A história oculta no meu quintal

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A história oculta no meu quintal
Mesmo em algum lugar tão mundano como o seu quintal pode ter uma história escondida.
A maioria de nós tende a pensar no passado como separado dos espaços onde vivemos nossas vidas. A história
aconteceu em outro lugar... naqueles campos de batalha da Guerra Civil cuidadosamente cuidados, ou na casa
histórica transformada em um museu pitoresco.
Mas a história está muitas vezes mais próxima do que você imagina, e pode se cruzar com nossas vidas de
maneiras inesperadas.
Madeiras de pinheiro de folhas longas no norte da Flórida. Foto ? Mark Conlin
Eu cresci na Flórida Central, uma terra de furacões, jacarés e Mickey Mouse. Nosso bairro já foi um laranjal, e você
ainda pode encontrar árvores cítricas velhas e solitárias espalhadas por todo o labirinto de ruas. Nosso quintal é
sombreado por um dos últimos pinheiros de folhas longas maduras da área, uma pitada das savanas de pinheiro e
palmetto que precederam as laranjas.
Passei minha infância correndo descalça em meio aos joelhos de ciprestes, pegando peixinhos e tartarugas na água
quente e manchada de taninos do Lago Minnehaha. Jacarés e lontras fizeram aparições regulares em nossa doca, e
a primavera trouxe pintinhos de coruja fofos olhando da caixa de ninhos no alto dos carvalhos.
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A natureza está em toda parte, apesar dos arredores suburbanos. Portanto, não é de admirar que eu tenha crescido
para amar o ar livre, e valorizar profundamente um senso de lugar e conhecimento do mundo natural.
O autor cresceu em Orange Country, Flórida, um aceno para a indústria de citrinos da área. Foto de um livro de Carlton Ward Jr. / TNC
Como muitas pessoas, a vida me levou para longe da minha casa de infância. Eu me mudei para ir à faculdade no
nordeste e, em seguida, segui oportunidades de educação e emprego em outros lugares. Cerca de seis anos depois
de deixar a Flórida, eu me vi trabalhando como estagiária editorial para a Audubon Magazine em Nova York.
Entre blogs de verificação de fatos e escrita, absorvi a história de origem da organização. Ativistas indignados com o
abate em massa de aves aquáticas pelo comércio de millinery lideraram a revolta contra a moda e fundaram a
Sociedade Nacional de Audubon.
As zonas úmidas da Flórida eram os campos de extermínio, e assim o estado foi o lar de um dos primeiros capítulos
locais. Em 2 de março de 1900, os conservacionistas realizaram a primeira reunião da Sociedade Audubon da
Flórida no Louis F. Propriedade Dommerich nas margens do Lago Minnehaha.
O meu lago Minnehaha.
Zonas úmidas na Flórida. Foto ? Mac Stone / TNC
As peças do quebra-cabeça começaram a cair no lugar, auxiliadas por pesquisas da nossa biblioteca universitária
local. Dommerich, um imigrante alemão que fez fortuna na indústria têxtil, comprou 400 acres de terra ao longo das
margens do Lago Minnehaha em 1891. Ele construiu uma casa de inverno na margem do lago, Hiawatha Grove,
onde os primeiros conservacionistas se reuniram para estabelecer o capítulo local de Audubon.
Teddy Roosevelt, então governador de Nova York, foi um dos primeiros oficiais do capítulo. Assim como Frank
Chapman, então curador do Museu Americano de História Natural e fundador do Conde de Navegação de Natal.
Dommerich tornou-se o primeiro presidente da Flórida Audubon, com sua esposa Clara servindo como secretária-
tesouras.
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Juntamente com outros capítulos estaduais, a Florida Audubon ajudou a reunir apoio para a Lei Lacey, que proibia o
comércio interestadual de qualquer vida selvagem morto em violação das leis estaduais. Passado em 1900, foi um
passo crucial para acabar com o comércio de aves selvagens nos Estados Unidos. Sem isso, garças nevadas e
grandes garças azuis poderiam ter sido uma visão rara no meu quintal.
Grande corte de garças com exibições aéreas curtas, suas asas se estendiam enquanto saltam acima de seus pontos de nidificação. 
Hiawatha Grove ficou até 1954, quando os desenvolvedores limparam tanto a casa quanto os laranjais para abrir
caminho para um novo bairro: Dommerich Estates. Trabalhadores da construção civil transformaram a longa
circulação na minha rua de infância, terminando em um beco sem saída, mais ou menos onde ficava a antiga casa
da propriedade.
Como um observador de aves dedicado e conservacionista, fiquei feliz ao pensar que um passo tão importante na
história da conservação ocorreu apenas algumas portas na rua. E então me atingiu....Teddy Roosevelt atravessou
meu quintal. Provavelmente. Provavelmente.
Sem acesso a mais registros, não consigo identificar exatamente onde Hiawatha Grove já esteve. (Embora eu saiba
que está muito perto, dentro de algumas centenas de metros da minha casa de infância.) E eu não tenho provas
concretas de que Roosevelt participou de uma reunião de capítulo, embora seja altamente provável.
Talvez eu possa investigar mais na minha próxima viagem para casa. Mas até lá, eu gosto de imaginar um cenário
muito provável: Roosevelt passeando pela margem do lago, pisando em torno de joelhos de cipreste e observando
silenciosamente como ibis sonda as águas rasas com seus bicos. Os controles deslizantes de orelha vermelha
entram na água à medida que ele se aproxima. Um anhinga atacar um aviso. E sobre a cabeça uma águia-pesqueira
chama, empoleirada no alto do pinheiro de folhas longas que agora sombreia minha garagem.
Outros caminhavam aqui antes dele.
Soldados que marcham para fora do vizinho Fort Maitland, estabelecido em 1893 durante a Segunda Guerra
Seminole. O povo Seminole, que chamou essa área de Fumecheliga (lugar de melão de majestoso) antes de serem
expulsos à mão armada. E antes deles o Timucua, que vivia em pequenas aldeias cercadas por paliçadas de
madeira, que eu obedientemente recriei em um projeto de diorama na escola primária.
Embora eu não possa traçar os passos exatos de Roosevelt, esta descoberta me lembra que algo aconteceu aqui. E
os lugares que confundimos como mundanos, nossos humildes quintais, mantêm uma história fascinante.
Publicado em - Atualizado em February 2, 2023
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