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PENTATEUCO E LIVROS HISTÓRICOS AULA 1 Profª Fabiana Barros da Silva A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 2 CONVERSA INICIAL Pentateuco: conteúdo e unidade Começaremos a estudar a Bíblia a partir de seus primeiros escritos, o conjunto de livros chamado Pentateuco, composto pelos livros do Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Abordaremos o tema dentro de uma perspectiva geral, pela qual trataremos da autoria e dos diversos temas transversais que compõem esses livros, dando ênfase aos seus principais temas: a Criação e a Promessa de Deus para o povo de Israel. Levando em conta a formação dessa nação, estudaremos o conjunto de leis que foram instituídas para a organização social, religiosa e moral desse povo, e os códigos da Aliança, da Santidade e do Deuteronômio, que se fundem em uma unidade temática perfeita. Considerando todo arcabouço simbólico que constitui esses livros, ressaltaremos o paradigma existente no livro de Êxodo com a obra salvadora de Jesus Cristo. Esperamos que sua busca por aprender redunde em um aprofundamento maior nas referências bíblicas e extrabíblicas presentes nesse material. TEMA 1 – AUTORIA E COMPOSIÇÃO O evangelho de Lucas registra, no capítulo 24, versículo 44, as palavras de Jesus: “São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”, trazendo-nos um entendimento de como era realizada a divisão do antigo testamento para o povo judeu em sua época. O Pentateuco faz parte da composição da primeira parte do texto veterotestamentário, composto por cinco livros que contam a história da humanidade e da nação de Israel. O termo Pentateuco vem do grego, e significa “cinco livros” (penta, “cinco”; teuchos, “livros”). Desse modo, os livros de Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, também conhecidos como a Torah judaica, trazem muitas informações que transitam desde a origem de tudo, do pecado, da história dos A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 3 patriarcas, até a formação do povo escolhido por Deus com um propósito bem definido. Uma trama que envolve altos e baixos de uma nação constituída para ser espelho e reflexo da grandeza de Deus para todos os povos. 1.1 Autoria A declaração de Jesus no evangelho de Lucas demonstra, entre outros aspectos, que o Pentateuco era conhecido como a “Lei de Moisés”, demonstrando que os judeus entendiam que este foi, de fato, o autor desses livros. Outros textos bíblicos também trazem essa afirmação corroborando a autoria de Moisés, conforme afirma Hoff (2007, p. 20): Embora não se afirme no próprio Pentateuco que este haja sido escrito por Moisés em sua totalidade, outros livros do Antigo Testamento citam-no como obra dele. (Josué 1:7-8; 23:6; I Reis 2:3; II Reis 14:6; Esdras 3:2; 6:18; Neemias 8:1; Daniel 9:11-13.) Certas partes muito importantes do Pentateuco são atribuídas a ele (Êxodo 17:14; Deuteronômio 31:24-26). O escritores do Novo Testamento estão de pleno acordo com os do Antigo. Falam dos cinco livros em geral como “a lei de Moisés” (Atos 13:39; 15:5; Hebreus 10:28). Para eles, “ler Moisés” equivale a ler o Pentateuco (ver II Coríntios 3:15: “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles”). Finalmente, as palavras do próprio Jesus dão testemunho de que Moisés é o autor: “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele”. (João 5:46; ver também Mateus 8:4; 19:8; Marcos 7:10; Lucas 16:31; 24:27, 44) Pesa o fato que, naquela ocasião, Moisés era o único judeu que obteve uma preparação privilegiada, tendo sido educado segundo todos os costumes egípcios pela filha do Faraó (Atos 7:22). Ele detinha conhecimentos que o faziam apto para descrever com a devida maestria cada acontecimento narrado no Pentateuco. Além do conhecimento histórico, geográfico e legal que os textos evidenciam, Moisés se diferenciava por não ter vivido sob a opressão servil que o seu povo experimentava e que limitava o acesso ao conhecimento necessário para a autoria dos livros. Os detalhes das narrativas feitas nos diálogos entre Moisés e o próprio Deus demonstram ser o autor conhecedor dos detalhes dos eventos, conhecedor da vontade de Deus, que remete a alguém que possuía profunda intimidade com seu interlocutor. Para o historiador Flávio Josefo (nascido em 37 d.C.), Filo de Alexandria e o Talmude judeu, Moisés foi o autor dessa porção de texto, ou seja, tanto para a tradição judaica, quanto para a tradição cristã, não havia dúvidas quanto à autoria de seus escritos. Josefo (2004) cita Moisés como autor em toda a narrativa do Pentateuco. A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 4 Para Geisler (1999, p. 87) o autor demonstra possuir um conhecimento detalhado da geografia do deserto (cf.Ex 14). Isso é muito improvável para qualquer um que, diferentemente de Moisés, não tivesse muitos anos de experiência de vida naquela área. Isso também é verdade com relação ao conhecimento do autor quanto aos costumes e práticas do povo descrito em Êxodo. Até o final do século XVII, não havia dúvidas quando à autoria mosaica, atribuindo-se pacificamente os textos que relatam sua morte (Deuteronômio 34) ao seu sucessor Josué, mencionado, inclusive, no Talmude, o livro dos rabinos judeus. Segundo Ellisen (1991, p. 15), a autoria do Pentateuco só veio a ser questionada em 1671, por Baruch Spinoza, que insinuou ter sido Esdras o seu autor. A partir desse momento, várias outras teorias foram levantadas contradizendo a autoria mosaica, sustentadas pelas alegações do uso de vários nomes de Deus (Elohim e Yahweh), supostas diferenças de estilos literários em cada citação do nome de Deus, e a enumeração de diferentes fases do desenvolvimento do culto, trazendo a ideia de diversos autores e um redator para o texto bíblico. Iniciou-se, então, a construção de uma teoria documentária por eruditos de tendência racionalista, cuja formação recebeu a contribuição de diversos autores (Jean Astruc, Johann Eichorn, Alexander Geddes, Hermann Hupfeld, Karl Graf e Abraham Kuenen). Em 1876, Julius Wellhausen designou uma organização para a teoria documentária, que defendia diferentes datas de escrita, com base no nome de Deus e similaridade de estilo literário, estabelecendo uma ordem, denominada JEDP. O Quadro 1 demonstra em que se baseavam cada letra da sigla proposta e em que período teriam sido elaborados os escritos. Quadro 1 – Resumo da teoria documentária do Pentateuco Letra Significado Data escrita Local / Época J Javé 950 a.C. Reino do Sul E Elohim 850 a.C. Reino do Norte D Deuteronômio 650 a.C. (antes do Reinado de Josias) Reino do Sul P Código sacerdotal 525 a.C. Cativeiro babilônico Para os estudiosos da teoria documentária da alta crítica, a análise dos documentos teria de rejeitar todo o componente transcendental, devendo ser A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 5 realizada de maneira objetiva e racional, seguindo a metodologia histórico- crítica, sem a possibilidade de considerar milagres em sua análise. Para Artuso (2018, p. 19) a autoria a Moisés é uma forma de dar autoridade ao texto. Moisés é personagem citado mais de 600 vezes até o livro de Josué. Ele é o mediador que recebe a Palavra de Deus da Montanha, então parece normal que os autores atribuam a autoria a Moisés. A maior parte é atribuída a autores sacerdotais e deuteronomistas. Dessa forma, é razoável ponderar os argumentos apresentados, entendendo queem nada se altera a unicidade do texto em seu conteúdo e intenção. No entanto, a ideia de atribuir autoria diversa ao registro bíblico, contraria os registros bíblicos (Êxodo 17:14; 34:27; Deuteronômio 31:9) e pode trazer consequências mais amplas à interpretação bíblica de forma geral. 1.2 Composição O conteúdo do Pentateuco é, sem dúvida, extenso, tanto em dados históricos, como em período de tempo, portanto é plenamente compreensível que o autor o tenha dividido em livros e porções. Diversos estudiosos têm dividido o conteúdo em temas, de forma a facilitar o entendimento e o estudo desses livros, pois tratam desde a origem (Gn 1), até a morte do profeta Moisés (Dt 34). Para Hoff (2007) a composição do Pentateuco ocorre em tópicos divididos em cada livro, cuja redação nem sempre se dá em ordem cronológica, porém não afeta nem o entendimento, nem a coesão temática dos textos. Admite-se que o caráter de Deus é revelado nas escrituras do Pentateuco, que seus movimentos transcendem a explicação lógica e que, em todos os momentos, o plano redentor de Deus está presente na história. Em contrapartida, vemos que Rendtorff (2009) faz uma divisão temática, abordando os detalhes importantes de cada tema, sob a perspectiva da teoria documentária, conforme a descrição a seguir: • A história das origens (Gn 1-11) – Rendtorff se utiliza da crítica das formas para denominar os relatos de sagas, atribuindo aos personagens figuras ideal-típicas, para descrever princípios a partir da perspectiva de um agricultor. A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 6 • A história dos patriarcas (Gn 12-50) – O autor percebe as combinações de narrativas maiores com as de pessoas reais, e de sagas individuais que as tornam coesas e intimamente ligadas à unidade maior. Ele observa, ainda, atributos das teorias deuteronomistas e sacerdotais, comparadas a outros textos do antigo testamento. • O êxodo do Egito (Êx 1-15) – Trata da formação do povo, mudando a narrativa da perspectiva individual para a perspectiva de uma nação em formação, com incursões na vida e nos dilemas de Moisés. • A estadia no Sinai (Êx 16 - Nm 10:10) – Denominado também como perícope do Sinai, retrata o tempo de peregrinação no deserto que o povo de Israel passou, no qual se destacam os fragmentos legais: o Decálogo (Êx 20: 1-17) e o Código da Aliança (Êx 20:22 - 23:19), e elementos sacerdotais: a construção do tabernáculo (Êx 25-31) e leis cerimoniais (Êx 35-Nm 10:10). • Caminhada rumo à terra prometida (Nm 10:11 - Dt 34) – Retrata aspectos relacionados à conquista e à posse da terra prometida, culminando com a morte de Moisés (Dt. 34) e atribuindo sua autoria a diversos autores pertencentes à mesma escola literária. TEMA 2 – TEMAS DE DESTAQUE O Pentateuco é um compêndio rico em assuntos de grande relevância para as fés cristã, judaica e islâmica. Ele compreende ensinamentos fundamentais da crença dessas religiões. Os temas nele presentes abordam a criação do mundo, do homem, a bondade de Deus em se relacionar com sua criação, o pecado que afastou e quebrou a comunhão do homem com Deus, as promessas de Deus para redimir a criatura caída, a escolha de um povo, leis estabelecidas para uma boa conduta moral e espiritual desse povo, o poder de Deus manifesto em juízo e livramentos, que se traduz no desafio de realizar uma escolha de temas. Para abrangermos a maior parte do propósito dos cinco livros, trataremos da criação e da promessa de maneira abrangente, trazendo luz para os estudos dessa porção bíblica. A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 7 2.1 Criação “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. A afirmação de Gênesis 1:1 responde a questões que há muito perturbam a muitos: Quem eu sou? De onde viemos? Não há nada mais completo e mais simples do que a resposta fornecida pelo primeiro livro da Bíblia para indagações tão profundas e dramáticas, feitas ao longo da história da raça humana. A criação de Deus engloba a formação de um local e de seres que o habitariam, além de toda a provisão necessária para a sobrevivência destes seres (Gênesis 1-2). Strong (2003, p. 575) afirma que: A narrativa mosaica evita o erro de fazer o universo eterno ou resultado de um processo eterno. A cosmogonia de Gênesis, diferentemente das cosmogonias do paganismo, é prefaciada pelo ato originador de Deus e é suplementada por sucessivas manifestações do poder criativo na introdução da vida do bruto e do ser humano. Portanto, a origem de tudo se deu pela palavra de Deus, conforme testificado em Hebreus 11:3: “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”. Somente um Deus que estivesse fora de toda limitação poderia, por sua própria vontade e satisfação, criar o mundo e tudo o que nele existe. Notemos que somos frutos da volição de Deus, da manifestação da trindade (Deus Pai, Filho e Espírito Santo), uma vez que as evidência internas dos relatos bíblicos apontam para essa verdade: Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (Gênesis 1:26-27) O uso do plural na afirmação reforça a presença do Espírito e do Filho de Deus na narrativa da criação: “[...] o Espírito de Deus pairava por sobre as águas" (Gênesis 1:2); João se refere a Jesus: “Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:2-3), e, ainda, Paulo: “Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 8 coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis [...].” (Colossenses 1:15-16). Em suma, Sua obra criadora diz claramente que ele é Deus de ordem, desígnio e progresso. Deriva ordem do caos primitivo; todos os seus passos são ordenados e progressivos, e o resultado demonstra admirável desígnio. Por isso o Gênesis ensina, desde o começo, que Deus é único, transcendente, pessoal e criador. (Hoff, 2007, p. 29) É possível estabelecer uma relação de um Deus criador de Gênesis (1- 2) com a promessa de redenção feita por Deus, por meio do Profeta Isaías: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra”, e vista por João (Apocalipse 21:1): “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”, estabelecendo o caráter criador de Deus em todo o relato bíblico. 2.2 Promessa O Pentateuco reúne, em suas narrativas, diversas promessas feitas por Deus. Desde a queda do homem (pecado), Deus se mostra misericordioso, quando, com a sentença pelo pecado, promete a salvação por meio de um descendente da mulher, que viria e esmagaria a cabeça da serpente (o diabo), livrando o homem da morte eterna (Gn 3:14). Dessa promessa derivariam muitas outras promessas de Deus, que garantiriam que a raça humana pudesse restabelecer a comunhão com seu criador. Garcia López (2004, p. 82, citado por Artuso, 2018, p. 26) aponta cinco tipos de promessas feitas no livro de Gênesis, conforme apresentado no Quadro 2. Quadro 2 – Promessas em Gênesis Promessa A quem se destinava Referências Um filho Abraão Gn 15,4; 16,11; 17, 16;. 19-21; 18,10.14 Alguns descendentes Abraão Gn 12,2; 13,16; 15,5; 16,10; 17,2.4-6; 21,12-13;22,16-18 Isaque 26,4.24 Jacó 28,14; 35,11; 46,3 (cf. 48,4)Uma terra Abraão Gn 12,1.7; 13,14-15.17; 15,7.13-16.18; 17,8; (cf.24,7) Isaque 26,2-4 Jacó 28,13.15; 35,12; (cf.48,4; 50,24) Assistência/ Acompanhamento Isaque Gn 26,3.24 Jacó 28,15; 31,3; 46,4; (cf. 48,21; 50,24) Bençãos Abraão Gn 12,2-3; 17,16-20; 22.17.18 Isaque 26,4.24 Jacó 28,14 Fonte: elaborado com base em Lopes, 2004, citado por Artuso, 2018, p. 26. A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 9 A maioria das promessas acompanham os três patriarcas, como consequência da fidelidade de Deus com Abraão, aquele que primeiro recebeu a promessa. Notamos que, em todas essas passagens, Deus conserva a descendência dele, a despeito da esterilidade das esposas dos patriarcas, agindo de maneira sobrenatural com cada uma delas, evidenciando que a promessa estava sendo mantida por quem prometeu. As promessas feitas por Deus aos patriarcas se cumprem em José, por meio da assistência de Deus durante o tempo de fome e escassez, exaltando José no Egito para a conservação da descendência e do seu povo (Gn 37-50), e é renovada em Êxodo, após tornar Israel uma numerosa nação, livrando-a do cativeiro egípcio e a restabelecendo na terra prometida em Deuteronômio. TEMA 3 – LEIS E NARRATIVAS “A Lei” ou “A Lei de Moisés” são formas a como o Pentateuco era denominado para os judeus, tamanha a relevância dada ao conjunto de leis contidas na Torah e repassadas por Moisés aos israelitas. Essas leis se subdividiam em leis religiosas (ou cerimoniais/sacerdotais), sociais e morais. O povo escolhido por Deus, para ser a sua nação particular, multiplicou- se grandemente durante o período que habitou o Egito. Ellissen (1993, p. 54) sugere uma população aproximada de 2,5 milhões de pessoas, após o censo de Números; era uma quantidade expressiva de pessoas para serem conduzidas sem diretrizes legais. Portanto, a partir de sua libertação, Deus revela a Moisés leis que serviriam para administrar moral e socialmente uma nova nação e, principalmente, para formar o caráter santo de um povo que carregaria o nome de Deus (Leis espirituais). A importância dos dez mandamentos é evidenciada nas palavras de Alexander MacLaren (1944, p. 97-98, citado por Hoff, 2007, p. 151): Uma obscura tribo de escravos procedente do Egito submerge nos desertos e depois de quarenta anos sai com um código sintetizado em dez frases, muito breves porém completas, onde estão entretecidas a moral e a religião, tão livres de peculiaridades locais ou nacionais e tão estreitamente relacionadas com os deveres fundamentais, que hoje, após três mil anos, esse código é autoridade entre a maioria dos povos civilizados. Por meio do Decálogo (Êxodo 20:2-17), Deus ressalta os principais preceitos que os israelitas deveriam guardar em seu coração para um bom relacionamento com o próprio Deus e entre eles. Hoff (2007, p. 260) acentua A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 10 que: “A expressão ‘teu Deus’ ou sua equivalente encontra-se mais de trezentas vezes em Deuteronômio e é a base da verdadeira fé. Lembra a relação que existe entre um pai e seus filhos”. Uma paternidade que foi expressa pelos ensinamentos repassados por Moisés. Em Levítico, Deus revela as leis cerimoniais que deveriam ser seguidas tanto pelos sacerdotes, como pelo povo em seu relacionamento com Deus e com o local de adoração. Orientações precisas e carregadas de uma intensa simbologia, a qual abordaremos em breve. Em Números, novas leis iam sendo adicionadas à medida que havia situações que se fizessem necessárias: desde normas transitórias que deveriam ser seguidas até a chegada em Canaã, até orientações militares e relativas à herança, ou seja, Deus nunca deixou o seu povo à deriva. Por meio do relacionamento “face a face” com Moisés, Deus revelou sua vontade e seu caráter, ensinando um povo a ser separado (santo), diferente dos outros povos, um povo que servia a um Deus transcendente, mas também imanente, misericordioso, que não apenas julgava, mas estava disposto a perdoar e, para isso, Ele mesmo proveu os meios. As leis eram, naturalmente, narradas por Moisés, e deveriam ser lembradas ao povo constantemente. A Arão, Deus exorta a repassar os ensinamentos de Moisés: “e para ensinardes aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por intermédio de Moisés” (Levítico 10:11). Apesar dessa “institucionalização’ do ensino, cada israelita deveria guardar os mandamentos e ensiná-los aos seus filhos, como ensinou Moisés em Deuteronômio (6:6-9): Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Os mandamentos de Deus, quando anunciados, eram normalmente precedidos de uma lembrança histórica do que Deus havia feito pelo seu povo, libertando-os da escravidão do Egito com mão forte (Êxodo 20:1; Deuteronômio 5:6), uma forma de demonstrar o cuidado de Deus pelo povo e por sua fidelidade. Outras Leis e orientações foram adicionadas de maneira profética. Um exemplo disso se dá em Deuterônomio (17:18-20), prevendo que Israel, em A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 11 algum momento, viesse a ter um rei terreno, Moisés orienta que o rei deveria saber o conteúdo das escrituras, lendo diariamente, a fim de praticá-la: Também, quando se assentar no trono do seu reino, escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos levitas sacerdotes. E o terá consigo e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer o Senhor, seu Deus, a fim de guardar todas as palavras desta lei e estes estatutos, para os cumprir. Isto fará para que o seu coração não se eleve sobre os seus irmãos e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; de sorte que prolongue os dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel. (Dt. 17:18-20) Essa instrução demonstra um cuidado extremo de um Deus amoroso com o seu povo, a fim de que fossem regidos com justiça e temor a Deus, de forma a não se desviar aos costumes dos povos pagãos que circundavam a terra que habitariam. As leis e as narrativas do Pentateuco têm um caráter único, coeso, e juntos manifestam o desejo de Deus para o seu povo. TEMA 4 – ÊXODO: PARADIGMA TEOLÓGICO Se toda a mensagem do Pentateuco aponta para o Messias, podemos dizer que o livro de Êxodo é a figura central da obra de Cristo na cruz para salvar pecadores culpados. O paradigma teológico que se estabelece em Êxodo é abrangente em vários aspectos: à escravidão, à figura de um libertador, à salvação dos primogênitos por meio do derramamento de sangue do cordeiro, à libertação do Egito e à promessa da terra santa. Hoff (2007, p. 120-121) confirma: Êxodo é um livro de redenção. O redentor Jeová não somente livra a seu povo da servidão egípcia mediante seu poder manifesto nas pragas, mas também o redime por sangue, simbolizado no cordeiro pascoal. A Páscoa ocupa lugar central na revelação de Deus a seu povo, tanto no Antigo Pacto como no Novo, pois o cordeiro pascoal é símbolo profético do sacrifício de Cristo. Por isso a festa da Páscoa converteu-se na comemoração de nossa redenção (Lucas 22:7-20) É evidente o paralelo entre o livramento dos escravos israelitas e um maior êxodo espiritual efetuado pela obra e pessoa de Jesus Cristo. O Egito vem a ser um símbolo do mundo pecaminoso; os egípcios, símbolo de pecadores escravizados; Moisés simboliza o redentor divino que livra a seu povo mediante poder e sangue e o conduz à terraprometida. O sangue do cordeiro que foi ungido nos umbrais das portas dos israelitas não somente salvou os primogênitos israelitas da morte, como prefigurou o meio pelo qual Deus provia o perdão dos pecados ao seu povo, A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 12 primeiramente por meio de sacrifícios de cordeiros, realizados no Tabernáculo, onde cada pessoa poderia encontrar redenção para o seu espírito; e, posteriormente, por meio de Jesus, a figura do cordeiro foi decodificada por João Batista, quando afirmou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Esse cordeiro (Jesus), a quem Paulo também testificou como “Cristo, nosso Cordeiro pascal [...]” (1 Coríntios 5:7), cumpriu cabalmente o seu propósito, entregando-se em sacrifício por todos os pecadores. Ellissen (1993, p. 35) elucida bem os diversos símbolos que traziam uma antevisão da pessoa de Cristo, registradas nesse livro. Apesar de Êxodo não apresentar profecias claras acerca de Cristo, é farto em tipos que prefiguram a Pessoa e a obra do Salvador: a. Moisés tipificou Cristo de diversas maneiras: sacrificou a sua posição real a fim de libertar o povo (Filipenses 2:5-10; Hebreus 11:24-26); foi rejeitado pelo seu povo a princípio, tendo sido mais tarde recebido como libertador e governante (Atos 7:35); teve a posição singular de profeta, sacerdote e rei (Deuteronômio 18:15; Êxodo 24:6-8; Deuteronômio 33:4- 5, respectivamente). b. Arão, o sumo sacerdote, tipificou Cristo em muitos aspectos do sacerdócio (Hebreus 5, 7). [...] d. Cristo declarou que o maná era seu tipo, dádiva gratuita dos céus a ser recebida pelo povo para sustento e vida espiritual (João 6:32,33, 58). e. O tabernáculo e os móveis tipificam com nitidez a obra de Cristo, a única que proporcionou ao homem uma aproximação de Deus. É evidente o reconhecimento pelos escritores do Novo Testamento de cada evento, pessoa, figura e acontecimento registrado no Antigo Testamento, especificamente em Êxodo, como símbolos que serviram de aio para o salvador e sua obra. O Êxodo é rememorado em vários momentos pelo povo de Israel. Artuso (2018, p. 34) afirma que o livro de Êxodo tem lugar de destaque para a profissão de fé dos israelitas, sendo suas conquistas mencionadas (Dt 6; 20- 24; 26:5-10) em ocasiões importantes, como é o exemplo dos Salmos, que recordam a história do povo de Israel (Sl. 78; 105:37-45; 136) em momentos de celebração. TEMA 5 – TRÊS CÓDIGOS DE LEIS O desenvolvimento das leis encontradas no Pentateuco é objeto de estudo transdisciplinares ao longo dos anos. Vários autores tentaram estabelecer as relações existentes entre a Lei de Moisés e as leis dos outros povos antigos e, em alguns casos, leis posteriores, dando a entender a A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 13 possibilidade de que algumas leis do Pentateuco tenham sido escritas posteriormente ao período de Moisés. O conceito jurídico da lei do talião vem do latim Lex Talionis (Lex, “Lei”; Talis, “tal, de tal tipo”), cujo propósito vem da necessidade de estabelecer uma pena com justa proporcionalidade à infração cometida. O tradicional “olho por olho, dente por dente”, do código de Hamurabi, é frequentemente comparado à alguns textos da Lei de Moisés (Meister, 2007). Com a queda do homem por meio do pecado, a maldade e violência passaram a fazer parte do cotidiano dos primeiros humanos, como foi o caso de Caim e Lameque (Gn 4) e, mesmo após o dilúvio, a corrupção do homem continuou. Em muitos casos, a pena era motivada pela vingança, alcançando violência desproporcional ao delito que a provocou (Gênesis 34). Portanto, um código que regulasse a conduta social e moral precisava ser estabelecido, de maneira a inibir comportamentos antissociais e para que se adotassem medidas que tornassem a pena mais justa. A Torah possui 181 capítulos; quase metade deles (88) são dedicados à regulação de leis que tinham como principal objetivo garantir a liberdade. Na formação da lei, via-se uma espécie de direito casuístico (baseado nos casos). Os casos eram deliberados pelos chefes de família – os anciões do povo –, que, ao final da tarde, se reuniam para discutir cada demanda e decidirem a sua condução, formando um tipo de jurisprudência. Com esse tipo de legislação, foram formuladas penas condicionais (Êxodo 21), que surgem com base na vida cotidiana do povo de Israel. O Decálogo, em contrapartida, refere- se ao tipo de lei apodítica (absoluta), cuja ordem não depende de uma causa (Êx. 20:2-17; Dt. 5:6-21). Outra lista de leis apodíticas, cuja pena é a maldição, também é encontrada em Dt. 27:15-26, com uma formulação litúrgica, cujo povo deveria responder com “Amém”, perfeitamente entendido por ser uma sociedade teocrática, cujo rei era o próprio Deus. Ao conjunto das leis veterotestamentárias derivam três códigos legais: O código da Aliança (Êx. 20- 23:19), o Código do Deuteronômio (Dt.12-26) e, em Levítico 17-26, a Lei da Santidade (Dreher, 2016). 5.1 Código da Aliança Aos pés do Monte Sinai, Deus fez aliança com o povo de Israel, condicionada à obediência aos preceitos da Lei que lhes foi apresentada. O A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 14 motivo da obediência à Lei deveria ser o amor e a gratidão. Hoff (2007, p. 151) registra que o propósito maior da Lei era ensinar-lhes a permanecer em contato com Deus e, em três casos, estava condicionada à obediência (Êx. 19:5,6). Ela teve seu cumprimento total na igreja, o Israel de Deus (1 Pedro 2:9,10): a) Israel seria sua “propriedade peculiar” ou possessão, o que implica tanto um valor especial como uma relação íntima. O Senhor escolheu a Israel dentre todas as nações para seu povo especial e para ser como sua esposa. b) Seria um “reino sacerdotal”. Os israelitas teriam acesso a Deus e deveriam representar o Senhor, seu Rei, perante o mundo inteiro. c) Seria “povo santo”, diferente das nações pagãs que o rodeavam, uma nação separada para ser de Deus, a quem serviria e prestaria culto. Para Hoff (2007) os propósitos de Deus ao entregar o decálogo ao povo não teve a intenção de ser o meio para salvação, pois Deus já havia restaurado sua relação com os israelitas por meio da graça, quando os libertou do Egito, mediante o poder e o sangue. Após a entrega dos dez mandamentos, outras leis foram entregues ao povo, as quais os ajudariam em sua vida dedicada à agricultura rudimentar e ao pastoreio, e que estavam acima das leis dos outros povos, uma vez que tinham caráter humanitário, moral e religioso, sem divisão civil e religiosa, sem acepção de pessoas (incluíam escravos, estrangeiros, viúvas e órfãos) e dando valor intenso à vida humana. Esse pacto foi ratificado em Êxodo 24 com uma cerimônia solene, que uniu as doze tribos de Israel com o Senhor: Quando Moisés desceu do monte, deu a lei ao povo que a aceitou, prometendo fazer tudo o que o Senhor havia dito. Então Moisés escreveu as condições do pacto no “livro do concerto”. No dia seguinte, o pacto foi firmado com um voto de obediência, e selado com sacrifício. O altar representava o Senhor; as colunas, as doze tribos; o sangue aspergido sobre o altar e sobre o povo ligou, com um vínculo sagrado, as partes contratantes. Todo o Israel estava “sob o sangue” e identificado com seu poder salvador. Os setenta anciãos participaram com Deus de um banquete de comunhão e presenciaram uma teofania majestosa. Assim foi ratificado o pacto do Sinai e se assinalou o cumprimento da promessa divina: “E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus”. (Êxodo 6:7) 5.2 Código da Santidade O Código da Santidade diz respeito aos ritos religiosos registrados no livro de Levítico. Seu principal objetivoera chamar a atenção do povo israelita para a santificação e a separação dos ritos pagãos dos outros povos. Uma vez A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 15 que a aliança com Deus os tornou uma “propriedade exclusiva” de um Deus que não admitia dividir o culto com outros deuses. A frase “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Levítico 19:2) expressa que tipo de vida e caráter Deus queria para o seu povo. O código da santidade estabelece os princípios cerimoniais e todo o sistema sacrificial para a expiação pelo pecado, que deveria ser aplicado pelos israelitas. 5.3 Código do Deuteronômio A partir do capítulo 12 de Deuteronômio, após relembrar ao povo todos os acontecimentos e mandamentos anteriores, Moisés passa a dar instruções e leis que seriam necessárias ao povo assim que adentrasse à terra prometida. Essas leis eram específicas e deveriam ser obedecidas, a fim de manter a aliança e a santidade do povo escolhido. O estabelecimento de um local de culto, onde todos deveriam ir para se apresentar ao Senhor, marca uma época na qual o tabernáculo móvel foi então substituído por um local específico na terra que habitariam, que o próprio Deus escolheria. A terra em que os israelitas estavam prestes a entrar e deveriam possuir era habitada por nações politeístas, com rituais e práticas abomináveis a Deus. As leis foram feitas com intuito de reforçar o código principal (Aliança), mas também para tratar de situações que seriam novas, como herança, divisão de terra, direitos dos sacerdotes e levitas, orientações a respeito da guerra, eleição e deveres de um rei; acerca do divórcio, do levirato, dos pesos e medidas justos, da promessa de um profeta, entre outras. O código deuteronômico foi a norma para julgar as ações dos reis de Israel. Ao descobri-lo no templo, sua leitura despertou um grande avivamento no ano 621 a.C. (II Reis 22). Foi a base das exortações de Jeremias e Ezequiel. Os judeus escolheram a grande passagem de 6:4,5 como seu credo ou declaração de fé. (Hoff, 2007, p. 256) NA PRÁTICA Com relação ao paradigma teológico existente no livro de Êxodo, especialmente no episódio descrito como a última praga (Êx. 11-12), de que modo você poderia aplicá-lo à obra da Salvação de Jesus Cristo? A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 16 FINALIZANDO Conhecer um panorama do Pentateuco nos traz um respaldo maior na análise dos textos descritos em cada livro, os quais estudaremos em breve. Entender a autoria e a composição definem o olhar e a forma de estudo que se dará em toda a escritura bíblica. As etapas descritas da história de Israel são linhas tecidas intencionalmente, a fim de resultar em uma obra que aponta para o futuro, muda o presente e nos faz considerar o passado como parte importante do todo. A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br 17 REFERÊNCIAS ARCHER, G. L. Enciclopédia de temas bíblicos: respostas às principais dúvidas, dificuldades e "contradições". Tradução Oswaldo Ramos. 2. ed. São Paulo: Vida, 2001 ARTUSO, V. Pentateuco e livros históricos. Curitiba: InterSaberes, 2018. BÍBLIA. Português. A Bíblia Sagrada: (revista e atualizada no Brasil). Tradução de João Ferreira de Almeida. 2. ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. DREHER, C. A. O Direito no Antigo Testamento. In: HAHN, N. B.; OLIVEIRA, K. L. de; REBLIN. I. A. (Org.). Direito a ter direitos: diálogos entre direito, cultura e religião. São Leopoldo: EST; Santo Ângelo: FuRI, 2016. ELLISEN, S. A. Conheça melhor o Antigo Testamento. Tradução Emma Anders de Souza Lima. São Paulo: Vida, 1991. GEISLER, N. L.; HOWE, T. Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia. Tradução: Milton Azevedo Andrade. São Paulo: Mundo Cristão, 1999. 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Teologia sistemática. Tradução: Augusto Victorino. Vol. I. São Paulo: Hagnos, 2003. A luno: LU C IA N O P IN T O C A V A LC A N T E E m ail: luciano.20242184@ aluno.fbnovas.edu.br