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@karina_oliveiraq – MED APG S4P2 Hipotireoidismo e Hipertireoidismo • Revisar a anatomia e histologia da glândula tireoide. ➨ A glândula tireoide, em formato de borboleta, está localizada abaixo da laringe. É composta por lobos direitos e esquerdo, um em cada lado da traqueia. Cerca de 50% das glândulas tireoides apresentam um pequeno terceiro lobo, chamado de lobo piramidal, que se estende superiormente a partir do istmo. A massa normal da tireoide é de aproximadamente de 30 g. ➨ A tireoide também é constituída por sacos esféricos nomeados de folículos da tireoide, no qual constituem grande parte da glândula. A parede de cada folículo é constituída principalmente por células foliculares, cujo a maioria se estende até o lúmen. Uma membrana basal envolve cada folículo. ➨ As células foliculares produzem dois hormônios: - Tiroxina: também chamada de tetraiodotironina (T4), pois contém quatro átomos de iodo; - Tri-iodotironina (T3): contém três átomos de iodo. ➨ Entre os folículos, podem ser encontradas algumas células chamadas de células parafoliculares ou células C, no qual produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. ➤ Formação, armazenamento e liberação dos hormônios da tireoide: ➨ A glândula tireoide é a única glândula endócrina que armazena seu produto secretório em grandes quantidades (normalmente o suficiente para cerca de 100 dias). A síntese e a secreção de T3 e T4 ocorrem da seguinte forma: 1- Retenção de iodeto: as células foliculares da tireoide retêm íons iodeto (I–), transportando-os ativamente do sangue para o citosol. Por conta disso, em geral, a glândula tireoide contém a maioria do iodeto corporal. 2- Síntese de tireoglobulina: ao mesmo tempo que retêm I–, as células foliculares também sintetizam tireoglobulina (TGB), uma grande glicoproteína produzida no retículo endoplasmático rugoso, modificada no complexo de Golgi e armazenada em vesículas secretoras. As vesículas sofrem exocitose, o que libera TGB para o lúmen do folículo. 3- Oxidação de iodeto: parte dos aminoácidos na TGB consiste em tirosinas que se tornarão iodadas. Entretanto, íons iodeto com carga elétrica negativa não conseguem se ligar à tirosina até que sofram oxidação (remoção de elétrons) para iodeto: 2 I- → I2. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam a membrana para o lúmen do folículo. 4- Iodação da tirosina: conforme moléculas de iodo (I2) se formam, elas reagem com as tirosinas integrantes das moléculas de tireoglobulina. A ligação de um átomo de iodo produz monoiodotirosina (T1) e a de dois produz di-iodotirosina (T2). A TGB com átomos de iodo fixados é um material viscoso que se acumula e é armazenado no lúmen do folículo da tireoide, chamado de coloide. 5- Acoplamento de T1 e T2: durante a última etapa da síntese dos hormônios da tireoide, duas moléculas de T2 se juntam para formar T4 ou uma de T1 com uma de T2 se unem para formar T3. 6- Pinocitose e digestão de coloide: gotículas de coloide penetram de novo nas células foliculares por @karina_oliveiraq – MED pinocitose e se juntam aos lisossomos. Enzimas digestivas nos lisossomos degradam a TGB, separando moléculas de T3 e T4. 7- Secreção de hormônios da tireoide: como são lipossolúveis, T3 e T4 se difundem através da membrana plasmática para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue. Em geral, T4 é secretada em maior quantidade que T3, mas T3 é muitas vezes mais potente. Além disso, depois que a T4 entra no corpo celular, a maioria dela é convertida a T3 por remoção de um iodo. 8- Transporte no sangue: mais de 99% de T3 e T4 se combinam a proteínas transportadoras no sangue, principalmente à globulina transportadora de tiroxina (TBG). ➤ Ações dos hormônios da tireoide: ➨ A maioria das células corporais apresenta receptores para hormônios da tireoide, T3 e T4 exercem seus efeitos por todo o corpo. Os hormônios da tireoide aumentam a taxa metabólica basal (TMB), que consiste no consumo de oxigênio em condições basais ou padrão (acordado, em repouso e jejum) por meio da estimulação do uso de oxigênio celular na produção de ATP. Quando a taxa metabólica basal aumenta, o metabolismo celular dos carboidratos, lipídios e proteínas se torna mais intenso. Outro efeito importante dos hormônios da tireoide é o de estimular a síntese de bombas adicionais de sódio e potássio (Na+-K+ ATPase), o que utiliza grandes quantidades de ATP para continuamente ejetar íons sódio (Na+) do citosol no líquido extracelular e íons potássio (K+) do líquido extracelular no citosol. Com a produção e a utilização de mais ATP pelas células, mais calor é liberado e a temperatura corporal sobe. Esse fenômeno é chamado de efeito calorigênico. Dessa maneira, os hormônios da tireoide têm participação importante na manutenção da temperatura corporal normal. Mamíferos normais são capazes de sobreviver a temperaturas muito baixas, mas aqueles cuja glândula tireoide foi removida não conseguem Na regulação do metabolismo, os hormônios da tireoide estimulam a síntese de proteína e aumentam o uso de glicose e ácidos graxos para a produção de ATP. Além disso, intensificam a lipólise e a excreção de colesterol, reduzindo, desse modo, o nível de colesterol sanguíneo. Os hormônios da tireoide intensificam algumas ações das catecolaminas (norepinefrina e epinefrina), pois promovem a suprarregulação dos receptores beta (β). Por essa razão, os sinais/sintomas do hipertireoidismo incluem frequência cardíaca aumentada, batimentos cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada. Junto com o hormônio do crescimento e com a insulina, os hormônios da tireoide aceleram o crescimento corporal, sobretudo o crescimento dos sistemas nervoso e esquelético. A deficiência de hormônios da tireoide durante o desenvolvimento fetal ou infância causa grave retardo mental e restrição do crescimento ósseo. ➤ Controle da secreção de hormônio da tireoide: ➨ O hormônio liberador de tireotrofina (TRH) do hipotálamo e o hormônio tireoestimulante (TSH) da adeno-hipófise estimulam a síntese e a liberação dos hormônios da tireoide. ➥ Níveis reduzidos de T3 e T4 ou taxa metabólica baixa estimulam o hipotálamo a secretar TRH. ➥ O TRH entra nas veias porto-hipofisárias e flui para a adeno-hipófise, onde estimula os tireotrofos a secretar TSH. ➥ O TSH estimula praticamente todos os aspectos da atividade celular dos folículos da tireoide, inclusive captação de iode, síntese e secreção de hormônio e crescimento das células foliculares. ➥ As células foliculares da tireoide liberam T3 e T4 no sangue até que a taxa metabólica volte ao normal. ➥ O nível elevado de T3 inibe a liberação de TRH e TSH (inibição por feedback negativo). • Conhecer a epidemiologia do Hipotireoidismo e Hipertireoidismo. ➭ Hipotireoidismo: ➥ Atualmente estima-se que a prevalência de hipotireoidismo subclínico (TSH elevado com T4 livre normal estável por algumas semanas, em pacientes fora de tratamento para hipotireoidismo, sem doença aguda ou crítica e com funções hipofisária e hipotalâmica normais) seja de aproximadamente 4 a 8% da população, e que a prevalência de hipotireoidismo clínico (TSH elevado com T4 livre baixa) seja de aproximadamente 0,3% da população. O risco é bem maior em mulheres (5 a 10 vezes maior do que em homens) e aumenta com a idade. @karina_oliveiraq – MED ➥ A prevalência de hipotireoidismo na população é de cerca de 5%. Em um estudo de corte transversal norte americano, foi encontrado elevação nos níveis de TSH em 9,5% da população, dos quais 74% foram classificadoscomo hipotireoidismo subclínico. A elevação dos níveis de TSH foi associada ao aumento da idade e ao sexo feminino, com variação entre 4 e 21% nas mulheres e 3 e 16% nos homens, atingindo 24% em mulheres com mais de 60 anos. A diferença entre os sexos ganha significado estatístico a partir dos 34 anos. No Uruguai, um estudo revelou que a prevalência de disfunções tireoidianas varia de acordo com a zona geográfica, a ingesta de iodo, a presença de outras endocrinopatias e o aumento da idade. ➥ Um estudo brasileiro evidenciou o aumento dos níveis de TSH em idosos. Estima-se que 6% na população entre 70-79 anos e 10% na população com 80 anos ou mais apresentem níveis de TSH elevados. Em um estudo ecológico realizado em São Paulo, foi encontrado hipotireoidismo em 4,9% e em 8,3% da população oriunda do Polo Petroquímico de Capuava e de São Bernardo do Campo, respectivHamente. Um estudo mais recente, o ELSA- Brasil, realizado em seis capitais brasileiras, demonstrou que 7,4% da população analisada apresentaram hipotireoidismo clínico, sendo 1,2% homens e 6,2% mulheres. ➭ Hipertireoidismo: ➥ A prevalência de hipertireoidismo nos EUA é de 1,2% da população, sendo 0,7% hipertireoidismo subclínico e 0,5% hipertireoidismo clínico. ➥ Em um estudo norte-americano, a diminuição dos níveis de TSH foi de 2,2% na população estudada, sendo apenas 0,1% de hipertireoidismo clínico. No Brasil, a prevalência de hipertireoidismo varia entre 0,7% e 3,3%. O hipertireoidismo foi relacionado a distúrbios no metabolismo ósseo, a transtornos do pânico, a alterações na glicemia de jejum e a disfunções cardiovasculares. • Entender a fisiopatologia do Hipotireoidismo e Hipertireoidismo. ➭ Hipotireoidismo: O hipotireoidismo é a síndrome clínica decorrente de redução da concentração ou de ação dos hormônios tireoidianos em nosso corpo, resultando em queda do metabolismo e prejuízo das atividades biológicas que dependem do estímulo dos hormônios tireoidianos para acontecerem. → Sua patologia irá depender da etiologia, sendo dividida etiologicamente em: ➥ Hipotireoidismo primário (95% dos casos): doença no tecido tireoidiano, o qual deixa de ser capaz de produzir os hormônios tri-iodotironina (T3) e tiroxina (T4) em quantidades suficientes. Pode ser causado pela destruição da tireoide por autoanticorpos presentes na tireoidite de Hashimoto (causa mais frequente atualmente), em consequência do uso de radioiodo para tratamento de hipertireoidismo (segunda causa mais frequente na atualidade), por radioterapia cervical, por medicamentos tóxicos para a tireoide (como o interferon-alfa), lítio ou medicamentos ricos em iodo (como amiodarona ou contrastes iodados, que podem causar o efeito Wolff-Chaikoff e, com isso, reduzir a síntese hormonal pela tireoide), por defeitos enzimáticos congênitos que atrapalhem a síntese e liberação de hormônios tireoidianos (quadro conhecido como hipotireoidismo congênito), pela deficiência de iodo na dieta, entre outras etiologias. Caracteriza-se laboratorialmente pela elevação do hormônio tireoestimulante (TSH) e redução dos hormônios T3 e T4 (totais e livres). ➨ Hipotireoidismo central: se refere a disfunções na secreção dos hormônios centrais, TSH (hipotireoidismo secundário) ou TRH (hipotireoidismo terciário). Essas formas centrais são mecanismos raros, correspondendo a cerca de 1% dos casos, e podem ser provocadas por distúrbios que comprometem o controle hipotalâmico e hipofisário da tireoide. ➥ Hipotireoidismo secundário: Causado por doença hipofisária, que compromete a síntese de TSH, de modo que não se consegue obter o estímulo necessário sobre a tireoide para a formação dos hormônios T3 e T4 nas quantidades suficientes. Pode ser consequência de um tumor hipofisário, radioterapia de sela túrcica, cirurgia hipofisária, doenças hipofisárias, como as de depósito, doenças granulomatosas, metástases, doenças autoimunes ou inflamatórias, infecções ou medicamentos que causam inibição do TSH, como corticoides em dose alta, análogos de somatostatina, dopamina e dobutamina etc. Pode vir acompanhado de disfunção de outros eixos hipofisários [geralmente sucede o @karina_oliveiraq – MED aparecimento de deficiência de hormônio do crescimento (GH), hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH)]. Caracteriza-se laboratorialmente pela queda de T3 e T4 (totais e livres), com TSH baixo ou inapropriadamente normal. ➥ Hipotireoidismo terciário: Causado pela inabilidade do hipotálamo em secretar o hormônio liberador de tireotrofina (TRH) em quantidades suficientes para uma adequada estimulação da hipófise em produzir o TSH. É a causa mais rara de hipotireoidismo, e geralmente está associado a uma doença hipotalâmica, seja tumoral, infecciosa ou inflamatória. Caracteriza-se laboratorialmente pelo mesmo perfil do hipotireoidismo secundário (queda de T3 e T4 totais e livres com TSH baixo ou inapropriadamente normal), sendo muitas vezes difícil de fazer o diagnóstico diferencial entre essas duas entidades, já que a dosagem de TRH não é feita na prática clínica. Na prática, ambos devem ser chamados conjuntamente de hipotireoidismo central, e o diagnóstico diferencial entre essas duas etiologias não tem tanta importância, já que o prognóstico, o tratamento e o seguimento serão praticamente os mesmos. ➥ Hipotireoidismo congênito: O hipotireoidismo congênito é a desordem endócrina congênita mais comum, com incidência de 1:2.000 a 4.000 nascidos vivos, sendo, na maioria dos casos, um hipotireoidismo transitório. Seu tratamento precoce é muito importante, tendo em vista que evita quadro de retardamento mental, que pode ser irreversível em caso de atraso do início do tratamento adequado. ➥ Hipotireoidismo subclínico: Caracteriza-se por elevados níveis de TSH e níveis normais de T3 e T4. Esse é um achado laboratorial prevalente em idosos e há sugestões de alterações anatômicas e fisiológicas na glândula relacionadas ao avançar da idade, causando essa diminuição de função. → Fatores de risco: Sexo feminino (risco 5 a 10 vezes maior do que o sexo masculino); Idade > 60 anos; História familiar de doença tireoidiana; Presença de alguma outra doença autoimune; Presença de anticorpos contra o tecido tireoidiano, como antitireoperoxidase (anti-TPO) e antitireoglobulina (anti-Tg); Passado pessoal de tireoidite, principalmente se houver tireoidite pós-parto; Doenças granulomatosas e infiltrativas, como hemocromatose, sarcoidose ou amiloidose; História de radioterapia cervical; Tratamento prévio para hipertireoidismo (com tionamidas, radioiodo ou tireoidectomia); Presença de bócio; Presença de nódulos de tireoide; Uso de fármacos como amiodarona, interferon-alfa, lítio e tionamidas; Hepatite C; Síndrome de Down e síndrome de Turner; Deficiência ou excesso de iodo na dieta. ➭ Hipertireoidismo: O hipertireoidismo ocorre quando há excesso de hormônios tireoidianos circulantes, pela produção excessiva da tireoide devido a estímulos tireotróficos ou por função autônoma do tecido tireoidiano. Tireotoxicose é o estado clínico decorrente do excesso de hormônios tireoidianos circulantes sistemicamente, seja qual for a origem desses hormônios (ingestão de hormônio externo, produção de hormônio por algum tumor, produção excessiva de hormônio pela glândula tireoidiana, liberação de hormônio pré-formado pela glândula tireoidiana que tenha sofrido algum dano celular – autoimune, infeccioso, químico ou mecânico – com ruptura dos folículos, com coloide pré-formado etc.). Vale lembrar que o hipertireoidismo é o estado de tireotoxicose quando a origem do excesso de hormônio tireoidiano é a própria glândula tireoide que está sintetizando e liberando sistemicamente quantidadesaumentadas de hormônio. → Sua patologia irá depender da etiologia, sendo dividida etiologicamente em: ➥ Doenças graves: Doença autoimune, causada pela presença de autoanticorpos estimuladores do receptor de hormônio tireoestimulante (TRAb estimulante), que estimulam a glândula tireoide a aumentar sua produção hormonal. Geralmente ocorre em mulheres jovens, na presença de autoimunidade. É a principal causa de hipertireoidismo. Até 30% dos pacientes podem ter remissão espontânea do quadro, mesmo na ausência de tratamento. @karina_oliveiraq – MED ➥ BMTN: Surgimento de novos nódulos e/ou crescimento de nódulos preexistentes em glândulas tireoides após longos períodos em áreas carentes em iodo. Com o passar do tempo, geralmente esses nódulos progressivamente adquirem certa autonomia e começam a produzir hormônio tireoidiano em excesso. Acontece principalmente em indivíduos mais idosos, sendo a principal causa de hipertireoidismo nessa população de mais idade. ➥ Adenoma tóxico: Causado por uma mutação somática ativadora em algum gene regulador da atividade das células foliculares, determinando um aumento de sua função e de sua produção hormonal independentemente do estímulo do hormônio tireoestimulante (TSH). ➥ Tireoidite subaguda indolor: Causada pela inflamação da glândula tireoide com liberação de hormônio pré-formado que estava estocado nos folículos tireoidianos. Corresponde a 10% dos casos de tireotoxicose. A inflamação tireoidiana pode ter origem medicamentosa (uso de lítio, interferon-alfa, amiodarona – em 5 a 10% dos pacientes tratados com esses fármacos), autoimune (autoanticorpos positivos), no período pós-parto ou idiopática. Geralmente causa hipertireoidismo leve e transitório na primeira fase, que, na maioria das vezes, não precisa de tratamento. Se o paciente estiver muito sintomático, pode ser tratado com betabloqueador. Tionamidas não funcionam nas tireotoxicoses por tireoidite, pois a síntese hormonal é baixa; o problema é a liberação de hormônio pré-formado que estava estocado na glândula. ➥ Tireoidite subaguda dolorosa de DeQuervain: Causada por infecção de via respiratória superior atual ou recente. O antígeno viral ativo um antígeno leucocitário humano (HLA) que ativa linfócitos que passam a atacar o tecido tireoidiano. Cursa com tireoide dolorosa (dor que pode se irradiar para os dentes e ouvidos), endurecida, inflamada, febre, mal-estar e aumento de provas inflamatórias – velocidade de hemossedimentação (VHS), proteína C reativa (PCR). É a principal causa de tireoide dolorosa. Causa danos às células foliculares, com ruptura e liberação de hormônio tireoidiano pré- formado na circulação. O diagnóstico de tireoidite subaguda dolorosa é clínico. A ultrassonografia (USG) mostra aumento difuso da tireoide e glândula hipoecogênica (pela grande quantidade de células inflamatórias), com reduzida vascularização. A cintilografia de tireoide é fria, e a cintilografia com gálio, quente. O tratamento é feito com anti- inflamatórios, prednisona 40 mg/dia durante 4 a 8 semanas, e betabloqueador, se houver sinais e sintomas de tireotoxicose na primeira fase da tireoidite. ➥ Secreção ectópica de hormônio tireoidiano: Struma ovarii e os tumores produtores de hormônio tireoidiano. • Listar as manifestações clínicas do Hipotireoidismo e Hipertireoidismo. ➭ Hipotireoidismo: Astenia, fadiga, cansaço, sonolência, falta de energia; Pele fria e seca, cabelos finos e secos; Fragilidade de unhas, cabelos, madarose (perda de cílios e/ou sobrancelhas); Queda de cabelo; Edema facial, periorbitário e de membros inferiores (retenção hídrica e acúmulo de ácido hialurônico); Macroglossia; Palidez (vasoconstrição periférica); Lenta cicatrização de feridas; Intolerância ao frio; Perda de apetite; Ganho de peso modesto, principalmente em decorrência de retenção hídrica; Voz arrastada; Bradicardia, abafamento de bulhas cardíacas, eletrocardiograma (ECG) com baixa voltagem e derrame pericárdico leve; Derrames cavitários; Redução da pressão arterial sistólica (PAS), por reduzido inotropismo e débito sistólico, e aumento pressão arterial diastólica (PAD), por aumento da resistência vascular periférica; Insuficiência cardíaca congestiva, por reduzido inotropismo, aumento da resistência vascular periférica e aumento da permeabilidade capilar; Redução da frequência respiratória, dispneia e derrame pleural; Hiporreflexia profunda; Irregularidade menstrual, menorragia, oligomenorreia ou amenorreia, anovulação e infertilidade; Redução de libido; Parestesias, cãibras; @karina_oliveiraq – MED Depressão, déficits de memória, de atenção e de concentração; Aumento do risco de glaucoma; Constipação intestinal, retardo do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal, distensão abdominal; Apneia do sono; Síndrome de túnel do carpo; Artralgias, derrames articulares. ➭ Hipertireoidismo: Aumento da taxa metabólica basal, podendo causar perda de peso; Aumento da fome, podendo provocar ganho de peso; Redução dos níveis de colesterol; Perda de massa magra (muscular e óssea), podendo causar osteoporose; Maior sensibilidade às catecolaminas, causando aumento da frequência cardíaca, taquiarritmias, palpitações, fibrilação atrial e aumento de pressão sistólica, por aumento na força de contração do miocárdio; Redução da resistência vascular periférica induzida pela T3, causando redução da pressão diastólica e aumento da pressão de pulso; Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) de alto débito pela taquicardia e pelo aumento da volemia e pré- carga, com redução do tempo diastólico, edema de membros inferiores, fadiga, dispneia e consequências da ICC, como colapso cardiovascular ou até morte; Aumento de eventos tromboembólicos; Aumento da sudorese, pele pegajosa, hiperidrose e intolerância ao calor; Tremor de extremidades; Fraqueza muscular proximal e hiper-reflexia; Dermopatia infiltrativa (mixedema pré-tibial); Alterações psiquiátricas e neuropsiquiátricas, ansiedade, agitação, irritabilidade e labilidade emocional; Hiperdefecação; Hipermenorragia ou irregularidade menstrual; Oftalmopatia de Graves. • Apontar os tipos de diagnóstico e o tratamento do Hipotireoidismo e do Hipertireoidismo. ➭ Hipotireoidismo – diagnóstico: - O TSH é o principal hormônio que deve ser avaliado para o diagnóstico e seguimento do tratamento do hipotireoidismo primário. Os valores de referência de normalidade do TSH podem mudar, conforme o laboratório, mas geralmente utilizam-se por base os valores encontrados em grandes estudos americanos que obtiveram como referência para 95% da população adulta normal TSH entre 0,4 e 4,5 mUI/ℓ. No entanto, estudos posteriores que conseguiram limitar a população avaliada para apenas pessoas sem histórico pessoal nem familiar de doença tireoidiana, nem bócio, com ausência de autoanticorpos tireoidianos, sem uso de medicamentos ou hormônios sexuais, com níveis urinários normais de iodo, não gestantes e na ausência de qualquer patologia, mostraram que nessa população os níveis séricos de TSH variavam em torno de 1,4 a 1,9 mUI/ℓ, mostrando que os valores de TSH na população realmente saudável do ponto de vista tireoidiano parecem flutuar principalmente na metade inferior dos valores de referência considerados normais atualmente. A média de TSH costuma subir um pouco com a idade, com exceção dos recém-nascidos, quando o TSH pode chegar a valores mais altos, como 10 mUI/ℓ, nas primeiras semanas de vida. ➨Achados laboratoriais: ➥ Redução de T3 e T4 (totais e livres). A queda de T4 sempre antecede a queda de T3, uma vez que o aumento do TSH ativa as deiodinases que convertem mais T4 em T3, mantendo os níveis deT3 na normalidade por um período mais prolongado. @karina_oliveiraq – MED Por isso, o screening para hipotireoidismo se faz com TSH, que geralmente é o primeiro a se alterar, e T4 livre, geralmente a segunda a se alterar; ➥ Aumento de TSH, se for hipotireoidismo primário, ou valores baixos/inapropriadamente normais, se houver hipotireoidismo central; ➥ Anemia normocítica ou macrocítica: por redução da produção de eritropoetina ou deficiência de vitamina B12 associada em pacientes com presença de autoimunidade tireoidiana, que pode vir associada à presença de anticorpo anticélula parietal gástrica e anemia perniciosa por gastrite atrófica; ➥ Dislipidemia à custa de hipercolesterolemia: ocorre reduzida expressão dos receptores BE hepáticos no hipotireoidismo, de modo a aumentar, portanto, o nível sérico de lipoproteína de baixa densidade-colesterol (LDL-c). Ocasionalmente pode haver ainda discreta queda de lipoproteína de alta densidade-colesterol (HDL-c) e discreto aumento de triglicerídios; ➥ Aumento de lipoproteína (a), homocisteína e proteína C reativa (PCR) ultrassensível, denotando aumento de risco cardiovascular; ➥ Aumento de transaminases e desidrogenase láctica (DHL); ➥ Aumento da creatinofosfoquinase (CPK) e do risco de miopatia; ➥ Reduzida resposta do GH aos testes de estímulo (clonidina, glucagon, ITT); ➥ Aumento de hormônio antidiurético (ADH) promovendo hiponatremia e quadro clínico semelhante à síndrome da secreção inapropriada de ADH (SIADH); ➥ Aumento de prolactina: devido ao estímulo dos lactotrofos por TRH e à diminuição do tônus dopaminérgico; ➥ Aumento de paratormônio (PTH), por redução da remodelação óssea e resistência ao PTH; ➥ Reduzida taxa de filtração glomerular (TFG), com possível aumento de creatinina e ácido úrico. ➭ Hipertireoidismo – diagnóstico: ➨ Amamnese: Avaliar a presença de sintomatologia relacionada à tireotoxicose e à hiperatividade adrenérgica e de efeitos compressivos causados por bócios muito volumosos. Verificar o tempo de sintomatologia, a história de exposição recente a compostos ricos em iodo e gravidez recente. Avaliar a presença de história familiar de tireoidopatia. ➨ Exame físico direcionado: Avaliar emagrecimento, palpação tireoidiana (tamanho, simetria, consistência, dor, mobilidade, nodulações, sopro), frequência respiratória, ritmo e frequência cardíaca, pressão arterial, ausculta respiratória, edema de membros inferiores, turgor da pele e tremores de extremidades. Avaliar sinais de oftalmopatia de Graves (exoftalmo, proptose, retração palpebral, lid lag, lagoftalmo, eritema e edema conjuntival, palpebral ou de carúnculas, dor ocular espontânea ou à movimentação). ➨ Avaliação bioquímica: TSH (é o exame mais sensível), tiroxina (T4) livre, T3 total. Algumas situações podem mostrar TSH suprimido com T3 elevada e T4 normal (tireotoxicose por T3). Portanto, se disponível, pode-se dosar T3 e T4 totais para avaliar o valor dessa relação. Uma relação T3 (ng)/T4(μg) > 20 favorece o diagnóstico de hipertireoidismo, enquanto uma relação de T3/T4 < 20 favorece o diagnóstico de tireotoxicose por tireoidite. ➥ Autoanticorpos | Antitireoperoxidase (TPO), antitireoglobulina (Tg), TRAb: O TRAb, apesar de ajudar muito no diagnóstico de doença de Graves, pois até 95% das pessoas com essa doença apresentam TRAb positivo, e esse é um anticorpo muito específico e pouco comum na população geral, não é considerado um exame essencial para o diagnóstico dessa doença. Consideram-se como indicações para solicitação de TRAb: gestantes com antecedente de doença de Graves (para avaliar risco de tireotoxicose fetal pela passagem transplacentária @karina_oliveiraq – MED do TRAb), diagnóstico diferencial entre hipertireoidismo gestacional do primeiro trimestre ou doença de Graves na gestação, pacientes eutireóideos com acometimento ocular sugestivo de oftalmopatia de Graves. ➥ Ultrassonografia de tireoide: Avaliam-se tamanho, simetria, ecogenicidade, nodularidade e vascularização ao doppler. Também não é considerado um exame essencial para a investigação do hipertireoidismo, sendo especialmente útil para os casos em que há palpação de nódulos na glândula. A utilização de doppler pode auxiliar na avaliação etiológica de alguns casos de hipertireoidismo, pois a velocidade do fluxo das artérias tireoidianas ao doppler ajuda no diagnóstico diferencial entre hipertireoidismo e outras causas de tireotoxicose. ➥ Cintilografia diagnóstica: Avaliar se a captação é difusa, sugerindo doença de Graves, se é nodular difusa, sugerindo BMNT, ou se é nodular única com inibição do restante do parênquima, sugerindo adenoma tóxico. Se a glândula for fria, sugere tireotoxicose por outra causa que não o hipertireoidismo, ou pode se apresentar dessa maneira em pacientes que tenham feito exames contrastados nos últimos 30 a 60 dias ou que tenham recebido lugol ou alguma substância ou alimento rico em iodo recentemente. Deve-se aguardar pelo menos 30 dias, idealmente 3 meses, após esse tipo de exposição ao iodo para a realização da cintilografia. A cintilografia não é obrigatória em todos os casos de hipertireoidismo. Nos casos em que a história, o exame físico e os exames laboratoriais já forem muito típicos da doença de Graves, a cintilografia não precisa ser realizada. No entanto, ela deve ser feita nos casos em que ainda há dúvida etiológica da tireotoxicose, principalmente se houver suspeita de tireoidite ou de nódulo quente. Lembre-se que a cintilografia não deve ser realizada em gestantes ou lactantes. ➭ Hipotireoidismo – tratamento: ➥ O tratamento do hipotireoidismo se faz com reposição da LT4, em dose única diária, visando manter o nível sérico dos hormônios tireoidianos normais. Apesar de alguns estudos associando a reposição de T4 e T3 terem mostrado melhora significativa de humor e das funções neuropsicológicas nos pacientes tratados com esta associação em comparação aos tratados com apenas LT4, muitos outros trabalhos não conseguiram demonstrar esta diferença. Com as evidências da literatura científica atual, o tratamento preconizado para hipotireoidismo deve ser feito apenas com reposição da LT4, sem a associação com T3. ➥ A dose de LT4 deve ser administrada em jejum (idealmente 60 min antes do café da manhã) ou pelo menos 4 h após a última refeição do dia, de modo a evitar interferências em sua absorção, que é feita principalmente no jejuno. Sua meia-vida é de 8 dias, por isso pode ser dada uma única vez ao dia. A dose dependerá da idade, sexo, peso ideal (pois depende principalmente da massa magra do indivíduo), altura e da reserva tireoidiana que o paciente ainda apresenta. ➥ Como a dose absorvida de LT4 em geral é de cerca de 70% da total ingerida, recomenda-se que os pacientes que irão receber doses intravenosas (ainda não disponíveis no Brasil) ingeriram o equivalente a 70% da dose oral recebida. Já nos casos de pacientes com alimentação enteral, a LT4 deve ser macerada e ofertada com água na via enteral de preferência longe da administração da dieta, 1 h antes da próxima oferta alimentar. ➥ No hipotireoidismo primário, a dose de LT4 deverá ser ajustada conforme o valor de TSH, que deve ser avaliado depois de 4 a 8 semanas do ajuste de dose e mantido dentro do valor de referência para o método, idealmente dentro da metade inferior desse valor de referência (idealmente entre 0,5 e 2,5 mUI/ℓ). Já no hipotireoidismo secundário, a meta do tratamento será manter a T4 livre (dosada pela manhã antes da ingestão da LT4) na média do valor de referência para o método (em torno de 1,3 ng/dℓ). O TSH não deve ser avaliado como meta terapêutica nos casos de hipotireoidismo central. Uma vez atingida a dose ideal, o monitoramento de provasde função tireoidiana pode passar a ser feito a cada 6 a 12 meses, com ajustes de dose, se necessário, sempre visando manter o valor de TSH e T4 livre normais. No caso do hipotireoidismo central, apenas a T4 livre deve ficar dentro da normalidade. ➥ Apresentações da LT4 atualmente disponíveis no mercado brasileiro @karina_oliveiraq – MED Synthroid®: 25, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 137, 150, 175, 200 μg (contêm corante, sacarose e lactose); Euthyrox®: 25, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 137, 150, 175, 200 μg; Levoid®: 25, 38, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 150, 175, 200 μg (contêm corante e manitol); Puran® T4: 12,5, 25, 37,5, 50, 62,5, 75, 88, 100, 112, 125, 150, 175, 200, 300 μg. ➭ Hipertireoidismo – tratamento: ➨ Betabloqueadores ou inibidores de canais de cálcio: ➥ Deve ser realizado tratamento sintomático da tireotoxicose com betabloqueadores em pacientes com sintomas adrenérgicos (palpitações, hipertensão, tremores, ansiedade) em que o uso desse tipo de fármaco não esteja contraindicado (por ICC descompensada, asma grave etc.), independentemente da causa da tireotoxicose. O uso de betabloqueadores (propranolol, atenolol, metoprolol) reduz a frequência cardíaca, a pressão arterial, os tremores, a fraqueza muscular, a ansiedade, a irritabilidade e a labilidade emocional, e aumenta a capacidade física. ➥ No caso de contraindicação ao uso de betabloqueadores, pode-se usar bloqueadores dos canais de cálcio, como verapamil ou diltiazem. ➨ Tionamidas: ➥ As tionamidas – propiltiouracil (PTU), metimazol (MMZ) ou carbimazol, não disponível no Brasil – são medicações que agem reduzindo a produção de T3 e T4 pelas células foliculares tireoidianas. Apesar de não bloquearem a captação de iodo pela glândula e nem a liberação de hormônios pré-formados, as tionamidas inibem a organificação do iodo e o acoplamento das moléculas de MIT (monoiodotirosinas) e DIT (di-iodotirosinas) para formar T3 e T4. ➥ Além de reduzirem a síntese hormonal pela tireoide, as tionamidas têm um efeito adicional imunomodulador, capaz de reduzir a expressão de antígenos tireoidianos e, desse modo, reduzir a imunidade contra a glândula. Por isso, são especialmente utilizadas para o tratamento do hipertireoidismo causado pela doença de Graves, uma vez que no seu decorrer podem cursar com até 30 a 50% de chance de remissão da doença. ➨ Radioterapia (RIT): ➥ A RIT é um tratamento no qual o paciente recebe uma dose oral de iodo radioativo (I131), que irá se concentrar nos tecidos mais ávidos por iodo no organismo e causar a destruição actínica desses tecidos, ou seja, causa uma tireoidite destrutiva. Dessa maneira, consegue-se reduzir a produção hormonal pela glândula, que se torna hipofuncionante, na maioria das vezes, depois de alguns meses ou anos do tratamento. Tem a vantagem de ser um tratamento definitivo e muito eficaz, com baixas taxas de recidiva (10 a 20%), geralmente muito bem tolerado, capaz de trocar o hipertireoidismo, que é uma doença de morbidade bem maior e de controle mais difícil, pelo eutireoidismo ou hipotireoidismo, que é uma doença de controle muito mais fácil e morbimortalidade muito menor. A RIT deve ser a opção de escolha de tratamento para os casos de doença de Plummer ou BMNT (que, ao contrário da doença de Graves, não apresentam remissão espontânea com o uso de tionamidas, já que sua causa não é autoimune), para os casos de recidiva pós-curso de tratamento com tionamidas. ➥ Pacientes com hipertireoidismo significativamente sintomático, idosos ou com comorbidades com alto risco de se manterem muito tempo em hipertireoidismo (arritmias, fibrilação atrial, ICC etc.) devem ser tratados com betabloqueador associado ou não às tionamidas enquanto aguardam a dose de radioiodo (RAI). Caso estejam estáveis e pouco sintomáticos, podem ser encaminhados diretamente para a RIT sem necessidade de controle prévio do @karina_oliveiraq – MED hipertireoidismo. Prefere-se inclusive que o paciente seja encaminhado para a RIT em pleno hipertireoidismo, para que a tireoide esteja ávida pelo iodo radioativo e tenha, portanto, uma alta captação, de modo que a irradiação sobre a glândula seja mais efetiva. Caso se opte pelo tratamento prévio com tionamidas, deve-se orientar a suspensão da tionamida entre 7 e 14 dias antes da dose de iodo, visando encaminhar o paciente à RIT com pelo menos um hipertireoidismo leve. ➨ Cirurgia: ➥ O tratamento cirúrgico deve ser indicado para pacientes com hipertireoidismo na presença de câncer de tireoide ou nódulo suspeito ou naqueles que não obtiveram controle com os outros tipos de tratamento ou tenham algum tipo de contraindicação aos tipos menos invasivos de tratamento disponíveis na atualidade. Também deve ser indicado nos casos de hipertireoidismo associado a hiperparatireoidismo primário com indicação cirúrgica, ou nos casos de bócios muito volumosos apresentando sintomas compressivos (principalmente bócios > 80 g), em gestantes que não tenham adquirido controle do hipertireoidismo com o uso das tionamidas ou tenham apresentado algum tipo de reação grave a esses medicamentos, mulheres que pretendam engravidar no ano seguinte que tenham algum tipo de contraindicação ao uso das tionamidas, entre alguns outros casos, como escolha do paciente. ➥ Geralmente é realizada tireoidectomia total ou quase total, dependendo da presença ou não de câncer de tireoide ou de nódulo suspeito. O risco de recidiva é praticamente zero, se for realizada a tireoidectomia total, e varia de 5 a 20% nos casos de tireoidectomia quase total. ➥ As tionamidas devem ser suspensas logo após a cirurgia, quando o tratamento com levotiroxina deve ser prontamente iniciado (1,6 μg/kg/dia aproximadamente). Deve-se fazer o monitoramento pós-operatório do cálcio e paratormônio (PTH), com suplementação com cálcio e calcitriol, conforme os resultados laboratoriais, uma vez que até 30% dos casos podem evoluir com hipoparatireoidismo transitório pós-cirúrgico, e alguns evoluem com hipoparatireoidismo permanente. Deve-se sempre avaliar os sinais e sintomas de hipocalcemia no pós- operatório, como caimbras, parestesias, sinais de Chvostek (espasmos dos músculos faciais em resposta à percussão do nervo facial na região zigomática) e Trousseau ➥ O tratamento cirúrgico apresenta uma taxa de < 1% de recidiva. Nos casos de recidiva, opta-se por RIT, uma vez que a reoperação tem taxas de complicação muito maiores que a primeira abordagem cirúrgica cervical. ➤ Referencias: - SALES, Patrícia; HALPERN, Alfredo; CERCATO, Cintia. O Essencial em Endocrinologia. - DE CARVALHO, Lucas Lyrio et al. Hipotireoidismo: da fisiopatologia ao tratamento. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 3, p. 20298-20305, 2022. - DIAS, Diogo Stelito Rezende et al. Hipotireoidismo: da fisiopatologia ao tratamento Hypothyroidism: from pathophysiology to treatment. Brazilian Journal of Development, v. 8, n. 3, p. 20298-20305, 2022. - PINHEIRO, Vitória Penedo; NUNES, Carlos Pereira. Manejo terapêutico no hipotireoidismo e gestação. Revista de Medicina de Família e Saúde Mental, v. 1, n. 1, 2019. - DE JESUS, Káritta Horrana Figueiredo et al. Abordagem do Hipertireoidismo em Idosos– Importância Clínica. Revista Brasileira De Ciências Do Envelhecimento Humano, v. 16, n. 1, p. 166- 167, 2019. - KASPERAVICIUS, Jéssica Pasquali. Prevalência de hipotireoidismo e de hipertireoidismo e fatores associados. 2020.
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