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Estrutura dos Aminoácidos Professora: Dra. JAIRELDA SOUSA Estrutura dos Aminoácidos • Embora mais de 300 diferentes aminoácidos tenham sido descritos a partir de fontes naturais, apenas 20 deles são normalmente encontrados como constituintes de proteínas em mamíferos. • Cada aminoácido (exceto a prolina) apresenta um grupo carboxila, um grupo amino e uma cadeia lateral distinta (grupo R) ligados ao átomo carbono . • Nas proteínas, quase todos esses grupos carboxila e amino estão combinados, formando as ligações peptídicas, que em geral, não estão disponíveis para reações químicas, exceto pela possibilidade de formação de pontes de hidrogênio • Não há possibilidade de rotação em torno da ligação peptídica. Assim sendo, os quatro átomos dos grupamentos que participam da ligação da ligação peptídica – C, O, N, H – ficam dispostos em um plano rígido, constituído o que se costuma chamar de grupo peptídico ou unidade peptídica. • A cadeia polipeptídica pode conter de dois a milhares de aminoácidos. Quando o nº de aminoácido é igual a 2,o polímero é chamado dipeptídio; com 3 é um tripeptídio, de 3 a 30 é um oligopeptídios, ou simplesmente peptídios e maior que 30 são chamados polipetídios. Classificação dos Aminoácidos • Os aminoácidos podem ser classificados de acordo com as propriedades de suas cadeias laterias. • Aminoácidos de cadeias laterais apolares (Não doa e nem recebe elétrons e tem propriedade de promover interações hidrofóbicas. Aminoácidos com cadeias laterais polares, desprovidas de carga elétrica Esses aminoácido apresentam carga líquida igual a zero em pH neutro, embora as cadeias laterais da cisteína e da tirosina possam perder um próton de pH alcalino. Com exceção da cisteína, todos os aminoácidos deste grupo podem formar pontes de hidrogênio. Aminoácidos com cadeias laterais ácidas Os aminoácido ácido aspártico e ácido glutâmico são doadores de prótons. Em pH neutro, as cadeias laterais desses aminoácidos encontram-se completamente ionizados, contendo um grupo carboxilato carregado negativamente (-COO-). São denominados aspartato e glutamato, para enfatizar o fato de estarem carregados negativamente em pH fisiológico. Aminoácidos com cadeias laterais básicas As cadeias laterais dos aminoácidos básicos são aceptoras de prótons. Em pH fisiológico, as cadeias laterais da lisina e arginina encontra-se ionizadas, com carga positiva. Já a histidina é fracamente básica e o aminoácido livre, em geral, não apresenta carga elétrica em pH fisiológico, ela pode ter carga positiva ou neutra dependendo do meio iônico. Propriedades ópticas dos aminoácidos O carbono de cada aminoácidos está ligado a quatro grupos diferentes, portanto, um átomo de carbono quiral ou opticamente ativo. • Os aminoácidos que apresentam um centro assimétrico podem existir em duas formas, designadas D e L. As duas formas, em cada par, são denominadas estereoisômeros, isômeros ópticos ou enatiômeros. Propriedades Ácido-básicas dos aminoácidos • Os aminoácidos, em solução aquosa, contêm grupos -carboxila fracamente ácidos e grupos -amino fracamente básicos. • Além disso, os aminoácidos contêm um grupo ionizável em sua cadeia lateral. Assim sendo, tanto os aminoácidos livres quanto alguns aminoácidos livres quanto alguns aminoácidos combinados por meio de ligações peptídicas podem atuar como tampões. Um tampão é uma solução que resiste a mudanças de pH quando se adicionam pequenas quantidade de ácido ou base, Um tampão pode ser produzido pela mistura de um ácido fraco (HA) com sua base conjugada (A-). Titulação de um aminoácido • Exemplo: Alanina • Esse aminoácido contém um grupo -carbonila e um grupo - amino. Em pHs baixos (ácidos), ambos os grupos encontram-se protonados. À medida que o pH da solução é aumentado, o grupo –COOH é dissociado –COO- (forma I), depois forma uma molécula dipolar (forma II), denominada zwitterion (forma isoelétrica da alanina, carga = 0) e a liberação de um próton pelo grupo amino da forma II resulta na forma completamente desprotonada da alanina, forma III. Ponto Isoelétrico de um aminoácido • Exemplo: Alanina • Quando em pH neutro, a alanina torna-se dipolar, onde os grupos amino e carboxila estão ionizados, mas a carga líquida é zero. • O ponto isoelétrico (pI) é o pH no qual um aminoácido é eletricamente neutro – ou seja, no qual a soma das cargas positivas é igual à soma das cargas negativas. OBS.: Em pH fisiológico, todos os aminoácidos apresentam um grupo carregados negativamente (-COO-) e um grupo carregado positivamente (-NH3+), ambos ligados ao carbono . Substâncias como os aminoácidos, que podem atuar como ácidos ou bases, são definidas como anfotéricas e são chamadas anfolitos HISTIDINA Estrutura das Proteínas Estrutura Primária das Proteínas • A sequencia de aminoácidos em uma proteína é denominada estrutura primária da proteína. • A compreensão da estrutura primária das proteínas é importante, pois muitas doenças genéticas resultam em proteínas com sequencias anormais de aminoácidos, ocasionando organização irregular, com perda ou prejuízo da função normal. • As proteínas, os aminoácidos são unidos covalentemente por ligações peptídicas. Estrutura Primária das Proteínas • Essa ligações não são rompidas por condições desnaturantes, como por exemplo aquecimento. Deve haver uma exposição prolongada a um ácido ou a uma base forte em alta temperatura. • A ligações do carbono podem rodar livremente (embora limitada pelo tamanho e caráter dos grupos R). Isso permite que a cadeia polipeptídica assuma uma variedade de configurações possiveis. A ligação peptídica geralmente é uma ligação trans, pois, a ligação cis terá impedimento estérico. Estrutura Secundária das Proteínas • O esqueleto polipetídico não assume uma estrutura tridimensional aleatória, em vez disso, geralmente forma arranjo regulares de aminoácidos que estão localizados próximos uns aos outros na sequencia linear. • A estrutura secundária é o arranjo espacial dos átomos de um esqueleto polipeptídico, sem levar em consideração a conformação de suas cadeias laterais. • A hélice e a folha são exemplo de estruturas secundárias, frequentemente encontradas em proteínas. Hélice • Existem várias hélices polipeptídicas diferentes encontradas na natureza, mas a hélice é mais comum. • Ela apresenta uma estrutura helicoidal, que consiste de um esqueleto polipeptídico central em espiral e bem compacto, com as cadeias laterais dos aminoácidos que compõem estendendo-se para fora do eixo central, de modo a evitar a interferência estérica entre si. Hélice • Exemplo: Queratina: É uma protéina fibrosa, cuja estrutura é quase totalmente constituída de hélice . Elas constituem os principais componentes de tecidos como o cabelo e a pele, e sua rigidez é determinada pelo nº de ligações de dissulfeto entre as cadeias polipeptídicas constituintes. Mioglobina: A estrutura é formada por aproximadamente 80% de hélice e é uma molécula globular flexível. Hélice • Exemplo: Mioglobina: A estrutura é formada por aproximadamente 80% de hélice e é uma molécula globular flexível. • Exemplo: Colágeno: É a proteína mais abundante nos vertebrados. Apresenta uma tripla hélice. São componentes resistentes ao estresse dos tecidos conectivos, como os ossos, os dentes, a cartilagem, os tendões e as matrizes fibrosas da pele e das veias. Esta molécula apresenta três cadeia polipeptídicas. Folha • A folha é outra forma de estrutura secundária, na qual todos os componentes da ligação peptídicas estão envolvidos com pontes de hidrogênio. • As folhas antiparalelas, em que as cadeias polipeptídicas vizinhas ligadas por pontes de hidrogênio seguem em direções opostas. • As folhas paralelas, em que as cadeias ligadas por pontes de hidrogênio se estendem na mesma direção. Folha • Estruturas supersecundárias= As protéinas globulares são construídas pela combinação de elementos estruturais secundários ( hélice , folha e sequencias não-repetitivas (conformação em alça ou espiral). Estrutura Terciária das Proteínas • Refere-se à estrutura tridimensional de um polipeptídeo inteiro. Descreverá o dobramento dos elementos estruturais secundários e específica as posições de cada átomo na proteína, incluindo as das cadeias laterais. • Obtendo esta estrutura, faz-se o estudo de cristalografia de raio X, para revelar a estrutura tridimensional da proteína. Estrutura Quaternária das Proteínas • Muitas proteínas são compostas de duas ou mais cadeias polipeptídicas, normalmente referidas como subunidades. A estrutura quaternária de uma proteína refere-se ao arranjo espacial de suas subunidades. Desnaturação das Proteínas • As baixas estabilidades conformacionais das proteínas nativas tornam-se muito suscetíveis à desnaturação por alteração do balanço das forças fracas, não de ligações, que mantêm a conformação nativa. As proteínas podem ser desnaturada por uma variedade de condições e de substâncias: 1. O aquecimento em variações pequenas de temperatura causa uma alteração de propriedades conformacionais sensíveis, como rotação óptica, viscosidade e absorção de UV. Havendo também desenrolamento ou fusão de polipeptídeo, pois a maioria das proteínas apresentam ponto de fusão inferior a 100ºC. 2. As variações de pH alteram o estado iônico das cadeias laterais de aminoácidos, alterando, portanto, a distribuição de cargas e a exigência de pontes de hidrogênio. 3. Os detergentes associam-se com os resíduos apolares de uma proteína interferindo com as interações hidrofóbicas responsáveis pela estrutura nativa dela. 4. Os agentes caotrópicos, como o íon guanidina e a uréia. Este a gentes aumentam a solubilidade de substância apolares na água. Sua efetividade como desnaturante é devida, à sua habilidade romper interações hidrofóbicas. • A desnaturação pode, sob condições ideais, ser reversível; nesse caso, a proteínas dobra-se novamente em sua estrutura original quando o agente desnaturante for removido. Entretanto, as proteínas, em sua maioria, uma vez desnaturada, ficam permanentemente alteradas. Dobramento Inadequado de Proteínas • O dobramento protéico é um processo complexo de ensino e erro, que algumas vezes pode resultar em moléculas dobradas de forma imprópria. Depósito dessas proteínas impróprias estão associados com algumas doenças, incluindo amiloidoses. Amiloidoses • O dobramento impróprio de proteínas pode ocorrer espontaneamente ou ser causado por uma mutação em um determinado gene, o que produz uma proteína alterada. Além disso, algumas proteínas, aparentemente normais, após clivagem proteolítica anormal assumem uma conformação única, que leva à formação de longos feixes de protéinas fibrilares e o acúmulo desses agregados protéicos (amiloídes), tem sido implicado em muitas doenças degenerativas – particularmente na desordem neurodegenativa denominada Doença de Alzheimer. Amiloidoses • A maioria dos casos de doença de Alzheimer não é de origem genética, embora pelo menos 5 a 10% dos casos tenha origem familiar. Um segundo fator biológico envolvido no desenvolvimento da doença de Alaheimer é o acúmulo cerebral de emaranhados neurofibrilares. Doença do Prion • A proteína do príon (Pr) tem sido fortemente implicada como o agente causador das encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET’s), incluindo a doença humana de Creutzfeldt-Jakob, o scrapie em ovelhas e a encefalopatia espongiforme bovina no gado (popularmente conhecido como doença da vaca louca)
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