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AO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI - RJ
Célia Regina, solteira, psicóloga, residente e domiciliada na Rua ABC, nº 175, apartamento
509, Pendotiba, Niterói, Rio de Janeiro, com fulcro no artigo 5º, inciso X da Constituição
Federal, artigos 186, 187 e 927 do Código Civil de 2002 e art. 6º, VI e VIII do Código de
Defesa do Consumidor, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, conforme
procuração em anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a
presente:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS PELA FALHA NA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO
Em face de Incomex Indústria e Comércio S.A., pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº
1111, com sede na Rua CBF, nº500, Santa Cruz, Rio de Janeiro, pelos fatos e fundamentos
que passa a expor:
PRELIMINARMENTE
I. DA CONCILIAÇÃO
Ante ao permissivo legal instituído no Código de Processo Civil de 2015, o qual possibilita
as partes optarem pela tentativa de conciliação antes ou durante o deslinde final do
processo, a autora, com fulcro no artigo 319, inciso VII do CPC manifesta o interesse pela
conciliação.
II. DOS FATOS
Em 11 de janeiro de 2021, a autora celebrou contrato com a Incomex Indústria e Comércio
S.A.. Tal contrato visava a impermeabilização e instalação de material isotérmico na laje e
telhado do seu apartamento, que ficava na cobertura e apresentava problemas de infiltrações.
O contrato em questão possuía o valor de R$10.000,00 (dez mil reais), que logo foi pago
integralmente por Célia. A empresa concluiu o serviço contratado no dia 11 de fevereiro, no
entanto, um mês após surgiram avarias. A cobertura voltou a ter infiltrações que,
consequentemente, danificaram a pintura e inúmeros bens da parte autora. Diante desse
problema, Célia não só contratou um perito no valor de R $3.500,00 (três mil e quinhentos
reais) - que constatou, por meio de um laudo conclusivo, a responsabilidade da Incomex pela
referida infiltração - mas também, três empresas distintas que avaliaram o prejuízo em R
$4.700,00 (quatro mil e setecentos reais). Em última análise, cabe salientar que a Incomex foi
notificada e diante do laudo pericial, se comprometeu em fazer o serviço e promover os
reparos necessários, como também arcar com qualquer prejuízo sofrido por Célia, porém até
o presente momento não ocorreu.
Assim, a autora sofreu um abalo de ordem moral e psicológica, pois precisou realizar
sucessivas reclamações, sem que fosse atendida da maneira devida e sem que seu problema
fosse solucionado, fica evidente, assim, o desrespeito por parte da empresa requerida com o
consumidor. Vale ressaltar, que tal situação é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor e
que merece ter a efetiva reparação pelo dano moral sofrido.
Diante disso, vem a autora perante este Juízo apresentar os fatos supracitados, a fim de que
tenha o seu direito tutelado e que a empresa possa responder pelos danos que causou de
forma abrangente e deliberada.
III. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
DA RELAÇÃO DE CONSUMO
Como resta claro, a atividade realizada pela empresa Incomex, pessoa jurídica de direito
privado, perfaz a sua caracterização como fornecedora, mais especificamente na modalidade
de comercialização de produtos e prestação de serviços, conforme previsto no artigo 3º do
Código de Defesa do Consumidor.
Por outro lado, a requerente, posiciona-se como consumidora, haja vista utilizar-se de
serviço prestado pela empresa requerida como destinatário final mediante remuneração, nos
termos do artigo 2º do CDC.
Sendo assim, tem-se formada uma relação de consumo, marcada pela hipossuficiência e
vulnerabilidade do consumidor reconhecidas no próprio código consumerista e, por
consequência, a presente lide deverá ser observada à luz do Código de Defesa do
Consumidor.
DA CARACTERIZAÇÃO DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DO DEVER DE
REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS
Dos fatos supramencionados é possível perceber a situação indignante que a requerente vem
passando, considerando que realizou a compra de dois produtos na empresa requerida e esta,
por desídia, não cumpriu com o combinado, já que apesar de terminar o serviço, os problemas
aos quais foram pagos para resolver, não foram.
A qualidade do serviço prestado pela empresa, em geral, frustrou as expectativas da
requerente, pois como consumidora, detinha expectativa de receber os pedidos no prazo
combinado ou, pelo menos, obter informações acerca da situação do seu pedido, o que não
ocorreu, pois sequer foi comunicada sobre o atraso na entrega e só soube o motivo porque
procurou descobrir por conta própria.
Além disso, a desídia da empresa ré se mostrou sem precedentes, visto que até o presente
momento não forneceu resposta alguma sobre novo prazo para entrega do produto ou
fornecer alternativa para a requerente.
Dessa maneira, é evidente que a falha na prestação do serviço não se deu somente pelo fato
da empresa não ter feito um bom serviço, mas também pela falta de resolução do problema de
forma administrativa.
Essa atitude da empresa requerida não é outra coisa que não um ato ilícito, violador de
preceitos constitucionais e das normas estabelecidas pelo Código de Defesa do Consumidor.
Vale destacar que o fornecedor responde independentemente de culpa por qualquer dano
causado ao consumidor, pois, pela teoria do risco, este deve assumir a responsabilidade pelo
dano em razão da atividade que realiza. De acordo com os apontamentos de Cavalieri:
“Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a teoria do risco do
negócio. Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de dano para
terceiros. E deve ser obrigado a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa”.
(CAVALIERI - 2000, p. 105)
Neste sentido, estabelece o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor que:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele
pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.
Sendo assim, é direito da parte autora, insculpido no Código de Defesa do Consumidor, o
acesso ao poder judiciário para promover a reparação dos danos sofridos nas relações de
consumo, seja por um vício no produto ou na prestação de serviço. Assim temos o que está
enunciado no artigo 6º, inciso VII do CDC:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
[...]
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
A conduta ilícita da requerida não é outra coisa senão um ato ilicito, nascendo, pois o dever
de indenizar a requerente pelo dano sofrido.
Nesse sentido, cabe destacar que o Código Civil de 2002 preceitua em seus artigos 186 e 187,
o que é ato ilícito e quais motivos que o ensejam:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Nesse sentido, Vossa Excelência, existem diversas decisões dosmais diversos tribunais
pátrios que são semelhantes ao caso em tela e foram favoráveis aos que pleiteiam seus
direitos da mesma forma que a autora vem pleitear a este Juízo.
O TJ-MT decidiu favoravelmente ao pedido autoral, tem em vista a falha na prestação do
serviço para a entrega do produto:
EMENTA RECURSO INOMINADO – RELAÇÃO DE CONSUMO –
COMPRA DE PRODUTOS PELA INTERNET – DEMORA NA
ENTREGA DOS PRODUTOS – VÍCIO DO PRODUTO –
RECLAMAÇÕES ADMINISTRATIVAS – PLEITO DE DANO MORAL –
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA – INSURGÊNCIA DA PARTE
PROMOVIDA – ENTREGA DOS PRODUTOS EFETUADA FORA DO
PRAZO – AUSÊNCIA DE CONSERTO OU TROCA DO PRODUTO
VICIADO – AUSÊNCIA DE SOLUÇÃO ADMINISTRATIVA – FALHA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – DANO MORAL CONFIGURADO –
VALOR RAZOÁVEL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO
DESPROVIDO. A responsabilidade do fabricante e do fornecedor de
serviços é objetiva, pelo que responde independentemente de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores em decorrência da falha na
prestação de serviço, nos termos do artigo 14 e também por vício do
produto, nos termos do artigo 18, ambos do Código de Defesa do
Consumidor. Diante da compra dos produtos pelo consumidor, faz ele jus à
sua entrega dentro do prazo estabelecido. Não havendo a entrega conforme
combinado, mesmo diante das inúmeras reclamações administrativas,
acertada a sentença que condenou a promovida ao pagamento de dano
moral, ainda mais quando um dos produtos fora entregue com defeito. O
valor da indenização por dano moral deve ser mantido quando fixado de
acordo com os critérios de proporcionalidade e razoabilidade. Sentença
mantida. Recurso desprovido.
(TJ-MT XXXXX20198110006 MT, Relator: LUCIA PERUFFO, Data de
Julgamento: 16/03/2021, Turma Recursal Única, Data de Publicação:
19/03/2021)
Sendo assim, Excelência, quanto à ilicitude da conduta perpetrada pela requerida na falha da
prestação do serviço tanto no sentido de prestar o serviço contratado quanto à resolução
administrativa da situação. Diante do que foi exposto até aqui, não resta mais qualquer
dúvida, de que cabe a esta a obrigação de indenizar a requerente pelo dano moral sofrido.
Além disso, baseado na quebra de confiança da contratada em relação à consumidora, a parte
autora pleiteia a extinção do contrato.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência, o que adiante se segue:
I. A condenação da empresa requerida ao pagamento da indenização por danos morais e
materiais, de título compensatório e pedagógico, no importe de R$ 30.000,00;
II. Ordenar a citação da requerida, no endereço inicialmente indicado, para contestar a
presente ação, sob pena de revelia e confissão ficta quanto aos fatos alegados pela
autora, sendo esta realizada por via postal ou qualquer outro meio eletrônico que a
viabilize, tendo em vista uma maior economia e celeridade processual, com
designação de data para audiência de conciliação;
III. Seja condenada a requerida ao pagamento das custas processuais, bem como dos
honorários advocatícios em todas as fases do processo, quer seja primeira instância ou
na fase recursal, no percentual de 20% ( vinte por cento) sobre o valor total da
condenação, nos termos do artigo 85, “caput” e parágrafos 1º e 2º do Código de
Processo Civil.
IV. Por último, a produção de todas as provas admitidas, especialmente a documental, o
depoimento pessoal da requerente e tudo o mais que se fizer necessário à completa
elucidação e demonstração dos fatos articulados nesta inicial, inclusive com a oitiva
de testemunhas que oportunamente serão arroladas
Dá-se a causa o valor de R$: 50.000,00
Termos em que
Pede deferimento.
Niterói, 04 de outubro de 2022
Orlei Justen
OAB/ 302489-RJ

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