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Emire da Amazônia Encontrado
Histórias sobre civilizações perdidas da selva são normalmente o grampo de filmes de aventura ou a
franja lunática. Agora a ficção tornou-se realidade com a descoberta de centenas de enormes e até
então desconhecidos terraplenagens na bacia amazônica superior, perto das fronteiras da Bolívia e do
Brasil.
O desmatamento florestal em larga escala para a agricultura revelou 200 recintos e o arqueólogo que
primeiro fez a descoberta – Alceu Ranzi – acredita que pode haver até 2.000 ou mais desses locais
escondidos sob o dossel da selva em uma região de 250 km de largura, abrangendo a parte oriental do
estado brasileiro do Acre.
Reconhecendo-os como o trabalho de uma sociedade pré-colombiana, Ranzi os apelidou de “geoglyphs”
(literalmente “desenhos de terra”) porque consistem em quadrados, círculos ou formas compostas,
ligadas por uma rede de avenidas. “Sua geometria perfeita fala de seu significado simbólico,
independentemente de quaisquer outras funções – talvez como assentamentos defendidos – eles
realizaram”, diz Ranzi.
Relatando a descoberta na íntegra na edição de dezembro de 2009 da Antiquity, Ranzi e seus colegas,
Martti Pressinen e Denise Schaan, dizem que um recinto típico é formado por uma vala de
aproximadamente 11 metros de largura, atualmente de 1-3m de profundidade (mas originalmente 4-5m
de profundidade), com margens de terra altas adjacentes de 0,5 a 1 m, formadas a partir do solo
escavado a partir da vala. As valas de anel têm diâmetros que variam de 90m a 300m e são mais
comuns no sul, enquanto as figuras compostas, consistindo de um retângulo dentro de um círculo ou
vice-versa, tornam-se mais frequentes à medida que se move para o norte. As estruturas estão ligadas
por estradas com banco.
Pequenas escavações feitas em 2008 na Fazenda Colorada encontraram evidências de habitação
permanente, juntamente com muitos montes baixos contendo cerâmica doméstica, carvão, pó e
fragmentos de pedra de moagem. Uma amostra de carvão vegetal da Fazenda Colorada deu uma data
por volta de 1283 dC, que, dizem os autores, “é consistente com o desenvolvimento de sociedades
complexas em outras áreas da Amazônia entre 900 e 1400 dC”. Os autores também acreditam que os
geoglifos foram deliberadamente localizados nas bordas de planaltos acima dos vales dos rios, de modo
a ter um suprimento de água doce e “uma vista privilegiada das pessoas que subiam o rio”.
A pesquisa continua a datar as estruturas, entender sua função e aprender mais sobre as pessoas que
as construíram e ocuparam, talvez durante um período de muitos séculos.
Este artigo é um extrato do artigo completo publicado na edição 40 da World Archaeology. Clique aqui
para subscrever
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