Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Processo nº: XXXXXXXX Flávio Dutra, nos autos do recurso em epígrafe, que move em face de Joana Bradiburgo Dumont vem, respeitosa e tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seus advogados, interpor o presente RECURSO ESPECIAL em face da decisão dos EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, com fundamento no 102, III, ou do art. 105, II, da Constituição Federal, principalmente no que concerne ao teor do art. 371 do Código de Processo Civil, ao que tange à apreciação de provas constantes dos autos. Nestes termos, pede deferimento. Local, data. Advogado. OAB nº XXXX/XX RECURSO ESPECIAL Recorrente: Flávio Dutra Recorrida: Joana Bradiburgo Dumont Processo nº: 00008987-98.2023.4.5.0031 Origem: 62ª Vara Cível de Serraville/RS Egrégio Tribunal, Eminentes Desembargadores, Colenda Turma, Este recurso se trata de RECURSO ESPECIAL contra proferida sentença em fase de execução, da qual foi julgada procedente os embargos. I – DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O presente Recurso Especial é interposto com fundamento no art. 105, inciso III, alíneas "a" e "c" da Constituição Federal, uma vez que o acórdão recorrido violou dispositivo de lei federal, notadamente o art. 371 do Código de Processo Civil, além de haver divergência jurisprudencial acerca da interpretação deste dispositivo. II – DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL: O presente recurso é cabível, uma vez que o acórdão proferido pela 18ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ao julgar os Embargos de Declaração, contrariou o disposto no art. 371 do CPC, não apreciando adequadamente as provas constantes dos autos, especialmente a gravação que demonstra a manobra perigosa realizada pela Recorrida e a constatação de que não houve chuva no dia do acidente. III – DOS FATOS: Flávio Dutra ajuizou Ação de Responsabilidade Civil por Danos Materiais e Morais contra Joana Bradiburgo Dumont, alegando que o acidente de trânsito entre as partes foi causado pela manobra negligente da Recorrida. A ação foi distribuída à 62ª Vara Cível de Serraville/RS, sob o nº 00008987-98.2023.4.5.0031. A sentença de primeiro grau julgou improcedente a ação, atribuindo o acidente às fortes chuvas. Flávio recorreu, demonstrando que o acidente ocorreu em um dia ensolarado e que a manobra brusca de Joana foi a causa do acidente. Todavia, o Tribunal de Justiça manteve a sentença, ignorando provas cruciais. Os Embargos de Declaração apresentados pelo Recorrente foram rejeitados, mantendo-se a improcedência da ação. IV– FUNDAMENTAÇÃO: IV-A) Contrariedade ou Negativa de Vigência de Lei Federal O acórdão recorrido contraria frontalmente o art. 371 do Código de Processo Civil, que determina a obrigatoriedade do juiz apreciar todas as provas constantes dos autos. No presente caso, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul desconsiderou gravações anexadas aos autos que demonstravam a ausência de chuva no dia do acidente e a manobra perigosa realizada pela Recorrida. Tal desconsideração constitui violação direta ao dispositivo legal mencionado. IV-B) Divergência Jurisprudencial A interpretação dada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ao art. 371 do CPC diverge de outros julgados de Tribunais Superiores que enfatizam a necessidade de o magistrado apreciar todas as provas dos autos para a formação de seu convencimento. A título de exemplo, cita-se o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça: Jurisprudência Divergente: STJ – REsp 1.201.993/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, julgado em 22/05/2012 Nesse julgado, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que a não apreciação de provas relevantes constantes dos autos constitui cerceamento de defesa e violação ao art. 371 do CPC. V – DA VIOLAÇÃO DO ART. 371 DO CPC: O art. 371 do CPC estabelece que o juiz deve apreciar a prova constante dos autos, indicando na decisão as razões de sua formação de convencimento. No caso em tela, a gravação anexada aos autos comprova que a Recorrida efetuou manobra perigosa e que não havia chuvas no dia do acidente. No entanto, o Tribunal de Justiça não considerou essas provas adequadamente, violando o referido dispositivo legal. VI – DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL: A interpretação equivocada do art. 371 do CPC pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul diverge de entendimentos consolidados de outros Tribunais, que reconhecem a obrigatoriedade da apreciação minuciosa das provas constantes dos autos para a formação do convencimento do juiz. VIII – DO PEDIDO: Ante o exposto, requer-se: O conhecimento e provimento do presente Recurso Especial; A reforma do acórdão, reconhecendo a violação ao art. 371 do CPC, determinando-se a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que este proceda a um novo julgamento do Recurso de Apelação, considerando todas as provas constantes dos autos. Nestes termos, pede deferimento. Local, data. Advogado. OAB nº XXXX/XX