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Fisiologia da Tireóide A tireóide secreta tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). Ambos aumentam o metabolismo através do estímulo do TSH. A inatividade tireoidiana reduz o metabolismo em 40-50%. 93% do que é produzido pela tireoide é T4 e os outros 7% são T3. No entanto, quase todo o T4 é convertido em T3 nos tecidos. O T3 é 4 vezes mais potente, mas está no sangue em quantidades mais baixas. A glândula é composta por folículos colóides - tireoglobulina - revestidos de células epiteliais cubóides. A glândula possui um grande fluxo sanguíneo. Nos folículos também existem células C que produzem calcitonina. Iodo: é preciso de 1 mg/semana de iodo. Para prevenir isso, o sal é iodado. O TSH estimula a bomba de iodeto, aumentando a produção em até 250x. Na glândula normal, a concentração de iodeto é 30x maior do que no sangue. Para o Iodo ser usado com as tirosinas dentro da tireoglobulina, ele é oxidado pela enzima tireoperoxidase. O T4 é composto pela ligação de duas moléculas de diiodotirosina. Já o T3 é formado pela união de uma molécula de monoiodotirosina e uma de diiodotirosina, representando 1/15 do total de hormônios produzidos. Tempo de ação: Esses hormônios ficam armazenados nos folículos suprindo as necessidades do corpo por 2-3 meses, demorando muito para que uma falta seja clinicamente percebida. Os hormônios são transportados ligados a globulina (TBG), pré-albumina e albumina (TBPA) e, pela alta afinidade, são liberados lentamente para os tecidos. A ação dos hormônios tem início lento e longa duração. Ação dos hormônios: consiste em ativar a transcrição nuclear de muitos genes, aumentando a atividade funcional do organismo. 1. Aumenta o metabolismo basal em 60 a 100%. 2. Aumenta a função das mitocôndrias e a produção de ATP 3. Aumenta o transporte de íons 4. Acelera o crescimento e desenvolvimento 5. ↑ metabolismo de carboidratos, captação de glicose, glicólise e gliconeogênese, absorção no TGI e a secreção de insulina. 6. Estimulação do metabolismo das gorduras, mobilização de lipídeos, aumentando a concentração de ácidos graxos no sangue. 7. Diminui as concentrações de colesterol, de fosfolipídios e de triglicerídeos no plasma, embora aumente a de ácidos graxos. O hipotireoidismo é associado à aterosclerose 8. Aumenta o consumo de vitaminas 9. Redução do peso corporal, porém aumento do apetite 10. Aumento do fluxo sanguíneo, FC, força de contração e débito cardíaco pela utilização mais rápida de O2. O fluxo sanguíneo na pele aumenta pela maior necessidade de liberação no corpo. 11. Aumento da frequência e profundidade da respiração pela maior utilização de O2 e liberação de CO2. 12. Aumento da motilidade gastrointestinal e secreções digestivas, podendo ter diarréia no hipertireoidismo. 13. Efeitos excitatórios no sistema nervoso central. O hipertireoidismo é associado com nervosismo, ansiedade e tendências psicóticas. 14. Um aumento no hormônio faz com que os músculos reajam com vigor, mas, com quantidades excessivas deixam os músculos enfraquecidos, pelo catabolismo proteico. O hipotireoidismo deixa os músculos lentos e com relaxamento devagar. Um dos sinais do hipertireoidismo é o tremor muscular leve que pode ser observado ao posicionar uma folha de papel sobre os dedos e se dá pelo aumento das sinapses que controlam o tônus. 15. Pelo efeito muscular, o hipertireoidismo é associado à exaustão, mas o sono é dificultado. Porém, no hipotireoidismo o sono é extremo, podendo variar de 12 a 14h por dia. 16. Elevação das taxas de secreção de outras glândulas endócrinas, mas também aumenta a necessidade tecidual de hormônios. 17. A queda do hormônio reduz a libido e o excesso pode causar impotência. 18. A falta de hormônio costuma causar menorragia e polimenorreia. O hipertireoidismo é associado a oligomenorreia. Regulação: O TSH (tireotrofina) é produzido na adeno-hipófise e aumenta a secreção de T3 e T4 pela tireóide. Ele aumenta a proteólise da tireoglobulina nos folículos (rapidamente), o funcionamento da bomba de iodeto e da iodação da tirosina, a secreção tireoidiana, o número de células e causa transformação de células cubóides em colunares pregueadas. A secreção de TSH segue o ritmo circadiano, mas é regulada pelo TRH, produzido em neurônios paraventriculares do hipotálamo e secretado na eminência mediana, sendo transportado pelo sistema porta até a hipófise, onde estimula a produção de TSH. A produção de TRH é estimulada pelo frio pela ação nos centros hipotalâmicos de controle da temperatura, pessoas que vivem no frio tem metabolismo 15 a 20% acima do normal. Além disso, o jejum reduz a leptina que, por sua vez, reduz a produção de TRH, diminuindo o metabolismo em situações de escassez. A agitação e ansiedade reduzem a expressão de TRH, provavelmente pelo fato de esses estados aumentarem a temperatura e o metabolismo. Quando a concentração de hormônio tireoidiano aumenta, a secreção de TRH e TSH diminuem. Hipertireoidismo A maioria dos pacientes com hipertireoidismo apresenta hiperplasia tireóide, com aumento da função (5 a 15 vezes) e do pregueamento celular para dentro dos folículos. Sintomas: estado de alta excitabilidade, intolerância ao calor, sudorese, perda de peso (até 50 kg), diarreia, fraqueza muscular, nervosismo ou distúrbios psíquicos, fadiga extrema, insônia e tremor das mãos. Adenoma da tireóide: tumor que se desenvolve na tireóide secretando grandes quantidades do hormônio. Testes diagnósticos: Medida do TSH e T4 livres. A tendência é que T4 esteja elevado e TSH baixo. Pode ser solicitado a medida de TSI, sendo alta na doença de Graves e baixa no adenoma. Doença de Graves Epidemiologia: Representa 80% dos casos de hipertireoidismo. Afeta 3% das mulheres e 0,5% dos homens. Seu pico de incidência é entre 30 e 60 anos. Fisiopatologia: Doença autoimune na qual anticorpos TSI (TRAb) ligam-se ao receptor de TSH, hiperativando-o e aumentando a vasculatura da tireoide. Esse anticorpo tem efeito mais prolongado (12h) que o próprio TSH (1h). Além disso, ocorre supressão da produção de TSH na adenohipófise, deixando suas concentrações mais baixas. Os fatores genéticos contribuem com 80% dos casos, mas pode haver influência por radiação, injeção de etanol, uso terapêutico de interleucina e interferon, terapia antirretroviral, lítio, amiodarona e alentuzumabe. Também ocorre influência de fatores estressantes, tabagismo e infecções virais. Manifestações: A tríade é de bócio difuso, oftalmopatia e dermopatia (mixedema pré-tibial). Apesar de ser uma doença órgão-específica, cursa com manifestações sistêmicas autoimunes (DM1, Addison, ooforite, deficiência de ACTH, miastenia gravis, LES, artrite reumatóide, Sjogren, anemia perniciosa, vitiligo) e decorrentes do excesso de hormônios tireoidianos. Cursa com nervosismo, insônia, sudorese excessiva, intolerância ao calor, palpitações, fadiga, perda de peso, dispnéia, fraqueza, aumento do apetite, taquiarritmias, bócio, tremor das mãos, pele quente e úmida, sopro sobre a tireóide, alterações oculares, FA, insuficiência cardíaca, fenômenos tromboembólicos, esplenomegalia, ginecomastia, eritema palmar, edema de MMII, diarreia, distúrbios menstruais, entre outros. Raramente cursa com tempestade tireoidiana ou crise tireotóxica. ➔ Oftalmopatia: Ocorre em 20 a 50% dos pacientes. Os anticorpos reagem provocando agressão orbitária, espessamento dos músculos extraoculares e aumento da gordura retrobulbar, o que leva a um incremento da pressão intra orbitária bilateral. Como consequência, pode ocorrer proptose/exoftalmia, diminuição da drenagem venosa, edema periorbital, edema da conjuntiva (quemose), hiperemia conjuntival, retração palpebral, olhar fixo/assustado e o sinal de lid-lag (retardo na descida palpebral). Nos casos graves, pode haver disfunção do nervo óptico (compressão ou isquemia), defeitos nos campos visuais, distúrbios da visão em cores e/ou perda da visão. ➔ Dermopatia | Mixedema pré-tibial:acomete apenas 5 a 10% e, na maioria das vezes, está associada à oftalmopatia grave e a títulos elevados de TRAb. Consiste no espessamento da pele na área pré-tibial, devido ao acúmulo de glicosaminoglicanos. As lesões em placas com aspecto de casca de laranja e coloração violácea. ➔ Uma manifestação mais comum da DG, envolvendo pele e fâneros, é a onicólise (unhas de Plummer), que se caracteriza pela separação da unha de seu leito. Laboratório: elevação das frações totais e livre de T3 e T4 e redução drástica de TSH, pelo feedback negativo. Pacientes com bócio difuso, manifestações clássicas e esses achados, já garante o diagnóstico. Pode ser solicitado TRAb para diagnóstico de DG eutireóidea, hipertireoidismo apático, distinção de DG e tireoidites, avaliação de risco de recidiva após tratamento com tionamidas, em gestantes com DG e para escolha do tratamento. TRAb ≥ 12 U/ℓ tem chance de remissão definitiva baixa com os antitireoidianos de síntese. Outros achados incluem leucopenia (comum), hipercalciúria e hipercalcemia (ocasionais), elevação de transaminases (1/3 dos casos) e hiperbilirrubinemia (nos mais graves). Pode ser encontrada redução do colesterol total e do LDL-colesterol. Exames de imagem: - Captação do iodo radioativo nas 24 horas: diferencia da tireotoxicose secundária a tireoidite subaguda linfocítica e tireoidite pós-parto (fica baixo ou ausente). Uma alternativa é a mensuração do TRAb. - USG com doppler: mais precisa na detecção de nódulos. > 40 cm/s é indicativo de DG. - Cintilografia tireoidiana: realizada em pacientes com nódulos identificados na USG para avaliar nódulos quentes ou frios. - Punção aspirativa por agulha fina: indicada quando forem encontrados nódulos tireoidianos normo ou hipocaptantes à cintilografia. Doença de Graves toda a tireóide é hipercaptante, enquanto que no nódulo vai ter só em uma parte. Diagnóstico diferencial: tireoidite subaguda linfocítica, bócio nodular tóxico, estimulação anormal da tireóide pelo hCG, tumor hipofisário, resistência hipofisária ao T3 e T4, adenoma tóxico, bócio multinodular tóxico, carcinoma folicular, efeito Jod-Basedow (excesso de iodo ou amiodarona), tireoidite subaguda granulomatosa, tireotoxicose factícia (ingestão excessiva de T3 e T4 ou por hambúrguer), teratoma ovariano e metástases de carcinoma folicular, Hashitoxicose. - Biotina altera resultados laboratoriais. Tratamento: 1. Uso de drogas antitireoidianas de síntese/tionamidas: normalizam a produção de T3 e T4 sem afetar a absorção de iodo ou liberação do estoque preexistente. Eles alteram a organificação e acoplamento das iodotirosinas pela ação das peroxidases tireoidianas. Também tem efeito imunossupressor, com redução do TRAb e outras moléculas. O efeito é observado cerca de 10 a 15 dias após o início do tratamento. a. Metimazol (10 a 30 mg/dia): tem duração de 24h, podendo ser administrado uma vez ao dia, no entanto o uso 2 vezes ao dia melhora o efeito. A ação é mais rápida, é mais bem tolerada e causa menos hepatotoxicidade. É a primeira opção para o tratamento. b. Propilitouracil (100 mg/dia): 100 mg equivalem a 5 mg de MMI. Administrado de 2 a 3 vezes por dia. Usado apenas no tratamento no primeiro trimestre da gestação. Age também na deiodinase periférica que converte T4 em T3, com aumento do T3 reverso. Os pacientes devem ser reavaliados após 4 a 6 semanas, até que atinja resultados normais. Nesse momento as doses devem ser reduzidas gradualmente até que se atinja a menor quantidade possível (5 a 10 mg). O tratamento dura de 12 a 18 meses, se o TRAb ainda estiver elevado após isso, mantém-se por mais 12 meses ou fazer tratamento definitivo. Crianças podem receber tratamento por até 6 anos. A maioria dos pacientes tem remissão após isso, mas recidivas são frequentes, principalmente no primeiro ano pós tratamento. Os efeitos colaterais são mais frequentes nos primeiros 3 a 6 meses e incluem prurido, erupções cutâneas, febre, artralgia (alérgicos), epigastralgia, cãibras, dores musculares, edema, fadiga geral, queda ou pigmentação anormal dos cabelos e alteração do paladar, alterações hematológicas, agranulocitose e a hepatotoxicidade. Betabloqueadores (propranolol 40 a 120 mg/dia) podem ser usados em associação em pacientes com tireotoxicose e FC>90 bpm ou com doença cardiovascular. Esses fármacos também reduzem o nervosismo, insônia, taquicardia, palpitações, tremor e sudorese. Podem também ajudar a reduzir a conversão de T4. Podem ser suspensos após 3 a 4 semanas. 2. Destruição da tireóide, usando o iodo radioativo: é administrado através de cápsulas, podendo ser terapia inicial, definitiva ou de segunda linha. É o melhor custo benefício. A melhora dos sintomas ocorre após 4 a 8 semanas. O principal efeito adverso é o hipotireoidismo e pacientes sintomáticos devem ter o tratamento suspenso após 6 meses e receber suplementação de levotiroxina. Pode ocorrer também tireoidite actínica ou por radiação (cervicalgia anterior e exacerbação do hipertireoidismo) e exacerbar a doença ocular (pode ser prevenido com glicocorticóide). Não é recomendada em pacientes com hipertireoidismo grave com ameaça à visão. Pode ser atingido o eutireoidismo com terapia antitireoidiana previamente. A função tireoidiana deve ser testada após quinze dias e depois mensalmente ou bimestralmente, visando detectar e tratar previamente o hipotireoidismo. 3. Tireoidectomia: indicada em bócios muito volumosos, sintomas compressivos locais, nódulos com suspeita de malignidade após PAAF, falha de outros tratamentos, desejo de engravidar em 6 meses, hiperparatireoidismo associado e opção do paciente. Pode ocorrer hipocalcemia transitória, hipoparatireoidismo, lesão do N. laríngeo, entre outros. Antes da cirurgia o paciente é tratado com MMI até o eutireoidismo (4 a 8 semanas) e nos 10 dias que antecedem administrar iodeto de potássio ou lugol. Alternativamente pode ser usado esquema com dexametasona +solução saturada de iodeto de potássio + propranolol + colestiramina, durante 5 dias. Isso diminui o fluxo sanguíneo e o risco. Crise tireotóxica: sinais semelhantes ao hipertireoidismo, mas mais grave pela reação hiper sistêmica. Ocorre por falta de tratamento, infecção. O tratamento é suporte com corticoides, betabloqueador e antitireoidianos. Tireotoxicose: não a disfunção múltipla. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Grupo GEN, 2020. Hipotireoidismo Hipotireoidismo: deficiência na produção ou ação dos hormônios tireoidianos com alentecimento dos processos metabólicos. Epidemiologia: ocorre em até 3,7% da população. Aumenta a frequência em idades avançadas, mulheres, doenças autoimune, HF, síndrome de Down e Turner. Etiologias: ➔Primário: por mau funcionamento da própria tireoide. 95% dos casos, podendo ser endêmica em áreas de deficiência de iodo. Inclui tireoidites, doenças infiltrativas, deficiência de iodo, uso de fármacos (amiodarona, lítio, tionamidas, inibidores da tirosinoquinase, outros), radioiodoterapia, tireoidectomia, disgenesias e distúrbios genéticos. ➔Secundário: causa hipofisária com deficiência de TSH. Inclui tumores hipofisários, necrose hipofisária pós-prto, distúrbios genéticos, fármacos (dopamina, glicocorticóides) ➔Terciário: deficiência hipotalâmica do TRH. Junto com o secundário incluem as causas centrais. Etiologia: Doenças tireoidianas: A tireoidite de Hashimoto é a causa mais comum e se trata de uma doença autoimune, com títulos elevados de anti-TPO. As tireoidites subagudas (granulomatosa, linfocítica e pós-parto) levam a hipotireoidismo geralmente transitório. Bócio atópico. Tireoidite de Riedel causa hipotireoidismo pela fibrose da tireoide. Pode ser decorrente de doenças infiltrativas, como hemocromatose, sarcoidose, esclerose sistêmica progressiva, amiloidose ou cistinose. Defeitos funcionais: Disormonogênese congênita, deficiência de iodo grave e uso de fármacos (antitireoidianos,iodo, lítio, amiodarona, contrastes radiológicos, valproato de sódio, sunitinibe, fármacos bociogênicos sintéticos ou naturais etc.) Tratamentos: radioiodoterapia, radioterapia de cabeça e pescoço Hipotireoidismo congênito: detectado no período neonatal, podendo ser permanente ou transitório. Pode ser decorrente de ingesta insuficiente de iodo pela mão, uso de MMI pela mão, passagem placentária de TRAb materno, defeitos na formação da tireoide. Sinais e sintomas: astenia, sonolência, intolerância ao frio, voz arrastada, pele seca e áspera, hiporreflexia profunda, edema periorbital, anemia e bradicardia. ½ dos pacientes tem ganho de peso. ¼ dos pacientes são assintomáticos ou oligossintomáticos. ➔ Alteração metabólica: elevação do LDL e TG. ➔ Alterações endócrinas: hiperprolactinemia (pelo aumento do TRH), redução de fator de crescimento semelhante à insulina e proteína ligadora de IGF. ➔ Alterações neurológicas: cefaleia, tontura, zumbido, astenia, adinamia, fala lenta ou arrastada, hiporreflexia profunda, alterações vestibulares, déficits cognitivos, distúrbios visuais, deficiência auditiva, parestesias etc. ➔ Coma mixedematoso: complicação mais grave do hipotireoidismo, com mortalidade elevada (60%). ➔ Mixedema: por motivos que não explicados, ácido hialurônico e sulfato de condroitina, ligados a proteínas, formam excesso de gel tecidual nos espaços intersticiais, aumentando a quantidade total do líquido intersticial. O aspecto é imóvel e sem depressões. ➔ Pele e fâneros: pele seca, descamativa e áspera, amarelada pelo caroteno. Cabelos secos e quebradiços, queda de cabelos, fragilidade ungueal, rarefação do terço distal das sobrancelhas (madarose), edema facial e de MMII e cicatrização lenta. ➔ Sistema cardiovascular: bradicardia , redução do DC, hipofonese das bulhas, baixa voltagem do QRS e aterosclerose. ➔ Sistema digestivo: Anorexia, constipação, distensão gasosa, retardo no esvaziamento gástrico e alentecimento do trânsito intestinal. ➔ Sistema respiratório: respirações lentas e rasas, bem como respostas ventilatórias alteradas a hipercapnia e hipóxia. ➔ Sistema musculoesquelético: fadiga muscular generalizada, mialgias, cãibras, artralgias, derrames articulares, síndrome do túnel do carpo e pseudogota. ➔ Manifestações renais e distúrbios eletrolíticos: alterações secundárias à insuficiência cardíaca e redução do débito cardíaco. ➔ Sistema reprodutivo: oligomenorreia, amenorreia primária ou secundária, menorragia, anovulação e infertilidade. Em homens, podem ser observadas redução da libido, disfunção erétil e oligospermia. ➔ Sistema hematopoiético: Anemia leve a moderada é um achado comum pela menorragia, redução da absorção de ferro e B12 e da menor produção do fator intrínseco. ➔ Presença de bócio nos casos de defeito congênito, tireoidite de Hashimoto ou deficiência de iodo. Nos casos centrais não existe bócio. ➔ Na infância ocorre icterícia persistente, choro rouco, constipação, sonolência, hérnia umbilical, atraso na maturação óssea e retardo mental. O hipotireoidismo congênito é rastreado pelo teste do pezinho. O cretinismo se trata da associação de retardo mental, baixa estatura, edema de face e mãos, com frequência ocorre surdez e anormalidade dos tratos piramidais e extrapiramidais. A criança pode ter aspecto obeso, baixa estatura e macroglosia pelo crescimento excessivo detecidos moles em comparação com os ossos. Diagnóstico: TSH elevado e níveis baixos de T4 livre e T3. Se o hipotireoidismo for central, o T4 livre fica baixo e o TSH normal ou baixo. Presença de microcalcificações, bordas irregulares e hipoecogenicidade são achados ultra-sonográficos sugestivos de neoplasia maligna. Porém, a especificidade dessas características é relativamente baixa (66%). A adição do Doppler aumentou a acurácia diagnóstica: ausência de vascularização ou vascularização exclusivamente periférica são dados sugestivos de benignidade, ao passo que vascularização predominante ou exclusivamente central sugere doença maligna. Outro emprego da ultra-sonografia é a orientação para a PAAF, facilitando a coleta de material e reduzindo a necessidade de novas punções por coleta inadequada de material. Tratamento: levotiroxina em dose única diária em jejum pela manhã, 30 a 60 min antes do café da manhã. A meia vida é de 7 dias. As doses variam de 25 a 300 mcg/dia. Inicia-se com a dose mais baixa e reajusta em 6 semanas, até os valores laboratoriais se normalizarem. As metas para adultos com até 60 anos é o TSH entre 1 e 2,5, entre 60 e 70 anos de 3 a 4 e > 70 anos de 4 a 6. Os efeitos adversos ocorrem por iatrogenia com doses excessivas causando hipertireoidismo. Se as doses de TSH for < 0,1 mU/ℓ pode ocorrer FA, elevação da PA, hipertrofia ventricular esquerda e IAM. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Grupo GEN, 2020. Doença de Hashimoto: a autoimunidade destrói as células da tireóide. Inicialmente ocorre tireoidite, posteriormente causando fibrose da glândula, com redução ou ausência de secreção do hormônio. Bócio endêmico: Aumento da tireóide causado por deficiência de iodo na dieta. A produção de hormônio é prejudicada, não ocorrendo a inibição da produção de TSH, que fica muito elevado. Esse TSH estimula a produção de colóide de tireoglobulina, aumentando (até 20x) o tamanho da glândula. Bócio atóxico idiopático: glândula aumentada sem causa especificada, podendo haver tireoidite leve. Pode ou não ser associada à redução de T3 e T4. As seguintes anormalidades podem ser encontradas: 1. Deficiência na captação de iodeto 2. Deficiência do sistema peroxidase, não oxidando o iodo 3. Deficiência da conjugação de tirosinas iodadas na tireoglobulina 4. Deficiência da enzima deiodinase, que impede a recuperação de iodo Bócio por substâncias bociogênicas: nabo e repolho. Função Tireoidiana Subclínica Concentrações séricas de TSH fora do valor de referência, na presença de valores normais dos hormônios tireoidianos (a mensuração de T3 é desnecessária). Usualmente tem padrão assintomático. No hiperS o TSH fica abaixo e no hipoS fica alto. Hipotireoidismo subclínico: pode ser permanente se as alterações se mantiveram por mais de 6 meses ou transitório. Pode ser classificado de acordo com o TSH: ➔ Grau I: TSH 4,5 a 9,9 mU/ℓ (geralmente assintomáticos) ➔ Grau II: TSH ≥ 10 mU/ℓ (mais desfecho cardiovascular e sintomas) Epidemiologia: disfunção da tireoide mais comum com prevalência de 10%, sendo mais comum em mulheres. História natural: pode progredir para hipotireoidismo franco ou manter-se por um longo período, ou regredir espontaneamente. O exame deve ser repetido em 3 a 6 meses para confirmação de que não foi uma elevação pontual. Tratamento: recomendado que seja feito em pacientes muito sintomáticos (fazer teste terapêutico), com risco cardiovascular ou com TSH maior ou igual a 10. Deve ser feito apenas na doença persistente após exclusão de outras causas. Hipertireoidismo subclínico: Pode ser persistente ou transitório, deve ser feita dosagem em 3 a 6 meses para confirmar. Pode ser “exógena” (iatrogenia) ou “endógena”. O endógeno ocorre por liberação de hormônios tireoidianos armazenados devido a processos destrutivos (tireoidites → tireotoxicose) ou por aumento da biossíntese. Pode ser classificado em: ➔ Grau I: níveis de TSH baixo, mas não suprimido (0,1-0,44 mU/ℓ) ➔ Grau 2: níveis de TSH suprimido (< 0,1 mU/ℓ). (mais sintomática, mais risco de FA, IC, AVC, DAC) Epidemiologia: A prevalência geral não excede 1 a 2%. Tratamento: Fatores TSH < 0,1 TSH entre 0,1 e 0,4 ≥ 65 anos Tratar Considerar < 65 com doença cardíaca, osteoporose, menopausa sem reposição, sintomas Tratar Considerar < 65 sem sintomas Considerar Observar O tratamento é feito com metimazol para pacientes com DG < 65 anos, enquanto o radioiodo é para aqueles com doença nodular autônoma e ≥ 65 anos. A cirurgia é indicada para bócios volumosos, na impossibilidadede tratamento medicamentoso ou na suspeita de câncer. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Grupo GEN, 2020. Disfunção Tireoidiana na Gestação Durante a gestação, ocorrem diversos mecanismos adaptativos: ➔ Maior inativação placentária dos hormônios tireoidianos por ação das deiodinases (DIO), pois a placenta expressa DIO2 e DIO3. ➔ Grande transferência dos HT para o feto por transportadores transmembrana, sendo que até a 16a semana de gestação o desenvolvimento fetal é dependente desse processo. ➔ Redução das frações livres dos HT, secundária ao incremento da produção hepática da globulina ligadora de tiroxina (TBG) provocada pela elevação do estrogênio sérico. ➔ Maior estímulo do eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano, resultando em aumento das concentrações séricas de TSH e consequente estimulação global da biossíntese de HT. ➔ Elevação dos níveis séricos de hCG (pico na 7-11 semana), que exerce crucial ativação cruzada no receptor do TSH, contribuindo também para adicional incremento na função tireoidiana. 5% das gestantes tem hipertireoidismo transitório nessa fase, pode ocorre hiperêmese gravídica, vômitos, desidratação, perda ponderal e cetonúria. Entre 14 e 18 semanas o hCG perde intensidade e isso estabiliza, não são indicadas drogas antitireoidianas. ➔ Transplacentária de iodo, com progressivo aumento da demanda fetal, sobretudo a partir da 14a semana, quando se inicia a produção do HT fetal. Na gestação, a necessidade diária de iodo aumenta de 150 para 250 μg/dia. Além disso, há maior perda desses micronutrientes por conta do aumento da TFG e elevação do clearance renal de iodo. Hipertireoidismo É diagnosticado quando o nível de TSH está suprimido e HT ultrapassam os limites superiores. É associado a aborto, parto prematuro, descolamento prematuro de placenta, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, insuficiência cardíaca congestiva e crise tireotóxica. Diagnóstico: a cintilografia é contraindicada, logo o TRAb é o mais adequado. Ele é positivo em 95% das pacientes com DG. Se estiver positivo no início da gestação, a dosagem deve ser repetida com 18-22 semanas. Na persistência da elevação, nova dosagem deve ser feita com 30-34 semanas. O anticorpo tem passagem placentária e pode causar tireotoxicose fetal e neonatal, sobretudo se os valores ultrapassarem 3 vezes o limite superior, devendo sempre pesquisar hipertireoidismo neonatal, pesquisa de bócio fetal, maturação óssea acelerada, redução da taxa de crescimento IU e taquicardia na USG. A diferença do transitório e do franco é que o transitório não tem praticamente nenhuma outra manifestação. Tratamento: O HTG e o hipertireoidismo subclínico não necessitam de tratamento específico. DAT devem ser evitadas, se possível, sobretudo no primeiro trimestre. Nos casos de hipertireoidismo franco, deve-se instituir a terapêutica com DAT (primeira escolha), objetivando-se manter o T4 materno no limite superior da normalidade ou ligeiramente acima. No primeiro trimestre usar PTU e a partir disso MMI. Se no primeiro trimestre consegue-se um controle, o DAT deve ser reduzido para as doses mais baixas ou suspensão da medicação. Efeitos fetais possíveis: aplasia cutis, atresia de esôfago, defeitos da parede abdominal e do sistema urinário, malformação cardíaca (septo) e ocorre em 3 a 4% das gestações que tiveram exposição ao MMI no primeiro trimestre. Hipotireoidismo A prevalência de hipotireoidismo subclínico na gestação é de 3 a 7% e a de hipotireoidismo franco é de 0,3 a 0,5%. Fatores de risco: Idade > 30 anos; Pacientes provenientes de áreas com insuficiência de iodo; Obesidade grau 3; História familiar e/ou pessoal de hipotireoidismo ou doença autoimune tireoidiana; Antecedente de infertilidade, prematuridade ou aborto; Bócio ou anticorpos positivos, principalmente o ATPO; História de radiação de cabeça e pescoço ou cirurgia da tireoide prévia; Diabetes melito tipo 1 ou outras doenças autoimunes associadas; Sinais ou sintomas relacionados ao hipotireoidismo; Uso de amiodarona, lítio ou contraste iodado; Multiparidade. Diagnóstico: semelhante aos outros distúrbios. Efeitos: infertilidade, aborto, anemia, déficit cognitivo, hipertensão, baixo peso ao nascer, pré-eclampsia, prematuridade, óbito fetal, hemorragias, cretinismo. Tratamento: levotiroxina, 1,6 a 1,8 mcg/kg/dia + 25% referente às maiores demandas da gestação. Após isso, pode-se modificar as doses com base nos níveis de TSH, que deve ficar entre 0,1 e 2,5 e ser monitorado a cada 6 e 8 semanas. Se o hipotireoidismo já é diagnosticado antes da gestação, a dosagem de TSH deve ser ajustada para os valores de gestantes e após a concepção a levotiroxina deve ser acrescida de 25%. Na prática pode ser adicionado 2 cp a mais na semana. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Grupo GEN, 2020. Tireoidites Tireoidite: processo inflamatório da glândula tireóide, podendo levar à disfunção tireoidiana transitória ou permanente. É mais comum em pacientes com doença ou anomalia congênita tireoidiana prévia. ➔ Aguda/supurativa aguda/infecciosa: prevalência aumentando com o número de imunodeprimidos. 70% dos casos são bacterianos. O início é súbito, o acometimento é geral e assimétrico e os sintomas incluem cervicalgia anterior unilateral intensa, febre, sudorese, astenia, linfadenomegalia, disfagia e disfonia. Além disso, existem sinais flogísticos no lado afetado. A função tireoidiana é normal geralmente. O tratamento consiste em antibiótico orientado pela cultura da PAAF. ➔ Subaguda: ◆ Granulomatosa ou De Quervain: etiologia viral ou pós vacinas, se trata de um processo inflamatório autolimitado. É uma condição dolorosa que acomete mais mulheres entre 20 e 40 anos. Ocorre a infiltração de células gigantes, formação de microabscessos e fibrose, com destruição dos folículos. O paciente apresenta astenia, mal-estar, artralgia, mialgia, faringite e febre baixa que se intensifica com a dor moderada que se irradia. Apresenta um bócio firme nodular unilateral. Pode envolver um ou os dois lobos. Os sinais de hipertireoidismo são muito comuns (tem 4 fases: hipertireoidismo > eutireoidismo > hipotireoidismo > eutireoidismo). Ocorre intensa elevação do VHS e PCR. O tratamento visa alívio dos sintomas com anti inflamatórios. ◆ Linfocítica ou indolor: autoimune e surge de modo esporádico. Cursa com as mesmas 4 fases da granulomatosa. Muitas vezes as fases passam despercebidas a depender do bócio e dos sintomas. O tratamento objetiva o controle dos sintomas tireoidianos. ◆ Pós-parto: autoimune. Igual a linfocítica. Pode se apresentar com hipertireoidismo transitório, hipertireoidismo transitório ou um seguido do outro com posterior recuperação. O bócio é difuso, pequeno e indolor. Títulos elevados de anti-TPO são encontrados em 85% dos casos. O tratamento consiste no controle dos sintomas se eles forem incômodos. ➔ Crônica: ◆ Tireoidite de Hashimoto: etiologia autoimune. Causa mais comum de hipotireoidismo. Tem relação com a genética, idade, sexo feminino, consumo de iodo e fármacos com ele na composição, entre outros fatores. A maioria dos pacientes é assintomática e as principais queixas tem relação com hipotireoidismo, bócio difuso indolor firme é observado na maioria dos casos. A principal característica é a presença de anti-TPO, TRAb também pode ser presente. Na USG da tireóide, ela apresenta-se aumentada, heterogênea e hipervascular, com micronódulos, septações ecogênicas e diminuição da ecogenicidade. A reposição com L-T4 está prioritariamente indicada para pacientes hipotireóideos. ◆ Tireoidite de Riedel/fibrosa invasiva: idiopática. Ocorre a fibrose extensa da tireoide e tecidos adjacentes. Apresenta-se como bócio endurecido de crescimento variável. Os sintomas incluem compressão local, disfagia, sensação de peso ou pressão regional, rouquidão, estridor e sintomas respiratórios. Hipotireoidismo ocorrese o comprometimento for extenso. O diagnóstico é feito com biópsia, pois a PAAF é dificultada pela resistência do tecido. Se houver sintomas compressivos o tratamento é cirúrgico. ◆ Outros casos: induzido por medicamento. VILAR, Lúcio. Endocrinologia Clínica. Disponível em: Minha Biblioteca, (7ª edição). Grupo GEN, 2020. CONFERÊNCIA Efeito stunning: o excesso de iodo pode fazer com que o iodo seja menos absorvido. O iodo pode dar tanto, hiper quanto hipotireoidismo. Isso é observado na amiodarona. Sinal de Von graefe Testes: TSH e T4 livre. Sem dúvida para hipertireoidismo: TRAB, captação de radioiodo e USG. Tríade graves: bócio, oftalmopatia e dermopatia pretibial. O TRAb é elevado e aumento de captação de radioiodo. O tratamento é com: - medicações antitireoidianas: metimazol e propilracil - Dose de iodo? - tireoidectomia - b bloqueador Cintilografia: útil no hipertireoidismo com nódulo para ver se o nódulo é hiperfuncionante. Antes dela deve ser feito USG (nódulo de tireóide = USG). Se TSH normal ou alto não há indicação de cintilografia. Mecanismo da fome Para adequar o balanço energético, o corpo possui mecanismos para regular a ingestão energética. Por exemplo, o gasto energético ativa mecanismos de fome. A sensação de fome está associada ao desejo por comida, contrações rítmicas do estômago e inquietude. O apetite é o desejo pelo alimento e frequentemente é dirigido a um tipo específico de comida. Se a busca por alimento for bem sucedido, ocorre a saciedade. Todas essas sensações são influenciadas por fatores ambientais e culturais. Centros neurais que regulam a ingestão: o hipotálamo possui centro neurais de fome e saciedade. Esses centros também estimulam outras glândulas, como a tireóide, adrenal e pâncreas. ➔ O estímulo dos núcleos laterais faz com que ocorra fome e excitação motora para busca por alimento. ➔ Os núcleos ventromediais funcionam como centro da saciedade. Essa região causa satisfação nutricional e inibe o centro da fome. ➔ Os núcleos paraventricular (inibe), dorsomedial (estimula) e arqueado (onde os hormônios gastrointestinais e adiposos são liberados) do hipotálamo também regulam a ingestão. O hipotálamo recebe: (1) sinais do TGI que informam sobre o enchimento gástrico; (2) sinais químicos dos nutrientes no sangue (glicose, aminoácidos, ácidos graxos), que significam saciedade; (3) sinais dos hormônios gastrointestinais; (4) sinais dos hormônios liberados pelo tecido adiposo; (5) sinais do córtex cerebral (visão, olfato e paladar), que influenciam o comportamento alimentar. Substâncias com influência na saciedade: (1) substâncias orexígenas, que estimulam a alimentação; (2) substâncias anorexígenas, que a inibem. Tipos de neurônios dos núcleos arqueados: são alvos de vários hormônios que regulam a fome, como a leptina, insulina, CCK e grelina. (1) neurônios produtores de pró-opiomelanocortina (POMC) que secretam o hormônio estimulante de melanócitos (α-MSH), com o peptídeo transcrito regulado por cocaína e anfetamina (CART): reduzem a ingestão e aumenta o gasto energético, defeitos nessa via da melanocortina são associados com obesidade; (2) Neurônios que produzem as substâncias orexígenas neuropeptídeo (NPY) e a proteína relacionada a agouti (AGRP): aumentam a ingestão e reduzem o gasto. Tronco encefálico: controla a parte mecânica da alimentação. Amígdala e córtex pré-frontal: são intimamente acoplados ao hipotálamo e desempenham função no apetite. Esses centros são relacionados com o olfato, visão e audição. Regulação da quantidade de alimento ingerido Curto prazo: prevenção da superalimentação a cada refeição. Quando a pessoa come vorazmente, não há tempo para que ocorram alterações nos estoques de energia e são necessárias várias horas para que fatores nutricionais sejam absorvidos. Sendo assim, um feedback rápido deve ser feito, isso é acionado pela plenitude gastrointestinal (especialmente estômago e duodeno). ➔ A CCK é liberada pela entrada de proteínas e gordura no duodeno, estimulando a contração da vesícula biliar, o esvaziamento gástrico, a motilidade intestinal, a secreção de ácido gástrico e ativa receptores sensoriais no duodeno, levando estímulos pelo nervo vago. ➔ O peptídeo YY é secretado por todo o TGI, mas principalmente pelo íleo e cólon. Sua ação específica ainda não foi definida. ➔ A presença do alimento também libera peptídeo semelhante a glucagon (GLP), que aumenta a secreção de insulina dependente da concentração de glicose. Ambos suprimem o apetite. ➔ A grelina é liberada pelas células oxínticas estomacais e no restante do TGI na ausência de alimentação, estimulando a ingestão. Os níveis caem rapidamente após a alimentação. ➔ A mastigação, salivação, deglutição e o paladar inibem os centros hipotalâmicos Longo prazo: manutenção de quantidades normais dos estoques energéticos no corpo. É feito pelo comportamento, ambiente e social. ➔ Concentrações de glicose, aminoácidos e lipídios reduzidas após longos períodos sem alimento podem influenciar no apetite. ➔ Na exposição ao frio aumenta a ingestão e no calor é o oposto para regular a taxa metabólica e aumento do isolamento. ➔ Os adipócitos liberam leptina que é percebida pelo hipotálamo e ocupa neurônios POMC e AGRP/NPY. Isso diminui o apetite, ativa o sistema de melanocortina, aumenta a taxa metabólica e o gasto energético, diminui a secreção de insulina. indivíduos obesos apresentam resistência a leptina, por continuarem o consumo, mesmo com a sinalização. Hall, John, E. e Michael E. Hall. Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica. Disponível em: Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2021.