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Pâncreas e Baço SUMÁRIO 1. Introdução.......................... ................................................................................3 2. Desenvolvimento do esôfago ..............................................................................4 3. Desenvolvimento do estômago ...........................................................................6 4. Desenvolvimento da bolsa omental .....................................................................8 5. Desenvolvimento do duodeno ...........................................................................11 6. Desenvolvimento do fígado e aparelho biliar .....................................................14 7. Desenvolvimento do pâncreas ..........................................................................19 8. Desenvolvimento do baço .................................................................................21 Referências ....................................................................................................................... 24 3 1. INTRODUÇÃO É durante a 4a semana que o intestino primitivo começa a se formar, sendo fecha- do na extremidade cranial pela membrana orofaríngea e na extremidade caudal pela membrana coaclal. O endoderma intestinal dá origem a maior parte do intestino, epi- télio e glândulas. Já os epitélios das extremidades cranial e caudal são derivados do ectoderma do estomodeu e da fosseta anal (proctodeu). O mesênquima esplâncnico que circunda o intestino primitivo da origem aos tecidos muscular e conjuntivo e ou- tras camadas da parede do trato digestório. ENDODERMA: Maior parte do intestino – epitélio e glândulas MESODERMA: Mesênquima esplâncnico Tecido conjuntivo Músculos ECTODERMA: Estomodeu: epitélio oral Fosseta anal (proctodeu): epitélio anal Fonte: Adaptado de MOORE KL, 2016. O intestino primitivo é dividido em intestino anterior, médio e posterior. Nesse material abordaremos apenas o intestino anterior. O intestino anterior dar origem a faringe primitiva e seus derivados, sistema respiratório inferior, esôfago, estômago, a porção distal do duodeno, fígado, sistema biliar e pâncreas. Pâncreas e Baço 4 FALTA IMAGEM ILUSTRADA Figura 1. ???????? Fonte: Acervo Sanar. 2. DESENVOLVIMENTO DO ESÔFAGO Se desenvolve imediatamente caudal à faringe, tendo sua transição com a tra- queia determinado pelo septo traquesofágico. O esôfago se alonga rapidamente, atingindo seu comprimento final relativo ao final da 7a semana, principalmente pelo crescimento e reposicionamento do coração e dos pulmões. No processo de desen- volvimento do esôfago, o endoderma (que origina o epitélio e glândulas) se prolifera obstruindo parcial ou completamente a luz do esôfago, recanalizando ao final da 8a semana. Região esofágica Faringe AortaCoração Estomodeu Alantoide Fosseta anal Intestino posterior Artéria mesentérica inferior Artéria mesentérica superior do intestino médio Primórdio do fígado Região gástrica e duodenal Tronco celíaco Membrana cloacal Cloaca Septo transverso Ducto ontaloenterico e artéria vitelínica Figura 2. ???????? Fonte: Acervo Sanar. O mesoderma do 4o e 6o arcos faríngeos formam o músculo estriado, ou seja, a camada muscular externa do 1/3 superior do esôfago, enquanto o músculo liso dos 2/3 inferiores, se desenvolve do mesênquima esplâncnico circundante. Ambos tipos de músculos são inervados pelos ramos dos nervos vagos (suprem os arcos farínge- os caudais). Pâncreas e Baço 5 SE LIGA! Lembre-se que no esôfago, o 1/3 superior é constituído por músculo estriado esquelético, o 1/3 médico possui uma camada circular de músculo liso e uma camada longitudinal de músculo estriado e o 1/3 inferior, constituído de músculo liso. Plexo submucoso (de Meissner) Plexo mioentérico (de Auerbach) Músculo circular Músculo longitudinal Nervo vago Figura 3. Inervação da musculatura esofágica. Fonte: Acervo Sanar. Atresia de esôfago com fístula distal Em 90% dos casos ocorre em decorrência do desvio do septo traqueoesofágico para uma direção posterior e da separação incompleta do esôfago do tubo laringo- traqueal. Em menor proporção pode decorrer da falha da recanalização esofágica durante a 8a semana da vida fetal. Pâncreas e Baço 6 Figura 4. Atresia esofagiana. A radiografia simples em incidência frontal (A) revela ausência de gás no trato gastrointestinal; e em perfil (B) não é possível a identificação da bolsa esofagiana proximal. Fonte: Acervo Sanar. SAIBA MAIS! Um feto com atresia fetal é incapaz de deglutir o líquido amniótico, cursando, consequentemente, em polidramnia (quantidade excessiva de líquido amniótico). Esses bebês ao nascerem podem aparentar serem saudáveis, mas pode ser notada ao bebê rejeitar a alimentação oral com imediata regurgitação e tosse. 3. DESENVOLVIMENTO DO ESTÔMAGO Inicialmente se apresenta como uma estrutura tubular, que durante a 4a semana sofre uma dilatação, dando origem ao estômago primitivo. A dilatação ocorre na par- te caudal do intestino anterior, no sentido laterolateral. Pâncreas e Baço 7 Estômago Arcos faríngeos Intestino médio Placenta Fosseta ótica Ducto onfaloentérico Cordão umbilical Vesícula umbilical Figura 5. ?????? Fonte: Acervo Sanar. Logo após, o estômago aumenta ventrodorsalmente, com um crescimento maior na margem dorsal que na ventral, demarcando a curvatura maior do estômago. Curvatura maior do estômago Baço Baço Esôfago Esôfago Aorta Aorta dorsal Aorta dorsalParede abdominal dorsal Artéria do intestino anterior (tronco celíaco) Forame omental Estômago Estômago Omento maior Artéria gastro-omental direita Omento maior Bolsa omental (área da linha pontilhada Mesogástrico dorsal primitivo Mesogástrico dorsal primitivo Mesogástrico ventral primitivo Fígado Porção proximal do estômago Parede abdominal posterior Broto pancreático dorsal Duodeno Pâncreas Tronco celíaco Figura 6. ??????? Fonte: Acervo Sanar. Pâncreas e Baço 8 Devido ao processo de crescimento do estômago e dos órgãos e mesentério adja- centes, ocorre a rotação do estômago, girando lentamente 90° no sentido horário em torno do seu eixo longitudinal. Diante dessa rotação: • A pequena curvatura se move para a direita e grande curvatura para esquerda; • O lado esquerdo se torna a superfície ventral e o direito, a superfície dorsal; • Região cranial se move para esquerda e para baixo e região caudal, para direita e para cima; • Posição final do estômago com eixo maior quase que transverso ao maior eixo do corpo. SE LIGA! É a essa rotação e crescimento do estômago que explica a o nervo vago esquerdo suprir a parede anterior do estômago e o nervo vago direito suprir a parede posterior. FALTA IMAGEM ILUSTRADA Figura 7. ??????? Fonte: Acervo Sanar. O estômago fica suspenso na parede dorsal abdominal pelo mesogástrio dorsal primitivo. No momento em que tem a rotação do estômago é levado para esquerda, formando a bolsa omental ou saco peritoneal menor; esse mesmo mesogástrio tam- bém envolve o baço e a artéria celíaca. A porção ventral do mesogástrio primitivo se une ao estômago, também ligando o duodeno ao fígado e à parede da parte ventral do abdômen. 4. DESENVOLVIMENTO DA BOLSA OMENTAL Pâncreas e Baço 9 CONCEITO! A bolsa omental é uma cavidade formada a partir de dobras do mesogástrio dorsal. O forame omental é uma abertura que permi- te a comunicação entre a bolsa omental e a cavidade peritoneal. Como mencionado, a bolsa omental é formada pelo mesogástrio dorsal, a par- tir de fendas isoladas que coalescem formando uma cavidade única. A rotação do estômago puxa o mesogástrio para a esquerda, aumentando o tamanho da bolsa omental. Ocorre uma expansão transversal e cranial, ficando a bolsa entre o estôma- go e a parede abdominal posterior. Essa bolsa terá papel fundamental em facilitar os movimentos do estômago. A medida que o diafragma se forma a parte superior da bolsa omental é isolada, formandoa bolsa infracardíaca. Caso persista vai se localizar medial à base do pul- mão direito, com sua região inferior da parte superior formando o recesso superior da bolsa omental. O estômago aumenta e a bolsa omental consequentemente, ad- quirindo agora uma parte inferior da bolsa omental, entre a parte do mesogástrio dorsal (grande omento). Ao se fundir as camadas do grande omento, o recesso infe- rior desaparece, persistindo apenas a comunicação, o forame omental. Pâncreas e Baço 10 Fendas no mesogástrio dorsal primitivo Mesogástrio ventral primitivo Recesso inferior da bolsa omental Recesso superior da bolsa omental Delineamento da bolsa omental A Aorta dorsal Aorta dorsal Artéria gástrica Artéria gástrica Estômago Omento maior Bolsa omental Bolsa omental Aorta dorsal Estômago Estômago Forame omental Nível da secção em B Nível da secção em F Nível da secção em I Nível da secção em J Omento maior Plano da secção em G Plano da secção em G Forame omental (entrada para bolsa omental) Entrada para bolsa omental Aorta Artéria gástrica Bolsa omental Mesogástrio dorsal Estômago Plano da secção em G Parede abdominal dorsal Parede abdominal dorsal Nível da secção em d B C E F G H I J D Mesogástrio dorsal primitivo Figura 8. ???????? Fonte: Acervo Sanar. Pâncreas e Baço 11 5. DESENVOLVIMENTO DO DUODENO Na 4a semana, a partir da parte caudal do intestino anterior, parte cranial do intes- tino médio e do mesênquima esplâncnico duodeno é desenvolvido. A junção das por- ções do duodeno ocorre distal à origem do ducto biliar. A alça em forma de C surge do desenvolvimento do duodeno, se projeta de forma ventral. Devido à rotação que ocorre do estômago, a alça é girada para direita, e sofre uma pressão contra a pare- de posterior da cavidade abdominal, em posição retroperitoneal. Intestino anterior Intestino médio Alça duodenal Intestino médio Intestino anterior Cavidade peritoneal Aorta dorsal Estômago em desenvolvimento Estômago Estômago Broto pancreático dorsal Broto pancreático ventral Brotos pancreáticos ventral e dorsal fundidos Divertículo hepático Mesogástrio ventral Ducto onfaloentérico Diafragma Diafragma Fígado Ducto biliar Ducto biliar Vesícula biliar Vesícula biliar Ducto cístico Ducto cístico Duodeno Figura 9. Fonte: Acervo Sanar. Durante a 5a e 6a semanas do desenvolvimento, ocorre obstrução transitória da luz do duodeno devido a proliferação das suas células epiteliais. Conforme essas célu- las vão se degenerando, ocorre formação de vacúolos (vacuolização). Assim, o duo- deno acaba se recanalizando ao final do período embrionário, com desaparecimento da maior parte do mesentério ventral do duodeno. Pâncreas e Baço 12 SE LIGA! Por ter origem do intestino anterior e médio, o duodeno possui suprimento sanguíneo das artérias do tronco celíaco e da mesentérica superior. FALTA IMAGEM ILUSTRADA Figura 10. Fonte: Acervo Sanar. Estenose duodenal Atresia duodenal Estômago Duodeno dilatado Duodeno dilatado Duodeno reduzido em tamanho A B Figura 11. Fonte: Acervo Sanar. A estenose duodenal corresponde à oclusão parcial da luz do duodeno, decorren- te, na maioria das vezes, da recanalização incompleta pela vacuolização defeituosa. As estenoses costumam ocorrer na porção horizontal ou ascendente do duodeno, culminando com vômitos com conteúdo biliar. Já a atresia duodenal, corresponde à obstrução completa da luz duodenal, não sendo tão comum quanto a estenose. Ocorre o bloqueio quando tem a junção do ducto biliar e pancreático, ou na ampo- la hepatopancreatica. Tal condição sugere um padrão de herança recessiva familiar. Logo ao nascimento, os primeiros sinais são episódios de vômitos, com conteúdo biliar e distensão de epigástrio (pelo enchimento do estômago e parte superior do duodeno). Quando tem um sinal de dupla bolha em radiografias ou em ultrassonografias, é sugerido o diagnóstico de atresia abdominal, o que corresponde à distensão do estô- mago e duodeno proximal. Pâncreas e Baço 13 Figura 12. Radiografia de abdome em PA mostrando o “sinal da dupla bola” decorrente de uma atresia duodenal. (Seta mais alta apontando estômago e mais baixa, duodeno proximal). Fonte: Acervo Sanar. Figura 13. Radiografia de abdome em PA mostrando o “sinal da dupla bola” decorrente de uma atresia duodenal. (Seta mais alta apontando estômago e mais baixa, duodeno proximal). Fonte: Acervo Sanar. Pâncreas e Baço 14 SAIBA MAIS! A êmese biliar (vômitos de bile) ocorre devido à obstrução distal e à abertura do ducto biliar. Entretanto, a presença de êmese não biliar não descarta a atresia duodenal como um diagnóstico, porque algu- mas crianças terão obstrução proximal à ampola. Polidrâmnio também pode acontecer durante a gestação, com a atresia duodenal pode ter uma mal absor- ção pelos intestinos de líquido amniótico ingerido. 6. DESENVOLVIMENTO DO FÍGADO E APARELHO BILIAR Surgem no início da 4a semana a partir do divertículo hepático, como um cres- cimento ventral da porção distal do intestino anterior. Uma massa de mesoderma esplâncnico que separa as cavidades pericárdica e peritoneal, é o septo transverso, formando o mesogástrio ventral próximo ao divertículo hepático. O divertículo se di- vide em duas partes enquanto a cresce as camadas do mesogástrio ventral. Assim, o septo transverso divide o divertículo em uma porção cranial e caudal. A porção cranial maior do divertículo é o primórdio do fígado e a porção caudal menor torna- -se o primórdio da vesícula biliar. SAIBA MAIS! Existe uma via de sinalização Wnt/β-catenina, a qual é de fundamental importância nesse processo de desenvolvimento do fí- gado e aparelho biliar. Essa sinalização inclui a proliferação e a diferenciação das células progenitoras hepáticas para formar os hepatócitos. O divertículo he- pático e o broto ventral do pâncreas provavelmente se desenvolvem das duas populações de células do endoderma embrionário. Os FGFs, que já vimos ante- riormente, secretados em níveis suficientes pelo coração em desenvolvimento induzem a formação do divertículo hepático. . Pâncreas e Baço 15 Divertículo hepático Septo transverso Fígado primitivo Vesícula biliar Artéria mesentérica superior Coração Estômago Mesogástrio ventral Mesogástrio dorsal Broto pancreático dorsal Parte do duodeno derivada do intestino anterior Parte do duodeno derivada do intestino médio Broto pancreático ventral Figura 14. ?????? Fonte: Acervo Sanar. Porção cranial O crescimento do fígado se dá entre a 5a e 10a semanas, sendo que o sangue que vai da veia umbilical para o fígado determina o desenvolvimento e a segmentação funcional do fígado. O lobo direito é maior que o esquerdo. As células endodérmicas em proliferação originam os cordões entrelaçados dos hepatócitos e o epitélio de revestimento da porção intrahepática do sistema biliar. Os cordões se anastomosam ao redor dos espaços revestidos por endotélio, gerando os primórdios sinusoides hepáticos. Os tecidos fibroso e hematopoiético e as células de Kupffer do fígado são provenientes do mesênquima no septo transverso. A hematopoiese, formação e desenvolvimento de várias células sanguíneas, se inicia no fígado durante a 6a semana, dando um aspecto avermelhado brilhante ao fígado. Na 9a semana, o fígado é responsável por cerca de 10% do peso total do feto. Já a formação da bile pelas células hepáticas começa durante a 12a semana. Pâncreas e Baço 16 Fígado em desenvolvimento Coração Diafragma Omento menor Aorta dorsal Ligamento falciforme Margem livre do mesentério ventral Artéria mesentérica inferior Figura 15. ??????? Fonte: Acervo Sanar. SAIBA MAIS! A sinalização do fator de crescimento endotelial vascular (Flk-1) parece ser importante na morfogênese inicial dos sinusoides hepáticos (sistema vascular primitivo). Porção caudal A porção caudal forma a vesícula viliar e o pedúnculodo divertículo forma o ducto cístico. Inicialmente, o sistema biliar extra-hepático está obstruído pela proliferação de células epiteliais, as quais se degeneram posteriormente, recanalizando o siste- ma. Os ductos hepáticos e cístico são ligados pelo pedúnculo que depois se torna o ducto biliar. O duodeno cresce e a entrada do ducto biliar é levada para a face dorsal do duodeno. Após a 13a semana, a entrada da bile no duodeno confere uma colora- ção ao conteúdo intestinal do feto, que é o mecônio, uma cor verde-escura. Pâncreas e Baço 17 Ducto cístico Vesícula biliar Ducto biliar Diafragma Intestino anterior Intestino médio Estômago Brotos pancreáticos ventral e dorsal fundidos Figura 16. ???????? Fonte: Acervo Sanar. SE LIGA! O mesentério ventral corresponde a uma fina membrana de camada dupla, a qual dá origem ao omento menor e ao ligamento falcifor- me. O ligamento hepatogástrico é o que liga o fígado à pequena curvatura do estômago. O ligamento falciforme se estende do fígado à parede abdominal ventral. O mesentério também forma o peritônio visceral do fígado, o qual não recobre a área que está em contato direto com o diafragma. Pâncreas e Baço 18 Broto pancreático ventral Broto pancreático dorsal Broto pancreático dorsal Duodeno Mesentério dorsal Coração Mesogástrio ventral Mesogástrio dorsal Parte do duodeno derivada do intestino anterior Parte do duodeno derivada do intestino médio Fígado primitivo Vesícula biliar Fígado primitivo Vesícula biliar Ducto biliar Figura 17. ??????? Fonte: Acervo Sanar. Atresia de vias biliares extra-hepáticas Define-se como uma anomalia do sistema biliar extra-hepático, no qual se tem uma ausência da abertura normal dos ductos biliares principais. A forma mais comum é a obliteração dos ductos biliares na ou soube a porta hepática, uma fis- sura transversal na parte visceral do fígado. Decorre de uma falha do processo de remodelação no hilo hepático ou de infecções ou reações imunológicas durante o desenvolvimento fetal tardio. O sinal inicial ocorre logo após o nascimento, com o recém-nascido cursando com icterícia, fezes acólicas cor de massa de vidraceiro e urina de cor bastante escura. Pâncreas e Baço 19 7. DESENVOLVIMENTO DO PÂNCREAS É desenvolvido nas camadas do mesentério, através dos brotos pancreáticos dor- sal e ventral de células endodérmicas. O pâncreas é derivado do broto dorsal, a parte que aparece primeiro. O broto pancreático ventral é desenvolvido próximo a entrada do ducto biliar no duodeno e cresce entre as camadas do mesentério ventral. Broto pancreático ventral Broto pancreático dorsal Broto pancreático dorsal Duodeno Mesentério dorsal Coração Mesogástrio ventral Mesogástrio dorsal Parte do duodeno derivada do intestino anterior Parte do duodeno derivada do intestino médio Fígado primitivo Vesícula biliar Fígado primitivo Vesícula biliar Ducto biliar Figura 18. ???????? Fonte: Acervo Sanar. À medida que a alça duodenal gira, o broto ventral é carregado dorsalmente com o ducto biliar, se localizando posterior ao broto dorsal e depois se fundindo a ele. O broto ventral dará origem ao processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas. Devido a rotação também do estômago e mesentério ventral, o pâncreas assume uma posição ao longo da parede abdominal dorsal, em localização retroperitoneal. Pâncreas e Baço 20 A partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal é for- mado o ducto pancreático. A porção proximal do ducto do broto dorsal persiste como o ducto pancreático acesso que é aberto na papila duodenal. Quando os brotos pan- creáticos se juntam, seus ductos se anastomosam ou se abrem dentro um do outro. Broto pancreático ventral Mesentério dorsal Broto pancreático ventral Ducto pancreático Ducto pancreático acessório Corpo do pâncreas Cauda do pâncreas Cabeça do pâncreas Broto pancreático dorsal Abertura dos ductos biliar e pancreáticoDucto biliar Ducto biliar Duodeno Duodeno Figura 19. ?????? Fonte: Acervo Sanar. Histogênese do pâncreas O parênquima do pâncreas sofre uma derivação do endoderma dos brotos pancre- áticos, que forma os túbulos. Os ácinos pancreáticos começam se desenvolver no período fetal, a partir de aglomerados de células que ficam nas extremidades desses túbulos, os ductos pancreáticos primitivos. As ilhotas se desenvolvem de grupos de células que se separam dos túbulos e se localizam entre os ácinos. Por volta da 10a semana começa a secreção de insulina. Já o glucagon é detectado no plasma fetal com cerca de 15 semanas, antes que ocorra a diferenciação de células beta que se- cretam insulina. As células contendo somatostatina também se desenvolvem antes das células beta. SE LIGA! Quando há diabetes mellitus materno, as células beta que secretam a insulina no pâncreas fetal ficam expostas a elevados níveis de glicose, cursando com hipertrofia dessas células a fim de aumentar a taxa de secreção de insulina. Pâncreas e Baço 21 Pâncreas anular A parte anular do pâncreas envolve o duodeno descendente. Resultado do cres- cimento de um broto pancreático ventral bífido, ao redor do duodeno. Um pâncreas anular, apesar de raro, causa obstrução do duodeno. Se houver inflamação no pân- creas anular a obstrução se desenvolve. Bebês que se apresentam com essa condi- ção têm sintomas de obstrução intestinal completa ou parcial. Ducto biliar Ducto biliar Local de obstrução duodenal Broto pancreático ventral vífido Broto pancreático dorsal Estômago Pâncreas anular Ducto biliar (passando dorsalmente ao duodeno e pâncreas) Duodeno A B C Figura 20. ?????? Fonte: Acervo Sanar. 8. DESENVOLVIMENTO DO BAÇO O baço, órgão linfático vascular, é desenvolvido de um aglomerado de células do mesênquima que fica nas camadas do mesogástrio. A partir da 5a semana, o baço começa a se desenvolver, apresentando características como lobulações, mas que desaparecem antes do nascimento. Remanescentes de sulcos que separavam os lóbulos fetais são as depressões que surgem na porção superior do baço adulto. A superfície esquerda do mesogástrio se funde com o peritônio sobre o rim es- querdo à medida que o estômago gira. Essa junção que ocorre explica o ligamento esplenorrenal e o porquê da artéria esplênica do adulto, o maior ramo do tronco celí- aco, segue um curso tortuoso posterior à bolsa omental e anterior ao rim esquerdo. O baço é o centro hematopoiético até acabar a vida fetal, mas mantém seu potencial hematopoiético até mesmo na vida adulta. Pâncreas e Baço 22 Baço Aorta AortaVeia cava inferior Veia cava inferior Área de fusão Artéria esplênicaRim direito Ligamento esplenorrenalLigamento hepatogástrico Ligamento hepatogástrico Ligamento falciforme Ligamento falciforme Ligamento falciforme Mesogástrio ventral Ligamento gastroesplênico Mesonefros esquedos Mesogástrio dorsal Mesogástrio dorsal Pâncreas Baço Pâncreas Baço Estômago Fígado Estômago Bolsa omental Fígado Estômago Fígado Figura 21. ?????? Fonte: Acervo Sanar. Pâncreas e Baço 23 Baço acessório É a presença de uma ou mais massas esplênicas, de tecido esplênico, sendo fun- cional além do corpo principal do baço, tem cerca de 1 cm de diâmetro. Ocorre nas bordas do peritônio, próximo ao hilo do baço, na cauda do pâncreas ou dentro do ligamento gastroesplênico. Está presente em, aproximadamente, 10% das pessoas. Em casos de poliesplenia, vários baços acessórios estão presentes sem o corpo principal do baço, podendo comprometer a imunidade e aumento da suscetibilidade a infecções. Pâncreas e Baço 24 DERIVADOS INTESTINO ANTERIOR PÂNCREASBOLSA OMENTAL Sistema carotídeo Brotos pancreáticos dorsal e ventral Formada do mesogástrio dorsal Rotação e fusão Parte superior: bolsa infracardíaca Broto ventral: processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas Parte inferior: grande omento ESÔFAGO BAÇO Caudal à faringe Baço lobuladoSepto traqueoesofágico Remanescentes: depressões na margem superior Traqueia/esôfago Ligamento esplenorrenal 7a semana: comprimento final Potencial hematopoiético preservado na vida adulta 4a semana 8asemana: recanalização FÍGADO E SISTEMA BILIAR Origina-se da parte dorsal da vesícula umbilical Inervação: nervos vagos Crescimento ventral da porção distal: divertículo hepático DUODENO ESTÔMAGO Septo transverso Parte caudal do intestino anterior, cranial do médio e mesênquima esplâncnico 4a semana: dilatação Porção cranial: origina o fígado Alça em forma de C Demarcação da curvatura maior Porção caudal: origina vesícula e ducto cístico (pedúnculo do divertículo) 5a e 6a semanas: obstrução Rotação de 90° Mesentério ventral: Omento menor e ligamento falciforme 7a semana: vacuolização Faringe Sistema respiratório Esôfago Estômago Duodeno Fígado Sistema biliar Pâncreas Formação da bolsa omental Desaparecimento do mesentério ventral Fonte: Elaborado pelo autor. Pâncreas e Baço 25 REFERÊNCIAS MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016. TOWSEND Jr CM; BEAUCHAMP RF; EVERS BM; MATTOX KL. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice, 20th edition, Philadelphia Saunders-Elsevier, 2017. DOHERTY GM. Current Diagnosis and Treatment – Surgery. 13th edition, McGraw-Hill Lange, 2010. Pâncreas e Baço sanarflix.com.br Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados. Sanar Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770