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PENTATEUCO E LIVROS 
HISTÓRICOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Fabiana Barros da Silva 
 
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CONVERSA INICIAL 
Pentateuco: conteúdo e unidade 
Começaremos a estudar a Bíblia a partir de seus primeiros escritos, o 
conjunto de livros chamado Pentateuco, composto pelos livros do Gênesis, 
Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 
Abordaremos o tema dentro de uma perspectiva geral, pela qual 
trataremos da autoria e dos diversos temas transversais que compõem esses 
livros, dando ênfase aos seus principais temas: a Criação e a Promessa de 
Deus para o povo de Israel. 
Levando em conta a formação dessa nação, estudaremos o conjunto de 
leis que foram instituídas para a organização social, religiosa e moral desse 
povo, e os códigos da Aliança, da Santidade e do Deuteronômio, que se 
fundem em uma unidade temática perfeita. 
Considerando todo arcabouço simbólico que constitui esses livros, 
ressaltaremos o paradigma existente no livro de Êxodo com a obra salvadora 
de Jesus Cristo. 
Esperamos que sua busca por aprender redunde em um 
aprofundamento maior nas referências bíblicas e extrabíblicas presentes nesse 
material. 
TEMA 1 – AUTORIA E COMPOSIÇÃO 
O evangelho de Lucas registra, no capítulo 24, versículo 44, as palavras 
de Jesus: “São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: 
importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos 
Profetas e nos Salmos”, trazendo-nos um entendimento de como era realizada 
a divisão do antigo testamento para o povo judeu em sua época. 
O Pentateuco faz parte da composição da primeira parte do texto 
veterotestamentário, composto por cinco livros que contam a história da 
humanidade e da nação de Israel. O termo Pentateuco vem do grego, e 
significa “cinco livros” (penta, “cinco”; teuchos, “livros”). 
Desse modo, os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e 
Deuteronômio, também conhecidos como a Torah judaica, trazem muitas 
informações que transitam desde a origem de tudo, do pecado, da história dos 
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patriarcas, até a formação do povo escolhido por Deus com um propósito bem 
definido. Uma trama que envolve altos e baixos de uma nação constituída para 
ser espelho e reflexo da grandeza de Deus para todos os povos. 
1.1 Autoria 
A declaração de Jesus no evangelho de Lucas demonstra, entre outros 
aspectos, que o Pentateuco era conhecido como a “Lei de Moisés”, 
demonstrando que os judeus entendiam que este foi, de fato, o autor desses 
livros. Outros textos bíblicos também trazem essa afirmação corroborando a 
autoria de Moisés, conforme afirma Hoff (2007, p. 20): 
Embora não se afirme no próprio Pentateuco que este haja sido 
escrito por Moisés em sua totalidade, outros livros do Antigo 
Testamento citam-no como obra dele. (Josué 1:7-8; 23:6; I Reis 2:3; II 
Reis 14:6; Esdras 3:2; 6:18; Neemias 8:1; Daniel 9:11-13.) Certas 
partes muito importantes do Pentateuco são atribuídas a ele (Êxodo 
17:14; Deuteronômio 31:24-26). O escritores do Novo Testamento 
estão de pleno acordo com os do Antigo. Falam dos cinco livros em 
geral como “a lei de Moisés” (Atos 13:39; 15:5; Hebreus 10:28). Para 
eles, “ler Moisés” equivale a ler o Pentateuco (ver II Coríntios 3:15: “E 
até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração 
deles”). Finalmente, as palavras do próprio Jesus dão testemunho de 
que Moisés é o autor: “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis 
em mim; porque de mim escreveu ele”. (João 5:46; ver também 
Mateus 8:4; 19:8; Marcos 7:10; Lucas 16:31; 24:27, 44) 
Pesa o fato que, naquela ocasião, Moisés era o único judeu que obteve 
uma preparação privilegiada, tendo sido educado segundo todos os costumes 
egípcios pela filha do Faraó (Atos 7:22). Ele detinha conhecimentos que o 
faziam apto para descrever com a devida maestria cada acontecimento narrado 
no Pentateuco. Além do conhecimento histórico, geográfico e legal que os 
textos evidenciam, Moisés se diferenciava por não ter vivido sob a opressão 
servil que o seu povo experimentava e que limitava o acesso ao conhecimento 
necessário para a autoria dos livros. Os detalhes das narrativas feitas nos 
diálogos entre Moisés e o próprio Deus demonstram ser o autor conhecedor 
dos detalhes dos eventos, conhecedor da vontade de Deus, que remete a 
alguém que possuía profunda intimidade com seu interlocutor. 
Para o historiador Flávio Josefo (nascido em 37 d.C.), Filo de Alexandria 
e o Talmude judeu, Moisés foi o autor dessa porção de texto, ou seja, tanto 
para a tradição judaica, quanto para a tradição cristã, não havia dúvidas quanto 
à autoria de seus escritos. Josefo (2004) cita Moisés como autor em toda a 
narrativa do Pentateuco. 
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Para Geisler (1999, p. 87) 
o autor demonstra possuir um conhecimento detalhado da geografia 
do deserto (cf.Ex 14). Isso é muito improvável para qualquer um que, 
diferentemente de Moisés, não tivesse muitos anos de experiência de 
vida naquela área. Isso também é verdade com relação ao 
conhecimento do autor quanto aos costumes e práticas do povo 
descrito em Êxodo. 
Até o final do século XVII, não havia dúvidas quando à autoria mosaica, 
atribuindo-se pacificamente os textos que relatam sua morte (Deuteronômio 34) 
ao seu sucessor Josué, mencionado, inclusive, no Talmude, o livro dos rabinos 
judeus. 
Segundo Ellisen (1991, p. 15), a autoria do Pentateuco só veio a ser 
questionada em 1671, por Baruch Spinoza, que insinuou ter sido Esdras o seu 
autor. A partir desse momento, várias outras teorias foram levantadas 
contradizendo a autoria mosaica, sustentadas pelas alegações do uso de 
vários nomes de Deus (Elohim e Yahweh), supostas diferenças de estilos 
literários em cada citação do nome de Deus, e a enumeração de diferentes 
fases do desenvolvimento do culto, trazendo a ideia de diversos autores e um 
redator para o texto bíblico. Iniciou-se, então, a construção de uma teoria 
documentária por eruditos de tendência racionalista, cuja formação recebeu a 
contribuição de diversos autores (Jean Astruc, Johann Eichorn, Alexander 
Geddes, Hermann Hupfeld, Karl Graf e Abraham Kuenen). Em 1876, Julius 
Wellhausen designou uma organização para a teoria documentária, que 
defendia diferentes datas de escrita, com base no nome de Deus e similaridade 
de estilo literário, estabelecendo uma ordem, denominada JEDP. O Quadro 1 
demonstra em que se baseavam cada letra da sigla proposta e em que período 
teriam sido elaborados os escritos. 
Quadro 1 – Resumo da teoria documentária do Pentateuco 
Letra Significado Data escrita Local / Época 
J Javé 950 a.C. Reino do Sul 
E Elohim 850 a.C. Reino do Norte 
D Deuteronômio 
650 a.C. (antes do Reinado de 
Josias) 
Reino do Sul 
P Código sacerdotal 525 a.C. Cativeiro babilônico 
Para os estudiosos da teoria documentária da alta crítica, a análise dos 
documentos teria de rejeitar todo o componente transcendental, devendo ser 
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realizada de maneira objetiva e racional, seguindo a metodologia histórico-
crítica, sem a possibilidade de considerar milagres em sua análise. 
Para Artuso (2018, p. 19) 
a autoria a Moisés é uma forma de dar autoridade ao texto. Moisés é 
personagem citado mais de 600 vezes até o livro de Josué. Ele é o 
mediador que recebe a Palavra de Deus da Montanha, então parece 
normal que os autores atribuam a autoria a Moisés. A maior parte é 
atribuída a autores sacerdotais e deuteronomistas. 
Dessa forma, é razoável ponderar os argumentos apresentados, 
entendendo queem nada se altera a unicidade do texto em seu conteúdo e 
intenção. No entanto, a ideia de atribuir autoria diversa ao registro bíblico, 
contraria os registros bíblicos (Êxodo 17:14; 34:27; Deuteronômio 31:9) e pode 
trazer consequências mais amplas à interpretação bíblica de forma geral. 
1.2 Composição 
O conteúdo do Pentateuco é, sem dúvida, extenso, tanto em dados 
históricos, como em período de tempo, portanto é plenamente compreensível 
que o autor o tenha dividido em livros e porções. 
Diversos estudiosos têm dividido o conteúdo em temas, de forma a 
facilitar o entendimento e o estudo desses livros, pois tratam desde a origem 
(Gn 1), até a morte do profeta Moisés (Dt 34). 
Para Hoff (2007) a composição do Pentateuco ocorre em tópicos 
divididos em cada livro, cuja redação nem sempre se dá em ordem cronológica, 
porém não afeta nem o entendimento, nem a coesão temática dos textos. 
Admite-se que o caráter de Deus é revelado nas escrituras do Pentateuco, que 
seus movimentos transcendem a explicação lógica e que, em todos os 
momentos, o plano redentor de Deus está presente na história. 
Em contrapartida, vemos que Rendtorff (2009) faz uma divisão temática, 
abordando os detalhes importantes de cada tema, sob a perspectiva da teoria 
documentária, conforme a descrição a seguir: 
• A história das origens (Gn 1-11) – Rendtorff se utiliza da crítica das 
formas para denominar os relatos de sagas, atribuindo aos personagens 
figuras ideal-típicas, para descrever princípios a partir da perspectiva de 
um agricultor. 
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• A história dos patriarcas (Gn 12-50) – O autor percebe as combinações 
de narrativas maiores com as de pessoas reais, e de sagas individuais 
que as tornam coesas e intimamente ligadas à unidade maior. Ele 
observa, ainda, atributos das teorias deuteronomistas e sacerdotais, 
comparadas a outros textos do antigo testamento. 
• O êxodo do Egito (Êx 1-15) – Trata da formação do povo, mudando a 
narrativa da perspectiva individual para a perspectiva de uma nação em 
formação, com incursões na vida e nos dilemas de Moisés. 
• A estadia no Sinai (Êx 16 - Nm 10:10) – Denominado também como 
perícope do Sinai, retrata o tempo de peregrinação no deserto que o 
povo de Israel passou, no qual se destacam os fragmentos legais: o 
Decálogo (Êx 20: 1-17) e o Código da Aliança (Êx 20:22 - 23:19), e 
elementos sacerdotais: a construção do tabernáculo (Êx 25-31) e leis 
cerimoniais (Êx 35-Nm 10:10). 
• Caminhada rumo à terra prometida (Nm 10:11 - Dt 34) – Retrata 
aspectos relacionados à conquista e à posse da terra prometida, 
culminando com a morte de Moisés (Dt. 34) e atribuindo sua autoria a 
diversos autores pertencentes à mesma escola literária. 
TEMA 2 – TEMAS DE DESTAQUE 
O Pentateuco é um compêndio rico em assuntos de grande relevância 
para as fés cristã, judaica e islâmica. Ele compreende ensinamentos 
fundamentais da crença dessas religiões. Os temas nele presentes abordam a 
criação do mundo, do homem, a bondade de Deus em se relacionar com sua 
criação, o pecado que afastou e quebrou a comunhão do homem com Deus, as 
promessas de Deus para redimir a criatura caída, a escolha de um povo, leis 
estabelecidas para uma boa conduta moral e espiritual desse povo, o poder de 
Deus manifesto em juízo e livramentos, que se traduz no desafio de realizar 
uma escolha de temas. 
Para abrangermos a maior parte do propósito dos cinco livros, 
trataremos da criação e da promessa de maneira abrangente, trazendo luz 
para os estudos dessa porção bíblica. 
 
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2.1 Criação 
“No princípio, criou Deus os céus e a terra”. A afirmação de Gênesis 1:1 
responde a questões que há muito perturbam a muitos: Quem eu sou? De 
onde viemos? 
Não há nada mais completo e mais simples do que a resposta fornecida 
pelo primeiro livro da Bíblia para indagações tão profundas e dramáticas, feitas 
ao longo da história da raça humana. A criação de Deus engloba a formação 
de um local e de seres que o habitariam, além de toda a provisão necessária 
para a sobrevivência destes seres (Gênesis 1-2). 
Strong (2003, p. 575) afirma que: 
A narrativa mosaica evita o erro de fazer o universo eterno ou 
resultado de um processo eterno. A cosmogonia de Gênesis, 
diferentemente das cosmogonias do paganismo, é prefaciada pelo 
ato originador de Deus e é suplementada por sucessivas 
manifestações do poder criativo na introdução da vida do bruto e do 
ser humano. 
Portanto, a origem de tudo se deu pela palavra de Deus, conforme 
testificado em Hebreus 11:3: “Pela fé, entendemos que foi o universo formado 
pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que 
não aparecem”. 
Somente um Deus que estivesse fora de toda limitação poderia, por sua 
própria vontade e satisfação, criar o mundo e tudo o que nele existe. Notemos 
que somos frutos da volição de Deus, da manifestação da trindade (Deus Pai, 
Filho e Espírito Santo), uma vez que as evidência internas dos relatos bíblicos 
apontam para essa verdade: 
Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme 
a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, 
sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a 
terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, 
pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e 
mulher os criou. (Gênesis 1:26-27) 
O uso do plural na afirmação reforça a presença do Espírito e do Filho 
de Deus na narrativa da criação: “[...] o Espírito de Deus pairava por sobre as 
águas" (Gênesis 1:2); João se refere a Jesus: “Ele estava no princípio com 
Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do 
que foi feito se fez.” (João 1:2-3), e, ainda, Paulo: “Este é a imagem do Deus 
invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as 
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coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis [...].” (Colossenses 
1:15-16). 
Em suma, 
Sua obra criadora diz claramente que ele é Deus de ordem, desígnio 
e progresso. Deriva ordem do caos primitivo; todos os seus passos 
são ordenados e progressivos, e o resultado demonstra admirável 
desígnio. Por isso o Gênesis ensina, desde o começo, que Deus é 
único, transcendente, pessoal e criador. (Hoff, 2007, p. 29) 
É possível estabelecer uma relação de um Deus criador de Gênesis (1-
2) com a promessa de redenção feita por Deus, por meio do Profeta Isaías: 
“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra”, e vista por João (Apocalipse 
21:1): “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra 
passaram, e o mar já não existe”, estabelecendo o caráter criador de Deus em 
todo o relato bíblico. 
2.2 Promessa 
O Pentateuco reúne, em suas narrativas, diversas promessas feitas por 
Deus. Desde a queda do homem (pecado), Deus se mostra misericordioso, 
quando, com a sentença pelo pecado, promete a salvação por meio de um 
descendente da mulher, que viria e esmagaria a cabeça da serpente (o diabo), 
livrando o homem da morte eterna (Gn 3:14). Dessa promessa derivariam 
muitas outras promessas de Deus, que garantiriam que a raça humana 
pudesse restabelecer a comunhão com seu criador. 
Garcia López (2004, p. 82, citado por Artuso, 2018, p. 26) aponta cinco 
tipos de promessas feitas no livro de Gênesis, conforme apresentado no 
Quadro 2. 
Quadro 2 – Promessas em Gênesis 
Promessa 
A quem se 
destinava 
Referências 
Um filho Abraão Gn 15,4; 16,11; 17, 16;. 19-21; 18,10.14 
Alguns 
descendentes 
Abraão Gn 12,2; 13,16; 15,5; 16,10; 17,2.4-6; 21,12-13;22,16-18 
Isaque 26,4.24 
Jacó 28,14; 35,11; 46,3 (cf. 48,4)Uma terra 
Abraão Gn 12,1.7; 13,14-15.17; 15,7.13-16.18; 17,8; (cf.24,7) 
Isaque 26,2-4 
Jacó 28,13.15; 35,12; (cf.48,4; 50,24) 
Assistência/ 
Acompanhamento 
Isaque Gn 26,3.24 
Jacó 28,15; 31,3; 46,4; (cf. 48,21; 50,24) 
Bençãos 
Abraão Gn 12,2-3; 17,16-20; 22.17.18 
Isaque 26,4.24 
Jacó 28,14 
Fonte: elaborado com base em Lopes, 2004, citado por Artuso, 2018, p. 26. 
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A maioria das promessas acompanham os três patriarcas, como 
consequência da fidelidade de Deus com Abraão, aquele que primeiro recebeu 
a promessa. Notamos que, em todas essas passagens, Deus conserva a 
descendência dele, a despeito da esterilidade das esposas dos patriarcas, 
agindo de maneira sobrenatural com cada uma delas, evidenciando que a 
promessa estava sendo mantida por quem prometeu. 
As promessas feitas por Deus aos patriarcas se cumprem em José, por 
meio da assistência de Deus durante o tempo de fome e escassez, exaltando 
José no Egito para a conservação da descendência e do seu povo (Gn 37-50), 
e é renovada em Êxodo, após tornar Israel uma numerosa nação, livrando-a do 
cativeiro egípcio e a restabelecendo na terra prometida em Deuteronômio. 
TEMA 3 – LEIS E NARRATIVAS 
“A Lei” ou “A Lei de Moisés” são formas a como o Pentateuco era 
denominado para os judeus, tamanha a relevância dada ao conjunto de leis 
contidas na Torah e repassadas por Moisés aos israelitas. Essas leis se 
subdividiam em leis religiosas (ou cerimoniais/sacerdotais), sociais e morais. 
O povo escolhido por Deus, para ser a sua nação particular, multiplicou-
se grandemente durante o período que habitou o Egito. Ellissen (1993, p. 54) 
sugere uma população aproximada de 2,5 milhões de pessoas, após o censo 
de Números; era uma quantidade expressiva de pessoas para serem 
conduzidas sem diretrizes legais. Portanto, a partir de sua libertação, Deus 
revela a Moisés leis que serviriam para administrar moral e socialmente uma 
nova nação e, principalmente, para formar o caráter santo de um povo que 
carregaria o nome de Deus (Leis espirituais). 
A importância dos dez mandamentos é evidenciada nas palavras de 
Alexander MacLaren (1944, p. 97-98, citado por Hoff, 2007, p. 151): 
Uma obscura tribo de escravos procedente do Egito submerge nos 
desertos e depois de quarenta anos sai com um código sintetizado 
em dez frases, muito breves porém completas, onde estão 
entretecidas a moral e a religião, tão livres de peculiaridades locais ou 
nacionais e tão estreitamente relacionadas com os deveres 
fundamentais, que hoje, após três mil anos, esse código é autoridade 
entre a maioria dos povos civilizados. 
Por meio do Decálogo (Êxodo 20:2-17), Deus ressalta os principais 
preceitos que os israelitas deveriam guardar em seu coração para um bom 
relacionamento com o próprio Deus e entre eles. Hoff (2007, p. 260) acentua 
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que: “A expressão ‘teu Deus’ ou sua equivalente encontra-se mais de trezentas 
vezes em Deuteronômio e é a base da verdadeira fé. Lembra a relação que 
existe entre um pai e seus filhos”. Uma paternidade que foi expressa pelos 
ensinamentos repassados por Moisés. 
Em Levítico, Deus revela as leis cerimoniais que deveriam ser seguidas 
tanto pelos sacerdotes, como pelo povo em seu relacionamento com Deus e 
com o local de adoração. Orientações precisas e carregadas de uma intensa 
simbologia, a qual abordaremos em breve. 
Em Números, novas leis iam sendo adicionadas à medida que havia 
situações que se fizessem necessárias: desde normas transitórias que 
deveriam ser seguidas até a chegada em Canaã, até orientações militares e 
relativas à herança, ou seja, Deus nunca deixou o seu povo à deriva. 
Por meio do relacionamento “face a face” com Moisés, Deus revelou sua 
vontade e seu caráter, ensinando um povo a ser separado (santo), diferente 
dos outros povos, um povo que servia a um Deus transcendente, mas também 
imanente, misericordioso, que não apenas julgava, mas estava disposto a 
perdoar e, para isso, Ele mesmo proveu os meios. 
As leis eram, naturalmente, narradas por Moisés, e deveriam ser 
lembradas ao povo constantemente. A Arão, Deus exorta a repassar os 
ensinamentos de Moisés: “e para ensinardes aos filhos de Israel todos os 
estatutos que o Senhor lhes tem falado por intermédio de Moisés” (Levítico 
10:11). Apesar dessa “institucionalização’ do ensino, cada israelita deveria 
guardar os mandamentos e ensiná-los aos seus filhos, como ensinou Moisés 
em Deuteronômio (6:6-9): 
Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as 
inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e 
andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as 
atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E 
as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. 
Os mandamentos de Deus, quando anunciados, eram normalmente 
precedidos de uma lembrança histórica do que Deus havia feito pelo seu povo, 
libertando-os da escravidão do Egito com mão forte (Êxodo 20:1; Deuteronômio 
5:6), uma forma de demonstrar o cuidado de Deus pelo povo e por sua 
fidelidade. 
Outras Leis e orientações foram adicionadas de maneira profética. Um 
exemplo disso se dá em Deuterônomio (17:18-20), prevendo que Israel, em 
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algum momento, viesse a ter um rei terreno, Moisés orienta que o rei deveria 
saber o conteúdo das escrituras, lendo diariamente, a fim de praticá-la: 
Também, quando se assentar no trono do seu reino, escreverá para 
si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos levitas 
sacerdotes. E o terá consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, 
para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, a fim de guardar 
todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir. Isto 
fará para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e não 
se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; 
de sorte que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio 
de Israel. (Dt. 17:18-20) 
Essa instrução demonstra um cuidado extremo de um Deus amoroso 
com o seu povo, a fim de que fossem regidos com justiça e temor a Deus, de 
forma a não se desviar aos costumes dos povos pagãos que circundavam a 
terra que habitariam. 
As leis e as narrativas do Pentateuco têm um caráter único, coeso, e 
juntos manifestam o desejo de Deus para o seu povo. 
TEMA 4 – ÊXODO: PARADIGMA TEOLÓGICO 
Se toda a mensagem do Pentateuco aponta para o Messias, podemos 
dizer que o livro de Êxodo é a figura central da obra de Cristo na cruz para 
salvar pecadores culpados. 
O paradigma teológico que se estabelece em Êxodo é abrangente em 
vários aspectos: à escravidão, à figura de um libertador, à salvação dos 
primogênitos por meio do derramamento de sangue do cordeiro, à libertação do 
Egito e à promessa da terra santa. Hoff (2007, p. 120-121) confirma: 
Êxodo é um livro de redenção. O redentor Jeová não somente livra a 
seu povo da servidão egípcia mediante seu poder manifesto nas 
pragas, mas também o redime por sangue, simbolizado no cordeiro 
pascoal. A Páscoa ocupa lugar central na revelação de Deus a seu 
povo, tanto no Antigo Pacto como no Novo, pois o cordeiro pascoal é 
símbolo profético do sacrifício de Cristo. Por isso a festa da Páscoa 
converteu-se na comemoração de nossa redenção (Lucas 22:7-20) 
É evidente o paralelo entre o livramento dos escravos israelitas e um 
maior êxodo espiritual efetuado pela obra e pessoa de Jesus Cristo. 
O Egito vem a ser um símbolo do mundo pecaminoso; os egípcios, 
símbolo de pecadores escravizados; Moisés simboliza o redentor 
divino que livra a seu povo mediante poder e sangue e o conduz à 
terraprometida. 
O sangue do cordeiro que foi ungido nos umbrais das portas dos 
israelitas não somente salvou os primogênitos israelitas da morte, como 
prefigurou o meio pelo qual Deus provia o perdão dos pecados ao seu povo, 
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primeiramente por meio de sacrifícios de cordeiros, realizados no Tabernáculo, 
onde cada pessoa poderia encontrar redenção para o seu espírito; e, 
posteriormente, por meio de Jesus, a figura do cordeiro foi decodificada por 
João Batista, quando afirmou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do 
mundo” (João 1:29). Esse cordeiro (Jesus), a quem Paulo também testificou 
como “Cristo, nosso Cordeiro pascal [...]” (1 Coríntios 5:7), cumpriu cabalmente 
o seu propósito, entregando-se em sacrifício por todos os pecadores. 
 Ellissen (1993, p. 35) elucida bem os diversos símbolos que traziam 
uma antevisão da pessoa de Cristo, registradas nesse livro. 
Apesar de Êxodo não apresentar profecias claras acerca de Cristo, é 
farto em tipos que prefiguram a Pessoa e a obra do Salvador: a. 
Moisés tipificou Cristo de diversas maneiras: sacrificou a sua posição 
real a fim de libertar o povo (Filipenses 2:5-10; Hebreus 11:24-26); foi 
rejeitado pelo seu povo a princípio, tendo sido mais tarde recebido 
como libertador e governante (Atos 7:35); teve a posição singular de 
profeta, sacerdote e rei (Deuteronômio 18:15; Êxodo 24:6-8; 
Deuteronômio 33:4- 5, respectivamente). b. Arão, o sumo sacerdote, 
tipificou Cristo em muitos aspectos do sacerdócio (Hebreus 5, 7). [...] 
d. Cristo declarou que o maná era seu tipo, dádiva gratuita dos céus a 
ser recebida pelo povo para sustento e vida espiritual (João 6:32,33, 
58). e. O tabernáculo e os móveis tipificam com nitidez a obra de 
Cristo, a única que proporcionou ao homem uma aproximação de 
Deus. 
É evidente o reconhecimento pelos escritores do Novo Testamento de 
cada evento, pessoa, figura e acontecimento registrado no Antigo Testamento, 
especificamente em Êxodo, como símbolos que serviram de aio para o 
salvador e sua obra. 
O Êxodo é rememorado em vários momentos pelo povo de Israel. Artuso 
(2018, p. 34) afirma que o livro de Êxodo tem lugar de destaque para a 
profissão de fé dos israelitas, sendo suas conquistas mencionadas (Dt 6; 20-
24; 26:5-10) em ocasiões importantes, como é o exemplo dos Salmos, que 
recordam a história do povo de Israel (Sl. 78; 105:37-45; 136) em momentos de 
celebração. 
TEMA 5 – TRÊS CÓDIGOS DE LEIS 
O desenvolvimento das leis encontradas no Pentateuco é objeto de 
estudo transdisciplinares ao longo dos anos. Vários autores tentaram 
estabelecer as relações existentes entre a Lei de Moisés e as leis dos outros 
povos antigos e, em alguns casos, leis posteriores, dando a entender a 
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possibilidade de que algumas leis do Pentateuco tenham sido escritas 
posteriormente ao período de Moisés. 
O conceito jurídico da lei do talião vem do latim Lex Talionis (Lex, “Lei”; 
Talis, “tal, de tal tipo”), cujo propósito vem da necessidade de estabelecer uma 
pena com justa proporcionalidade à infração cometida. O tradicional “olho por 
olho, dente por dente”, do código de Hamurabi, é frequentemente comparado à 
alguns textos da Lei de Moisés (Meister, 2007). 
Com a queda do homem por meio do pecado, a maldade e violência 
passaram a fazer parte do cotidiano dos primeiros humanos, como foi o caso 
de Caim e Lameque (Gn 4) e, mesmo após o dilúvio, a corrupção do homem 
continuou. Em muitos casos, a pena era motivada pela vingança, alcançando 
violência desproporcional ao delito que a provocou (Gênesis 34). 
Portanto, um código que regulasse a conduta social e moral precisava 
ser estabelecido, de maneira a inibir comportamentos antissociais e para que 
se adotassem medidas que tornassem a pena mais justa. 
A Torah possui 181 capítulos; quase metade deles (88) são dedicados à 
regulação de leis que tinham como principal objetivo garantir a liberdade. Na 
formação da lei, via-se uma espécie de direito casuístico (baseado nos casos). 
Os casos eram deliberados pelos chefes de família – os anciões do povo –, 
que, ao final da tarde, se reuniam para discutir cada demanda e decidirem a 
sua condução, formando um tipo de jurisprudência. Com esse tipo de 
legislação, foram formuladas penas condicionais (Êxodo 21), que surgem com 
base na vida cotidiana do povo de Israel. O Decálogo, em contrapartida, refere-
se ao tipo de lei apodítica (absoluta), cuja ordem não depende de uma causa 
(Êx. 20:2-17; Dt. 5:6-21). Outra lista de leis apodíticas, cuja pena é a maldição, 
também é encontrada em Dt. 27:15-26, com uma formulação litúrgica, cujo 
povo deveria responder com “Amém”, perfeitamente entendido por ser uma 
sociedade teocrática, cujo rei era o próprio Deus. Ao conjunto das leis 
veterotestamentárias derivam três códigos legais: O código da Aliança (Êx. 20-
23:19), o Código do Deuteronômio (Dt.12-26) e, em Levítico 17-26, a Lei da 
Santidade (Dreher, 2016). 
5.1 Código da Aliança 
Aos pés do Monte Sinai, Deus fez aliança com o povo de Israel, 
condicionada à obediência aos preceitos da Lei que lhes foi apresentada. O 
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motivo da obediência à Lei deveria ser o amor e a gratidão. Hoff (2007, p. 151) 
registra que o propósito maior da Lei era ensinar-lhes a permanecer em contato 
com Deus e, em três casos, estava condicionada à obediência (Êx. 19:5,6). Ela 
teve seu cumprimento total na igreja, o Israel de Deus (1 Pedro 2:9,10): 
a) Israel seria sua “propriedade peculiar” ou possessão, o que implica 
tanto um valor especial como uma relação íntima. O Senhor escolheu 
a Israel dentre todas as nações para seu povo especial e para ser 
como sua esposa. 
b) Seria um “reino sacerdotal”. Os israelitas teriam acesso a Deus e 
deveriam representar o Senhor, seu Rei, perante o mundo inteiro. 
c) Seria “povo santo”, diferente das nações pagãs que o rodeavam, 
uma nação separada para ser de Deus, a quem serviria e prestaria 
culto. 
Para Hoff (2007) os propósitos de Deus ao entregar o decálogo ao povo 
não teve a intenção de ser o meio para salvação, pois Deus já havia restaurado 
sua relação com os israelitas por meio da graça, quando os libertou do Egito, 
mediante o poder e o sangue. Após a entrega dos dez mandamentos, outras 
leis foram entregues ao povo, as quais os ajudariam em sua vida dedicada à 
agricultura rudimentar e ao pastoreio, e que estavam acima das leis dos outros 
povos, uma vez que tinham caráter humanitário, moral e religioso, sem divisão 
civil e religiosa, sem acepção de pessoas (incluíam escravos, estrangeiros, 
viúvas e órfãos) e dando valor intenso à vida humana. Esse pacto foi ratificado 
em Êxodo 24 com uma cerimônia solene, que uniu as doze tribos de Israel com 
o Senhor: 
Quando Moisés desceu do monte, deu a lei ao povo que a aceitou, 
prometendo fazer tudo o que o Senhor havia dito. Então Moisés 
escreveu as condições do pacto no “livro do concerto”. No dia 
seguinte, o pacto foi firmado com um voto de obediência, e selado 
com sacrifício. O altar representava o Senhor; as colunas, as doze 
tribos; o sangue aspergido sobre o altar e sobre o povo ligou, com um 
vínculo sagrado, as partes contratantes. Todo o Israel estava “sob o 
sangue” e identificado com seu poder salvador. Os setenta anciãos 
participaram com Deus de um banquete de comunhão e 
presenciaram uma teofania majestosa. Assim foi ratificado o pacto do 
Sinai e se assinalou o cumprimento da promessa divina: “E eu vos 
tomarei por meu povo, e serei vosso Deus”. (Êxodo 6:7) 
5.2 Código da Santidade 
O Código da Santidade diz respeito aos ritos religiosos registrados no 
livro de Levítico. Seu principal objetivoera chamar a atenção do povo israelita 
para a santificação e a separação dos ritos pagãos dos outros povos. Uma vez 
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que a aliança com Deus os tornou uma “propriedade exclusiva” de um Deus 
que não admitia dividir o culto com outros deuses. 
A frase “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” 
(Levítico 19:2) expressa que tipo de vida e caráter Deus queria para o seu 
povo. 
O código da santidade estabelece os princípios cerimoniais e todo o 
sistema sacrificial para a expiação pelo pecado, que deveria ser aplicado pelos 
israelitas. 
5.3 Código do Deuteronômio 
A partir do capítulo 12 de Deuteronômio, após relembrar ao povo todos 
os acontecimentos e mandamentos anteriores, Moisés passa a dar instruções e 
leis que seriam necessárias ao povo assim que adentrasse à terra prometida. 
Essas leis eram específicas e deveriam ser obedecidas, a fim de manter a 
aliança e a santidade do povo escolhido. 
O estabelecimento de um local de culto, onde todos deveriam ir para se 
apresentar ao Senhor, marca uma época na qual o tabernáculo móvel foi então 
substituído por um local específico na terra que habitariam, que o próprio Deus 
escolheria. 
A terra em que os israelitas estavam prestes a entrar e deveriam possuir 
era habitada por nações politeístas, com rituais e práticas abomináveis a Deus. 
As leis foram feitas com intuito de reforçar o código principal (Aliança), mas 
também para tratar de situações que seriam novas, como herança, divisão de 
terra, direitos dos sacerdotes e levitas, orientações a respeito da guerra, 
eleição e deveres de um rei; acerca do divórcio, do levirato, dos pesos e 
medidas justos, da promessa de um profeta, entre outras. 
O código deuteronômico foi a norma para julgar as ações dos reis de 
Israel. Ao descobri-lo no templo, sua leitura despertou um grande 
avivamento no ano 621 a.C. (II Reis 22). Foi a base das exortações 
de Jeremias e Ezequiel. Os judeus escolheram a grande passagem 
de 6:4,5 como seu credo ou declaração de fé. (Hoff, 2007, p. 256) 
NA PRÁTICA 
Com relação ao paradigma teológico existente no livro de Êxodo, 
especialmente no episódio descrito como a última praga (Êx. 11-12), de que 
modo você poderia aplicá-lo à obra da Salvação de Jesus Cristo? 
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FINALIZANDO 
Conhecer um panorama do Pentateuco nos traz um respaldo maior na 
análise dos textos descritos em cada livro, os quais estudaremos em breve. 
Entender a autoria e a composição definem o olhar e a forma de estudo que se 
dará em toda a escritura bíblica. 
As etapas descritas da história de Israel são linhas tecidas 
intencionalmente, a fim de resultar em uma obra que aponta para o futuro, 
muda o presente e nos faz considerar o passado como parte importante do 
todo. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
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dúvidas, dificuldades e "contradições". Tradução Oswaldo Ramos. 2. ed. São 
Paulo: Vida, 2001 
ARTUSO, V. Pentateuco e livros históricos. Curitiba: InterSaberes, 2018. 
BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada: (revista e atualizada no Brasil). 
Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do 
Brasil, 1993. 
DREHER, C. A. O Direito no Antigo Testamento. In: HAHN, N. B.; OLIVEIRA, 
K. L. de; REBLIN. I. A. (Org.). Direito a ter direitos: diálogos entre direito, 
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ELLISEN, S. A. Conheça melhor o Antigo Testamento. Tradução Emma 
Anders de Souza Lima. São Paulo: Vida, 1991. 
GEISLER, N. L.; HOWE, T. Manual popular de dúvidas, enigmas e 
“contradições” da Bíblia. Tradução: Milton Azevedo Andrade. São Paulo: 
Mundo Cristão, 1999. 
GRUDEN, W. A. Manual de teologia sistemática: uma introdução aos ensinos 
da fé cristã. Tradução Héber Carlos de Campos. São Paulo: Vida, 2001. 
HOFF, P. O Pentateuco. Tradução Luiz Caruso. São Paulo: Vida, 2007. 
JOSEFO, F. História dos hebreus. Tradução Vicente Pedroso. Rio de Janeiro: 
CPAD, 2004. 
LOPEZ, G. O Pentateuco. São Paulo: Ave Maria, 2004. 
MACLAREN, A. Exposition of the Holy Scriptures, vol. I, (Gênesis, Exodus, 
Leviticus and Numbers), 1944. p. 97-98. 
MEISTER, M. F. Olho por olho: a lei de talião no contexto bíblico. Fides 
Reformata XII, n. 1, p. 57-71, 2007. Disponível em: 
<https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2018/11/3-Olho-por-olho-a-lei-
de-Tali%C3%A3o-no-contexto-b%C3%ADblico-Mauro-Fernando-Meister.pdf>. 
Acesso em: 17 fev. 2022. 
RENDTORFF, R. Antigo testamento: uma introdução. Tradução Monika 
Ottermann. Santo André: Academia Cristã, 2009. 
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STRONG, A. H. Teologia sistemática. Tradução: Augusto Victorino. Vol. I. 
São Paulo: Hagnos, 2003. 
 
 
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