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Sem o meio técnico-científico-informacional não seria possível a atual aceleração dos fluxos de informações, capitais, mercadorias e pessoas, nem a crescente interdependência dos vários lugares do mundo. Sem ele não ocorreria o “encolhimento” do mundo, a “convergência do espaço-tempo”. Assim, se observarmos atentamente, podemos identificar a crescente insta- lação desses objetos nas paisagens. Embora os novos bens e serviços tecnológicos estejam se expandindo cada vez mais rapidamente, sobretudo os telefones celulares e a internet (observe o gráfico a seguir), sua difusão continua a se dar de modo bastante desigual social e espacialmente. Determinados países, regiões e lugares ab- sorvem as novas tecnologias mais rapidamente do que outros, assim como pessoas com renda mais alta têm mais possibilidade de acesso aos bens e serviços do que pessoas com renda mais baixa. Segundo o Banco Mundial, em 2017, enquanto 100% das sociedades dos Estados Unidos e de outros paí- ses desenvolvidos são abastecidas por eletricidade, em alguns países pobres da África subsaariana nem 20% da população tem acesso a essa tecnologia, que existe desde a Segunda Revolução Industrial. Em 2019, segundo a Inter- net World Stats, 95,6% dos habitantes dos Estados Unidos tinham acesso à internet, taxa semelhante à de outros países desenvolvidos, enquanto na Re- pública Democrática do Congo a taxa de conexão era de apenas 8,3%. Nesse país africano, somente 19% da população tinha acesso à eletricidade. 1. Observem a paisagem do lugar onde vocês moram e identifiquem os objetos técnicos que compõem o meio técnico-científico-informacional. 2. Depois, discutam as questões propostas a seguir. Por fim, escrevam um texto sistematizando a conversa. • Quais são esses objetos técnicos? • Qual é a função deles? • Eles funcionam isoladamente ou fazem parte de um sistema? • Quais conexões você consegue estabelecer entre esses objetos técnicos e o espaço geográfico local, regional, nacional e mundial? Veja as respostas no Manual do Professor. Conversa Fonte: MADRIGAL, Alexis C. Most people didn’t have A/C until 1973 and other strange tech timelines. The Atlantic, Estados Unidos, 27 jul. 2012. Disponível em: www.theatlantic.com/ technology/archive/2012/07/ most-people-didnt-have-a-c-until- 1973-and-other-strange-tech- timelines/260427/. Acesso em: 30 mar. 2020. Difus‹o das novas tecnologias nos Estados Unidos Ð 1900-2005 100 P o rc e n ta g e m d a s r e s id ê n c ia s 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1900 1915 1930 1945 1960 1975 1990 2005 Rádio Eletricidade Geladeira Máquina de lavar Secadora Ar-condicionado Máquina de lavar louça TV em cores Videocassete Telefone celular Internet Fogão Automóvel Telefone Micro-ondas Computador F ó rm u la P ro d u ç õ e s /A rq u iv o d a e d it o ra NÃO ESCREVA NO LIVRO 99 V1_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_086a121.indd 99V1_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_086a121.indd 99 9/15/20 11:20 AM9/15/20 11:20 AM Os nós das redes informacionais-globais Durante um longo período da história, a informação circulou à mesma ve- locidade das pessoas e das mercadorias, pois em sua maioria dependia dos meios de transporte. Verdade que alguns povos tradicionais desenvolveram técnicas de comunicação por sinais (reflexão da luz ou emissão de sinais de fumaça) e também sonoros, que não dependiam de meios de transporte. Porém, mesmo assim, essa forma de comunicação é limitada espacialmente, pois depende dos sentidos humanos. Atualmente, o avanço tecnológico, além de acelerar todas as modalidades de circulação, diferenciou o tempo necessário ao transporte da informação (veicu- lada em tempo real na forma de bits) do tempo do transporte da matéria (pes- soas e mercadorias). Esse é um dos grandes avanços da era informacional. O globo terrestre é atravessado por uma infinidade de redes, por meio das quais circulam pessoas, informações, dinheiro, mercadorias, etc.: redes de ferrovias, redes de hidrovias (fluviais, lacustres e marítimas), redes de aero- vias nacionais e internacionais e redes de rodovias, as mais espraiadas pelo espaço geográfico. Também existem as redes de cabos de fibra ótica, de sa- télites de comunicação, de antenas que emitem e captam sinais na Terra, de computadores (como a internet) e de televisão, rádio, agências de notícias, bolsas de valores, eletricidade e oleodutos, entre outras. Essas redes abrangem o espaço geográfico mundial, mas são mais den- sas em alguns países, regiões e lugares. Por exemplo, os principais pontos de interconexão do fluxo aéreo são os maiores aeroportos do mundo, porque as aeronaves de grande porte, que fazem voos internacionais, não pousam em qualquer pista e, evidentemente, só são usadas em rotas onde há grande demanda de passageiros. Por isso, eles estão concentrados nas principais cidades globais, sobretudo nos países desenvolvidos. Também compõem essa rede os aeroportos menores, os pontos de interconexão secundários que recebem aviões de médio e pequeno porte utilizados em voos regionais. Esses são mais espraiados no espaço geográfico mundial. Observe o mapa. Observe o cartograma ao lado e responda: • Quais são os países e as regiões com maior concentração de aeroportos e, consequentemente, de fluxos aéreos? Por quê? Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO Fonte: KOSSOWSKY, David. 2013 Global Flight Network. In: Esri Map Book. Redlands, California: Esri Press, 2014. v. 29, p. 12-13. (Original sem escala.) Este cartograma reproduz as rotas aéreas que conectam diferentes aeroportos no mundo. Além das linhas (rotas), a imagem mostra os nós (principais aeroportos), formando uma rede aérea global. Mundo: rede aŽrea Ð 2013 D a v id K o s s o w s k y /B io d ia s p o ra Veja as respostas no Manual do Professor. Bit: contração do inglês binary digit (dígito binário), indica a menor unidade da informação armazenada ou veiculada. 100 V1_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_086a121.indd 100V1_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap3_086a121.indd 100 9/15/20 11:20 AM9/15/20 11:20 AM