pandemia do Coronavírus, essa infração ganha relevância, e é fundamental que todos sigam as medidas sanitárias para proteger a saúde pública e evitar a disseminação de doenças contagiosas infração de medida sanitária preventiva: Festas e Aglomerações: Organizar ou participar de festas, reuniões ou aglomerações em locais fechados, desrespeitando as medidas de distanciamento social e uso de máscaras. Ignorar restrições de capacidade em estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes e casas noturnas. Não Utilizar Máscaras: Recusar-se a usar máscara em locais públicos, transporte coletivo ou estabelecimentos comerciais onde o uso é obrigatório. Retirar a máscara em locais inadequados, como dentro de ônibus ou metrôs. Descumprimento de Isolamento ou Quarentena: Não cumprir o período de isolamento ou quarentena determinado pelas autoridades de saúde após contato com pessoa infectada. Sair de casa durante o período de isolamento, colocando outras pessoas em risco. A falsidade ideológica é um crime previsto no artigo 299 do Código Penal Brasileiro. Esse crime ocorre quando alguém omite, em documento público ou particular, declaração que deveria constar, ou nele insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, com o objetivo de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante123. A pena para a falsidade ideológica varia de acordo com o tipo de documento: Se o documento é público, a pena é de reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos, além de multa. Se o documento é particular, a pena é de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, também com multa. Caso o agente seja funcionário público e cometa o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração for de assentamento de registro civil, a pena é aumentada em sexta parte1. Portanto, a falsidade ideológica é uma infração grave que visa proteger a veracidade dos documentos e a confiança nas informações prestadas. É importante que todos estejam cientes das consequências legais desse tipo de conduta. Um exemplo de falsidade ideológica pode ocorrer em um documento público, como um atestado médico. Suponhamos que alguém, com o objetivo de faltar ao trabalho, altere a data ou os sintomas descritos no atestado para que pareça que está doente. Nesse caso, essa pessoa estaria cometendo falsidade ideológica, pois está inserindoinformações falsas em um documento oficial. Outro exemplo pode ser encontrado em contratos particulares. Imagine que alguém venda um carro usado e, ao preencher o contrato de compra e venda, omita informações importantes sobre o estado do veículo, como defeitos mecânicos. Essa omissão também caracteriza falsidade ideológica. Em ambos os casos, a pessoa está manipulando informações com o intuito de obter vantagens indevidas ou prejudicar terceiros. É importante lembrar que a falsidade ideológica é um crime e pode resultar em penalidades legais. O crime de corrupção passiva está previsto no artigo 317 do Código Penal Brasileiro. Vamos analisar os detalhes desse crime: Descrição do Crime: O funcionário público (ou equiparado legalmente) solicita ou recebe, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, vantagem indevida. Essa vantagem pode ser solicitada ou aceita antes mesmo de assumir a função pública, desde que em razão dela. A pena para esse crime varia de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa1. Aspectos Processuais: O Código de Processo Penal estabelece um rito especial para o processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos. Esse procedimento se aplica aos crimes afiançáveis praticados por funcionários públicos contra a Administração Geral, previstos nos arts. 312 a 327 do Código Penal. Antes de receber a denúncia ou queixa-crime, o juiz notifica o funcionário público, que tem 15 dias para oferecer a resposta preliminar. Se o juiz julgar procedente a resposta preliminar, rejeitará a denúncia ou queixa. Caso contrário, seguirá o procedimento ordinário1. Lembre-se de que a Administração Pública é concebida em sentido amplo, abrangendo não apenas seu aspecto objetivo (atividades para o bem comum) como também seu aspecto subjetivo (relativo aos entes que desempenham funções públicas). Além disso, o conceito de funcionário público inclui cargos, empregos e funções O conceito de corrupção passiva está relacionado a um funcionário público (ou equiparado legalmente) que solicita ou recebe vantagem indevida, direta ou indiretamente, para si mesmo ou para outra pessoa. Essa vantagem pode ser solicitada ou aceita antes mesmo de assumir a função pública, desde que em razão dela. Aqui está um exemplo hipotético de corrupção passiva: Suponha que um policial esteja envolvido em uma situação em que ele recebe dinheiro de um motorista infrator para não aplicar uma multa de trânsito. Nesse caso, o policial está cometendo o crime de corrupção passiva, pois está solicitando ou aceitando uma vantagem indevida (o dinheiro) em troca de não cumprir seu dever legal de aplicar a multa. Lembre-se de que a Administração Pública é concebida em sentido amplo, abrangendo não apenas seu aspecto objetivo (atividades para o bem comum) como também seu aspecto subjetivo (relativo aos entes que desempenham funções públicas). Além disso, o conceito de funcionário público inclui cargos, empregos e funções. O crime de corrupção ativa está previsto no artigo 333 do Código Penal Brasileiro. Vamos entender os detalhes desse crime: Descrição do Crime: O crime de corrupção ativa ocorre quando uma pessoa oferece ou promete vantagem indevida a um funcionário público com o objetivo de determiná-lo a praticar, omitir ou retardar um ato de ofício. A pena para esse crime é de reclusão, variando de 2 a 12 anos, além de aplicação de multa. Elementos do Crime: Oferecer vantagem indevida a funcionário público: Isso significa que a ação parte da pessoa que oferece a vantagem, não do funcionário público. Se o funcionário público exigir a vantagem, estaremos diante de um crime de corrupção passiva. Prometer vantagem indevida a funcionário público: Aqui, o legislador apenas diferencia a ação, mas, no final, resulta em uma conduta equivalente. Caso o funcionário público aceite a promessa, ele responderá pelo crime de corrupção passiva. Características do Crime: O crime previsto no artigo 333 é considerado formal, o que significa que basta a intenção do agente para que o crime seja consumado, independentemente da aceitação ou não da vantagem pelo funcionário público. Por exemplo, se alguém oferece vantagem a um fiscal para evitar a interdição de um restaurante, o crime já é consumado no momento da oferta, mesmo que o fiscal não aceite a vantagem Conceito de Corrupção Ativa: A corrupção ativa é um crime em que uma pessoa oferece ou promete vantagem indevida a um funcionário público com o objetivo de influenciá-lo a praticar, omitir ou retardar um ato de ofício. Esse crime está previsto no artigo 333 do Código Penal Brasileiro. Exemplo de Corrupção Ativa: Imagine um empresário que deseja obter uma licença para construir um prédio em uma área protegida. Ele oferece dinheiro a um fiscal ambiental para que este ignore as irregularidades e conceda a licença. Nesse caso, o empresário está cometendo corrupção ativa, pois está oferecendo uma vantagem (dinheiro) ao funcionário público (fiscal) para obter um benefício indevido (a licença). A Lei nº 8.429/1992, também conhecida como Lei da Improbidade Administrativa, dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional1. Essa lei foi criada para combater a corrupção no setor público e estabelece as punições para os agentes públicos que praticam atos de improbidade administrativa. Aqui estão alguns pontos importantes da Lei da Improbidade Administrativa: Abrangência: Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Também estão sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público, bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual1. Tipos de Atos de Improbidade: A lei considera atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 dessa Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. O dolo é a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos referidos artigos, não bastando a voluntariedade do agente. Além disso, o mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa1. Princípios Constitucionais: Os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador também se aplicam ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei1. A improbidade administrativa é todo ato realizado por agente público que fira os princípios fundamentais da Administração Pública. Esses princípios incluem a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência1. Em outras palavras, a improbidade administrativa envolve a desonestidade de quem exerce função no setor público. A Lei de Improbidade Administrativa (LIA), também conhecida como Lei nº 8.429/1992, define e pune os atos de improbidade. Essa lei estabelece quatro tipos de atos considerados como improbidade administrativa: Enriquecimento ilícito: Refere-se a atos que resultam em ganhos financeiros indevidos para o agente público. Prejuízo ao erário: Envolve ações que causam perda de recursos públicos. Concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário: Trata de situações em que benefícios são concedidos ou aplicados de forma inadequada. Atentado contra os princípios da Administração Pública: Inclui violações aos princípios de honestidade, como fraudar concursospúblicos, negar a publicidade de atos oficiais ou deixar de prestar contas quando obrigatório23. Em resumo, a improbidade administrativa visa preservar o interesse público e punir aqueles que agem de forma desonesta no exercício de cargos públicos O Decreto nº 4.388, promulgado em 25 de setembro de 2002, trata do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional. Esse estatuto define os crimes que são considerados contra a humanidade. Vamos dar uma olhada no artigo 7º, que especifica esses crimes: Para os efeitos do presente Estatuto, entende-se por “crime contra a humanidade” qualquer um dos atos seguintes, quando cometido no quadro de um ataque, generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil, havendo conhecimento desse ataque: Assassinato Extermínio Redução à escravidão Deportação ou transferência forçada de população Prisão ou outra forma grave de privação de liberdade física em violação das normas fundamentais do direito internacional Tortura Estupro, escravidão sexual, prostituição forçada, gravidez forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência sexual de gravidade comparável Perseguição de um grupo ou coletividade com identidade própria fundada em motivos políticos, raciais, nacionais, étnicos, culturais, religiosos, de gênero ou outros universalmente reconhecidos como inaceitáveis ao abrigo do direito internacional, em conexão com qualquer ato referido no presente parágrafo ou com qualquer crime da competência do Tribunal Desaparecimento forçado de pessoas Outros atos desumanos de caráter semelhante que causem intencionalmente grande sofrimento ou afetem gravemente a integridade física ou a saúde mental Portanto, o artigo 7º do Decreto 4388/02 estabelece os critérios para identificar e punir os crimes contra a humanidade. Essas disposições visam garantir que tais atos não fiquem impunes e contribuir para a prevenção desses crimes em nível internacional Crime contra a humanidade é um termo que abrange ações graves e sistemáticas cometidas contra a população civil. Vamos explorar o conceito e fornecer um exemplo: Definição: Os crimes contra a humanidade são ataques sistemáticos e generalizados perpetrados por um Estado, governo ou organização contra uma população civil1. Esses crimes incluem uma ampla gama de ações que causam grande sofrimento ou levam à morte indiscriminada de pessoas. No cerne dessa definição está a ideia de um ataque sistemático contra um grupo civil. Exemplos Notórios: Genocídio: O genocídio é um dos exemplos mais conhecidos de crime contra a humanidade. Ele envolve a intenção deliberada de destruir, no todo ou em parte, um grupo étnico, religioso ou nacional. Apartheid: O regime de apartheid na África do Sul é outro exemplo. Durante esse período, houve discriminação sistemática e segregação racial, resultando em sofrimento e violações dos direitos humanos. Estatuto de Roma: O Estatuto de Roma, assinado em 1998, criou o Tribunal Penal Internacional (TPI). Esse tribunal julga indivíduos por crimes específicos, incluindo crimes contra a humanidade. O Estatuto de Roma confirmou a autonomia desses crimes, eliminando a necessidade de uma situação de guerra para responsabilizar alguém por essas condutas2. Em resumo, os crimes contra a humanidade são atos graves que afetam a humanidade como um todo, e sua punição visa proteger os direitos fundamentais e a dignidade das pessoas A Lei Anticorrupção, oficialmente conhecida como Lei nº 12.846/2013, trata da responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas (empresas) pela prática de atos de corrupção contra a administração pública, tanto nacional quanto estrangeira. Essa legislação foi criada para combater a corrupção e garantir maior transparência nas relações entre empresas e o poder público. Aqui estão alguns pontos importantes sobre a Lei Anticorrupção: Responsabilização Objetiva: A lei estabelece a responsabilização objetiva das pessoas jurídicas, o que significa que elas podem ser responsabilizadas independentemente da culpabilidade individual de seus dirigentes ou administradores. Isso se aplica a sociedades empresárias, sociedades simples, fundações, associações e sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou representação no Brasil. Atos Lesivos à Administração Pública: A lei define como atos lesivos à administração pública aqueles que atentam contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro e os princípios da administração pública. Também inclui atos que violem compromissos internacionais assumidos pelo Brasil. Sanções: As sanções previstas na Lei Anticorrupção incluem multa administrativa, que pode chegar a 20% do faturamento bruto da empresa. Além disso, a lei introduz o acordo de leniência, que permite o ressarcimento de danos de forma mais rápida e colaborativa. Responsabilidade Individual: A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus dirigentes, administradores ou qualquer pessoa natural envolvida no ato ilícito. Portanto, a Lei Anticorrupção visa promover a integridade nas relações comerciais e coibir práticas corruptas, contribuindo para um ambiente mais ético e transparente. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Relatório Final gerado ao término da CPI revelou uma série de transgressões legais e irregularidades que levaram à possível tipificação de diversos crimes e infrações administrativas. Neste contexto, o presente trabalho visa aprofundar a análise dessas transgressões, destacando conceitos e exemplos relacionados a cada tipo penal e legislação infringida. . 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Ativismo judicial: nos limites entre racionalidade jurídica e decisão política https://www.scielo.br/j/rdgv/a/dr6L3MVvFz4MsrCShHytnrQ Código Penal Comentado - Ed. 2022 Art. 333 - Corrupção Ativa - Código Penal Comentado - Ed. 2022 | Jusbrasil Doutrina Código Penal Comentado - Ed. 2022 Art. 299 - Falsidade Ideológica - Código Penal Comentado - Ed. 2022 | Jusbrasil Doutrina Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) CPI: como é criada, membros, funções, resumo - Mundo Educação (uol.com.br) Compreensões sobre o Crime de Corrupção Passiva (art. 317 do CP Compreensões sobre o Crime de Corrupção Passiva (art. 317 do CP) | Jusbrasil / CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – COVID-19 – Senado Federal https://legis.senado.leg.br/comissoes/mnas?codcol=2441&tp=4 Decreto nº 4.388 de 25/09/2002 Decreto nº 4.388 de 25/09/2002 (normasbrasil.com.br) Infração de medida sanitária preventiva - art. 268, CP - e a decisão do STF no tema n° 1246 de Repercussão Geral. Infração de medida sanitária preventiva - art. 268, CP - e a decisão do STF no tema n° 1246 de Repercussão Geral. | Jusbrasil Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional - DECRETO Nº 4.388, DE 25 DE SETEMBRO DE 2002. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4388.htm Lei Anticorrupção - LEI Nº 12.846, DE 1º DE AGOSTO DE 2013. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm Lei de Improbidade Administrativa - LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm 2 image1.png