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Conhecendo as fake news Muitas pessoas consomem notícias falsas e gostam disso. Outras obtêm muitas vantagens fabricando e disseminando essas notícias. Isso acontece por- que as fake news exploram assuntos atuais e são criadas para exaltar o sen- timento popular, além de serem capazes de modificar a opinião das pessoas mais vulneráveis. Enfim, são feitas para atrair a atenção dos leitores e produzir um efeito de verdade. No Brasil e em outros países, a sociedade civil, empresas e grupos sociais organizam-se para combater a produção e a circulação de fake news, como a Agência Lupa, o grupo Aos Fatos, a página Fato ou Fake, do portal G1, o Estadão Verifica e o UOL Confere. R e p ro d u ç ã o /h tt p s :/ /p ia u i. fo lh a .u o l. c o m .b r R e p ro d u ç ã o /h tt p s :/ /a o s fa to s .o rg R e p ro d u ç ã o /h tt p s :/ /g 1. g lo b o .c o m Página da Agência Lupa. Página Fato ou Fake, do portal G1. Página da agência Aos Fatos. 89 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 89PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 89 10/24/20 10:12 AM10/24/20 10:12 AM NÃO ESCREVA NESTE LIVRO; RESPONDA NO CADERNO Mas a iniciativa de verificar a veracidade das notícias pode ser realizada por todos os que usam a internet para se informar e se comunicar com outras pessoas. APURANDO O OLHAR Leia a seguir uma notícia falsa que foi publicada na internet no ano de 2017. Depois, responda às questões. Para evitar spoilers, jovens congelam em carbonita amigo que viu Star Wars antes deles O jovem fã de Star Wars, Gustavo Chagas, foi congelado em carbonita por seus amigos, na manhã de hoje, assim que acordou após ter visto o novo fi lme da saga Star Wars na pré-estreia no cinema. “Tivemos que fazer isso, é perigoso, mas necessário. Se não tivéssemos fei- to isso, ele daria todos os spoilers possíveis até que a gente entrasse na sessão de hoje para ver o fi lme”, disse Pedro Henrique. De acordo com uma pesquisa realizada nas entradas dos cinemas, o medo de spoilers de Star Wars já supera o medo de tratamento de canal no dentista. Em uma das sessões de pré-estreia do fi lme, um jovem contou em voz alta um spoiler que havia visto na internet e foi hospitalizado após ser ferido na cabeça com um sabre de luz de brinquedo. PARA evitar spoilers, jovens congelam em carbonita amigo que viu Star Wars antes deles. O sensacionalista, 14 dez. 2017. Disponível em: www.sensacionalista.com. br/2017/12/14/para-evitar-spoilers-jovens-congelam-em-carbonita-amigo-que-viu- star-wars-antes-deles/. Acesso em: 5 nov. 2019. a) Na sua opinião, por que se trata de uma notícia falsa? b) Alguma informação vinculada à notícia pode ter sido inspirada em fatos? Justifique sua resposta. a) Resposta pessoal. Os estudantes encontrarão um desafi o na pergunta, já que o portal O sensacionalista produz sátiras para chamar a atenção do público, mas suas notícias não podem ser enquadradas no perfi l das fake news, dado que não são elaboradas com o objetivo de enganar o leitor ou prejudicar alguém ou alguma instituição. Trata-se de uma sátira que tem por objetivo provocar riso. b) Sim, a possibilidade de uma pessoa ter sido agredida no cinema após dar um spoiler. Houve casos reais, no ano de 2019, tanto no Brasil quanto em outros países, de jovens espancados depois de divulgarem spoilers em sessões de cinema. Página do UOL Confere. R e p ro d u ç ã o /h tt p s :/ /p o lit ic a .e s ta d a o .c o m .b r R e p ro d u ç ã o /h tt p s :/ /n o ti c ia s .u o l. c o m .b r Página do Estadão Verifi ca, do jornal O Estado de S. Paulo. 9090 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 90PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 90 10/24/20 10:12 AM10/24/20 10:12 AM http://www.sensacionalista.com.br/2017/12/14/para-evitar-spoilers-jovens-congelam-em-carbonita-amigo-que-viu-star-wars-antes-deles/ http://www.sensacionalista.com.br/2017/12/14/para-evitar-spoilers-jovens-congelam-em-carbonita-amigo-que-viu-star-wars-antes-deles/ http://www.sensacionalista.com.br/2017/12/14/para-evitar-spoilers-jovens-congelam-em-carbonita-amigo-que-viu-star-wars-antes-deles/ De onde vêm as fake news As fake news são o resultado de um processo de criação de conteúdo (ou deturpação de um conteúdo já existente) e divulgação dele via internet com o objetivo de alcançar o maior número possível de usuários, em geral com inten- ções políticas ou econômicas. O esquema a seguir mostra como é o processo de fabricação de notícias falsas. Criação de um site A primeira etapa para se divulgar fake news é criar um site onde elas possam ser hospedadas e publicadas. Notícias publicadas em sites costumam ter mais credibilidade do que aquelas divulgadas nas redes sociais. Repetição Quanto mais pessoas acessam o site de fake news, mais o idealizador dele ganha com a venda de publicidade. A possibilidade de ter lucro com a disseminação desses conteúdos faz surgir outros sites com esse estilo, criando um círculo vicioso. Produção do conteúdo Os conteúdos são criados para se parecerem ao máximo com o real. Para isso, independentemente do tipo de fake news produzido, os sites geralmente têm o mesmo design usado por um veículo de comunicação confiável, para que o leitor se sinta seguro ao acessá-los. Venda de publicidade Manter a estrutura de um site e a produção de notícias falsas tem um custo. Por essa razão os sites de fake news costumam ter muitas propagandas. Grandes empresas tendem a verificar a credibilidade dos sites antes de vincular suas marcas a eles. Assim, se as propagandas apresentadas no site forem de produtos duvidosos, vale a pena desconfiar. Divulgação nas mídias sociais Com o site pronto e o conteúdo produzido, costuma-se criar perfis falsos em redes sociais para divulgar as notícias falsas desses sites. b u ff a lo b o y /S h u tt e rs to ck 91 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 91PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 91 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM A tecnologia a serviço das fake news Desde a invenção da prensa de tipos móveis por Johannes Gutenberg, con- siderado o “pai” da imprensa, no século XV, a tecnologia e os meios de comuni- cação caminham lado a lado. Atualmente o uso da tecnologia digital possibilita a difusão em larga escala do noticiário que antes era acessível apenas por meio do jornal impresso ou televisionado. A implementação da Inteligência Artificial (IA) nos meios de comunicação tem mudado tanto a forma como os jornalistas trabalham quanto a maneira como nós, os leitores, recebemos as informações produzidas por eles. Ao acessarmos um site de busca, uma rede social ou habilitarmos cookies no navegador de internet, sofisticados algoritmos de IA começam a trabalhar para traçar um perfil de quem está buscando a informação. Esses algoritmos identificam, por exemplo, quais são os conteúdos que o internauta gostaria de receber e fazem uma seleção dos mais relevantes para aparecer ao usuário durante a navegação na internet, como notícias ou anúncios comerciais. Essa personalização dos ambientes digitais reduz a experiência dos usuá- rios na internet, pois os algoritmos limitam a navegação a uma exposição sele- tiva, mantendo as pessoas em círculos sociais fechados, em que falam somen- te com aqueles com quem partilham os mesmos interesses. Esse é um terreno fértil para fake news, pois as pessoas têm acesso apenas ao que elas querem e gostam de ver. Isso, consequentemente, afeta sua com- preensão de mundo, pois elas navegam por círculos sociais virtuais restritos, conhecidos pelo nome de bolhas digitais. Nesses meios, a tendência dos internautas é não se preocuparem com a verificação dos conteúdos que recebem, por confiarem nas pessoas que os compartilham. Dessa forma, a divulgação dos conteúdos postados ganha uma difusão muito rápida. Além de nos manter em círculos sociais fechados e da rápida propagaçãode fake news, as bolhas digitais reduzem a nossa compreensão da realidade, pois, muitas vezes, não temos contato com opiniões diferentes das nossas, de modo que nossos aprendizados e experiências permanecem limitados. Assim, evitamos lidar com o outro e com o que nos é diferente, o que diminui também nossa capacidade de conhecer e compreender o mundo. Bolha digital: a expressão refere-se a um dos efeitos dos algoritmos sobre os usuários de internet, especialmente no uso das redes sociais. Os algoritmos são fórmulas programadas para definir e registrar o perfil do usuário por meio do uso que ele faz da internet. Se um usuário busca “passagens de avião”, por exemplo, o algoritmo entende que essa informação faz parte dos interesses do usuário e, automaticamente, compartilha notícias relacionadas ao mesmo assunto nas páginas da web acessadas por ele. Isso também ocorre nas redes sociais, ou seja, o que nos é mostrado não é um universo infinito de possibilidades, mas uma reprodução do que nós mesmos fazemos na internet. Por isso a expressão “bolha”, que indica um universo fechado, restrito ou limitado. NÃO ESCREVA NESTE LIVRO; RESPONDA NO CADERNOAPURANDO O OLHAR 1. Ao observar o ciclo de criação, produção e distribuição de notícias falsas na internet, que precauções você considera necessárias para não se consumir essas notícias e começar a romper com esse ciclo? 2. Com base nas descobertas que você fez, converse com os colegas e o professor e elaborem uma lista de práticas que vocês podem adotar no dia a dia para que a navegação na internet seja mais de- mocrática. Resposta pessoal. Considerando os conteúdos que os estudantes já viram nesta parte, eles já têm conhecimento para pensar em formas de lidar com as fake news. Incentive-os a falar sobre esse assunto, com base na experiência deles nas redes sociais. 9292 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 92PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 92 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM Como identificar fake news Historiadores e jornalistas desenvolveram métodos para investigar fatos e notícias a eles relaciona- das. Os métodos científicos desenvolvidos e praticados por esses profissionais são complexos e reque- rem uma formação específica. Porém, nós também podemos desenvolver métodos investigativos que nos permitam, além de identificar notícias falsas, descobrir as razões pelas quais elas foram criadas e, ainda, produzir conteúdo confiável. Observe o infográfico a seguir, elaborado pela revista Nova Escola, no qual estão apresentadas algu- mas dicas importantes para identificarmos uma notícia falsa. Essas dicas podem ser bastante úteis. Mas... e se quisermos desmascarar uma notícia falsa, como devemos proceder? Para isso, podemos fazer uma checagem de fatos, uma prática comum entre jorna- listas, historiadores e outros profissionais da área de Ciências Humanas. A checagem de fatos começa pela análise de uma informação. Partimos da seguinte pergunta: “Como se chegou a essa conclusão?”. Ainda que cada profissional (ou instituição) desenvolva sua própria metodologia para realizar a che- cagem de fatos, as três etapas a seguir são sempre obrigatórias: • identificação dos fatos que podem ser verificados; • confirmação desses fatos; • criação de um documento de avaliação. O infográfi co mostra como verifi car se as notícias são falsas ou verdadeiras. Localização dos fatos Identificação dos dados contidos no documento ou na notícia que podem ser confirmados por meio de pesquisas. Somente fatos são passíveis de confirmação. Relatório de avaliação Elaboração de um relatório indicando o resultado das pesquisas e avaliando o grau de veracidade e confiabilidade do documento ou notícia avaliada. Verificação dos fatos Pesquisa para confirmar a origem e a veracidade dos fatos apresentados. Essa pesquisa pode ser virtual ou pode ser necessário ir a campo para fazer a confirmação. R e p ro d u ç ã o /w w w .i n s ti tu to u n ib a n c o .o rg .b r 93 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 93PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 93 10/24/20 10:12 AM10/24/20 10:12 AM NÃO ESCREVA NESTE LIVRO; RESPONDA NO CADERNOAPURANDO O OLHAR O texto e a charge a seguir exploram as consequências que as fake news trouxeram para a saúde pública do país em 2019. Muitos pais deixaram de vacinar os filhos porque acreditaram que a vacinação poderia causar problemas às crianças, o que levou a um surto de sarampo, colocando muitas pessoas em risco. Reúna-se com mais dois colegas e leiam o texto e a charge a seguir. Depois, realize as atividades. Um dos problemas de saúde pública no Brasil do século 21 são os pais que se recusam a dar aos filhos as vacinas obrigatórias. São famílias que caem em fake news que acusam as imunizações de serem perigosas para a saúde dos bebês e das crianças. Por causa disso, o Brasil voltou em 2019 a ter casos de sarampo, inclusive com mortes, e perdeu o certificado de território livre do sa- rampo. Antes desse ressurgimento, o país havia passado quase duas décadas registrando alguns poucos casos importados da doença. WESTIN, Ricardo. Fake news sabotaram campanhas de vacinação na época do Império. Brasília: Ag•ncia Senado, 7 out. 2019. Disponível em: www12.senado.leg.br/noticias/ especiais/arquivo-s/fake-news-sabotaram-campanhas-de-vacinacao-na-epoca-do- imperio. Acesso em: 18 fev. 2020. a) Espera-se que os estudantes respondam que a charge faz uma crítica à situação exposta no texto. O texto fala sobre os pais que, por acreditarem em fake news, não vacinaram seus �lhos contra o sarampo, e, em 2019, a doença voltou a existir no Brasil, que era considerado um território livre da doença nas últimas décadas. A charge faz uma crítica a esses pais, que deveriam ter “bom senso” em relação à vacinação das crianças. b) É provável que os estudantes encontrem fake news que informam que as vacinas poderiam provocar autismo, ou que estariam contaminadas com glifosato. Charge de Jeff Stahler, publicada em 2018. a) Qual relação pode ser estabelecida entre o texto citado e a char- ge? Justifiquem sua resposta. b) Pesquisem quais foram as fake news que circularam sobre a va- cinação contra o sarampo e cite alguns exemplos de informações equivocadas que foram divulgadas. c) Ao final, pesquisem em sites confiáveis os impactos que as fake news sobre vacinação causaram à população brasileira e reflitam sobre quais seriam as formas de prevenção para que isso não acontecesse. c) Espera-se que os estudantes comentem sobre a importância de acessar as informações publicadas pelos órgãos o�ciais e da checagem das informações. Se considerar adequado, traga algumas notícias sobre o assunto para a sala de aula para compartilhar com os estudantes. © 2 01 5 Je ff S ta hl er /D is t. b y A nd re w s M cM ee l S yn di ca tio n fo r U FS 9494 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 94PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 94 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM http://www12.senado.leg.br/noticias/especiais/arquivo-s/fake-news-sabotaram-campanhas-de-vacinacao-na-epoca-do-imperio Pausa para avaliação Chegou a hora de fazer um balanço das aprendi- zagens até o momento. Reproduza o quadro a seguir no caderno e preencha-o. Apresente suas dúvidas ao professor, para que ele possa auxiliá-lo a superá-las. COMPREENDI BEM TENHO ALGUMAS DÚVIDAS AINDA TENHO MUITAS DÚVIDAS Conceito de fake news. Características das fake news. Como as fake news são criadas e difundidas. Diferenciação entre notícias e fake news. Formas de identificar se uma notícia é fake ou não. Projeto Comprova Disponível em: https://projetocomprova.com.br/. Acesso em: 18 jan. 2020. O Projeto Comprova é uma iniciativa voltada para análise e investigação de informações enganosas, inventadas ou intencionalmente falsas. Esse projetoreúne mais de vinte jornalistas de diferentes veículos de comunicação no Brasil e se dedica, principalmente, a analisar notícias sobre políticas públicas. Como não ser enganado pelas fake news, de Flávia Aidar e Januária Cristina Alves (Moderna, 2019). Traz orientações sobre como lidar com a grande quantidade de desinformação a que estamos expostos para que possamos exercer nossa cidadania com discernimento. Trata-se de um livro para treinar o olhar crítico do leitor. PARA SABER MAIS New Africa/Shutterstock R e p ro d u ç ã o /E d it o ra M o d e rn a R e p ro d u ç ã o /h tt p s :/ /p ro je to c o m p ro v a .c o m .b r Esta autoavaliação deve ser feita em sala de aula para que os estudantes esclareçam suas dúvidas. NÃO ESCREVA NESTE LIVRO; RESPONDA NO CADERNO 95 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 95PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 95 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM Orientações gerais • Organizem-se em grupos (mínimo de quatro e máximo de dez estudan- tes), formados por colegas com interesses similares. Quanto mais vocês se identificarem com o assunto da notícia, mais agradável será a inves- tigação sobre ela. • A verificação da veracidade das informações pode variar de acordo com os meios utilizados em sua difusão. Procurem dividir as tarefas dentro do grupo entre aqueles que vão investigar conteúdos textuais e os que vão checar os documentos visuais (por exemplo, se fotografias são reais ou não). Os percursos investigativos se- rão os mesmos para todos os grupos, mas, dependendo da mídia escolhida, algumas etapas poderão variar. Na primeira parte do projeto vimos o que são fake news, como são criadas, de que modo podem ser nocivas para a sociedade e como podemos reconhe- cê-las. Agora chegou o momento de aprender a desconstruir uma fake news, ou seja, aprofundar o trabalho de identificação de uma fake news e fazer a che- cagem de um fato (fact-checking) para desvendar, em detalhes, o que há de verdadeiro e o que há de falso em uma notícia. A seguir vocês encontrarão um roteiro com as etapas necessárias para in- vestigar os fatos que são apresentados em uma notícia. ROTEIRO 1. Seleção da notícia. 2. Investigação da origem dos fatos. 3. Investigação da veracidade dos fatos. PRODUTO PARCIAL Elaboração de relatório sobre as notícias analisadas. d o y a ta /S h u tt e rs to ck Experimentação 1 3 42 PARTE Material necessário • Computador com acesso à internet para acessar arquivos e acervos públicos, de acordo com a notícia a ser pesquisada. EM13LGG104 EM13LGG301 EM13LGG701 EM13LGG702 EM13LGG703 EM13LGG704 Habilidades trabalhadas nesta parte É preciso selecionar a notícia para defi nir as etapas de investigação. 96 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 96PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 96 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM ROTEIRO 1 – SELEÇÃO DA NOTÍCIA 1. Selecionem três notícias com as quais vocês tiveram contato recentemente (pode ser na última semana ou no último mês), seja por aplicativos de mensa- gens, seja por redes sociais. É importante selecio- nar notícias de cuja veracidade vocês desconfiem. 2. Façam um levantamento com pessoas da comu- nidade para saber quantas receberam as notícias selecionadas e o que fizeram com elas. Registrem, conforme o quadro a seguir, quantas acreditaram nelas, quantas as ignoraram, quantas pesquisaram se eram reais e quantas as compartilharam. Orga- nizem as informações em um quadro, conforme o modelo. NOTÍCIA 1 Pessoa consultada Mídia que veiculou a notícia Acreditou Compartilhou Checou a notícia Luciana Moreira Aplicativo para smartphone/ computador/meio impresso Sim/Não Sim/Não Sim/Não 3. Para fazer o fact-checking, selecionem a notícia vinculada ao maior número de pessoas. Para mais orientações, consulte o Manual do Professor. Lembrem-se Fake news são disfarçadas de jornalismo, portanto sempre há algum fato que motivou sua criação. Identificar esse fato é fundamental para determinar o ponto de partida da investigação. ROTEIRO 2 – INVESTIGAÇÃO DA ORIGEM DOS FATOS 1. Façam uma pesquisa na internet sobre o acontecimento que foi uti- lizado como objeto da notícia escolhida. Identifiquem se há mais de uma versão do mesmo acontecimento. Registrem as diferentes ver- sões para comparar com a notícia escolhida. 2. Após identificarem o fato e as versões disponíveis sobre ele na inter- net, busquem sua fonte primária, ou seja, o veículo de comunicação responsável por divulgar em primeira mão aquele fato. Por exemplo: se o fato for uma descoberta científica sobre o planeta Marte, a fonte primária dessa informação possivelmente pode ser a Agência Es- pacial dos Estados Unidos (Nasa), ou, ainda, se for um projeto de lei nacional, a fonte primária possivelmente será o Congresso Nacional brasileiro (a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal). 3. Se o grupo não conseguir localizar a fonte primária do acontecimen- to, seja por causa de sigilo na informação, seja por dificuldades na pesquisa, busquem as fontes mais próximas das primárias, ou seja, materiais que tenham sido divulgados por veículos de comunicação confiáveis e que estejam diretamente ligados às fontes primárias. Caso não localizem nenhuma outra fonte sobre o acontecimento, provavelmente a notícia é falsa. 4. Faça uma cópia ou salve num suporte digital todas as informações possíveis que vocês obtiverem sobre o acontecimento objeto da notí- cia selecionada. Tetiana Yurchenko/Shutterstock É importante entrevistar um maior número de pessoas para descobrir as notícias com mais divulgação. 9797 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 97PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 97 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM ROTEIRO 3 – INVESTIGAÇÃO DA VERACIDADE DOS FATOS 1. Após localizarem a fonte primária do fato relacionado à notícia esco- lhida pelo grupo, chegou a hora de verificar a notícia em si. Dividam o trabalho de verificação entre os membros do grupo: um subgrupo deve analisar os textos, e o outro, as imagens. Caso a notícia pos- sua conteúdo audiovisual, o grupo deve escolher quem fará a análise desse tipo de material. 2. Independentemente do tipo de pesquisa a ser feito, o objetivo é o mes- mo: encontrar evidências para verificar as informações vinculadas à notícia. Veja a seguir duas possibilidades de análise de notícias. Possibilidade 1 – Notícias escritas 1. Quando for verificar o texto de uma notícia, é necessário lê-lo inte- gralmente. Diferencie os fatos mencionados no texto das opiniões apresentadas pelo autor. Identifique também as predições, hipérbo- les, sátiras e piadas. No exemplo a seguir, as cores diferenciam as informações que são passíveis de ser verificadas (iluminadas em verde) daquelas que não são fatos (iluminadas em rosa). Pesquisa mostra que EUA se sentem menos seguros após ataque de Trump ao Irã A maioria dos norte-americanos considerou “imprudente” o comporta- mento do presidente Donald Trump contra o Irã. Foram 52% contra 34%, de acordo com pesquisa realizada pelo jornal USA Today, um dos principais do país. O levantamento, realizado entre terça e quarta, tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais. De acordo com o jornal, o ataque com 22 mísseis iranianos contra duas bases norte-americanas ocorreu quando as entrevistas para a pesquisa já estavam no fim e antes que Trump falasse a seu país, dizendo que não reagiria de forma militar, preferindo sanções eco- nômicas. A pesquisa aponta que 55% dos norte-americanos acreditam que o assassinato do general Soleimani, comandante da Guarda Revolucionária do Irã e a principal figura militar do país, por ordem de Trump, na sexta (3), tornou os EUA “muito menos” ou “menos” seguros. E 24% acreditam que o país ficou “muito mais” ou “mais” seguro. Isso vai de encontro ao argumento usado pelo governo. Uma quantidade maior de pessoas (47% contra 39%) viu motivação polí-tica no ataque, ou seja, que Trump ordenou a morte de Soleimani para des- viar o foco do processo de impeachment que ele enfrenta. O equivalente à Câmara dos Deputados de lá, controlado pela oposição democrata, votou pela abertura de processo. Contudo, o Senado, nas mãos dos republicanos, deve barrá-lo. PESQUISA mostra que EUA se sentem menos seguros após ataque de Trump ao Irã. UOL, 9 jan. 2020. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo- sakamoto/2020/01/09/maioria-dos-eua-acha-que-morte-de-general-do-ira-deixa- pais-menos-seguro.htm. Acesso em: 12 jan. 2020. 9898 PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 98PI_CH_Priscilla_g21At_Projeto3_077a114_LA.indd 98 2/26/20 12:20 PM2/26/20 12:20 PM https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2020/01/09/maioria-dos-eua-acha-que-morte-de-general-do-ira-deixa-pais-menos-seguro.htm