Prévia do material em texto
1/2 Piscar os olhos não é apenas para manter os olhos úmidos, mostra estudo Crédito da imagem: Unsplash+. Acontece que piscar faz mais do que apenas manter nossos olhos úmidos; na verdade, ajuda nossos cérebros a processar o que vemos. Embora possa parecer um ato simples, o piscar ocupa entre 3 e 8% de nossas horas de vigília, o que significa que nossos olhos estão fechados para uma parte significativa do nosso dia. Os pesquisadores há muito tempo pensavam que o piscar frequente – mais frequentemente do que o necessário apenas para a lubrificação – era um quebra-cabeça evolutivo, especialmente porque bloqueia nossa visão momentaneamente. No entanto, descobertas recentes da Universidade de Rochester sugerem que há mais para piscar do que parece. O professor Michele Rucci e sua equipe do departamento de ciências cognitivas descobriram que o piscar de olhos desempenha um papel crucial na forma como entendemos as cenas visuais. Ao rastrear os movimentos dos olhos e usar modelos computacionais e análises espectrais, que analisam diferentes frequências em estímulos visuais, os pesquisadores estudaram os efeitos do piscar na percepção visual. 2/2 Seus estudos revelaram que, quando piscamos, nossa capacidade de notar padrões grandes e de mudanças lentas melhora. Isso acontece porque o movimento rápido de nossas pálpebras quando piscamos altera os padrões de luz que atingem nossas retinas, criando diferentes sinais visuais para nossos cérebros do que quando nossos olhos estão totalmente abertos. Bin Yang, um estudante de pós-graduação e o primeiro autor do estudo, explica que as informações fornecidas por esses “transients de piscar” realmente aumentam nosso processamento visual. Essa descoberta desafia a suposição anterior que pisca apenas interrompe a continuidade visual. Em vez disso, piscar ajudam a compensar qualquer informação visual perdida, dando aos nossos cérebros uma melhor compreensão da paisagem visual geral. Essa percepção baseia-se na pesquisa em andamento do professor Rucci sobre percepção visual, o que sugere que a visão envolve tanto a entrada sensorial quanto o movimento físico, semelhante a outros sentidos, como o olfato e o toque. Anteriormente, a visão era considerada distinta porque a informação espacial é diretamente visível nas imagens formadas na retina. No entanto, esta pesquisa indica que a visão pode ser mais parecida com outras experiências sensoriais do que pensávamos, confiando em uma combinação do que vemos e nossas respostas físicas para entender completamente nosso entorno. As descobertas do estudo, publicadas no Proceedings of the National Academy of Sciences, abrem novas perspectivas sobre a natureza fundamental de como vemos o mundo ao nosso redor. Ele destaca os processos complexos e interativos envolvidos na visão e sugere que nossos piscar de olhos cotidianos fazem parte dessa intrincada dança sensorial, ajudando-nos a perceber e interpretar o mundo visual de forma mais eficaz. https://doi.org/10.1073/pnas.2310291121