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Menina sentada no chão, nos braços da mãe, esconde-se atrás de palestinos refugiados durante a Guerra dos Seis Dias, na Palestina, 1967. A população civil, em particular crianças e idosos, foi a que mais sofreu as consequências das guerras, sobretudo os derrotados no conflito, como os palestinos. iniciativa repercutiu de maneira muito negativa no cenário internacional e foi comparada ao colonialismo do sé- culo XIX. Estados Unidos e União Soviética não aceitaram a invasão e pressionaram as tropas britânica, francesa e israelense a se retirarem do Egito – o que ocorreu dias depois da invasão. Nasser ainda apoiou, em 1964, o surgimento da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Seu líder era Yasser Arafat (1929-2004). A OLP optou pela luta armada como meio para derrotar Israel. O canal de Suez é um exemplo de alteração humana no espaço geográfico. Esse canal artificial foi inaugurado em 1869, após dez anos de obras. Originalmente, tinha 164 km de extensão, mas foram realizadas várias intervenções para expandi-lo em comprimento, largura e profundidade e permitir que aproximadamente 100 navios naveguem por dia. Em um atlas geográfico ou site de visualização de mapas e imagens de satélite, localize o canal de Suez e responda às questões. 1 Onde se localiza o canal e quais porções marítimas ele interliga? 2 Imagine a viagem de um navio petroleiro saindo do Kuwait e chegando a Atenas, na Grécia, passando pelo canal de Suez. Depois, suponha que o canal fosse fechado. Que outro caminho o mesmo navio teria de fazer para chegar a Atenas? 3 Imaginando as duas situações propostas na questão anterior, avalie a importância do canal de Suez para o comércio internacional. Por que o canal era tido como vital para as potências europeias? ANALISAR E REFLETIR DUAS GUERRAS O governo de Israel estava incomodado com o nacionalismo árabe e a fun- dação da OLP. Assim, de surpresa, em junho de 1967, promoveu uma série de ataques ao Egito, à Síria e à Jordânia, destruindo suas instalações militares. As forças militares israelenses também tomaram a península do Sinai do Egito e as colinas de Golan da Síria. Além disso, ocuparam a Faixa de Gaza e a Cisjordâ- nia, territórios palestinos, e a cidade de Jerusalém. Esse evento ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, em alusão ao tempo que o exército israelense levou para realizar todas essas ações. Segundo o plano de partilha de 1947, Jerusalém seria território internacional administrado pela própria ONU. O motivo é que se trata de uma cidade sagrada para três grandes religiões monoteístas do mundo: para os cristãos, é a cidade em que Jesus viveu, morreu e ressuscitou; para os muçulmanos, trata-se da região onde Maomé subiu aos céus; para os judeus, é o local onde dois templos sagrados foram construídos e destruídos. Na Guerra dos Seis Dias, o governo de Israel desconsiderou as determinações da ONU e tomou a cidade. Em 1980, o Parlamento israelense decidiu que Jerusalém seria a nova capital de Israel, acirrando ainda mais os conflitos. OBSERVE QUE . . . A n g e lo C o zz i/ a k g -i m a g e s /F o to a re n a 69 V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa_Cap3_062a083_LA.indd 69V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa_Cap3_062a083_LA.indd 69 9/2/20 3:53 PM9/2/20 3:53 PM O aumento dos preços do petróleo pela Opep em 1973 atingiu duramente as economias capitalistas, sobretudo de países importadores de petróleo. Nos Estados Unidos, fi las imensas de automóveis aguardavam para abastecer. Os postos nem sempre tinham combustível. Na imagem, o dono de um posto de combustível, na Pensilvânia (EUA), pinta uma placa com spray para indicar a falta de gasolina a seus clientes. Muitas pessoas, sobretudo na Europa, redescobriram o valor da bicicleta. Israel submeteu os povos árabes a grande humilhação. Nos territórios tomados viviam palestinos que foram expulsos, perdendo casas e terras, assim como ocorrido em 1948. O ressentimento e o ódio dos árabes contra os israelenses au- mentaram. Para eles, o Estado de Israel tinha de ser destruído. O governo israelense, por sua vez, não admitia que os palestinos tivessem seu próprio país. O impasse levou grupos árabes mais radicais a adotar uma estratégia do terrorismo. Durante os Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha, em 1972, um grupo árabe matou atletas israelenses. A ONU tentou mediar o novo conflito e votou em 1967 a Reso- lução 242, exigindo que Israel recuasse das terras tomadas nas guerras e respeitasse as divisas estabelecidas em 1947. Israel, no entanto, recusou a determinação da ONU com o apoio dos Estados Unidos. Nova guerra eclodiu em 1973, a Guerra do Yom Kippur. A ex- pressão significa “Dia do Perdão”, na tradução do hebraico, e ocorreu durante o feriado judeu que leva esse nome. Tropas do Egito e da Síria atacaram Israel com o objetivo de reconquistar os territórios tomados em 1967. Pego de surpresa, Israel teve mui- tas perdas, mas o apoio militar que recebeu dos Estados Unidos permitiu derrotar novamente os árabes. PETRÓLEO COMO ARMA Após nova derrota, os governos árabes se convenceram de que não conseguiriam vencer Israel no campo militar e que, para isso, teriam de utilizar outros meios. Assim, ainda em 1973, a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) aumentou o preço do barril em 400%. Depois, aumentou ainda mais, impac- tando toda a economia capitalista, sobretudo os Estados Unidos. A estratégia deu certo. A política externa dos Estados Unidos mudou: de apoio incondicional a Israel pas- sou a incentivar tratados de paz. Em 1978, o presidente Jimmy Carter (1924-) conseguiu que os governos de Israel e Egito chegassem a um acordo. Pelos Acordos de Camp David, Israel devolveu a península do Sinai ao Egito e aceitou que os palestinos tivessem autonomia na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. O Egito reconheceu o Estado de Israel e comprometeu-se a não participar de novas guerras contra os israelenses. Após a Guerra dos Seis Dias, Israel avançou ainda mais nos territórios palestinos. Fonte: elaborado com base em DUBY, Georges. Atlas historique: toute l’historie du monde em 300 cartes. Paris: Larousse, 2016. p. 311. ISRAEL : TERRITÓRIOS OCUPADOS APÓS A GUERRA DOS SE IS D IAS (1967) 32° N 35° L LÍBANO SÍRIA Nablus JORDÂNIA EGITO R io J o r d ã o Mar Mediterrâneo Mar Morto Jaffa NazaréHaifa Faixa de Gaza Eliat Gaza Rafah Hebron Acre C is jo rd â n i a C o li n a s d e G o la n Jerusalém Telavive 0 35 km Israel Territórios ocupados 35° L35° L P h il a d e lp h ia E v e n in g B u ll e ti n /A P P h o to /G lo w I m a g e s B a n c o d e i m a g e n s /A rq u iv o d a e d it o ra 70 V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa_Cap3_062a083_LA.indd 70V6_CIE_HUM_Vainfas_g21Sa_Cap3_062a083_LA.indd 70 9/2/20 3:53 PM9/2/20 3:53 PM