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INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS - Mecanicismo - Determinismo - Reducionismo O PATO MECÂNICO • 1739, em Paris, França; • Século XVIII; • Considerado uma das grandes maravilhas da época; • “Sem o pato, não haveria nada para nos lembrar da glória da França” (Voltaire, apud Wood, 2002). • Só uma das asas tinham mais de 400 partes, Cheio de alavancas, engrenagem e molas imitando o comportamento de um pato. Ele se alimentava engolia os grãos defecava • O interesse do´público em geral pelo pato francês fazia parte de uma nova fascinação porr todos os tipos de maquinas que estavam sendo inventadas • • Interesse e fascínio por todos os tipos de máquinas que estavam sendo inventadas e aperfeiçoadas para uso da ciência, indústria e entretenimento. ESPÍRITO MECANICISTA • Na Inglaterra e na Europa ocidental, houve uma grande quantidade de máquinas que eram empregadas nas tarefas diárias para complementar a força muscular do homem. • Libertando a sociedade da dependência da força humana. • Bombas, alavancas, guindastes, rodas e engrenagens moviam os moinhos água e de vento para moer grãos, serrar toras de madeira, tecer fios e executar outros trabalhos que antes eram manuais. • • As máquinas tornaram-se familiares às pessoas de todos os níveis sociais, desde o mais humilde até o aristocrata, e logo foram aceitas como algo natural da vida cotidiana. • Dentre todas as invenções, o relógio mecânico foi a de maior impacto no pensamento científico. Mas qual a relação existente entre o desenvolvimento da tecnologia e a história da Psicologia moderna? • Os princípios incorporados nas máquinas, nas figuras e nos relógios mecânicos do século XVII exerceram grande influência na direção tomada pela nova psicologia. • O Zeitgeist dos séculos XVII ao XIX consistiu na base que nutriu a nova psicologia. • O espírito do mecanicismo, que enxerga o universo como uma grande máquina, foi o fundamento filosófico do século XVII, ou seja, a sua força contextual básica. ZEITGEIST • Zeitgeist é um termo alemão que significa espírito da época. • Se refere ao clima intelectual e cultural da época que propiciou o surgimento de algo. • O termo Zeitgeist surge na explicação de que algo somente acontece porque os fatores culturais e intelectuais, presente no momento do desenvolvimento, contribuíram para o surgimento do mesmo. Encontramos autores que defendem a ideia de que o Zeitgeist é fator importantíssimo para o surgimento de um novo pensamento, ideia, teoria e etc, e sem ele provavelmente não Haveria "estímulo" para o surgimento desses pensamentos (explicarei melhor adiante). MECANICISMO Doutrina para a qual os processos naturais são determinados mecanicamente e passíveis de explicação pelas leis da física e da química. • A ideia do mecanicismo originou-se na física, chamada na época de filosofia naturalista, como resultado do trabalho do físico italiano Galileu Galilei (1564 – 1642) e do matemático e físico inglês Isaac Newtow (1642 – 1727) que possuíam alguma experiência como relojoeiro. Galileu propunha que a matéria formava-se de discretos átomos que afetavam uns aos outros mediante o contato direto. Newton, aperfeiçoou a visão mecanicista de Galileu postulando que o movimento não resultava do contato físico direto, mas das forças de atração e repulsão que atuavam sobre os átomos. A ideia de Newton, embora importante da física, não mudou radicalmente o conceito básico mecanicista nem a forma como fora aplicado nos problemas de origem psicológica. Acreditavam que se conseguissem dominar as leis de funcionamento do universo seriam capazes de prever seu comportamento futuro. • O funcionamento do universo físico era comparado ao do relógio ou ao de qualquer boa máquina, ou seja, era organizado e preciso. • Os métodos, as descobertas da ciência e a tecnologia; • A observação e a experimentação tornaram-se diferenciais da ciência, seguida de perto pela medição. A medição exata do tempo tem consequências tanto práticas como científicas. Universo Mecânico • Relógio mecânico – Espírito mecanicista (séc. XVII); • Impacto no pensamento humano; • Símbolo de status; • Relógios nas torres das igrejas e edifícios públicos podiam ser vistos a distância; tornando assim acessíveis para todos. • Devido sua regularidade, previsibilidade e exatidão, cientistas e filósofos começaram a enxergar o relógio como um modelo para o universo físico. Os cientistas: o físico britânico Robert Boyle, o astrônomo alemão Johannes Kepler e o filósofo francês René Descartes, acreditavam nessa ideia e aceitavam a explicação da harmonia e da ordem do universo baseada na regularidade do relógio, ou seja, o mecanismo é fabricado pelo relojoeiro, assim como o universo foi arquitetado por Deus para funcionar com regularidade. Determinismo Reducionismo • A comparação do universo com o relógio abrange a ideia do determinismo, a crença de que qualquer ação é determinada pelos eventos passados. • É possível prever as mudanças que ocorrem na operação do relógio, assim como no universo, com base na sequência e na regularidade do funcionamento das peças. Para compreender o mecanismo operacional das máquinas como o relógio, batava reduzi-las aos componentes básicos. Não havia dificuldade para entender a estrutura e o funcionamento do relógio. Era fácil desmontá-lo e verificar a operação das engrenagens. Essa ideia levou os cientistas a popularizarem o conceito de reducionismo. Do mesmo modo, para entender o universo físico, bastava analisá-lo ou reduzi-lo às partes mais simples, ou seja, às moléculas e aos átomos. Assim, o reducionismo acabou caracterizando toda a ciência, inclusive a nova psicologia. • Determinismo Doutrina que afirma que os atos são determinados pelos fatos passados. • Reducionismo Doutrina que explica os fenômenos em um nível (como as ideias complexas) no que se refere a fenômenos em outro nível (como as ideias simples). • Conforme a tecnologia era aprimorada, aparelhos mais sofisticados eram desenvolvidos para imitar as atitudes e os movimentos humanos, eram disponibilizadas para o entretenimento da população. • Esses aparelhos eram os robôs e eram dotados de capacidade para realizar movimentos incríveis e inusitados com precisão e regularidade. PESSOAS - MÁQUINAS O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 – 1679) escreveu “para que serve o coração, senão uma mola; os nervos, senão outras tantas cordas; as juntas senão outras tantas rodas, imprimindo o movimento do corpo todo” (HOBBES apud ZIMMER, 2014) Descartes e outros filósofos adotaram os robôs como modelos para os seres humanos. Para eles, o ser humano funcionava assim como o universo, igual ao mecanismo do relógio. • Essa ideia tornou-se a força motriz do Zeitgeist na ciência e na filosofia e durante muito tempo alterou a imagem predominante da natureza humana, mesmo entre a população em geral. Durante as guerras o soldado era considerado uma máquina, e quando este morria, diziam que não havia restado nada apenas a maquina destruída que um dia a alma havia colocado em movimento. • A figura do ser humano robotizado permeou os romances e as histórias infantis do século XIX e início do século XX. • Frankenstein (metade monstro metade máquina) • O mágico de Oz (repleto de seres mecânicos). O legado dos séculos XVII e XIX inclui o conceito do funcionamento do homem como uma máquina e a aplicação do método científico na investigação do comportamento. O mecanismo também se aplicava ao funcionamento mental humano e o produto final foi uma máquina supostamente capaz de pensar. Charles Babbage (1791 – 1871) se dedicou ao desenvolvimento de uma máquina calculadora que simulava ações mentais, além de tabular valores matemáticos, tinha recursos como jogar xadrez, damas e outros jogos. “Máquina da diferença” Em busca desse objetivo, acabou formulando os princípios básicos docomputador moderno. A calculadora simulava ações mentais, além de tabular valores matemáticos, a máquina dispunha de recursos para jogar xadrez, damas e outros jogos. A calculadora de Babbage, precursora dos modernos computadores, representou a primeira tentativa de sucesso na reprodução do processo cognitivo humano e no desenvolvimento de uma forma de inteligência artificial. O século XVII testemunhou uma evolução extremamente abrangente e diversificada na ciência. Até então, os filósofos buscavam respostas no passado, nos trabalho de Aristóteles e outros pensadores da Antiguidade.