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Lembrem-se de que é interessante realizar mais de uma sessão da Mostra de Filmes. Agora que vocês têm um projetor e uma tela portáteis que não necessitam de instalações elétricas, é possível fazer mostras ou sessões de cinema em variados locais e datas. Desse modo, vocês poderão contribuir para a difusão do audiovisual na comunidade. A mostra idealizada pela turma também pode ajudar a ampliar a circulação de visões de mundo próprias de jovens como você e seus colegas, além de mobilizar o interesse de pessoas que talvez tenham pouco acesso a objetos audiovisuais alternativos. Assim, por meio do produto final deste projeto, você e seus colegas poderão interferir concretamente na realidade em que vivem, dando respostas a problemas reais vinculados à baixa oferta de audiovisuais diferentes daqueles que são veiculados, por exemplo, pela TV. Por essa razão, conversem com os professores e verifiquem se haveria também a possibilidade de levar a mostra a outros espaços que não o escolar. Associações de bairro, espaços culturais e até mes- mo alguns espaços ao ar livre (desde que as questões técnicas relacionadas à claridade e ao excesso de ruído não sejam um impeditivo) podem ser ótimas alternativas para fazer chegar mais longe as produções da turma. BALANÇO DO PROJETO Ao finalizar a execução do projeto, você deve se reunir com os colegas de sala para efetuar um balanço não apenas da etapa final de organização da Mostra de Filmes, mas de todo o processo. Espera-se que vocês tenham podido, com base na aprendizagem de alguns conteúdos dispostos no decorrer do projeto, construir uma perspectiva coletiva e pessoal mais complexa sobre a linguagem cinematográfica, como ela se articula a outras linguagens, quais seus aspectos tecnológicos e a relevância de sua história. Um ponto-chave, porém, é discutir qual é a importância da arte, e do cinema em particular, no fortalecimento da identidade de grupos sociais, como é o caso de jovens como você e os colegas, e de comunidades que, muitas vezes, não têm acesso a equipamentos culturais básicos. REGISTRO DE IDEIAS Você pode registrar vários dos momentos que fizeram parte deste projeto. Alguns subprodutos, como a escrita de roteiros, a montagem da câmera ou da tela de projeção, são produções materiais que mostram sua trajetória e a de seus colegas. Seria importante também, como forma de conservar a memória daquilo que fizeram, que vocês, coletiva ou individualmente, buscassem preservar outras formas de registro do processo. Uma ideia pode ser fotografar os momentos que antecedem a Mostra de Filmes. Outra maneira é escrever suas impressões pessoais sobre o que vivenciou antes, durante e depois do evento e pedir a alguns de seus colegas que também o façam. ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO A divulgação de um evento como uma Mostra de Filmes pode atrair a atenção de muitos grupos, desde os mais próximos aos mais afastados da comunidade escolar. Por essa razão, você e seus colegas, com o auxílio dos professores, podem pensar em divulgar pela internet os resultados da ação, em um link da página da própria escola ou mesmo criando uma página para esse fim. Também pode ser interessante publicar os curtas-metragens produzidos em algum site de compartilhamento de vídeos. Nesse caso, é necessário pedir a autorização de todos os que aparecem nas filmagens e dos envolvidos na produção. 39 PI_L_Roberta_g21At_Projeto1_012a039_LA.indd 39PI_L_Roberta_g21At_Projeto1_012a039_LA.indd 39 2/27/20 3:38 PM2/27/20 3:38 PM André Mourão/Agência O Dia/Estadão Conteúdo Do que você gosta? Quais são seus interesses? Que preferências artís ticas e esportiv as você tem? Que práticas corporais você costuma realizar? Você acha que a comunidade conhece e respeita suas manifestações e as de outro s jovens de sua idade? O que você e os colegas da tu rm a poderiam fazer p ara que elas fo ssem mais apoiadas e valorizadas? Neste projeto, você vai re fletir sobre si mesmo, seus colegas e amigos, pensar um pouco no jovem que você é, nas culturas de que partic ipa e que ajuda a constru ir. VAMOS ORGANIZAR UM FESTIVAL DE CULTURAS JUVENIS? DE OLHO PROJETO 2 NAS CULTURAS JUVENIS A adolescência e a juventude costu mam ser m arcadas pelo compartilh amento de vivências em grupo de várias naturezas (n o estu do, no lazer, n o tra balho, em projetos sociais, entre outra s). Nas fotos, jo vens dançam, lu tam capoeira e jogam basquete. Consulte, nas Orientações específicas deste Manual, mais informações para o trabalho com este projeto, além das respostas esperadas para algumas atividades e outras sugestões de encaminhamento. 40 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 40PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 40 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM Sérgio Pedreira/Pulsar Imagens PROTAGONISMO JUVENIL Cesar Diniz/Pulsar Imagens 41 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 41PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 41 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM G o o d S tu d io / S h u tt e rs to c k INTRODUÇÃO Você sabe o que é um festival? Já participou de algum? Um festival pode promover a ampliação do repertório artístico e cultural, além de aumentar a interação com a comunidade. Em um evento como esse, uma série de apresentações acontece em um mesmo espaço e em determi- nado período. Neste projeto, você e os colegas vão ser os protagonistas da produção de um festival para divulgar e valorizar as culturas juvenis presentes na realida- de de vocês. Vão realizar oficinas e apresentações com o objetivo de mostrar para a comunidade a importância das manifestações próprias da juventude, contribuindo para a construção de um olhar mais aberto para a diversidade e disposto a aprender com ela. Para organizar o evento, você vai participar de várias atividades distribuídas em etapas, mobilizando conhecimentos de Arte, Educação Física, Língua In- glesa e Língua Portuguesa. Por meio delas, refletirá sobre si mesmo, identi- ficando as práticas de que participa e que ajuda a construir e pensando em possíveis estereótipos e preconceitos relacionados a essas e a outras mani- festações juvenis. Como protagonista desse festival, você poderá ajudar no combate a essas ideias preconceituosas e estereotipadas. Antes de iniciar este projeto, dê uma folheada nele. Confira as etapas que o compõem e as atividades que terá de realizar, algumas individualmente e outras em duplas ou em grupos maiores. Será com base nessas atividades e nos conhecimentos adquiridos e mobilizados em cada etapa que o Festival de Culturas Juvenis será organizado e compartilhado com a comunidade. Se algum colega estiver mais familiarizado com determinada prática ou sou- ber mais a respeito de um assunto, poderá compartilhar seus conhecimentos com a turma ou assumir a liderança de alguma das atividades previstas, para que o projeto tenha ainda mais a cara de vocês. Aproveite este momento inicial para pensar também na duração do projeto e no material necessário para realizá-lo. 42 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 42PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 42 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM REGISTRO DE IDEIAS DE OLHO NO TEMPO Quando realizamos um projeto, é importante registrar as ideias, as sugestões e os aprendizados que surgirem durante o planejamento e a execução das etapas para que exista uma memória desse percurso. Essas anotações podem ser feitas em um caderno, em um bloco de notas impresso ou digital ou em um aplicativo de celular. O importante é que você tenha esses registros e possa retomá-los para corrigir erros e aproveitar os acertos na hora de pensar em um novo projeto que pretenda desenvolver. Neste projeto, que prevê a organização de um Festival de Culturas Juvenis como produto final, é preciso decidir quais serão as apresentações e oficinas realizadas, quem ficará responsável por elas, como será feitoo convite à comunidade, etc. Ou seja, registrar diferentes informações será fundamental para a sua organização e a dos colegas. A turma pode, por exemplo, considerar a possibilidade de providenciar um cartaz ou painel para ser afixado na sala de aula para construir um registro coletivo do projeto. Todo projeto precisa ser organizado em um tempo determinado. Vamos cuidar disso? Com o professor e os colegas, decidam a data em que vocês pretendem realizar o Festival de Culturas Juvenis. Pensem, retrospectivamente, em tudo o que precisa ser feito até a data do evento e criem uma agenda coletiva para o projeto. Também é importante prever a duração de cada etapa ou atividade, estimando a quantidade de aulas que serão dedicadas a elas. Vários aplicativos de celular são úteis para o compartilhamento de informações e para a organização do tempo por meio de funções como a de calendário. Juntos, avaliem a possibilidade de usar um deles. Uma forma complementar de acompanhar a realização do projeto no tempo determinado é criar uma lista com as etapas e as atividades a serem cumpridas e deixá-la exposta na sala de aula para marcar cada tarefa concluída (e também para pensar em alternativas caso algo fuja do cronograma). Ficha técnica do projeto Questão norteadora: Vamos organizar um Festival de Culturas Juvenis? Produto final: Festival de Culturas Juvenis. Objetivos: • Refletir sobre a juventude. • Pensar na própria identidade e expressá-la por meio de um vídeo e um retrato tridimensional. • Investigar as culturas juvenis e as diferentes percepções a respeito delas. • Idealizar uma playlist comentada que se relacione com a identidade dos jovens do século XXI. • Conhecer diferentes manifestações geralmente associadas às culturas juvenis, como a capoeira, a dança de rua, o rap, as batalhas de rima, o slam, o lambe-lambe e o grafite. • Conhecer e explorar práticas corporais diversas. • Selecionar ou criar um poema que ajude a definir o jovem de hoje. • Organizar e participar de um slam ou de uma batalha de rimas. • Criar lambe-lambes e grafites para expressar ideias. • Avaliar as próprias produções e selecionar as que podem integrar o Festival de Culturas Juvenis. Justificativa: A produção de um Festival de Culturas Juvenis mobiliza conhecimentos de diferentes componentes curriculares, possibilita o protagonismo do estudante no espaço escolar e permite difundir as culturas juvenis na comunidade. Componentes curriculares: Arte, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa. Competências gerais: 3, 4, 5, 7 e 8. Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: 1, 2, 3, 5 e 6. Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG201, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG603. GoodStu dio/ Shutte rs to ck 43 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 43PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 43 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM ETAPA 1 Você já tinha ouvido falar em “culturas juvenis”? Essa expressão está relacionada ao conceito de cultura, que é bastante complexo e tem sido construído, revisto e ampliado por diversos pensado- res e estudiosos. De forma geral, a palavra cultura pode designar o conjunto de práticas e hábitos de uma sociedade ou de determinado grupo, recobrindo desde códigos de vestimenta e preferên- cias estéticas até crenças religiosas e formas de organização econômica, por exemplo. O QUE É CULTURA? No senso comum, costuma-se considerar uma pessoa culta aquela que tem domínio sobre determinado assunto. Podemos, portanto, afirmar que a cultura pode ser lida por dois caminhos, que não são excludentes. Em uma primeira acepção, a ideia de que, quanto mais o sujeito está inserido em um grupo social, mais compartilha com seus iguais aspectos de uma cultura que lhes confere identidade. Em uma segunda perspectiva, a cultura pode ser entendida como uma aquisição de conhecimentos que se faz ao longo da vida. É impossível tratar das culturas juvenis no singular, pois não existe uma juventude única. Como os jovens pertencem a diferentes realidades, participando de contextos diversos e se vinculando a práticas distintas, falamos de culturas juvenis, no plural, e nos referimos à diversidade do que é produzido pelos jovens, especificamente às práticas, manifestações e expressões, sejam elas mú- sicas, danças, gírias, sejam participação em redes de mídia, modos de se vestir ou marcas corpo- rais, para citar alguns exemplos. Essas produções impactam a sociedade, indicando a importância que as culturas e os valores juvenis têm em nosso tempo. Fotografia que estampou a capa do álbum Abbey Road, dos Beatles, lançado em 1969. Essa imagem se tornou um clássico e estampou camisetas no mundo inteiro, ajudando a criar um traço de identidade compartilhado entre os fãs da banda inglesa. R e p ro d u • ‹ o /E M I Considerando que as juventudes se deparam, muitas vezes, com o embate entre valores expres- sos pelas gerações anteriores e valores que os jovens pretendem construir com base nas próprias referências, as culturas juvenis cumprem o papel de ajudar o jovem a se definir, a construir a pró- pria identidade e, com isso, transformar a sociedade. Ou seja, pensar nas culturas juvenis é uma maneira privilegiada de pensar na própria dinâmica social. É certo que esse processo de construção das culturas juvenis não ocorre de modo isolado; ele sofre influência da mídia, das redes sociais e de apelos da sociedade de consumo. Por meio da música, do cinema, do teatro, das artes visuais e de outras manifestações culturais, o jovem busca encontrar o seu caminho e aderir a ideologias ou romper com elas. 44 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 44PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 44 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM Não escreva no livro A participação dos jovens como agentes de transformação social não foi sempre levada em conta, so- bretudo na cultura ocidental. Uma perspectiva centrada nos adultos associava o jovem à imaturidade e à incapacidade de tomar atitudes ou mesmo de criar algo, mantendo-o excessivamente subordina- do às regras familiares e à obediência irrestrita. Os adultos mandavam e os jovens deviam obedecer sem questionamento. Ao longo do século XX, no entanto, esse cenário passou por gradativas modificações. Manifestações culturais e políticas juvenis conquistaram visibilidade e foram fundamentais em transformações so- ciais. Isso é comprovado pela atuação do movimento hippie e pelo desenvolvimento do rock, que, contestador tanto por suas letras quanto pela atitude dos músicos, conquistou grande parte dos jo- vens, tornando-se praticamente um emblema do que era ser jovem no século XX. Hoje, a hiperconexão é uma marca da sociedade e da comunicação juvenil. Você e os jovens nascidos no século XXI fazem parte de uma era em que a globalização está em curso e é inegável o seu efeito sobre as culturas contemporâneas, marcadas, em sua maioria, pela diversidade e pela rapidez na di- vulgação e nas trocas de produções culturais. Nesse cenário, há uma grande produção cultural feita praticamente sob encomenda e que visa aten- der às demandas massificadas da juventude. Essa produção classifica os jovens com base em este- reótipos, como se todos tivessem os mesmos gostos, desejos e interesses, e busca cooptá-los para o mundo do consumo. Por outro lado, como você verá ao longo deste projeto, as possibilidades de resistência a essa cultura de massa também se ampliam por meio de manifestações como o hip-hop, o rock, as batalhas de slam, o cosplay, a produção de lambe-lambes e o uso de ferramentas tecnoló- gicas que permitem a comunicação quase que instantânea, como a criação de vídeos e seu compar- tilhamento on-line. a) Leia, a seguir, o que o pesquisador chileno José Antonio López-Ruiz escreve a respeito das culturas juvenis: [...]O conceito de cultura juvenil está associado à forma como os jovens “tornam sua” ou reinterpretam essa cultura mais ampla na qual vivem, para ir de�nindo certos estilos de vida e traços de identi- dade — muitos deles relacionados com o seu tempo livre e lazer —, uma certa linguagem e estéticas com os seus códigos próprios, bem como outras formas de expressão, inclusive de criatividade ar- tística ou cientí�ca próprios. [...] LÓPEZ-RUIZ, José Antonio. A internet na cultura juvenil: condicionamentos, signi�cados e usos sociais. Observatório da Juventude na Ibero-América, 1o jun. 2017. Disponível em: https://www.observatoriodajuventude.org/pinternet-en-la- cultura-juvenil-condicionamientos-signi�cados-y-usos-sociales/. Acesso em: 19 out. 2019. A visão do autor dialoga com a discussão a respeito do tema feita até aqui? Justifique. O autor se refere ao conceito de cultura juvenil no singular. Por que seria melhor falar em “culturas juvenis”, no plural? b) Como vimos, as culturas juvenis se constituem de manifestações e expressões como a música, a dan- ça, as gírias, a moda e as marcas corporais. Sabendo disso, você identifica alguma prática ou produção sua como própria das culturas juvenis? Se sim, qual? Por quê? c) Você faz parte de algum grupo? Em caso positivo, considera que ele esteja organizado em torno de alguma prática ou manifestação própria das culturas juvenis? Troque ideias a respeito disso com o professor e os colegas. Respostas pessoais. Respostas pessoais. ATIVIDADE 1 45 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 45PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 45 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM https://www.observatoriodajuventude.org/pinternet-en-la-cultura-juvenil-condicionamientos-significados-y-usos-sociales/ https://www.observatoriodajuventude.org/pinternet-en-la-cultura-juvenil-condicionamientos-significados-y-usos-sociales/ Não escreva no livro Para que o Festival de Culturas Juvenis tenha a cara da turma, é importante trazer à tona o que você e os colegas pensam a respeito de si mesmos e das práticas e manifestações das quais parti- cipam, o que envolve refletir sobre a própria identidade. Para iniciar essa reflexão, como forma de aquecimento, a proposta agora é vocês participarem juntos de um jogo teatral. a) Formem grupos de até dez componentes. O restante dos colegas será a plateia. Depois, vocês é que serão a plateia dos demais grupos. b) Cada grupo terá de escolher um objeto que seja signifi cativo para si. Pode ser algo ligado ao pas- sado ou ao momento atual. c) Escrevam o nome desse objeto em uma folha de papel, em letras grandes. d) Formem um círculo e apresentem para o grupo esse objeto, explicando por que ele é significati- vo para vocês e contando uma breve história sobre ele. Deixem as folhas de papel no centro do círculo. e) Sorteiem um dos colegas para começar o jogo e escolher um objeto que não seja o seu, iniciando uma história coerente com a que foi contada pelo colega que indicou esse objeto. Ele pode esco- lher outros colegas para atuarem a seu lado, improvisando personagens complementares. f) Depois, ele escolhe alguém para ser o próximo, e assim por diante, até que todos tenham atuado. Cuidem para que a narrativa fi que coerente e que os objetos escolhidos contribuam para a história. Depois que todos os grupos tiverem vivido a experiência de atuar e de ser plateia, troquem ideias sobre a atividade. JOGOS TEATRAIS Os jogos teatrais foram sistematizados pela diretora de teatro estadunidense Viola Spolin (1906-1994) como uma proposta para o ensino do teatro. Por meio de procedimentos lúdicos com regras definidas, Spolin buscava estimular a criatividade e a espontaneidade, oferecendo exercícios em que os estudantes podiam improvisar coletivamente, interagindo por meio da linguagem teatral. De modo geral, podemos dizer que os jogos teatrais buscam levar os participantes a tomar consciência de alguns mecanismos e convenções fundamentais do teatro, ao mesmo tempo que ajudam a liberar o corpo e as emoções. No Brasil, o diretor de teatro fluminense Augusto Boal (1931-2009) desenvolveu uma série de jogos para atores e não atores durante seus quase cinquenta anos de carreira. Por meio de diferentes exercícios e dinâmicas, Boal trazia à tona questões de cunho político, aliando o teatro à ação social. ATIVIDADE 2 Viola Spolin foi uma importante autora, diretora e educadora de teatro estadunidense. Seu trabalho foi muito relevante para o desenvolvimento do teatro de improviso, e seus jogos são explorados até hoje no processo de formação de atores de teatro. O livro Jogos teatrais: o fi chário de Viola Spolin (São Paulo: Perspectiva, 2012) traz vários jogos teatrais com instruções detalhadas para sua realização. Se possível, procure essa obra e pratique com os colegas e o professor alguns jogos teatrais de Viola Spolin. SE LIGA R e p ro d u • ‹ o /v io la s p o lin .o rg 46 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 46PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 46 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM Continuando esta etapa do projeto, cujo foco é a reflexão a respeito da própria identidade, você vai criar alguns objetos para falar de si. A ideia é a construção de um retrato tridimensional, isto é, uma imagem sua em tamanho real acompanhada de um vídeo que contará um pouco mais de você, sua vida, seus gostos e seus desejos para o futuro. Esses objetos farão parte do Festival de Culturas Juvenis, com o objetivo de mostrar ao público quem são vocês: seus gostos, os saberes que possuem, as manifestações cultu- rais juvenis de que participam ou que admiram, seus interesses além da escola, entre outros aspectos. Comece criando o retrato: faça uma imagem em tamanho natural de você usando papelão, papel Kraft ou outro material de sua escolha. É possível deitar-se sobre o material e recortar o papel no formato do seu corpo, desenhar a si mesmo ou, se for viável, imprimir uma foto sua em tamanho natural e colar sobre uma superfície mais rígida. Depois, você pode intervir sobre o retrato, colando imagens que ajudem a expressar sua identidade: roupas, acessórios, objetos, etc. Também é possível inserir textos ou escrever palavras-chave: trechos de letras de canção, poemas, títulos de filmes, nomes de seus ídolos, etc. Para complementar o retrato, você fará um vídeo contando um pouco sobre quem é e sobre sua vida. Você pode utilizar uma das sugestões a seguir para produzi-lo ou mesmo escolher outra for- ma de criá-lo. COMO FAZER UM VÍDEO NO ESTILO DRAW MY LIFE 1. Escreva uma breve apresentação sobre si mesmo, abordando aspectos de sua vida que gostaria de compartilhar com os colegas. Quando o texto estiver pronto, leia-o em voz alta e cronometre quanto tempo ele leva para ser narrado. 2. Depois, escolha palavras-chave ou trechos do seu texto e planeje como transformá-los em desenhos. Assista a alguns vídeos no estilo draw my life para se inspirar. Se necessário, una várias folhas de papel sulfite usando fita adesiva, para que todos os desenhos caibam na mesma superfície. Você vai precisar de: folhas de papel sulfite canetas coloridas câmera digital ou telefone celular com câmera elástico cabo de vassoura 3. Pratique fazer os desenhos várias vezes, na ordem e na velocidade em que deverão aparecer no vídeo. O objetivo é que exista uma sincronia entre a narração e o que está sendo desenhado. 4. Depois de praticar bastante e perceber que tudo está sincronizado, utilize o elástico para fixar o celular ou a câmera no cabo da vassoura. Certifique-se de que esteja bem preso! 5. Coloque o cabo de vassoura sobre uma superfície mais alta (uma cadeira, carteira ou mesa, por exemplo) de modo que ele fique paralelo ao chão, para que seja possível filmá-lo. Utilize a sua mochila ou outro objeto como peso para deixar a vassoura bem estável e o celular fixado.6. Coloque as folhas de papel no chão, no foco da câmera. Acomode-se e, quando tudo estiver pronto, ligue a câmera, filme e se divirta! Peshkova/Shutterstock ATIVIDADE 3Não escreva no livro 47 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 47PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 47 2/27/20 3:39 PM2/27/20 3:39 PM COMO FAZER UM VÍDEO USANDO FOTOGRAFIAS E TEXTO 1. Selecione fotos que mostrem você em diferentes momentos de sua vida. 2. Pensando em como será o vídeo e em que aspectos você deseja evidenciar, selecione as fotos que vai utilizar, organizando-as em ordem cronológica. 3. Abra o programa de criação de apresentações gráficas em um computador e escolha uma apresentação de slides em branco. 4. No primeiro slide, escolha um fundo e um título para o seu projeto. 5. Adicione um novo slide e insira a primeira foto selecionada. No espaço do título, escreva uma frase sobre você que tenha relação com a foto em questão. 6. Repita o procedimento com todas as fotos, seguindo o padrão de uma foto e uma frase por slide. 7. Se necessário, ajuste as fotos ao espaço dos slides, tomando cuidado para não distorcê-las. 8. Utilizando a ferramenta de “transições”, decida que tipo de transição ocorrerá entre um slide e outro e quanto tempo cada slide ficará na tela. Se quiser, crie transições diferentes para cada slide. 9. Após finalizado, exporte seu arquivo em formato de vídeo! Você vai precisar de: fotos em formato digital computador programa de criação de apresentações gráficas ATIVIDADE 4 Antes de começar a organizar o Festival de Culturas Juvenis, também é importante conhecer o que a comunidade sabe e pensa a respeito das práticas e manifestações das quais você e/ou os colegas participam. Afinal, um dos objetivos do evento é divulgá-las, fazendo com que sejam conhecidas, respeitadas e valorizadas por todos. Para isso, você e os colegas vão fazer uma pesquisa para levantar indicadores das culturas juvenis do entorno. Os objetivos desse levantamento serão: verificar quais são as manifestações juvenis mais presentes no bairro e na comunidade e descobrir o que as pessoas gostariam de conhecer com mais profundidade no festival que vocês vão organizar. Você está por dentro das políticas públicas destinadas à juventude no Brasil? Acesse o site da Secretaria Nacional da Juventude e conheça as iniciativas desenvolvidas em âmbito Federal, os marcos legais que regem essas ações e os estudos desenvolvidos com foco nessa área. Disponível em: https://www.gov.br/ mdh/pt-br/navegue-por-temas/juventude-1. Acesso em: 24 out. 2020. SE LIGA G o o d S tu d io /S h u tt e rs to c k Não escreva no livro 48 PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 48PI_L_Roberta_g21At_Projeto2_040a073_LA.indd 48 25/10/20 22:0725/10/20 22:07 https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/juventude-1 https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/juventude-1