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RESUMO DE DIREITO CIVIL - Conceitos do Direito Civil > O direito Civil disciplina as relações jurídicas concernentes às pessoas, aos bens, e as suas relações. - Princípios do Direito Civil > De acordo com Miguel Reale: Princípio da Eticidade: Consiste na valorização da ética e valores previstos na CF. Prioriza a equidade, a boa-fé e os demais princípios éticos. Princípio da Socialidade: Reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os valores individuais, sem perda do valor fundamental da pessoa humana. ART. 421 Princípio da Operabilidade: Simplificação das normas de Direito Civil. Operabilidade tem estreita relação com efetibilidade, demostrando uma questão de otimização do direito civil, tentando torná-lo mais prático, célere e econômico. ART. 927 > De acordo com Maria Helena Diniz: • Princípio da Personalidade: No direito, a personalidade é a possibilidade jurídica de reconhecimento do sujeito. • Princípio da Autonomia da Vontade: É a independência de praticar, sim ou não, o ato jurídico. • Princípio da Liberdade de Estipulação Negocial: É a liberdade de estipular as bases de um negócio, seja de compra e venda, de contratos, barganha de nome... • Princípio da Propriedade: É a proteção a propriedade individual conseguida por meio ilícito, bens, heranças... • Princípio da Intangibilidade Familiar: É a proteção á família quanto ao berço do indivíduo. • Princípio da Legitimidade da Herança e do direito de Testar: É a garantia legítima de fazer testamento e passar herança. • Princípio da Solidariedade Social: Busca conciliar os interesses sociais da coletividade com os interesses privados. > Fontes do Direito - Fonte é todo o meio pelo qual as regras jurídicas se positivam com força obrigatória, ou seja, com vigência e eficácia. São os meios que embasam as instituições jurídicas do direito positivo de um Estado. Resumidamente, Fontes são instâcias de manifestações normativas. Existe a Fonte Material e Formal. Dentro da Formal, temos a Fonte Primária (Lei) e a Fonte Secundária (Costume, Jurisprudência, Doutrina, Analogia, Princípios gerais e Equidade) • Fonte Material= São os fatos sociais, históricos, econômicos, políticos, são os valores sociais. É tudo aquilo que ocasiona um problema a ser resolvido. • Fonte Formal= É o direito em si, a norma positivada, vigente e eficaz, apta para resolver os problemas decorrentes dos fatos sociais. • Fonte Primária= É aquela que possui força o suficiente para gerar a regra jurídica • Fonte Secundária= É aquela que não possui força o suficiente para gerar a regra jurídica como fonte primária, mas serve como substrato para a compreensão geral do direito (complementar) > LEI Características I. Generalidade: A lei deve ser dirigida a um número indeterminado de indivíduos II. Abstrata: Exige-se a abstração dos preceitos normativos, pois a lei regula uma situação jurídica abstrata. Ela será aplicada a todas as situações concretas que se subsumirem em sua descrição. III. Permanente: Os efeitos de sua aplicação são permanentes, mesmo que a lei seja revogada. IV. Existência de Sanção: A lei determina o que deve o indivíduo fazer. Ela impõe obrigações e deveres aos indivíduos. V. Emanação por Autoridade Competente: A estrutura do Estado dirá qual o poder competente para expressar determinada lei. VI. Registro Escrito: Toda lei existente deve estar registrada numa fórmula escrita, em geral, imperativa e categórica. > COSTUMES Surge o costume da própria sociedade, da repetição de usos de determinada parcela social. Apresenta um procedimento difuso. O costume gira em torno das leis, não podendo confrontá-las nem se sobrepor a elas. - Características I. Geral: Deve ser praticado pela sociedade. II. Possuir Certo Lapso de Tempo: Deve se ter um tempo para que o costume esteja arraigado, firmado e presente nos hábitos dos indivíduos da sociedade de forma definitiva. III. Constante: Deve ser repetitivo na parcela da sociedade que o utiliza. > Jurisprudência Consiste no conjunto de reiteradas decisões dos Tribunais sobre determinada matéria. É o reconhecimento de uma conduta como obrigatória que se dá em sede dos tribunais, aí se tem a jurisprudência. > Doutrina É a opinião dos doutos, dos juristas e dos estudiosos. É responsável por dar limpidez e claridade a conceitos jurídicos indeterminados. > Analogia Usa-se a analogia quando há omissão legal, em que o juiz aplicará ao caso concreto a norma jurídica prevista para situação semelhante. • Analogia Legal: Quando, inexistente a lei, aplica-se outra norma legal ao caso em estudo. É uma regra geral. • Analogia Jurídica: É o trabalho de extrair uma conclusão particular para o caso concreto em exame a partir da compreensão harmônica de todo o ordenamento jurídico. > Equidade É uma forma de manifestação de justiça que tem o condão de atenuar a rudeza de uma regra jurídica. O julgamento por equidade é a adaptação de regra existente sobre uma situação concreta em que se priorizam os critérios de justiça e igualdade para com este caso. > Lei de Introdução as normas do direito brasileiro – LINDB • Lex Legem, é uma sobrenorma do ordenamento jurídico nacional. Esta norma vem regulamentar as fontes do direito, a aplicação das leis no tempo e no espaço, bem como a sua interpretação. • Ela se aplica para todos os ramos do direito. • Essa lei é autônoma e independente, não é uma lei introdutória ao Código Civil. É uma lei de introdução às leis, por conter princípios gerais sobre as normas sem qualquer discriminação. ➢ Principais Características da LINDB 1. É um conjunto de normas sobre normas, é uma lei que disciplina outras normas jurídicas. (Leis das leis, Lex Legem) 2. É aplicável a todos os ramos do direito, pode-se afirmar que os dispositivos deste diploma legal contêm normas de sobredireito. • Dos Assuntos Tratados pela LINDB a) Arts 1 e 2: tratam sobre vigências das normas b) Art 3: Obrigatoriedade das leis c) Art 4: Integração das normas d) Art 5: Interpretação das normas e) Art 6: Aplicação da lei no tempo f) Art 7 a 19: Aplicação da lei no espaço g) Arts 20 a 30 • Vigência das Normas I. Sistema do prazo de vigência única ou sincrônica ou simultânea: Significa que a lei entra em vigor a um só tempo em todo o país - 45 dias. II. Sistema do prazo de vigência sucessiva ou progressiva: Significa que a lei entra em vigor no país aos poucos O Brasil adotou o primeiro sistema de vigência, a lei entra em vigor de vez em todo o país. • Vacatio Legis = É o período que medeia entre a publicação da lei e a sua entrada em vigor. Tem por finalidade fazer com que os destinatários da lei a conheçam e se preparem para cumpri-la. 1. Lei com "Vacatio Legis" expressa: Tem expressa disposição do período de vacatio legis. Como exemplo, temos a expressão contida em lei determinado "entra em vigor um ano depois de publicada" 2. Lei com "Vacatio Legis" Tácita: No silêncio da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada, ou no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial. 3. Lei sem "Vacatio Legis": É aquela que, por ser de pequena repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar expressa ao final do texto legal. • Inciso 4: As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. ➢ Revogação = É quando uma norma perde sua vigência no ordenamento jurídico, deixando de pertencer a esse sistema do ponto de vista temporal. ➢ Revogação Expressa = Quando a nova norma enuncia a revogação dos dispositivos anteriores (Exemplo: Inciso 1, a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare) ➢ Revogação Tácita: Quando, embora não enunciando a revogação, a nova norma disciplina a matéria de forma diferenciadada regra original, tornando ilógica a sua manutenção. (Exemplo: Inciso 1, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior) ➢ Revogação Total: Revoga-se toda a norma. ➢ Revogação Parcial: Revoga-se parte do comando normativo. I. Lex Superior: A norma que dispõe, formal e materialmente, sobre a edição de outras normas prevalece sobre estas. (CF sobre CC e CP) II. Lex Posterior: Se normas do mesmo escalão estiverem em conflito, deve prevalecer a mais recente. III. Lex Specialis: A norma mais especial revoga a geral no que está dispõe especificamente. • Quando a lei for omissa, o juiz pode decidir com base nas outras fontes do direito. → Subsunção (a lei tem aplicabilidade direta do caso) → Integração (utilização das fontes secundárias do direito civil) • Questões Teológicas: Deve-se atender aos fins sociais e as exigências do bem comum. Ato Jurídico Perfeito: É o ato consumado e que se encontra, portanto, nos mesmos elementos de sua validade e eficácia presentes antes do advento da lei nova. Direito Adquirido: É o direito que se incorpora de forma definitiva ao patrimônio e a personalidade do indivíduo. Coisa Julgada: É a qualidade conferida aos efeitos de uma decisão judicial contra a qual não caiba mais recurso, tornando a decisão imutável e indiscutível. Contra coisa julgada não cabe recurso, mas cabe ação rescisória, que é uma ação que pede nulidade da setença transitada em julgado, com eventual rejulgamento. → Coisa Julgada Formal: Não há solução do mérito. Não há o que apelar. É uma decisão do juiz por falta de alguma formalidade. → Coisa Julgada Material: Há solução do mérito. Análise do processo, formalidade, e dos argumentos de ambas as partes par ao juiz emitir um juízo de valor adequado. • Conflito das Leis no Espaço ❖ Princípios - Princípio da Territorialidade: Não admite o uso da lei externa. Só são válidas as leis do Estado, legislação nacional. - Princípio da Extraterritorialidade: A lei internacional incide plenamente sobre os indivíduos de nacionalidade do Estado dominante em/sobre outros territórios de soberania de um outro Estado. - Princípio da Territorialidade Moderada: Utiliza-se a legislação nacional, mas há casos em que se aplica a lei externa. É o preponderante entre todos os Estados soberanos contemporâneos. ❖ Elementos de Conexão - É o elemento que integra a constituição de um ato ou de um negócio jurídico. ➢ Lex Domicilae: Trata de direitos da personalidade, tudo o que disser a respeito à capacidade e ao estado civil da pessoa. Tudo a respeito à direitos de família, sucessões, bem móvel, oferta e proposta. ➢ Lex Rei Sitae: Trata de bens imóveis ➢ Lex Fori: Trata da constituição de pessoas jurídicas e da constituição de obrigações. • Pessoa Natural Não existe direito sem pessoa, sem sociedade. A pessoa é o sujeito de direito, é o sujeito das relações jurídicas. → Visão de Stolze e Pamplona: Pessoa Humana + Pessoa Não-Humana ❖ A personalidade jurídica é a projeção da personalidade íntima, é a projeção social da personalidade psíquica, com consequências jurídicas. A capacidade decorre do conceito de personalidade e confere o limite dela. ❖ Há uma íntima relação entre Personalidade e Pessoa e Personalidade e Capacidade - Personalidade Jurídica= É a aptidão genérica (é reconhecida a todo ser humano) para adquirir direitos e contrair obrigações. → Nascimento com vida: duas condições: NASCIMENTO= separação da mãe VIDA= Respiração • No CC, verifica-se o nascimento com vida por meio da respiração. NATIMORTO= Aquele que nasceu morto – como não nasceu com vida, não há personalidade. SE O FETO TIVER SEGUNDOS OU MINUTOS DE VIDA E DEPOIS VIER A ÓBITO, ELE TEM PERSONALIDADE. Só a personalidade quando há nascimento com vida. ❖ Interesses do nascituro 1. Curatela do Nascituro 2. Admissibilidade de ser constituído herdeiro 3. Receber doação -Esses direitos ao nascituro ficam sob condição suspensiva, ou seja, existirão se houver nascimento com vida. TEORIAS PERSONALIDADE JURÍDICA NASCITURO NATALISTA -------------- NASCIMENTO COM VIDA ---------------- EXPECTATIVA DE DIREITOS CONCEPCIONISTA ----- CONCEPÇÃO --------------------------------- DIREITO SUBJETIVO CONDICIONAL ---------- NASCIMENTO COM VIDA --------------DIREITO FUTURO/ CONDICIONAL • Capacidade e Estado de Pessoas -Capacidade= É a aptidão para reger a vida de forma plena e para realizar os atos da vida civil. → Personalidade= é um atributo do sujeito, inerente à sua natureza desde o seu início. → Capacidade= é a aptidão para o exercício de atos e negócio jurídicos. -Capacidade: De Direito (de gozo) | De fato (de exercício) = Capacidade Plena ➢ Capacidade de Direito- Art. 1 – toda pessoa é dela dotada ➢ Capacidade de Fato- Art. 5 - é a aptidão de usar esses direitos e utilizá-los por si mesmo ➢ Capacidade Plena- Capac. De direito + Capac. De Fato • Incapacidade → Atinge a capacidade de fato → As pessoas com deficiência foram retiradas do rol de incapazes → No sistema privado brasileiro, pessoa absolutamente incapaz que seja maior de 18 anos → Todas as pessoas com deficiência passam a ser, em regra, plenamente capazes para o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua dignidade. → O incapaz não pode praticar sozinho nenhum ato da vida jurídica. → Ao incapaz não é dado o direito de praticar qualquer ato da vida Civil, sob pena de nulidade. ➢ A incapacidade pode se apresentar em duas espécies: ❖ Absoluta: Enseja na proibição total para os atos da vida civil, sob pena de nulidade (art 166, inciso 1 do CC). O ato será praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz. Incapaz é o menor de 16 anos. ❖ Relativa: O incapaz pode praticar os atos da vida civil, porém deve ser assistido, sob pena de anulabilidade (art 171, inciso 1 do CC). No entanto, alguns atos podem ser praticados pelo relativamente sem que esteja na presença de seu representante, como testemunha, aceitar mandato, fazer testamento, ser eleitor. • Pródigo= É aquele que desordenadamente destrói o seu patrimônio, reduzindo-se à miséria por sua culpa. Ele, enquanto não declarado como tal, é capaz para todos os efeitos. • Cessa a incapacidade quando desaparece a sua causa ou quando ocorre a emancipação. ❖ Absolutamente Incapaz --- Representação --- Tutela ❖ Relativamente Incapaz --- Assistência --- Tutela ou Curatela • Emancipação - A emancipação nada mais é do que a "aquisição da capacidade civil antes da idade legal" - Só pode se dar no período entre os 16 anos e os 18 anos ❖ Emancipação Voluntária: É aquela decorrente da vontade dos pais, por concessão de ambos os pais ou de um deles na falta do outro. Não é necessária a homologação perante o juiz. Mínimo, 16 anos completos. ❖ Emancipação Judicial: É aquela decretada pelo juiz, por sentença, em casos como em que um dos pais não concordar com a emancipação, contrariando um a vontade do outro. O menor sob tutela só poderá ser emancipado por ordem judicial, tendo em vista que o tutor não pode emancipar o tutelado. ❖ Emancipação Legal: Decorre das hipóteses previstas, pelo casamento, pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso do ensino superior, pelo estabelecimento civil ou comercial, pela existência de emprego, desde que, em função deles o menor com 16 anos completos tenha economia própria. • Direito Da Personalidade - Protege-se, antes e principalmente, o ser humano em sua essência. - Apoiam-se na ideia de que a par dos direitos economicamente apreciáveis, há outros, não menos valiosos, que merecem a proteção da ordem jurídica, pois são inerentes à pessoa humana e a ela ligadas de maneira perpétuae permanente. - A partir da personalidade é que se irradia os direitos CF/88 - Dignidade da Pessoa Humana Outras garantias: Intimidade, privacidade, imagem e honra Assegurando o direito à indenização pelo dano: Moral e Material Não há danos morais fora do direito de personalidade. Os danos patrimoniais ou materiais que podem ocorrer são nível secundário. • Titularidade - O ser humano é o titular, por excelência, dos direitos da personalidade. Cada direito é próprio a cada pessoa. Direito Personalíssimo= Só pode ser exercido pelo seu titular • Características 1. Absolutos: São oponíveis contra tudo e contra todos (erga omnes). 2. Gerais: São outorgados a todas as pessoas, simplesmente pelo fato de existirem. 3. Extrapatrimoniais: Ausência de conteúdo patrimonial direto. Não admitem avaliação pecuniária. (avaliação pecuniária= o indivíduo tem que pagar pelo crime cometido). 4. Indisponíveis: Abarca os sentidos de irrenunciabilidade e da intransmissibilidade. Trata-se de direito ao qual o indivíduo não pode se dispor, ceder. 5. Irrenunciáveis: Estão vinculados à pessoa de seu titular (direito personalíssimo). Não se pode abdicar, ainda que para subsistir. 6. Intransmissíveis: O indivíduo goza de seus atributos, sendo inválida toda tentativa de sua cessão a outrem, seja gratuita ou onerosamente. Tem a ideia de que são leis que não podem ser transmitidos ao domínio de outrem, seja por compra e venda, doação, troca... 7. Imprescritíveis: O titular poderá invocá-los mesmo que deles não use ou utilize por muito tempo. Inexistente um prazo para seu exercício. Não está condicionado à passagem do tempo. 8. Vitaliciedade: Acompanham a pessoa desde o seu surgimento até a sua extinção. Perduram por toda a vida. • Atributos da Personalidade Nome: Designação da pessoa natural das demais Estado: Indica a posição na família e na sociedade política Domicílio: É a sede jurídica da pessoa natural • Direitos Protegidos 1. Direito à vida 2. Direito à Integridade Física 3. Direito ao Nome 4. Direito às Criações Intelectuais 5. Direito à Privacidade e Integridade Moral • Honra -Objetiva: Reputação da pessoa, compreendendo o seu bom nome e a fama que desfruta no meio social -Subjetivo: Corresponde ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade. • Domicílio Civil - Trata-se de um instituto jurídico que serve tanto ao direito material quanto ao processual. • Moradia: É o lugar onde a pessoa natural se estabelece provisoriamente. • Residência: Tem maior estabilidade que moradia, há um sentido maior de permanência. É o lugar onde a pessoa natural se estabelece habitualmente. • Domicílio: Abrange a noção de residência e reúne elementos materiais (objetivos) e psíquicos/espirituais (subjetivos). Tem um ânimo definitivo (intenção de permanecer) • Mudança de Domicílio tem duas formas. A voluntária que é quando o indivíduo efetua por arbítrio próprio, livre escolha. E tem a compulsória decorre de uma imposição legal. • Espécies de Domicílio: I. Domicílio Voluntário: Ato de livre vontade do sujeito, que fixa residência num determinado local, ânimo definitivo. Domicílio Voluntário geral se encaixa aqui. II. Domicílio Necessário ou Legal: Estabelece a lei o domicílio de certas pessoas. Tem uma relação de dependência. A condição mantém-se enquanto o interessado estiver enquadrado na situação descrita e prevista pela lei. III. Domicílio Especial: É convencionado pelas partes de uma relação jurídica. • Pessoa Natural → Somente com a morte termina a personalidade. → Quando a atividade cerebral se mostra irremediavelmente perdida, não se pode negar a existência da morte. Morte Real (autêntica): Há o corpo ou partes deste. -Ele verifica com a falência dos órgãos responsáveis pela existência da vida, adquirindo o corpo, o estado cadavérico. Morte Presumida (ficta): Não há o corpo. -É a extinção da pessoa natural declarada por decisão judicial decorrente da falta de indício de materialidade, ou seja, pela ausência de cadáver ou de partes deste. • Presunção de Morte -É uma situação de dúvida. Não há como se provar, de fato, que houve a morte do indivíduo (não há corpo), mas cria-se essa presunção, considera-se que ela ocorreu. • Morte Presumida com declaração de ausência e tem sem declaração de ausência • Ausência -Ausente é aquele que desaparece do seu domicílio, sem que dele se tenha qualquer notícia. O que acontece com ausência é o seguinte: uma massa patrimonial, que tem titular, fica sem ter quem a administre, porque o titular desta desapareceu sem dar notícias e nada se sabe do seu paradeiro. Com isso, temos a Sucessão Provisória e a Definitiva. ➢ Sucessão Provisória: Passado 1 ano da publicação de edital ou, tendo deixado procurador ou representante, 3 anos, sem que se saiba do ausente. Cabe aos interessados. Se durante essa sucessão se provar o efetivo falecimento do ausente, entra a sucessão definitiva. ➢ Sucessão Definitiva: Se passados 10 anos do trânsito em julgado da sentença que concedeu a sucessão provisória ou quando o ausente completar 80 anos, se de 5 anos datam suas últimas notícias. • Comoriência -É uma ficção Jurídica. A comoriência gera a presunção relativa de morte simultânea. -Ocorre nos casos em que não for possível determinar quem morreu primeiro, quando houver, a falta de um resultado positivo nesse sentido. São catástrofes, acidentes... -Chega a ser um mecanismo de equidade. • Pessoas Jurídicas → São empresas, supermercados, indústrias, lojas de grande e pequeno porte, prestadoras de serviços... → "A pessoa jurídica é o grupo humano, criado na forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns". • Natureza Jurídica das Pessoas Jurídicas ➢ Teoria Negativista = A pessoa jurídica não existe. -Nega o conceito de direito subjetivo, concluindo pelo desconhecimento da personalidade. -Não admite a existência da pessoa jurídica, considera a p.j como inexistente ou um ente abstrato. Argumentavam que os verdadeiros sujeitos de direito seriam os indivíduos que compõem a pessoa jurídica. Principais Defensores dessa teoria: Ilhering, Duguit, Bolze e Planiol ➢ Teoria Afirmativista = A pessoa jurídica existe. -Teoria da Ficção: A p.j não tem existência real, mas existe como uma ficção humana. -Teoria da Realidade Objetiva: A p.j existe, mas sua existência se confunde com a da pessoa natural -Teoria da Realidade Técnica: A p.j existe, mas sua realidade é distinta da pessoa natural. • Pressupostos de Existência: Vontade das partes, Condições legais de suas formação e Liberdade de seus propósitos. • Surgimento da Pessoa Jurídica: A p.j surge com o devido registro, momento em que obtém a personalidade jurídica. A inscrição do ato constitutivo ou do contrato social no registro competente é condição indispensável para a atribuição de personalidade à pessoa jurídica. O registro da p.j tem natureza constitutiva. ❖ As pessoas jurídicas de direito público são criadas pela lei. As de direito privado são criadas pelo registro do cartório. ❖ A p.j recebe atributos da personalidade, como denominação, domicílio e nacionalidade. ❖ Possuem existência própria e autônoma das pessoas naturais. ❖ As p.j têm personalidade e capacidade (A capacidade existe com registro público e é a consequência da personalidade). ❖ A capacidade das pessoas jurídicas é limitada par aos fins a que se propõe sua atividade. ❖ A pessoa jurídica pode gozar de direitos reais, direitos obrigacionais e de direitos sucessórios. Mas não nos direitos de família e em outros direitos exclusivo da pessoa natural. ❖ As pessoas jurídicas não têm vontade própria. O seu querer é resultado das vontades individuais de seus membros. ❖ As p.j são representadasativa e passivamente nos atos judiciais assim como nos extrajudiciais. ❖ É preciso que alguém a represente para poder atuar na órbita social. • Classificação da P.J Pessoa Jurídica = Direito Público = Externo e Interno Externo= ONU, OMS, Santa Fé, Estados Soberanos... Internos= União, Estados, Municípios, DF e Territórios Pessoa Jurídica = Direito Privado = Associações, Fundações, Sociedades, Partidos Políticos, Organizações Religiosas... → Universitas Personarum: Complexo de Pessoas → Universitas Bonarum: Complexo de Bens I. Associações: União de pessoas organizadas para fins não econômicos. Possui seus meios econômicos para se manter e continuar existindo. Ela pode gerar atividade econômica para se manter e se sustentar, desde que isso, não seja o seu propósito- fim. → Affectio Societatis= Direitos e obrigações recíprocos. → Obrigação Solidária --- É própria da sociedade. -A associação tem três órgãos: 1. Diretoria = Administra a associação 2. Assembleia Geral = Delibera. Convoca-se uma assembleia para decidir sobre alguns pontos. 3. Conselho Fiscal = Cuida das Finanças I. Sociedade: União de pessoas visando a uma finalidade econômica. Há repartição de lucros e dividendo entre os seus associados, e sua finalidade é lucrativa, percebendo vantagens e acúmulo patrimonial aos seus membros. II. Fundações: É um conjunto de bens/acervo de bens que recebe de ordem legal a faculdade de agir no mundo jurídico e realizar as finalidades a que visou o seu instituidor. Ela resulta da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destina. ➢ A fundação pode ser Inter vivos que pode ser criada por escritura pública quando em vida de alguém. E pode ser Mortis Causa que pode ser criada depois da morte de uma pessoa natural por meio do testamento. ➢ A fundação só pode ter uma finalidade. Toda mudança de finalidade deverá ser levada ao Ministério Público. • Os partidos Políticos • podem ser livremente criados, tendo autonomia para definir sua estrutura interna. → Características: Registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Caráter Nacional, não pode receber recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros, é vedada qualquer interferência estatal em seu funcionamento. • Organização Religiosa podem ser consideradas organização religiosas todas as entidades de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de culto a determinada força ou forças sobrenaturais. Preceitos éticos. → A liberdade de organização e funcionamento entidades religiosas não as exime da apreciação judicial de seus atos. • Os Entes Despersonalizados são uma coletividade de seres humanos ou bens que não possuem personalidades jurídica própria, também conhecidos como pessoas formais ou grupos com personificação anômala. • Massa falida -É o acervo de bens do falido, quando arrecadados pelo administrador judicial da falência. Ela só passa a ter existência no mundo jurídico após a sentença declaratória de falência, trazendo como consequência para o devedor a perda do direito à administrar e disposição de seus bens. -Dentro de uma empresa consiste no conjunto de ativos e passivos de bens e interesses da empresa. I. Bens materiais: imóveis, máquinas, equipamentos, material de escritório II. Bens intangíveis: direitos que a empresa falida possui, como créditos, patentes, registro e carteira de cliente. III. Responsabilidade da empresa: Dívidas, passivos trabalhistas, tributários e bancários • Heranças Jacente e Vacante = A herança não possui herdeiro, ainda que transitoriamente (art.1819) ❖ Herança Jacente: É um estado temporário de herança, não possui herdeiros legítimos ou testamentários. O Estado deve arrecadar para conservar com intenção de entregar aos herdeiros ou sucessores que vierem aparecer. Estes têm um prazo de aparecer, passando dele e perdendo o prazo, ela declarada vacante. → Condição da Jacência: sob a guarda, conservação e administração de um curador. Porém, se todas as pessoas sucessíveis renunciarem à herança, será declarada a vacância desde logo, sem necessidade de arrecadação e consequentemente produção de seus efeitos jurídicos. ❖ Herança Vacante: tem a função de devolver o patrimônio ao poder público. Após a realização de todas as diligências legais, os bens de herança jacente serão declarados vacantes caso não apareçam nenhum herdeiro no prazo de um ano, contado da primeira publicação do edital convocação de herdeiros. o A devolução deverá possuir um efeito declarado na sentença, podendo ser resolutivo ou definitivo. → Resolutivo: O sucessor poderá aparecer dentro de cinco anos da data de óbito, e terá à herança no estado em que se encontra. Passados cinco anos da data do falecimento, não há possibilidade de reclamar os bens da herança, sendo este o efeito definitivo. • Espólio − É um conjunto de direitos e deveres pertencentes à pessoa falecida. É simples massa patrimonial que permanece coesa até a atribuição dos quinhões heréditarios aos herdeiros − Não se confunde com heranças. ➢ Sociedades de Fato e Sociedades Irregulares (CC do art 986 ao 996) − São pessoas jurídicas que ainda não atenderam aos requisitos legais que lhes autoriza a vida jurídica regular, ou por falta de registro, que é essencial ou por este registro ser irregular. − A falta de registro implica ausência de personalidade jurídica. Enquanto não registradas, não podem regularmente adquirir direitos e assumir obrigações. − Se essas pessoas atuarem na esfera jurídica, não se pode negar-lhes certos efeitos jurídico. • Condomínio = É o domínio compartilhado de algo. É. a propriedade, ao mesmo tempo e sobre o mesmo bem, de mais de um proprietário. • Responsabilidade Civil das Pessoas Jurídicas = Respondem na esfera civil, contratual e extracontratual, com o patrimônio por todos os atos ilícitos que praticarem por seus representantes, independe se direito público ou privado. • A Desconsideração da Pessoa Jurídica → Não raro se utiliza a pessoa jurídica com o intuito de que se desvie de sua finalidade, para atingir fins suspeitos ou para prejudicar terceiros. As p.j podem sustentar fraudes e outros atos ilícitos oriundos das ações de seus membros e com isso se lembre que as p.j não têm vontade e agem de acordo com a vontade de seus integrantes. Assim, imputa-se a responsabilidade aos sócios e membros integrantes da p.j que tentaram burlar a lei ou lesar terceiro. • Desconsideração da P.J = Existe também a desconsideração inversa, que é quando a desconsideração recai sobre uma pessoa natural. Exemplo: Uma pessoa natural é ré em um processo e transfere seus bens para uma empresa na qual é sócia, com intuito de resguardar o seu patrimônio. Desconsideração= Retirada momentânea de irresponsabilidade administrativa. Passa a ser responsável Extinção = Fim Definitivo • Alteração da Pessoa Jurídica 1. Incorporação: Ato pelo qual a p.j é formalmente absorvida por outra, deixando a primeira de existir. 2. Transformação: É a adoção de outra forma societária pela p.j de fins econômicos. Os créditos e os débitos são repassados. 3. Fusão: É a união formal de p.j para a constituição de outra, deixando as anteriores de existir e surgindo uma inteiramente nova. Assume os créditos e os débitos das duas anteriores. 4. Cisão: É o destaque, a separação de parcelas do patrimônio de uma p.j, que é absorvida parcialmente por outra. → Nesses casos os processos de dissolução e liquidação são desnecessários. • Extinção da Pessoa Jurídica → Ocorre com a cessação do seu funcionamento e a consequente baixa no registro, que seria equivalente ao óbito da pessoanatural. • A dissolução das p.j pode ser: I. Voluntária ou Convencional: É aquela que é deliberada entre os próprios integrantes da pessoa jurídica, respeitando o estatuto ou o contrato social. É a vontade de extinguir a sociedade. II. Administrativa: Resulta da cassação da autorização de funcionamento exigida para determinadas sociedades se constituírem e funcionarem. III. Judicial: Observadas uma das hipóteses de dissolução previstas em lei ou estatuto, o juiz por iniciativa de qualquer dos sócios, poderá, por sentença, determinar a sua extinção. Ex: falência • Liquidação: Antes da extinção da p.j é necessária fase de liquidação, em que há de se receber os créditos e efetuar o pagamento dos débitos remanescentes e dívidas contraídas, caso, assim, os tenha. • Dos Bens − Bens são todos os objetos suscetíveis de conceder uma utilidade qualquer ao homem. − Na concepção jurídica, bem deve ser considerado aquilo que tem valor, abstraindo- se daí a noção pecuniária do termo. − Para o direito, bem é uma utilidade econômica ou não. − Todo bem jurídico é objeto de um direito subjetivo. − Bem – Coisa -- > É material, corpóreo. − Bem – Direito --> É imaterial, incorpóreo. • Classificação dos Bens ➢ Bens considerados em si mesmos: I. Imóveis e Móveis II. Fungíveis e Infungíveis III. Consumíveis e Inconsumíveis IV. Divisíveis e Indivisíveis V. Singulares e Coletivos ➢ Bens reciprocamente considerados: Principais e Acessórios ➢ Bem público: Públicos e Privados → Bens Corpóreos= São aqueles que os sentidos podem perceber → Bens Incorpóreos= São aqueles que não têm existência tangível, palpável. É o direito das pessoas sobre as coisas. → Bens Imóveis: São todos aqueles bens que não podem se transportar de um lugar ao outro sem que isso implique sua destruição. (As sementes, bens móveis, são consideradas imóveis quando lançadas na terra). ▫ Classificação: Por natureza --> Solo | Por acessão física --> Prédios, casas... | Por determinação legal --> direitos imobiliários, sucessão aberta... → Bens Móveis: São todos aqueles bens que podem ser removidos ou transportados sem que haja perda ou diminuição de sua substância, por força estranha ou alheia. ▫ Categorias do bem móvel: ▫ Por sua própria natureza: São coisas corpóreas que podem se movimentar, por força própria ou alheia, com exceção daquelas que se agregam aos imóveis. ▫ Por Antecipação: São bens que, incorporados ao solo, destinam-se à separação e serão convertidos em móveis, como as árvores que viram lenhas. ▫ Por determinação legal: São bens considerados de natureza mobiliária por expressa dicção legal. → Semoventes: São os bens que se movem de um lugar para o outro, por movimentos próprios. Ex: Animais. → Bens Fungíveis: São os bens que podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. São coisas avaliadas e consideradas no comércio em sua massa quantitativa. O bem fungível é o dinheiro. → Bens Infungíveis: Eles não podem ser substituídos. São aqueles corpos certos, que não admitem substituição por outros bens, são únicos. → Bens Consumíveis: São destruídos na sua substância pelo uso normal. → Bens Inconsumíveis: São aqueles cuja utilização não atinge a sua integridade. → Bens Divisíveis: São bens que podem ser divididos sem perda ou comprometimento de sua substância integral e funcionamento. → Bens Indivisíveis: São aqueles bens cuja divisão resultaria em perda patrimonial. → Bens Singulares: São considerados em sua individualidade, representadas por uma unidade autônoma e por isso, distintas de quaisquer outras. ▫ Simples: Quando as partes componentes se encontram ligadas naturalmente. ▫ Compostas: Quando a coesão de seus componentes decorre do engenho humano. ➢ Bens Reciprocamente Considerados → Bens principais e Acessórios. → Principal é o bem que possui autonomia estrutural. E o acessório é aquele cuja existência supõe a do principal. → "O acessório segue o principal = Acessorium sequitur principale" → Os bens acessórios podem ser: Frutos, Pertenças, Produtos e Benfeitorias. ➢ Bens Públicos = São as coisas corpóreas e incorpóreas pertencentes ao Estado, em geral, com suas subdivisões administrativas. • Fatos Jurídicos = São todos os acontecimentos da vida que possuem uma relevância para o direito. → Fato Jurídico Stricto Sensu: São eventos que independentes da vontade humana. ▫ Ordinários: São previsíveis. É o nascimento, morte, maioridade... ▫ Extraordinários: São imprevisíveis, são fenômenos enquadrados no caso fortuito e na força maior como inundação, terremotos... → Ato Jurídico Lato Sensu: São acontecimentos praticados pela vontade. ▫ Ilícito: Todo ato que importa desacordo, violação ao ordenamento jurídico. ▫ Lícito: Todo ato não ofensivo ao direito. • Aquisição, Modificação e Extinção de Direitos → Aquisição --> É a conjugação do direito com o seu titular atual. → Aquisição Originária: Há coincidência com o nascimento. O direito nasce no mesmo instante que o titular o adquire. → Aquisição Derivada: O direito não nasce com o titula. Preexiste a ele e ocorre por derivação. Ninguém pode transferir mais direitos do que tem. • Modificação De Direitos = Subjetiva e Objetiva → Subjetiva: É a modificação do direito atinente à pessoa do titular. → Objetiva: É a modificação que atinge o objeto da relação jurídica, ora alcançando as qualidades, ora a quantidade. • Extinção de Direitos → Extinção Subjetiva: Quando o titular não pode mais exercer. → Extinção Objetiva: Decorre do desaparecimento do objeto → Extinção do Vínculo: Subsiste o objeto e sobrevive o sujeito, mas falta ao titular o poder de ação para exercer as faculdades jurídicas. • Negócio Jurídico → É toda declaração de vontade, emitida de acordo com o ordenamento jurídico, geradora dos efeitos jurídicos pretendidos. Ex: testamentos, contrato... • Classificação dos Negócios Jurídicos ➢ Quanto ao número de declarantes: I. Unilateral: Apenas uma manifestação de vontade. II. Bilateral: Ocorrem duas manifestações de vontade. III. Plurilateral: Quando se conjugam, no mínimo, duas vontades paralelas admitindo-se número superior, todas para a mesma finalidade. ➢ Quanto às vantagens patrimoniais: I. Oneroso: É quando há sacrifício patrimonial para ambas as partes. Há percepção recíproca de vantagens e custos. Ex: compra e venda II. Gratuito: Uma parte dá e a outra simplesmente aceita e recebe. III. Neutro: É destituído de atribuição patrimonial específica, não se incluindo em nenhuma das categorias acima. ➢ Quanto à forma: I. Solene ou Formal: Exige a observação da forma prevista em lei. II. Não-Solene ou Informal: Adota forma livre sem prejuízo para sua validade. ➢ Quanto ao momento de produção: I. Inter Vivos: Produz seus efeitos estando as partes ainda em vida. II. Mortis Causa: Pactuando para produzir efeitos após a morte do declarante. ➢ Quanto aos efeitos: I. Constitutivos: Se o negócio se efetiva a partir do momento de sua conclusão, assim como num contrato de compra e venda. II. Declaratórios: Quando possui eficácia. Produz efeitos que retroagem o tempo. • Interpretação do Negócio Jurídico 1. Examinar a existência da vontade, ou mais que isso, a existência da declaração da vontade. 2. Eficácia ---> Validade ---> Existência 3. Tem que existir o Agente, objeto e a Forma → Manifestação da vontade tem que se exteriorizar e deve ser por meio de divulgação válido que não deixe dúvidas quanto ao que se quer dizer (querer). → O agente é o emissor da vontade. É indispensável a participação do sujeito de direito, pessoa natural ou jurídica, para a configuração existencial do negócio jurídico. → O objeto é em torno dele que giram os interesses das partes → A forma é compreendida como meio pela quala declaração se exterioriza, o tipo de manifestação por meio do qual a vontade chega ao mundo exterior. • Plano de Validade → Elementos essenciais dos negócios jurídicos: agente CAPAZ, objeto LÍCITO, possível, ou determinável ou determinado, forma PRESCRITA ou não defesa em lei. → O plano de validade é diferente dos requisitos. Para existir, é preciso que haja um agente, mas para que o negócio seja válido, o agente precisa ser capaz. • Invalidades do Negócio Jurídico = Quando apresenta uma forma irregular, defeituosa... o ordenamento jurídico pode atribuir maior ou menor reprimenda. Quando ele é declarado judicialmente com algum problema, ele se torna inválido. I. Nulidade Absoluta: A função dele é tornar sem efeito o ato ou negócio jurídico, além de fazê-lo desaparecer do mundo jurídico, como se nunca houvesse existido. Certos casos, exigem interesses sociais e individuais para que o ato não ganhe forças. II. Nulidade Relativa ou Anulabilidade: Tem em vista as práticas do negócio em desrespeito às normas que protegem certas pessoas. As causas de anulabilidade residem no interesse privado, sendo assim concedida a pedido da parte prejudicada. → Erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo, fraude contra credores = Anuláveis, anulabilidade, efeitos ex nunc (= nunca mais) → Nulo, nulidade, efeito ex tunc (= tudo) = simulação NULIDADE ANULABILIDADE -é a punição mais rígida e grave -é a punição mais branda -é de interesse público - é de interesse privado -Efeitos ex tunc e erga omnes -efeitos ex nunc e inter partes -Qualquer um pode pedir sua decretação - deve ser pedida pelo interessado -MP pode intervir - MP não pode intervir -é imprescritível -é decadencial -Não pode ser ratificado -Não cabe decretação ex ofício -Cabe decretação ex ofício pelo juiz - pode ser ratificado Elementos Acidentais dos Negócios Jurídicos I. Condição: É uma limitação da eficácia do negócio jurídico, sujeitando-o quanto, do início ao fim, a um acontecimento futuro e incerto. Para a caracterização da condição tem dois elementos fundamentais: incerteza e futuridade. Não se esquecer que é imprescindível para configurar a condição que esta tenha derivado unicamente da vontade das partes. ♦ Condições fisicamente impossíveis: são irrealizáveis por qualquer pessoa. A condição deve ser possível dentro dos limites do incerto e do futuro. ♦ Condições ilícitas: são aquelas cujo teor condicional transgrede a lei ou os bons costumes, além de atentar contra os direitos do indivíduo. ♦ Condições incompreensíveis ou contraditórias são aquelas que não têm sentido, questionando-se o motivo da celebração do negócio jurídico. • Tipos de Condição 1. Condição Suspensiva: A obrigação não terá existência enquanto o evento não se verificar. É a suspensão da obrigação até que se verifique a ocorrência do evento futuro e incerto. Permanece em suspenso a sua incorporação ao patrimônio do titular, na categoria expectativa de direito. Ocorrendo o evento, há a obrigação de se cumprir com o prometido. Gera efeitos ex tunc, é retroativa e cria expectativa de direito. Ex: doação a nascituro 2. Condição Resolutiva: Dá-se desde logo a aquisição do direito e produz o n.j todos os seus efeitos. Importa a sua verificação na resolução do próprio negócio jurídico. Ocorrendo a condição, extingue-se o direito que a ela estava vinculada. Gera efeitos ex nunc e pressupõe aquisição e exercício de direito. Ex: venda à contento 3. Condição Potestativa: Ilícita - Imposta por uma das partes. 4. Condição Casual: É dependente de um acontecimento alheio à vontade das partes pois advém do acaso. No caso, o ser humano não manda ou influência. 5. Condição Mista: Depende da vontade da parte e do acaso ou de terceiros. 6. Condição Sucessiva: Realiza no momento do evento. 7. Condição Momentânea: Resulta de uma série de eventos. - Implemento é a verificação/ocorrência da condição. - Condição Suspensiva: Expectativa do direito | Condição Resolutiva: Dir. Adquirido. - Termo: Suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. - Encargo: Não suspende nem a aquisição e nem exercício do direito. ♦ Ato Lícito: Tem o poder de criar faculdades para o próprio agente, não é ofensivo ao direito alheio, é jurígeno e é gerador de direitos e obrigações. ♦ Ato Ilícitos: Procedimento em desacordo com a ordem legal, não traz benefício ao agente, é lesivo ao direito de outrem e apresenta máculas decorrentes da ilicitude. ❖ Ato Ilícito Civil: Importa na violação ao ordenamento jurídico, criando tão somente deveres para aquele que o pratica. A ilicitude da conduta está no procedimento contrário a um dever preexistente. É uma falta a um dever a que se está adstrito. A ação ou omissão ilícita pode acarretar dano indenizável. Essa mesma conduta pode ser punível no campo penal. Fundamentos do Ato Ilícito: Infração de um dever preexistente e Imputação do resultado à consciência do agente. Conduta Comissiva: Quando orienta a ação num sentido. Conduta Omissiva: Quando se abstém de atuar – Negligência e Impudência Ato Ilícito Equiparado: Conduta lícita, porém exercida de maneira imprópria, caracteriza-se o abuso de direito. O abuso de direito constitui um ato ilícito, com isso possui natureza objetiva, aferível, independente de culpa ou dolo. • Responsabilidade Civil - O ato ilícito tem correlata obrigação de reparar o mal, o dano realizado. - A responsabilidade é sempre ligada ao conceito de obrigação, resulta do comportamento do homem, omissivo ou comissivo, que tenha causado modificação nas relações jurídicas com seu semelhante, com conteúdo patrimonial. - Responsabilidade Civil resulta de um dano, direto ou indireto, causado ao patrimônio de terceiro, por dolo, culpa ou simples fato, que deve ser ressarcido. - Não exclui a responsabilidade criminal, se o fato é descrito como delito, mas coexiste com ela. ➢ Responsabilidade Civil Contratual: Decorre de violação a contrato. ➢ Responsabilidade Civil Extracontratual Decorre de violação à norma. ➢ Responsabilidade Subjetiva (com culpa): Presença de conduta do agente, dano, nexo casual e culpa em sentido amplo. ➢ Responsabilidade Objetiva (sem culpa): Presença de dano e nexo casual. • Prescrição 1. Fulmina a pretensão 2. Há inércia do seu titular 3. A pretensão acaba, mas fica o direito 4. Pode ser suspensa ou interrompida 5. É renunciável por parte do interessado depois de consumada 6. Pode ser declarada de ofício 7. Seus prazos só podem ser fixados por lei 8. Não opera para determinadas pessoas 9. Está previsto na parte do CC • Decadência 1. Fulmina o direito potestativo 2. Há inércia do seu titular 3. Não pode mais exercer o direito de forma alguma 4. Não pode ser nem suspensa nem interrompida 5. É irrenunciável em qualquer hipótese 6. Não pode ser declarada de ofício se for estipulada convencionalmente 7. Seus prazos podem ser estabelecidos pela lei ou pela via negocial 8. Opera-se contra todos 9. Está previsto tanto na parte geral como parte especial • Defeitos dos Negócios Jurídicos → Negócio Jurídico defeituoso é aquele que embora tenha ocorrido com manifestação de vontade, esta não se coaduna com a verdadeira atitude do agente. O negócio jurídico existe, porém, é defeituoso. → Vícios de Consentimento(vícios da vontade): Erro, Dolo, Coação, Estado de perigo e Lesão. → Vícios Sociais: Fraude Contra Credores e Simulação.