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Ciclo 5 – Ética, Bioética, Educação e 
Fundamentalismos
● A Bioética é um ramo da ética que estuda os conflitos, 
controvérsias, pesquisas e práticas que visam esclarecer 
e resolver questões éticas dentro da medicina e da 
biologia. O seu surgimento foi baseado no impacto, por 
exemplo, das experiências feitas em seres humanos e 
animais e a utilização de técnicas desumanas como a 
clonagem.
● Esse tema ganhou maior destaque quando os cientistas 
decifraram o código genético humano, considerando a 
responsabilidade dos cientistas com relação as suas 
pesquisas e práticas. 
● Os temas mais polêmicos dentro dessa área são a 
eutanásia, os testes em animais, o aborto, a fertilização 
in vitro e a clonagem.
🡪A Bioética, não é uma metafísica, mas é um 
conhecimento pragmático e processual resultante de 
quase todas as áreas científicas. 
🡪O seu estudo e aprofundamento podem trazer 
benefícios inestimáveis, salvar e prolongar vidas 
humanas. 
🡪Em contrapartida, ela precisa ser tratada e estudada 
com responsabilidade, porque tanto pode trazer 
aplicações vitoriosas, como também pode produzir 
resultados ambíguos e perigosos.
“... houve um tempo em que nosso poder 
perante a morte era muito pequeno, e de fato ela 
se apresentava elegantemente. E, por isso, os 
homens e as mulheres dedicavam-se a ouvir a sua 
voz e podiam tornar-se sábios na arte de viver. 
Hoje, nosso poder aumentou, a morte foi definida 
como a inimiga a ser derrotada, fomos possuídos 
pela fantasia onipotente de nos livrarmos de seu 
toque.
Ruben Alves 
.. a morte não é algo que nos espera no fim. É 
companheira silenciosa que fala com voz branda, 
sem querer nos aterrorizar, dizendo sempre a 
verdade e nos convidando à sabedoria de viver. 
Quem não pensa e não reflete sobre a morte, acaba 
por esquecer da vida. Morre antes, sem perceber" 
BIOÉTICA
 Bios (vida) + ethos (conduta) 
Ética da vida
“ética" para a intenção da vida boa 
realizada sob o signo das ações estimadas 
boas, e o termo “moral" para o lado 
obrigatório, marca do por normas, obrigações, 
interdições caracterizadas ao mesmo tempo 
por uma exigência de universalidade e por um 
efeito de constrição.
A Ética, como Filosofia moral, serve para 
fundamentar ou justificar a forma de 
comportamento moral. 
A moral diz sobre o modo de comportar-se do 
ser humano, que, por natureza, é his tórico, ele é 
um ser de liberdade e responsabilidade ética. 
É um ser que não nasce perfeito, tem como 
característica produzir-se e aperfeiçoar-se 
mediante suas ações. 
O ser humano vive como uma pessoa quando é senhor de si 
mesmo; sem liberdade de escolha lhe é impossível a 
responsabilidade ética. 
A moral está presente em toda coletividade na forma de 
regulamento do comportamen to social, ela tem uma dimensão 
social, mas essa realidade não para no binômio homem/sociedade; 
o ser humano tem interesses pessoais além dos coletivos. A moral, 
nesse sentido, deve estar baseada na responsabilidade pessoal. 
A Bioética emerge no 
contexto científico como uma 
reflexão sobre tudo o que 
interfira no respeito à 
qualidade e dignidade da 
vida, representando o resgate 
da ética, da condição plena 
de cidadania e do respeito às 
diferenças.
Bioética 
como nova ciência ética que combina humildade, 
responsabilidade e uma competência interdisciplinar, 
intercultural, que potencializa o senso de humanidade. 
Humildade 
é a consequência apropriada que segue a afirmação "posso 
estar errado" e exige responsabilidade de aprender com as 
experiências e conhecimentos disponíveis. 
“A humildade seria necessária como um antídoto para a 
ruidosa arrogância tecnológica atual”. (Hans Jonas Ética, 
medicina e técnica. Lisboa: Vega Passagens, 1994:65).
Egoísmo
Eu Outro
Altruísmo
Eu Outro
Solidariedade
Eu Outro
 
 “Bioética nada mais é dos que os 
deveres do ser humano para com o outro ser 
humano e de todos para com a humanidade”.
Bom dia, angústia ! São Paulo: Martins Fontes, 1997:61. 
 André Comte-Sponville
Bioética é a reflexão sobre a adequação ou 
inadequação de ações envolvidas com a vida. 
Competência 
 Científica 
Conhecimento 
Tecnologia
Técnica 
Competência 
Humanista 
Sabedoria
Confiança
Ética
Tecnociência
 
✔ Fonte de complicados dilemas éticos, geradores de 
angústia, ambivalência e incertezas.
✔ A modernidade nos fez acreditar que a tecnologia 
tornaria mais feliz a nossa vida e menos penosa a 
nossa morte.
 Fatores que contribuíram para o 
surgimento da bioética:
✔ Tecnicização das formas de vida; 
✔ Hegemonia da razão instrumental;
✔ Avanço material vertiginoso;
✔ Novo modelo de civilização;
✔ Isolamento do homem moderno;
✔ Individualismo burguês.
Tal cenário suscitou a necessidade de:
• Mudança dos valores sociais
• Negação dos avanços desordenados da ciência
• Repensar a insuficiência da ética médica para 
resolver os problemas postos pela democratização 
dos saberes, pelo pluralismo dos valores e pela 
secularização dos costumes
• Garantir os espaços de manifestação da liberdade;
• Conter a ação desordenada do homem sobre o meio 
ambiente;
• Criticar o predomínio do modelo instrumental nas 
ciências da vida;
• Respeito à vida e aos direitos humanos
• Negar o modo de vida mecanicista e a 
despersonalização do indivíduo no mundo sistêmico.
 A bioética, enquanto disciplina ou campo de 
reflexão sistemático sobre a relação 
ciência-consciência, surge em 1970 com a 
obra Bioethics: bridge to the Future de Van 
Rensselaer Potter.
 1º momento: reflexão aplicada às ciências da 
vida.
 2º momento: disciplina, domínio, campo de 
discussão.
Hoje
 A bioética é um universo 
multidisciplinar
 Dimensão pluralista, aberta, 
multifacetada
Bioética
 Ponte entre o saber científico e o saber 
humanista;
Reflexão sobre o dever-ser em ciência;
Fruto da evolução do saber e das novas 
concepções geradas pela biologia, 
sociologia, medicina, teologia, direito, 
filosofia...
OBJETIVO
Humanizar o progresso científico e a visão 
técnico-instrumental que os indivíduos têm do mundo, uma 
vez a o uso inapropriado da ciência pode conduzir a uma 
desumanização do homem.
• A bioética possui um caráter especulativo 
(crítico-questionador) e normativo-prescritivo (visa a 
elaboração de normas e critérios para resolver problemas 
específicos).
Princípios da Bioética
 Alguns autores não 
distinguem estes dois princípios, 
mas há diferença em fazer o bem e 
evitar fazer o mal 
Evitar submeter o paciente a 
intervenções cujo sofrimento resultante 
seja muito maior do que o benefício 
eventualmente conseguido. 
Evitar intervenções que determinem 
desrespeito à dignidade do paciente 
como pessoa. 
Os princípios da bioética
O princípio da autonomia, frente ao paciente terminal, está 
secundariamente situado em relação à beneficência e à 
não-maleficência. 
Estes pacientes apresentam algumas peculiaridades em relação 
à aplicação deste princípio. Alguns estudos demonstraram que no 
máximo 23% desses pacientes, devido ao grave comprometimento de 
sua doença, apresentam condições de sensório adequadas para realizar 
a opção.
O exercício do princípio da autonomia na situação do paciente 
terminal, em razão da dificuldade e abrangência de tal decisão, mesmo 
para aqueles que não estejam emocionalmente envolvidos, deve ocorrer de 
uma maneira evolutiva e com a velocidade adequada a cada caso.
Em nenhum momento, essa decisão deve ser unilateral, muito 
pelo contrário, ela deve ser consensual da equipe e da família.
O princípio da justiça deve ser levado em conta na 
decisão final, embora não deva prevalecer sobre os 
princípios da beneficência, da não-maleficência e da 
autonomia. 
Se é consenso que um paciente, mesmo em estado crítico, será 
beneficiado com um determinado tipo de medicação, a despeito de que o 
produto esteja escasso no hospital, preservam-se os princípios da beneficência e 
da autonomiasobre os da justiça. 
Se o paciente está na fase de morte inevitável, e são oferecidos 
cuidados desproporcionais, estaremos utilizando recursos que 
poderiam ser aplicados em outros pacientes.
Questões fundamentais da 
bioética
• Inseminação artificial/fecundação in vitro / Clonagem / manipulação genética/ 
experimento com embriões;
• A intervenção sobre o cérebro e a manipulação da personalidade;
• A questão da identidade dos indivíduos/ o eugenismo e o ideal de perfeição 
humano;
• O aborto, a eutanásia e a questão acerca do direito de viver e morrer;
• A relação entre profissionais de saúde e enfermos/ a mercantilização da 
medicina;
• A relação entre poder-saber-dever/ o surgimento do homem maquinal;
• O respeito à dignidade humana e as populações excluídas pelo modelo de 
civilização ocidental.
✔ A bioética é a expressão teórico-prática da 
consciência moral de um novo tipo de homem 
no seio de uma nova civilização;
✔ Os problemas morais não encontram 
respostas no seio da cultura científica em que 
nascem;
✔ A essência do bem escapa a toda definição 
científica.
A bioética revela:
• O conflito entre natureza e cultura;
• O fato de que nem tudo que é cientificamente 
possível é humanamente desejável;
• Que não existem valores universais ou fórmulas 
acabadas capazes de resolver todos os dilemas 
referentes à relação 
conhecimento-liberdade-responsabilidade.
Porém, deve-se reconhecer 
que:
• Não se pode eliminar da consciência da 
humanidade o desejo de progresso e crescimento 
materiais
• A razão instrumental, não obstante os malefícios 
causados pelo seu mau emprego, é imprescindível 
às sociedades humanas modernas.
• A dinâmica do progresso científico é irrefreável.
Impasses e incertezas
• Mudança do genótipo 🡪 repercussões 
psico-somáticas e espirituais;
• Problemas referentes ao modo de 
estruturação da personalidade (crise de 
identidade);
• A reprodução humana tende a tornar-se 
uma questão de zootecnia;
• A era do artifício, do in vitro. 
• Triagem genética de embriões 
(fascínio/fascismo do belo);
• A questão da purificação étnica;
• Nem todo direito de escolha é saudável;
• O controle da natureza e de seus acidentes;
• O conhecimento mortífero do ser humano;
• A ação desmesurada da potência 
tecnocientífica.
Bioética e direitos humanos
• O que é a verdade em matéria de ciência 
e tratamento?
• Certas verdades científicas podem se 
sobrepor às verdades sociais e culturais?
• É moralmente correto obrigar uma pessoa a 
seguir um tratamento que lhe pode salvar a 
vida?
• Qual a fronteira entre a obrigação 
profissional e o direito do indivíduo de 
escolher o pior para si mesmo?
• A vida humana deve ser preservada 
independentemente de sua qualidade?
• Temos o direito de escolher o modo de 
morrer?
• Pode o desejo de morrer ser excluído do 
projeto humano de viver?
• É lícito adiar o morrer prolongando o sofrer?
• Vale a pena prolongar a vida física de quem 
já perdeu a dignidade de viver?
Dignidade
“Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia.”
Mário Quintana
Consciência
“Estes que aí estão, 
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão, 
... eu passarinho”
Mário Quintana
“Não importa o que se fez do 
homem, mas o que iremos 
fazer com o que fizeram dele”.
(Sartre)
• A Bioetica possui principios......
● Princípio da Beneficência: consiste em assegurar o 
bem estar dos indivíduos, afim de evitar danos e 
garantindo que sejam supridas suas necessidades 
e interesses.
● Princípio da Autonomia: o profissional deve 
respeitar as crenças, a vontade e valores morais do 
sujeito e do paciente.
● Princípio da Justiça: igualdade da repartição dos 
benefícios e bens em qualquer área da ciência.
🡪Princípio da Não Maleficência: assegura a possibilidade 
mínima ou inexistente de danos físicos aos sujeitos da 
pesquisa (pacientes) de ordem psíquica, moral, 
intelectual, espiritual, cultural e social.
🡪Princípio da Proporcionalidade: defende o equilíbrio 
entre os benefícios e os riscos, sendo maior benefício às 
pessoas. O objetivo de estudo da bioética é a criação de 
uma ponte entre o conhecimento científico e 
humanístico, a fim de evitar os impactos negativos sobre 
a vida
•Há um leque para tentar dividir, classificar 
e descrever as fronteiras dos diversos 
campos do conhecimento da Bioética com 
relação aos demais campos do 
conhecimento. 
•A Bioética e as fronteiras com a Filosofia A Ética é um 
tema recorrente da Filosofia; não é exclusivo dela, mas 
tem sido abordado por Sócrates, que foi o pioneiro em 
criticar as regras da sociedade grega como injustas e 
ambíguas. 
•O filósofo, ao questionar profundamente a ética das 
aparências na estrutura e organização da sociedade 
grega, foi condenado à morte, embora não tenha deixado 
nada escrito. 
Platão, por sua vez, possui uma vasta produção e o trabalho mais 
importante é a República, no qual expõe suas ideias políticas, 
filosóficas, estéticas, éticas e jurídicas. 
A sua filosofia culmina com a ética: a ideia do bem é, no seu modo 
de entender, a ideia suprema. Para uma realização, deve tender a 
todo procedimento humano, ou seja, o bem é imperativo moral 
para todos
16/10/17
•Aristóteles forma o tripé dos autores clássicos 
que conseguiram sistematizar, grosso modo, o 
pensamento humano ocidental. 
•Enquanto Sócrates e Platão construíram as 
bases filosóficas, Aristóteles, as bases 
científicas.
•Segundo Bernard (1993), os filósofos podem ser divididos, de maneira geral, em três 
grupos distintos: os indiferentes, os artificiosos e os renovadores. 
•Os indiferentes consideram os avanços da Medicina de forma emotiva e preferem 
manter-se equidistantes da agitação e da polêmica. 
•Já os artificiosos procuram utilizar, com talento, tanto os progressos da Medicina como 
da Biologia, mas, em contrapartida, negligenciam a revolução terapêutica. 
•Dessa forma, acabam esquecendo que a Medicina alimenta estudos e pesquisas para 
os filósofos e diminui o sofrimento dos seres humanos. 
🡪Na terceira categoria, estão os renovadores, 
que percebem a importância das recentes 
descobertas biológicas e médicas, debruçam-se 
sobre a tarefa nada fácil de analisar o que é 
normal e o que é patológico, percebendo que 
os progressos da Biologia “iluminam” e trazem 
novas alternativas para temas e problemas 
especificamente filosóficos. 
🡪A Bioética e as fronteiras com a Teologia. Os 
teólogos estão fundamentados na sua fé, que é 
algo íntimo, interior, e os cientistas estão 
embasados no empirismo positivista; ambos, 
convencidos da posse da verdade, assumiram, 
durante séculos, uma postura rígida, 
excludente e antagônica.
🡪Precisamos destacar que os cientistas, em geral, 
acreditam demasiadamente na potencialidade da 
ciência: como se ela pudesse trazer as soluções mais 
variadas e avançadas, na tentativa de superar 
problemas e limites até hoje existentes e, portanto, 
apostam todas as suas fichas nesse campo. 
🡪Em contrapartida, os teólogos têm consciência de 
que o ser humano não é um ser pronto e acabado, e 
que ainda não se conhece o seu o pleno 
desenvolvimento mental e espiritual. 
🡪Mais do que nunca, há uma percepção e um certo consenso do 
exagerado expansionismo material, econômico e financeiro e 
uma extrema pobreza espiritual do homem contemporâneo. 
🡪Em outras palavras, há, na prática, um enorme descompasso 
entre o avanço da ciência e da tecnologia, em detrimento dos 
valores humanos e do crescimento interior. 
🡪O diálogo entre a ciência e a religião será objeto de estudo e 
aprofundamento na próxima unidade, contudo, será enfatizado 
agora também. 
🡪A Bioética e as fronteiras com a Política.
🡪 A Ciência Política é a esfera do poder, isto 
é, do poder de decisão para adotar esse ou 
aquele caminho a trilhar. 
🡪As fronteiras entre a Bioética e a Política precisam conter uma 
constantevigilância e uma análise crítica vigorosa: o avanço da 
ciência e da tecnologia pode abrir portas e gerar benefícios para 
toda a sociedade, mas pode, também, trazer e produzir graves 
abusos e destruições. 
🡪Nessa direção, as campanhas de vacinação obrigatórias 
realizadas no Brasil e em outros países do mundo são as 
responsáveis pelo quase desaparecimento de doenças como 
varíola, difteria, poliomielite entre outras doenças e epidemias. 
🡪Em contrapartida, as fábricas e indústrias bélicas, os enormes 
investimentos em estratégias de guerra, a medicina esteticista e 
as derrubadas criminosas das florestas estão, todos os dias, 
exibindo os seus milhões de dólares de lucros escandalosos e 
imorais. 
•A violação das fronteiras da Bioética e da Política é trágica para a maioria 
da humanidade, pois os cientistas (que não estão neutros nesse jogo de 
interesses) produzem teorias, conhecimentos, paradigmas que passam a 
ser dogmas científicos para pautar e fundamentar sua ação predatória 
generalizada. 
•Nunca é demais perguntar quais são as políticas públicas, quanto de 
investimento é feito nos seres humanos e na gestão social e quanto é a 
fatia orçamentária para a pesquisa tecnológica.
• É razoável aceitar, por exemplo, a morte de um bebê que não tem 
cérebro, mas é totalmente inaceitável que morram milhões de crianças no 
mundo inteiro pelo fato de não possuírem um prato de comida.
🡪As fronteiras entre a Bioética e o Direito, no entanto, ainda são 
muito imprecisas e nebulosas. 
🡪Nem todas as leis são passíveis de interpretação dúbia ou 
conflituosa e, em se tratando de problemas novos da Bioética, 
em que não se estabeleceu uma jurisprudência, torna-se mais 
difícil um posicionamento.
🡪 Num primeiro momento, o Direito pode adotar uma atitude 
silenciosa, isto é, enquanto não pode prever os progressos da 
ciência e da tecnologia, é razoável uma postura de cautela. 
🡪A Bioética e as fronteiras geográficas.
🡪 Segundo Bernard (1993), as fronteiras geográficas, sem 
dúvida, são fatores preponderantes para se entender os 
difíceis contornos da Bioética. 
🡪Cada país, região e seu povo caracterizam-se por 
possuir língua, costume, tradição, valores próprios que 
vão imprimir certa solidez organizativa daquele grupo 
humano específico. 
🡪Há, hoje, uma riqueza e, ao mesmo tempo, um 
problema que engloba o multiculturalismo: o 
pluralismo e a diversidade cultural que geram 
preconceitos, xenofobia e discriminações profundas 
e injustas. 
🡪No Japão, por exemplo, é proibido por lei extrair um 
órgão de uma pessoa, logo após a constatação da 
sua morte; os japoneses ricos, porém, atravessam o 
Oceano Pacífico para efetuarem, em São Francisco, 
um transplante de fígado ou de coração
🡪Há, atualmente, uma tendência no sentido de se 
criar “Comitês de Ética” nas instituições, nas 
empresas, nos Estados e em regiões estratégicas 
que deverão discutir, elaborar e divulgar, pela mídia, 
suas decisões e posicionamentos, tentando 
aproximar as pessoas das organizações jurídicas e 
civis, buscando sempre ações mais convergentes.
🡪 MORAL
🡪Vásquez (2007, p. 19) diz que os problemas éticos se 
caracterizam por sua generalidade e se diferenciam 
dos problemas morais da vida cotidiana, que são os 
que têm relação com as situações concretas. A 
Ética, como Filosofia moral, serve para fundamentar 
ou justificar a forma de comportamento moral. 
🡪A moral diz sobre o modo de comportar-se do 
ser humano, que, por natureza, é histórico, ele 
é um ser de liberdade e responsabilidade ética. 
É um ser que não nasce perfeito, tem como 
característica produzir-se e aperfeiçoar-se 
mediante suas ações. O ser humano vive como 
uma pessoa quando é senhor de si mesmo; 
sem liberdade de escolha lhe é impossível a 
responsabilidade ética. 
🡪 A moral está presente em toda coletividade na 
forma de regulamento do comportamento social, 
ela tem uma dimensão social, mas essa realidade 
não para no binômio homem/sociedade; o ser 
humano tem interesses pessoais além dos coletivos. 
A moral, nesse sentido, deve estar baseada na 
responsabilidade pessoal. 
🡪 As normas impõem um comportamento moral e 
esses atos devem estar em consonância com elas.
🡪 Também devemos considerar que a Ética não cria a 
moral; ela procura determinar a essência da moral.
🡪 Ética é concebida como a ciência da moral.
🡪A moral é fundamental para garantir a 
ordem ou a harmonia da sociedade, ela 
regulamenta a conduta entre os homens. 
Os indivíduos que compõem a sociedade 
aceitam os valores, as normas que a 
distinguem, e se submetem livremente a 
eles. 
🡪As teorias morais são sistematizações de algum conjunto de 
valores: princípios ou normas, como é o caso da moral cristã, da 
laicista, moral protestante etc. Ante a pergunta: “qual moral deve 
ser cultivada?", existem diferentes teorias: egoístas, utilitaristas, 
as teleológicas ou deontológicas, formalistas etc. 
🡪Todas as teorias morais partem de uma concepção de homem. 
Muitas vezes essa concepção é abstrata e a teoria derivada será 
também abstrata; em outros casos, estará relacionada às ideias 
de sociedade e em concordância com a História. Contudo, seja 
qual for a concepção de homem, a humanidade sempre admitirá 
a obrigatoriedade da moral.
BIOETICA – EXPERIENCIAS MEDICAS I
 Alemanha Nazista 
Vítima de uma experiência "médica" nazista sendo forçada dentro de um recipiente com água quase 
congelada gelada no campo de concentração de Dachau. O monstruoso "médico" das SS, Sigmund 
Rascher, supervisiona a experiência. Alemanha, 1942.
— Bildarchiv Preussischer Kulturbesitz
Cigano vítima das experiências médicas nazistas para transformar água marinha em água potável. Campo 
de concentração de Dachau, Alemanha, 1944.
— National Archives and Records Administration, College Park, Md.
Prisioneiro de guerra soviético, vítima de uma experiência "médica" nazista sobre 
tuberculose, no campo de concentração de Neuengamme. Alemanha, final de 
1944.
— Guenther Schwa
Foto de uma criança judia forçada a fotografar a cicatriz deixada pelos "médicos" das SS que 
retiraram seus nódulos linfáticos. Ela foi uma das 20 crianças judias injetadas com germes da 
tuberculose como parte de uma "experiência médica". Todas foram elas assassinadas no dia 20 
de abril de 1945. Campo de concentração de Neuengamme, Alemanha. Foto tirada entre 
dezembro de 1944 e fevereiro de 1945.
— Guenther Schwarberg
Bioetica - Experimentos 
pos-guerra II.
Em 1932, o Serviço Público de Saúde dos EUA lançou um estudo sobre os efeitos da sífilis não tratada na saúde. 
Eles iludiram 399 homens de descendência africana com a doença afirmando que iriam tratar do seu “sangue 
ruim” – que era como a sífilis era conhecida na época. Só que os pacientes que estavam sendo “tratados” na 
verdade não estavam recebendo tratamento nenhum. Eles eram apenas observados enquanto sofriam com a 
doença. Na verdade, os homens nunca receberam tratamento adequado, mesmo em 1947 quando a penicilina 
começou a ser usada para tratar a sífilis. Tamanha falta de ética durou 40 anos. Só em 1972, quando um artigo 
de jornal expôs o estudo ao público que ele foi cancelado.
Estudo da sífilis na Guatemala
Esse estudo se tornou popular nesse último mês, com os Estados Unidos se 
desculpando oficialmente por infectar guatemaltecos com a doença. No 
estudo de Tuskegee os pacientes não receberam tratamento, mas também 
não foram infectados de forma arbitrária – que foi exatamente o que 
aconteceu entre 1946 e 1948 na Guatemala. 
Os governos dos EUA e da Guatemala co-patrocinaram um estudo sobre 
sífilis que envolveu a infecção deliberada – e até onde se sabe sem o 
consentimento – de prisioneiros e pacientes com doenças mentais. O estudo 
objetivava testar produtos químicos para evitar a propagação da doença. Os 
pesquisadores tentaram infectar as pessoas pagando-as para terem relações 
sexuais com prostitutas infectadas ou ferindoa pele de seus pênis e 
derramando bactérias da sífilis nas feridas. Os doentes receberam penicilina 
como tratamento.
MKULTRA, Subprojeto 68
MKULTRA foi um projeto da CIA que buscava encontrar maneiras de controlar a mente, 
contratando para isso o doutor Donald Ewen Cameron, para que comandasse os 
experimentos.
Nas operações do Subprojeto 68, o doutor submetia os pacientes de seu Instituto 
Memorial Allen em Montreal com depressão bipolar ou transtornos de ansiedade a uma 
"terapia" que lhes deixou sérios danos e alterou suas vidas de forma irreparável.
Assim, entre 1957 e 1964, Cameron submeteu seus pacientes a uma terapia que 
ultrapassava entre 30 e 40 vezes as normas estabelecidas. Induzia os seus pacientes a 
estado de coma com drogas durante meses e reproduzia fitas com declarações simples 
ou ruídos repetitivos por muitas vezes. As vítimas esqueceram como falar, 
esqueceram-se de seus pais e sofreram amnésia grave.
Os experimentos foram realizados em cidadãos canadenses, provavelmente porque a 
CIA considerava muito arriscado realizar essas práticas em estadunidenses.
Para conseguir que o objetivo continuasse a ser financiado, Cameron envolveu crianças 
nos experimentos, induzindo em uma ocasião um menino a manter relações sexuais com 
um alto funcionário governamental, para depois utilizar a gravação desta cena em 
chantagens.
Soldados em câmaras de gás mostarda
À medida que se intensificava a investigação de armas químicas nos anos 40 e 
para provar a eficácia das armas e métodos de defesa, o Governo dos Estados 
Unidos não vacilou na hora de envolver militares em seus experimentos, durante 
os quais utilizava gás mostarda e outros produtos químicos que deixavam 
queimaduras na pele e destruíam os pulmões dos soldados, que nem sequer 
sabiam que faziam parte do experimento.
Em uma prática que evoca as imagens da Alemanha nazista, prendiam os 
soldados em câmaras de gás para testar máscaras antigás e roupas de proteção.
Entre os agentes utilizados se encontrava a lewisita, composto que facilmente 
penetra a roupa e inclusive a borracha e que, ao ter contato com a pele, 
imediatamente provoca uma dor extrema, queimação, inchaço e erupção cutânea. 
A inalação do gás provoca sensação de ardor nos pulmões, espirros, vômitos e 
edema pulmonar.
A respeito do gás mostarda, seus efeitos são assintomáticos até aproximadamente 
24 horas depois da exposição, e seus efeitos primários incluem queimaduras 
graves que se convertem, com o tempo, em ampolas cheias de líquido amarelo. O 
gás mostarda tem propriedades mutagênicas e cancerígenas que custaram a vida 
de muitas pessoas expostas.
Pulverização de cidades com agentes químicos
Para investigar os possíveis efeitos de um ataque químico, as Forças Armadas 
dos Estados Unidos e a CIA realizaram uma série de simulações de ataques 
químicos e biológicos contra várias cidades estadunidenses em meados do século 
passado, entre eles os seguintes:
A CIA dispersou o vírus de pertússis na baía de Tampa, usando barcos. Como 
consequência, iniciou uma epidemia que deixou 12 mortos.
A Marinha de guerra arrasou São Francisco com bactérias patógenas. Muitos 
cidadãos sofreram pneumonia.
O Exército soltou milhões de mosquitos portadores da febre amarela e dengue 
sobre Savannah, no estado da Geórgia, e Avon Park, Flórida. O enxame provocou 
muitos problemas respiratórios e febre tifoide aos cidadãos, e algumas crianças 
nasceram mortas.
Após os ataques, às zonas afetadas chegavam militares disfarçados de 
trabalhadores sanitários, com a intenção secreta de estudar os efeitos a longo 
prazo de todas as doenças enquanto ajudavam às vítimas.
16/10/17
Após os ataques, às zonas afetadas chegavam militares disfarçados de trabalhadores sanitários, com 
a intenção secreta de estudar os efeitos a longo prazo de todas as doenças enquanto ajudavam às 
vítimas.
Experimentos secretos para estudar os efeitos da bomba 
atômica
Em um programa secreto para estudar o efeito de elementos 
radioativos, o Governo dos EUA injetava nos seus "participantes" 
substâncias altamente tóxicas como plutônio.
Estes experimentos incluíam a injeção de miligramas de plutônio 
em soldados durante o projeto Oak Ridge, e injeções posteriores a 
três pacientes do Hospital de Chicago. Dos 18 pacientes que 
foram utilizados para o experimento, só cinco viveram mais de 
vinte anos depois da injeção.
Além do plutônio, também foram realizados experimentos com 
urânio. Assim, entre 1946 e 1947, o doutor William Sweet injetou 
urânio em 11 pacientes do hospital de Massachusetts, com 
financiamento do Projeto Manhattan.
Injeções de "agente laranja" nos presos
Além de usar amplamente o "agente laranja" como esfoliante 
durante a Guerra do Vietnã (o que produziu várias doenças e 
mutações genéticas nas gerações seguintes), o Governo dos 
Estados Unidos provou o perigoso produto tóxico em presos 
voluntários de uma prisão da Filadélfia, alegando ser uma 
"investigação dermatológica".
Os experimentos, realizados entre 1951 e 1974, foram 
encabeçados pelo doutor Albert Kligman. Os presos eram pagos 
para permitir a aplicação de injeções de dioxina, um dos 
componentes do "agente laranja". Entre os efeitos sofridos pelos 
presos estão as erupções (cloracne) nas bochechas, atrás das 
orelhas, axilas e virilha.
O Agente laranja é uma mistura de dois 
herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T. Foi usado 
como desfolhante pelo exército dos Estados 
Unidos na Guerra do Vietnã. Ambos os 
constituintes do Agente Laranja tiveram uso 
na agricultura, principalmente o 2,4-D 
vendido até hoje em produtos como o 
Tordon.
Tratamento de câncer com doses extremas de radiação
Entre 1960 e 1971, Eugene Saenger, radiologista da Universidade 
de Cincinnati (Ohio, EUA), executou um experimento que 
consistia em expor 88 pacientes com câncer, pobres e em sua 
maioria negros, a radiações em todo o corpo. As vítimas não 
preencheram nenhum formulário de consentimento, nem foram 
informados de que o Pentágono financiava o estudo. 
Simplesmente foram informados que receberiam um tratamento 
que poderia lhes ajudar.
Em uma hora receberam o equivalente a cerca de 20.000 
radiografias, sofrendo no resultado náuseas, vômitos, dor de 
estômago severa, perda do apetite e confusão mental. Um 
relatório de 1972 concluiu que até um quarto dos pacientes 
morreram por causa da radiação.
16/10/17
Os controvertidos testes com vírus letais que estão 
sendo conduzidos nos EUA
Carlos Serrano (@carliserrano)BBC News Mundo
•25 março 2019
Um grupo de cientistas americanos adverte que o governo dos EUA está financiando com dinheiro público 
"experimentos perigosos" que poderiam gerar uma pandemia.
São estudos laboratoriais controversos em que são manipuladas cepas do vírus mortal da gripe aviária.
O risco associado a essas pesquisas levou à suspensão das mesmas há quatro anos, mas agora as 
autoridades de saúde americanas voltaram a dar sinal verde para que sejam realizadas.
O perigo, de acordo com este grupo de cientistas, é que os experimentos abram a porta para que este vírus 
altamente contagioso - que ainda não foi transmitido entre seres humanos - infecte milhares de pessoas.
Um dos projetos de pesquisa está sendo desenvolvido pela Universidade de Wisconsin, com financiamento dos 
Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês).
Os experimentos incluem, por exemplo, infectar furões com o H5N1, vírus causador da gripe aviária, e verificar 
se o mesmo é transmitido de um animal para outro.
Este vírus é altamente mortífero para os seres humanos, mas até hoje não foi reportado nenhum caso em que 
tenha sido transmitido diretamente de uma pessoa para outra - o que poderia provocar uma pandemia.
Em geral, os pacientes que contraíram o vírus estiveram em contato com aves doentes.
O objetivo, segundo os pesquisadores, é aprender mais sobre como o vírus se propaga e, assim, prever 
maneiras de impedir sua disseminação entre mamíferos.
A ideia é preparar os seres humanos para esse tipo de infecção.
https://www.bbc.com/portuguese/topics/82857f8e-8134-462a-bb32-b7b14f4eab7516/10/17
16/10/17
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA (HHS, na sigla em inglês) solicitou uma revisão a 
um grupo de especialistas, que concluiu que era seguro liberar os projetos de pesquisa.
Um porta-voz do HHS, citado pela revista científica Science, afirma, no entanto, que as conclusões do painel 
não podem ser publicadas, uma vez que contêm informações confidenciais do laboratório que vai desenvolver 
os experimentos, o que poderia beneficiar seus concorrentes.
Para Lipsitch, essa decisão privilegia os sigilos comerciais de alguns poucos cientistas, em detrimento do 
direito dos cidadãos de conhecer iniciativas que poderiam afetá-los.
Richard Ebrigh, especialista em microbiologia da Universidade Rutgers, nos EUA, citado pela Science, diz 
que essa falta de clareza é "perturbadora e indefensável".
Já Moritz, que defende o projeto, afirma que o processo de revisão foi transparente e incluiu o parecer de 
especialistas internacionais e audiências públicas.
16/10/17
O dilema ético envolvendo a criação de bebês 
geneticamente editados
30 novembro 2018 BBC
 Avanço da ciência permitiu a aplicação da engenharia genética em plantas, animais e até no próprio 
ser humano - ainda que a modificação genética de embriões seja uma linha que o homem até então 
não chegara de fato a cruzar.
Agora, um cientista chinês alega ter ajudado a criar os primeiros bebês geneticamente modificados - e tem 
recebido críticas questionando a ética de seu trabalho. Na última quinta-feira, ele disse ter orgulho do que 
tinha feito.
O professor He Jiankui removeu uma proteína do DNA dos embriões de duas irmãs gêmeas para impedir 
que elas contraíssem o vírus HIV. Segundo ele, as meninas nasceram saudáveis.
Ele disse que conduziu seu trabalho na proteína CCR5 sem o conhecimento da universidade em que 
leciona, a Southern University of Science and Technology, em Shenzen.
Seus estudos envolveram oito casais, cada um deles com um pai HIV positivo e uma mãe HIV negativo.
O pesquisador afirma haver ainda uma segunda gestação envolvendo um embrião geneticamente editado 
em fase inicial de desenvolvimento.
Ele ainda não providenciou evidência científica de seu achado, e sua universidade planeja investigá-lo por 
violações acadêmicas.
16/10/17
Mas, se os resultados divulgados pelo cientista forem confirmados, o experimento pode virar um marco 
científico - e provocar profundos debates éticos.
A esperança é que a edição genética de "linhagem germinativa" - a modificação do DNA de um embrião que 
pode virar uma pessoa - pode consertar mutações genéticas e impedir doenças debilitadoras antes que 
sejam passadas adiante.
16/10/17
Mas a prática carrega um dilema ético: significa modificar o código genético de futuras gerações. Não é mais 
sobre o DNA de uma só pessoa, mas de potencialmente muitos de nós.
Muitos países banem a prática como um todo, permitindo que ferramentas de edição genética sejam usadas só 
em células adultas não reprodutivas.
No Reino Unido, por exemplo, cientistas podem fazer pesquisas de edição genética em embriões descartados de 
fertilização in vitro, mas é proibido permitir que se desenvolvam em um feto.
Regras mais relaxadas existem nos Estados Unidos e estão sob discussão no Japão, mas só relacionadas a 
pesquisa.
O governo na China pediu uma investigação para avaliar se He violou alguma regra ao colocar embriões 
geneticamente modificados de volta ao útero da mulher para se desenvolverem.
O Ministro de Ciência e Tecnologia da China diz acreditar que sim. Xu Nanping se disse "chocado" e contou à 
imprensa estatal que o experimento do professor He é proibido segundo leis chinesas.
16/10/17
Prevenir sofrimento'
He, no entanto, se diz orgulhoso de ter editado o DNA das irmãs gêmeas para que - segundo ele - elas 
ficassem protegidas de contrair HIV até mesmo se entrarem em contato com o vírus.
Para Julian Savulescu, especialista em bioética na Universidade de Oxford, o experimento "expõe 
crianças normais e saudáveis aos riscos de edição genética em troca de nenhum benefício necessário".
Outros argumentam que hoje é possível viver com HIV no organismo e que o tratamento pode levar o 
vírus a níveis indetectáveis no corpo.
Alguns cientistas levantam questões especificamente sobre a remoção o gene CCR5 do corpo das 
gêmeas, já que isso pode aumentar o risco de suscetibilidade a outras doenças, como o vírus do oeste 
do Nilo e o da gripe.
Bebês 'customizados'
He diz que seu trabalho é criação de crianças 
que não sofreriam com doenças, não criar 
bebês 'customizados', com determinada cor de 
olhos ou QI alto.
"Entendo que meu trabalho será controverso - 
mas acredito que famílias precisem dessa 
tecnologia e estou disposto a lidar com as 
críticas por elas", afirma.
16/10/17
Paula Díaz despertou comoção nas redes sociais com vídeos em que pede à presidente Michelle 
Bachelet que lhe permita uma morte digna. No entanto, faltam informações sobre a doença e um 
dos diagnósticos atribui os sintomas a um transtorno psiquiátrico.
Por BBC
13/02/2018
Paula Díaz tem 19 anos e está a pedir à presidente do Chile que a deixe morrer. Desde 2013 que a 
jovem chilena sofre de uma doença rara, que os médicos ainda não conseguiram diagnosticar. 
Num vídeo partilhado pela mãe nas redes sociais, que abalou o Chile (e o mundo), Paula pede à 
presidente, Michelle Bachelet, que autorize a eutanásia — proibida no país –, devido às dores que 
diz serem insuportáveis.
Não tenho descanso, é algo tão terrível que não consigo descansar. Nem de dia nem de noite (…) 
Eu já não suporto o meu corpo. Não posso apoiar nenhuma parte sem que sinta dor. Como não 
conseguem entender que já não aguento mais?”, diz a jovem.
A família conta que nos últimos quatro anos os sintomas se têm agravado: Paula faz movimentos 
involuntários, tem episódios de perda de consciência e paralisia nas mãos e nos pés. Vanessa, a 
irmã de Paula, diz à BBC que “ela [Paula] já está há mais de quatro anos numa cama”, confinada 
a quatro paredes, sem poder sequer sentar-se numa cadeira de rodas para se movimentar pela 
casa e que “não é certo ela viver assim, a ver que o seu corpo falha cada dia mais um pouco”. 
“Ela tem tanta dor que só quer morrer”, conclui.
16/10/17
16/10/17
Durante estes quatro anos foram vários os diagnósticos atribuídos aos sintomas de Paula. O 
último, em 2015, dava conta de que Paula sofria de um problema neurológico e degenerativo. 
O espetro é vasto e não há acordo entre os médicos: desde pneumonia a bronquite obstrutiva, 
de encefalite a ataxia (descontrolo dos músculos) e até mesmo a um problema psiquiátrico 
chamado síndrome de conversão, Paula já foi “diagnosticada” com várias doenças.
Vanessa conta que a família nega os problemas psiquiátricos: “Conhecemos a minha irmã, era 
uma menina saudável que não tinha nenhum problema, nós sabemos que não é um problema 
psiquiátrico”. E alega negligência médica, já que, antes destes episódios, Paula recebeu a 
vacina que protege contra o tétano, difteria e tosse convulsa, e que esta pode ter causado os 
problemas que hoje enfrenta.
Há três anos que a família deixou de submeter Paula a novos exames médicos e que a apoia na 
sua decisão de tentar a eutanásia.
Estamos a respeitar a vontade da Paula, não queremos que ela continue a ser obrigada a 
passar pelas hospitalizações. Como, supostamente, ela é doente psiquiátrica, muitas vezes não 
questionam o que ela sente, tratam-na como louca ou como alguém que está fora de si — e 
ela não quer mais passar por isso”, conta Vanessa.
Com o caso de Paula, o debate sobre a eutanásia voltou à agenda política, pouco tempo 
depois da legalização do aborto no país. O deputado do Partido Liberal Vlado Mirosevic levou 
o tema ao Congresso, dando precisamente o exemplo de Paula, afirmando que “temos de 
respeitar o direito de Paula”.
16/10/17
O médico Miguel Kottow, chefe da Unidade de Bioética da Escola de Saúde Pública da 
Universidade do Chile, considera que seria “um mau precedente” abrir caminho para a 
morte assistidatendo em conta o caso de Paula uma vez que as incógnitas em torno do 
diagnóstico são muitas. Kottow afirma que os vídeos nas redes sociais nada dizem sobre 
“a condição real da jovem” e acrescenta que é um caso “que devemos analisar para 
além da boa vontade e da compaixão

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