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Elisa Mello

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Prévia do material em texto

5 9CAPÍTULO 2
5 Ouça a gravação do samba “Arrasta a sandália”, feita pelo grupo Sambadores de 
Mutá e Pirajuía em 2004. Experimente apenas ouvir, sem se preocupar com nada 
além da escuta musical.
a) Depois de ouvir, escreva no caderno que sensações corporais esse samba corri-
do causou em você. Você sentiu vontade de dançar, dormir, ficar parado ou de 
se movimentar de alguma forma? Em seguida, compare suas percepções com 
as dos colegas. São muito diferentes ou parecidas?
b) Escute novamente a faixa “Arrasta a sandália” e tente perceber em seu corpo o 
compasso da música. Comece dando passos acompanhando a marcação em dois 
tempos. Ande pelo espaço e tente sincronizar seu corpo com o que você escuta.
BAGAGEM
O compasso é a divisão da música em ciclos. A marcação pode ser feita em 
dois tempos (binário), três tempos (ternário) e quatro tempos (quaternário). O 
samba, em geral, é composto em compasso binário; por isso, na partitura, é possível 
observar o sinal 2 por 4, que indica a contagem de dois tempos por compasso.
c) Que tal tentar cantar, com os colegas, o samba “Arrasta a sandália” e experi-
mentar dançá-lo? Sigam as orientações. A ideia é fazer do seu jeito!
 COMO FAZER
 Afastem as carteiras na sala de aula para abrir um espaço adequado para a experimen-
tação.
 Organizem-se em grupos de quatro ou cinco integrantes.
 Experimentem cantar, bater palmas e dançar simultaneamente o samba “Arrasta a 
sandália”, inspirando-se em seus conhecimentos sobre o samba e no que aprenderam 
até agora.
 Depois, tirem os sapatos e repitam o procedimento. 
 Ao final, façam uma roda de conversa com a turma toda para compartilhar o que sen-
tiram durante a atividade.
 Que sensações você experimentou durante a atividade?
 O que mudou e o que permaneceu igual quando você tirou os sapatos?
 Como você sente o seu corpo com os pés descalços e com os pés calçados? Alguma 
dessas formas de dançar amplia o seu sentimento de pertencimento ao próprio corpo? 
Qual sensação contempla mais o que você é?
Capa do CD Samba de roda – Patrimônio da 
Humanidade, produzido pelo Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional (Iphan), entre 2004 e 2005. R
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 “Arrasta a sandália” é um samba tradicional 
do Recôncavo Baiano. Essa versão do grupo 
Sambadores de Mutá e Pirajuía foi gravada 
em um barracão na frente da casa de Dona 
Fia, em Pirajuía, distrito do município de 
Jaguaripe (BA). Crispina Maria de Jesus, a 
Dona Fia, foi a sambadeira mais importante 
do município e manteve vivas as tradições 
que aprendera com os pais.*
 ARRASTA a sandália. 
Intérprete: Sambadores 
de Mutá e Pirajuía (com 
adaptação do grupo). 
Compositor: Samba 
tradicional do Recôncavo 
Baiano. In: SAMBA de Roda – 
Patrimônio da Humanidade. 
Intérprete: Sambadores de 
Mutá e Pirajuía. Jaguaripe: 
Iphan, 2004. 1 CD, faixa 7.
* As gravações do CD Samba de 
Roda – Patrimônio da Humanida-
de fazem parte, em sua maioria, 
do acervo produzido entre julho e 
agosto de 2004 para o dossiê de 
candidatura do samba de roda do 
Recôncavo ao reconhecimento 
oficial como patrimônio brasileiro 
e mundial. Todas as gravações 
foram feitas em cidades onde 
moram os músicos e em praças, 
sedes, terreiros de candomblé, 
espaços culturais ou residências.
5. a) Respostas pessoais. Ao pro-
por uma prática de escuta, convi-
de a turma para explorar o sentido 
da audição – tão comumente dei-
xado de lado ou substituído por 
outros sentidos mais praticados 
em nossa sociedade atual, como 
a visão. Escutar é uma habilidade 
que pode ser desenvolvida como 
qualquer outra. Supera a ação de 
somente “ouvir” – quando permi-
timos fazer “funcionar” o sentido 
orgânico da audição – sem muitas 
reflexões sobre o que estamos 
ouvindo. Essa é uma prática de 
escuta guiada, na qual se pode 
usar o ambiente da escola para 
favorecer os estudantes e propor-
cionar concentração e foco.
5. b) Oriente os estudantes a per-
ceber “com o corpo” o que ouvi-
ram no item anterior, propondo o 
uso dos espaços da escola para 
eles explorarem como o corpo 
funciona com o estímulo da fai-
xa “Arrasta a sandália”, ou seja, 
quais estímulos rítmicos esse 
samba promove na percepção 
e na consciência corporal deles. 
Uma sugestão de ampliação seria 
comparar como o corpo quer se 
comportar com a audição de di-
versos tipos de samba – ou outros 
gêneros musicais da cultura po-
pular – e redigir um testemunho 
descrevendo a experiência.
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6 0 CAPÍTULO 2
6
 
Os pés são a base do corpo. Pelo contato dos pés com o solo, podemos empurrar o chão e, dessa forma, nos 
locomover. A consciência sobre essa parte do corpo é importante para o trabalho de artistas que desenvolvem 
investigações corporais. Leia, na reportagem a seguir, a história do dançarino e pesquisador corporal Rubens 
Oliveira. Depois, responda às questões oralmente.
O salto de Rubens Oliveira
O coreógrafo e bailarino 
Rubens Oliveira. São 
Paulo (SP), 2019.
O coreógrafo e bailarino Rubens Oliveira é a prova de que oportunidade é tudo de que o jovem da periferia precisa 
para ver seu talento desabrochar, além de uma boa dose de incentivo. 
[...]
Quando Rubens tinha 15 anos, a irmã trabalhava no Projeto Arrastão e o levou para lá. Um professor de Educação Física 
estava montando um grupo de percussão com instrumentos recicláveis e o convidou para criar uma coreografia. O 
Arrasta Lata foi um sucesso e tocou com vários grupos e artistas famosos, entre eles Titãs, Daniela Mercury e Gilberto 
Gil. “Aquilo foi um grande laboratório pra mim”, diz Rubens. Talvez ali ele tenha percebido por que não avançou com 
os instrumentos. A música era tão contagiante que ele queria usar o corpo todo. “Eu descobri que tinha um talento 
natural para ouvir a música e me movimentar.”
Dois anos depois, em 2002, uma professora do Arrastão levou o grupo para ver o espetáculo “Dança das Marés”, mon-
tado pelo coreógrafo Ivaldo Bertazzo com 62 jovens nascidos no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro. 
[...] logo depois a produção do Ivaldo convidou sete organizações não governamentais, entre elas o Arrastão, para 
participar da seletiva para a criação do projeto em São Paulo. A ideia de Bertazzo era ensinar o método criado por ele 
durante um ano para os 55 jovens selecionados para que eles servissem de multiplicadores em suas comunidades. 
“Mas ele não sabia que a gente viria com tanta sede; e a gente, que mergulharia tão fundo”, diz Rubens, claro, um dos 
selecionados.
[...]
Gumboot
Quando foi montado o espetáculo Milágrimas [ainda com o grupo de Bertazzo], Rubens fez contato com o grupo de 
canto e dança sul-africano Kholwa Brothers, responsável pela trilha sonora do espetáculo, e ficou maravilhado com o 
que viu. “A dança que eles trouxeram me levou para as minhas origens, me fez pensar na minha família”, diz Rubens. 
Gumboot, que quer dizer botas de borracha, é uma dança que teve origem no século XIX nas minas de ouro da África 
do Sul. No início, era uma forma de comunicação entre esses trabalhadores, originários de várias tribos com dialetos 
diferentes. Depois, virou entretenimento, já que eles eram impedidos de tocar seus instrumentos. Hoje, é uma dança 
bastante difundida em outros países africanos e aos poucos vai ganhando os palcos do mundo todo.
Os Kholwa Brothers vieram pela primeira vez ao Brasil em 2005, para compor a trilha do espetáculo, e voltaram três 
anos depois para se apresentar no país. “Ficava grudado neles o tempo todo”, diz Rubens. “Queria aprender tudo sobre 
a dança, aqueles movimentos, conhecer a história.” Decidiu, então, montar com amigos e ex-alunos um grupo de es-
tudos, que deu origem ao Gumboot Dance Brasil, em 2009. Dois anos depois, o grupo estreou Yebo,que significa “Sim, 
vamos”, uma das expressões mais usadas nas minas africanas da época. O espetáculo contou com a participação da 
banda paulistana Afro Electro, que pesquisa a musicalidade africana. Disposto a mergulhar ainda mais nos estudos, 
Rubens embarcou logo depois para a África. E em 2014, fez nova montagem do espetáculo, com novo elenco, entre 
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6 1CAPÍTULO 2
atores, músicos, artistas e técnicos. “Queria também estar mais presente no palco e 
voltei a investir no meu aperfeiçoamento como bailarino”, diz Rubens. Esta é, hoje, sua 
principal atividade artística. Ele também é professor de dança numa escola particular 
e numa academia.
[...]
IZIDORO, Marina. O salto de Rubens Oliveira. São Paulo São, 31 out. 2016. 
 Disponível em: https://saopaulosao.com.br/nossas-pessoas/2217-o-salto-de-rubens-oliveira.
html#. Acesso em: 23 ago. 2020.
a) Ao ler sobre a jornada de Rubens Oliveira, em sua opinião, é necessário se 
conhecer para dançar? Qual foi a importância dos pés para o desempenho dos 
trabalhos que o artista construiu?
b) Você acredita que é possível termos mais presença e segurança se tivermos 
intimidade com o funcionamento e a natureza dos nossos pés? Por quê?
c) Agora, siga o passo a passo para vivenciar maneiras distintas de andar pela 
escola, com o objetivo de perceber os pés de formas diferentes.
 COMO FAZER
 Dividam-se em grupos de cinco integrantes.
 Cada grupo ficará responsável por escolher uma maneira de caminhar: descalços, cal-
çados, apenas com meias, só com um sapato, entre outras possibilidades.
 O professor vai delimitar os lugares da escola para os grupos caminharem.
 Após as caminhadas, reúnam-se com os outros grupos e conversem sobre cada ex-
periência, relacionando-as com a escolha da maneira de caminhar que cada grupo 
elegeu. Pensem em palavras que definam a experiência e digam ao professor, que vai 
anotá-las no quadro.
 Observem as palavras listadas e criem um passo de dança, inspirando-se nas informa-
ções corporais que colheram ao caminhar e nos estudos deste capítulo.
 Ensaiem, divirtam-se e mostrem aos colegas os movimentos que criaram.
d) O texto menciona o gumboot. Você já tinha ouvido falar desse estilo de dança? 
Você vê alguma relação entre o samba de roda e o gumboot, mesmo sendo 
práticas culturais distintas? Comente com os colegas.
6. b) Respostas pessoais. Espera-
-se com essa pergunta estimular a 
reflexão a respeito da importância 
dos pés como base tanto física 
como mental. Uma boa postura 
corporal começa com o apoio cor-
reto dos pés e pode influenciar a 
segurança com que nos portamos 
em contextos sociais.
Apresentação do espetáculo 
Yebo pelo Gumboot Dance 
Brasil. São Paulo (SP), 2018.
Para ver o Gumboot 
Dance Brasil em ação 
no espetáculo Yebo, 
assista ao teaser no 
canal oficial do grupo, 
disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=bR1OrKS4t2A& 
feature=emb_logo. 
Acesso em: 23 ago. 
2020.
Veja a cantora e 
dançarina moçambicana 
Lenna Bahule, 
integrante do grupo 
Gumboot Dance Brasil, 
explicando as origens 
e características do 
gumboot no vídeo 
disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=tnOx1IfY1Ug. 
Acesso em: 23 ago. 
2020.
VALE VISITAR
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6. c) A ideia é estimular a criati-
vidade dos estudantes e propor 
algo que os faça ativar a percep-
ção corporal por meio dos pés. 
Geralmente sobrecarregamos os 
pés e não damos importância ao 
que eles proporcionam ao corpo. 
Oriente os estudantes a seguir os 
procedimentos abaixo e depois 
escreva no quadro uma lista de 
palavras-chave, resumindo a ex-
periência da turma.
6. d) Respostas pessoais. Apesar 
de serem manifestações muito 
diferentes, originárias de lugares 
distantes, ambas as danças têm 
muitos movimentos centralizados 
nos pés e geram sonoridades por 
meio desses movimentos. Além 
disso, ambas estão relacionadas 
às matrizes culturais africanas, 
com a ressalva de que o samba 
de roda é uma manifestação bra-
sileira, que surgiu entre o fim do 
século XIX e o início do século XX, 
em interlocução com influências 
ibéricas.
6. a) Espera-se que os estudantes tenham a percepção de que o autoconhecimento é necessário para toda e qualquer atividade profissional, uma vez que é 
um processo que auxilia no entendimento de potencialidades e fragilidades. Não é algo simples, pois passamos toda a nossa vida nos conhecendo. Conside-
rar nossos gostos e desgostos, habilidades e escolhas nos ajuda a ter segurança para reconhecer quem somos e identificar nossas imperfeições e qualida-
des. No caso do dançarino Rubens Oliveira, os pés, descalços ou dentro de botas de borracha, são impulsionadores da dança que promove.
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6 2 CAPÍTULO 2
 2ª PARADA
AJOELHE-SE, DANCE E FLEXIBILIZE-SE! 
A anatomia do joelho é fundamental para a realização de vários movimentos do co-
tidiano e de muitas danças, sobretudo aquelas em que se destacam passos próximos 
do chão. Ao possibilitarem movimentos de flexão e extensão, além de leve rotação, os 
joelhos conferem ao corpo mobilidade e flexibilidade que se associam diretamente com 
os pés e o quadril. Você vai desbravar algumas possibilidades criativas que essa flexibi-
lidade proporciona.
1 Observe as imagens de dançarinos do tango, da salsa cubana, da dança do passi-
nho e do voguing. Depois, responda às questões oralmente.
NA BNCC
Competências gerais: 1, 3, 4, 
7, 8, 9, 10 
Competências específicas de 
Linguagens: 1, 2, 3, 5, 6
Habilidades de Linguagens: 
EM13LGG101, EM13LGG102, 
EM13LGG103, EM13LGG104, 
EM13LGG201, EM13LGG202, 
EM13LGG203, EM13LGG204, 
EM13LGG301, EM13LGG302, 
EM13LGG303, EM13LGG501, 
EM13LGG502, EM13LGG503, 
EM13LGG601, EM13LGG602, 
EM13LGG603, EM13LGG604
Habilidades de Língua 
Portuguesa: 
 Todos os campos de atuação 
social: EM13LP02, EM13LP03, 
EM13LP05, EM13LP14
 Campo da vida pessoal: 
EM13LP20 
 Campo jornalístico-midiático: 
EM13LP45
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
Casal de dançarinos se apresenta em palco do Campeonato 
Mundial de Tango. Buenos Aires, Argentina, 2015.
Casal de artistas colombianos dançam salsa em 
praça. Cartagena, Colômbia, 2018.
Dançarino de passinho se apresenta em 
Madureira, no Rio de Janeiro, durante as 
comemorações do Dia da Favela, em 4 de 
novembro. Rio de Janeiro (RJ), 2015.
O dançarino de voguing Marcos Chaves, o Shau, 
integrante do coletivo carioca 
House of Kínisi. Rio de Janeiro (RJ), 2019.
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Consulte respostas esperadas e mais informações para o tra-
balho com as atividades desta parada nas Orientações espe-
cí�cas deste Manual.
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6 3CAPÍTULO 2
Para responder, busque 
referências sobre a 
origem das quatro 
danças. Tente identificar 
informações como em 
quais espaços elas foram/
são mais praticadas, por 
quais grupos sociais e em 
que contextos. Lembre-
-se de consultar fontes 
especializadas em dança 
e confrontar os dados 
encontrados com 
fontes diferentes.
Para fazer a atividade 
corporal, providencie 
roupas confortáveis e 
ajude na organização do 
espaço em que a turma 
vai se distribuir. Procure 
manter uma distância 
segura em relação aos 
colegas para evitar 
esbarrar em alguém.
a) Como estão os joelhos dos dançarinosnessas imagens?
b) Que movimentos corporais estão relacionados com a posição dos joelhos?
c) Você já teve contato com algum desses estilos de dança, seja pessoalmente, seja 
por meio de vídeos e filmes? Compartilhe com a turma suas experiências. 
d) Qual das danças apresentadas é de origem brasileira?
e) Quais imagens se aproximam de uma atitude mais descontraída do corpo? Com-
partilhe suas impressões com a turma e escute com atenção os colegas. 
f) Existe um aspecto sociocultural comum encontrado na origem das quatro danças 
apresentadas. Você arriscaria dizer que aspecto é esse? Justifique sua resposta.
2
 
Agora, experimente possibilidades de movimentação de flexão do joelho, man-
tendo a proximidade com o chão (nível baixo). O objetivo principal é que você 
sinta a mobilidade dessa articulação e perceba como o corpo trabalha. Para isso, 
siga as orientações.
 COMO FAZER
 Com o professor e os colegas, escolha um espaço amplo, como o pátio ou a quadra 
para fazer a atividade. Outra possibilidade é afastar as mesas e cadeiras para abrir 
espaço na sala de aula.
Soltando as articulações
 Ande pelo espaço, observando a maneira como seus joelhos se flexionam e se esten-
dem durante a caminhada. 
 Ainda nesse caminhar, procure perceber para onde e como você se direciona no espa-
ço. Como você desvia de um encontro ou choque corporal com os colegas?
 Pare de caminhar e faça movimentos de flexão e rotação dos joelhos, da seguinte forma:
• Erga um dos pés a dois palmos do chão e faça movimentos de flexão e extensão do 
joelho, sustentando-se na outra perna, que deve ter o joelho ligeiramente flexionado.
• Em seguida, estenda um pouco a perna que está levantada e faça movimentos de 
rotação, em círculos, para fora e para dentro (rode a parte inferior da perna nos 
sentidos horário e anti-horário). 
• Repita os mesmos procedimentos com a outra perna.
 Faça movimentos de flexão e rotação (em círculos para dentro e para fora) simultaneamen-
te com os dois cotovelos. 
1o movimento: Abaixar e levantar
 Abaixe-se até o chão e levante-se. Repita essa ação de se abaixar e se levantar até que 
o professor sinalize que você deve seguir para outra etapa. A cada repetição, procure 
criar maneiras diferentes de se abaixar e se levantar. 
2o movimento: Sentar e levantar
 Sente-se no chão e levante-se. Repita essa ação de se sentar e se levantar até que o 
professor sinalize que você deve seguir para outra etapa. A cada repetição, procure 
criar maneiras diferentes de se sentar e se levantar. 
3o movimento: Deitar e levantar
 Deite-se no chão e levante-se. Repita essa ação de se deitar e se levantar até que o 
professor sinalize que você deve parar. A cada repetição, procure criar maneiras dife-
rentes de se deitar e se levantar. 
 O exercício pode ser realizado ou repetido ao som de uma música. Alterne as movimen-
tações seguindo a música ou movendo-se de forma diferente do ritmo dela.
1. e) Resposta pessoal. Incentive a 
observação conjunta do corpo das 
pessoas retratadas nas imagens, 
não apenas do que é revelado pela 
expressão facial de cada dançari-
no, mas estendendo a percepção 
do que expressam por meio da 
posição dos pés, do quadril, dos 
braços, da relação com o espaço e 
com o parceiro (no caso da dança 
em par), entre outros aspectos.
1. f) Resposta pessoal. Espera-se 
que os estudantes encontrem in-
formações suficientes para con-
cluir que as danças retratadas se 
originaram em camadas margina-
lizadas da sociedade.
1. c) Resposta pessoal. Incentive 
os estudantes a descrever o tipo 
de contato ou relação estabele-
cida com as práticas retratadas. 
Muitas vezes, os adolescentes 
têm vergonha de falar de danças 
que já experimentaram, pois mui-
tas dessas práticas são vistas com 
reservas em alguns contextos so-
ciais. A ideia é que se busque uma 
forma confortável para que todos 
relatem as suas experiências.
1. a) Flexionados e estendidos, dependendo de cada movimento. Na primeira imagem, a dançarina está com os joelhos flexionados e o dan-
çarino, com um joelho flexionado e o outro estendido. Na segunda, a dançarina está com um joelho estendido e o outro semiflexionado, e o 
dançarino com um joelho flexionado e o outro estendido. Na terceira, o dançarino está com os joelhos flexionados. Na quarta, o dançarino 
está com um joelho flexionado e o outro semiflexionado.
1. d) A dança do passinho. Trata-
-se de uma modalidade criada em 
comunidades da cidade do Rio de 
Janeiro nos anos 2000 e consiste 
na mistura de elementos rítmicos 
do break dance e do funk com ex-
pressões culturais brasileiras como 
o frevo, o samba e a capoeira.
1. b) No tango: abaixar, envolvendo flexão de um joelho e extensão de outro. Na salsa cubana: condução direta do 
dançarino em relação à dançarina, envolvendo flexão e semiflexão dos joelhos de cada artista. No passinho: abaixar, 
envolvendo semiflexão dos dois joelhos. No voguing: agachar, envolvendo flexão de um joelho e extensão de outro.
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6 4 CAPÍTULO 2
 Escolha três formas de abaixar-se, sentar-se e deitar-se que você realizou.
 Ponha os movimentos que escolheu em uma ordem de sua preferência, criando uma 
sequência. Você pode ou não acompanhar a música.
 Apresente o que criou para a turma. 
 Após todos os colegas se apresentarem, organizem uma roda de conversa e comparti-
lhem as impressões sobre o processo, considerando as questões:
• Como foi a passagem entre as movimentações?
• O que você percebeu sobre a movimentação dos seus joelhos?
• Na realização dos movimentos, que outras partes de seu corpo foram mobilizadas de 
forma mais intensa?
• Que desa�os você enfrentou durante a realização dos movimentos?
• Se você mantivesse os joelhos rígidos, sem �exioná-los, seria possível a realização 
dos movimentos?
• Flexionar os joelhos ajudou você a ampliar as possibilidades de criação de diferen-
tes movimentos de abaixar, sentar e deitar?
3 Nas atividades anteriores, você discutiu sobre a importância da flexão dos joelhos 
para a realização de movimentos corporais ligados à dança, vivenciando uma prá-
tica corporal e percebendo que a flexão dos joelhos, em certa medida, se relaciona 
à flexibilidade física. Leia a seguir uma definição da palavra flexibilidade.
fle·xi·bi·li·da·de |cs|
substantivo feminino
1. Qualidade daquilo que é flexível.
2. [Figurado] Aptidão para trabalhos e estudos de natureza diversa.
3. Docilidade; subserviência.
Flexibilidade. Dicionário Priberam. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/ 
flexibilidade. Acesso em: 28 ago. 2020.
a) Para realizar a prática corporal proposta, você sentiu necessidade de flexibilizar 
suas atitudes? Por quê? 
b) Em sua opinião, dançar pode favorecer a flexibilidade de atitudes? De que ma-
neira? Converse com os colegas.
4 Você sabe o que significa a expressão “dança de salão”? Observe novamente as 
imagens do início desta parada e responda oralmente quais delas podem ser con-
sideradas dança de salão e por quê.
5 Em geral, a dança de salão se dá em pares com o homem conduzindo a parceira. 
Entretanto, nos últimos anos, essa convenção tem sido questionada, mostrando a 
necessidade de flexibilização de atitudes que traduzem preconceitos e estereóti-
pos. Leia o artigo abaixo e converse com a turma sobre as questões. 
 Texto I 
Gênero, dança e condução compartilhada
A dança de salão, por ser uma expressão cultural da sociedade, nunca esteve isenta de im-
primir seus conteúdos cotidianos, com seus movimentos e posturas. É através do corpo 
que se estabelecem as diferenças sociais relacionadas a gênero, etnia, classe, sexualidade. 
[...] nos gestos, comportamentos e posturas que os corpos se diferenciam, configurando-
-se como local de inscrição de discursos e posicionamento social de sujeitos.
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
GoodStudio/Shutterstock
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3. a) Incentive os estudantes a 
refletirem sobre seu posiciona-
mento em relação à execução da 
prática corporal. É possível que 
muitos deles tenham sentido e 
talvez demonstrado resistência 
para fazer a atividade. Converse 
com eles sobre como atitudes rí-
gidas e inflexíveis podem levar a 
posicionamentos autoritários, que 
desconsideram a visão do outro.
3. b) Deixe que os estudantes 
se posicionem. Ainda existem 
muitas barreiras em relação ao 
universo da dança; por exemplo, 
quando os homens desejam ser 
bailarinos. Incentive a participa-
ção dos estudantes e promova 
uma discussão em que seja aco-
lhida e respeitada a diversidade 
dos indivíduos.
4. A salsa cubana e o tango. Espe-
ra-se que os estudantes procurem 
características em comum entre 
essas danças para justificar as 
respostas.
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6 5CAPÍTULO 2
É exatamente através dessas ações sociais e disciplina-
res que são reproduzidas diferentes formas de utilizar os 
corpos masculino e feminino. As diferenças anatômicas 
entre os corpos de homens e mulheres são trazidas para 
as práticas sociais conformando aspectos culturais.
Apesar de a dança em geral ser tida como ambiente 
feminino, a dança de salão “permite”, de acordo com 
a norma sociocultural, a participação do homem, mas 
isso só se dá por ele ser colocado no seu papel social-
mente aceito, ou seja, expressando características de 
força, coragem e virilidade, enquanto à mulher cabe a 
leveza, beleza e delicadeza. Portanto, a dança de salão 
mantém os lugares hegemônicos de gênero, sem, no 
entanto, articular um olhar crítico sobre isso.
Esses papéis são reafirmados pela condução na dança 
de salão, que consiste nos procedimentos pelos quais 
homem conduz/dirige a mulher [...]. Em outras pala-
vras, o homem é aquele que dita a dança, que cria e se 
expressa artisticamente, enquanto a mulher deve ocu-
par uma posição de seguidora, sem poderes para pro-
por movimentações ou interpretações na dança. Tais 
discursos são utilizados para justificar e perpetuar as 
condutas de gênero na dança de salão. Eles classificam 
as posturas e trejeitos característicos do homem – vi-
rilidade, razão, força e precisão – e da mulher – leveza, 
beleza, charme, elegância.
Há que se ter em vista, entretanto, que a arte é um 
importante caminho de transformação e subversão 
das relações desiguais de poder, por isso acredita-
mos em uma nova forma de dançar a dois através da 
condução compartilhada. Nesse método, a mulher 
participa ativamente da composição e criação da 
dança, uma vez que ela também se torna condutora 
e propositora de movimentos. [...]
O objetivo é reinventar a dança de salão e substituir o 
modelo unilateral de comunicação estabelecido, no 
qual apenas o homem “fala” através da criação, propo-
sição e condução, enquanto a mulher “responde” ao se 
deixar levar dócil, leve e sem criar qualquer resistên-
cia. Passaremos a constituir uma dança diálogo, [em 
que] ambos terão espaço para “falar” e “responder” 
igualmente, produzindo juntos danças mais ricas, en-
volventes, criativas e menos estereotipadas.
Através da condução compartilhada possibilitamos não 
somente a ampliação da participação artística da mu-
lher na dança, mas também o desenvolvimento de maior 
sensibilidade no homem, que deverá mesclar ação (sua 
condução) com a resposta ao estímulo da dama. Dessa 
forma, haverá significativa ampliação de criatividade e 
um aumento exponencial de possibilidades.
Nesse caminho certamente haverá uma multiplicação 
dos movimentos, ampliando o exercício da criação. 
[...] a reflexão sobre os lugares do masculino e do femi-
nino na dança é fundamental para pensarmos outras 
estratégias de prática e ensino da dança de salão, de 
forma a romper com os padrões culturais dominantes 
e utilizar, assim, a dança como veículo de igualdade de 
gênero e ampliação de possibilidades do corpo.
5. a) Segundo a autora, as práticas culturais são atravessadas por fatores socioculturais que abrangem comportamentos, hábitos e questões relacio-
nadas a etnia, sexualidade, classe social e gênero. Assim, como uma expressão intrinsecamente relacionada à sociedade da qual faz parte, a dança 
reproduz diferentes padrões sociais, como as convenções sobre os papéis que homens e mulheres deveriam exercer na sociedade. Essas ideias estão 
presentes nos procedimentos coreográficos da dança de salão.
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POLEZI, Carolina. Gênero, dança e condução compartilhada. Pandora Livre. Disponível em: http://pandoralivre.com.
br/2016/01/28/genero-danca-e-conducao-compartilhada. Acesso em: 22 ago. 2020. 
a) Segundo a autora do artigo, por que a dança não é isenta de reproduzir questões sociais e do cotidiano? 
b) O que a autora defende no artigo? Que argumentos ela utiliza para embasar essa ideia?
A expressão dança de salão é utilizada para designar uma série de estilos de dança executados em pares. As primeiras 
dinâmicas corporais desse tipo aconteceram na Europa entre os séculos XV e XVI, durante o período renascentista, 
especialmente nas cortes. Conhecidas também como danças sociais, além de formas de lazer, constituíam um meio de 
ostentação de poder. 
A prática de dança de salão no Brasil foi amplamente difundida a partir da vinda da família real portuguesa em 1808, com 
destaque para a valsa vienense e os minuetos de Paris. Com as transformações sociais e o aumento da interação entre 
diferentes culturas, a prática se popularizou e se expandiu em diferentes estilos que passaram a compor o universo da 
dança de salão, como o samba de gafieira, o forró e o bolero.
BALCÃO DE INFORMAÇÕES 
5. b) A autora defende que as convenções da condução devem ser revistas na dança de salão. Entre os argumentos utilizados, ela cita 
a importância de se problematizarem e se transformarem padrões sociais que perpetuam estruturas desiguais, garantindo espaços de 
criatividade equivalentes para homens e mulheres na dança.
Casais dançam forró durante festa junina no Parque do 
Povo. Campina Grande (PB), 2007.
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6 6 CAPÍTULO 2
Você sabia que, 
quando começou a ser 
praticado no século XIX, 
o tango era dançado por 
um par formado por dois 
homens? E que a dança 
foi declarada Patrimônio 
Cultural Imaterial da 
Humanidade pela 
Unesco em 2009? Saiba 
mais sobre o assunto 
no site oficial da Unesco 
(em inglês), disponível 
em: https://ich.unesco.
org/en/RL/tango-00258. 
Acesso em: 22 ago. 
2020.
VALE VISITAR
c) Com base nas informações do artigo, o que você entendeu por “lugares hege-
mônicos de gênero”? E, de acordo com a autora, como esses lugares se refle-
tem nas danças a dois?
d) Que procedimento a autora do texto sugere para revisar a desigualdade pre-
sente na dança de salão? 
e) Em sua opinião, que outras atitudes podem contribuir para que a prática de 
dança seja mais positiva e saudável para homens e mulheres?
6
 
Outros aspectos sociais, além dos papéis de gênero, podem ser discutidos por 
meio da reflexão sobre as práticas de dança. Leia fragmentos da reportagem abai-
xo e depois converse com a turma sobre as questões propostas. 
 Texto II 
A história do passinho e sua chegada 
às Olimpíadas de 2016
O passinho é caracterizado por sequências de rápidos movimentos com os pés, que são 
facilitados por rápidos movimentos com a cintura. O passinho mistura elementos de 
break e funk com ritmos tradicionais do Brasil, como o samba, frevo e capoeira. Tradi-
cionalmente, é realizado sem coreografia, com os dançarinos improvisando conforme 
a música.
Uma das assinaturas do passinho é o olhar fixo do dançarino para os seus pés. Frequen-
temente confundido com olhar para o chão– algo inaceitável no mundo da dança clás-
sica – esse aspecto não é um sinal de amadorismo, mas sim um estilo. Os dançarinos 
dizem seguir o movimento de seus corpos, e o movimento no passinho está nos pés.
Embora existam passos básicos do passinho, não há regra que diga o que é “certo” ou “er-
rado”. Isso dá aos dançarinos a liberdade de interpretar movimentos de uma forma dife-
rente e mudanças individuais podem se tornar estilos únicos, como o famoso Passinho 
do Romano em São Paulo. O objetivo do passinho não é imitar, mas sim reinventar. Essa 
divertida competição é a força criativa que conduz a contínua evolução do passinho.
[...]
Porque o passinho é tipicamente dançado ao som do funk carioca, a dança recebeu 
muito do estigma associado ao estilo musical. Funk carioca, uma fusão das batidas 
do funk norte-americano e ritmos afro-brasileiros originado nos anos 1970 e 1980, en-
frentou criminalização e críticas por ser associado a músicas cujas letras ultrapassam 
os limites do senso comum ao retratar violência, drogas e referências sexuais. Muitos 
artistas dizem que estão falando sobre a sua realidade e apontam para outros gêneros 
musicais que também incluem temas tabus, mas que não enfrentam reações com a 
mesma magnitude. Para muitos, a criminalização do funk, e por extensão a criminali-
zação do passinho, é uma expressão da criminalização da pobreza.
O passinho também tem sido afetado pela criminalização dos bailes funk, um espaço 
fundamental para o passinho. Em 2000, o Estado do Rio aprovou a lei 3410, restringindo 
a organização dos bailes funk através de exigências, entre outras, de que os organizadores 
instalem detectores de metal e somente realizem bailes com a presença da Polícia Mili-
tar. Em 2009, o movimento teve uma vitória com a aprovação da lei estadual 5543, que 
oficialmente reconhece o estilo como um movimento cultural e proíbe a descriminação 
[sic] contra o funk.
[...]
Acredita-se que o passinho é capaz de ajudar a amenizar a tensão entre diferentes fave-
las, uma vez que os dançarinos têm a capacidade de ultrapassar barreiras que separam 
territórios comandados por traficantes rivais. O passinho dá aos praticantes uma afir-
mação do seu valor enquanto indivíduos.
Resposta pessoal.
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5. c) Os “lugares hegemônicos de 
gênero” têm a ver com os papéis 
instituídos convencionalmente para 
homens e mulheres na sociedade. 
Sob tal ótica, caberia ao homem o 
papel de conduzir, justificado por 
um ideal de coragem e virilidade e, 
à mulher, o papel de seguir a con-
dução masculina, justificado pelos 
ideais de elegância, delicadeza 
e até mesmo de fragilidade. Tais 
aspectos idealizados e estereoti-
pados sobre as individualidades 
desses sujeitos (homem e mulher) 
reverberam nos procedimentos co-
reográficos da dança a dois. Neles 
o homem conduz, dita e cria a dan-
ça, enquanto a mulher ocupa uma 
posição de seguidora, sem espaço 
para proposições de movimentos e 
interpretações.
5. d) Ela sugere que seja utiliza-
da a condução compartilhada, na 
qual a mulher é também conduto-
ra de movimentos. Nesse sentido, 
deslocam-se os lugares historica-
mente convencionados na dança 
de salão, apresentando possibili-
dades criativas de forma igualitá-
ria para as mulheres e os homens.
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6 7CAPÍTULO 2
Para os dançarinos do passinho, ele dá a jovens 
homens negros, o grupo demográfico mais pro-
penso a ser vítima de violência policial e coerção 
ao mundo do tráfico de drogas, um refúgio da 
violência e meios alternativos de ganhar status e 
dinheiro. O passinho tem um cunho político ine-
rente através da afirmação do orgulho da cultura 
negra e da favela em um país que historicamente 
estigmatiza ambos.
Também inerente ao movimento do passinho é 
o senso de comunidade e pertencimento. Muitos 
dançarinos referem-se aos seus colegas como 
“família” e os mais veteranos possuem um senti-
mento de responsabilidade como guias da próxi-
ma geração, não somente na dança, mas em suas 
escolhas de vida.
O passinho também ajudou a romper o sexismo 
dentro da comunidade da dança. Ele criou um 
espaço para homens mostrarem suas habilidades na dança, desafiando a noção pré-concebida de que apenas mulhe-
res podem fazer apresentações de dança. Os movimentos divertidos e unissex da coreografia também permitem que 
os homens desafiem a expectativa de demonstrações de hiper-masculinidade.
Essa desconstrução de regras de gênero indiretamente abriu a possibilidade para artistas mulheres entrarem em cena 
e usarem o funk e o passinho como meio de empoderamento. Inicialmente, quando dançarinas entravam no passinho, 
elas enfrentavam discriminação e exclusão. Embora garotas estivessem envolvidas em batalhas de passinho desde 
2012, havia uma regra implícita que dizia que um homem não podia perder para uma mulher.
Em 2015, finalmente, foi criada para as meninas uma categoria própria na Batalha do Passinho da Cidade Alta, uma 
vitória para aquelas que esperavam por reconhecimento em um estilo dominado pelos homens.
Educadores estão agora reconhecendo o potencial físico e sociocultural do passinho, e o estilo está sendo introduzido 
como uma ferramenta educacional em algumas escolas do Rio. Membros do Dream Team do Passinho atuam como em-
baixadores culturais, usando sua fama para disseminar mensagens sobre assuntos como saúde reprodutiva e direitos.
CRONIN, Sara. A história do passinho e sua chegada às Olimpíadas de 2016. Tradução de Fernanda Lima. RioOnWatch, 20 ago. 2016. 
Disponível em: https://rioonwatch.org.br/?p=21737. Acesso em: 20 ago. 2020.
a) Você concorda que a criminalização do funk e do passinho são expressões da criminalização da pobreza, como 
apontado na reportagem? Justifique sua resposta. 
b) No texto, afirma-se que essa expressão cultural tem amenizado conflitos sociais dentro das comunidades cario-
cas, pois valoriza o protagonismo das pessoas que dançam, potencializando-as como indivíduos e oferecendo-
-lhes novas perspectivas de vida. Você identifica na comunidade, no bairro ou na cidade em que vive alguma 
manifestação cultural ou dança que atue de forma parecida? Compartilhe com a turma, explicando a sua resposta. 
c) Assim como no artigo lido anteriormente, a reportagem discute questões relacionadas aos papéis de gênero 
nos estilos de dança. De que forma a reflexão sobre esses papéis aparece na dança do passinho? 
7 Os textos I e II apresentam reflexões a respeito do modo como algumas questões sociais podem ser discutidas 
e reavaliadas por meio das práticas de dança, quando é necessário assumir uma flexibilização de atitudes. No 
texto I, a autora inclusive afirma que “a arte é um importante caminho de transformação”. Você concorda com 
essa ideia? Por quê? Discuta com os colegas.
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
Respostas pessoais.
Dançarinos em performance na cerimônia de abertura dos Jogos 
Olímpicos no Estádio do Maracanã. Rio de Janeiro (RJ), 2016.
VALE VISITAR
Após estudar um pouco sobre o passinho, conheça o trabalho da Cia. Suave, do Rio de Janeiro (RJ), que constrói seus 
espetáculos a partir do universo dessa dança. Disponível em: https://aliceripoll.com/Cia-Suave. Acesso em: 18 ago. 2020.
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6. c) Os movimentos considerados unissex desafiam as normas impostas pela hipermasculinidade, uma vez que o passinho abrange movimentos do 
quadril que executam rebolados, além de alguns trejeitos corporais que são taxados de femininos pela sociedade. As mulheres utilizam a dança como 
meio de empoderamento, já que antes eram mais discriminadas e excluídas nas práticas de passinho.
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6 8 CAPÍTULO 2
vértebra lombar
crista ilíacafossa ilíaca
sacro
espinha esquiática
acetábulo
cabeça do fêmur
ísquio
articulação
sacroilíaca
promontório sacral
cóccix
forame obturado
sínfise púbica
fêmur
asa sacral
disco espinhal
Consulte respostas esperadas e mais informações para o trabalho com 
as atividades desta parada nas Orientações especí� cas deste Manual.
1. a) Resposta pessoal. Espera-se que, neste momento, os estudantes consigam associar o signifi cado 
da expressão à ideia de fl exibilidade ou de alguém capaz de administrar e contornar situações adversas. 
Estimule-os a realizar essa articulação de ideias.
1. b) Resposta pessoal. Espera-se que, além da fl exibilidade, os estudantes apontem características como coragem para encarar novidades, capaci-
dade de improvisar diante de uma situação inesperada, tranquilidade para enfrentar situações difíceis, facilidade para se adaptar a situações diversas, 
entre outras. Escute o que cada um tem a dizer e incentive toda a turma a participar da conversa.
1. c) Ajude os estudantes a perce-
ber que o quadril é uma das maio-
res articulações do corpo humano 
e possibilita grande mobilidade 
física, uma vez que contempla 
todos os movimentos articulares 
(adução, abdução, fl exão, exten-
são, rotação interna e externa e 
circundução). A expressão meta-
fórica “jogo de cintura” se apoia, 
portanto, na amplitude de alcance 
do quadril, uma vez que a cintura 
é a estrutura óssea, situada entre 
os quadris e a região inferior do 
busto, que reúne os membros ao 
tronco.
 3ª PARADA
BALANCE ESSE QUADRIL: VOCÊ TEM JOGO DE CINTURA?
Nesta parada, vamos dar continuidade ao estudo das relações entre corpo e movi-
mento, porém agora com foco no quadril. Diretamente influenciado pelas posições e 
movimentos dos joelhos, ele é fundamental para dar estabilidade e mobilidade ao cor-
po. Além de estudar algumas danças em que essa articulação é protagonista, você vai 
explorar suas próprias possibilidades de movimentação. 
1 Você conhece a expressão “jogo de cintura”? Em que contextos ela é utilizada? 
Comente as questões a seguir com os colegas.
a) Você se considera uma pessoa com “jogo de cintura”? Por quê?
b) Na sua opinião, quais características definem alguém que possui esse atributo?
c) De que forma essa expressão está relacionada à articulação do quadril?
NA BNCC
Competências gerais: 1, 3, 8, 
9, 10
Competências específicas de 
Linguagens: 1, 2, 3, 5, 6
Habilidades de Linguagens:
EM13LGG101, EM13LGG102, 
EM13LGG103, EM13LGG104, 
EM13LGG201, EM13LGG202, 
EM13LGG203, EM13LGG204, 
EM13LGG301, EM13LGG302, 
EM13LGG501, EM13LGG502, 
EM13LGG503, EM13LGG601, 
EM13LGG602, EM13LGG603, 
EM13LGG604
Habilidades de Língua 
Portuguesa:
 Todos os campos de atuação 
social: EM13LP01, EM13LP02, 
EM13LP05, EM13LP06
 Campo da vida pessoal: 
EM13LP20 
 Campo jornalístico-midiático: 
EM13LP45
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. 
O quadril é uma articulação que une a parte superior do corpo – o tronco – aos membros 
inferiores. Ele suporta o peso corporal, além de garantir estabilidade e amplitude de diversos 
movimentos do corpo humano em vários eixos, possibilitando ações como caminhar, agachar, 
sentar, saltar, pular, entre outras.
Essa área corporal é constituída pela cabeça do fêmur e o acetábulo, que, por sua vez, é a reunião 
de três ossos que compõem a pelve: o ilíaco, o púbis e o ísquio. Em razão da ligação entre esses 
ossos, há a formação de uma cavidade que faz com que essa região seja conhecida como bacia. 
Músculos, vasos e nervos atravessam o quadril, que também tem uma relação direta com a coluna 
vertebral, o que proporciona ao corpo condições de explorar a sua mobilidade de forma expressiva 
e diversa. 
BALCÃO DE INFORMAÇÕES 
Para responder à 
questão, consulte as 
informações do boxe 
Balcão de informações.
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Esquema simplificado, em corte, mostrando a organização 
da articulação óssea do quadril. (Elementos fora de 
proporção de tamanho entre si. Cores fantasia.)
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