Quando está calor as equidnas soltam bolhas de ranho para se refrescar

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Quando está calor, as equidnas soltam bolhas de
ranho para se refrescar
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Equidnas são mamíferos pontiagudos que põem ovos e vivem na Austrália e na Nova Guiné. Os
cientistas não achavam que usavam a evaporação para se manterem frescos, como fazem outros
mamíferos. Agora, um novo estudo mostra que é isso que eles fazem com as bolhas de meleca.
Andrew Haysom/iStock/Getty Images Plus
Por Elise Cutts
29 de março de 2023 às 6h30
Os animais se cobrem com todos os tipos de líquidos nojentos para se refrescarem. Os
humanos suam. Os cangurus cospem. E alguns pássaros urinam em si mesmos para
sobreviver aos dias quentes. Agora, os cientistas sabem que as equidnas fazem algo
muito mais fofo – mas ainda um pouco nojento – para vencer o calor. As criaturas
cobertas de espinhas sopram bolhas de ranho .
As equidnas de bico curto ( Tachyglossus aculeatus ) parecem um pouco com ouriços.
Mas na verdade são monotremados. Monotremados são mamíferos que põem ovos,
exclusivos da Austrália e da Nova Guiné. Estudos anteriores descobriram que
temperaturas acima de 35° Celsius (95° Fahrenheit) deveriam matar equidnas. Mas as
equidnas não parecem ter recebido o memorando. Eles vivem em todos os lugares,
desde florestas tropicais até desertos e picos nevados. A forma como lidam com uma
gama tão ampla de temperaturas tem intrigado os cientistas.
https://www.snexplores.org/article/hot-echidnas-blow-snot-bubbles-cool-off
https://www.snexplores.org/author/elise-cutts
https://doi.org/10.1098/rsbl.2022.0495
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Os mamíferos evaporam a água para se refrescarem quando o ambiente está mais
quente que o seu corpo, diz Christine Cooper. Fisiologista ambiental, ela estuda como o
corpo dos animais se adapta aos seus habitats. Ela trabalha na Curtin University em
Perth, Austrália. “Muitos mamíferos fazem isso lambendo, suando ou ofegando”, diz ela.
Não se sabia que as equidnas apresentavam nenhum desses comportamentos. Mas os
cientistas sabiam que as criaturas soltam bolhas de ranho quando fica quente.
Cooper se juntou a Phillip Withers. Withers também é fisiologista ambiental. Ele trabalha
na Universidade da Austrália Ocidental em Perth. Armados com uma câmera que detecta
calor, os pesquisadores procuraram equidnas. Eles dirigiram pelas reservas naturais na
Austrália Ocidental uma vez por mês durante um ano para filmar os animais.
Suas câmeras registraram luz infravermelha, que não é visível aos olhos humanos. No
infravermelho, as partes mais quentes dos corpos espinhosos das equidnas brilhavam
em laranja, amarelo e branco. Mas as pontas dos narizes eram manchas roxas escuras.
Seus narizes permaneceram frios.
Veja como funciona. Quando as bolhas de ranho estouram, elas umedecem o nariz da
equidna. Essa umidade retira calor de uma cavidade cheia de sangue no bico da
equidna. À medida que a umidade evapora, ela esfria o sangue do animal.
As equidnas também podem perder calor pela barriga e pelas pernas. E seus espinhos
podem ajudar a manter o calor do ar afastado. Os pesquisadores compartilharam suas
descobertas em 18 de janeiro na revista Biology Letters .
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Watch Video At: https://youtu.be/sDzYMU0iLuI
Uma equidna parece uma bola quente e pontiaguda de amarelo, laranja e
branco neste vídeo que mostra o calor. Mas seu nariz frio aparece como
uma mancha roxa e preta. Isso porque esses mamíferos australianos
sopram bolhas de ranho. As bolhas mantêm o nariz das equidnas molhado.
À medida que a umidade evapora, ela esfria as criaturas, segundo um novo
estudo.
“Encontrar uma maneira de fazer esse trabalho em campo é muito emocionante”, diz
Stewart Nicol. Ele também é fisiologista ambiental. Ele trabalha na Universidade da
Tasmânia em Hobart, Austrália. Ele não estava envolvido no estudo. “Você pode
entender os animais e ver como eles respondem ao seu ambiente normal.” O próximo
passo, diz ele, é descobrir quanto calor as equidnas realmente perdem pelo nariz e
outras partes do corpo.
Os monotremados têm muitas características consideradas primitivas, diz Cooper.
Durante a sua evolução, estas criaturas separaram-se de outros mamíferos entre 250
milhões e 160 milhões de anos atrás. Aprender como os monotremados lidam com o
calor, acrescenta ela, pode sugerir como os mamíferos desenvolveram estratégias para
controlar a temperatura corporal.
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