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Anticoncepção e planejamento familiar 
 
Saber indicar os métodos contraceptivos, 
conhecendo suas contraindicações; 
Orientar o planejamento familiar, esclarecendo as 
particularidades de cada método. 
 
Métodos contraceptivos 
Mecanismo de ação 
Os métodos contraceptivos atualmente disponíveis 
funcionam da seguinte maneira: 
• Evitam a ovulação: este é o mecanismo de ação 
dos seguintes métodos: métodos hormonais 
combinados (pílula, adesivo e anel vaginal), 
injetáveis contendo somente progestogênio, 
implante contendo somente progestogênio 
(Nexplanon®), contraceptivo oral de emergência, 
amenorreia lactacional. 
• Evitam que os espermatozoides atinjam o oócito: 
esterilização feminina e esterilização masculina 
(vasectomia). 
• Evitam o implante do embrião no útero: este é o 
mecanismo de ação do DIU (cobre e hormonal). 
• Permitem que o esperma entre na vagina, mas 
atuam de forma destrutiva: Este é o mecanismo de 
ação dos espermicidas. 
• Permitem que o esperma entre na vagina, mas 
bloqueiam sua passagem: mecanismo de ação do 
diafragma. Também um dos mecanismos da ação 
de progestogênios. 
• Evitam que o esperma entre na vagina: 
preservativos masculinos e femininos; evitar sexo 
durante o período fértil do ciclo; métodos com base 
na percepção da fertilidade (FAB). 
 
Eficácia dos métodos contraceptivos 
Eficácia de um método contraceptivo é a sua 
capacidade de proteger contra a gravidez não 
desejada e não programada, expressa pela sua taxa 
de falhas própria em determinado período 
(geralmente 1 ano). O índice mais utilizado para 
esse fim é o índice de Pearl, que é assim calculado: 
 
 
 
Critérios de elegibilidade para o uso de 
contraceptivos da organização mundial da 
saúde 
Definidos pelo conjunto de características 
apresentadas pelo(a) candidato(a) ao uso de 
determinado método, indicando se a pessoa pode 
ou não utilizá-lo. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) montou um grupo de trabalho que 
classificou essas condições em quatro categorias: 
•Categoria 1: o método pode ser utilizado sem 
qualquer restrição 
•Categoria 2: o uso pode apresentar algum risco, 
habitualmente menor do que os benefícios dele 
decorrentes. Em outras palavras, o método pode ser 
usado com maiores cautela e precauções, e, 
sobretudo, acompanhamento clínico mais rigoroso 
•Categoria 3: o uso do método pode estar associado 
a risco, habitualmente considerado superior aos 
benefícios dele decorrentes. O método não é o mais 
apropriado para o indivíduo em questão, podendo 
ser usado, contudo, na falta de opção disponível, ou 
quando a pessoa não aceita qualquer alternativa, 
desde que seja bem alertada desse fato e que se 
submeta a vigilância médica muito rigorosa. Aqui 
se enquadram condições antes chamadas 
contraindicações relativas para o uso do 
contraceptivo 
•Categoria 4: o uso do método em apreço determina 
risco inaceitável à saúde, estando o método 
contraindicado. Compreende todas as situações 
clínicas antes chamadas contraindicações absolutas 
ou formais. 
O médico deve privilegiar o método 
anticoncepcional escolhido pela paciente, mas isso 
nem sempre é possível. É primordial que o médico 
desenvolva semiótica apropriada para avaliar se 
existem aspectos clínicos que contraindiquem o 
método escolhido e, se houver, cabe a ele informar 
à paciente os demais métodos possíveis, explicando 
as características, o uso, os riscos, benefícios e a 
eficácia de cada um, para que a paciente tenha 
condições de fazer nova opção e se comprometer 
com ela. Os resultados do uso de qualquer método 
anticoncepcional são diretamente proporcionais ao 
comprometimento da usuária com o método eleito. 
Os métodos anticoncepcionais podem ser 
classificados de várias maneiras. Reconhecem-se 
dois grupos principais: 
1- Reversíveis: Comportamentais, de barreira, 
Dispositivos intrauterinos, Hormonais e de 
emergência. 
2- Definitivos: são os cirúrgicos: Esterilização 
cirúrgica feminina e esterilização cirúrgica 
masculina. 
Métodos não hormonais 
• Métodos comportamentais 
baseados na identificação do período fértil durante 
o qual os casais se abstêm das relações sexuais ou 
praticam coito interrompido, a fim de diminuir a 
chance de gravidez. O período fértil pode ser 
identificado por meio da observação da curva de 
temperatura corporal, das características do muco 
cervical e de cálculos matemáticos baseados na 
duração, fisiologia do ciclo menstrual e meia-vida 
útil dos gametas. 
Temperatura basal 
Esse método se baseia no fato de haver alteração na 
temperatura basal durante a fase lútea do ciclo 
reprodutivo. Na primeira fase do ciclo, a 
temperatura permanece estável, ocorrendo 
aumento de pelo menos 0,2 °C acima da 
temperatura de base registrada no início da manhã, 
quando ocorre a ovulação. Esse aumento é 
monitorado ao longo de três dias consecutivos, até 
o ponto em que ocorre aumento da temperatura, 
definindo o período fértil. 
Eficácia: A eficácia depende dos casais em abster-
se de relações sexuais com penetração vaginal nos 
dias férteis. Em geral, abster-se de sexo durante os 
períodos férteis é mais eficaz do que usar outro 
método durante tais períodos. 
Método dos dias fixos 
Indicado para mulheres que apresentam ciclos de 
26 a 32 dias. A mulher deve anotar no calendário 
(por exemplo, com um círculo) o primeiro dia da 
menstruação e os próximos sete dias. Nestes dias, 
pode ter relações livremente. Os próximos 12 dias 
devem ser marcados de forma diferente (por 
exemplo, com um X) e, nesses dias NÃO DEVE 
TER RELAÇÕES SEXUAIS COM 
PENETRAÇÃO VAGINAL. Portanto, em cada 
ciclo, a mulher pode ter relações livremente nos 
dias marcados com círculo e os dias após o último 
X até a próxima menstruação. 
IMPORTANTE: o método é adequado para 
mulheres em que a menstruação não adianta mais 
de quatro dias e nem atrasa mais de dois dias, ou 
seja, com ciclo entre 26 e 32 dias. 
Método rítmico do calendário (tabelinha ou 
Ogino-Knaus): 
Antes de usar este método, a mulher deve registrar 
o número de dias de cada ciclo menstrual durante, 
pelo menos, seis meses. O primeiro dia da 
menstruação é sempre o dia número um. O ciclo 
menstrual começa no primeiro dia da menstruação 
e termina no último dia antes da menstruação 
seguinte. A mulher subtrai 18 da duração do seu 
ciclo mais curto, estimando, assim, o primeiro dia 
de seu período fértil. Em seguida, ela subtrai 11 
dias da duração do seu ciclo mais longo, que 
corresponde ao último dia de seu período fértil. O 
casal deve evitar relações sexuais com penetração 
vaginal durante este período. 
Exemplo: se o ciclo menstrual variou entre 26 e 32 
dias durante o registro: Ciclo mais curto: 26 - 18 = 
8. A mulher deve evitar relações sexuais sem 
proteção a partir do 8º dia de cada ciclo (o dia 8 
é o primeiro dia de abstinência). Ciclo mais 
longo: 32 - 11 = 21. Ela pode ter relações sexuais 
sem proteção a partir do 22º de cada ciclo (o dia 
21 é o último dia fértil). Portanto, o casal não 
deve ter relação sexual com penetração vaginal 
do 8º ao 21º dia do ciclo (período considerado 
fértil). IMPORTANTE: se a mulher apresenta 
ciclos mais longos ou mais curtos, duas ou mais 
vezes em um ano, deve refazer os cálculos. Isso 
requer contínua anotação de seus ciclos. Em geral, 
mulheres com ciclos com variações de mais de seis 
dias não devem usar este método. 
Método da ovulação ou método de Billings ou 
método do muco cervical 
Este método fundamenta-se na evolução do muco 
cervical no ciclo menstrual. Durante a fase 
estrogênica, ocorre secreção do muco cervical e, na 
ovulação, este muco tem características que 
permitem o espermatozoide sobreviver e se 
locomover. Ocorrendo a ovulação, o corpo lúteo 
secreta progesterona, inibindo a secreção cervical. 
Logo após o fluxo menstrual é o período conhecido 
como seco e compreende do 1º ao 7º ou 10º dia dociclo. Nessa fase o muco é escasso, opaco e 
viscoso, aumentando progressivamente em 
quantidade no decorrer dos dias. Após este período, 
aparece o muco cervical, marcando o início do 
período úmido. O muco se torna claro, transparente 
e elástico, como a clara de ovo crua. No dia que 
corresponde ao pico de estrogênio, o muco alcança 
o máximo dessas características. Para o uso deste 
método, a mulher precisa detectar a presença ou 
não do muco, examinando diariamente sua 
secreção cervical nos dedos, na calcinha ou lenço 
de papel. Assim que o muco tornar-se mais fluido 
deve cessar a atividade sexual. 
os casais devem evitar relações sexuais vaginais 
durante os dias de fluxo menstrual intenso, pois, 
nestes dias é difícil verificar as secreções cervicais. 
Durante o período livre para relações vaginais, o 
casal não deve tê-las por dois dias seguidos, pois, o 
sêmen prejudica a observação do muco. 
Método dos dois dias 
Esse método é apropriado para as mulheres com 
ciclos de qualquer duração, independentemente de 
sua regularidade. Se a mulher notar qualquer 
secreção vaginal, deve considerar-se fértil, até 
que permaneçam dois dias sem secreção. Se não 
perceber secreção no dia e, no dia anterior, poderá 
ter relações livremente. 
Coito interrompido 
O coito interrompido consiste na retirada do pênis 
da vagina antes da ejaculação. O coito 
interrompido continua sendo um método muito 
importante do controle da fertilidade em muitos 
países. Estima-se que seja utilizado por 85 milhões 
de casais no mundo inteiro, embora tenha sido 
objeto de poucos estudos, mas tem vantagens 
óbvias: disponibilidade imediata e custo zero. O 
pênis precisa ser totalmente retirado da vagina e 
afastado da genitália externa. Já ocorreram casos de 
gravidez em consequência da ejaculação nos 
órgãos genitais externos femininos, sem 
penetração. Estima-se que a eficácia varie de 
quatro gestações por 100 mulheres no primeiro 
ano de uso perfeito a 22 por 100 com uso típico. 
Estudos acerca dessa prática mostram que ela é 
provavelmente tão eficaz quanto o preservativo. 
 
 
 
Amamentação 
A amamentação pode ser utilizada como forma de 
contracepção e pode ser eficaz dependendo de 
variáveis individuais. O uso de contracepção 
durante a lactação deve levar em consideração 
as necessidades das mulheres e a necessidade de 
manter a lactação. Ocorre supressão variável da 
ovulação durante a lactação. A sucção do 
lactente eleva os níveis de prolactina e reduz a 
secreção do hormônio liberador das 
gonadotropinas (GnRH) do hipotálamo, 
diminuindo a secreção de hormônio luteinizante 
(LH), portanto, inibe a maturação folicular. 
Mesmo com a amamentação continuada, a 
ovulação retorna, porém isso é pouco provável 
antes de 6 meses, particularmente se a mulher 
apresentar amenorreia e estiver amamentando sem 
dar complemento alimentar ao lactente. Para uma 
segurança contraceptiva máxima, os intervalos 
de amamentação não devem ultrapassar 4 horas 
durante o dia e 6 horas durante a noite e a 
complementação não deve ultrapassar 5 a 10% 
da quantidade total de alimentação. As taxas de 
gravidez relatadas em 6 meses são de 0,45 a 2,45% 
para casais que usam exclusivamente esse método. 
Para evitar a gravidez, deve-se utilizar outro 
método de contracepção 6 meses depois do parto 
ou mais cedo se a menstruação retornar. A 
amamentação reduz o risco cumulativo de câncer 
de mama na mãe ao longo da vida, sendo 
importante portanto, seu estímulo. 
Os ACOs, os implantes e os contraceptivos 
injetáveis que contêm apenas progestágenos não 
afetam a qualidade nem a quantidade de leite.15 Os 
métodos de barreira, os espermicidas e o DIU de 
cobre constituem excelentes opções para mães 
durante a amamentação. 
Aproximadamente 20% das mulheres que 
amamentam ovulam em torno do terceiro mês de 
pós-parto. A ovulação frequentemente precede a 
menstruação e essas mulheres correm risco de 
gravidez não planejada. Para as mulheres que 
amamentam de forma intermitente deve-se iniciar 
contracepção efetiva como se não estivessem 
amamentando. Além disso, a contracepção é 
essencial após a primeira menstruação, a não ser 
que se esteja planejando nova gravidez. É um 
método de alta eficácia, sendo o índice de falha de 
0,5 a 2% em seis meses. No entanto, a eficácia 
depende da usuária. 
 
Se algum desses for positivo deve introduzir outro 
método contraceptivo combinado ao método da 
amenorréia lactacional. 
Métodos de Barreira 
Preservativo feminino 
Preservativo masculino 
Espermicidas 
Substâncias químicas que funcionam como barreira 
à ascensão dos espermatozoides ao sistema genital 
superior. Devem ser colocados dentro da vagina e 
são apresentados como cremes, geleias, etc. O mais 
comum é o nonoxinol-9, que funciona como agente 
surfactante sobre a membrana dos espermatozoides 
e de outros organismos causadores de DSTs, e no 
bloqueio do trajeto a ser cumprido pelo 
espermatozoide. Espermicidas apresentam baixa 
eficácia contraceptiva, quando usados 
isoladamente, mas aumentam a eficácia de outros 
métodos de barreira, quando utilizados em 
associação. 
Diafragma 
Com estrutura em látex, o diafragma é método de 
barreira móvel que pode ser colocado e retirado da 
vagina. Para ser eficiente, deve ser colocado 2 h 
antes da relação sexual e retirado entre 4 a 6 h após 
o sexo. É combinado com gel espermicida. Após o 
uso, deve ser lavado com água e sabão. Sua 
durabilidade é de cerca de 2 anos. Tem formato de 
cúpula, circundada por anel circular, flexível, que 
pode ser colocado e retirado da vagina. Sua 
inserção deve ser feita de tal modo que cubra 
completamente a cérvice e a parede anterior da 
vagina. É recomendável que o diafragma seja 
usado em associação a um creme ou geleia 
espermicida, a fim de aumentar a eficácia 
contraceptiva, além de proporcionar lubrificação, 
facilitando a inserção. A relação deve ocorrer 1 a 2 
h após sua inserção, e ele deve permanecer na 
vagina, após a última relação mantida, por, pelo 
menos, 6 h, mas não mais de 24 h. 
Dispositivo intrauterino (DIU): 
• DIUs de cobre: 
 O DIU T380A é o dispositivo de cobre mais eficaz 
disponível, de modo geral este tipo demonstra 
eficácia superior aos demais. são altamente 
eficazes em prevenir a gravidez, o Tcu380A pode 
ser eficaz até 12 anos. Os números no nome do 
dispositivo referem-se à área de superfície em mm2 
do cobre exposto na superfície endometrial. 
Os dispositivos intrauterinos têm múltiplos 
mecanismos de ação, o principal é a prevenção da 
fertilização. O DIU de cobre consiste em um fio de 
prata corado com cobre. A presença de um corpo 
estranho e de cobre na cavidade endometrial causa 
mudanças bioquímicas e morfológicas no 
endométrio, além de produzir modificações no 
muco cervical. O DIU de cobre é associado à 
resposta inflamatória aumentada com acréscimo de 
citocinas citotóxicas. O cobre é responsável pelo 
aumento da produção de prostaglandinas e pela 
inibição de enzimas endometriais. Estas mudanças 
afetam adversamente o transporte de esperma, de 
modo a prevenir a fertilização. Os íons de cobre 
também têm um efeito direto na motilidade 
espermática, reduzindo a capacidade de penetração 
no muco cervical. A ovulação não é afetada em 
usuárias do cobre DIU de cobre. 
Contraindicações Absolutas: gravide, doença 
inflamatória pélvica (PID) ou doença sexualmente 
transmitida (DST) atual, recorrente ou recente (nos 
últimos três meses), sépsis puerperal, hemorragia 
vaginal inexplicada, câncer cervical ou endometrial 
e alergia ao cobre. 
 
 
 
 
 
 
• Sistema intrauterino liberador de 
levonorgestrel 
possui um reservatório com 52 mg de 
levonorgestrel, mede 32 mm de comprimento e 
libera 20 µg de levonorgestrel por dia. 
Mecanismo de ação: 
• muco cervical espesso e hostil à penetração do 
espermatozoide, inibindo a sua motilidade no colo, 
noendométrio e nas tubas uterinas, prevenindo a 
fertilização. 
• alta concentração de levonorgestrel no 
endométrio, impedindo a resposta ao estradiol 
circulante. 
• forte efeito antiproliferativo no endométrio. 
• inibição da atividade mitótica do endométrio. 
• mantém a produção estrogênica, o que possibilita 
uma boa lubrificação vaginal. 
A taxa de eficácia do SIU-LNG é muito alta, e em 
vários estudos clínicos, obteve-se índice de Pearl 
de 0,11. 
Contraindicações Absolutas: Gravidez confirmada 
ou suspeita, distorção severa da cavidade uterina 
(como septos, pólipos endometriais ou miomas 
submucosos), infecção aguda ou recente (dentro de 
três meses) ou recorrente (incluindo DST, infecção 
pós-parto ou pós-aborto), Cervicite não tratada, 
alergia conhecida ao levonorgestrel, e doença 
hepática aguda ou tumor de fígado. 
 
 
Contracepção hormonal 
Trata-se da administração de progestógenos 
isolados ou associados aos estrogênios, com o 
objetivo de impedir a gravidez. 
A anticoncepção hormonal pode ser desenvolvida 
de diversas maneiras: 
•Contraceptivos orais combinados (COCs) 
•Contraceptivos orais apenas com progestógenos 
•Injetável – mensal/trimestral 
•Implantes 
•Anel vaginal 
•Dispositivo intrauterino (DIU) com progestógeno 
•Adesivo cutâneo (patch). 
Todos os contraceptivos hormonais apresentam 
quatro mecanismos de ação para bloquear a 
ovulação 
•Inibição do pico das gonadotrofinas do meio do 
ciclo, impedindo a ovulação ao interferir na 
liberação do hormônio liberador de gonadotrofina 
(GnRH) 
•Espessamento do muco cervical, tornando-o hostil 
à espermomigração 
•Decidualização do endométrio, reduzindo a sua 
receptividade à implantação do blastocisto 
•Diminuição da motilidade das tubas uterinas, 
causando distúrbios no transporte dos 
espermatozoides. 
 
Contraceptivos orais combinados 
Os anticoncepcionais orais combinados são aqueles 
que contêm estrogênio e progestagênio no mesmo 
comprimido. O etinilestradiol é o principal 
estrogênio contido nos AOCs; os estrogênios 
naturais como o estradiol e o valerato de estradiol 
também estão disponíveis atualmente. 
A pílula contém um estrogênio e um progestógeno 
em diferentes doses e esquemas posológicos, 
podendo ser classificada em: 
•Monofásica: 21, 24 ou 28 comprimidos com a 
mesma composição (etinilestradiol e um 
progestógeno), nas mesmas doses. 
•Bifásica: pílulas com a mesma composição 
hormonal, cujos componentes se apresentam em 
dois blocos, com doses diferentes. 
•Trifásica: as pílulas, apesar de terem os mesmos 
constituintes, dividem-se em três blocos, cada um 
com doses diferenciadas dos hormônios. 
1 geração: noretindrona, noretisterona, linestrenol 
ou noretinodrel 
2 geração: norgestrel ou levonorgestrel 
3 geração: gestodeno, desogestrel ou norgestimato. 
4 geração: drospirenona*, clormadinona* ou 
ciproterona e anticoncepcionais com estrogênio 
natural. 
É importante saber que a 2 geração sao os menos 
trombogênicos quando se compara ao de 3 e 4 
geração. 
Sua eficácia é dada pelo índice de Pearl, que 
corresponde ao número de gestações ao ano, a cada 
100 mulheres em uso de anticoncepcional. 
O índice de Pearl dos anticoncepcionais orais 
combinados varia entre 0,2/100 mulheres/ano, no 
uso perfeito, e 9/100 mulheres/ano, no uso típico, 
demonstrando claramente que a eficácia do 
método é individual e associada ao estilo de vida, 
ao status socioeconômico e à idade da usuária. 
As pílulas combinadas agem bloqueando a 
ovulação. Os progestagênios, em associação aos 
estrogênios, impedem o pico do hormônio 
luteinizante (LH), que é responsável pela ovulação. 
Este efeito é chamado de bloqueio gonadotrófico, e 
é o principal mecanismo de ação das pílulas. 
Também tem efeitos acessórios como a mudança 
do muco cervical, que torna mais difícil a ascensão 
dos espermatozoides, a diminuição dos 
movimentos das trompas e a transformação 
inadequada do endométrio. Todos estes efeitos 
ocorrem com o uso de qualquer contraceptivo 
combinado, determinando sua eficácia. 
Efeitos adversos metabólicos: 
• Sistema hemostático: o Aumenta o risco de 
trombose venosa profunda (TVP) em 2 a 6 vezes 
(risco de TVP na menacme: < 5 casos por 10.000 
mulheres). O efeito prócoagulante do EE sobre os 
fatores de coagulação é dose-dependente, e doses 
menores que 50 µg EE reduzem pela metade o risco 
de TVP. O componente progestagênio, quando 
associado ao estrogênio, também influencia no 
risco de trombose, sendo o levonorgestrel (o mais 
androgênico) o mais seguro, aumentando em 2 
vezes o risco comparado a não usuárias de métodos 
hormonais. Os demais progestagênios aumentam 
em 4 a 6 vezes o risco, sem diferenças significativas 
entre eles. 
• Trombose arterial (IAM, AVC): é ainda mais rara 
durante a menacme, doses de EE menores que 50 
µg são associadas a menor risco dessas 
enfermidades, mas o tipo de progestagênio não 
altera o risco de trombose arterial. • Metabolismo 
dos carboidratos: o EE reduz a sensibilidade à 
insulina. No entanto, as evidências atuais sugerem 
que não há diferença importante no metabolismo de 
carboidratos entre mulheres sem diabetes, em uso 
de AHC. 
• Metabolismo lipídico: comumente os AHCs 
podem aumentar o HDL e triglicérides (TG). O 
aumento de TG varia de 30% a 80% dos valores 
iniciais, mantendo níveis dentro da normalidade. 
Em mulheres com hipertrigliceridemia, devem-se 
preferir os métodos não hormonais ou aqueles 
contendo apenas progestagênio. 
• Efeito na pressão arterial: o EE aumenta a síntese 
hepática de angiotensinogênio, que, por sua vez, 
eleva a pressão arterial sistêmica por meio do 
sistema reninaangiotensina-aldosterona. Esse 
efeito é relevante quando a mulher já é hipertensa, 
e a suspensão do método combinado é mandatória. 
Em mulheres saudáveis, normotensas, essa 
alteração não traz repercussões clínicas. 
 
Os efeitos adversos com frequência superior a 1 
caso por 1.000 usuárias estão apresentados na 
tabela. 
Interação medicamentosa: 
Anticonvulsivantes como a fenitoína, a 
carbamazepina, os barbitúricos, a primidona, o 
topiramato e a oxcarbazepina, além da lamotrigina 
e da rifampicina. Antifúngicos, antibióticos e 
antiparasitários não têm interação medicamentosa 
com os contraceptivos combinados hormonai 
Início da primeira cartela 
As mulheres que iniciam o uso de um contraceptivo 
oral devem ser orientadas a administrar a primeira 
drágea no primeiro dia do ciclo menstrual. Com 
isso, particularmente nas doses de 20 mcg ou 15 
mcg de etinilestradiol, conseguese o adequado 
bloqueio da atividade folicular ovariana e maior 
efetividade do método. No pós-parto, quando não 
amamentando, as mulheres devem iniciar o AOC 
de três a seis semanas após o parto, não havendo a 
necessidade da menstruação, evidentemente 
confirmando-se a ausência de gravidez. Após o 
sexto mês, mesmo amamentando, pode-se iniciar o 
uso de AOCs, após a exclusão de possível gravidez, 
independentemente do retorno da menstruação. No 
pós-aborto, iniciar o método nos primeiros sete dias 
após ou a qualquer momento, desde que excluída a 
possibilidade de gestação. 
Benefícios não contraceptivos das pílulas: Os 
principais benefícios não contraceptivos dos COCs 
dizem respeito aos sintomas relacionados ao ciclo 
menstrual: regularidade e diminuição do volume e 
do fluxo; alívio da dismenorreia e da tensão pré-
menstrual etc. Também melhoram a seborreia 
associada à acne e ao hirsutismo. 
Em longo prazo, seu uso está relacionado à redução 
significativa dos cânceres de ovário, endométrio e, 
provavelmente, colorretal. 
 
 
Contraindicação 
 
O quadro acima demonstra as principais condições 
em que preferencialmente não se deve usar o AOC 
(categoria 3 da OMS) ou há contraindicação 
absoluta (categoria 4 da OMS. 
 
Contraceptivos orais apenas com progestógeno 
Preparados contendo apenas progestógeno,administrados de modo contínuo VO. Nesse grupo 
estão os compostos anteriormente chamados de 
“minipílulas”, que continham noretisterona, 
linestrenol e LG (não mais disponível no Brasil), 
além do desogestrel isolado. 
As “minipílulas” têm como principal mecanismo 
de ação a alteração do muco cervical e, 
secundariamente, atividade endometrial hostil à 
implantação. Também induzem a redução da 
motilidade tubária e inibição da proliferação 
endometrial, determinando hipotrofia ou atrofia. 
Algumas preparações podem promover a inibição 
da ovulação, dependendo da dose e tipo do 
progestagênio, a pílula contendo desogestrel 75 
mcg/dia suprime a ovulação em quase todos os 
ciclos (97%). O desogestrel isolado tem com 
principal mecanismo de ação o bloqueio 
gonadotrófico, que confere maior eficácia 
contraceptiva em mulheres fora do período de 
amamentação. 
As principais indicações para o uso desses produtos 
são todas as condições em que se deve evitar o uso 
de estrógeno (p. ex., puerpério de mãe que 
amamenta; hipertensão arterial sistêmica; 
tromboembolismo; doenças cardíacas valvulares 
complicadas; lúpus eritematoso sistêmico etc. 
O uso desses contraceptivos difere um pouco do 
dos combinados. A usuária deve tomar um 
comprimido diária e ininterruptamente, mesmo se 
estiver menstruada. O início do uso pode ser em 
qualquer momento, em qualquer dia do ciclo ou do 
puerpério, evitando-se apenas os primeiros 30 dias 
de puerpério, porque não há risco de gravidez nesse 
período, podendo provocar aumento do 
sangramento próprio dessa fase (loquiação). 
Seu efeito colateral mais comum é a alteração do 
ciclo menstrual, podendo causar desde 
irregularidade a amenorreia. 
Exemplos disponíveis no Brasil: 
 
 
 
Praticamente todas as mulheres podem utilizar 
PSPs de forma segura e eficaz. Mulheres de 
qualquer idade podem utilizar (tanto adolescentes 
quanto mulheres acima de 40 anos). Inclusive 
tabagistas (independente da idade da mulher), 
antecedente de anemia (atual ou pregressa), 
portadoras de varizes, mulheres infectadas com o 
HIV. 
Situações especiais com contraindicação ao uso 
das PSPs, segundo os Critérios de Elegibilidade 
da OMS: 1 - Amamentação há menos de seis 
semanas após o parto: categoria 3. Há preocupação 
de que o recém-nascido possa ter risco de 
exposição a hormônios esteroides durante as 
primeiras seis semanas após o parto. 
2 - Episódio atual de tromboembolismo: categoria 
3. As PSPs são uma excelente alternativa de 
anticoncepção para mulheres com contraindicação 
ao uso de estrogênio. 
3 - Câncer de mama atual ou pregresso há mais de 
cinco anos e sem recidiva: categoria 4 e 3, 
respectivamente. 
4 - Tumor hepático benigno (adenoma) ou maligno 
(hepatoma), hepatite viral ativa ou cirrose 
descompensada: categoria 3. Os progestagênios 
são metabolizados pelo fígado e seu uso poderá ser 
prejudicial em mulheres cuja função hepática esteja 
comprometida. 
5 - Utilização de barbitúricos, carbamazepina, 
oxcarbazepina, fenitoína, primidona, topiramato ou 
rifampicina: categoria 3. Embora a interação de 
rifampicina ou alguns anticonvulsivantes com PSP 
não seja prejudicial às mulheres, é provável que 
reduza a eficácia dos PSPs. 
6 - Evitar a continuidade no uso dos PSPs quando 
surgir o aparecimento de doença cardíaca 
isquêmica, acidente cerebrovascular e enxaquecas 
com aura: categoria 3. 
Efeitos colaterais 
Poderá haver alguns efeitos adversos: 
- Alterações no padrão menstrual desde amenorreia 
até sangramento frequente, irregular, ocasional ou 
prolongado. 
- Aumento do tamanho dos folículos ovarianos, 
com formação de cistos foliculares. Na quase 
totalidade, regridem e não representam um 
problema clínico importante. Nos raros casos em 
que acontecem com frequência, deve ser trocado o 
método. 
 
 
Contraceptivos injetáveis contendo apenas 
progestagênios 
Os contraceptivos injetáveis contendo apenas 
progestagênios são preparações de liberação lenta 
com duração de dois a três meses. 
Normalmente é aplicado via IM. Uma nova 
formulação de AMP-D foi desenvolvida, para 
aplicação subcutânea a cada 12 semanas. Libera 
uma dose 30% menor (104 mg) que a formulação 
para uso intramuscular, a forma subcutânea 
suprime por mais de 13 semanas e não sofre 
interferência do índice de massa corpórea. 
Mecanismo de ação: O mecanismo de ação do 
AMP-D é diferente dos outros métodos contendo 
apenas progestagênio, pois além de alterar a 
espessura endometrial e espessar o muco cervical, 
bloqueia o pico do hormônio luteinizante (LH) 
evitando a ovulação. Após a sua descontinuação, a 
ovulação retorna em 14 semanas, mas pode 
demorar até 18 meses. Em comparação aos 
métodos hormonais combinados, o AMP-D 
apresenta menor impacto nos níveis do hormônio 
folículo-estimulante (FSH). Sua ação se baseia em 
picos maiores do progestagênio para inibir a 
ovulação e espessar o muco cervical. 
O início da ação contraceptiva do AMP-D ocorre 
dentro de 24 horas após a injeção e é mantida por 
até 14 semanas, determinando uma margem de 
proteção se houver uma demora na aplicação da 
injeção. 
A primeira injeção deve ser aplicada nos primeiros 
cinco dias do ciclo menstrual. O AMP-D 150 mg 
pode ser aplicado intramuscular nos músculos 
deltoide e glúteo; a área não deve ser massageada 
após a aplicação. 
 
O AMP-D é um método contendo apenas 
progestagênio e pode ser usado em pacientes com 
contraindicações ao estrogênio, como mulheres 
fumantes acima dos 35 anos, hipertensas ou 
diabéticas. O método também pode ser usado com 
segurança em mulheres com transtornos 
convulsivos, anemia falciforme, doença cardíaca 
congênita, enxaqueca com aura, história prévia de 
tromboembolismo. 
Efeitos adversos: Há efeitos colaterais associados 
ao uso do AMP-D, incluindo sangramento 
menstrual irregular, sensibilidade mamária, ganho 
de peso, depressão, acne e cefaleia. Sendo o 
prinicipal deles o sangramento uterino. A maioria 
dos dados em relação ao ganho de peso com o 
AMP-D sugere que as respostas sejam individuais. 
E, enquanto o ganho de peso é observado em uma 
parte das usuárias, outra parte mantém ou apresenta 
redução do peso. 
 
Injetáveis combinados mensais 
Existem três formulações disponíveis no Brasil: 
•Acetato de medroxiprogesterona (MPA) 25 mg + 
cipionato de estradiol (CIP) 5 mg 
•Enantato de noretisterona (NET) 50 mg + valerato 
de estradiol (VAL) 5 mg 
•Acetofenido de di-hidroxiprogesterona 150 mg + 
enantato de estradiol 10 mg. 
Apresentam o mesmo mecanismo de ação 
contraceptiva que os demais contraceptivos 
hormonais, com formulação semelhante à 
encontrada na pílula anticoncepcional oral 
combinada, contendo estrogênio associado ao 
progestógeno. Aqui, porém, o estrogênio usado não 
é sintético (EE), mas natural, sendo a formulação 
injetável mais fisiológica do que as pílulas 
anticoncepcionais combinadas. 
Instruções gerais: Aplicação intramuscular 
profunda (preferencialmente nas nádegas). Não 
massagear o local da injeção. Repetir a aplicação a 
cada 30 dias, de acordo com a data da primeira 
injeção. Margem de segurança de três dias para 
mais ou para menos. Na prática, recomenda-se 
tomar a injeção no mesmo dia do mês, para todas 
as formulações disponíveis. 
Efeitos colaterais: Alteração no padrão da 
menstruação, Ganho de peso (menos comum do 
que os encontrados nas usuárias de 
anticoncepcionais injetáveis trimestrais). Outros 
efeitos colaterais: Cefaleia, Vertigem, 
Sensibilidade mamária. 
Implante 
 O único disponível no Brasil é o Implanon, que 
contém etonogestrel. Tem como indicação ser 
utilizado em qualquer faixa etária, é liberado para 
puérperas logo após o parto. 
Forma de uso: constitui-se de uma haste que deverá 
ser colocada subdermicamente no braço interno 
para contracepção reversível de longa ação (três 
anos) em mulheres. 
Efeitos adversos: os mais comunssão alterações no 
padrão de sangramento. E são contraindicações a 
gravidez e mulheres com câncer de mama. 
O Implanon® provê excelente eficácia ao longo de 
seu tempo de uso, é fácil de inserir e remover. 
Também apresenta benefícios adicionais, uma vez 
que pode ser usado durante a lactação, melhora 
dismenorreia, endometriose e dor pélvica crônica. 
No entanto, de forma semelhante a outras 
progestinas de uso isolado, o Implanon® pode 
causar efeitos colaterais como sangramento uterino 
irregular. 
 
Logo após a inserção do implante de etonogestrel, 
o nível sérico de ENG sobe rapidamente a uma 
concentração média de 265,9 ± 80,9 pg/mL em oito 
horas47, um nível que excede os 90 pg/mL 
necessários para prevenir a ovulação. 
As concentrações séricas máximas são 
normalmente observadas no quarto dia após a 
inserção do implante, com uma variação entre o 
primeiro dia e o décimo terceiro dia. Os níveis 
séricos de ENG diminuem ligeiramente a uma 
concentração de 196 pg/mL após um ano de 
uso45,47,48 e a 156 pg/mL após três anos. Depois 
da remoção, os níveis séricos se tornam 
indetectáveis (menores que 20 pg/mL) antes de 
uma semana na maioria das usuárias, com a maioria 
das mulheres demonstrando ovulação antes de 
serem completadas seis semanas após a remoção do 
implante. 
Adesivos transdérmicos 
Os adesivos transdérmicos (patch) são também 
considerados método contraceptivo hormonal 
combinado – 750 μg de EE + 6 mg de 
norelgestromina (NGMN). Ocorre liberação diária 
de 20 μg de EE e 150 μg de NGMN (convertida em 
LG através do metabolismo hepático). 
Apresentam mecanismo de ação igual ao de todos 
os anticoncepcionais hormonais combinados: 
inibição das gonadotrofinas e, consequentemente, 
da ovulação. Devido à ação progestogênica, o 
endométrio se torna atrófico, não receptivo à 
nidação; o muco cervical, espesso e hostil à 
ascensão dos espermatozoides, e o transporte 
tubário do óvulo são prejudicados. Todas essas 
ações aumentam a eficácia contraceptiva. 
Têm eficácia (índice de Pearl 0,7), 
contraindicações e perfil de efeitos adversos iguais 
aos dos anticoncepcionais orais combinados, mas 
apresentam potenciais vantagens em relação à via 
oral, entre as quais a ausência do metabolismo de 
primeira passagem hepática, níveis plasmáticos 
mais estáveis (sem picos e quedas) e facilidade de 
uso para pacientes com dificuldades de deglutição. 
Acredita-se que os benefícios sejam os mesmos 
atribuídos aos anticoncepcionais orais combinados 
(p. ex., redução da anemia ferropriva e redução de 
risco de cânceres de ovário e endométrio). 
Como o uso da via transdérmica evita a absorção 
intestinal e o metabolismo de primeira passagem 
hepática, parece que esse contraceptivo não 
interfere significativamente na eficácia de outros 
medicamentos (p. ex., anticonvulsivantes e 
antibióticos), nem tem a sua eficácia comprometida 
pelo uso simultâneo de outros fármacos. 
Pode ser inicado: no primeiro dia do ciclo 
menstrual – dia do primeiro adesivo. Início no 
primeiro domingo após a menstruação (Sunday 
start) – nesse caso, é necessária contracepção 
adicional nos primeiros 7 dias de uso. Início no dia 
da prescrição (quick start), desde que a 
possibilidade de gestação possa ser razoavelmente 
descartada. 
Deve ser aplicado sobre pele limpa e seca. Usar um 
adesivo a cada 7 dias, com rodízio semanal dos 
locais de aplicação (abdome inferior, parte externa 
do braço, parte superior das nádegas, dorso 
superior). Usar durante 3 semanas consecutivas, 
retirando o terceiro adesivo ao final dos 21 dias, e 
aguardar o sangramento de privação. O uso 
contínuo, sem pausa, também pode ser empregado. 
Atraso na troca inferior a 2 dias não determina 
perda de eficácia. Atraso na colocação do adesivo 
na primeira semana ou por mais de 48 h na segunda 
ou terceira semana necessita de uso de 
preservativos (por segurança) por 7 dias. 
O risco de descolamento (total ou parcial) do 
adesivo é de 5% 
Usuárias desse método podem apresentar efeitos 
adversos: sintomas mamários (22%); cefaleia 
(21%); reações no local da aplicação (17%); 
náuseas (17%); infecção do trato respiratório 
superior (10%); dismenorreia (10%). 
Anel vaginal 
Tradicionalmente, tem a praticidade de ser 
colocado pela própria paciente entre o primeiro e o 
quinto dia do ciclo menstrual, tomando-se o 
cuidado de associar método de barreira nos 
primeiros 7 dias de uso. Deve ser usado por um 
ciclo (21 dias) e apresenta liberação diária de 120 
µg de etonogestrel e 15 µg de EE, durante 3 
semanas. Após 7 dias de pausa, novo anel deverá 
ser colocado no mesmo horário em que foi utilizado 
o anterior. 
A combinação de EE e etonogestrel por via vaginal 
é altamente eficaz no bloqueio da ovulação, 
semelhantemente ao anticoncepcional hormonal 
combinado oral, com índice de Pearl para uso 
perfeito de 0,64. 
O anel libera controlada e gradualmente os 
hormônios, evitando grandes flutuações diárias nos 
seus níveis. Regulariza o ciclo menstrual, 
diminuindo o fluxo, sua duração e, 
consequentemente, a incidência de anemia; 
melhora a dismenorreia e a sintomatologia 
perimenstrual. Até o momento, poucos eventos 
adversos foram relatados. 
Não deve ser indicado em algumas situações 
específicas: estenose vaginal; atrofia grave de 
vagina; prolapso uterino; cistocele ou retocele 
significativas; situações em que os hormônios 
contraceptivos combinados estão contraindicados. 
Contracepção Cirúrgica 
Os métodos anticoncepcionais cirúrgicos, também 
chamados de esterilização, são classificados como 
definitivos. 
Laqueadura tubária cirúrgica 
A laqueadura tubária é o método de esterilização 
definitiva mais utilizado no Brasil e no mundo. Há 
diversas técnicas para interromper a 
permeabilidade tubária e, assim, não permitir a 
passagem dos espermatozoides em encontro ao 
óvulo. O acesso à tuba pode ser feito por via 
laparotômica, laparoscópica, vaginal ou 
histeroscópica. 
 
 
 
 
 
Vasectomia 
A vasectomia é um método de esterilização 
masculina definitiva que consiste na secção e 
ligadura ou oclusão dos ductos deferentes. 
Comparada com a esterilização tubária feminina, a 
vasectomia tem probabilidade 30 vezes menor de 
insucesso e 20 vezes menor de complicações pós-
operatórias. Pode ser realizada em ambiente 
ambulatorial com anestesia local. Através de uma 
pequena incisão na bolsa escrotal, é 
individualizado o ducto deferente, seccionado e 
seus cotos ligados e cauterizados e/ou interpostos 
pela fáscia. 
A análise seminal normalmente é feita de 8 a 12 
semanas pós-vasectomia e deve apresentar 
azoospermia ou raros espermatozoides imóveis. 
Em casos de achados de mais de 100.000 
espermatozoides imóveis ou espermatozoides 
móveis no ejaculado, o casal deve ser aconselhado 
a seguir com outro método anticoncepcional e 
repetir nova análise de sêmen em dois a três meses. 
Planejamento Familiar 
O planejamento familiar (PF), por sua vez, é 
considerado direito inalienável do casal e deve ser 
acompanhado de atividades educativas e do 
fornecimento de meios necessários, para que possa 
determinar se terão filhos e em caso positivo, 
planejar o número de filhos e o intervalo interpartal 
conscientemente. O PF faz parte das ações de 
prevenção e promoção à saúde e apresenta também 
como objetivos reduzir a morbimortalidade 
materno-infantil resultante de abortamento 
provocado ou de gestação de alto risco. Encontra-
se atrelado ainda a outros temas, como a prevenção 
de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e 
AIDS, reforçando o seu caráter preventivo e 
promotor da saúde. 
Em 2007, através da Política Nacional de 
Planejamento Familiar, o governo brasileiro passou 
a ofertar oito métodos contraceptivos gratuitos e 
vender anticoncepcionais a preços reduzidos 
(Farmácia Popular), ampliando o acesso aos 
métodos contraceptivos na rede pública e nas 
drogariasconveniadas do programa “Aqui Tem 
Farmácia Popular”, reduzindo em 20% a incidência 
de gravidez na adolescência.

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