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formar um protofilamento. Dois protofilamentos constituem uma protofibra e quatro protofibras dão origem a uma microfibra. As microfibras associam-se a outras microfibras de forma a formarem macrofibras. A α-queratina é rica em resíduos de cisteína, logo, forma ligações de dissulfureto. Estas ligações podem ser partidas (por meio de um “mercaptan”) e o “rolo” ser assim “esticado”, assumido uma conformação do género da β-queratina. Colagénio (a hélice tripla) O colagénio, que aparece em todos os animais multicelulares, é composto por fibras fortes e insolúveis. É constituinte dos ossos, tendões, pele e vasos sanguíneos. Uma molécula de colagénio é constituída por três cadeias polipeptídicas. Cada uma destas cadeias forma uma hélice “esquerda”, e as três hélices paralelas enrolam-se de forma “right-handed”, formando assim a estrutura da tripla hélice de uma molécula de colagénio. No colagénio as ligações entra as hélices não são pontes de dissulfureto, pois quase não existem resíduos de cisteína. Assim, as ligações vão dar-se na lisina e na histidina da cadeia lateral. Estruturas proteicas não repetitivas Variações na estrutura secundária A hélice-α frequentemente se desvia da sua conformação ideal nas suas curvas finais e iniciais da hélice. Similarmente, uma cadeia de polipeptídeos de uma folha β pode conter um resíduo extra que não “realiza” a ponte de hidrogénio com a cadeia vizinha, produzindo assim distorções. Voltas e loops Segmentos de estruturas secundárias regulares, como hélices α ou folhas β são tipicamente unidos por cadeias polipeptídicas que abruptamente mudam de direção. Estas “voltas repentinas” quase sempre ocorrem na superfície da proteína. Podem ser de dois tipos, ambos estabilizados por uma ponte de hidrogénio. Quase todas as proteínas com mais de 60 resíduos têm uma ou mais loops; estes loops são entidades globulares compactos, pois as suas cadeias laterais tendem a ser preservadas nas suas cavidades internas. Estrutura terciár ia A estrutura terciária das proteínas descreve o envolvimento das suas estruturas secundárias e especifica a posição de cada átomo na proteína. Estrutura proteica A estrutura proteica pode ser determinada por cristalografia de raios X. Nem todas as proteínas formam cristais, mas as que formam podem adquirir várias formas, formas essas que possuem 40% a 60% de água no seu volume total. Na cristalografia de raios X, uma resolução de poucos Å (angstroms – 10-10m) não é suficiente para revelar a posição de átomos individuais, mas chega para observar a cadeia polipeptídica principal, logo, as cadeias laterais são deduzidas, obtendo-se assim o conhecimento da estrutura primária. Para determinar a estrutura de proteínas que não cristalizam, usam-se técnicas de ressonância magnética nuclear (NMR). Estruturas Supersecundárias e Domínios A posição das cadeias laterais var ia com a polar idade As estruturas primárias de proteínas globulares geralmente não comportam uma sequência regular. No entanto, as cadeias laterais de aminoácidos das proteínas globulares são espacialmente distribuídas de acordo com as suas polaridades: - Os resíduos apolares aparecem quase sempre no interior da proteína, fora do contato com os solventes aquosos. Este efeito hidrofóbico é um dos grandes responsáveis pela estrutura tridimensional das proteínas. - Os resíduos polares com carga estão normalmente localizados na superfície da