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Especialistas de vários países, com base na análise do DNA fóssil, deram 
continuidade aos estudos e concluíram ainda no final de 2018 que o povo 
de Luzia pertencia ao mesmo grupo que atravessara o estreito de Bering, há 
cerca de 20 mil anos, na corrente migratória pela América do Norte, tendo 
afinidades com os povos da Sibéria e do norte da China. Como resultado, re-
desenharam a face de Luzia.
Os estudos desenvolvidos desde Walter Neves davam conta de que uma 
primeira leva de população semelhante aos asiáticos havia chegado à Amé-
rica há cerca de 16 a 20 mil anos, pelo estreito de Bering. Porém, há quem 
discorde de que essa tenha sido a única rota utilizada nas primeiras ondas 
migratórias humanas, como aponta a arqueóloga Niède Guidon.
Em 1973, a arqueóloga Niède Guidon iniciou suas pesquisas na Serra da 
Capivara, no estado do Piauí. Lá, ela descobriu dezenas de sítios arqueológi-
cos ricos em pinturas rupestres. Mas foi a descoberta de artefatos de pedra 
lascada e vestígios de uma fogueira no sítio arqueológico de Pedra Furada 
que lançou a pesquisadora no debate internacional. Em 1987, depois de anos 
de escavações, mais de seiscentos objetos foram encontrados. Segundo as 
análises feitas por Guidon e sua equipe, eles tinham cerca de 50 mil anos. 
Assim, as evidências levaram-na a afirmar que a ocupação do território teria 
aproximadamente 60 mil anos. Estudos arqueológicos mais recentes, desen-
volvidos desde 2012 a partir da análise de instrumentos encontrados na ca-
verna de Chiquihuite, no estado de Zacatecas (México), indicam a existência 
do Homo sapiens no continente americano desde cerca de 30 mil anos atrás.
Pintura rupestre no sítio arqueológico Toca do Boqueirão da Pedra Furada, em São Raimundo Nonato, Piauí. O sítio faz parte do 
Parque Nacional Serra da Capivara, criado em 1979 para proteger um dos mais importantes patrimônios da Pré-História humana. 
Ele conta com cerca de 700 sítios arqueológicos com artefatos, esqueletos humanos e mais de 30 mil figuras rupestres. Desde 
1991, o Parque é considerado patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(Unesco). Foto de 2017.
Resgates. 
Coordenadoria de 
Comunicação Social 
(Coordcom) da UFRJ, 
2019. Disponível em: 
www.youtube.com/wa
tch?v=JvOPs4De4S
k&feature=youtu.be. 
Acesso em: 
16 mar. 2020.
O documentário 
mostra o trabalho 
de estudantes e 
funcionários da UFRJ 
no árduo e minucioso 
resgate de acervos do 
Museu Nacional. 
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Diversidade de culturas no continente americano
Mesoamérica: região do 
continente americano 
que compreende hoje, 
aproximadamente, o sul do 
México e os territórios da 
Guatemala, de El Salvador, de 
Belize e parte da Nicarágua, de 
Honduras e da Costa Rica.
Região andina central: refere-
-se à área central da cordilheira 
dos Andes. 
Os dados sobre os primeiros povoadores são agrupados de acordo com a 
ocupação de regiões geográficas distintas, mesmo que não saibamos com 
plena certeza quais foram as rotas migratórias utilizadas. 
Pesquisas arqueológicas têm demonstrado que a América contou com 
civilizações que desenvolveram técnicas de agricultura, metalurgia e enge-
nharia, além de sistemas de escrita, arte, organização social e política. Entre 
as sociedades americanas mais antigas com o maior número de artefatos 
descobertos e preservados, estão as que povoaram a Mesoamérica e as que 
se estabeleceram na região andina central. 
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. Como você acha que 
foi o encontro entre os 
europeus e os povos 
originários? 
2. Como os filmes 
de faroeste 
feitos nos Estados 
Unidos mostravam 
tais encontros?
Veja as respostas no 
Manual do Professor.
Conversa
Desenvolvimento agrário da Mesoamérica
80ºO 
OCEANO
PACÍFICO
Golfo do
México
Golfo do
Panamá
Mar do Caribe
Trópico de Câncer
0 430 860
km
Área de indícios mais 
antigos de prática agrícola
Área da primeira 
expansão agrícola
Área de expansão 
agrícola mais tardia
Desenvolvimento da agricultura
(7000 a.C.-700 a.C.)
Principais cultivos 
Abóbora
Amaranto
Batata-doce
Feijão
Milho
Pimenta
Quinoa
Tomate
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Fonte: elaborado com base em BLACK, Jeremy (org.). World History Atlas. 
London: Dorling Kindersley Book, 2008. p. 120. 
Civilização
Tradicionalmente, civilização era um conceito que se referia a um estágio avançado da cultura humana, em oposição 
a um suposto estado de barbárie ou selvageria. Esse conceito fazia parte da ideia de progresso que prevalecia no 
Ocidente. Industrialização, dinamismo tecnológico e conquista de áreas coloniais eram outros conceitos que também 
faziam parte dessa ideia de progresso. Essa noção de civilização era um reflexo do etnocentrismo eurocêntrico, que 
considerava a Europa um modelo a ser seguido. Atualmente, “civilização” equivale ao produto material e cultural 
do trabalho humano e às transformações da natureza que ele promove. Refere-se especialmente às organizações 
sociais, políticas e simbólicas construídas pelo ser humano. Dessa perspectiva, que rompe com a visão evolucionista 
e eurocêntrica construída durante o período de conquistas europeias, todas as culturas humanas podem ser 
consideradas civilizadas. Civilização, portanto, não é um estágio avançado que todos os povos deveriam alcançar 
como se fossem pessoas que passam por fases de crescimento e amadurecimento. O que existe são diferentes 
culturas, que não podem ser classificadas como melhores ou piores, ou mais ou menos “avançadas” do que outras.
É impossível representar todos os aspectos de uma civilização por meio de uma única imagem. Afinal, o termo engloba 
os modos de vida de um povo, e tudo o que a isso se relaciona: a língua e a escrita, os rituais, o jeito de pensar, as 
práticas de cultivo agrícola, os objetos e as instituições sociais, políticas e simbólicas, entre outros elementos.
Conceitos
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