Logo Passei Direto
Buscar

Diálogos em Ciências Humanas Consciência Ambiental (53)

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

DIÁLOGOS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. Leia o texto abaixo, um trecho do livro escrito pelo líder indígena yanomami Davi Kopenawa, em par-
ceria com o antropólogo Bruce Albert.
No começo, a terra dos antigos brancos era parecida com a nossa. Lá eram tão poucos quanto nós 
agora na floresta. Mas seu pensamento foi se perdendo cada vez mais numa trilha escura e emaranha-
da. [...] Derrubaram toda a floresta de sua terra para fazer roças cada vez maiores. [...] Aí começaram a 
arrancar os minérios do solo com voracidade. Construíram fábricas para cozê-los e fabricar mercadorias 
em grande quantidade. Então, seu pensamento cravou-se nelas e eles se apaixonaram por esses objetos 
como se fossem belas mulheres. Isso os fez esquecer a beleza da floresta. [...]
As mercadorias não morrem. É por isso que não as juntamos durante nossa vida e nunca deixa-
mos de dá-las a quem as pede. Se não as déssemos, continuariam existindo após nossa morte, mo-
fando sozinhas, largadas no chão das nossas casas. Só serviriam para causar tristeza nos que nos 
sobrevivem e choram nossa morte. Sabemos que vamos morrer, por isso cedemos nossos bens sem 
dificuldade [...] Somos diferentes dos brancos e temos outro pensamento. Entre eles, quando morre 
um pai, seus filhos pensam, satisfeitos: “Vamos dividir as mercadorias e o dinheiro dele e ficar com 
tudo para nós!”. Os brancos não destroem os bens de seus defuntos, porque seu pensamento é cheio 
de esquecimento. Eu não diria a meu filho: “Quando eu morrer, fique com os machados, as panelas 
e os facões que eu juntei!”. Digo-lhe apenas: “Quando eu não estiver mais aqui, queime as minhas 
coisas e viva nesta floresta que deixo para você. Vá caçar e abrir roças nela, para alimentar meus 
filhos e netos. Só ela não vai morrer nunca!”. [...]
KOPENAWA, Davi; ALBERT, Bruce. A queda do cŽu. Palavras de um xamã yanomami. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 407-412.
a) Segundo o texto de Kopenawa, quais as diferenças que os yanomami e os “brancos” estabelecem 
quanto às mercadorias e à herança? 
b) Qual o impacto dessas diferentes concepções na exploração dos recursos naturais? Se necessá-
rio, pesquise quais são as atividades produtivas dos yanomami. 
c) Os yanomami têm tido suas terras invadidas por garimpeiros desde a década de 1970. Em 2020, 
essas invasões tornaram ainda mais difícil a luta contra a Covid-19 em suas aldeias. Por quê? Pes-
quise a respeito do garimpo nas terras indígenas yanomami. 
2. Observe ao lado a charge do ilustrador Fredy Varela.
a) Como você a interpreta, a partir dos estudos que realizou 
neste capítulo?
b) Crie uma charge retratando algum aspecto que chamou 
a sua atenção durante as discussões relacionadas a este 
capítulo.
Lembre-se de que a charge é um gênero jornalístico que 
usa a imagem associada ao texto para expressar ao leitor 
o posicionamento de seu autor ou do veículo (jornal, re-
vista, etc.) na qual é publicada. Ela retrata sempre um fato 
social ou político de relevância na atualidade e utiliza-se 
do humor para fazer uma crítica.
Charge de Fredy Varela publicada em fevereiro 
de 2020 em versão eletrônica de jornal diário 
da cidade de Caxias do Sul (RS). 
©
 F
re
d
y
 V
a
re
la
/A
c
e
rv
o
 d
o
 c
a
rt
u
n
is
ta
Veja respostas e orientações 
no Manual do Professor.
41
V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap1_016a051.indd 41V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap1_016a051.indd 41 24/09/2020 10:0624/09/2020 10:06
Principais problemas ambientais urbanos
Ilha das flores. Direção: Jorge Furtado. Brasil, 1989. 12 min.
O curta-metragem mostra as contradições sociais do Brasil por intermédio da rede de produção de 
tomates. Acompanha a produção, o transporte, o consumo e o descarte no lixo.
Lixo extraordin‡rio. Direção: João Jardim, Karen Harley e Lucy Walker. Reino Unido, Brasil, 2011. 
1 h 38 min.
O documentário acompanha o trabalho feito com lixo pelo artista plástico brasileiro Vik Muniz no 
Jardim Gramacho, bairro de Duque de Caxias (RJ). Esse bairro abrigou o maior lixão da América 
Latina.
Saber
Produção e descarte de resíduos
A cidade é consumidora de recursos naturais que não produz, por isso inter-
fere em vários ecossistemas, muitas vezes, situados a milhares de quilômetros 
de distância. 
A cidade é um sistema que consome matéria e energia e que gera sub-
produtos – resíduos sólidos, líquidos e gasosos –, mas não os decompõe. 
O sistema urbano não pode ser considerado um ecossistema, porque não é 
autossuficiente. Por isso, esses subprodutos vão se acumulando em escala 
cada vez maior. Com a elevação da população, o estímulo ao consumismo e os 
baixos índices de reciclagem do lixo coletado, o problema tende a se agravar.
Popularmente, os resíduos sólidos são chamados de lixo, no entanto, 
essa palavra ganhou uma conotação pejorativa, como se fosse algo sujo e 
descartável. Isso pode mascarar o fato de que no “lixo” há muito material ou 
objetos que podem ser reaproveitados, daí a importância da coleta seletiva, 
definida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) como “a coleta diferenciada 
de resíduos que foram previamente separados segundo a sua constituição 
ou composição”.
Os resíduos sólidos produzidos nas cidades e na zona rural devem ser anali-
sados também sob a ótica da saúde pública, uma vez que problemas ou carên-
cias na coleta, na reciclagem, no tratamento e no destino final são importantes 
fatores que trazem consequências imediatas para a saúde da população. Nos 
locais onde não é feita a coleta de lixo ou onde acontece de forma irregular, 
ocorre transmissão de doenças e intensa degradação ambiental.
Embora a coleta de lixo acarrete melhoria nas condições ambientais, é im-
portante, também, o estabelecimento de ações voltadas ao combate dos efei-
tos nocivos da má destinação do lixo, como a poluição do solo e das águas 
provocada pelo chorume, líquido tóxico que se forma com a decomposição 
do lixo. Outra ação muito importante é o incentivo a programas de reciclagem 
dos materiais (papéis, vidros, plásticos e metais) e à realização de compos-
tagem da matéria orgânica, que pode ser usada como adubo nas plantações. 
R
e
p
rr
o
d
u
ç
ã
o
/O
2
 F
ilm
e
s
R
e
p
ro
d
u
ç
ã
o
/C
a
s
a
 d
e
 C
in
e
m
a
 
d
e
 P
o
rt
o
 A
le
g
re
42
V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap1_016a051.indd 42V3_CIE_HUM_Claudio_g21Sa_Cap1_016a051.indd 42 24/09/2020 10:0624/09/2020 10:06

Mais conteúdos dessa disciplina