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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS 2º Ano Ensino Médio 2º Ano 2024 Linguagens e suas Tecnologias Caderno do Professor(a) - 2º Bimestre GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS ESCOLA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE EDUCADORES 2 Governador do Estado de Minas Gerais Romeu Zema Neto Secretário de Estado de Educação Igor de Alvarenga Oliveira Icassatti Rojas Secretária Adjunta Geniana Guimarães Faria Subsecretaria de Desenvolvimento da Educação Básica Kellen Silva Senra Superintendente da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores Weynner Lopes Rodrigues Diretora da Coordenadoria de Ensino da EFE Janeth Cilene Betônico da Silva Produção de Conteúdo Professores Formadores da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores Revisão Equipe Pedagógica e Professores Formadores da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores Av. Amazonas, 5855 - Gameleira, Belo Horizonte - MG 30510-000 a MATERIAL DE APOIO MATERIAL PARA O(A) PROFESSOR(A) PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS MAPA 2024 4 No intuito de contribuir com o seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com muito carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu planejamento. O presente caderno foi construído tendo por base os Planos de Curso 2024, que foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no CRMG a serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de Minas Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio foi organizado de forma linear. Contudo, ao implementá-lo em sala de aula, você poderá recorrer aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades pedagógicas dos estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são pré-requisitos, ou seja, aqueles que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que precisam ser retomados com os estudantes para a construção do novo conhecimento em questão. Como o principal objetivo deste material é o trabalho com o desenvolvimento de habilidades, este caderno vem com o propósito de dialogar com sua prática e com o seu planejamento dentro das habilidades básicas - aquelas que devemos assegurar que todos os nossos estudantes aprendam. Destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento eficiente e necessário, principalmente por não anular o papel do professor de mediador insubstituível dentro dos processos de ensino e de aprendizagem. Coracini[1] (1999) nos diz que “o livro didático já se encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle do conteúdo e da forma (...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os Cadernos MAPA eficientes, é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos estudantes. Desejamos a você, professor(a), um bom trabalho! Equipe da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores Prezado(a) Professor(a), 1. CORACINI, Maria José. (Org.) Interpretação, autoria e legitimação do livro didático. São Paulo: Pontes, 1999. 5 LÍNGUA PORTUGUESA............................................................................................7 TEMA DE ESTUDO: Textos argumentativos ............................................................7 TEMA DE ESTUDO: Variação linguística: comunicação diversa ............................... 18 TEMA DE ESTUDO: A importância da curadoria para produção de textos ............... 30 TEMA DE ESTUDO: Literatura brasileira ............................................................... 45 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 57 LÍNGUA INGLESA ................................................................................................. 59 TEMA DE ESTUDO: Working with different texts .................................................. 59 TEMA DE ESTUDO: Linguistic variation ................................................................ 65 TEMA DE ESTUDO: Quality of life ....................................................................... 70 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 75 ARTE ...................................................................................................................... 76 TEMA DE ESTUDO: Planos Sensíveis - O Grafite, das ruas para as galerias ............ 76 TEMA DE ESTUDO: Metamorfoses Urbanas – Formas de criar, transformar e habitar espaços culturais.................................................................................................. 83 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 89 EDUCAÇÃO FÍSICA .............................................................................................. 90 TEMA DE ESTUDO: Danças juninas mineira ......................................................... 90 TEMA DE ESTUDO: Huka-huka: arte marcial indígena .......................................... 94 TEMA DE ESTUDO: Fisiculturismo ...................................................................... 99 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 103 SUMÁRIO 2º ANO Ensino medio 7 Competência 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. Competência 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. (EM13LP05A) Analisar, em textos argumentativos, os posicionamentos assumidos, os movimentos argumentativos (sustentação, refutação/ contra- argumentação e negociação) e os argumentos utilizados para sustentá-los. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero textual/ discursivo, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem preconceito linguístico. (EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na leitura/escuta, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argumentos; problema/solução; definição/exemplos etc.). (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. Leitura e produção de tex- tos dissertativos. Relações entre textos, dis- cursose atos de lingua- gem. Identificação de intencio- nalidades discursivas, va- lores, visões de mundo, crenças, saberes, ideolo- gias e interesses em dife- rentes discursos. Suportes de circulação de textos e efeitos de sentido. Distinção de fato e opinião. Posicionamentos enuncia- tivos (pontos de vista). Interdiscursividade. Pacto de recepção de tex- tos (Pacto ficcional). Estratégias argumentati- vas. Tópico frasal. Posicionamentos assumi- dos em discursos e a influ- ência deles na sociedade. ANO DE ESCOLARIDADE 2º Ano ÁREA DE CONHECIMENTO Linguagens e suas Tecnologias COMPONENTE CURRICULAR Língua Portuguesa REFERÊNCIA Ensino Médio ANO LETIVO 2024 MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA 8 PLANEJAMENTO Estrutura do texto dissertati- vo-argumentativo. Estratégias argumentativas. Argumentação e contra argu- mentação. Ponto de vista. Relações entre a língua e os aspectos sociais, culturais, geopolíticos e históricos dos falantes. Produção de textos e discur- sos com uso das variedades e estilos da língua, de acordo com os contextos de produ- ção, circulação e recepção de textos. Variação linguística. Combate ao preconceito lin- guístico, desrespeito e des- valorização de alguns grupos sociais. Teoria da comunicação. Relação entre as partes do texto. Coesão narrativa. Progressão temática. Coesão e coerência textual. O uso dos pronomes pessoais na construção textual. Conectivos (conjunções, advérbios, pronomes, prepo- sições). (EM13LP24) Analisar formas não institucionalizadas de participação social, sobretudo as vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e formas de expressão típica das culturas juvenis que pretendam expor uma problemática ou promover uma reflexão/ ação, posicionando-se em relação a essas produções e manifestações. TEMA DE ESTUDO: Textos dissertativos. APRESENTAÇÃO Estimado(a) professor(a), seja bem-vindo(a) ao primeiro planejamento do 2º bimestre do caderno MAPA de Língua Portuguesa. O nosso objetivo é apresentar sequências didáticas que o auxiliem em sua jornada, bem como, colaborem para a inovação de suas aulas. É válido ressaltar que todas as atividades propostas podem ser adaptadas para a realidade da sua comunidade escolar, portanto, esteja à vontade para modificar, ampliar e redesenhar tudo o que foi proposto aqui. Os jovens a cada dia que passa estão mais conectados e conscientes das situações do seu cotidiano. Dessa forma, a sala de aula tem se tornado um ambiente de discussões e múltiplas aprendizagens, 9 os jovens utilizam do momento em sala para debater, discutir e trocar informações acerca do mundo em que vivem e para defenderem o seu ponto de vista, usam da argumentação como ferramenta principal, apresentam contra-argumentos e realizam negociações e tudo isso é consequência da globalização e advento das tecnologias. Diante desse contexto, surge a necessidade de trabalhar com textos argumentativos, de posicionamentos e manifestação do pensamento crítico. Assim, as habilidades de Língua Portuguesa selecionadas para trabalhar com os estudantes foram: EM13LP05A, EM13LP02 e EM13LP24. Todas elas têm como objetivo preparar o estudante para situações em que o argumento seja sua principal ferramenta, principalmente ao que tange analisar visões de mundo, analisar movimentos argumentativos e debater questões a ponto de sustentar suas ideias de forma clara e concisa. Essa sequência didática irá direcionar os estudantes para uma imersão de gêneros textuais, vivências pedagógicas que proporcionem um aprendizado teórico e prático, mas de forma leve e inovadora, além de sagaz como nossos estudantes. Portanto, é importante associar as atividades aqui apresentadas às situações de rotina da sua comunidade escolar, dessa maneira, é possível estabelecer maior conexão entre o conteúdo visto em sala com o conteúdo apresentado pela sociedade. O principal objetivo do material está em ofertar ao professor e ao estudante possibilidades de aprendizagem que estejam acompanhando a transformação do mundo, por isso, observe que, as temáticas das atividades, bem como, as propostas de atividades estão relacionadas com as novas rotinas dos estudantes brasileiros que ingressam, cada vez mais cedo, no mercado de trabalho e buscam ensino de qualidade e qualificação para a sua jornada de vida. DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO: Organização da turma Turma em círculo. Recursos e providências Texto impresso. Projetor. Coletânea de textos argumentativos. Caro (a) professor (a), Para esse primeiro momento, previamente, organize uma coletânea de textos com características argumentativas, tais como: artigo de opinião, entrevistas, resenhas críticas, editoriais ou outros de sua preferência. A sua coletânea pode ser de textos impressos ou digitais, organize-a da melhor forma e de acordo com a sua realidade e conveniência pedagógica. A proposta a seguir tem a finalidade de trabalhar as habilidades de leitura e interpretação a partir da análise de um texto que tem como principal característica a argumentação. Dessa forma, ao iniciar a aula organize a turma em um grande círculo e disponibilize o acesso aos textos da sua coletânea, sendo esse acesso, através da projeção, para os textos digitais, ou em cópias, para os textos impressos. Sugestão: para os textos em cópias, pode disponibilizar apenas algumas e solicitar que a leitura seja feita de forma voluntária por alguns estudantes da sala enquanto os demais acompanham. 10 Após a leitura dos textos inicie um bate papo com os estudantes sobre o tema argumentação, veja, a seguir sugestão de perguntas que podem ser direcionadas a eles: Perguntas Norteadoras • É possível identificar traços de argumentação no texto lido? • Qual a importância em apresentar argumentos para sustentar uma ideia defendida? • Você já vivenciou alguma situação em que precisou argumentar para defender um ponto de vista? Em caso positivo, gostaria de compartilhar com a turma? • Você acredita que em quais gêneros textuais é mais comum identificarmos argumentos? Após esse bate-papo é interessante revisar o conceito de texto argumentativo e explicar em quais situações e gêneros textuais ele é mais recorrente. Além disso, comente que a redação do ENEM cobra que seus candidatos redijam um texto dissertativo-argumentativo, portanto, eles quanto estudantes do ensino médio, precisam estar ainda mais atentos a essa estrutura de escrita. No quadro abaixo, você encontra informações sobre o texto argumentativo que pode nortear o início da sua revisão sobre o texto argumentativo. O texto argumentativo O texto argumentativo tem como principais características: defender uma ideia; levantar/defender hipótese; defender teoria ou opinião. O objetivo principal é convencer o leitor/interlocutor acerca de um ponto de vista. Tem uma estrutura bem definida: Introdução - expõe a tese. Desenvolvimento - apresenta os argumentos que vão sustentar a tese. Conclusão - fecha o texto, retomando a tese. No caso do Enem, apresenta-se uma proposta de intervenção. Após finalizar a revisão, retome com a turma para os seus lugares de origem e finalize o momento, perguntando aos estudantes se tiveram alguma dúvida sobre a discussão vivenciada. É muito importante professor(a), proporcionar momentos em que os estudantes tenham a oportunidade de perguntar e sanar eventuais dúvidas. 2º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. Projetor. 11 Caro (a) professor (a), Dando continuidade ao trabalho com as habilidades que visam aos textos argumentativos como principal ferramenta para persuasão, para esse momento nossos estudantes irão analisar textos e identificar algumas estratégias de argumentação, dentre elas; a prática de sustentação, a refutação, a contra argumentação e até mesmo a negociação. Para isso, reveja com a turma o conceito de cada um desses termos a fim de auxiliar no entendimento da atividade que seráproposta logo abaixo do quadro de conceitos. Professor (a), ao revisitar com os estudantes os significados de algumas estratégias argumentativas importantes no texto argumentativo, você pode utilizar o quadro a seguir ou ainda, escrever as palavras no quadro e solicitar que os próprios estudantes realizem uma pesquisa conceituando os termos abaixo. Estratégias de argumentação – sustentação: é a base dos textos argumentativos, pois está relacionada à apresentação de argumentos sólidos e evidências convincentes para defender uma tese ou afirmação. Além disso, é essencial refutar contrapontos e manter uma estrutura lógica e coesa no texto. – refutar: ato de contradizer opiniões contrárias. Negar, rejeitar, combater por meio de argumentos, opor-se a pensamentos contrários. – contra-argumentação: consiste em dar posições contrárias no assunto a ser discutido, a fim de levantar diferentes pontos de vista. – negociação: convencer o outro acerca de algo que, possa ser favorável para quem participa de tal ato. Após a revisão dessas estratégias argumentativas, direcione os estudantes para um momento prático. Disponibilize para a turma, o acesso à música “Rap do Silva” de Bob Rum, disponível em plataformas digitais e no site Youtube, segue o link: Sugestão de vídeo. Vídeo Rap do Silva. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=vlZ9MGgC1NI&list=RDEMgvV6UY4BsfHQn9WsN6DZfA&start_ radio=1&rv=Xo3V-f7erXE. Uma alternativa em caso de escassez da internet é disponibilizar a letra da canção para que os estudantes possam ler, analisar e refletir. Ela pode ser projetada ou entregue em cópias impressas. RAP DO SILVA (ícone clicável) Após a análise da canção, inicie com os estudantes uma conversa sobre o texto em estudo. Chame a atenção para o fato de que o rap é um estilo dentro do hip hop, e que esse é uma forma não institucionalizada de participação social e suas manifestações artísticas que tem por finalidade expor 12 uma problemática social posicionando-se em relação ao que é manifestado. Professor (a), para orientar o momento de discussão sobre a música, no quadro seguem as perguntas que podem ser utilizadas, fique à vontade para alterar ou utilizar na íntegra. Perguntas orientadoras • Você já conhecia essa música? • Ao assistir ao clipe/ouvir a música/ler a letra, quais sensações ou emoções foram despertadas em você? • Que questão social é levantada no enredo da história? • Descreva como é o cenário da história contada? • Levante hipótese que porque o sobrenome escolhido para música ser “Silva”. • Quantas pessoas você conhece que tem o mesmo sobrenome do que foi citado na música? Esse número sustenta a sua hipótese respondida na pergunta anterior? • No verso “Ele era funkeiro, mas era pai de família”, explique o uso da conjunção “mas” e que efeito ela causa. Esse efeito é positivo? Negativo? Justifique. Com o momento de discussão finalizado, solicite aos estudantes que dissertem, no caderno, um artigo de opinião, sobre a temática apresentada na música. Revise com a turma as principais características do gênero e chame a atenção para a importância da argumentação em um texto de opinião. Com os textos concluídos, abra espaço para que, os estudantes que se sentirem à vontade, possam ler em voz alta compartilhando o seu texto com os demais colegas. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). 3º MOMENTO: Recursos e providências Texto impresso. Caro (a) professor (a), Para esse momento a proposta é organizar um debate regrado. Isso porque, a atividade do debate é de extrema importância para a formação educacional de nossos estudantes, afinal ele estimula o desenvolvimento do pensamento crítico e a prática da elocução, além de auxiliar no processo do raciocínio lógico. O vídeo a seguir é bem didático e pode ser uma ferramenta para explicar aos estudantes como funciona um debate regrado. Sugestão de vídeo Em caso de escassez da internet, professor (a), você pode fazer um esquema no quadro com as principais informações sobre a organização do debate. Debate regrado em 4 minutos. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8053oXdk2Pc. 13 Após contextualizar a turma sobre o gênero debate, explique então que a sala irá participar de um e que essa é uma prática que trabalha o gênero argumentativo e suas estratégias. Para realizar o debate, escolha um dos temas a seguir ou trabalhe com outros de sua preferência. Tema 1: Mídia, jornalismo e comunicação. Tema 2: Identidades e culturas brasileiras. Tema 3: Preservação ambiental. Observação: os temas sugeridos estão dentro dos eixos temáticos do ENEM, caso opte pela nossa sugestão, relate isso aos estudantes, e chame a atenção deles para a importância de, desde já, começarem a se conectarem com temáticas relacionadas ao exame. Após selecionar o tema, organize a turma em pequenos grupos (número de integrantes a sua escolha), e solicite que deem início a uma pesquisa sobre o assunto. A pesquisa poderá ser realizada no caderno ou em uma folha avulsa. Professor (a), explique a importância de se preparar para um debate e que o primeiro passo é uma pesquisa bem aprofundada sobre o tema, pois é, a partir dela que, os argumentos vão sendo consolidados. Professor (a), você será o mediador do debate, em conjunto com os estudantes, elaborem as regras para que o funcionamento seja o melhor possível. Pensem em tempo para pergunta, tempo para resposta, tempo para a réplica e tréplica, além disso, uma consequência caso alguém desrespeite o outro com palavras inadequadas ou comportamento agressivo. Com as regras devidamente elaboradas e divulgadas para toda a turma, organize os membros à sua escolha. Após os feitos, estabeleça o momento para início e término da atividade. Ao longo da jornada verifique os pontos positivos e os a serem melhorados, dessa forma, em outra oportunidade, você terá ainda mais experiência e autonomia para executar atividades como essa. Ao concluir o debate, converse com a turma sobre as impressões que eles tiveram, se gostaram do tema, quais dificuldades enfrentaram, quais ações tiveram mais facilidade e se participariam novamente de uma atividade desse perfil. Professor (a), aproveite esse momento para tirar eventuais dúvidas sobre gêneros textuais argumentativos, é muito importante esse contato direto para sanar as possíveis dúvidas dos estudantes. 4º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Caro (a) professor (a), dando continuidade ao universo dos textos argumentativos, neste momento vamos voltar nossa atenção para alguns elementos essenciais à prática argumentativa e que, muitas vezes, não recebem a atenção necessária. Durante a atividade proposta ressalte com os estudantes que, em um texto argumentativo o ponto de vista, o posicionamento assumido, a contra argumentação e a estratégia argumentativa, são consolidadas a partir de uma tese, de um pensamento crítico bem elaborado e embasado. Portanto, realizar leituras diversas e produções textuais auxiliam na construção de bagagens que podem servir como ferramenta coesiva nos textos argumentativos. Recursos e providências Texto impresso e projetor. 14 Além disso, enfatize a diferença entre a produção escrita e falada e que a variação linguística deve ser respeitada dentro de um contexto. Lembre que, a língua é heterogênea e se transforma com o tempo, que suas variações são normais e que nosso modo de falar pode modificar de acordo com o lugar em que estamos, cite o exemplo de, uma roda de amigos permite uma conversa informal, mas em uma audiência com um juiz a fala será mais formal, ressalte também, a diferença de sotaques, que cada região tem o seu e isso não pode desmerecer a comunicação do outro e não pode ser usado para invalidar uma opinião ou pensamento alheio, taxando o próximo como inferior, pelo fato de ter um sotaque diferente da região central. Durante o processo de argumentar é necessário manter uma lógica, um pensamento coerente, dessa forma,a narração coesiva também é fundamental para o estudo dos textos argumentativos. Com essa prática, os estudantes devem se preparar para manter o foco das suas ideias, apresentar argumentos lógicos e manter um posicionamento firme. Para trabalhar essa habilidade, vamos promover em sala de aula um júri simulado. Professor (a), explique aos estudantes como são as regras de um júri simulado, ressalte que os papéis são: - Juiz: responsável pelo andamento do júri,faz as intervenções se necessárias, aplica a pena em caso de condenação. - Advogados de defesa: defende o acusado, utiliza de provas, argumentos para provar a inocência ou amenizar a pena quando o réu se declara culpado. - Advogados de acusação ou promotores: tem por objetivo condenar o réu, usam de argumentos e contra argumentos com o intuito de convencer aos jurados quanto à culpabilidade. - Testemunhas: relatam o que sabem sobre o caso. - Corpo de jurados ou júri: responsáveis por analisar os fatos expostos e, ao final, dar o veredicto. - Réu: é o acusado pela situação, podendo ser mais de um. - Público: assiste, em silêncio, a atuação do júri, alguns torcem pela condenação e outros pela absolvição do réu, não votam e nem participam ativamente. Após explicar como o júri é composto, oriente quanto a importância dos participantes estudarem a fundo o caso que será julgado e se prepararem os argumentos e contra argumentos. Explique que é um ambiente formal, portanto, vestimentas, falas e até a postura corporal contam durante a apresentação. O júri simulado deverá acontecer com base no texto “Maria” da autora Conceição Evaristo. Providencie para os estudantes o acesso ao texto, de forma projetada ou impressa, realize uma leitura detalhada e reflexiva, converse com os estudantes sobre as impressões que tiveram sobre a história e então organize o júri, que irá julgar o lixamento sofrido por Maria em um transporte público. Através do enredo da história identifique quem são os réus e a partir daí, delegue as demais funções. TEXTO: MARIA (ícone clicável) Após a atividade, converse com os estudantes sobre a experiência, ouça sugestões e troquem ideias sobre a possibilidade de desenvolverem outras atividades nesse formato. Caso seja do seu interesse, professor (a), convide outras turmas para assistir à apresentação. 15 ANEXO RAP DO SILVA (ícone clicável) Bob Rum Todo mundo devia nessa história se ligar Porque tem muito amigo que vai pro baile dançar Esquecer os atritos, deixar a briga pra lá E entender o sentido quando o Dj detonar (E essa é uma homenagem a todos os Silvas do Brasil) Era só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família É só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família Era um domingo de Sol, ele saiu de manhã Pra jogar seu futebol, deu uma rosa pra irmã Deu o beijo das crianças, prometeu não demorar Falou pra sua esposa que ia vir pra almoçar Mas era só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família É só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família Era trabalhador, pegava o trem lotado Tinha boa vizinhança, era considerado E todo mundo dizia que era um cara maneiro Outros o criticavam porque ele era funkeiro O funk não é modismo, é uma necessidade É pra calar os gemidos que existem nessa cidade Todo mundo devia nessa história se ligar Porque tem muito amigo que vai pro baile dançar Esquecer os atritos, deixar a briga pra lá E entender o sentido quando o Dj detonar E era só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família É só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família E anoitecia, ele se preparava É pra curtir o seu baile que, em suas veias, rolava Foi com a melhor camisa, tênis que comprou, suado E, bem antes da hora, ele já estava arrumado Se reuniu com a galera, pegou o bonde lotado Os seus olhos brilhavam, ele estava animado Sua alegria era tanta ao ver que tinha chegado Foi o primeiro a descer e, por alguns, foi saudado Mas, naquela triste esquina, um sujeito apareceu Com a cara amarrada, suando, estava um breu Carregava um ferro em uma de suas mãos Apertou o gatilho, sem dar qualquer explicação E o pobre do nosso amigo, que foi pro baile curtir Hoje, com sua família, ele não irá dormir Porque era só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família É só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família Era só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família Só mais um Silva que a estrela não brilha Ele era funkeiro, mas era pai de família Era só mais um Silva Fonte: Vagalume, 2024. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/bob-rum/ rap-do-silva.html. 16 TEXTO: MARIA (ícone clicável) Maria Conceição Evaristo Maria estava parada há mais de meia hora no ponto de ônibus. Estava cansada de esperar. Se a distância fosse menor, teria ido a pé. Era preciso mesmo ir se acostumando com a caminhada. Os ônibus estavam aumentando tanto! Além do cansaço, a sacola estava pesada. No dia anterior, no domingo, havia tido festa na casa da patroa. Ela levava para casa os restos. O osso do pernil e as frutas que tinham enfeitado a mesa. Ganhara as frutas e uma gorjeta. O osso a patroa ia jogar fora. Estava feliz, apesar do cansaço. A gorjeta chegara numa hora boa. Os dois filhos menores estavam muito gripados. Precisava comprar xarope e aquele remedinho de desentupir o nariz. Daria para comprar também uma lata de Toddy. As frutas estavam ótimas e havia melão. As crianças nunca tinham comido melão. Será que os meninos gostavam de melão? A palma de umas de suas mãos doía. Tinha sofrido um corte, bem no meio, enquanto cortava o pernil para a patroa. Que coisa! Faca-laser corta até a vida! Quando o ônibus apontou lá na esquina, Maria abaixou o corpo, pegando a sacola que estava no chão entra as suas pernas. O ônibus não estava cheio, havia lugares. Ela poderia descansar um pouco, cochilar até a hora da descida. Ao entrar, um homem levantou lá de trás, do último banco, fazendo um sinal para o trocador. Passou em silêncio, pagando a passagem dele e de Maria. Ela reconheceu o homem. Quando tempo, que saudades! Como era difícil continuar a vida sem ele. Maria sentou-se na frente. O homem assentou-se ao lado dela. Ela se lembrou do passado. Do homem deitado com ela. Da vida dos dois no barraco. Dos primeiros enjoos. Da barriga enorme que todos diziam gêmeos, e da alegria dele. Que bom! Nasceu! Era um menino! E haveria de se tornar um homem. Maria viu, sem olhar, que era o pai do seu filho. Ele continuava o mesmo. Bonito, grande, o olhar assustado não se fixando em nada e em ninguém. Sentiu uma mágoa imensa. Por que não podia ser de outra forma? Por que não podiam ser felizes? E o menino, Maria? Como vai o menino? cochichou o homem. Sabe que sinto falta de vocês? Tenho um buraco no peito, tamanha a saudade! Tou sozinho! Não arrumei, não quis mais ninguém. Você já teve outros... outros filhos? A mulher baixou os olhos como que pedindo perdão. É. Ela teve mais dois filhos, mas não tinha ninguém também! Homens também? Eles haveriam de ter outra vida. Com eles tudo haveria de ser diferente. Maria, não te esqueci! Tá tudo aqui no buraco do peito... O homem falava, mas continuava estático, preso, fixo no banco. Cochichava com Maria as palavras, sem entretanto virar para o lado dela. Ela sabia o que o homem dizia. Ele estava dizendo de dor, de prazer, de alegria, de filho, de vida, de morte, de despedida. Do buraco-saudade no peito dele... Desta vez ele cochichou um pouquinho mais alto. Ela, ainda sem ouvir direito, adivinhou a fala dele: um abraço, um beijo, um carinho no filho. E logo após, levantou rápido sacando a arma. Outro lá atrás gritou que era um assalto. Maria estava com muito medo. Não dos assaltantes. Não da morte. Sim da vida. Tinha três filhos.O mais velho, com onze anos, era filho daquele homem que estava ali na frente com uma arma na mão. O de lá de trás vinha recolhendo tudo. O motorista seguia a viagem. Havia o silêncio de todos no ônibus. Apenas a voz do outro se ouvia pedindo aos passageiros que entregassem tudo rapidamente. O medo da vida em Maria ia aumentando. Meu Deus, como seria a vida dos seus filhos? Era a primeira vez que ela via um assalto no ônibus. Imaginava o terror das pessoas. O comparsa de seu ex-homem passou por ela e não pediu nada. Se fossem outros os assaltantes? Ela teria para dar uma sacola de frutas, um osso de pernil e uma gorjeta de mil cruzeiros. Não tinha relógio algum no braço. Nas mãos nenhum anel ou aliança. Aliás, 17 nas mãos tinha sim! Tinha um profundo corte feito com faca-laser que parecia cortar até a vida. Os assaltantes desceram rápido. Maria olhou saudosa e desesperada para o primeiro. Foi quando uma voz acordou a coragem dos demais. Alguém gritou que aquela puta safada conhecia os assaltantes. Maria assustou-se. Ela não conhecia assaltante algum. Conhecia o pai do seu primeiro filho. Conhecia o homem que tinha sido dela e que ela ainda amava tanto. Ouviu uma voz: Negra safada, vai ver que estava de coleio com os dois. Outra voz ainda lá do fundo do ônibus acrescentou: Calma gente! Se ela estivesse junto com eles, teria descido também. Alguém argumentou que ela não tinha descido só para disfarçar. Estava mesmo com os ladrões. Foi a única a não ser assaltada. Mentira, eu não fui e não sei porquê. Maria olhou na direção de onde vinha a voz e viu um rapazinho negro e magro, com feições de menino e que relembrava vagamente o seu filho. A primeira voz, a que acordou a coragem de todos, tornou-se um grito: Aquela puta, aquela negra safada estava com os ladrões! O dono da voz levantou e se encaminhou em direção a Maria. A mulher teve medo e raiva. Que merda! Não conhecia assaltante algum. Não devia satisfação a ninguém. Olha só, a negra ainda é atrevida, disse o homem, lascando um tapa no rosto da mulher. Alguém gritou: Lincha! Lincha! Lincha!... Uns passageiros desceram e outros voaram em direção a Maria. O motorista tinha parado o ônibus para defender a passageira: Calma, pessoal! Que loucura é esta? Eu conheço esta mulher de vista. Todos os dias, mais ou menos neste horário, ela toma o ônibus comigo. Está vindo do trabalho, da luta para sustentar os filhos... Lincha! Lincha! Lincha! Maria punha sangue pela boca, pelo nariz e pelos ouvidos. A sacola havia arrebentado e as frutas rolavam pelo chão. Será que os meninos gostam de melão? Tudo foi tão rápido, tão breve. Maria tinha saudades do seu ex-homem. Por que estavam fazendo isto com ela? O homem havia segredado um abraço, um beijo, um carinho no filho. Ela precisava chegar em casa para transmitir o recado. Estavam todos armados com facas-laser que cortam até a vida. Quando o ônibus esvaziou, quando chegou a polícia, o corpo da mulher já estava todo dilacerado, todo pisoteado. Maria queria tanto dizer ao filho que o pai havia mandado um abraço, um beijo, um carinho. Fonte: EVARISTO, C. Maria. LiteraAfro, [S. l.], 2023. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/literafro/24-textos- das-autoras/925-conceicao-evaristo-maria. 18 Competência 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. Competência 5: Compreender os múltiplos aspectos que envolvem a produção de sentidos nas práticas sociais da cultura corporal de movimento, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos. (EM13LP08) Analisar elementos e aspectos da sintaxe do português, como a ordem dos constituintes da sentença (e o efeito que causam sua inversão), a estrutura dos sintagmas, as categorias sintáticas, os processos de coordenação e subordinação (e os efeitos de seus usos) e a sintaxe de concordância e de regência, de modo a potencializar os processos de compreensão e produção de textos e a possibilitar escolhas adequadas à situação comunicativa. (EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras e gestuais). (EM13LP09) Comparar o tratamento dado pela gramática tradicional e pelas gramáticas de uso contemporâneas em relação a diferentes tópicos gramaticais, de forma a perceber as diferenças de abordagem e o fenômeno da variação linguística e analisar motivações que levam ao predomínio do ensino da norma-padrão na escola. Trabalho com diferentes gê- neros discursivos. Estudo e análise de discursos e atos de linguagem que ge- ram preconceitos e estereóti- pos na sociedade. Análise do contexto de pro- dução, circulação e recepção de textos e atos de lingua- gem. Compreensão de recursos linguísticos e multissemióti- cos e seus efeitos de sentido nas práticas corporais. Leitura, compreensão e pro- dução textual. Sintaxe do Português. Período simples. Período composto. Gêneros e tipos textuais. Relações entre palavras, sons, imagens, links, gestos, desenhos e fotos na constru- ção de sentidos de textos. Relação de recursos verbais e não verbais às suas fun- ções comunicativas, sua re- percussão e interação com o leitor. Variação linguística. O uso dos pronomes no por- tuguês padrão e não padrão. Análise de motivações que levam ao predomínio do en- sino da norma-padrão. 19 PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Variação linguística: comunicação diversa APRESENTAÇÃO Caro (a) professor (a), Seja bem-vindo (a) ao nosso segundo planejamento, temos como objetivo trabalhar uma pauta de grande necessidade e importância: diversidade linguística. E para além dela, o combate ao preconceito linguístico e para isso selecionamos as competências EM13LP08 e EM13LP09, que especificamente visam compreender o funcionamento das diferentes linguagens e dos múltiplos aspectos que envolvam a produção de sentidos nas práticas sociais em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. A variação linguística pode se manifestar de diversas formas, desde o nível mais elevado e coletivo, por exemplo, quando pensamos no português do Brasil e de Portugal, até o menos elevado e individual, quando é possível observar o modo de falar de uma pessoa. Assim, é possível dizer que a variação é encontrada em diversos âmbitos, tais como: grandes regiões, estados, classes sociais, faixas etárias, níveis de renda, grau de escolaridade, profissão e demais características. Porém, embora seja um fenômeno natural, a variação linguística acarreta a rejeição por parte de alguns falantes. Contudo, tal prática não pode ser aceita, dessa forma, a sala de aula é o melhor lugar para discutir e aprender sobre as diversas formas de falar, se comunicar e combater o preconceito linguístico. O preconceito linguístico é a prática que um indivíduo ou um grupo social assume diante de algum modo de falar que diverge do seu. Pode ser uma variedade linguística social ou regional. Como todo preconceito, o linguístico é a manifestação, de fato, de um preconceito social, porque o que está em jogo não é a língua que a pessoa fala, mas a própria pessoa como ser social. Uma vez que a língua é parte fundamental da identidade de um indivíduo e de um grupo social, rejeitar a língua é rejeitar a própria pessoae a comunidade de que ela faz parte. Dessa forma, as atividades aqui propostas, visam à reflexão e à imersão em um universo de comunicação diversa e respeitosa, além do combate ao preconceito linguístico. Porém, fique à vontade para alterar as atividades sugeridas para a realidade da sua comunidade escolar. Mãos à obra! DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO: Organização da turma Turma em círculo. Recursos e providências Texto impresso. Projetor ou sala multimídia. Caro (a) professor (a), nesse primeiro momento será realizado um instante de reflexão com os estudantes, o qual eles deverão pensar a respeito nas diversas formas de comunicação e diferentes 20 Vídeo Sotaques de Minas Gerais: cada região tem um jeitinho de falar - Jornal Minas Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oMjtfClwStc. formas de linguajar. Organize a turma em um grande círculo e inicie um bate-papo com a temática “sotaque”, explique para eles o conceito dessa palavra, esclareça que cada região tem o seu e que, diferente das gírias, ele não está atrelado a questões de idade, classe social ou gênero, por exemplo. Compartilhe com eles, alguma situação que você tenha vivenciado com o sotaque de outra região e dê a oportunidade que eles compartilhem a experiência deles também. Ao longo das trocas de experiência chame a atenção para a importância do respeito para com a cultura e a linguagem do outro e que, cada região tem a sua história e seu sotaque faz parte dela, logo, deve ser respeitado. Após essa conversa, disponibilize o acesso ao vídeo a seguir, que retrata os diferentes sotaques do nosso estado, Minas Gerais. Veja: Sugestão de vídeo O vídeo poderá ser projetado ou exibido em sala de multimídia, conforme a realidade da sua comunidade escolar. Outra opção em caso de escassez de internet é ler com os estudantes uma matéria com a mesma temática do vídeo, acerca dos diferentes sotaques presentes em nosso estado. Verifique abaixo. TEXTO: SOTAQUE MINEIRO: CÊ CONHECE AS DIFERENÇAS ENTRE OS SOTAQUES DAS REGIÕES DO ESTADO? (ícone clicável) Professor (a), fique à vontade para disponibilizar os dois materiais aos estudantes e assim, ampliar a reflexão e o conhecimento sobre as variantes linguísticas de uma mesma língua. Após o acesso ao material, converse com os estudantes sobre quais conclusões eles tiraram acerca dos diferentes tipos de fala e se eles tinham essa dimensão do quanto o nosso idioma é rico em variantes. Além disso, disponibilize um tempo para tirar eventuais dúvidas sobre o tema, é importante sempre proporcionar aos estudantes momentos para sanar dificuldades. Organização da turma Turma em círculo. Recursos e providências Texto impresso. Projetor e som. 2º MOMENTO: Caro (a) professor (a), Neste momento vamos apontar a disparidade entre a gramática tradicional e a gramática 21 contemporânea. Assim, observando a diferença entre elas e ressaltando o fenômeno da variação linguística como um fator natural da língua e que deve ser respeitado. Para dar início a essa aprendizagem, os estudantes irão analisar a letra da música “Cuitelinho”, cantada por Nara Leão. Enquanto a turma escuta a música, proporcione o acesso à letra, impressa ou projetada, para que os estudantes possam acompanhar a melodia e realizar percepções necessárias para a discussão da atividade. MÚSICA “CUITELINHO (ícone clicável) Questões norteadoras • A canção adotou sequências da gramática tradicional e contemporânea. Em quais trechos podemos identificar a tradicional? Identifique 2. E em quais trechos podemos identificar a contemporânea? Identifique 2. • O plural é uma regra da gramática tradicional, porém, na canção ele não foi aplicado, em sua opinião essa estratégia prejudicou a intenção comunicativa? Justifique. • Identifique as palavras que fogem à regra tradicional e levante hipótese em quais situações do dia a dia elas podem ser empregadas. • Você conhece pessoas que se comunicam como o eu lírico da música? • De acordo com o seu ponto de vista a comunicação na música é eficiente? Justifique sua resposta. • Você conhece outra música que a gramática predominante seja a contemporânea? Em caso positivo qual? Gostaria de compartilhar? Após a discussão conclua com a turma o raciocínio sobre a diferença entre as duas gramáticas e a importância de ambas para a comunicação. Ressalte que a disparidade faz parte do processo de comunicação e que a escolha entre uma e outra será a partir do contexto em que o locutor e interlocutor estão inseridos. Organização da turma Em pequenos grupos. Recursos e providências Texto impresso. Projetor. 3º MOMENTO: Caro (a) professor (a), É importante que os estudantes tenham a consciência de que a boa comunicação não está atrelada à memorização de regras de linguagem, tão pouco à disciplina escolar que repassa regras que exigem contextos únicos e engessados. Dessa forma, os conhecimentos linguísticos prévios e não gramaticais tradicionais dos estudantes, não devem ser anulados e sim somados às novas 22 aprendizagens. Para esse momento os estudantes irão reinventar uma personagem muito conhecida pelo seu sotaque: Chico Bento. Personagem criado por Maurício de Sousa é conhecido por seu sotaque “caipirês” com o objetivo de representar o seu modo de falar, o autor transcreve nos quadrinhos exatamente como ele fala. Para melhor compreensão dos estudantes, proporcione para turma o acesso aos textos a seguir, impressos ou projetados, realize a leitura com a turma e chame a atenção para a forma como Chico Bento se comunica. TIRINHAS (ícone clicável) Durante a leitura coletiva com os estudantes, chame a atenção para a forma com a qual as palavras foram escritas, como de fato elas representam a forma de falar do meio rural, local de origem da personagem. Após a leitura, organize a turma em pequenos grupos (número de componentes à sua escolha), solicite aos estudantes que recriem a Chico Bento! Os grupos deverão levantar a hipótese de que Chico Bento é um adolescente, nascido e criado em outra região do Brasil, com uma linguagem diferente da que ele apresenta pelo seu criador original. Os estudantes deverão criar uma tirinha, no caderno, com enredo à escolha deles, a escrita deverá ser feita de modo a enfatizar as características do falante. Após a conclusão da atividade, convide os grupos para compartilhar com os demais colegas as criações. Organização da turma Em círculo. Recursos e providências Texto impresso. Projetor. 4º MOMENTO: Caro (a) professor (a), Para este momento as atividades serão voltadas para a análise crítica de preconceitos, estereótipos e relações de posicionamentos contrários a qualquer manifestação de comunicação não tradicional, é válido lembrar que, toda forma de falar é válida e não cabe preconceito ou rejeição à variedade comunicativa dos indivíduos. Para isso, a turma irá participar de um debate regrado, pautado na discussão do tema: “toda língua é língua: comunicação é para todos!”. Para isso, leia um trecho do livro “A língua de Eulália” de Marcos Bagno, que ressalta a importância do combate ao preconceito linguístico. Além disso, o autor chama a atenção que a maneira como um indivíduo fala, não anula a sua história e tão pouco a sua sabedoria em outras áreas do conhecimento. O trecho pode ser disponibilizado impresso ou projetado para toda a turma. TRECHO DO TEXTO: QUEM RI DO QUÊ? (ícone clicável) 23 Após a leitura do trecho, organize a turma em círculo e dê início ao debate sobre o tema já proposto. A organização fica a critério conforme a realidade da sua turma, mas alguns combinados são importantes serem estabelecidos antes: tempo de fala de cada um, tempo de resposta, cordialidade durante as perguntas, usar de vocabulário polido e respeitoso, aguardar a vez para se manifestar, respeitar opiniões contrárias. Com o término do debate, converse com a turma as impressões tiradas e quais conclusões chegaram quanto às diferentes formas de falar. Além disso, disponibilize um tempopara que os estudantes tirem eventuais dúvidas sobre o conteúdo. 24 ANEXO TEXTO: SOTAQUE MINEIRO: CÊ CONHECE AS DIFERENÇAS ENTRE OS SOTAQUES DAS REGIÕES DO ESTADO? (ícone clicável) Sotaque Mineiro: cê conhece as diferenças entre os sotaques das regiões do estado? Minas Gerais é 4º maior estado do Brasil e faz fronteira com outros seis estados: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, formando com esses três últimos a região sudeste. Soma-se à questão da localização geográfica o histórico de formação do estado, que atraiu muitos forasteiros e estrangeiros, principalmente no ciclo do ouro e no período da expansão ferroviária. Isso tudo resultou em uma grande riqueza cultural e também em uma das maiores variações linguísticas do país. Embora o mineiro tenha um jeitim de falar bem característico, que é famoso no Brasil todo, há diferentes tipos de sotaques em Minas, que podem ser divididos em 4 principais. Quer saber quais são eles e entender melhor as diferenças regionais do nosso mineirês? Vambora! Sotaques de Minas viraram objeto de estudo Maria do Carmo Viegas, professora da faculdade de Letras UFMG e doutora em estudos linguísticos, é uma das maiores referências em pesquisa sobre o sotaque mineiro. A partir de estudos desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisa Var-Fon (Variação Fonético-Fonológica, Morfológica e Lexical), ela organizou os livros Minas é plural e Minas é Singular, com textos próprios dela e também de outros professores e pesquisadores da área. Em 10 anos de pesquisas, foram identificados e estudados 4 tipos de sotaques mineiros divididos de acordo com as regiões onde cada um deles é falado, com influências evidentes de estados vizinhos a essas regiões. Confira a seguir! Regiões Norte, Noroeste e Vales do Jequitinhonha e Mucuri: falar baiano Devido à proximidade com a Bahia, nessas regiões o sotaque mineiro absorveu características como a pronúncia de vogais bem abertas (ex: mé-renda, có-varde, né-blina) e outras gírias faladas também pelos baianos. Além disso, os mineiros-baianos (tem combinação melhor que essa?) pronunciam bãnãna em vez de “bá-nana”, “mutcho” e “otcho” no lugar de “muito” e “oito”, “idadi” e “denti” e não “idadji” e “dentchi” como no resto do estado. Zona da Mata: falar fluminense Há quem diga que os juizforanos sejam os “cariocas de Minas”. Na cidade que faz divisa com o estado do Rio e em outros municípios daquela região, o “chiado” característico do carioquês — perceptível principalmente na pronúncia do “s” com som “x” — foi incorporado ao mineirês (também uma bela combinação, não acham?). Em algumas dessas cidades, como Piranga, também se nota a pronúncia mais aberta das vogais, por estar na área de “transição” entre o falar baiano e o fluminense. 25 Regiões Sul, Sudoeste e Triângulo: falar sulista ou paulista A característica mais marcante do sotaque dessas regiões, que estão mais próximas da divisa com São Paulo, é o “r” retroflexo (porrrta, porrrteira, porrrtão), herança do falar caipira, presente também em algumas regiões dos estados de São Paulo e Goiás. Outro aspecto característico desse linguajar caipira é a supressão do nh e do lh, transformando, por exemplo, pertinho em “pertim” e filho em “fio” — que já virou simplesmente “fi”. O estereótipo do caipira que “fala errado”, aliás, muitas vezes associado à figura do mineiro, já foi motivo de chacota e pode ser que ainda seja em alguns contextos menos evoluídos. Mas a gente mesmo acha isso uma bubiça e que nosso sotaque é, na verdade, um trenzim bunitim dimaidaconta, sô! Região Central: falar mineiro Na Central Mineira, da qual faz parte a capital, Belo Horizonte, incluindo sua região metropolitana e outras cidades ao redor, como Ouro Preto, Sete Lagoas, Itabira, Bom Despacho, Pará de Minas, Nova Serrana e Conselheiro Lafaiete, é onde seria falado o mineirês “autêntico”, com menos influências “externas”, por assim dizer. Nessas bandas, não se nota a presença do “r” retroflexo, por exemplo, nem das vogais abertas. Há quem diga, ainda, que o sotaque falado em BH, mais especificamente, seria diferente de todos os outros. Talvez nele haja, na verdade, traços dos demais sotaques combinados, já que a capital recebe imigrantes de todas as regiões do estado, o que pode ter contribuído para nivelar esses sotaques. Embora haja algumas diferenças sutis e outras mais marcantes, não só na questão da pronúncia, mas também de gírias e expressões que são próprias de cada região de Minas, há muito em comum entre todas ou em grande parte do território mineiro. Essas características podem variar, ainda, de um município para outro, ainda que estejam na mesma região. A mania de engolir o final das palavras (“pertim”), emendar uma na outra (“cadivó”), dispensar o plural (“pega seus trem”, “vamo lá”) e o “r” do infinitivo (“rezá“, “torcê”) , comer parte do gerúndio (“andano”, “ino”, “viajano” ) são algumas das peculiaridades que temos em comum entre os sotaques de Minas. Outra característica marcante do sotaque mineiro, de modo geral, é o alteamento das vogais pretônicas, como a pronúncia “i” no lugar de “e” (“ixplicar”, “intender”) e de “u” no lugar de “o” (“durmir”, “cumer”). Também observamos, em boa parte do estado, a monotongação dos ditongos, com redução dos encontros vocálicos a apenas uma vogal (“loco, “poco”, dexa”, “caxa”) e a ditongação sibilante (“treis”, “veiz”, “freguêis”) — vai entender, né, sô? A gente tira letras de umas e coloca em outras. Nu fim das conta, mineiro gosta mesmo é de arredá, coisá o trem, passá um cafézim e cumê um queijim… Nuh, bão demais! Pura minerice correndo nas veias e no coração da gente! E se ocê também morre de orgulho do nosso mineirês, que cê acha de literalmente vestir a camisa? Fonte: Blog Bendize, 2024. Disponível em: https://blog.bendize.com.br/2020/11/sotaque-mineiro/. 26 MÚSICA “CUITELINHO (ícone clicável) Cuitelinho Nara Leão Cheguei na bera do porto Onde as onda se espaia As garça dá meia volta E senta na bera da praia E o cuitelinho não gosta Que o botão de rosa caia ai Ai quando eu vim de minha terra Despedi da parentaia Eu entrei no Mato Grosso Dei em terras paraguaia Lá tinha revolução Enfrentei fortes bataia ai A tua saudade corta Como o aço de navaia O coração fica aflito Bate uma, a otra faia E os oio se enche d'água Que até a vista se atrapaia ai. Fonte: Letras, 2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/nara-leao/286075/ 27 TIRINHAS (ícone clicável) LO PE S, M . P . M . T iri nh as d o Ch ico B en to : a ná lis e de d ife re nç as d ia le ta is na L ín gu a Po rtu gu es a. P or ta l d o Pr of es so r, [S . l.] , 2 01 0. D isp on íve l e m : h ttp :/ /p or ta ld op ro fe ss or .m ec .g ov .b r/ fic ha Te cn ica Au la .h tm l?a ul a= 19 74 6. 28 TRECHO DO TEXTO: QUEM RI DO QUÊ? (ícone clicável) QUEM RI DO QUÊ? Depois do almoço, que foi mesmo uma grande festa, Ângelo voltou ao trabalho e Eulália foi dormir sua sesta habitual da tarde. Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene. — A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! — comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortênsias. — Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também — diz Irene, sorrindo. — Já é um custo agüentar a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene. “Dona” Irene ou, pior, “Professora Doutora” Irene, eu cobro só de quem não gosto. Todas sorriem. Irene prossegue: — Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem. A Eulália, não, acho que tem um “dedo verde”. Basta alisar uma planta murchinha para ela ficar toda brejeira, verdinha e viçosa. Uma coisa impressionante. — Foi ela também que preparou o almoço, não foi? — pergunta Emília. — Foi — responde Irene. — Eu gosto de cozinhar, mas quando tem visita, a Eulália nãome deixa chegar perto das panelas. Faz questão de preparar tudo sozinha. A maior glória para ela é quando alguém louva a comida que fez. — Parece que a Eulália é mesmo muito prendada — comenta Sílvia. — Prendada? Essa é boa! — ri Irene. — Menina, em que século passado você nasceu? Sílvia fica corada. — Para dizer a verdade — prossegue Irene —, a Eulália é um poço sem fundo de conhecimento e sabedoria. Todo dia aprendo uma coisa nova com ela. Só de remédios caseiros, feitos com ervas medicinais, dava para encher uma enciclopédia. E como conselheira para momentos de angústia e depressão não conheço melhor psicólogo do que ela. — Pode até ser — comenta Emília enquanto as quatro se sentam [pág. 13] num grande banco de madeira sob um caramanchão. — Mas ela fala tudo errado. Isso para mim estraga qualquer sabedoria. — Eu tive de me segurar para não rir quando ela disse aquelas coisas na mesa — acrescenta Sílvia. — Que coisas? — quer saber Vera. — Ah, sei lá... agora não me lembro — responde Sílvia. — Eu me lembro — adianta-se Emília. — Ela disse “os probrema”, “os fósfro”, “môio ingrês”... — É mesmo — confirma Sílvia —, e a mais engraçada foi: “percurá os hôme”... Sílvia ri, e Emília a imita. Irene fica séria por alguns instantes. De repente, vira-se para as duas moças e diz: — Or tu chi se’, che vuoi sedere a scranna / Per giudicar da lungi mille miglia, / Con la veduta corta d’una spanna? Sílvia, Emília e Vera, tomadas de surpresa, ficam mudas. — E então? Não querem rir também do que eu disse, como riram das coisas que a Eulália falou? — Mas você falou em italiano — diz Vera. — Se era italiano, por que devíamos rir? Eu não posso achar graça naquilo que não entendo — diz Emília. — E por que você não entende? — pergunta Irene. — Ora, porque não falo italiano — responde Emília. 29 — E o que é que você fala? — continua Irene. — Eu falo português — diz Emília, já intrigada. — E o que é o italiano para alguém que fala português? — quer saber Irene. As moças param um instante para pensar. É Sílvia quem responde: — É outra língua. — Uma língua diferente — completa Vera. — Muito bem — diz Irene. — Vocês não entenderam o verso de Dante que eu citei há pouco porque era italiano. Mas e se eu disser assim: “No mundo non me sei parelha, mentre me for’ como me vay, ca já moiro por vos — e ay!”? — Esse quase dá para entender, afinal é espanhol — diz Sílvia. — Não senhora — corrige Irene. — É português. [pág. 14] — Português?! — espanta-se Emília. — Português, sim, só que do século XII, Idade Média — explica Irene. E que tal alguma coisa assim: “Estou-me nas tintas se não te apetece uma bola de Berlim”? — Vai me dizer que isso também é português? — duvida Sílvia. — Claro que é, é português falado em Portugal. Significa: “Estou pouco ligando se você não gosta de comer sonho”. Vera impacienta-se: — Tia, aonde é que você quer chegar? — Vocês não entenderam o Dante porque o italiano é diferente do português. Vocês não entenderam o português do século XII porque ele é diferente do português de hoje. E não entenderam oportuguês de Portugal porque é diferente do português do Brasil. — E o que tem isso a ver com a fala errada da Eulália? — pergunta Emília. — A fala da Eulália não é errada: é diferente. É o português de uma classe social diferente da nossa, só isso — explica Irene. — Para mim é errado — diz Emília. — É errado dentro das regras da gramática que se aplicam ao português que você fala — diz Irene. — Mas na variedade não-padrão falada pela Eulália essas regras não funcionam. — Variedade não-padrão? Que coisa é essa, tia? — pergunta Vera. Irene dá um suspiro, sorri e diz: — Essa é uma história comprida, Vera, e não sei se dá para resumir aqui, no jardim, nesta tarde fria de julho, depois de ter comido tanto no almoço. — Mas agora eu fiquei curiosa — diz Vera. — Eu também — diz Sílvia. — E eu mais ainda — diz Emília. — Quero ver a senhora... você me convencer que a Eulália não fala errado. Marcos Bagno (A língua de Eulália) 30 Competência 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. Competência 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global. Competência 7: Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos. (EM13LP11) Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos. (EM13LGG305) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagens e línguas diversas, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo seus princípios e objetivos de maneira crítica, criativa, solidária e ética. (EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas. (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede. (EM13LP41) Analisar os processos humanos e automáticos de curadoria que operam nas redes sociais e outros domínios da internet, comparando os feeds de diferentes páginas de redes sociais e discutindo os efeitos desses modelos de curadoria, de forma a ampliar as possibilidades de trato com o diferente e minimizar o efeito bolha e a manipulação de terceiros. (EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras e gestuais). (EM13LP42B) Identificar o enfoque preponderante da mídia e manter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a coletividade. Contextos de produção, cir- culação e recepção de textos escritos e orais e de atos de linguagem. Recursos linguísticos e seus efeitos de sentido. Relações entre os aspectos éticos, estéticos e políticos de gêneros textuais diferen- tes e a intencionalidade do autor. Compreensão de gêneros textuais a partir do contexto de produção, circulação e re- cepção. Tratamento ideológico e lin- guístico da informação, a li- nha editorial e o público-alvo. Seleção lexical. Variedades linguísticas. Estratégias linguísticas e efeitos de sentido. Vozes do discurso. Estratégia de análise e cura- doria da informação. Contextos de produção, cir- culação e recepção de tex- tos. Pesquisa e debate sobre as- suntos de âmbito social, po- lítico, artístico-cultural e eco- nômico, para enfrentamento de desafios contemporâneos. Intervenção em problemas locais, regionais, globais, por meio de propostas críticas, criativas, solidárias e éticas. 31 (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede.(EM13LP43) Atuar de forma fundamentada, ética e crítica na produção e no compartilhamento de comentários, textos noticiosos e de opinião, memes, gifs, remixes variados etc. em redes sociais ou outros ambientes digitais. Apreciação e produção de textos linguísticos e multissemióticos. Atuação, por meio de diferentes linguagens, em questões e situa- ções sociais baseadas em valores e princípios democráticos. Estratégias e métodos para uti- lização de paráfrases, citações, marcas de discurso e resumos. Análise do contexto de produção, circulação e recepção de textos no campo de práticas de estudos e pesquisa. Organização tópico-discursiva. Produção e circulação de textos de divulgação científica. Curadoria e divulgação de infor- mações. Apropriação de procedimentos e técnicas digitais para estudo, pesquisa, interação e intervenção social. Produção e recepção de conheci- mento, de forma consciente e crí- tica, na cultura de rede. Seleção e compreensão de infor- mações, ideias e opiniões que cir- culam nos diversos materiais do meio digital. Manipulação através de textos (vlogs, fotos, blogs, “fake news”) Curadoria. Textos digitais Instagram, Face- book e WhatsApp). Feed. Manipulação através de textos (fotos, vlogs, blogs, “fake news”). Tipos de linguagens. Identificação de palavras e ex- pressões. Infográficos. Análise de gêneros e textos digi- tais. Análise de textos midiáticos. Posicionamento crítico. Avaliação de recursos não ver- bais com a finalidade de modificar comportamentos e hábitos. Checagem de informações. Seleção e compreensão de infor- mações, ideias e opiniões que cir- culam nos diversos materiais do meio digital. Análise de textos de gêneros dis- cursivos contemporâneos de cam- panhas publicitárias e políticas. Apreciação (avaliação de aspec- tos éticos, estéticos e políticos em textos e produções artísticas e culturais. 32 PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: A importância da curadoria para produção de textos. APRESENTAÇÃO Caro (a) professor(a), A sala de aula é um ambiente de múltiplas aprendizagens, por isso, os conteúdos discutidos vão muito além da gramática normativa e produção de textos tradicionais, situações cotidianas também são pauta de discussões e ferramentas para traçar caminhos diferentes de aprendizagens. A partir desse pensamento, discutir a importância da curadoria para textos virtuais e midiáticos se faz necessária, pois atualmente somos diariamente atingidos por mentiras que são divulgadas como verdades. Com o advento da internet e a disseminação das redes sociais, publicações como fake news tem se popularizado e ganhado força nos ambientes virtuais. Pensando nisso, é imprescindível mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir a curadoria de textos virtuais e midiáticos com o objetivo de erradicar notícias falsas e assim combater a desinformação. Para trabalhar essa vertente, selecionamos as seguintes habilidades: EM13LP11, EM13LP29, EM13LP41,EM13LP42B e EM13LP43. Dessa maneira, os estudantes irão compreender o que é a curadoria e a sua importância para checar a fonte de uma informação, evitando a propagação de notícias falsas e a também a produção de materiais com dados falaciosos. As atividades aqui propostas, terão como princípio utilizar diferentes linguagens para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, a prática da produção e do consumo responsável de informações em ambientes midiáticos, principalmente, os digitais. Portanto, adotar gêneros como resenhas, paráfrases, notícias, reportagens, cartazes e outros que colaborem para o processo informativo e criativo, será uma das estratégias para o planejamento aqui apresentado. Isso porque, são gêneros que facilitam a aprendizagem e colaboram para a discussão de uma temática tão necessária e urgente para os dias atuais. Além de, propor práticas coletivas com o objetivo de realizar leitura de textos midiáticos de forma crítica e efetiva e extrair informações que contemplem a realidade individual e coletiva. DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO: Organização da turma Em círculo. Em duplas ou trios. Recursos e providências Texto impresso. Projeção. Material para cartaz. Multimídia (celular, computador, app de edição). 33 Professor (a), Para esse momento organize os estudantes em círculo, inicie um bate-papo com eles sobre a temática “fake news”. Para orientar a conversa, a seguir sugestão de perguntas orientadoras. Questões norteadoras • Você sabe o que é fake news? • Conhece alguém que foi vítima da desinformação? Em caso positivo, quais foram as consequências? • Você consegue relacionar a fake news e o fenômeno da pós -verdade? • Quais cuidados você toma para não consumir e não propagar fake news? • Você já ouviu falar em curadoria? E sabe como ela pode auxiliar no processo de erradicar a fake news? Observação: Professor (a), fique à vontade para adaptar as questões que foram sugeridas. Após o bate-papo, disponibilize o texto a seguir para os estudantes, de forma impressa ou projetada. Realize a leitura para desenvolver a atividade que será proposta. TEXTO: REPORTAGEM (ícone clicável) O texto referido é uma reportagem que aborda as graves consequências de disseminação de uma fake news, organize os estudantes em duplas ou trios, conforme for o melhor para a sua realidade escolar, e solicite que eles elaborem um cartaz ou uma postagem no feed de uma página de rede social, sobre o combate à fake news. Esse cartaz ou feed terá como público-alvo estudantes adolescentes de escolas públicas. Em primeiro instante, solicite que a atividade seja desenvolvida no caderno de cada estudante, em forma de rascunho, que pode ser corrigido e alterado conforme necessidade, após a sua correção e aprovação, professor (a), oriente as duplas/trios a produzirem, em um outro momento, o texto em materiais adequados, exemplo, cartolina para o cartaz, e uma publicação real em rede social para aqueles que optaram fazer uma postagem em um feed. Finalize a atividade retomando a discussão sobre as graves consequências em divulgar informações falsas e como é importante combater esse tipo de prática principalmente em meios de redes sociais. Inicie uma prévia sobre curadoria, que será o assunto do próximo momento. Além disso, solicite que, no próximo encontro, eles tragam para sala de aula jornais e revistas impressos para a atividade. Ao final, disponibilize um momento para que os estudantes tirem possíveis dúvidas sobre o assunto discutido em sala de aula. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. Jornais e revistas. 2º MOMENTO: 34 Caro (a) professor (a), Para esse momento vamos discutir o que é a curadoria e a sua importância para evitar a disseminação de conteúdos falsos. Primeiramente, conceitue o termo curadoria para a turma: Curadoria: consiste em pesquisar, selecionar e compartilhar materiais relevantes sobre determinado assunto ou área de interesse, disponibilizando-os em meios físicos ou digitais. Em linhas gerais é uma pesquisa para identificar origem e fonte das informações antes de propagá-las para o leitor. Após explicar sobre o que é a curadoria, aponte as vantagens em realizar uma e de que forma ela corrobora para evitar a disseminação de notícias falsas. Em seguida, organize a turma em pequenos grupos (quantidade de estudantes por grupo, deve ser definida pelo (a) professor (a) a partir da realidade da turma), com os grupos organizados, solicite que eles peguem os jornais e revistas solicitados, na aula anterior, para realizarem a atividade deste momento, que deverá ser registrada preferencialmente no caderno de cada integrante do grupo. A turma irá produzir uma ficha de dados utilizando uma notícia ou reportagem do material que os estudantes trouxeram, o preenchimentodessas informações se assemelha a uma pesquisa de curadoria e auxilia o leitor a realizar uma leitura crítica, consistente de questionadora. FICHA DE LEITURA Título do texto: Autor (a): Data de publicação: Local de publicação: Suporte (revista, jornal, panfleto…): Público-alvo: Temática trabalhada: Intenção do autor: Linguagem utilizada: Presença de imagens: Presença de outros elementos visuais? Tais como tabelas, infográficos, gráficos? Texto de fácil compreensão? Qual impacto o tipo de informação transmitida gera na sociedade? A fonte que publicou o texto é confiável? Quais cuidados você tem para não consumir notícias falsas? Com a ficha preenchida, convide alguns estudantes para compartilhar com os demais as informações colhidas. Pergunte o que eles acharam da experiência em catalogar as informações após a leitura. Em seguida, destine um tempo para que os estudantes tirem possíveis dúvidas acerca do tema. 35 Organização da turma Em duplas ou trios. Recursos e providências Texto impresso. Projetor. 3º MOMENTO: Professor (a), Os estudantes estão cada vez mais conectados com as diferentes formas de manifestações artísticas, tais como dança, músicas, grafite, enfim, dessa forma, uma boa estratégia de aprendizagem é adotar essas manifestações como ferramentas didáticas. Assim, para este momento, com o intuito de fixar ainda mais a reflexão sobre a importância de não compartilhar informações falsas, os estudantes deverão produzir uma paródia sobre o assunto. Para isso, retome o conceito e explique para a turma o que é uma paródia, quais são suas características e em quais situações ela pode ser utilizada. Veja o quadro de informações a seguir que pode ser compartilhado com a turma de forma impressa ou projetada. A paródia A paródia é a recriação de um texto mantendo a ideia central do texto de referência, também chamado de texto original, contudo com efeitos mais sarcásticos, humorísticos e críticos. Pode-se dizer que, a paródia é um exercício de intertextualidade em que o objetivo é levar o leitor a fazer uma reflexão crítica a respeito do que acontece ao seu redor. De modo irreverente, a paródia contribui para a formação de leitores mais reflexivos e questionadores. Outra forma de introduzir os estudantes ao universo da paródia é exibir um modelo pronto, porém, é importante que, para que o leitor identifique os traços da paródia é necessário que ele tenha acesso à obra original. Com isso, promova o acesso ao texto original sempre que for trabalhar com paródias. Como exemplo, disponibilize para os estudantes (de forma impressa ou projetada) os poemas original e parodiado de “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias e Murilo Mendes respectivamente. MÚSICA: CANÇÃO DO EXÍLIO (ícone clicável) PARÓDIA: CANÇÃO DO EXÍLIO (ícone clicável) 36 Realize a leitura com a turma de ambos os textos, destaque semelhanças de diferenças. Relacione quais elementos as obras possuem que podem ser atribuídos ao nosso contexto social e histórico dos tempos em que foram produzidos ou até mesmo da atualidade. Após concluir a leitura, solicite aos estudantes que se organizem, em duplas ou trios, para realizarem uma curadoria de informações acerca dos seguintes temas: – taxa de analfabetismo; – mortalidade infantil por desnutrição; – desemprego; – falta de saneamento básico. Em posse de informações relevantes, peça às duplas/trios que escolham um poema de grande relevância para a literatura brasileira e produzam uma paródia com a temática pesquisada. Após a produção, peça que voluntários compartilhem com a turma o texto parodiado, mas antes, solicite a apresentação do texto original. Ao final, determine um tempo para que os estudantes tirem possíveis dúvidas acerca do tema estudado! Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. Projetor. 4º MOMENTO: Caro (a) professor (a), Para esse momento, vamos aprofundar na habilidade de resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas, isso porque, para uma boa produção texto, faz-se necessária a prévia pesquisa, assim como, a coletânea de dados e a curadoria que auxiliam na formação e organização do desenvolvimento textual. Dessa maneira, providencie o acesso do texto a seguir, seja no modelo impresso ou projetado. TEXTO: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM TEMPOS DE FAKE NEWS: É PRECISO CONVERSAR COM A POPULAÇÃO (ícone clicável) Após a leitura minuciosa do texto faça uma reflexão com a turma acerca do que está sendo discutido. Seguem sugestões de perguntas para orientar a condução da sua conversa com a turma, professor (a), fique à vontade para modificar as questões sugeridas. 37 Questões norteadoras • Qual a temática do texto? • Qual a finalidade do autor ao abordar esse assunto? • A sua visão sobre o papel do cientista foi desmistificada após essa leitura? Justifique. • A leitura foi de fácil entendimento? • Para você, quais estratégias podem ser adotadas para que as pessoas possam ter interesse pela ciência? • De que forma o cientista atua para impedir a disseminação de falsas informações? Em seguida ao bate-papo acerca do texto “Divulgação científica em tempos de Fake News: é preciso conversar com a população”, solicite aos estudantes que produzam, no caderno, uma resenha crítica. A partir dos dados da resenha, e das conclusões tiradas por eles, os estudantes deverão produzir um novo texto dissertativo-argumentativo com a temática: “A importância do acesso da população à informação científica como estratégia para o combate às fake news”. Oriente aos estudantes sobre a estrutura do texto, para padronizar as produções, determine o número de mínimo de linhas e o máximo, bem como coloque o título como obrigatório. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. 5º MOMENTO: Caro (a) professor (a), Vamos finalizar nossos estudos sobre a importância da curadoria no processo de produção de texto, para isso, a proposta deste momento está voltada para atividade mais dinâmica e coletiva. A ideia é que os estudantes coloquem em prática o conceito de curadoria e de fato elaborem um trabalho pautado nesse item. Serão apresentadas duas formas de trabalho, você professor (a) irá aderir aquela que corresponde a sua realidade escolar. É válido lembrar que você tem a liberdade de adaptar a proposta de acordo com a sua necessidade. Para as duas propostas os estudantes irão passar pelo seguinte processo: buscar - selecionar - editorializar - organizar - criar - compartilhar - engajar - monitorar Proposta 1: Formato Digital A turma irá criar uma página em uma rede social (Instagram, Facebook ou outra de preferência e maior domínio). O objetivo da página é publicar informações relevantes para a comunidade em que a escola está inserida. Os temas podem ser os mais variados possíveis, por exemplo: combate à dengue, campanha de vacinação, coleta seletiva, números de telefones de emergências, período de vacinação gratuita de cães e gatos, enfim, temáticas que atendam à comunidade. A página será 38 gerenciada por um representante que será eleito através do voto popular em sala de aula. Todas as postagens deverão passar pelo processo de curadoria e aprovação do (a) professor (a). Veja a organização para a montagem e elaboração do trabalho. A turma deverá ser dividida em 4 grupos ( o número de componentes deverá ser estipulado pelo (a) professor (a) com base na realidade da sala). Cada grupo ficará responsável pelas seguintes tarefas: Grupo 1: ficará responsável por buscar e selecionar os temas e as informações a serem publicadas na página. É a primeira etapa da curadoria. Sempre checar a fonte de onde as informações estão sendo retiradas. Após coletar os dados repassar ao grupo 2. Grupo 2: o segundo grupo irá editar e criar, as postagens devem ser criativas, ter imagens e contemplar as características dostextos digitais. A criação do feed ficará de responsabilidade desse grupo, que após ter o conteúdo pronto para postagem irá encaminhar para o grupo 3. Grupo 3: esse grupo deverá organizar como as postagens serão feitas, o cronograma, a ordem, o horário e compartilhar. Portanto, o estudante que for eleito para ser o administrador do perfil, deverá automaticamente pertencer a esse grupo. Grupo 4: será responsável por engajar as postagens e monitorar se a página está sendo acessada pelos demais estudantes da escola. A função é divulgar a página, eles podem adotar diferentes estratégias de divulgação, tais como: elaborar cartazes, avisos em salas, conversas com outros estudantes na hora do recreio, enfim, a criatividade deve ser aguçada nesse momento. Após a conclusão da página converse com os estudantes sobre o que eles acharam da experiência. E de que forma, a curadoria os auxiliou no processo de criar os textos digitais, bem como, na disseminação de informações. Proposta 2: Formato analógico Em caso de escassez de acesso aos recursos digitais a atividade de prática de curadoria pode ser realizada em formato analógico. Para isso, a turma irá confeccionar um mural em um ambiente de grande circulação na escola (verifique previamente a disponibilidade com supervisão e direção). O objetivo do mural é adicionar informações relevantes para a comunidade em que a escola está inserida. Os temas podem ser os mais variados possíveis, por exemplo: combate à dengue, campanha de vacinação, coleta seletiva, números de telefones de emergências, período de vacinação gratuita de cães e gatos, enfim, temáticas que atendam à comunidade. O mural será gerenciado por até quatro representantes que serão eleitos através do voto popular em sala de aula. Todas as postagens deverão passar pelo processo de curadoria e aprovação do (a) professor (a). Veja a organização para a montagem e elaboração do trabalho. Grupo 1: ficará responsável por buscar e selecionar os temas e as informações a serem fixadas no mural. É a primeira etapa da curadoria. Sempre checar a fonte de onde as informações estão sendo retiradas. Após coletar os dados repassar ao grupo 2. Grupo 2: o segundo grupo irá elaborar e criar, as postagens devem ser criativas, ter imagens e contemplar as características dos cartazes. Uma sugestão é toda a turma contribuir com a compra de materiais, caso a escola não possa fornecê-los. A criação do mural ficará de responsabilidade desse grupo, que após ter o conteúdo pronto para montagem e fixação irá encaminhar para o grupo 3. Grupo 3: esse grupo deverá organizar como as fixações serão feitas, o cronograma, a ordem, 39 o horário e montar e compartilhar. Portanto, os estudantes que forem eleitos para serem os organizadores do mural, deverão automaticamente pertencer a esse grupo. Grupo 4: será responsável por engajar as visitas ao mural e monitorar se o mural está sendo visitado pelos demais estudantes da escola. A função é divulgá-lo, eles podem adotar diferentes estratégias de divulgação, tais como: elaborar cartazes, avisos em salas, conversas com outros estudantes na hora do recreio, enfim, a criatividade deve ser aguçada nesse momento. Após a confecção do mural converse com os estudantes sobre os desafios da atividade e como a curadoria os auxiliou no processo de produção de texto e disseminação de informação consciente. 40 ANEXO TEXTO: REPORTAGEM (ícone clicável) Oito anos após mulher ser espancada até a morte em SP, fake news segue fazendo vítimas como o turista queimado vivo no México Por G1 Santos 15/06/2022 Fabiane Maria de Jesus foi espancada até a morte em Guarujá, no litoral de SP, em maio de 2014, após ser vítima de uma notícia falsa compartilhada nas redes sociais. Família ainda luta por indenização. Após 8 anos do assassinato de Fabiane Maria de Jesus, espancada até a morte por moradores de Guarujá, no litoral de São Paulo, um homem foi linchado e queimado vivo no interior do México no último dia 10. O G1 ouviu o oficial da reserva do Exército Brasileiro e especialista em segurança Vinicius Vaz Ferreira, que alertou sobre a importância da checagem de informações. Fabiane foi vítima de uma notícia falsa publicada e compartilhada em maio de 2014 no Facebook. Ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças para rituais de magia negra, amarrada e agredida. Quatro pessoas estão presas pelo crime. O marido de Fabiane, Jailson Alves das Neves, disse que se solidariza com as pessoas que sofrem ou sofreram por causa de fake news e espera que os familiares de vítimas, assim como ele, encontrem um conforto. "Agora encontrei o consolador da minha alma que é Jesus Cristo. Lembranças eu e minha filha sempre teremos". O advogado de defesa da família de Fabiane, Airton Sinto, reforçou que esse foi o primeiro caso de fake news que ocasionou uma morte e que teve repercussão internacional. Até agora, oito anos após o crime, a família da vítima luta pela indenização da rede social. Nenhuma alteração porque estamos aguardando o julgamento dessa ação com repercussão geral, que vai acabar norteando a jurisprudência nessa questão da constitucionalidade ou não do art.19 do Marco Civil, que determina que os provedores não são responsáveis pelas postagens dos usuários, o que é um absurdo". "O Facebook sempre teve essa ferramenta de poder saber o que foi postado, como ele faz hoje. Se você escreve algo que é contrário à política deles, [pouco depois] sua postagem está apagada e o seu perfil bloqueado, eles têm essa ferramenta e tinha na época, deixaram propagar as coisas na postagem da Fabiane porque eles estavam movimentando a rede, são totalmente culpados", disse Sinto. Justiça com as próprias mãos Vinícius Vaz ressalta que existem muitos canais de comunicação não oficiais e os internautas, às vezes, deixam de checar a informação. " As pessoas acabam se apegando à rede social usada para passatempo e a utilizam como uma fonte de informação". Segundo o especialista em segurança, as pessoas que praticam a justiça com as próprias mãos agem na emoção, especialmente quando o assunto é voltado para crianças ou de mulheres vítimas de agressão. "A gente acaba tomando as dores de uma emoção, que foge da régua normal de julgamento". 41 "A pessoa tem que ter esse autocontrole de não querer fazer [justiça] com as próprias mãos. [Se tomar tal atitude] estará tirando o julgamento e a punição que a Justiça faria para aquele agressor e transferindo para você, que resolver fazer justiça com as próprias mãos", afirmou. Ele acredita que as pessoas que praticam esses atos estão descrentes com a Justiça. "É uma cultura que está sendo criada por causa da insatisfação da sociedade". Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o ato de violência, mencionado na reportagem, pode ser punido de acordo com a legislação em vigor e que toda vítima ou testemunha de um crime deve acionar as forças de segurança pelos números 190 da Polícia Militar ou 197 da Polícia Civil. Entenda os casos A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, morreu na manhã no dia 5 de maio de 2014, dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores de Guarujá. A agressão ocorreu no bairro Morrinhos, após um boato gerado por uma página no Facebook que afirmava que a dona de casa sequestrava crianças para utilizá-las em rituais de magia negra. A polícia identificou cinco suspeitos pelo espancamento e eles foram levados a julgamento. Em outubro de 2016, Lucas Rogério Fabrício Lopes, foi condenado a 30 anos de cadeia por participação no crime. No dia 28 de janeiro de 2017, outros quatro foram condenados: Abel Vieira Batalha Júnior, Carlos Alex Oliveira de Jesus, e Jair Batista dos Santos, todos estes receberam pena de 40 anos de prisão em regime fechado; e Valmir Dias Barbosa, de 26 anos de detenção. Linchado e queimado vivo Moradores de uma comunidade no interior do México lincharam e queimaram vivo Daniel Picazo, de 31 anos, que identificaramequivocadamente como ladrão de crianças. O caso aconteceu na noite da última sexta-feira (10), após um boato que se espalhou na localidade de Papatlazolco sobre uma suposta tentativa de sequestro de menor. Os moradores enfurecidos capturaram Daniel, o espancaram e o queimaram vivo com gasolina. Polícia e paramédicos deslocaram-se ao local, mas nada puderam fazer porque os assassinos não permitiram a passagem. Quando o resgate finalmente conseguiu chegar até Daniel, ele já não apresentava sinais vitais. O jovem advogado, segundo o jornal local "El Universal", estava apenas passeando pela cidade como turista Alguns moradores comentaram que a comunidade estava assustada, pois um áudio compartilhado em um aplicativo de mensagens alertava sobre um desconhecido que andava pela região com o intuito de sequestrar crianças. Fonte: G1, 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a- morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml 42 MÚSICA: CANÇÃO DO EXÍLIO (ícone clicável) PARÓDIA: CANÇÃO DO EXÍLIO (ícone clicável) Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá, As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Fonte: (Info Escola, 2024). Disponível em: https://www.infoescola.com/livros/cancao-do-exilio/. Canção do exílio Gonçalves Dias Canção do Exílio Murilo Mendes Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturanos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade! Fonte: (Info Escola, 2024). Disponível em: https://www.infoescola.com/livros/cancao-do-exilio/. 43 TEXTO: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM TEMPOS DE FAKE NEWS: É PRECISO CONVERSAR COM A POPULAÇÃO (ícone clicável) Divulgação científica em tempos de Fake News: é preciso conversar com a população Lázaro Araújo Santos Programa de Pós Graduação em Educação Científica – UESB Nos últimos anos, termos, conceitos, técnicas e outros objetos antes restritos ao meio acadêmico, permearam os noticiários, postes em redes sociais e midiáticas, além das entrevistas em diferentes tipos de programa na televisão. No entanto, assim como o aumento da presença das ciências, houve também um aumento na deflagração de falsas notícias. Essa contradição entre informação e desinformação se deve, dentre outros fatores, a distância na qual o mundo científico/ acadêmico se encontra da maior parte da população. Existe ainda, infelizmente, aquele ideário no qual o cientista é visto como ser a parte da sociedade, e no alto de sua torre de marfim, todo o resto parece não o abalar. Contudo, enquanto os pesquisadores e estudiosos se preocupam apenas com as teorias, experimentos e publicações de trabalhos para o apreço somente dos seus pares. Pessoas, com intenção no mínimo duvidosa, divulgam notícias falsas usando afirmações como “pesquisadores de universidades internacionais descobriram…”, “doutor em ciências afirmou que…” ou “foi comprovado cientificamente que…” para validar suas afirmações errôneas. O fato de nos encontrarmos numa sociedade onde poucas pessoas sabem sobre ciências e/ou como identificar incongruências nessas notícias, intensificam mais ainda a necessidade de os cientistas saírem de seus pedestais e castelos (universidades e outras instituições de pesquisa) e passem a dialogar com a comunidade. É notório que alfabetizar cientificamente uma população com o tamanho da brasileira é um desafio por si só gigantesco. Contudo, se não contarmos com a participação dos especialistas nas diferentes áreas do saber, o desafio passa a ser impossível. O que se levanta, na maioria das vezes, é que a ação de falar sobre ciências com o público leigo é um favor que o pesquisador está fazendo. Todavia, assim como Melo et al., (2020), entendemos que divulgar o ser e o fazer científico é obrigação daqueles que estão inseridos na pesquisa, haja vista ser a população que, na grande maioria das vezes, financiam o desenvolvimento das ciências. Portanto a divulgação científica deve fazer parte de forma indissociável do ser cientista, nossas ações em nossos laboratórios, escritórios, no campo ou em qualquer outro lugar no qual construímos e reconstruímos saberes, devem chegar ao público da forma mais didática possível, pois é ele que irá se beneficiar, direta ou indiretamente, daquilo que estudamos, pesquisamos e sistematizamos. Ademais divulgar o conhecimento científico é uma importante forma de combater as fake News que bombardeiam a população cotidianamente, sobretudo no cenário pandêmico no qual nos encontramos. Essas falsas notícias são letais, de acordo Pennycook et al. (2020), as fakes News podem levar as pessoas a recorrerem a remédios ineficazes e que podem ser prejudiciais. Induzindo, ainda, a comportamentos exagerados e certas reações que estimulam ao acúmulo de mercadorias e muitas vezes até ações mais perigosas como desenvolver um comportamento de risco e espalhar inadvertidamente o vírus. 44 Dessa forma é preciso que as pessoas possam ser apresentadas à ciência, tendo em vista que entender a ciência nos facilita, a contribuir para controlar e prever as transformações que ocorrem na natureza. Assim, teremos condições de fazer com que essas transformações sejam propostas, para que conduzam a uma melhor qualidade de vida. Isto é, a intenção é colaborar para que essas transformações que envolvem o nosso cotidiano sejam conduzidas para que tenhamos melhores condições de vida (CHASSOT, 2003). Por fim, entendemos que é preciso mais que o desafio maior é fazer com que as pessoas não apenas tenham interesse pela ciência, mas que nela encontrem respostas a sua curiosidade em compreender a natureza, a sociedade, seu semelhante. Por isso, é pouco provável que apenas pela ciência estar presente no noticiário signifique que as instituições científicas e veículos de comunicação estão cumprindo seu papel de educar ou ajudar o cidadão. A tarefa de educação científica exige muito mais do que frequentes 60 segundos no horário nobre ou página cativa em alguns jornais de boa tiragem (DUARTE, 2004). Portanto ratificamos aqui a necessidade de nós, pesquisadores e pesquisadoras, dos mais diferentes tipos de objetos, das mais diversas áreas, e das mais destinadas regiões possamos estabelecer um diálogo entre o saber científico e a população, é preciso que instrumentalizam as pessoas contra essas falsas notícias e outras formas de pseudociências. É somente através da ação conjunta que conseguiremos lutar contra esse obscurantismo e negacionismo que ronda a ciências desde tempos primevos. Fonte: Eco Debate, 2021. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2021/07/20/divulgacao-cientifica-em-tempos-de-fake-news-e-preciso-conversar- com-a-populacao/. 45 Competência 1:Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. Competência 2: Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG110MG) Inferir informações presentes em textos de diferentes tipos e gêneros textuais/discursivos. (EM13LP50) Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico e de momentos históricos diversos, explorando os modos como a literatura e as artes em geral se constituem, dialogam e se retroalimentam. (EM13LGG203X) Analisar os diálogos e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e suas produções (artísticas, corporais e verbais), presentes na cultura local e em outras culturas. (EM13LP51). Selecionar obras do repertório artístico- literário contemporâneo à disposição segundo suas predileções, de modo a constituir um acervo pessoal e dele se apropriar para se inserir e intervir com autonomia e criticidade no meio cultural. (EM13LGG205MG) Conhecer e compreender os saberes, as tradições, os costumes, os modos e perspectivas de vida dos povos indígenas, campesinos, negros, quilombolas, ciganos, imigrantes e refugiados, sobretudo em Minas Gerais, para a integração de suas culturas e fortalecimento do sentimento de pertencimento. (EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais,considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente. Inferência dos significados de palavras e expressões em tex- tos e gêneros diversos, com base no tema, no contexto e no conhecimento das regras gramaticais e aspectos lexi- cais. Inferência das informações presentes em textos e gêneros diversos, com base no conhe- cimento prévio do leitor. Construção de sentidos de tex- tos e gêneros diversos, com base nas escolhas lexicais fei- tas pelo autor. Análise de Obras que são dis- cursos fundadores da literatu- ra nacional e estrangeira. Obras indicativas da vida so- cial e política na literatura bra- sileira. Disseminação de espaços de fruição, como clubes de leitura e oficinas criativas. Abordagem dialógica e compa- rativista na seleção de textos. Inferência dos significados de palavras e expressões em tex- tos e gêneros diversos, com base no tema, no contexto e no conhecimento das regras gramaticais e aspectos lexi- cais. Inferência das informações presentes em textos e gêneros diversos, com base no conhe- cimento prévio do leitor. Construção de sentidos de tex- tos e gêneros diversos, com 46 PLANEJAMENTO base nas escolhas lexicais feitas pelo autor. Análise de Obras que são discur- sos fundadores da literatura na- cional e estrangeira. Obras indicativas da vida social e política na literatura brasileira. Disseminação de espaços de frui- ção, como clubes de leitura e ofi- cinas criativas. Abordagem dialógica e compara- tivista na seleção de textos. Conhecimento e valorização dos costumes, línguas, saberes, tra- dições, modos e perspectiva de vida dos povos indígenas, cam- pesinos, negros, quilombolas, ciganos, imigrantes e refugiados, sobretudo os que estão em Mi- nas Gerais. Relações entre a língua e os as- pectos sociais, culturais, políticos e históricos de outros povos. Posicionamento ético, responsá- vel e respeitoso. Distinção entre ufanismo e senti- mento de pertencimento. Ampliação da leitura dos clássi- cos de diversas nacionalidades. Presença e invisibilidade dos in- dígenas e negros na literatura brasileira. Intertextualidades. Interdiscursividade. Diversidade Cultural. TEMA DE ESTUDO: Literatura brasileira APRESENTAÇÃO Caro (a) professor (a), Seja bem-vindo (a) ao último planejamento desta etapa em que teremos como foco principal a literatura brasileira. É de extrema necessidade discutir com os estudantes o papel que a literatura desempenha na formação da sociedade. Isso porque, ela oferece uma visão profunda dos pensamentos humanos, da história e da cultura. Através da literatura, as pessoas podem acessar ideias, valores, crenças e experiências que de outra forma não seriam capazes de compreender e também pode ser uma forma de documentar e transmitir conhecimento de uma geração para a próxima. 47 Algumas obras literárias representam as preocupações e os interesses de uma geração, oferecendo um vislumbre da vida e das questões importantes que esculpiram a sociedade. Ademais, a literatura pode desafiar as normas sociais e apresentar diferentes perspectivas sobre questões sociais e políticas, auxiliando na formação de opiniões e a debater em torno de temas relevantes. A divisão da literatura brasileira acompanha os acontecimentos políticos e econômicos do país. Sendo assim, é subdividida em duas grandes eras, a Era Colonial e a Era Nacional. Dessa forma, as divisões seguem a estrutura de escolas literárias, também chamadas de estilos de época. Com isso, é importante que os estudantes compreendam mais sobre os principais personagens que auxiliaram na construção da identidade das obras literárias nacionais. Diante desse contexto, as competências selecionadas para esse planejamento são: EM13LP50, EM13LP51 e EM13LP52 que visam dar protagonismo aos cenários que consolidaram a nossa literatura, como a cultura portuguesa, a indígena, a africana e latino-americana. Tendo como base ferramentas literárias capazes de desenvolverem o senso crítico e o saber, relacionando o contexto histórico do passado com as ações do presente, de modo que, as obras dialogam entre si. Portanto, professor (a) este planejamento tem como finalidade promover uma imersão literária e atrair o estudante para o universo da literatura e do conhecimento de forma prática e dinâmica, mostrando o quanto a literatura se faz necessária para a nossa formação diária e para a nossa leitura de mundo, afinal, ela é uma expressão artística que permite a manifestação do pensamento, do ideal e dos e sentimentos em sua mais clara subjetividade. Vamos ao trabalho! DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. Projetor. Caro (a) professor (a), Neste momento o nosso foco é trabalhar a origem da literatura no Brasil. Inicie explicando para a turma o conceito de literatura e qual a sua importância para a sociedade. Após essa breve explicação, direcione a aula para a literatura brasileira, explique como é a divisão das fases literárias em nosso país. Para facilitar segue a sugestão da cronologia que pode ser exibida em sala de aula. Divisão cronológica da Literatura brasileira Quinhentismo: 1500 - 1601 Barroco: 1601 - 1768 Arcadismo: 1768 - 1836 Romantismo: 1836 - 1881 Realismo e Naturalismo: 1881 - 1902 Parnasianismo e Simbolismo: 1882 - 1893 Pré-modernismo: 1902 - 1922 Modernismo: 1922 a 1978 Fonte: Brasil Escola, 2024. 48 Algumas informações são de extrema importância edevem ser compartilhadas com a turma, por exemplo, quais são as obras quinhentistas, que são os primeiros textos, não necessariamente literários, escritos no Brasil ou sobre ele durante o primeiro século da invasão portuguesa. As obras estão inseridas em uma destas categorias: - Literatura de informação. - Literatura de formação. Obras do Quinhentismo As principais obras do quinhentismo são: A carta de Pero Vaz de Caminha; A carta de mestre João Faras; Relação do piloto anônimo; Cartas de Pe. Manuel da Nóbrega; Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil (1595), de Pe. José de Anchieta; Duas viagens ao Brasil (1557), de Hans Staden; Auto da festa de São Lourenço (1583), texto teatral de Pe. José de Anchieta. Fonte: (Toda Matéria, 2024). Professor (a), após a explicação, providencie à turma o acesso (impresso ou projetado conforme sua realidade) aos textos a seguir, eles são trechos da carta de Pero Vaz de Caminha, ao rei de Portugal, quando chegou em solo brasileiro. TRECHOS DA CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (ícone clicável) Após a leitura solicite aos estudantes que levantem a seguinte hipótese: em 1500 os indígenas são os responsáveis por escrever uma carta relatando a chegada de um povo estranho e desconhecido, que chegaram às terras sem serem convidados e usaram o mar como entrada principal. Peça aos estudantes que imaginem cada detalhe,o espanto ao ver as caravelas, o choque ao se depararem com as vestimentas, com o tom de pele daqueles homens, com o cheiro dos tripulantes há tanto tempo sem banho, com as especiarias e objetos que tinham, enfim, para instiguem para usarem a imaginação e descreverem a situação da forma mais criativa possível, o destinatário da carta é um grande e respeitoso chefe dos povos indígenas responsável pelo cuidado e segurança destes povos nativos. Sugira a atividade do caderno ou em folha separada, conforme sua preferência. Após a conclusão, dê espaço para que estudantes voluntariamente leiam os seus textos para os demais da turma. Em seguida, questione se há dúvidas sobre a divisão das eras da literatura no Brasil. É importante destinar um momento para tirar dúvidas dos estudantes. 49 Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. Projetor. Multimídia. 2º MOMENTO: Caro (a) professor (a), Para esse segundo momento vamos trazer o olhar para a representatividade negra dentro da literatura brasileira, citar autores, tradicionais e modernos, personagens, enredos, enfim, mostrar ao estudante que, a nossa literatura é rica e tem como cenário diversos locais de fala e representação. A atividade a ser desenvolvida será com base em Castro Alves, poeta baiano (1847-1871) que fez parte da última geração romântica. O principal nome do Condoreirismo ganhou a fama de ser o “Poeta dos Escravos” por defender o abolicionismo. Era um escritor engajado, motivado a defender os ideais de justiça e liberdade, Castro Alves faleceu aos 24 anos. Providencie o acesso aos te xtos a seguir (impressos ou projetados, conforme a sua preferência e/ ou realidade). TEXTOS (ícone clicável) Após a leitura dos textos de Castro Alves, forneça à turma acesso ao vídeo a seguir: Sugestão de vídeo Vídeo Raízes - Negra Li ft. Rael Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VQ2BFceN20s. Em caso de escassez de internet ou recurso de multimídia providencie o acesso à letra da música para que os estudantes possam realizar a leitura e desenvolverem a atividade a seguir. MÚSICA: RAÍZES (ícone clicável) Após a análise dos materiais disponíveis realize com a turma um bate-papo sobre as impressões acerca das obras. A seguir, sugestões do que pode ser abordado nesse momento de interação. Professor (a), fique à vontade para adaptar as questões. 50 Questões norteadoras • Qual denuncia as obras de Castro Alves fazem? • Que apelo é possível perceber nos textos do autor Castro Alves? • Qual a relação entre os textos de Castro Alves, autor da 3ª geração do romantismo, com a canção de Negra Li? • Quais conclusões é possível tirar dos versos: “Minha dor é de cativeiro/E a sua é de cotovelo”? • Qual a relação do título “Raízes” com o enredo da música? Após a conclusão do bate-papo, solicite aos estudantes que produzam em seu caderno uma carta- aberta à sociedade com a temática: Preconceito: uma prática descabida. Explique aos estudantes a estrutura e a finalidade do gênero trabalhado. Com a conclusão da escrita, solicite que um estudante, voluntariamente, leia o seu texto para os demais da turma. Ao término do momento, questione se algum estudante tem dúvida no conteúdo. Destine um momento para sanar as dúvidas e dificuldades da turma. Organização da turma Em duplas/trios. Recursos e providências Texto impresso. Projetor. 3º MOMENTO: Caro (a) professor (a) Neste momento, nossos estudantes serão convidados a conhecer outra vertente da literatura brasileira: a preservação das nossas origens. E para ilustrar essa reflexão vamos analisar um poema de Antônio Bispo dos Santos. Ele nasceu em 1959 no Vale do Rio Berlengas, Piauí e veio a falecer em 03 de dezembro de 2023. Formou-se através do ensinamento dos mestres do quilombo Saco- Curtume em São João do Piauí, cidade em que veio a falecer. Foi o primeiro de sua família a ser alfabetizado. Conhecido como Nego Bispo, ele foi autor de artigos, poemas e dos livros “Quilombos, modos e significados” (2007) e “Colonização, Quilombos: modos e significados” (2015). Atuou como líder quilombola na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Sua atuação política e militância estavam enraizadas em sua formação quilombola, que valorizava a defesa dos territórios tradicionais e a preservação dos símbolos, significados e modos de vida dos povos. Solicite aos estudantes que se organizem em duplas ou trios (conforme sua conveniência pedagógica) e proporcione acesso ao texto a seguir (impresso ou projetado). 51 TEXTO: FOGO!… QUEIMARAM PALMARES, NASCEU CANUDOS (ícone clicável) Após a leitura do texto converse com a turma sobre qual é a proposta que o texto traz, qual a temática, qual o objetivo e qual reflexão é proposta. Em seguida, solicite às duplas que façam um poema sobre a temática: a luta pela liberdade do povo preto! Sugira que eles possam citar a luta dos quilombos e outros povos que sempre se manifestaram pela sua liberdade. Oriente quanto às características do gênero trabalhado. Ao concluírem a atividade, faça uma roda de leitura para que as duplas/trios, possam compartilhar com a turma os textos. Sugestão: Professor (a), caso deseje expor os textos, você pode organizar com os estudantes um varal ou mural em sala de aula. Após uma leitura e breve correção, solicite que passem a limpo, em folhas de caderno ou ofício (conforme sua realidade escolar) e monte um varal ou o mural em sala para que os textos fiquem um período em exposição. Com a conclusão da atividade, destine um momento para tirar eventuais dúvidas sobre o tema! É importante ofertar a turma um momento para sanar sua dificuldade. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. 4º MOMENTO: Caro (a) professor (a), Para finalizarmos a nossa jornada nesta segunda etapa, vamos apresentar aos nossos estudantes uma outra forma de comunicação, que é mais comum em nosso cotidiano, mas muito se que sabem que é uma manifestação e resistência de nossas origens: o “pretoguês” ou “pretuguês”. Esses termos foram criados por Lélia de Almeida Gonzalez, que foi uma importante intelectual e ativista de Belo Horizonte. Considerada a primeira mulher negra a se dedicar aos estudos de raça e gênero no Brasil. Lélia desenvolveu forte pesquisa e militância na área. Nascida em 1 de fevereiro de 1935, Lélia veio de uma família humilde. Filha de pai negro e ferroviário, e mãe indígena e empregada doméstica, teve 17irmãos (entre eles o futebolista Jaime de Almeida). Lélia estudava o fenômeno da língua e afirmava que, o idioma aqui falado, é fruto de um encontro de povos diferentes e, consequentemente, de idiomas diversos, que ajudaram a moldar a língua portuguesa na forma como a conhecemos hoje. Apesar da diversidade linguística oriunda dessa mistura, é do nosso conhecimento que as relações entre portugueses, indígenas, africanos e demais povos está longe de ter sido amistosa, tendo suas raízes refletidas até hoje, principalmente quando se trata de preconceito linguístico. A marginalização imposta aos povos africanos acompanhou o desenrolar da história e criou, um sentimento de inferioridade relacionado às contribuições provenientes do continente africano. Contudo, a africanização está presente no cotidiano de milhões de brasileiros, concretizado como o que a professora e antropóloga Lélia Gonzalez batizou de “pretoguês” ou “pretuguês”. 52 Muitas expressões do dia a dia estão atribuídas a esse fenômeno linguístico típico de várias comunidades. Palavras e expressões que fazem parte do “pretoguês” “Não vou sair hoje não.” “As caixa tão vazia”. “ O chicrete perdeu o sabô.” “ O nome dela não é Cleide e sim Creide.” “Qual é o seu probrema comigo?” Após apresentar algumas palavras e expressões, converse com a turma se eles conhecem pessoas que possuem o vocabulário com palavras semelhantes a essas. Explique que, não é correto rir, rechaçar ou fazer chacota do jeito de falar das pessoas, pois a língua é heterogênea e representa a cultura e história das pessoas, além disso, a comunicação é a troca de informação e se ela é fluída não há motivos para desqualificar alguém pela sua fala. Com o bate papo finalizado, organize a turma em pequenos grupos (o número de componentes será determinado por você, professor (a) de acordo com a realidade da sua turma). Juntos, eles irão desenvolver duas atividades. ETAPA 1: Elaborar uma entrevista com perguntas sobre expressões comunicativas, sotaques, expressões populares típicas de uma região, enfim, formas de comunicação, cada grupo deve elaborar pelo menos 6 perguntas. Veja um modelo de como as perguntas podem ser desenvolvidas. Observação: Professor (a), explique à turma que não podem copiar essas questões, elas são apenas norteadoras, um modelo de como a atividade deve ser desenvolvida. ETAPA 2: Os estudantes devem entrevistar outros membros da escola, demais estudantes, professores, profissionais e após coletar as respostas voltar à sala de aula e tabular os resultados. Com eles em mãos, tirar a conclusão de como as pessoas lidam com a forma de falar do outro. O objetivo é identificar se há ou não preconceito linguístico em relação à forma de falar das outras pessoas. Com essa etapa concluída, solicite que um integrante de cada grupo compartilhe as impressões. Em seguida, finalize o momento questionando se há dúvidas a serem esclarecidas. Modelo de questões • Na sua família tem alguma palavra ou expressão que vocês usam para se comunicar entre si? Em caso positivo qual? • Você já teve a oportunidade de viajar para outro lugar e achou estranho a maneira como as pessoas de lá falavam? • Alguém já te criticou pela forma como você fala? • Você já criticou alguém pela forma como ela pronuncia alguma palavra? 53 ANEXO TRECHOS DA CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA (ícone clicável) Trecho 1 "Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma." Trecho 2 "Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos." Trecho 3 "Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo." Fonte: Toda Matéria, 2024. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. 54 TEXTOS (ícone clicável) Texto 1 O Navio Negreiro (trecho) 'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço Brinca o luar — dourada borboleta; E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta. 'Stamos em pleno mar... Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro... O mar em troca acende as ardentias, — Constelações do líquido tesouro... 'Stamos em pleno mar... Dois infinitos Ali se estreitam num abraço insano, Azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dois é o céu? qual o oceano?... Castro Alves Texto 2 Coração do africano (trecho) Lá na úmida senzala, Sentado na estreita sala, Junto ao braseiro, no chão, Entoa o escravo o seu canto, E ao cantar correm-lhe em pranto Saudades do seu torrão ... De um lado, uma negra escrava Os olhos no filho crava, Que tem no colo a embalar... E à meia voz lá responde Ao canto, e o filhinho esconde, Talvez pra não o escutar! "Minha terra é lá bem longe, Das bandas de onde o sol vem; Esta terra é mais bonita, Mas à outra eu quero bem! Castro Alves Fonte: Cultura Genial, 2024. Disponível em: https://www.culturagenial.com/poemas-castro-alves/. 55 MÚSICA: RAÍZES (ícone clicável) Raízes Negra Li partic. Rael Você ri da minha pele Você ri do meu cabelo Saravá, sou sarará, e assim quero sê-lo (quero sê-lo) Já é tempo de sonhar, superar o pesadelo Ninguém mais vai nos calar e acorrentar o meu tornozelo Sou Rainha de Sabá A coroa é o meu cabelo O meu canto milenar Ninguém pode interrompê-lo Minha dor é de cativeiro A sua é de cotovelo Minha dor é de cativeiro A sua é de cotovelo Temos a cor da noite, filhos do açoite, tipo Usain Bolt Ninguém pode alcançar E nada nos cala, já foi a Senzala, já tentaram bala Ninguém vai nos parar Filhos de Luanda vindos de Wakanda, hoje os pretos manda Cê vai ter que escutar Por mais heroína com mais melanina, tipo Jovelina Pretas são pérolas Eu venci o preconceito e fiz de um jeito Que vários se inspiram em mim Com muita resistência, virei referência Pra outros que vem de onde eu vim Da Brasilândia pro Brasil inteiro Hoje sirvo de modelo É preciso respeitar Minha pele, meu apelo Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo A minha dor, ai ai ai Vários passou por ela Teresa de Benguela Teve também Mandela Eu vi várias favela Só quem carrega a dor Foi de cana a cortador Sabe o peso, o valor Do que se refere Axé e muito amor Com batuque de tambor Pro meu ancestral Nagô Meu passado me fere, -ere É hora de se libertar, redenção Rainha de Sabá juntou Rei Salomão Para exaltar, para louvar a cor em questão E acalmar o seu coração Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo Minha dor é de cativeiro E a suaé de cotovelo Fonte: Letras, 2024. Disponível em: https://www.letras.mus.br/negra-li/raizes-part- rael/. 56 TEXTO: FOGO!… QUEIMARAM PALMARES, NASCEU CANUDOS (ícone clicável) Fogo!… Queimaram Palmares, Nasceu Canudos Antônio Bispo dos Santos Fogo!… Queimaram Palmares, Nasceu Canudos. Fogo!… Queimaram Canudos, Nasceu Caldeirões. Fogo!… Queimaram Caldeirões, Nasceu Pau de Colher. Fogo!… Queimaram Pau de Colher… E nasceram, e nasceram tantas outras comunidades que os vão cansar se continuarem queimando. Porque mesmo que queimam a escrita, Não queimarão a oralidade. Mesmo que queimem os símbolos, Não queimarão os significados. Mesmo queimando o nosso povo Não queimarão a ancestralidade. Fonte: Saberes Tradicionais, 2020. Disponível em: https://www.saberestradicionais.org/publicacoes-dos-mestres-nego-bispo/ 57 REFERÊNCIAS BAGNO, M. A língua de Eulália. ed. 15, São Paulo: Contexto, 2006. BENDIZE. Sotaque Mineiro: cê conhece as diferenças entre os sotaques das regiões do estado? Blog Bendizê, [S.l.], 2020. Disponível em: https://blog.bendize.com.br/2020/11/sotaque- mineiro/. Acesso em: 12 fev. 2024. DA REDAÇÃO. Marcos Bagno: Preconceito Linguístico no Brasil. UNE, [S. l.], 2024. Disponível em: https://www.une.org.br/2014/11/marcos-bagno-a-lingua-como-instrumento-de-poder/. Acesso em: 15 fev. 2024. DEBATE REGRADO EM 4 MINUTOS. [S. l.: s. n.], 2022. 1 vídeo (4m). Publicado pelo canal Adoro Saber. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8053oXdk2Pc. Acesso em: 12 fev. 2024. DIANA, D. Carta de Pero Vaz de Caminha. Toda Matéria, [S. l.], 2011. Disponível em: https:// www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 15 fev. 2024. DIANA, D. Paródia. Toda Matéria, [S. l.], 2011. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/ parodia-e-parafrase/. Acesso em: 17 fev. 2024. DIANA, D. Quinhentismo. Toda Matéria, [S. l.], 2011. Disponível em: https://www.todamateria. com.br/quinhentismo/. Acesso em: 15 fev. 2024. EVARISTO, C. Maria. LiteraAfro, [S. l.], 2023. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/ literafro/24-textos-das-autoras/925-conceicao-evaristo-maria. Acesso em: 19 fev. 2024. FUKS, R. 12 grandes poemas de Castro Alves. Cultura Genial, [S. l.], 2017. Disponível em: https://www.culturagenial.com/poemas-castro-alves/. Acesso em: 23 fev. 2024. G1. Oito anos após mulher ser espancada até a morte em SP, fake news segue fazendo vítimas como o turista queimado vivo no México. G1, Santos, 15 jun. 2022. Disponível em: https:// g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a- morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml. Acesso em: 16 fev. 2023. LEÃO, N. Cuitelinho. Letras, [S. l.], 2003. Disponível em: https://www.letras.mus.br/nara- leao/286075/. Acesso em: 14 fev. 2024. LOPES, M. P. M. Tirinhas do Chico Bento: análise de diferenças dialetais na Língua Portuguesa. Portal do Professor, [S. l.], 2010. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ fichaTecnicaAula.html?aula=19746. Acesso em: 12 fev. 2024. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2024. Disponível em:https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg . Acesso em: 10 fev. 2024. RAÍZES. [S.l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (3m). Publicado pelo canal Yalla Recordings. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=VQ2BFceN20s. Acesso em: 14 fev. 2024. RAP DO SILVA. [S. l.: s. n.], 2020. 1 vídeo (3m39s).Publicado pelo canal Bob Rum. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vlZ9MGgC1NI&list=RDEMgvV6UY4BsfHQn9WsN6DZfA&start_ radio=1. Acesso em: 12 fev. 2024. SANTOS, A. B. Fogo!...Queimaram Palmares! Saberes Tradicionais, [S. l.], 2020. Disponível em: https://www.saberestradicionais.org/publicacoes-dos-mestres-nego-bispo/. Acesso em: 17 fev. 2024. SANTOS, L. A. Divulgação científica em tempos de Fake News: é preciso conversar com a população. EcoDebate, [S. l.], 2024. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2021/07/20/ divulgacao-cientifica-em-tempos-de-fake-news-e-preciso-conversar-com-a-populacao/. Acesso em: 14 fev. 2024. SANTOS, P. P. Canção do Exílio. Infoescola, [S. l.], 2006. Disponível em: https://www.infoescola. com/livros/cancao-do-exilio/. Acesso em: 15 fev. 2024. https://blog.bendize.com.br/2020/11/sotaque-mineiro/ https://blog.bendize.com.br/2020/11/sotaque-mineiro/ https://www.une.org.br/2014/11/marcos-bagno-a-lingua-como-instrumento-de-poder/ https://www.youtube.com/watch?v=8053oXdk2Pc https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/ https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/ https://www.todamateria.com.br/parodia-e-parafrase/ https://www.todamateria.com.br/parodia-e-parafrase/ https://www.todamateria.com.br/quinhentismo/ https://www.todamateria.com.br/quinhentismo/ http://www.letras.ufmg.br/literafro/24-textos-das-autoras/925-conceicao-evaristo-maria http://www.letras.ufmg.br/literafro/24-textos-das-autoras/925-conceicao-evaristo-maria https://www.culturagenial.com/poemas-castro-alves/ https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2022/06/15/oito-anos-apos-mulher-ser-espancada-ate-a-morte-em-sp-fake-news-segue-fazendo-vitimas-como-o-turista-queimado-vivo-no-mexico.ghtml https://www.letras.mus.br/nara-leao/286075/ https://www.letras.mus.br/nara-leao/286075/ http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19746 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19746 https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg https://www.youtube.com/watch?v=VQ2BFceN20s https://www.youtube.com/watch?v=vlZ9MGgC1NI&list=RDEMgvV6UY4BsfHQn9WsN6DZfA&start_radio=1 https://www.youtube.com/watch?v=vlZ9MGgC1NI&list=RDEMgvV6UY4BsfHQn9WsN6DZfA&start_radio=1 https://www.saberestradicionais.org/publicacoes-dos-mestres-nego-bispo/ https://www.ecodebate.com.br/2021/07/20/divulgacao-cientifica-em-tempos-de-fake-news-e-preciso-conversar-com-a-populacao/ https://www.ecodebate.com.br/2021/07/20/divulgacao-cientifica-em-tempos-de-fake-news-e-preciso-conversar-com-a-populacao/ https://www.infoescola.com/livros/cancao-do-exilio/ https://www.infoescola.com/livros/cancao-do-exilio/ 58 SOUZA, W. Literatura brasileira. Brasil Escola, [S. l.], 2010. Disponível em: https://brasilescola. uol.com.br/literatura/literatura-brasileira.htm. Acesso em: 20 fev. 2024. SOTAQUES DE MINAS GERAIS: CADA REGIÃO TEM UM JEITINHO DE FALAR. [S.l.: s. n], 2022. 1 vídeo (5m). Publicado pelo canal Jornal Minas. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=oMjtfClwStc. Acesso em: 12 fev. 2024. RUM. B. Rap do Silva. Vagalume, [S. l.], 2006. Disponível em: https://www.vagalume.com.br/ bob-rum/rap-do-silva.html. Acesso em: 12 fev. 2024. https://brasilescola.uol.com.br/literatura/literatura-brasileira.htm https://brasilescola.uol.com.br/literatura/literatura-brasileira.htm https://www.youtube.com/watch?v=oMjtfClwStc https://www.youtube.com/watch?v=oMjtfClwStc https://www.vagalume.com.br/bob-rum/rap-do-silva.html https://www.vagalume.com.br/bob-rum/rap-do-silva.html 59 Competência 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO:HABILIDADE(S): (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. Leitura e produção de textos dissertativos. Relações entre textos, discur- sos e atos de linguagem. Identificação de intencionalida- des discursivas, valores, visões de mundo, saberes, ideologias e interesses em diferentes dis- cursos. Suportes de circulação de tex- tos e efeitos de sentido. Distinção de fato e opinião. Posicionamentos enunciativos (pontos de vista). Interdiscursividade. Pacto de recepção de textos (Pacto ficcional). Estratégias argumentativas. Tópico frasal. Posicionamentos assumidos em discursos e a influência de- les na sociedade. MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA ANO DE ESCOLARIDADE 2º Ano ÁREA DE CONHECIMENTO Linguagens e suas Tecnologias COMPONENTE CURRICULAR Língua Inglesa REFERÊNCIA Ensino Médio ANO LETIVO 2024 PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Working with different texts. 60 APRESENTAÇÃO Caro(a) Professor(a), tudo bem? Hora de iniciarmos mais um bimestre com o trabalho de Língua Inglesa. Neste, iremos desenvolver a competência de número 01, que rege a compreensão do funcionamento de diferentes linguagens e práticas culturais, de modo a mobilizar esses conhecimentos na recepção, no entendimento, na produção e publicação de discursos nos mais diferentes tipos de textos e canais de publicação. Tanto a análise crítica dos textos quanto a produção dos mesmos são competências fundamentais para os estudantes se desenvolverem, pois isso lhes permite compreender e questionar mensagens veiculadas nos canais de publicação de formas diferentes e identificar qual é o interesse por trás de cada mensagem. Isso proporciona ao estudante possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da realidade sobre determinado assunto, intensificando a própria visão de mundo, posicionamentos enunciativos e argumentativos, produção textual, publicação nos suportes corretos, reconhecimento de ideologias presentes nos discursos e exercer uma cidadania mais observadora, crítica e mais participativa. Habilidades, estas, que estão inseridas na habilidade LM13LGG102. DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Lousa, fotocópias dos textos, pincéis, caderno, caneta. Neste momento, organize a turma conforme sua preferência e questione os estudantes as seguintes perguntas. Lembrete: instigue os estudantes a responderem na língua inglesa. 01- What do you know about nature? 02- Do you know that nature is in danger? Why? Or Why not? 03- What kind of danger nature is exposed to? 04- Have you ever read or heard news about the nature in danger, but in English? 05- What do you think about this situation the nature is in the world? Possíveis respostas. Nature is… Nature is exposed to… The danger is… (the dangers are…). Yes, I do or No, I don’t. Because… Yes. or No. I read news in English because… or read news in Portuguese because… I heard news in English because… or heard news in Portuguese because… I think it is… 61 Professor, escreva as respostas na lousa e diga aos estudantes para anotarem nos cadernos. Faça as devidas correções em como responder as perguntas corretamente. Após, entregue aos estudantes cópias de três textos distintos, que falam do mesmo assunto. Faça a leitura dos textos com os estudantes utilizando a técnica de leitura de skimming que é a possibilidade de fazer a leitura observando o texto de modo a entender sobre o assunto geral. Fale aos estudantes que façam marcações importantes no texto, como palavras e/ou expressões novas que eles não conhecem. TEXTOS (ícone clicável) Post Reading Questione aos estudantes. (Lembre-se de sempre trabalhar a língua inglesa neste momento, no que se refere às perguntas e às respostas). 01- What kind of text are these three ones? 02- What is the relation among these three texts? Give reasons for that. 03- Do you think the texts are assertive about nature in danger? Why? Organização da turma Divida a turma em grupos com 4 componentes cada, de acordo com o número de estudantes. Recursos e providências Sala de informática e/ou celular, caderno e caneta para anotação, 2 cestos. 2º MOMENTO: Hora de organizar a turma em grupos para a produção de textos de gêneros textuais diferentes. Primeiramente, forme grupos de acordo com a disponibilidade de estudantes na turma (não deixe passar de 4 componentes por grupo). Deixe anotado, em pequenos pedaços de papel, os nomes dos gêneros textuais que você deseja enfatizar neste trabalho. Coloque estes pequenos papéis em um dos cestos. Anote em pequenos pedaços de papel, também, nomes de possíveis temas a serem trabalhados. Coloque-os no outro cesto. Peça a um estudante de cada grupo que faça o sorteio do tema. Este será único para todos os grupos da turma. Agora, em cada grupo, passe o cesto com os gêneros textuais para que cada representante faça o sorteio do seu tipo de gênero textual. Antes de irem para a sala de informática, faça um questionário rápido aos estudantes sobre os conhecimentos prévios que eles têm a respeito de gêneros textuais. Lembrete: neste momento, não há necessidade de utilizar a língua inglesa. 62 Possíveis perguntas: 01- Vocês sabem o que são gêneros textuais? 02- Quais gêneros textuais vocês conhecem? 03- Como é possível ser assertivo na escrita de um determinado tipo de texto? Feito isto, dirija-se para a sala de informática para que os grupos possam fazer pesquisas sobre o tema, além de leituras e busca de insumos para que o trabalho seja feito (caso não tenha a sala de informática disponível, utilize os celulares dentro da própria sala de aula). Professor(a), não se esqueça de que você é mediador de todas as atividades, sempre auxilie os estudantes passando de grupo em grupo. OBSERVAÇÃO: utilize temas diferentes para cada turma da escola. Isso cria diversidade textual. Organização da turma Grupos com 4 componentes cada de acordo com o número de estudantes. Recursos e providências Materiais de pesquisa dos grupos, dicionários bilíngues Inglês/ Português físico ou virtual (celular), caderno e caneta. 3º MOMENTO: Forme novamente os grupos e seja mediador dos estudantes nas produções textuais. Instrua seus estudantes a escreverem os textos em inglês. Professor(a), você é o mediador deste trabalho. Ser mediador, não é fazer a atividade dos estudantes, é auxiliar no que for necessário: tirar dúvidas quanto à produção textual, usos corretos de termos e expressões em inglês e ainda, fazer correções quanto a parte gramatical e sintática. Lembre-se sempre - seus estudantes devem ser protagonistas da produção dos trabalhos. Organização da turma Círculo na sala de aula. Recursos e providências Apresentação dos trabalhos na turma e publicação dos mesmos nas redes sociais da escola. Caso não tenha rede social, faça um grande painel nos corredores da escola para a exposição dos mesmos. 4º MOMENTO: Apresentação dos textos na turma (textos estes em inglês) e um pequeno debate sobre como foi a produção deste trabalho. Esta será a sua avaliação na turma. Após, faça a publicação nas redes sociais da escola de modo que todos os colegas tenham acesso aos mais diversos tipos de textos, abrangendo assuntos diferentes. 63 TEXTOS (ícone clicável) ANEXO TEXT 01 Nature in danger November 18, 2013 07:31 pm | Updated 07:31 pm IST COMMENTS SHARE READ LATER Many people cut trees all over the world. These are people who do not know they are harming themselves by their action. Recently, there was news about the destruction of lives and property in Uttarakhand due to flash floods caused by a cloud burst. According to ecologists and environmentalists, one of the main causes of this catastrophe was deforestation. Actually, people cut treesfor the sake of luxury and money. Deforestation results in global warming, drought and famine. People should be made aware of the ill effects of deforestation. Organisations like WWF (World Wildlife Fund) should be encouraged in their efforts and guided in all possible ways to help promote preservation of forest land. If deforestation continues at the current rate, a day will come when the human species itself will be endangered. Fonte: The Hindu [2013]. TEXT 02 Nature in Danger: Threatened Habitats and Species Noel Simon Oxford University Press, 1995 - 240 páginas Humanity's well being and ultimate survival are inextricably bound up with the health of the natural world. We often take for granted that nature will continue to provide the basics of life--food to eat, water to drink, fuel for warmth, air to breathe. But today the world's natural resources are threatened daily. Forests are leveled, grasslands overgrazed until they turn to desert, oceans and streams polluted. In Nature in Danger, conservation expert Noel Simon offers a detailed picture of the many threats to the natural world, and reveals what Fo nt e: B OO KS .G OO GL E [1 99 5] we can do to protect the environment from overexploitation. This lavishly illustrated and highly informative volume takes us on a journey to some of the world's most striking climes, from the Okavango Delta to the Tibetan Plateau, and from African savannas to the island of Tristan da Cunha. Simon examines the many varieties of rainforest, from Brazilian Amazonia to the forests of Zaire; wetlands as diverse as the Florida Everglades, the Mekong delta, and the Aral Sea; grasslands from the North American prairies to the Eurasian steppe; mountain ranges from the Rockies and the Andes to the Himalayas and the Alps; reefs and islands such as the Great Barrier Reef, the Galapagos Archipelago, Madagascar, and Hawaii; the world's great deserts; and Antarctica. He describes the flora and fauna of each place he visits, traces the history of human exploitation right 64 up to the present, and outlines ways in which these threats can be met. Each section boasts superb full-color photographs and informative maps. Also included are many boxed features that offer interesting side-trips to a region's natural wonders (such as the shrimp that live some 800 feet above ground on Ayers Rock, in the Australian desert) or historical curiosities (such as how Samarkand in the eighth century became a paper-making center). In addition, the book offers a special section on endangered species, highlighting the perilous circumstances of orangutans, blue whales, the African elephant, the giant panda, and many other animals and plants. Simon describes each species, tells how many remain extant (for instance, he reveals that the African Black rhino has dwindled from 100,000 in the early 1960s to some 4,000 today), and outlines what we are doing to save them. Finally, the book includes a glossary of terms, a directory of species names, a bibliography, and an index. A superb source of information on threatened habitats and species around the world as well as a beautifully illustrated celebration of nature's most glorious locales, Nature in Danger will delight anyone who loves wildlife and the great outdoors or who is deeply concerned about the ecological future of planet Earth. Fonte: Google Livros, [2024]. Disponível em: https://books.google.com.br/books/about/Nature_in_Danger. html?id=Ud0UAQAAIAAJ&redir_esc=y TEXT 03 Nature Fo nt e: M EM ES _O VE RL OA D, [2 02 0] . 65 Competência 4: Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como respeitando as variedades linguísticas e agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero textual/discursivo, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem preconceito linguístico. Relações entre a língua e os aspectos sociais, cultu- rais, geopolíticos e históri- cos dos falantes. Produção de textos e discursos com uso das variedades e estilos da língua, de acordo com os contextos de produção, circulação e recepção de textos. Variação linguística. Combate ao preconceito linguístico, desrespeito e desvalorização de alguns grupos sociais. Teoria da comunicação. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Linguistic variation. APRESENTAÇÃO Caro(a) Professor(a), tudo bem? Compreender as línguas como fenômeno geográfico, político, histórico, social é algo que aparece na competência 04 e neste plano de aula. Nele, você perceberá o quanto a língua é variável, não somente pela diferença de países, mas que isso acontece desde o cerne de sua história, na sua modernização e variação que acontece com o passar dos anos, décadas e séculos, além de seus contextos de uso, que são imprescindíveis à comunicação. Nesta concepção, percebemos que esta variação na língua acontece em diversas regiões de uma única nação, o que vai mostrar a identidade de maneira pessoal ou coletiva do lugar. É aqui que marcaremos o trabalho com a habilidade EM13LGG402, que trata de empregar a variedade, o estilo da língua dentro de interações comunicativas e sociais de todo o tipo, seja falada, escrita ou pela rede social, em que os interlocutores irão desenvolver sua comunicação respeitando os usos sem cometerem preconceito linguístico. Isso se dá de forma a promover a interligação entre aspectos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos, sabendo-se que o mais importante é conseguir fazer o seu discurso com a variedade adequada sem sair da teoria de que é necessário se comunicar. Comunicar sem desvalorizar as diversidades dos grupos sociais e da variação que uma língua passa o tempo todo. Língua considerada “viva” é aquela que é falada, passa por modificações e ainda assim, os interlocutores conseguem se identificar e fazer com que a prática discursiva aconteça. 66 DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Projetor de imagem, caderno, caneta, Primeira atividade a ser feita, pergunte aos estudantes sobre o tema da aula – momento brainstorm. Instrua-os a responderem sempre em inglês. 01- Do you know what linguistic variation is? Explain in your words. 02- In English, is it possible to identify this variation? Give examples. 03- Do you think that there is linguistic variation only in the United States and in England? Why? 04- Have you ever heard a person or watched a movie produced from the United States or England? 05- Do you think the other countries colonized by England have linguistic variation? Why? 06- Do you think that all the countries which speak English have this language as an official one? Why? 07- Do you think that all the countries that were colonized by England speak only English or speak their native language as well? Why? Eis possíveis respostas para você, Professor(a) indicar aos seus estudantes: I think… I don’t think… Yes, I do. Or No, I don’t. It is possible to hear the linguistic variation in... Faça uma pequena discussão quanto às perguntas e, após, assista a aula do Programa Se Liga que fala sobre o assunto Linguistic Variation. Não se esqueça de pedir aos estudantes para fazerem anotações no caderno ao longo do vídeo sobre o assunto, palavras que não conhece, curiosidades e, principalmente as dúvidas. Assim que o vídeo terminar, faça o momento de tira-dúvidas com os estudantes de acordo com as anotações feitas por eles. Professor, se você quiser a apresentação de Power Point da aula, clique no link abaixo. Aula Se Liga Dia 11/12/2023 – Assunto: Variação do Inglês Disponívelem: https://drive.google.com/file/d/14GX9ZOvV9XR3VeyNEmf1k6eqSgu2 7SmH/view. Aula Se Liga Dia 11/12/2023 – Assunto: Variação do Inglês Disponível em: https://drive.google.com/file/d/15YbAmGJ6PK5V71LtiLqrUx_ YLKyhgYRZ/view. 67 Recursos e providências Texto impresso, dicionários bilíngues físicos ou o uso do celular, caderno e caneta. 2º MOMENTO: Organização da turma Grupos de acordo com o número de estudantes na sala de aula. Professor(a), para este momento providencie, previamente, cópias do material disponível na seção Anexo. Distribua o material impresso para as duplas e peça que analisem cada uma das tirinhas e/ou cartoons. Dê um tempo para que isso seja feito. Após o momento de analise, faça perguntas sobre o material. Use a Língua Inglesa neste momento. Questions: 01- What are the cartoons talking about? 02- Were the characters of the cartoons talking in English? 03- Could you notice some discrimination in some of the cartoons? Which part or expression could you see that in? 04- Were there discussions in the cartoons about the language they speak? Why? Assim que os estudantes responderem às questões, você, professor(a), deve ser mediador(a) das respostas e discussão sobre os cartoons. Para o próximo momento, prepare os estudantes: A) Pedir para fazer uma pesquisa mais apurada sobre variação linguística da língua inglesa e trazer as anotações necessárias. B) Informar aos estudantes que a formação de grupos deste momento 02 será fixa para os demais momentos. C) Assistir à aula seguinte para a confecção de um trabalho, eis o link. Indicação de aula explicando o assunto Gênero Podcast Aula Se Liga Dia 11/09/2023 – Assunto: Gênero Podcast. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1LQL6sXeP6oIjpPov6u_ ielEl45NHrUR5/view. MATERIAL PARA O ESTUDANTE (ícone clicável) 68 Recursos e providências Material de pesquisa pedido no momento anterior, celular (se possível na escola). Se não for possível, converse com a direção escolar. Este aparelho será imprescindível. 3º MOMENTO: Organização da turma Grupos formados no momento anterior. Reúna os grupos. Lembre-se, Professor(a), você é o mediador de todo o trabalho. Agora os estudantes produzirão Podcasts sobre o assunto de Linguistic variation. Diga aos estudantes que, agora, os grupos prepararão um documento de áudio para postar no grupo de Whatsapp da turma (se não tiver, criar um) ou na página social da escola. Haja vista que os estudantes já assistiram ao documento de como fazer um Podcast, ficará mais fácil fazer. Enquanto os estudantes preparam o roteiro da gravação e, por fim, a gravação, auxilie-os indo de grupo em grupo. Lembre-se de que o Podcast deverá ser feito na Língua Inglesa. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Projetor de imagem, caixa de som, sala de informática. 4º MOMENTO: A primeira parte deste momento é a apresentação dos Podcasts à turma, e, após, para a finalização do trabalho, fazer a publicação dos Podcasts na rede social da escola e/ou grupo de Whatsapp da turma. Professor(a), avalie seus estudantes em todo o processo. 69 ANEXO Some English Linguistic Variations MATERIAL PARA O ESTUDANTE (ícone clicável) Soda x Pop Fo nt e: M IR OM ED IU N. [2 02 3] Fo nt e: K UA DR O [2 02 2] Fo nt e: L AN GU AG EL OG . [ S. D. ] 70 Competência 5: Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento. Aprendizagem significativa com textos que traduzem projetos vinculados aos sujei- tos do mundo dos esportes. Processo de inferência de in- formações a partir do contex- to de práticas corporais. Autoconhecimento e autocui- dado com o corpo e a saúde. Posicionamento ético e res- peitoso com a saúde pessoal e coletiva. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Quality of life. APRESENTAÇÃO Caro(a) Professor(a), tudo bem? No presente plano será enfatizado o tema saúde e como tem sido importante este assunto nos anos atuais, tanto no que se refere à saúde do corpo quanto a da mente, em busca de socialização e entretenimento em prol de estar e manter o bem estar por completo. Este assunto é mencionado na habilidade LM13LGG503, que enfatiza a “vivência das práticas corporais” e, ainda, fazer com que o estudante possa dar sentido a elas dentro de um Projeto de Vida individual, com intuito de obter o resultado de autoconhecimento e autocuidado com o que temos de mais precioso: nosso corpo e nossa saúde. E como trabalhar tudo isso na Língua Inglesa? Já que parece algo longe da realidade da disciplina. Sugiro que, neste contexto, você, professor, faça parceria com os professores de Educação Física e Biologia. Eles poderão auxiliar no trabalho, assim como complementar a metodologia que será empregada em: alimentação adequada, atividades físicas pertinentes a cada situação de gosto pessoal ou necessidades dos estudantes, e para completar, que eles possam compreender a importância de manter a mente e o corpo sãos num mundo em que as vivências estão passando muito rápido. Além de todos estes possíveis assuntos a serem complementados, o estudante poderá compreender que estes processos de autocuidado proporcionarão sentidos de que estar no mundo e viver requerem cuidados e atenção permanentes com o templo que é o nosso corpo. Isso nos mantém mais sociáveis, acessíveis às intempéries, problemas e/ou situações que podem surgir e nos torna capazes de perceber e expressar valores, padrões e até a própria identidade de maneira ética e 71 respeitosa consigo mesmo, o outro e a comunidade em que se vive. A qualidade de vida não perpassa só a saúde corporal, ela transita em todos os ambientes e abrange não somente o físico, mas o mental também. Recursos e providências Lousa, projetor de imagem, caderno, caneta, pincéis e cartazes. Utilize cartazes somente se a sua escola não possuir projetor de imagem. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO Caro(a) Professor(a), neste momento, é hora de buscar informações sobre a qualidade de vida de seus estudantes. Com o uso do projetor de imagem, projete a seguinte imagem no quadro e faça perguntas sobre ela. Nunca se esqueça de avisar aos estudantes para responderem em inglês as perguntas, isso possibilita engajamento com a língua inglesa. Questions: 01– What can you see in this picture? 02– Can you imagine yourself at this age? Why? 03– What have you done to you about your health? 04– Are you taking care of yourself? Why or why not? 05– Do you practice any sports or physical activities to keep your body healthy? Why or why not? 06– Do you take care about the food you eat every day? Why or why not? Couple and sport Ol de r a du lts . S po rt E ng la nd , [ 20 24 ]. D ip on íve l e m : h ttp s: // w w w. sp or te ng la nd .o rg /r es ea rc h- an d- da ta /r es ea rc h/ ol de r-a du lts . 72 Professor, se necessário, projete ou escreva na lousa possíveis respostas para o estudante sobre as perguntas acima. I can see … Yes I can… or No, I can’t… Because… I have done/practiced/eaten/ … Yes, I am… or No, I am not… Because… Yes, I do or No, I don’t… Faça anotações das respostas mais relevantes e, após, assista à seguinte aula para fechar este primeiro momento. Avise aos estudantes para fazerem anotações do vídeo no caderno como: a alimentação das pessoas que são apresentadas, os possíveis cuidados que podemos ter em prol de uma boa saúde, sobre o tópico gramatical que aparece na aula - adverbs of frequency e até mesmo perguntas de quaisquer dúvidas que possam surgir. AulaSe Liga Dia 28/08/2023 – Assunto: Quality of Life. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1CYfqho9wpMXgVNztgB6b3Gml8jF4Z226/ view. Recursos e providências Projetor de imagem, caderno, lápis e canetas para anotações, folha impressa. 2º MOMENTO: Organização da turma Grupos com 4 ou 5 componentes cada, de acordo com o número de estudantes na turma. Professor, monte grupos com pelo menos 4 ou 5 componentes, de acordo com a quantidade de estudantes na sala de aula. Após, assista a uma nova aula do Se Liga sobre o assunto. Novamente, peça aos estudantes que façam anotações como:benefícios físicos quanto à prática de esportes e de se ter uma alimentação e hábitos saudáveis, dietas mais personalizadas ou jejum intermitente, tipos de alimentos necessários para uma boa saúde. Logo após, auxilie-os sobre como será o trabalho. Aula Se Liga Dia 06/11/2023 – Assunto: Hábitos Saudáveis. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1v5VQMxFNN7cyptNgaZr1fCPugjHpqc-O/ view. Após assistir às aulas, auxilie os grupos a montarem questionários de perguntas com vários temas relacionados à saúde. O ideal é que cada grupo escolha um tema, peça-lhes sugestões. Eis algumas: 73 * Healthy Habits * Sports * Quality of Life Informe aos estudantes que estes questionários serão para pesquisa e avaliação de dados estatísticos. Isso quer dizer que, quem responder, não precisa se identificar. Possíveis perguntas: a) How old are you? ( ) 10 to 19 years old ( ) 20 to 29 years old ( ) 30 to 39 years old ( ) 40 to 49 years old ( ) More than 50 years old b) Do you work from home or in an office? c) How many hours do you work a day? d) Do you have time to exercise? e) Do you practice any sports? f) Do you exercise in a specific place? Where? g) Do you take care about the food you eat? h) Do you take care about the drinks you drink? i) Do you drink water? How many times a day? j) Do you have any health problems? k) What is the importance of taking care of our health? Instrua os estudantes a preparar esta parte do trabalho na sala e que os questionários deverão ser respondidos até a aula seguinte. Que seja pelo menos 20 questionários para cada grupo. Recursos e providências Questionários respondidos, cartolina, pincéis coloridos, réguas, gravuras sobre o assunto (caso não tenha sala de informática na escola disponível). Questionários respondidos, caderno para anotação (caso tenha sala de informática na escola disponível). Organização da turma Grupos de 4 a 5 componentes. 3º MOMENTO Apuração dos resultados. Forme os grupos novamente na turma para que seja feita a contabilização dos resultados, a confecção de infográficos e, ainda, apresentação dos trabalhos feitos. Instrua-os a apresentar o trabalho em 74 Aula Se Liga Dia 24/04/2023 – Assunto: Infographic. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/13FDpCdeuS4rj2urx-PY4MRKokU0LZpBH/view Língua Inglesa. Indique a aula abaixo para que eles possam ter noção de como preparar um infográfico. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Trabalhos em cartazes para as apresentações. 4º MOMENTO: Cada grupo deverá apresentar seus infográficos e explicar como chegaram ao resultado apontado e todas as impressões no momento de todo o processo para a realização do projeto final (trabalho). 75 REFERÊNCIAS BOOK. Image. Disponível em: https://books.google.com.br/books/content?id= Ud0UAQAAIAAJ&printsec=frontcover&img=1&zoom=1&imgtk=AFLRE71Z9CqTB aoshb1QtrjhEA-rvTSYiYvdf7fit7xhvcrAThUv4rMJHcDF4zbTtSIGtTaEEXjGW8MjaC- hfkKmUpFAYR7ns8GKRlFZhV9DX4CfCyCev1jU0awTMcJjPNJP2fS2ImO8w . Acesso em: 20 fev. 2024. ENGLISH. Imagem. Kuadro. 2022. Disponível em: https://kuadro-static.storage.googleapis. com/9dc9a7864c184269b729ac1d411b18a8/82c7d627ad2dfa040f55.png . Acesso em: 15 fev. 2024. GÊNERO podcast. Direção: Se Liga na Educação/Secretaria Do Estado De Educação de Minas Gerais. Belo Horizonte – MG: Rede minas, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/ d/1LQL6sXeP6oIjpPov6u_ielEl45NHrUR5/view . Acesso em: 15 fev. 2024. HÁBITOS saudáveis. Direção: Se Liga na Educação/Secretaria Do Estado De Educação de Minas Gerais. Belo Horizonte – MG: Rede minas, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1v5V QMxFNN7cyptNgaZr1fCPugjHpqc-O/view . Acesso em: 16 fev. 2024. HOW to spot a scientist. Language log. Disponível em: https://languagelog.ldc.upenn.edu/myl/ SMBC_ScientistSpotting.png . Acesso em: 15 fev. 2024. INFOGRAPHIC. Direção: Se Liga na Educação/Secretaria De Estado De Educação De Minas Gerais. Belo Horizonte - MG: Rede Minas, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/ d/13FDpCdeuS4rj2urx-PY4MRKokU0LZpBH/view . Acesso em: 16 fev. 2024. ISLCOLLECTIVE. 5 tips for healthy living on the go. Disponível em: https://en.islcollective.com/ english-esl-worksheets/reading-comprehension/reading-for-detail-deep-reading/health-and-going- doctor/healthy-lifestyle/58503 . Acesso em: 09 jun. 2023. LIVEWORKSHEETS. A healthy lifestyle. Disponível em: https://www.liveworksheets.com/ worksheets/en/English_as_a_Second_Language_%28ESL%29/Healthy_Habits/A_Healthy_Lifestyle_ vk59328de . Acesso em: 09 jun. 2023. I DON’T know who needs to hear this, but… Meme. 2021. Disponível em: https://i.imgflip. com/4rhikr.jpg . Acesso em: 03 mar. 2024. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2024. Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev. 2024. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/ documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf . Acesso em: 05 fev. 2024. MORAES. Rita de Cássia. Descubra os países que falam inglês e conheça algumas curiosidades. 2022. Disponível em: https://www.letras.mus.br/academy/blog/paises-que-falam-ingles/ . Acesso em: 15 fev. 2024. NATURE in danger. Book. 1995. Disponível em: https://books.google.com.br/books/about/Nature_ in_Danger.html?id=Ud0UAQAAIAAJ&redir_esc=y . Acesso em: 20 fev. 2024. NATURE in danger. 2013. Disponível em: https://www.thehindu.com/features/kids/nature-in-danger/ article5364570.ece . Acesso em: Acesso em: 20 fev. 2024. QUALITY of life. Se Liga na Educação/Secretaria De Estado De Educação De Minas Gerais. Belo Horizonte - MG: Rede Minas, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/ d/1CYfqho9wpMXgVNztgB6b3Gml8jF4Z226/view . Acesso em: 16 fev. 2024. SODA x pop. Miro médium. Disponível em: https://miro.medium.com/v2/resize:fit:720/ format:webp/0*59pvK8ZyKpk8jVqD.jpg . Acesso em: 15 fev. 2024. VARIAÇÃO do inglês. Se Liga na Educação/Secretaria De Estado De Educação De Minas Gerais. Belo Horizonte - MG: Rede Minas, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/14GX9ZOvV9 XR3VeyNEmf1k6eqSgu27SmH/view . Acesso em: 15 fev. 2024,. VARIAÇÕES do inglês ao redor do mundo. Wings. 2023. Disponível em: https://wingseducacao. com.br/variacoes-do-ingles-pelo-mundo/ . Acesso em: 15 fev. 2024. 76 MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS - MAPA ANO DE ESCOLARIDADE 2º Ano ÁREA DE CONHECIMENTO Linguagens e suas Tecnologias COMPONENTE CURRICULAR Arte REFERÊNCIA Ensino Médio ANO LETIVO 2024 Competência 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG102) Analisar visõesde mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao (s) interlocutor (es) e ao gênero textual/ discursivo, respeitando os usos das línguas por esse (s) interlocutor (es) e sem preconceito linguístico. Apreciação de produções artísticas e posicionamen- to crítico sobre sua criação, circulação e recepção. Avaliação da utilização das tecnologias e mídias, bem como a mediação da indús- tria cultural de produções artísticas. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Planos Sensíveis - O grafite, das ruas para as galerias. APRESENTAÇÃO Prezado(a) Professor(a)! Em meados 1960, o artista brasileiro Hélio Oiticica1 , intrigou o mundo da arte com sua afirmação "o museu é o mundo, é a experiência cotidiana". Essa afirmação parte da premissa que a arte está no meio de nós, ou seja, ela pode acontecer no dia a dia, sem aviso prévio, sem formalidade, sem convite. Para Oiticica, o mundo concreto é o palco para as mais diversas linguagens da arte que desse modo ganha uma dimensão além das “molduras”. Diante disso, a arte deixa de ocupar um lugar isolado, distante e elitizado e se aproxima da massa pela democratização na conquista de novos espaços. Nesse sentido, o Grafite é um exemplo contundente desse pensamento como uma forma de expressão artística que transcende os limites tradicionais, percorrendo um caminho inverso desse pensado por Oiticica, saindo das ruas para conquistar os museus e galerias mais renomados no mundo. 77 1Hélio Oiticica (Rio de Janeiro RJ 1937 - idem 1980). Artista performático, pintor e escultor. Inicia, com o irmão César Oiticica, estudos de pintura e desenho com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1954. Nesse ano, escreve seu primeiro texto sobre artes plásticas; a partir daí o registro escrito de reflexões sobre arte e sua produção torna-se um hábito. Participa do Grupo Frente em 1955 e 1956 e, em 1959, passa a integrar o Grupo Neoconcreto. Abandona os trabalhos bidimensionais e cria relevos espaciais, bólides, capas, estandartes, tendas e penetráveis. [...] GUIA DAS ARTES. Hélio Oiticica biografia. São Lourenço, 2015. Disponível em: https://www.guiadasartes.com.br/helio-oiticica/ biografia. Acesso em: 16 fev. 2024. O grafite desponta como objeto de uma arte democrática, que inunda as cidades de cor e significado que apesar de parecer uma expressão artística recente, surge lá nos meados de 1960 e 1970, mas só consegue ser reconhecido como arte a partir dos anos 1980. Desta forma, ganha notoriedade e surge nas bienais de arte despertando a atenção dos críticos e curadores. Esse movimento foi considerado uma transição controversa que ocasionou debates sobre a mercantilização dessa arte. Apesar desse mal estar, o grafite provocou o interesse para a cultura de rua, proporcionando uma interação com as expressões artísticas da periferia. Essa valorização foi um modo de reconhecer e legitimar o grafite como uma linguagem da Arte, abrindo espaço para os artistas que antes eram marginalizados pela sociedade. Espera-se com esse planejamento, proporcionar aos estudantes a capacidade de analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade, como também, empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo, respeitando os interlocutores e sem preconceito linguístico. Na intenção de criar uma interlocução com as habilidades propostas, exploraremos a trajetória fascinante do grafite, destacando o misterioso artista inglês Banksy. Investigaremos aqui, não apenas suas obras, mas também os contextos sociais, políticos e culturais que moldaram suas criações e como esse artista transformou o grafite em uma forma de arte reconhecida e apreciada em todo o mundo, construindo um caminho das ruas para os museus e galerias. Obs: O(a) docente tem a liberdade de adaptar esse planejamento de acordo com a realidade a qual está inserido(a), considerando os espaços físicos, as tecnologias disponíveis, a maturidade da turma, dentre outros. Os objetos de conhecimento devem ser articulados de modo a corroborar com os recursos disponíveis, com o objetivo de atingir o desenvolvimento intelectual, emocional e cultural dos estudantes. A quantidade de aulas necessárias para o desenvolvimento desse planejamento, também fica a critério do(a) professor(a), que tem autonomia e expertise para as adaptações necessárias, levando em conta as especificidades da turma e os recursos disponíveis, como também a possibilidade de estender o planejamento para um possível projeto transdisciplinar, fator importante para uma educação dentro dos parâmetros das metodologias ativas. Recursos e providências Texto e imagens impressas, mídias audiovisuais, computadores com acesso a internet. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO 78 Um pouco da história do grafite (Rosa, 2019). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zslmq4OGy6I. Olá (a) Professor(a)! Introdução ao Grafite Inicie este momento, apresentando o tema e as habilidades a serem desenvolvidas de acordo com a introdução desse planejamento. Definida como arte urbana, o Grafite se apresenta pela criação de imagens em locais públicos, principalmente nas grandes metrópoles. É uma expressão artística política e ideológica no sentido de apresentar críticas sociais, intervindo no cotidiano das pessoas de forma democrática e acessível. O termo vem de “Graffito ", de origem italiana, que significa “escrita feita com carvão”. (Aidar, 2011). Para falar de suas origens, pode-se considerar as pinturas rupestres impressas por nossos ancestrais, como também, relatos de haver inscrições nos muros das antigas civilizações greco-romanas. O grafite contemporâneo é originário das periferias estadunidenses, relacionado a cultura hip-hop, em meados dos anos 1960 e 1970, difundido pelas comunidades afro-americanas e latinas. Para auxiliar na contextualização desse momento, exiba o vídeo disponível no link abaixo: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto e imagens impressas, mídias audiovisuais, computadores com acesso à internet. 2º MOMENTO: Olá professor(a)! Banksy, um protesto visual! Comece esse momento discorrendo sobre a figura enigmática e impactante de Banksy, um artista britânico cuja identidade permanece desconhecida. Suas obras por sua natureza satíricas, críticas e repleta de significados, o estabelecem como um personagem notório na arte internacional, apesar do anonimato. Banksy utiliza principalmente a técnica de estêncil em suas obras, permitindo-lhe rapidez e anonimato na execução de seus grafites nas ruas de cidades como Bristol e Londres. Suas criações abordam temas políticos, sociais e de poder, frequentemente de forma agressiva e sarcástica, desafiando a autoridade e o status quo. Um dos momentos marcantes de sua carreira foi quando sua obra "Girl With Balloon" foi leiloada e, imediatamente após a venda, passou por um triturador oculto na moldura, em um ato de crítica à indústria artística. Essa ação provocativa exemplifica a abordagem de Banksy em desafiar as normas e valores estabelecidos. Além de seus grafites, Banksy realiza intervenções artísticas em outros meios, como trocar CDs da Paris Hilton por versões alteradas e produzir notas de £10 (libras) com imagens da princesa Diana. Essas ações refletem sua visão de arte como forma de ativismo político, chamando a atenção para questões sociais importantes. Em suma, Banksy transcende as fronteiras tradicionais da arte, desafiando o público e a indústria artística com suas obras provocativas e sua identidade obscura. 79 IMAGEM1 (ícone clicável) Banksy x museus - Entre o amor e o ódio. Apesar de ter despertado o interesse dos museus e galerias, Banksy não os enxerga como espaços amistosos por considerá-los meramente mercantis. O artista prefere fazer exposições coletivas do que protagonizar esses espaços com exclusividade, como uma forma de educar consumidores que têm como único intuito o ganho financeiro. Essa resistência do artista a esses espaços que imprimem nas obras uma aura de valor, tem sido um jogo paradoxal. A despeito de suas ações sempre apresentarem um discurso de desprezo ao mercado da arte, como no caso da obra "Girl With Balloon" citada acima, acaba por monetizar ainda mais seu trabalho pelo ineditismo da ação, uma das características primordiais que a arte carrega. De acordo com Millan, 2020, mesmo com o debate, é inegável o legado dele para a arte. Inclusive, popularizou-se o termo “efeito Banksy” para nomear o interesse de outros artistas de rua que desviaram do olhar tradicional das galerias de arte e pegaram carona com a popularidade do anônimo.” Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto e imagens impressas, mídias audiovisuais, computadores com acesso a internet. 3º MOMENTO: Caro(a) professor(a)! Inicie este momento apresentando algumas das obras mais famosas de Banksy e peça para a turma analisar e comentar as imagens. OBRAS FAMOSAS DE BANKSY (ícone clicável) Após ouvir os comentários da turma sobre as imagens, fale sobre a intenção do artista em suas criações: Na real! Love is in the Air (Soldier throwing flowers): “Essa é uma pintura mural feita em 2005 em Londres. Na época, a cidade britânica passava por uma onda de protestos. [...] Como se fosse atirar um explosivo, a imagem exibe um paradoxo ao aliar um ato "violento" com a delicadeza das flores”. (Aidar, 2011) Napalm (Can't Beat That Feeling): “Nessa impactante obra, Banksy faz uma montagem relacionando a Guerra do Vietnã com a cultura capitalista americana. Isso porque, o artista combinou as imagens de Mickey Mouse e Ronald McDonald, símbolos do American Way of Life, com a figura de uma menina vietnamita que foi fotografada fugindo dos horrores da guerra.” (Aidar, 2011) 80 Stop and Search: “Nessa obra, produzida em 2007 em Bethlehem, na Palestina, o artista [...] propõe uma inversão de papéis em uma situação que normalmente ocorre com civis, que é a de ser revistado pelas forças armadas. A menina veste uma roupa cor-de-rosa e representa a inocência”. (Aidar, 2011) Girl with ballon: Talvez a obra mais famosa de Banksy, a menina perde o balão que é levado pelo vento. O balão em forma de coração vermelho representa o amor perdido (a desumanização). A cor preta predomina no restante da obra, significando a vida sem amor. Os discursos políticos e sociais sempre estão presentes nas obras de Banksy, convidando o espectador a refletir e compreender os caminhos equivocados que a sociedade contemporânea tem tomado. À deriva! 1) Para ampliar seu repertório imagético, acesse as obras do artista Banksy pela internet, selecione a que mais te impactou descrevendo-a. Faça um relato em um parágrafo sobre as impressões que teve da arte selecionada por você. (não se esqueça de indicar o título e o local onde a obra foi executada ou exposta). 2) Identifique, fotografe e imprima, em formato A4, imagens de grafite encontradas no seu trajeto. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Material para a confecção de grafites inspirados na obra do artista Banksy. (Papel Kraft, tinta guache, rolinho, stencil, fitas adesivas, etc.) 4º MOMENTO: Prezado(a) Professor(a)! Comece esse momento pedindo que os estudantes apresentem para a turma as imagens solicitadas anteriormente, tanto a descrição de uma obra do Banksy, quanto as imagens que fizeram das intervenções artísticas pela cidade. Questione se eles(as) são capazes de identificar o local em que as imagens trazidas pelos colegas se encontram e quais impressões essas imagens deixaram para eles(as). Certifique-se se a turma é capaz de traduzir as intenções de quem as criou. Mãos na massa! Divida a turma em 5 grupos e oriente que produzam uma obra de arte inspirados(as) nas criações do artista Banksy, considerando o contexto em que se encontram. A obra deverá ser exposta em sala de aula ou em ambiente externo para toda a comunidade escolar, contendo um título e um breve relato sobre o tema escolhido. O título sugerido para exposição é: “O Grafite como Ferramenta de Mudança Social” 81 Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto e imagens impressas, materiais diversos para confecção de mural. 5º MOMENTO: Hora da exposição! “O Grafite como Ferramenta de Mudança Social” Escolha um local na escola onde todos tenham acesso. Organize a montagem com a turma, distribuindo as tarefas entre os grupos selecionados anteriormente. Peça que façam o convite para as outras turmas apreciarem a exposição. Conclusão: Em uma roda de conversa, reflita com a turma sobre o papel do grafite como forma de expressão e protesto, discutindo sobre exemplos de grafites que impactaram mudanças sociais e políticas. Comente sobre a legalidade (ou não) do grafite em espaços públicos e sobre as responsabilidades éticas dos artistas de rua. A relevância do grafite como linguagem da arte contemporânea se impõe como um grito das periferias, marginalizadas e oprimidas, desafia os padrões estabelecidos e propõe um novo olhar rumo às transformações necessárias para uma sociedade mais justa e igualitária. “Por isso, arte e ativismo político são intrinsecamente relacionados para Banksy. O artista consegue fazer intervenções incômodas e surpreendentes quando o público menos espera, além de chamar atenção para importantes questões sociais.” (Millan, 2020) 82 ANEXO Momento em que a obra Girl With Ballon é destruída em leilão IMAGEM 1 (ícone clicável) Love is in the Air (Soldier throwing flowers) Napalm (Can't Beat That Feeling) Stop and Search Girl with ballon AI DA R, L . 6 O br as d e Ba nk sy q ue s ão im po rta nt es c rít ica s so cia is. T od a M at ér ia . [ S. l. ], 20 11 . Di sp on íve l e m : h ttp s: // w w w. to da m at er ia .c om .b r/ ba nk sy -o br as /. OBRAS FAMOSAS DE BANKSY (ícone clicável) 83 Competência 6: Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re) construir produções autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento. Participação, observação e posicionamento crítico em manifestações artísticas, atividades culturais e pro- duções artísticas diversas, atentando-se para a diver- sidade e pluralidade. Problematização de este- reótipos, preconceitos, etc. em produções artísticas de grupos minorizados social- mente em diferentes lin- guagens. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: METAMORFOSES URBANAS – Formas de criar, transformar e habitar espaços culturais. APRESENTAÇÃO O espaço habitado parte do ponto de adaptabilidade do ser humano não só como indivíduo, mas principalmente como seres sociais, coletivos e políticos. Considerando os espaços geográficos, somos capazes de nos adaptar aos mais inóspitos relevos e climas em condições naturaisextremas. A raça humana tem por natureza se distribuir e ocupar, independente das situações demográficas e sociais. Esse dinamismo adaptativo se revela ao longo da história humana e não é diferente na contemporaneidade, considerando que o avanço tecnológico amplia essa habilidade de habitar novos espaços. Deste modo, na modernidade, com a globalização, percebe-se o alargamento da ocupação de territórios em um patamar inimaginável. Para Martins, 2010, "A questão aqui é pensar na multiplicidade de naturezas e culturas. E mais, pensar em termos de territorialidades. A territorialidade como elemento constituinte de culturas, naturezas e identidades". Nesse sentido, ao pensarmos no fenômeno da urbanização contemporânea e na hostilidade das grandes metrópoles, a conquista de ambientes que proporcionem o convívio, a expressão e a interação dos indivíduos deve ser considerada como ponto de afirmação e perpetuação da cultura de uma sociedade, tendo nesses espaços um meio de afirmação identitária. Espera-se com esse planejamento, desenvolver junto aos estudantes a capacidade de compreender as mudanças nos espaços urbanos ao longo do tempo e sua influência na cultura local e global, como também reconhecer e apreciar manifestações artísticas que refletem as metamorfoses urbanas e experimentar práticas corporais relacionadas à arte urbana como forma de expressão e 84 autoconhecimento. Neste intrigante percurso de aprendizagem e em interlocução com as habilidades propostas, embarcaremos em uma jornada intrigante pelas transformações dinâmicas dos espaços urbanos. Buscaremos entender seu profundo impacto na vida cultural e social, provocando metamorfoses por meio das diversas linguagens da arte urbana como elemento de ocupação de territórios que firmam a cultura e a identidade das comunidades. Obs.: O(a) docente tem a liberdade de adaptar esse planejamento de acordo com a realidade a qual está inserido(a), considerando os espaços físicos, as tecnologias disponíveis, a maturidade da turma, dentre outros. Os objetos de conhecimento devem ser articulados de modo a corroborar com os recursos disponíveis, com o objetivo de atingir o desenvolvimento intelectual, emocional e cultural dos estudantes. A quantidade de aulas necessárias para o desenvolvimento desse planejamento, também fica a critério do(a) professor(a), que tem autonomia e expertise para as adaptações necessárias, levando em conta as especificidades da turma e os recursos disponíveis, como também a possibilidade de estender o planejamento para um possível projeto transdisciplinar, fator importante para uma educação dentro dos parâmetros das metodologias ativas. Recursos e providências Texto e imagens impressas, mídias audiovisuais, computadores com acesso a rede de internet. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). DESENVOLVIMENTO 1º MOMENTO Caro(a) professor(a)! Inicie este momento, apresentando o tema e os objetivos a serem alcançados, conforme apresentação supracitada. Comente com a turma sobre o caminho sinuoso que deve ser percorrido na conquista de novas territorialidades como elemento fomentador de cultura no desenho de identidades sociais. Entender as cidades como organismos pulsantes e mutáveis, interfere diretamente na capacidade de existir e se reconhecer como indivíduo dentro da coletividade que nos caracteriza na construção e reconstrução de memórias. Solicite exemplos de arte urbana que promovem a metamorfose das cidades e anote as respostas na lousa. Comente sobre a importância de a cidade oferecer locais como praças, parques, estádios poliesportivos, museus, teatros, dentre outros, que abriguem as mais diversas formas de expressão artística, cultural e esportiva, como shows, espetáculos, feiras, exposições, competições etc. e que a sociedade seja capaz de promover eventos como forma de ocupação desses ambientes públicos, por meio de coletivos de arte, esporte e lazer. Pergunte se eles percebem a necessidade de haver esses espaços na sua cidade e caso haja, como eles ocupam esses ambientes. Peça que deem sugestões para outras formas de ocupar esses territórios ou para a construção dos mesmos. 85 Fo nt e: (M ar tin s, 2 01 8) 1 “Gentrificação é um processo de transformação e supervalorização de uma determinada área da cidade, promovendo um aumento no custo de vida. Essa dinâmica imposta atrai um novo perfil de moradores — uma população de maior poder aquisitivo —, ao mesmo tempo que expulsa seus antigos residentes, que partem em busca de bairros mais acessíveis economicamente. Diante disso, a gentrificação aprofunda a segregação socioespacial e evidencia a falta de um planejamento urbano mais eficaz nas cidades.” GUITARRARA, Paloma. Gentrificação - Brasil Escola. [S.l.] 2024. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/ gentrificacao.htm. Acesso em: 21 fev. 2024. Atividade extraclasse: 1) Pesquise sobre os termos “gentrificação”1 e “revitalização de espaços urbanos” e escreva com suas palavras o que você aprendeu. 2) Vamos brincar de antes e depois? Pesquise e traga para a escola, imagens impressas que indicam a transformação de um espaço na sua cidade. (Obs.: Essa transformação pode ser do degradado para o revitalizado ou espaços “gentrificados”, conforme aprenderam com a pesquisa). Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso, mídias audiovisuais, materiais diversos para criação de mural. 2º MOMENTO: Olá Professor! Inicie este momento construindo junto com a turma, um mural coletivo com as imagens solicitadas como tarefa extraclasse. (Sugestão de título para o mural: Antes e Depois – Gentrificação x Revitalização Urbana). Depois que o mural estiver pronto, peça que observem as imagens atentamente. Em seguida, converse com a turma sobre a pesquisa que fizeram. Deixe que os estudantes se manifestem espontaneamente sobre o que aprenderam com os termos “gentrificação” e “revitalização de espaços urbanos”. Pergunte se eles identificaram nas imagens expostas, a gentrificação e a revitalização dos espaços urbanos da sua cidade. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto e imagens impressas, mídias audiovisuais, computadores com acesso a internet, materiais sustentáveis para confecção de maquetes. 3º MOMENTO: 86 Prezado(a) professor(a)! Para esse momento, divida a turma em grupos de até 5 estudantes e proponha que cada grupo apresente um projeto de revitalização de algum espaço da sua cidade, considerando os conceitos aprendidos anteriormente. Esse projeto poderá ser físico (ex: maquete) ou virtual (ex: intervenção em uma fotografia digital, ou projeto em 3D) e deverá conter um texto defendendo a importância da proposta como objeto de promoção da arte e da cultura na cidade. Os projetos devem indicar a faixa etária a que se destinam ou espaços idealizados que sejam aproveitados para todas as idades, indistintamente. Os grupos devem se reunir para organizar a divisão de tarefas e a montagem de uma exposição para a comunidade escolar. Obs.: Pode ser feito um sorteio entre os grupos para cada faixa etária a ser contemplada no projeto. Caso optem por maquetes, oriente que utilizem materiais reaproveitados, reciclados/recicláveis como caixas de papelão, caixinhas de remédio, palitos de picolé, etc. dando ênfase a necessidade de sustentabilidade em que vivemos. Caro(a) professor(a), quem sabe esse trabalho dos estudantes possa ser exposto na câmara municipal? Seria uma fonte de inspiração para o poder legislativo local criar projetos para serem executados, promovendo uma metamorfose positiva na cidade. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. 4º MOMENTO: Visita a espaços culturais. Olá professor(a)! Esse é o momento de reconhecer o território cultural disponível na sua cidade como museus, galerias, associações, feiras de artesanato, prédios históricos, etc. Pergunteà turma se conseguem identificar esses espaços citando exemplos e quais eles conhecem ou gostariam de conhecer. Depois dessa identificação, de forma democrática, escolha junto com os(as) estudantes um local para visitarem. Peça que façam uma sondagem de datas e horários junto a administração do lugar eleito, para organizarem a visita. Caso não seja possível uma visita física (excursão), proponha uma visita virtual (Ex.: Acesse o link a seguir para uma visita virtual à Fundação Biblioteca Nacional. https://www.gov. br/bn/pt-br . (Ministério, [2024]) ) . Solicite à turma que façam anotações considerando a história do local, o espaço físico, a acessibilidade, o acervo, os projetos e eventos promovidos pelo espaço, etc. Em seguida, proponha uma discussão para refletirem sobre o que aprenderam, como também sugerirem melhorias para esses espaços que acolham o público, considerando a diversidade da comunidade. Atividade prática individual: Os estudantes farão um registro escrito de sua experiência na visita, destacando as conexões com o desenvolvimento do tema “METAMORFOSES URBANAS – Formas de criar, transformar e habitar espaços culturais”. 87 “CEGOS é uma performance urbana com caráter de obra aberta que permite diferentes leituras, do poético ao crítico: o excesso de trabalho, o aprisionamento e a petrificação da vida, a degeneração ética, a desigualdade e a degradação ambiental que se alastra pela sociedade atual” (Coletivo, 2018) Após a exibição do vídeo, pergunte sobre as impressões que tiveram e peça que façam uma análise sobre a capacidade da performance estabelecer um diálogo com o espectador, promovendo um momento disruptivo no cotidiano das pessoas. Discuta sobre o significado e o impacto das intervenções corporais na relação entre o corpo e o espaço urbano como uma ação que transforma a cidade. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Texto impresso. 5º MOMENTO: Performance Urbana e Intervenções Corporais. Olá professor(a)! Inicie este momento, conversando com a turma sobre arte urbana como uma das formas mais democráticas de arte, que surge pelos muros, praças, ruas, fachadas de prédios, viadutos e demais espaços públicos das cidades. Em seguida, introduza a performance urbana e intervenções corporais como formas de expressão artística em espaços públicos e comente que apesar do grafite ser a linguagem de arte urbana que tenha maior alcance, a performance apresenta nesse contexto a peculiaridade de ter o efeito surpresa, ou seja, ao lidar com o corpo como suporte, o artista se beneficia desse artifício causando um impacto maior entre as pessoas que inesperadamente se deparam com um acontecimento artístico. Para Odier, 2021, a arte da performance torna o corpo o objeto poético/visual e busca a ação em situações presenciais. “Nessa perspectiva, vemos nos estudos da arte da performance a potência do encontro com possibilidades ancestrais reminiscentes de aprendizado do corpo”. O dinamismo da performance urbana, pode ser observado assistindo o trabalho “Cegos”, do grupo “Desvio Coletivo”, disponível no link a seguir: Performance Urbana CEGOS (Avenida Paulista, 2015). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qT3axFaeBpA. Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Mídias audiovisuais, computadores com acesso à internet. 6º MOMENTO: 88 Encerramento: Prezado(a) professor(a)! Para esse momento, sugiro à turma a produção de uma performance, para ser apresentada na escola. A turma deve ser dividida em grupos que cuidarão da proposição de um tema, produção e execução, considerando as habilidades individuais para essa apresentação. A performance urbana, na linha intervencionista, é um procedimento estético que se utiliza do corpo e embora traga um elemento novo para um espaço em que já existem coisas acontecendo, se realiza e se modifica no momento do encontro, a partir da participação do outro. É um movimento que se inicia como proposta artística, mas pode de imediato, ter uma leitura política por conta dos corpos que reconfiguram as especificidades do lugar. A performance, cuja forma artística é reconhecida, instaura no espaço do cotidiano urbano um realinhamento das forças subjetivas contidas nas estruturas e nos sujeitos e os traz para a região de confronto das ideias, configurando um espaço de troca de afetos. (Rodrigues,2018) Atividade prática: Os estudantes desenvolverão e apresentarão uma performance relacionada às transformações do seu entorno, considerando o que aprenderam com “METAMORFOSES URBANAS – Formas de criar, transformar e habitar espaços culturais”. 89 REFERÊNCIAS AIDAR, L. 6 Obras de Banksy que são importantes críticas sociais. Toda Matéria. [S. l.], 2011. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/banksy-obras/. Acesso em: 18 fev. 2024. AIDAR, Laura. Grafite (Arte Urbana). Toda Matéria. [S. l.], 2011. Disponível em: https://www. todamateria.com.br/grafite-arte-urbana/. Acesso em: 18 fev. 2024 COLETIVO, D. Performance Urbana CEGOS (Avenida Paulista, 2015). [S. l.: s. n.], 1 vídeo (03:05 min). Publicado pelo canal desvio Coletivo. São Paulo, 08 de jan. de 2018. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=qT3axFaeBpA. Acesso em: 21 fev. 2024. GUIA DAS ARTES. Hélio Oiticica biografia. São Lourenço, 2015. 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Secretaria de Estado da Educação. Material de apoio pedagógico para aprendizagens. 8º ano EF Anos Finais. v.2. Belo Horizonte: SEE, 2022. Disponível em: https:// estudeemcasa.educacao.mg.gov.br/cadernos-mapa/ef-anos-finais-2022 . Acesso em: 03 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: educação infantil, o ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/ implementacao/curriculos_estados/documento_curricular_mg.pdf Acesso em: 05 fev. 2023. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental - anos finais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [S. l.], 2022. Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de- cursos-crmg Acesso em:05 fev. 2023. MINISTÉRIO DA CULTURA. Fundação Biblioteca Nacional, Brasília, [2024]. Disponível em: https://www.gov.br/bn/pt-br acesso em: 11 de mar. de 2024. ODIER, F. S.; FONSECA, M. G. R. da. Som e Movimento nos Estudos e Práticas da Performance: proposições para um Corpo Atávico. PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG, Belo Horizonte, v. 11, n. 21, p. 128–153, 2021. DOI: 10.35699/2237- 5864.2021.20661. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistapos/article/ view/20661 . Acesso em: 21 fev. 2024. PARAMPAL E TAVARES, Daniela, Mara. O MUSEU é o mundo. FCS - Fundação Clóvis Salgado. Belo horizonte, maio de 2021. Disponível em: https://fcs.mg.gov.br/o-museu-e-o-mundo/ Acesso em: 15 de fev. de 2024 RIBEIRO,A. Da rua para a galeria: A trajetória do grafiteiro no mundo das artes visuais. Rabisco da História. [S.l .] 21 jun. 2023. Disponível em: https://rabiscodahistoria.com/da-rua-para-a- galeria-a-trajetoria-do-grafiteiro-no-mundo-das-artes-visuais/. 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Competência 4: Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como respeitando as variedades linguísticas e agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza. Competência 6: Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG205MG) Conhecer e compreender os saberes, as tradições, os costumes, os modos e perspectivas de vida dos povos indígenas, campesinos, negros, quilombolas, ciganos, imigrantes refugiados, sobretudo em Minas Gerais, para a integração de sua culturas e fortalecimento do sentimento de pertencimento. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao (s) interlocutor (es) e ao gênero textual/ discursivo, respeitando os usos das línguas por esse (s) interlocutor (es) e sem preconceito linguístico. (EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade. Conhecimento, vivência e repro- dução das danças (regionais, fol- clóricas, contemporâneas, etc.) e outras práticas corporais dos saberes das culturas locais, re- gionais e nacionais. Vivência de práticas corporais como danças típicas, jogos re- gionais, movimentos artísticos, arte de rua, entre outras, em que haja usos de variedades lin- guísticas (regionais, sociais, de situação), com análise da perten- ça dessas práticas, inclusive em sua expressão linguística, como manifestações de valores e per- tenças de grupos socioculturais. Por meio do protagonismo que permeia diversas produções que constituem as culturas juvenis, manifestadas, produzidas e re- produzidas em músicas, danças, 91 PLANEJAMENTO manifestações da cultura cor- poral, vídeos, marcas corporais, moda, rádios comunitárias, etc. TEMA DE ESTUDO: Danças juninas mineira. APRESENTAÇÃO Olá, querido professor(a), prometo que vocês vão adorar nossas aulas de educação física nesse bimestre. Se temos uma época animada e movimentada na escola, é durante esse período, não é verdade? As danças juninas são áreas de conhecimento da educação física escolar, no qual podemos desenvolver várias atividades através de habilidades presentes no nosso Currículo Referência de Minas Gerais. Sabemos que nossos amigos cristãos comemoram essa festa para celebrar São João Batista, Santo Antônio e São Pedro. Tais eventos são bastante importantes para economia mineira, no qual movimenta economicamente muitos segmentos, a destacar o nosso turismo. Oportunidade dos turistas valorizarem as riquezas regionais e culturais presente em Minas Gerais. Mas, um tabu que devemos desconstruir para os nossos estudantes é que as comemorações escolares relacionadas às danças juninas não estão associadas a atividades religiosas. No ambiente escolar, por influência das festas religiosas, temos a cultura de adaptar as festas juninas para as danças juninas. Nas danças juninas escolares temos o objetivo de valorizar a cultura e gastronomia regional, dança, arte, música, respeito às diferenças, solidariedade, socialização, entre outros movimentos coletivos que antecedem os espetáculos artísticos escolares. Professor (a), o objetivo dessas aulas é valorizar a cultura junina presente no nosso estado e desconstruir preconceitos, e valorizar as danças juninas escolares, que são uma excelente oportunidade de exibir construções coletivas feitas pelos discentes para a comunidade local. Imagem 1 - Apresentação de uma dança junina escolar Fo nt e: (W ik im ed ia C om m un s, 2 01 5) 92 1º MOMENTO: Organização da turma Pesquisas sobre temas relacionados à festa junina através de roda de conversa e pesquisa de campo. Recursos e providências Roda de conversa e pesquisas coletivas na sala de informática da escola. DESENVOLVIMENTO Professor(a), proporcione reflexões sobre a importância das festas juninas para economia mineira, em que recebemosturistas de vários lugares atraídos pelos atrativos juninos tradicionais mineiros, que valorizam a cultura, apresentações musicais e artísticas, gastronomia e brincadeiras. Todas essas atrações são importantes e fomentam a economia local e a geração de novos empregos. É importante também que valorize as apresentações escolares juninas que são planejadas e produzidas com muita dedicação e carinho pelos profissionais da educação e estudantes, que preparam várias atrações para receber familiares, amigos da comunidade local que adora visitar e prestigiar as escolas durante esses eventos escolares gratuitos. Professor(a), sugiro que utilize esse conteúdo como oportunidade para trabalhar com professores de outras áreas do conhecimento, visitando uma parceria interdisciplinar onde todos ganham em conhecimento. Professor(a), uma sugestão para abordar esses temas de grande importância dentro da nossa cultura mineira é por meio de uma pesquisa. Separe a turma em grupos, dessa forma os estudantes trabalharão em equipe e aprenderão uns com os outros. Na aula seguinte, os estudantes apresentarão os resultados de suas pesquisas e montarão cartazes, ou postagens nas redes sociais da escola para disponibilizar a toda comunidade escolar. Para realizar as tarefas solicitadas, utilize a sala de informática da escola, ou até mesmo os smartphones dos estudantes. Seguem sugestões de temas relacionados às danças juninas para serem pesquisados: 1. História da festa junina. 2. História das roupas, decoração e comidas típicas da festa junina. 3. Características das músicas, coreografias e principais músicos. 4. Importância cultural da festa junina no nordeste. 5. Importância cultural e econômica das festas juninas em Minas Gerais. 6. Principais eventos juninos brasileiros e mineiros. 7. Diferenças das festas juninas tradicionais para as danças juninas escolares. 8. Entre outros temas que surgirão. 93 2º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Aparelho de reprodução multimídia. Professor(a), neste segundo momento, os grupos apresentarão suas pesquisas para os outros grupos da sala. Essa troca é bastante benéfica para a consolidação das habilidades propostas. É interessante que os estudantes, durante essas atividades estejam vestidos ou utilizando acessórios característicos das festas juninas e utilizem linguagens próprias referentes às vivenciadas nos arraiás. Assim, valorizarão e entregarão suas mensagens com mais sentimentos e significância cultural. Sugestões para esse momento: • Após as apresentações, organize oficinas para que os estudantes produzam cartazes e os exponham em lugares apropriados na escola. • Estimule o protagonismo dos estudantes para criação de vídeos ou textos informativos. • Utilize as redes sociais da escola para compartilhar todos os movimentos informativos. 3º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Aparelho de reprodução multimídia e organizações para apresentação Durante o estudo das danças juninas visamos a valorização cultural e o trabalho em equipe dentro do ambiente escolar para contextualizar todo evento junino presente no calendário escolar. Por fim, chegamos no momento dos ensaios. Escolha os líderes de turma e discuta sobre as músicas e coreografias para serem ensaiadas durante esse período. Caso a escola esteja aberta para comunidade, faça parcerias com outros profissionais da educação com objetivo de receber os convidados e oferecê-los opções de pratos típicos, brincadeiras, espaços de lazer e bate papo ou momento selfie na escola, assim tornará essas apresentações um sucesso e também um momento especial na vida das pessoas. Além disso, através das vendas, os lucros podem ser investidos para benefícios dos nossos estudantes, como por exemplo, proporcionando uma excursão, ou um evento escolar, entre outros. 94 Competência 1: Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. Análise das práticas corporais, com identificação de precon- ceitos e estereótipos asso- ciados a grupos minoritários, interesses econômicos, ideoló- gicos e políticos. Promoção de hábitos saudá- veis nas condicionantes da saúde e qualidade de vida. Reflexão e análise das conse- quências quanto ao uso e abu- so de álcool, tabaco e outras drogas, nas vivências das prá- ticas corporais, na saúde física e mental. Conhecimento e vivência de práticas corporais de integra- ção entre corpo e mente. Promovendo consciência cor- poral, por meio de movimentos leves ou suaves, na busca de equilíbrio físico, mental e emo- cional. Ginásticas. Conhecimento e vivência das Práticas Integrativas. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Huka huka, luta indígena brasileira. APRESENTAÇÃO Tudo bem professor(a)? Neste semestre comemora-se o dia do índio. Por esse motivo, a educação física vai homenageá-los valorizando sua cultura e experimentando durante as aulas práticas a arte marcial huka-huka. Os convido para uma viagem de Minas Gerais para as terras mato-grossenses, mais precisamente no Parque Indígena do Xingu, para conhecer essa arte marcial brasileira criada e praticada pelos povos indígenas dessa região. Durante o Kuarup, ritual de homenagem aos mortos indígenas das tribos da região do Xingu, cerca de novecentas pessoas participam de vários rituais que valorizam a cultura e tradição local. Entre os atrativos temos o esporte, mais precisamente o huka-huka. Atletas de várias tribos da região se preparam para participar dessas competições, uma oportunidade de testarem suas forças, técnica e vigor físico. O objetivo da luta é tocar a coxa do adversário e derrubá-lo utilizando-se técnicas dessa 95 arte marcial. Essas lutas são muito importantes e aguardadas durante a festa, em que os participantes desse evento fazem-na prestigiando e torcendo por seus atletas preferidos. Os vencedores tornam-se famosos e influentes por toda comunidade indígena, e fazem questão de incentivar os jovens a terem hábitos saudáveis e valorizar a cultura milenar indígena. Professor(a), aposto que nossos estudantes vão ficar bastante orgulhosos em conhecer ou aprimorar seus conhecimentos relacionados a lutas marciais de origem brasileira. A seguir, proporcione vivências teóricas e práticas para valorizar o protagonismo e criatividade dos nossos discentes através de pesquisas e práticas corporais do huka-huka. DESENVOLVIMENTO Professor (a), nesse primeiro momento diferencie arte marcial de luta. Sugiro que utilize esse conteúdo abaixo como referência: Diferenças entre luta, arte marcial e modalidade de combate. Disponível em: https://blog.portaleducacao.com.br/diferencas-entre-luta-arte-marcial- e-modalidade-de-combate/. O objetivo desse primeiro momento é proporcionar reflexões sobre diferenças e semelhanças dessas duas modalidades. Após esse primeiro momento, apresente o huka-huka aos estudantes, reforçando sobre a importância de valorizar o legado cultural indígena presente na nossa cultura, em que resistiram a diversos ataques, invasões, preconceitos, para que hoje pudéssemos estar os mencionando com heróis. 1º MOMENTO: Organização da turma Sugestão: Roda de conversa ou sala de vídeo para apresentar um documentário sobre as lutas e artes marciais de origem brasileiras. Organização da turma Texto impresso. Professor(a), nesse primeiro momento entregue uma cópia do texto abaixo aos estudantes com o objetivo de conhecerem o huka huka e a festa do Kuarup. TEXTO: KUARUP - O RITUAL FÚNEBRE QUE EXPRESSA A RIQUEZA CULTURAL DO XINGU (ícone clicável) Outra sugestão bem atrativa é disponibilizar um trecho do documentário “Brasil - Terras de lutas.” sobre as origens das lutas no Brasil. Disponível no Youtube. Nesse documentário do minuto 0:00 ao 18:00 min são dedicados a apresentação da luta huka-huka. 96 Vídeo 1 - Documentário - Brasil - Terra de Lutas. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jNzd48Bti1o. 2º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Aula prática na quadra de aula. Professor(a), nesse momento, conforme o nosso combinado, adapte a arte marcial huka-huka dentro da realidade escolar com objetivo de apresentar essa nova modalidade de lutas e valorizar a cultura indígena brasileira. Inicie realizando um alongamento coletivo, estimulando os estudantes a fazerem exercícios físicos benéficos para seus membros superiores e inferiores. Em seguida, separe a turma em grupos, e os posicione em espaços diferentes na quadra de aula. Após isso, explique a atividade proposta, que será uma adaptação da luta indígena. Uma sugestão para adaptarmos o huka-huka, é por meio da brincadeira pega rabo, atividade bem conhecida entre lutadores que a utiliza como aquecimento. O pega rabo é disputado geralmente em duplas, sendo seu objetivo puxar o “rabo” do oponente e proteger seu “rabo”. Vence quem conseguir puxar o rabo do adversário ou o deixar cair. O rabo utilizado nessa brincadeira pode ser adaptado por uma camisa, colete, fita de pano, ou balão e ser colocado na região posterior da cintura, simulando um rabo de animais. Durante essa atividade lúdica trabalha-se os principais elementos das lutas, sendo eles o ataque, defesa e a esquiva. Outra brincadeira bastante interessante para ser trabalhada com os estudantes é a brincadeira do sumô. Durante essa atividade dois estudantes dentro de um círculo, através de técnicas do sumô, tem o objetivo de empurrar seu colega para fora do círculo. Quem conseguir empurrar seu amigo de turma para fora do círculo vence a brincadeira. Professor(a), retorne no texto introdutório e realize a luta do huka huka utilizando as regras originais e/ou adaptando-as de acordo com a realidade da escola. – Após as atividades, promova rodas de conversas com os estudantes para que haja troca de experiências mútuas e valorização das culturas e práticas corporais dos povos originários do Brasil. 97 ANEXO Kuarup - o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte dos parentes indígenas. Os troncos de madeira representam cada homenageado. Eles são colocados no centro do pátio da aldeia, ornamentados, como ponto principal de todo o ritual. Em torno deles, a família faz uma homenagem aos mortos. Passam a noite toda acordados, chorando e rezando pelos seus familiares que se foram. E é assim, com rezas e muito choro, que se despedem, pela última vez. De acordo com a tradição, os convidados que vêm de outras comunidades e acampam nas proximidades da aldeia Kamayurá recebem, das famílias que estão de luto, presentes como peixe e beiju. "No total, são 8 etnias que estão presentes aqui. Dentre elas, o anfitrião Kamayurá, e os convidados Kuikuro, Mehinako, Kalapalo, Matipu, Waurá, Kaiabi e Aweti", afirma Pablo Kamaiurá. Kumaré Txicão, Coordenador Regional do Xingu, também esteve compareceu ao evento ajudando na organização e recepção dos presentes. Para Kumaré, "os pajés, familiares e convidados devem estar tranquilos para que possam expressar sua homenagem aos familiares mortos." O rito de passagem das meninas que iniciam a vida adulta também faz parte do ritual. Antes do Kuarup, elas ficam reclusas em casa por um ano, período de reflexão que encerra a puberdade. No segundo dia, começa a luta chamada Huka Huka. Os guerreiros, anfitriões do ritual, junto com os convidados, passam a noite anterior em claro, se preparando, se arranhando com dente de um peixe da espécie "cachorro", passando ervas em toda pele, e pintando seus corpos e cabelo com jenipapo e urucum. Tudo isso com um objetivo: enfrentar seus adversários e, assim, ganhar a luta. Durante o Huka Huka, os guerreiros jovens se enfrentam. O objetivo é tocar a coxa do adversário ou derrubá-lo segurando a sua perna. Quem conseguir isso primeiro ganha. Ao final da luta, os ornamentos colocados nos troncos são retirados e entregues às famílias dos mortos homenageados. Em seguida, os troncos são atirados na Lagoa Ipavu, para que a alma deles seja liberta. O Cacique Aritana Yawalapiti, reconhecido por todos os lutadores como um dos maiores guerreiros do Huka Huka, conduziu as apresentações. Era nítida em seu semblante a saudade do tempo em que participava ativamente das lutas. Hoje, com 65 anos, ele é o responsável por ordenar o início delas. "Eles me consideram como lutador e como cacique também. Meus antepassados faziam isso. Quando meus tios e meu pai se foram, eu passei a representar", afirma o Cacique. O período de festejo também foi uma oportunidade para que assuntos voltados aos interesses indígenas fossem, paralelamente, tratados. Esteve presente, na ocasião, Rogério Cunha, Coordenador de Programas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atua, junto à Funai e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na operação Ianumaka, atividade que visa a manter a segurança de indígenas do Xingu contra ataques de onças-pintadas. TEXTO: KUARUP - O RITUAL FÚNEBRE QUE EXPRESSA A RIQUEZA CULTURAL DO XINGU (ícone clicável) 98 Indígenas praticando a luta huka huka Cunha, que anteriormente já havia instalado armadilhas fotográficas como parte do procedimento da operação, recolheu as imagens e prepara o material para dar início às análises. “Nós vamos verificar as câmeras para ver se há riscos de acidente, inclusive nas regiões onde serão realizados os próximos Kuarup. Nosso plano com a operação como um todo é fazer com que as armadilhas fiquem instaladas por três meses. A partir daí, verificaremos se existe necessidade de capturar alguma onça que esteja colocando a população indígena em risco”, explicou o analista ambiental. Kotoc Kamaiurá, cacique geral da aldeia, explicou que a realização do ritual sagrado mantém viva a cultura e a tradição de seu povo. “O Kuarup não pode acabar nunca e deve passar de pai para filho”, afirmou. Após vários anos sem acompanhar de perto o ritual, a Presidência da Funai se fez presente no evento. Wallace Bastos pôde conferir a hospitalidade xinguana e a riqueza cultural de seus ritos fúnebres. Bastos reafirmou o que foi dito pelo Cacique Kotoc: “Tudo que eu presenciei aqui foi maravilhoso! Fomos muito bem recebidos e foi uma honra poder participar do ritual. Temos que trabalhar muito no sentido de respeitar e preservar essa cultura, não deixando que ela se perca jamais.”, afirmou. Fonte:BRASIL. Fundação Nacional dos Povos Indígenas. KUARUP - o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu. FUNAI. Xingu, 30 out. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2018/kuarup-o-ritual-funebre-que-expressa-a- riqueza-cultural-do-xingu. 99 Competência 5: Compreender os múltiplos aspectos que envolvem a produção de sentidos nas práticas sociais da cultura corporal de movimento, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA OBJETO(S) DE CONHECIMENTO: HABILIDADE(S): (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo com saúde, socialização e entretenimento. (EM13LGG504MG) Propiciar vivências holísticas (yoga, meditação, tai chi chuan,entre outras) para o desenvolvimento de percepções de mundo, subjetividades pessoais, sensibilidade mental, de forma a construir uma vida melhor em sociedade. (EM13LGG505MG) Refletir, analisar e vivenciar as diferentes práticas esportivas escolares, as práticas esportivas de rendimento e de lazer, relacionando-as ao campo da saúde e da Análise das práticas corpo- rais, com identificação de preconceitos e estereótipos associados a grupos minori- tários, interesses econômi- cos, ideológicos e políticos. Promoção de hábitos saudá- veis nas condicionantes da saúde e qualidade de vida. Reflexão e análise das con- sequências quanto ao uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas, nas vivências das práticas corporais, na saúde física e mental. Conhecimento e vivência de práticas corporais de integra- ção entre corpo e mente. Promovendo consciência cor- poral, por meio de movimen- tos leves ou suaves, na busca de equilíbrio físico, mental e emocional. Ginásticas. Conhecimento e vivência das Práticas Integrativas. PLANEJAMENTO TEMA DE ESTUDO: Fisiculturismo. APRESENTAÇÃO Músculos, força, definição muscular e estética, são palavras que podem definir os fisiculturistas. O fisiculturismo é uma modalidade esportiva competitiva, focada na musculação e na hipertrofia muscular. Geralmente, os fisiculturistas treinam em academias de musculação, lugar onde também é frequentado por pessoas que querem melhorar o condicionamento físico, hipertrofia ou emagrecimento. Os atletas participam de várias competições profissionais nacionais e internacionais, e o método de avaliação pelos árbitros está relacionado a condicionamento, simetria e volume muscular, sendo isso tudo resumido à estética. Essa modalidade esportiva é dividida em nove categorias, sendo quatro categorias masculinas e 5 100 categorias femininas. As masculinas são: Men’s Bodybuilding Open, 212 lbs, Men’s Physique e Classic Physique. As femininas são: Wellness, Bikini, Woman’s Physique, Figure e Woman’s Bodybuilding. Um ponto importante para reflexão sobre este esporte está relacionado aos grandes escândalos dessa modalidade no século XX, em que vários fisiculturistas tiveram sua saúde prejudicada ou morreram por usarem e abusarem de esteróides anabolizantes. Como sabemos, a venda e consumo dessas substâncias são proibidas para fins estéticos e melhora no desempenho esportivo. Elas estimulam o crescimento muscular anormal, e seu uso pode afetar o nosso sistema endócrino, desregulando o sistema hormonal de quem as utiliza. Fonte: REGRAS e categorias do fisiculturismo. Darkness. [S. l.], set. 2022. Disponível em: https://blog.darkness.com.br/ regras-do-fisiculturismo/. Professor (a), o objetivo dessa aula é proporcionar reflexões sobre o estilo de vida dos fisiculturistas e proporcionar diálogos entre nossos estudantes a respeito das características físicas dos corpos desses atletas. Além disso, reforce sobre os riscos dos usos de esteróides anabolizantes, que estimulam artificialmente o crescimento muscular de maneira perigosa para fins estéticos, emagrecimento e melhora do desempenho esportivo. DESENVOLVIMENTO Professor (a), promova reflexões a respeito das rotinas de treinos e alimentação dos fisiculturistas. Uma sugestão é apresentar o texto acima da apresentação da aula. Por ser uma modalidade esportiva, deverá ser apresentado também aos estudantes as principais regras e competições nas categorias masculina e feminina. Além disso, reforce sobre os principais riscos do uso ilegal dos esteróides anabolizante, popularmente conhecidos como “bombas’’, para a saúde das pessoas que não as necessitam para tratamento de doenças, em que a venda é somente através de receita médica. 1º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Sala de vídeo e roda de conversa Professor (a), apresente a foto a seguir aos estudantes para que eles observem as principais características físicas dos atletas de fisiculturismo. FOTO: ATLETA DE FISICULTURISMO (ícone clicável) 101 Em seguida promova reflexões entre os estudantes a partir dos tópicos abaixo: • Se os estudantes conhecem a modalidade. • Característica das competições esportivas. • Como são as poses, para que elas servem durante as apresentações e como aprendê-las. • Rotina de treino dos atletas. • Entre outros temas que surgirão. 2º MOMENTO: Organização da turma À escolha do(a) professor(a). Recursos e providências Aula prática na quadra de aula. Dando sequência ao estudo sobre o fisiculturismo, é de extrema importância ressaltar que nos ambientes de academia de musculação, ambiente de treinamento dos fisiculturistas, muitas pessoas tem em seus objetivos de treinamento a hipertrofia muscular, que é o aumento da estrutura muscular. Para obterem seus resultados mais rapidamente, alguns são seduzidas a consumirem as famosas “bombas”, que são esteróides anabolizantes, que muitas das vezes são fabricados por ‘empresas piratas’ e seu consumo para fins estéticos, melhora o desempenho esportivo ou emagrecimento, mas são proibidos pelas leis vigentes no Brasil. Professor (a), para abordar esse tema, sugiro que apresente essa aula abaixo, gravada pelo Programa Se Liga na Educação, em que o tema é “Anabolizantes e seus riscos”. Para finalizar esse momento revise sobre os principais riscos e supostas contraindicações relacionados ao uso ilegal de anabólicos, e apresente possibilidades de práticas corporais através de exercícios físicos que podem ser realizados em ambientes abertos e gratuítos ou realizados em academias de ginástica ou musculação visando uma melhor aptidão física e saúde. Anabolizantes e seus riscos. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1zMq4kkbcYH2rRLkEsX9i01HPuOhIK Rse/view. 102 ANEXO FOTO: ATLETA DE FISICULTURISMO (ícone clicável) FI SI CU LT UR IS TA . PI XA BA Y, [S . l.] , 12 no v. 20 21 . Di sp on íve l em : ht tp s: // pi xa ba y.c om /p t/i llu st ra tio ns /h om em -m us cu lo so - fis icu ltu ris ta -6 78 96 13 /. 103 REFERÊNCIAS ANABOLIZANTES e seus riscos. Se Liga na Educação. Belo Horizonte, 2023. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1zMq4kkbcYH2rRLkEsX9i01HPuOhIKRse/view. Acesso em: 22 fev. 2024. BRASIL. Fundação Nacional dos Povos Indígenas. KUARUP - o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu. FUNAI. Xingu, 30 out. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/funai/ pt-br/assuntos/noticias/2018/kuarup-o-ritual-funebre-que-expressa-a-riqueza-cultural-do-xingu. Acesso em: 01 mar. 2024. CAMPOS, P. Minas Junina: conheça as festas e tradições que você não pode perder. O tempo, Belo Horizonte, 2023. Disponível em: https://www.otempo.com.br/turismo/minas-junina-conheca- as-festas-e-tradicoes-que-voce-nao-pode-perder-1.2882797. Acesso em: 22 fev. 2024. DANÇA DE CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL 1. WIKEMEDIA COMMUNS. Coronel Fabriciano, 13 jun. 2015. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dan%C3%A7a_de_ crian%C3%A7as_do_ensino_fundamental_1_na_festa_junina_do_Col%C3%A9gio_Padre_de_ Man,_Coronel_Fabriciano_MG.JPG. Acesso em: 01 mar. 2024. FISICULTURISTA. PIXABAY, [S. l.], 12 nov. 2021. Disponível em: https://pixabay.com/pt/ illustrations/homem-musculoso-fisiculturista-6789613/. Acesso em: 24 fev. 2024. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2022. Disponível em: https://acervodenoticias.educacao.mg.gov.br/images/ documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 19 jan. 2024. MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2024. Disponível em: https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 19 jan.2024. REGRAS e categorias do fisiculturismo. Darkness. [S. l.], set. 2022. Disponível em: https://blog. darkness.com.br/regras-do-fisiculturismo/. Acesso em: 26 fev. 2024. VILELA, A. C. A. Kuarup - o ritual fúnebre que expressa a riqueza cultural do Xingu. FUNAI. Xingu, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2018/kuarup-o-ritual- funebre-que-expressa-a-riqueza-cultural-do-xingu. Acesso em: 06 fev. 2024.