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Prévia do material em texto

INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 ALINE FABRIS COMÉRIO 
 
 
 
ARQUITETURA RURAL NO DISTRITO DE SÃO GABRIEL DE BAUNILHA, 
COLATINA/ES 
 
 
 
 
 
 
COLATINA 
2022 
ALINE FABRIS COMÉRIO 
 
 
 ARQUITETURA RURAL NO DISTRITO DE SÃO GABRIEL DE BAUNILHA, 
COLATINA/ES 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Coordenadoria do Curso de Arquitetura e Urbanismo 
do Instituto Federal do Espírito Santo, como requisito 
parcial para obtenção do título de Bacharel em 
Arquitetura e Urbanismo. 
Orientador: Prof.: Ma. Aline Vargas da Silveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
COLATINA 
2022
(Biblioteca do Campus Colatina)
CDD: 720
Bibliotecário/a: Débora do Carmo de Souza CRB6-ES nº 631
C732a Comério, Aline Fabris .
 Arquitetura rural no distrito de São Gabriel de Baunilha, Colatina/ES /
Aline Fabris Comério. - 2023.
235 f. : il..
 Orientador: Aline Vargas da Silveira
 TCC (Graduação) Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Colatina,
Arquitetura e Urbanismo, 2023.
 1. Arquitetura Rural . 2. Imigração italina. 3. São Gabriel da Palha -
Espirito Santo (ES). I. Silveira, Aline Vargas da . II.Título III. Instituto Federal
do Espírito Santo.
ALINE FABRIS COMÉRIO 
 
 
ARQUITETURA RURAL NO DISTRITO DE SÃO GABRIEL DE BAUNILHA, 
COLATINA/ES 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Coordenadoria do Curso de Arquitetura e 
Urbanismo do Instituto Federal do Espírito Santo 
como requisito parcial para obtenção do título de 
Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. 
 
 Aprovado em 19 de dezembro de 2022 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
 
 
Prof. Ma. Aline Vargas da Silveira 
Instituto Federal do Espírito Santo 
Orientadora 
 
Prof. Me. Maurício Soares do Vale 
Instituto Federal do Espírito Santo 
Membro Interno 
 
Arq. Ma. Natália Oliveira Lira da Silva 
Arquiteta autônoma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este presente trabalho as minhas inspirações que me despertaram o 
querer pesquisar sobre este assunto tão complicado, as minhas avós Dona 
Matilde Guerra Comério, que foi um destaque na arte de ensinar em sala de aula, 
mudando a vida de várias pessoas, e Dona Maria Ronchetti Fabris, que se 
destacou na arte de me ensinar no dia a dia o amor pelo próximo e pelos livros, 
o respeito aos mais velhos e poder vê-los como uma fonte de conhecimento oral 
infindável. E dedico aos meus professores e orientadores, que me ensinaram 
este ofício que é a arquitetura e o urbanismo. 
AGRADECIMENTOS 
Sou imensamente grata as minhas avós Matilde e Maria, que me ensinaram, 
mesmo que de madeiras diferentes, a como ser uma mulher forte e poder obter 
minhas conquistas sem esquecer minhas origens. Aos meus pais, pelo amor que 
recebi deles e por não medirem esforços para que hoje eu conseguisse entregar 
este trabalho, e as minhas eternas companhias felinas, Salem, Nimbos e 
Ravena, por sempre estarem ao meu lado dando força moral e me ajudando a 
saber a hora de descansar. 
 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho aborda a arquitetura rural do estado do Espírito Santo. Tem 
por objetivo estudar as residências edificadas entre o final do século XIX e início 
do século XX nos distritos de São Gabriel de Baunilha e Alto Baunilha, município 
de Colatina ES. Acredita-se que acontecimentos marcantes na história, como a 
crise do café em 1930, afetaram o desenvolvimento da arquitetura deste 
povoado. Para tanto, o presente estudo mostra o histórico capixaba, com seus 
processos de colonização tanto em suas fazes imigratórias quanto nas 
construtivas, bem como as influências recebidas de povos indígenas, 
portugueses e principalmente da população imigrante ao se adaptarem no local. 
Com base em comparações entre as fontes bibliográficas e a catalogação das 
edificações in loco, houve uma análise comparativa com a intenção de 
determinar aspectos que mostrem mudanças nas configurações construtivas e 
as características especificas da região analisada. 
Palavra-chave: Arquitetura Rural. Imigração Italiana. São Gabriel de Baunilha. 
 
ABSTRACT 
The present work approaches the rural architecture of the state of Espírito Santo. 
It aims to study the residences built between the end of the 19th century and the 
beginning of the 20th century in the districts of São Gabriel de Baunilha and Alto 
Baunilha, municipality of Colatina ES. It is believed that significant events in 
history, such as the coffee crisis in 1930, affected the development of the 
architecture of this town. Therefore, this study shows the history of Espírito Santo, 
with its colonization processes both in its immigrant phases and in its constructive 
ones, as well as the influences received from indigenous peoples, Portuguese 
and mainly from the immigrant population when they adapted in the place. Based 
on comparisons between bibliographic sources and the cataloging of buildings in 
loco, there was a comparative analysis with the intention of determining aspects 
that show changes in constructive configurations and the specific characteristics 
of the analyzed region. 
Keywords: Rural Architecture. Italian immigration. São Gabriel de Baunilha. 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Localização do estado ......................................................................... 20 
Figura 2 – Temperaturas do Espírito Santo ......................................................... 21 
Figura 3 – Chuvas no Espírito Santo .................................................................... 22 
Figura 4 – Bacias hidrográficas do Espírito Santo ............................................... 23 
Figura 5 – Relevo do Espírito Santo ..................................................................... 24 
Figura 6 – Delimitação dos territórios em que se estabeleceram os trentinos .... 28 
Figura 7 – Infográfico. ........................................................................................... 33 
Figura 8 – Barracões de recepção ....................................................................... 35 
Figura 9 – zona colonial central antiga ................................................................. 37 
Figura 10 – Organização do lote .......................................................................... 46 
Figura 11 – terreiro ............................................................................................... 53 
Figura 12 – Exemplo de distribuição dos lotes ..................................................... 55 
Figura 13 – Residência provisória construída no lote. ......................................... 57 
Figura 14 – Residência característica do segundo período ................................. 59 
Figura 15 – Residência característica do segundo período ................................. 60 
Figura 16 – Residência característica do terceiro período ................................... 62 
Figura 17 – Residência característica do quarto período ..................................... 64 
Figura 18 - Influencia italiana na residência do quarto período ........................... 65 
Figura 19 – Desenho esquemático da residência do quarto período .................. 65 
Figura 20 – Residência na arquitetura rural atual ................................................ 67 
Figura 21 – Venda em Santa Tereza, 1900 ......................................................... 69 
Figura 22 – Campo de bocha pertencente ao bar e mercearia do Aloir Comério70 
Figura 23 – Recomendações pau-a-pique ........................................................... 73 
Figura 24 – Estrutura para receber a terra ........................................................... 73 
Figura 25 – Parede de meia vez contra fiado ...................................................... 74 
Figura 26 – Parede de uma vez ........................................................................... 75 
Figura 27 – Variação de padrão - parede de uma vez. ........................................75 
Figura 28 – Cobertura com telha tipo francês ...................................................... 76 
Figura 29 – Exemplo de escada externa. ............................................................. 77 
Figura 30 – Localização da área de estudo ......................................................... 78 
Figura 31 – Bacia Hidrográfica da área de estudo ............................................... 79 
Figura 32 – Vegetação atual da área de estudo – 2012 ...................................... 80 
Figura 33 – Áreas cultiváveis e extração de pedra granítica – 2012 ................... 82 
Figura 34 – Pedreiras existentes para a extração de pedra granítica ................. 83 
Figura 35 – Pedreiras existentes para a extração de pedra granítica ................. 84 
Figura 36 – Percentual de lavouras por hectare em Colatina ES ........................ 85 
Figura 37 – Exportação do café no Espírito Santo 1845/1874 (Kg)..................... 86 
Figura 38 – Quantidade de café produzido em Colatina ES 2004/2021 (tonelada)
 .............................................................................................................................. 86 
Figura 39 – Quantidade de café produzido em Colatina ES ................................ 87 
Figura 40 – Área colhida de café em Colatina ES (hectare) ................................ 87 
Figura 41 – O valor da produção de café em Colatina ES (R$ x1000) ................ 88 
Figura 42 – Rendimento médio da produção de café em Colatina ES (Kg/há) ... 88 
Figura 43 – Percentual de matas ou florestas por hectare em relação a pastagem 
– Colatina ES ........................................................................................................ 89 
Figura 44 – Percentual de pastagens por hectare – Colatina ES ........................ 90 
Figura 45 – Percentual de pecuária por cabeça – Colatina ES ........................... 91 
Figura 46 – Localização da área de estudo. ........................................................ 92 
Figura 47 – Localização da casa da família Solto ................................................ 93 
Figura 48 – Fachada 1 da casa da família Solto .................................................. 94 
Figura 49 – Fachada 2 da casa da família Solto .................................................. 94 
Figura 50 – Vista da fachada 1 ............................................................................. 95 
Figura 51 – Vista da fachada 2 ............................................................................. 95 
Figura 52 – Localização da casa da Família Baptista .......................................... 96 
Figura 53 – Fachada principal da casa da Família Baptista ................................ 97 
Figura 54 – Estado da estrada de acesso da casa da Família Baptista .............. 97 
Figura 55 – Vista da igreja e do curral pela lateral esquerda da casa. ................ 98 
Figura 56 – Parte da pedreira que se pode ver dos fundos da residência .......... 98 
Figura 57 – Vista da fachada frontal e traseira ..................................................... 99 
Figura 58 – Vista da janela da lateral esquerda e direita ..................................... 99 
Figura 59 – Localização da casa da Família Pertel ........................................... 100 
Figura 60 – Fachada principal da casa da Família Pertel .................................. 101 
Figura 61 – Estado da estrada de acesso da casa da Família Pertel................ 101 
Figura 62 – Vista frontal da casa da Família Pertel ........................................... 102 
Figura 63 – Localização da casa em Ruínas ..................................................... 103 
Figura 64 – Estado da estrada de acesso da casa em Ruínas ......................... 104 
Figura 65 – Fachada principal da casa em ruínas. ............................................ 104 
Figura 66 – Detalhe da estrada de acesso a residência .................................... 105 
Figura 67 – Vista da fachada frontal e traseira ................................................... 105 
Figura 68 – Vista da fachada esquerda .............................................................. 106 
Figura 69 – Fachada 1 da casa da família Solto ................................................ 107 
Figura 70 – Fachada 2 da casa da família Solto ................................................ 108 
Figura 71 – Portas de acesso a edificação da casa da Família Solto ............... 108 
Figura 72 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa da Família Solto . 109 
Figura 73 – Divisão residência x comércio da casa da Família Solto. ............... 109 
Figura 74 – Graus de privacidade da casa da Família Solto. ............................ 110 
Figura 75 – Quartos da casa, por ordem da planta baixa .................................. 111 
Figura 76 – Área da cozinha em vista interna com detalhes ............................. 111 
Figura 77 – Área do comércio em vista interna .................................................. 112 
Figura 78 – Detalhe da estrutura ........................................................................ 112 
Figura 79 – Portas de acesso a edificação da casa da Família Baptista .......... 113 
Figura 80 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa da Família Baptista
 ............................................................................................................................ 114 
Figura 81 – Planta baixa com destaque da forma da casa da Família Baptista 114 
Figura 82 – Divisão aposentos familiares x área da cozinha e de serviço da casa 
da Família Baptista ............................................................................................. 115 
Figura 83 – Quarto mediano da casa da Família Baptista ................................. 115 
Figura 84 – Sala de estar frontal da casa da Família Baptista........................... 116 
Figura 85 – Sala de estar e jantar da casa da Família Baptista ........................ 116 
Figura 86 – Banheiro da casa da Família Baptista ............................................ 117 
Figura 87 – Portas de acesso a edificação – Térreo da casa da família Pertel . 118 
Figura 88 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa da família Pertel . 118 
Figura 89 – Planta baixa com destaque da forma da casa da família Pertel ..... 119 
Figura 90 – analise de graus de permeabilidade: segundo a história x segundo a 
realidade da construção ..................................................................................... 120 
Figura 91 – Quarto do casal em vista interna da casa da família Pertel............ 120 
Figura 92 – Quarto da filha em vista interna da casa da família Pertel ............. 121 
Figura 93 – Área do terraço em construção ....................................................... 121 
Figura 94 – Planta baixa com destaque da forma da casa da família Solto ...... 123 
Figura 95 – Acréscimos feitos a construção da casa da família Solto ............... 123 
Figura 96 – Portas de acesso a edificação da casa em Ruínas ........................ 123 
Figura 97 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa em Ruínas .......... 124 
Figura 98 – Planta baixa com destaque da forma da casa em Ruínas ............. 124 
Figura 99 – Divisão aposentos familiares x área da cozinha e de serviço da casa 
em Ruínas ........................................................................................................... 125 
Figura 100 – Quarto da esquerda e central em estado atualizado .................... 125 
Figura 101 – Salas em estado atual ................................................................... 126 
Figura 102 – Acesso e cozinha/área de serviço no estado atual ....................... 127 
Figura 103 – Fachada frontal e traseira da casa da Família Baptista ................ 129 
Figura 104 – Fachada da lateral esquerda e direita da casa da Família Baptista
 ............................................................................................................................129 
Figura 105 – Quarto principal ao lado do banheiro da casa da Família Baptista
 ............................................................................................................................ 130 
Figura 106 – Banheiro interno da casa da Família Baptista .............................. 130 
Figura 107 – Cozinha da casa da Família Baptista ............................................ 131 
Figura 108 – Banheiro externo com área de serviço da casa da Família Baptista
 ............................................................................................................................ 131 
Figura 109 – Planta de adições históricas da casa da Família Baptista. ........... 132 
Figura 110 – Fachada frontal e traseira da casa em Ruínas. ............................ 133 
Figura 111 – Fachada da lateral esquerda e direita da casa em Ruínas .......... 133 
Figura 112 – Salas de estar e jantar da casa em Ruínas .................................. 134 
Figura 113 – Quartos em ordem de planta da casa em Ruínas ........................ 134 
Figura 114 – Estado de deterioração da fachada principal da casa em Ruínas 135 
Figura 115 – Cozinha da casa em Ruínas ......................................................... 135 
Figura 116 – Planta de adições históricas da casa em Ruína ........................... 136 
Figura 117 – Fachadas 1 e 2 direcionadas a rua da casa da Família Solto ...... 137 
Figura 118 – Fachada oposta a 2 da casa da Família Solto .............................. 137 
Figura 119 – Atualização das fachadas 1 e 2 da edificação da casa da Família 
Solto .................................................................................................................... 137 
Figura 120 – Planta de adições históricas da casa da Família Solto ................. 138 
Figura 121 – Fachada principal da casa da Família Pertel ................................ 139 
Figura 122 – Fachada esquerda e direita da casa da Família Pertel ................ 139 
Figura 123 – Planta de adições históricas – Térreo/Terraço da casa da Família 
Pertel ................................................................................................................... 140 
Figura 124 – Comparação de fachada no dia da catalogação X atualmente .... 140 
 
LISTA DE SIGLAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
Ifes – Instituto Federal do Espírito Santo 
ES – Espírito Santo 
SGB – São Gabriel de Baunilha 
ASG – Alto São Gabriel 
 
 
 
 SUMÁRIO 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................ 8 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 18 
2 O ESPÍRITO SANTO: DA COLONIZAÇÃO À CRISE CAFEEIRA ............... 20 
2.1 COLONIZAÇÃO IMIGRANTE ................................................................. 24 
2.2 IMPORTÂNCIA DO CAFÉ PARA A REGIÃO .......................................... 40 
2.3 ARQUITETURA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA ........................................... 43 
2.3.1 A organização do lote .................................................................... 45 
2.3.2 Arquitetura Residencial ................................................................. 54 
2.3.3 Arquitetura Comercial .................................................................... 67 
2.3.4 Técnicas Construtivas ................................................................... 71 
3 ARQUITETURA RURAL EM SÃO GABRIEL DE BAUNILHA ..................... 77 
3.1 LOCALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ........................ 91 
3.2 TIPOLOGIAS DE EDIFICAÇÕES ENCONTRADAS ............................. 106 
3.2.1 Casa com comércio ..................................................................... 107 
3.2.2 Casa de planta regular ................................................................. 113 
3.2.3 Casa de planta irregular. ............................................................. 122 
3.3 ESTADO ATUAL DE CONSERVAÇÃO ............................................... 127 
3.3.1 Edificação pouco ou não descaracterizada ............................... 128 
3.3.2 Edificação muito descaracterizada ............................................. 136 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 141 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 143 
APÊNDICE ..................................................................................................... 145 
APÊNDICE A – FICHA CADASTRAL .......................................................... 145 
Apêndice A.0 – Vazio ............................................................................ 145 
Apêndice A.1 – Casa da Família Solto................................................. 150 
Apêndice A.2 – Casa da Família Baptista ........................................... 162 
 
 
Apêndice A.3 – Casa da Família Pertel................................................ 176 
Apêndice A.4 – Casa em ruínas ........................................................... 186 
APÊNDICE B – ENTREVISTA – PESSOA QUE MAIS TEMPO MOROU NA 
EDIFICAÇÃO .............................................................................................. 200 
Apêndice B.0 – Vazio ............................................................................ 200 
Apêndice B.1 – Dona Maria .................................................................. 201 
Apêndice B.2 - Páscoa .......................................................................... 203 
Apêndice B.3 – Neide ............................................................................ 205 
Apêndice B.4 – Geraldo Cezano .......................................................... 207 
APÊNDICE C – ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS ........................ 209 
Apêndice C.0 – Vazia ............................................................................ 209 
Apêndice C.1 – Dona Maria .................................................................. 211 
Apêndice C.2 – Páscoa ......................................................................... 213 
Apêndice C.3 – Orlando Caetano ......................................................... 218 
Apêndice C.4 – Pedro Lima .................................................................. 222 
Apêndice C.5 – Dona Nena ................................................................... 225 
Apêndice C.6 – Aloir Comério .............................................................. 227 
ANEXO .......................................................................................................... 232 
ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ......................................... 232 
 
18 
 
1 INTRODUÇÃO 
A arquitetura rural, apesar de pouco explorada, é muito valiosa e diversa. 
A edificação sintetiza o conhecimento construtivo fruto de características 
culturais, políticas, históricas, econômicas, sociais e técnicas próprias de 
um período. E, mantêm um laço estreito com a vida local e de seus 
moradores, demonstrando na prática toda a cultura empregada pelo seu 
construtor, bem como as influências externas, concedendo ao local 
atributos únicos (PEREIRA e FERREIRA, 2016; HAUTEQUESTT, 2011). 
Em razão disso, o presente trabalho visa contribuir com a elaboração de 
um acervo no que tange à produção de informações sobre a arquitetura 
rural capixaba dos descendentes de italianos, através do registro e 
documentação da arquitetura rural na região norte do Espírito Santo. Para 
tanto, parte-se de um recorte territorial no povoado de São Gabriel de 
Baunilha, distrito de Colatina/ES, tendo como recorte temporal a crise do 
café em 1930 até a contemporaneidade. 
Para atingir o objetivo geral, se faz necessário o cumprimento dos 
seguintes objetivos específicos: identificaras edificações maisantigas dos 
povoados de São Gabriel de Baunilha e Alto São Gabriel; realizar o 
levantamento cadastral das edificações selecionadas; analisar as 
edificações selecionadas segundo seu estado de conservação; elaborar 
ficha catalográfica sintetizando todas as informações relativas às 
edificações selecionadas e por final comparar as edificações selecionadas 
em relação a arquitetura rural típica da região central do Espírito Santo para 
se entender melhor as consequências da crise para esta localidade. 
Para atender tal objetivo, essa pesquisa teve o seguinte percurso 
metodológico: revisão bibliográfica sobre arquitetura rural brasileira, em 
especial a produzida pelos imigrantes no Espírito Santo; revisão 
19 
 
bibliográfica sobre a conformação territorial do local de estudo 
considerando questões históricas, geográficas e econômicas; atividades de 
campo no recorte territorial delimitado para realização do levantamento 
fotográfico, cadastral e entrevistas com moradores do local. 
É relevante ressaltar que a importância dessa pesquisa se justifica pelo 
valor histórico e geográfico da região rural do estado do Espírito Santo, 
mostrando a relevância da preservação cultural para as famílias que 
habitam ou habitavam o distrito, além de manter viva, e se necessário 
recuperar, os conhecimentos técnicos na história de edificações, como uma 
herança cultural edificada que corre o risco de ser perdido ao longo do 
tempo (HAUTEQUESTT, 2011). 
O presente trabalho contou com a dificuldade na obtenção de autores que 
discursassem sobre a arquitetura rural no estado do Espírito Santo, e por 
isso admito a importância dos seguintes autores: Júlio Posenato e Maria 
Izabel Perini Muniz que traçaram a base do referencial teórico. 
O autor Júlio Posenato escreveu a obra mais completa sobre o assunto que 
existe até o presente, com a obra “Arquitetura da Imigração Italiana no 
Espírito Santo” de 1997. Já Maria Izabel Perini Muniz conta com duas obras 
“Cultura e arquitetura: a casa rural do imigrante italiano no Espírito Santo” 
de 2008 e “Arquitetura Rural do Século XIX no Espírito Santo” de 1989, 
mesmo com tanto tempo de publicação ainda são referências na área da 
arquitetura rural no Espírito Santo. 
O livro mais difícil de se achar foi o “Aspectos geográficos da área de 
colonização antiga do estado do Espírito Santo” de 1962, que foi escrito por 
Pasquale Petrone para a Associação dos Geógrafos Brasileiros, pois não 
é mais publicado por nenhuma editora atualmente e ajudou a entender 
melhor o histórico social e geográfico do começo da imigração. 
20 
 
Visando o aporte teórico para o desenvolvimento deste trabalho, 
inicialmente foi feito um breve panorama geográfico e histórico da 
arquitetura rural no estado do Espírito Santo. Para facilitar a compreensão 
do leitor, também foram realizadas pesquisas aprofundadas acerca do 
recorte territorial definido – os distritos de São Gabriel de Baunilha e Alto 
São Gabriel localizados no município de Colatina, estado do Espírito Santo 
– Brasil. 
2 O ESPÍRITO SANTO: da colonização à crise cafeeira 
 Atualmente, o Estado do Espírito Santo possui uma área de 46.074 km² 
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2021), com 350 km de costa, 
cobrindo uma área que corresponde a 0,5% do território total do Brasil. 
Suas fronteiras (Figura 1) se dão ao norte, com o estado da Bahia, ao oeste 
com Minas Gerais e ao sul com o Rio de Janeiro (POSENATO, 1997). 
Figura 1 – Localização do estado 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística 
21 
 
Apesar de possuir um clima predominantemente tropical, com médias 
variando 22ºC por todo o estado, nas proximidades da área estudada a 
temperatura média anual varia entre 23°C e 26°C, com meses quentes 
variando entre dezembro e fevereiro, possuindo médias que ultrapassam 
27°C chegando até 35°C, os meses mais frios estão entre junho e agosto, 
onde as médias chegam a 20°C chegando atingir, em poucas ocasiões, 
temperaturas menores que 10°C (Figura 2). 
Figura 2 – Temperaturas do Espírito Santo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
A quantidade de chuvas não é muito elevada como pode-se ver na Figura 
3, porém existe a clara divisão entre estações chuvosas, que variam entre 
outubro a março, e a estação seca, variando entre abril a setembro, apesar 
disso períodos de seca prolongada são comuns, gerando modificações no 
regime das chuvas (PETRONE, 1962). 
22 
 
Figura 3 – Chuvas no Espírito Santo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
Existem 13 rios principais, separados por cerca de 40 km, todos eles 
desaguando no Oceano Atlântico, o de maior destaque é o rio Doce (Figura 
4), nascendo em Minas Gerais atravessando todo o estado e com inúmeros 
rios e riachos que o atravessam (POSENATO, 1997). 
 
23 
 
Figura 4 – Bacias hidrográficas do Espírito Santo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
O terreno originou-se da decomposição do granito gnaisse e micaxisto, 
sendo que a camada de areia da planície revelou o seu carácter sedimentar 
pela erosão das águas. Nos terrenos de maior altitude como se pode ver 
na Figura 5, domina a argila colorida com óxido de ferro e as planícies ficam 
cobertas de húmus da decomposição de entulho da Mata Atlântica 
(POSENATO, 1997). 
 
24 
 
Figura 5 – Relevo do Espírito Santo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
 
2.1 COLONIZAÇÃO IMIGRANTE 
Em meados do século XIX o estado do Espírito Santo constituía uma das 
províncias mais atrasadas da região sudeste do Brasil. Para proteger o ouro 
da região das Minas Gerais o estado foi usado como barreira natural, sendo 
permitida apenas a ocupação da zona costeira, restringindo a navegação e 
proibindo a exploração do território. O litoral era ocupado por pescadores e 
apenas a região sul possuía fazendas dedicadas ao cultivo da cana-de-
açúcar, tendo mais ligação com o Rio de Janeiro, a capital do império, do 
que a própria capital de sua província (POSENATO, 1997). 
Agravando o isolamento territorial existiam as barreiras geográficas, 
destacadas pela Serra do Caparaó e pelas margens do Rio Doce e, as 
barreiras sociais, com os índios “botocudos” (PEREIRA, 2012). 
25 
 
A mudança de mentalidade governamental quanto a povoação do território 
veio, com o declínio da extração do ouro na região de Minas Gerais, todos 
os movimentos econômicos causados pela produção de café, e 
principalmente o esgotamento das terras do Vale do Paraíba entre 1850 e 
1860, indicando a necessidade de abrir novas fronteiras agrícolas e 
fortalecer ainda mais o processo de migração para abrir espaços no 
Espírito Santo (MUNIZ, 2009; HAUTEQUESTT, 2011). 
Um outro fator que acrescentou na mudança governamental foi que até o 
final do século XIX, o Brasil era o último país do Ocidente onde a escravidão 
ainda prevalecia, fazendo com que o Brasil sofresse preção internacional 
para que a abolição acontecesse o mais rápido possível. Os proprietários 
das plantações de café sabiam da inevitável abolição à escravatura, que 
levaria a produção de café colapsar. Na mesma época, a Europa 
enfrentava superpopulação, doenças endêmicas, fomes, guerras e 
desemprego em massa causado pela revolução industrial. Cerca de 60 
milhões de europeus, incluindo 27 milhões de italianos, abandonaram o 
velho mundo em busca de uma vida melhor (POSENATO, 1997). 
Assim, o povoamento se iniciou com a abertura de estradas e incentivo 
para ocupação do território através de sesmarias, que durou de 1810 a 
1822,pois os imigrantes atraídos, recebiam terrenos abandonados e/ou 
esgotados. Apesar de revogada as doações de terras continuaram por 
muito tempo com outros nomes, onde o imigrante precisava atualizar e 
transformar o local, ajudando assim a economia e a sociedade brasileira 
(PEREIRA, 2012). 
No período anterior à colonização imigrante na capitania do ES, existia 
baixa habitação que se concentrava em 5 vilas ao decorrer da costa, 
povoadas por índios catequizados e escravos negros. Nas regiões mais 
altas a população indígena genuína ocupava em maior quantidade (MUNIZ, 
26 
 
2009). 
Os povos indígenas composto por Crenaques, Nac-nuc, Minia-jirunas, 
Gutcraques, Nac-requés, Pancas, Manhangiréns, Incutcrás, entre outros. 
Os que habitavam a área do município de Colatina foram denominados de 
“botocudos”, nome esse devido a um adereço em formato de disco ou 
botão, chamado botoque, que utilizavam nos lábios, nariz ou orelhas. Em 
sua maioria possuíam altura mediana, eram fortes, com tórax largo, tronco 
alongado, mãos e pés pequenos, pernas finas e pescoço curto, possuíam 
um tom de pele que alternava entre os tons pardos, com cabelos negros e 
lisos, olhos pequenos, nariz curto e achatado (BRAGA, 2021). 
Por possuir o habito do canibalismo e por serem muito ferozes na defesa 
de seu território, o governo brasileiro, em 13 de maio de 1808, iniciou uma 
guerra social e política, contra um povo considerado “bárbaro”. Tinha por 
objetivo matar ou prender entre 10 anos, podendo ser prorrogada até que 
o preso perca sua ferocidade. Esta guerra terminou oficialmente em 27 de 
outubro de 1831, porém não impediu o derramamento de sangue de 140 
indígenas em são Mateus um ano após esta data (BRAGA, 2021). 
Outros povos indígenas mais pacíficos também ocuparam áreas no entorno 
do município. Eram os Malalis, Cumanachos, Maconis, Machacalis, 
Penhames, Capuchos e Pataxós (BRAGA, 2021). 
Apesar da capitania possuir um destaque em sua capacidade portuária, a 
região ficou esquecida durante o ciclo econômico inicial no Brasil. 
Posteriormente, a partir da descoberta de jazidas de ouro em Minas, o 
estado que teve dificuldades em explorar e povoar o território como um 
todo, dividindo-se em 2 regiões: as minas e o litoral. A costa foi mantida 
sem mudanças como forma de bloqueio para as regiões interiores, para 
assim manter uma certa proteção ao território das minas contou-se com a 
27 
 
ajuda militar e proibição da navegação nos rios (MUNIZ, 2009). 
Esta situação só começa a mudar a partir de meados do século XIX, com 
a chegada dos primeiros imigrantes, se concentrando inicialmente na 
região serrana do Estado. Já nas proximidades de Baunilha, a ocupação 
do território inicialmente se baseou na vinda de imigrantes do sul do estado, 
em sua maioria da Itália. Porém, posteriormente muitos alemães, 
poloneses, austríacos, franceses, portugueses e espanhóis vieram se 
estabelecer nas proximidades do local (REVISTA NOSSA ESPECIAL, 
1986). 
Em sua maioria, as famílias italianas que imigraram para o estado do 
Espírito Santo originaram das províncias de Trento e Veneto, localizadas 
ao norte da Itália e se estabeleceram, em sua maioria nas áreas mostradas 
na Figura 6 (MUNIZ, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Figura 6 – Delimitação dos territórios em que se estabeleceram os trentinos 
 
Fonte: PETRONE, 1962. 
A província de Trento possui um povoamento que remonta a pré-história 
onde povos mediterrâneos, em especial da Ligúria, outros grupos étnicos 
da Europa central como os celtas e gauleses até a civilização basilar latina. 
As interferências culturais são predominantemente dos povos germânicos, 
através de invasões barbaras no período medieval, os godos, longobardos 
e do domínio austríaco que existiu (MUNIZ, 2009). 
A província de Veneto possui um povoamento que remonta principalmente 
de Etruscos e Romanos e com isso a principal interferência cultural se deu 
com o Império Romano que desenhou o traçado básico e a trama de 
29 
 
ocupação do solo (MUNIZ, 2009). 
Porém, segundo Petrone (1962), apesar da maior parte da população 
italiana ser de venetos, seguindo por trentinos, existiam em menor 
quantidade os lombardos, istrianos e emilianos, juntamente com os 
germânicos e em menores grupos os piemonteses e sardos. 
A primeira geração de imigrantes era um povo conhecido por possuir 
natureza religiosa muito forte, possuindo uma visão de vida objetivada na 
salvação das almas e estar com Deus após a morte terrena. Tornando o 
homem totalmente dependente de Deus, princípio básico ao fim desejado, 
tornando-o subordinado e tornando sinônimo de povo católico e lavrador 
(POSENATO, 1997). 
A extraordinária obediência e paciência deste povo decorre em grande 
parte de suas profundas crenças religiosa, em que acima dos seres 
humanos há uma razão para tudo, o Pai Eterno, que não possui erro. Nesse 
sentido, a Igreja tem a função de aliviar a insatisfação que suas demandas 
exigiam e conforto e solidariedade com os que sofrem (POSENATO, 1997). 
A religiosidade cristã acarretou ao povo italiano a ver como identidade 
social, mesmo não possuindo padres e religiosos para a assistência dos 
fiéis (POSENATO, 1997). 
Como Arquitetura Religiosa se trata de um tema extremamente amplo e 
que poderá ser utilizado futuramente em outra temática de Trabalho de 
Conclusão de Curso (TCC) não será abordada neste trabalho, porém todas 
as famílias têm em comum: amor ao trabalho, crenças religiosas, laços 
religiosos inseparáveis do casamento, amor à música e comunidades 
sagradas. 
 
30 
 
Como citado anteriormente, a contradição entre ser um estado 
particularmente costeiro e o fato de ser excluído por três séculos das 
iniciativas de povoamento, com exceção de pontos isolados no litoral e 
fronteiras com as regiões de Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ocasionou o 
isolamento das regiões norte e central do estado o deixando praticamente 
intocados por luso-brasileiros até meados do século XIX e em muitas 
localizadas ao extremo norte só tiveram assentamento no início do século 
XX (PETRONE, 1962). 
No início do povoamento os rios eram um meio de penetração em territórios 
e povoados, podendo concentrar-se em algumas aldeias do litoral, 
esparsamente às margens dos rios, até chegar onde se começa sua 
primeira cachoeira fazendo uma limitação natural da navegação. As 
estradas só foram necessárias a partir daí, sendo dimensionadas para 
pedestres, cavaleiros e cocheiros, gradativamente foram-se abrindo nos 
vales desses rios e seus afluentes (MUNIZ, 2009). 
As estradas existentes, pavimentadas ou não, na maior parte do tempo 
seguem o traçado desses caminhos, e se ajustam mais ou menos de 
acordo com a superfície da estrada e a topografia local. Já as primeiras 
rotas de navegação fluvial formavam pequenas aldeias ao longo dos portos 
desses rios, sendo ponto de encontro do exército e dos cocheiros, que 
transportam os produtos da terra do interior e os transportam para os 
centros de consumo e exportação em canoa (MUNIZ, 2009). 
A organização dos assentamentos era em regime de propriedades 
pequenas, para que tivesse maior quantidade de habitantes na existência 
de uma sociedade econômica, cultural e em certo ponto política em meio 
aos moradores das principais localidades do estado. Os moradores que 
eram responsáveis por colonizar a terra, em sua maioria imigrantes 
europeus, era formado por comerciantes, artesãos e industriais, porem 
31 
 
existiam negros escravizados, portugueses e indígenas nativos que 
buscavam se integrar neste novo modo de colonização (POSENATO, 
1997). 
O modo com que houve a demarcação fundiária e a organização dos 
colonos seguiu um padrão de diretrizes que funcionava em todo o país, 
principalmente o sul. Consistia na sede da colônia com um galpão para 
moradia temporária de novos colonos, a partir da sede se delimita as linhas 
dos lotes seguindodo fundo do vale, com frente à beira de um curso d’água 
seguindo até os morros (PETRONE, 1962) 
Os imigrantes e seus descendentes contribuíram para a mudança de 
paradigmas em relação ao trabalho, o tornando digno em preparação 
sociológica para a abolição da escravatura, na tentativa de igualar 
socialmente os ex escravizados de origem africana aos homens brancos 
livres. A imigração europeia significou a dignidade do trabalho manual, já 
que anteriormente, o valor de trabalho estava atrelado a escravidão. 
(POSENATO, 1997). 
O imigrante, quando em suas terras, derrubaram florestas, drenaram 
pântanos, escalaram montanhas, enfrentarão invasões indígenas e 
construirão suas casas, em prol de transformar estas áreas em terrenos 
agricultáveis (POSENATO, 1997). 
Os imigrantes introduziram no país novas técnicas, o arado utilizando força 
animal e a carroça com 4 rodas, ajudando o Brasil que contava com um 
sistema agrícola primitivo herdado dos povos indígenas. Outros imigrantes 
vindos do oriente trouxeram ao país uma nova diversidade de plantas que 
se adaptaram super bem ao clima. Em pouco tempo, o desenvolvimento de 
culturas como arroz, algodão e banana tornou-se responsável por 29% das 
exportações do país. (POSENATO, 1997). 
32 
 
Com a imigração, houve uma mistura de heranças culturais de inúmeras 
etnias, tornando um país único e miscigenado em épocas de intolerância 
racial que levaram a diversas guerras pelo mundo (POSENATO, 1997). 
Os descendentes que aqui nasceram, se instalar nas áreas mais 
acidentadas, desenvolvendo a agricultura e industrialização, originários do 
histórico trabalho braçal familiar, reforçando assim na mudança da visão 
sobre o valor de trabalho, o tornando digno (POSENATO, 1997). 
Em sua maioria, as despesas coloniais giravam em abertura de estradas 
internas e as primeiras vias para novas áreas. Em suma, o processo da 
imigração ocorreu para atender os grandes latifundiários e não a todo o 
país (POSENATO, 1997). 
As famílias foram estabelecidas em locais de pouco acesso e remotos das 
poucas cidades existentes, abandono das colônias e a desordem dos 
serviços básicos, alojamento em barracos insalubres e lotados com o 
atraso na divisão dos lotes. Analisando as condições em que se 
encontravam as famílias, pode-se entender que o governo pretendia que 
os ocupantes dessas terras desistissem e fossem em busca de trabalhos 
em grandes fazendas. A colônia somente progrediu pelo crescente desejo 
italiano de possuir um pedaço de terra, mesmo que inviável (POSENATO, 
1997). 
Para as famílias mais determinadas que não desistiram de seus lotes, 
mesmo em situação ruim, sentiram o peso da realidade enganatória do 
governo (POSENATO, 1997). 
Conserva-se em Trento, um estado da Itália, informações de recrutamento 
enviada do Brasil, assegurando grandes vantagens, consideradas 
atualmente como falsas, que se pode ver no infográfico da imagem 7 a 
baixo (POSENATO, 1997; BERGAMIM, 2016). 
33 
 
Figura 7 – Infográfico. 
 
Fonte: POSENATO, 1997; BERGAMIM, 2016. 
34 
 
Segundo Posenato (1997) o legislador não previu: 
● Que as famílias chegariam em uma época que atrapalharia a 
derrubada da mata nativa atrasando a agricultura; 
● Que as primeiras colheitas são de pouca produção ou nenhuma; 
● Na possibilidade de adoecimento da população; 
● Que quanto mais pessoas na família mais necessidades elas 
precisam; 
● Que a maior parte dos primeiros imigrantes seriam de mendigos e 
vagabundos pudesse acarretar em uma realidade diferente da 
planejada. 
Ocasionando na realidade nada se assemelhar na chegada do país, já no 
princípio existia uma realidade extremamente oposta ao compromisso 
formado em terra natal, em relatos existentes, não existiam mercadorias 
para todos. A terra existente, mesmo que a preço baixo se limitava a 
somente isso, todo o restante prometido foi desrespeitado, analisadas na 
Figura 7 acima (POSENATO, 1997). 
Quando alocados na colônia, a única construção que ressalta na paisagem 
é um barracão sem paredes laterais, não existindo ao menos abrigo para 
os animais, como mostrado na Figura 8. Em meio ao desconforto e 
podendo existir outras famílias dividindo o mesmo cômodo, aguentariam 
residir por bastante tempo até que seu lote fosse devidamente demarcado, 
o que resumiria a um pedaço de terra em seu estado original sem qualquer 
modificação e sofrendo ameaças por parte do governo (POSENATO, 
1997). 
 
35 
 
Figura 8 – Barracões de recepção 
 
Fonte: GROSSELLI, 2008. 
Uma forma de manter sob controle os colonos foi o adiamento na entrega 
dos lotes para que pudessem contar somente com a ajuda do governo para 
a subsistência, somando a proibição de armas e o comércio inicialmente 
vetados (POSENATO, 1997). 
Por consequência da negligência feita pelo governo do Espírito Santo com 
os primeiros imigrantes, o governo italiano impediu novas imigrações 
mediante o decreto de 20 de julho de 1895, apesar disso, não encerrou 
completamente, acarretando na chegada de novas frentes de imigração 
(BERGAMIM, 2016). 
Levando em consideração os problemas, o Governo Imperial decretou 
novas normas para a imigração, passando assim a filtrar por qualificação, 
dando prioridade a carpinteiros, lavradores etc. (REVISTA NOSSA 
36 
 
ESPECIAL, 1986). 
A colonização do estado não aconteceu de maneira uniforme, na região sul 
a colonização teve início já na primeira metade do século XIX com a 
ampliação agrícola que houve no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, 
quando fazendeiros foram em busca de novas terras para o cultivo do café, 
imitando a mesma estrutura de produção, os grandes latifúndios 
(BERGAMIM, 2016). 
A colonização da região central, mostrada na Figura 9, só foi acontecer a 
partir da segunda metade do século XIX, diferentemente dos parâmetros 
da região sul, o centro possuía uma organização socioespacial com poucos 
engenhos, grandes propriedades e mão-de-obra escrava, durante o 
período de mudança das culturas, quando se substituiu a cana-de-açúcar 
pelo café em 1850, aconteceu um processo de subdivisão dos latifúndios 
(BERGAMIM, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Figura 9 – zona colonial central antiga 
 
Fonte: PETRONE, 1962. 
Após 1872, se abre novas frentes para a imigração, em destaque a italiana, 
e as colônias mais antigas dão acesso a novos núcleos para colonização. 
Em 1884, 40% da produção cafeeira da província era oriunda da região 
central em destaque a colônia de Santa Leopoldina com 40% da produção 
na região central (BERGAMIM, 2016). 
 
38 
 
Muniz (2009) enfatiza que esta etapa se encerrou com a abolição da 
escravidão e a necessidade de uma nova mão-de-obra no país, iniciando 
assim a etapa seguinte. 
Nesse contexto, Posenato (1997) afirma que foram consolidados alguns 
núcleos de imigração no norte do ES, como o de Antônio Prado (1887), que 
posteriormente se dividiria em oito faixas territoriais: São Jacinto, Santa 
Maria, Mutum, Baunilha de Baixo, Baunilha de Cima, Córrego da Ponte e 
Colatina, Acioli Vasconcelos (1887): Pau Gigante (Acioli), Ubás, Triunfo, 
Esperança, Treviso, Café, Otelo e Alto Bérgamo e Costa Pereira (1889), 
onde a foi instalado em um aldeamento indígena Imperial Afonsinho, já 
extinto, que atualmente é a cidade de Cachoeiro de Itapemirim. 
A região norte abrange localizações após a margem norte do rio Doce até 
a divisa com a Bahia e Minas Gerais. Seu povoamento ocorreu por uma 
corrente migratória originária do próprio estado, assim como dos estados 
vizinhos (BERGAMIM, 2016). 
O que determinou o ritmo no desenvolvimento desta área em partes foi o 
isolamento geográfico associado a ausência de um sistema para o 
transporte da produção. O limite natural estabelecido entre o norte e o Sul 
era o rio Doce que separou as duas localidades por muito tempo, 
representando um obstáculo na ocupação destas terras do Norte 
(BERGAMIM, 2016). 
Na virada entre os séculos XIXe XX, o município de Colatina começou a 
receber imigrantes da região central. Além de ser uma região de transição 
para as novas zonas, aproveitou a construção da estrada de ferro Vitória a 
Minas, trilhos esses que chegaram em 1906, ligando o lugar à Vitória. Além 
disso, somente teve sua ocupação efetivada no final da década de 1920, 
com ajuda da construção da ponte sobre o rio Doce no município de 
39 
 
Colatina, em 1928 (BERGAMIM, 2016). 
Seguindo o mesmo padrão das outras regiões o Norte organizou a 
produção com o trabalho familiar, pequenas propriedades, falta de 
utilização de tecnologias e o cultivo do café (BERGAMIM, 2016). Oferecer 
aos imigrantes a possibilidade de obter terras, de forma gratuita, foi a 
tentativa, para atrair cada vez mais, famílias a este sistema migratório ao 
Espirito Santo (PEREIRA e FERREIRA, 2016). 
No município de Colatina, em 1932, os moradores imigrantes consistiam 
em 107 Italianos, 79 alemães, 26 portugueses, 18 espanhóis, 16 
poloneses, 16 sírios e 12 russos, somando a 7.666 brasileiros se torna 
7.940 pessoas com diferentes nacionalidades (TEIXEIRA, 1970). 
A expansão para novos territórios, não previstos, somente foi feita após a 
total ocupação dos lotes demarcados, e com intenção de achar áreas mais 
agricultáveis, promovendo assim novas terras para os descendentes das 
primeiras famílias, algo singular dos camponeses (POSENATO, 1997). 
Diante de um ambiente cultural completamente diferente, com suas 
doenças tropicais e matas virgens, receberam pouco apoio de sua pátria e 
quase foram abandonadas pelo governo brasileiro, mesmo com toda 
adversidade estes imigrantes modificaram as áreas disponíveis em 
comunidades economicamente prósperas, promovendo o desenvolvimento 
do estado. Seus herdeiros exploraram quase todo o interior do território, em 
que os Ítalos-Espírito-Santense representavam, em 1905, a quarta parcela 
dos moradores do estado, eles já representam mais da metade da 
população total do ES. Eles também participaram da ocupação de novos 
territórios em outros estados brasileiros por meio da imigração 
(POSENATO, 1997). 
40 
 
2.2 IMPORTÂNCIA DO CAFÉ PARA A REGIÃO 
De acordo com Posenato (1997) os primeiros grãos de café foram 
introduzidos no país em 1727, por intermédio do tenente Francisco de Mello 
Palheta. Estes grãos foram transportados da Guiana Francesa para serem 
cultivados nos estados, anteriormente conhecido como Grão Pará e 
Maranhão (HAUTEQUESTT, 2011), não havia nenhum destaque 
considerável a princípio. 
A introdução das primeiras mudas no estado foram entre 1812 e 1815 
(POSENATO, 1997), a partir de 1840. Com o declínio da produção de 
açúcar, causado pelo bloqueio continental que impediu a exportação para 
a Europa, aliando ao declínio do ouro, e os gastos da Corte no Rio de 
Janeiro, usou o café como estratégia de saída econômica. Por exemplo, a 
produção de café era de 115.390 sacas em 1847 e 1.234.195 sacas no final 
do século (HAUTEQUESTT, 2011), porém somente em torno de 1850 
houve a expansão das lavouras de café no estado (PEREIRA, 2012). 
O plantio dos pés de café no Espírito Santo foi incentivado quando foi 
necessária a expansão da cultura cafeeira para o norte do Rio de Janeiro. 
Com a abolição da escravatura e início da imigração europeia em massa, 
foram estabelecidos no Estado dois tipos de cultivos: propriedades 
menores se estabeleceram na área central do estado, que foram ocupadas 
por imigrantes; e, ao Sul, grandes propriedades influenciadas pelos 
latifúndios fluminenses (PEREIRA, 2012). 
Com a imigração de europeus, em especial os italianos, não somente 
evitou que se colapsasse, porém tornou real a grande prosperidade da 
cafeicultura brasileira e a industrialização no país, considerado como 
trabalhador “livre” foi utilizado para em primeira instância no preenchimento 
do vazio criado pela abolição da escravatura e posteriormente para 
41 
 
preencher as lacunas populacionais (POSENATO, 1997). 
Até possuir um status de monocultura, o café demorou menos de meio 
século, começou em latifúndios/fazendas luso-brasileiras e se espalhou 
também nos lotes dos imigrantes, com isso acarretou na paralisação de 
outras culturas e consequentemente no encarecimento de diversos 
gêneros de primeira necessidade, como os cereais (POSENATO, 1997). 
Com a valorização do preço do café no mercado externo, esta cultura 
resultou em riquezas para alguns grupos urbanos e bem-estar para a 
maioria da população rural do estado. 
E é com a economia cafeeira que se torna possível investir na província do 
Espírito Santo para se ter os frutos, como a conquista do território atual do 
estado, nascimento de várias cidades, começo das malhas ferroviárias e 
rodoviárias, a formação de cidades-chave e a polarização das áreas urbana 
e rural (HAUTEQUESTT, 2011). Passando a existir figuras que atuavam 
nas áreas rurais, como o colono que possuía um pequeno comércio, o 
comerciante itinerante, o médio comerciante e chegando nas grandes 
casas de comércio que exportavam e importavam produtos (BERGAMIM, 
2016). 
Apesar disso houve épocas de entusiasmo e crise, fazendo com que muitas 
pessoas empobrecessem e se desesperasse, esse era o clima na virada 
do século, em 1929, quando o governo, na tentativa de conter essa crise, 
mandando queimar uma grande quantidade de estoques de café 
(POSENATO, 1997). 
As crises no preço do café afetaram colonos produtores e comerciantes de 
diferentes maneiras. Para o colono representou uma queda no poder 
aquisitivo, mas não prejudicial a sua capacidade de produção, já para os 
comerciantes locais significou a diminuição de lucros e um potencial 
42 
 
falência futura (BERGAMIM, 2016). 
Desde o final do século 19 acontece sucessivas crises que afetaram a 
exportação do café, se alternando entre bons e maus momentos devido a 
oscilação dos preços no mercado internacional. Apesar de ser praticamente 
o único produto comercial, a crise de 1929 não foi suficiente para abalar a 
estrutura produtora familiar no Espírito Santo, sendo superada no final da 
década de 1940, ocasionando no estímulo do plantio em novas áreas 
(BERGAMIM, 2016). 
Mais recentemente, em 1966, apesar da estrutura do café estar 
consolidada após um período de fartura, houve uma superprodução a qual 
levou a superlotação dos armazéns do IBC (Instituto Brasileiro do Café) e 
com os preços mundiais mais abaixo que o custo da produção, o governo 
federal acabou pagando um preço alto pela erradicação das plantações de 
café (POSENATO, 1997). 
Porém, mesmo com as crises frequentes, este insumo ainda se destaca na 
economia do estado. O café era o único artigo de exportação, até então, 
que se obtinha os recursos necessários para a compra de bens essenciais, 
como roupas, iluminação, máquinas de costura, instrumentos, armas, 
munições e outros produtos importados, e que poderia pagar consultas 
médicas e remédios, além de animais e fornecer o dote das filhas no 
casamento (POSENATO, 1997). 
Por consequência da exploração da madeira desenfreadamente, 
legislações foram criadas por governos estaduais, no século XX, para 
conter o desmatamento, e a pecuária que cresceu muito após os anos 
1950, ocupando grandes áreas principalmente ao norte do estado, muitas 
delas oriundas de terras liberadas após a retirada de pés de café 
(BERGAMIM, 2016). 
43 
 
Como Petrone (1962) falou sobre apesar de ver novos cafezais se 
formando a impressão que passou foi de haver uma decadência neste tipo 
agrícola, por haver menor quantidade de chuvas, infestação por pragas 
somando a novas áreas de povoamento a margem do rio Doce, o autor 
também notou uma grande quantidade de casas abandonadas. 
 
2.3 ARQUITETURA DA IMIGRAÇÃO ITALIANA 
A arquitetura tem um laço muito estreito com o local onde é inserida e 
mostra toda uma cultura empregada pelo seu construtor, seja pelas 
dimensões do terreno, o clima, os materiais dispostose a origem de sua 
população (PEREIRA e FERREIRA, 2016). 
Na arquitetura rural, outras características também influenciam na 
organização do espaço familiar. Os tipos de cultura e cultivo vão influenciar, 
na quantidade de pessoas que são necessárias, para que o sistema 
agrícola não colapse, já o relacionamento interpessoal, vai determinar as 
regras sociais que devem ser seguidas, para que o sistema social evolua. 
Os materiais existentes na implantação, aliado as condicionantes ditas 
anteriormente vão definir o sistema construtivo a ser utilizado em 
determinada edificação comunitária ou particular, levando em conta assim 
todo o contexto histórico envolvido neste trabalho realizado pelos 
construtores e moradores desta região. 
Geralmente a arquitetura é dividida em dois segmentos, a erudita, também 
conhecida como ‘oficial’ e a popular, conhecida como tradicional ou 
vernacular. Por ser pensada por profissionais formados em cursos 
específicos, a erudita possui características diferentes da popular, onde por 
ser produzida com conhecimentos repassados do artesão para o aprendiz 
é baseada na tradição (POSENATO, 1997). 
44 
 
Estas arquiteturas então em constante influência mútua, fruto da reunião 
de conhecimento, para a melhor adaptação ao clima (POSENATO, 1997). 
Apesar de tudo, novas técnicas são muito importantes, porém a 
conservação das antigas técnicas deve ser feita para que na prática seja 
escolhida a mais adequada para determinada edificação e/ou região 
adaptando e aperfeiçoando os conhecimentos adquiridos até então 
(POSENATO, 1997). 
Por possuir uma linguagem única, a edificação colonial de origem italiana 
empregava matéria-prima disponíveis nas localidades na procura de um 
conforto ambiental que mais usufruísse da ventilação natural, controlando 
a iluminação na busca de sombreamento ideal para o controle térmico da 
edificação, possuindo características distintas como (POSENATO, 1997): 
● Predominância do trabalho manual, mesmo que os materiais 
industrializados existam em diferentes proporções ao longo do 
tempo; 
● Apesar da diversidade de soluções existe uma tendência a 
estereotipação e inclui certas formas e sistemas estruturais; 
● Disposição para se adaptar à cultura, assimilando a tecnologia locais 
de forma natural não causando reações ou conflitos com o próprio 
patrimônio cultural; 
● Utilização de materiais locais, fornecidos pela natureza, para 
construção no próprio terreno; 
● Uma das virtudes da arquitetura tradicional é o acúmulo de 
sabedoria passada de geração em geração para utilizar os recursos 
da natureza para obter conforto ambiental, como inércia térmica, 
controle da luz solar; 
● Sombreamento e ventilação e interação com o entorno, para ser 
inserida harmoniosamente no cenário para agregação de beleza ao 
45 
 
entorno. 
Segundo Posenato (1997) os motivos para que a arquitetura da imigração 
italiana desse tanto certo no Brasil foram: 
● Matéria-prima existente nos lotes nas colônias era o mesmo 
encontrado na terra natal. 
● As tradições artesanais trazidas com os imigrantes como o: manejo 
de pedras, madeiras, solo, ferro e couro. 
● A tradição no trabalho em obras a sabedoria em delegar funções. 
● Vieram marceneiros, pedreiros, machadeiros onde se destacaram 
na construção de moinhos, engenhos de açúcar, monjolos, telhado 
com tabuas de madeira, fornos caseiros e na fabricação de 
calçados, bolsas, roupas etc. 
● Habilidade em adaptar-se ao meio e a outras culturas, sabendo unir 
culturas e técnicas construtivas. 
● Reconhecimento e amor ao trabalho manual, como forma de se 
orgulhar de suas origens. 
 
2.3.1 A organização do lote 
O lote era organizado em função do trabalho agrícola e ao redor da 
residência sede da família, onde era construída, geralmente, próxima a 
água, fonte ou riacho que existisse no lote e ao redor ficavam distribuídas 
as edificações de serviço e armazenagem de produtos para a lavoura, 
fazendo uma visível divisão entre áreas de trabalho e as de residência, se 
diferenciando da organização dos antigos latifúndios, onde a sede se 
localizava em local alto em destaque (MUNIZ, 2009; 1989). 
 
 
46 
 
Figura 10 – Organização do lote 
 
Fonte: PETRONE, 1962. 
Como mostrado na Figura 10 a cima, a superfície agricultável do lote era 
dividida em três partes, o cafezal mais conhecido como lavoura 
permanente, a lavoura branca ou temporária e o pasto, porem deve-se 
adicionar áreas de matas parcialmente demolida e a capoeira, com o 
passar do tempo esta estrutura rígida deu lugar ao rodízio de cultura onde 
a princípio ficava entre 6 a 7 anos no mesmo lugar podendo diminuir o 
tempo de permanência ao decorrer dos anos, já as instalações domésticas 
como o paiol, galinheiro e etc. deveriam ficar perto da casa e do rio 
(PETRONE, 1962). 
47 
 
Como os imigrantes contavam apenas com a força de trabalho familiar no 
cultivo, não possuíam habitações para empregados, e em geral o ambiente 
de trabalho era construído separado da habitação, em lugares que mais 
julgar adequado, como: o moinho junto a queda de água; o curral junto ao 
pasto; galinheiro, pocilga e terreiro de secar grãos ao redor da casa e o 
paiol entre o terreiro e o moinho (MUNIZ, 2009). 
O início da utilização da propriedade era no fundo do vale, junto ao um 
curso d’água, a partir do corte das arvores e queima dos resíduos. A 
princípio a remoção era focada para a construção da casa temporária e 
plantio de culturas para consumo, passando para o cultivo da lavoura 
permanente, que no caso foi o café e no futuro a formação de pasto 
(PETRONE, 1962). 
A organização interna dos cômodos da casa, sofriam pequenas variações, 
se limitando aos quartos de dormir, que poderia variar de 3, 4 ou mais, 
apesar de não projetados para tal função podem também desempenhar o 
papel de depósitos para cereais ou café, o sótão, se existente, seria 
geralmente depósito e se muito necessário dormitório para as crianças e a 
sala para visitas, geralmente ampla que poderia variar entre 3,50m a 4,00m 
em sua largura e seu comprimento variando entre 7,50m a 8,00m, indicada 
a encontros, festas e bailes aos sábados (MUNIZ, 2009; POSENATO, 
1997). 
O mobiliário dos quartos se resumia a grandes camas com colchão de 
palha de milho ou de edredom de penas de ganso, mesa de cabeceira e 
baús. Na sala, os móveis se resumiam em poucas cadeiras e uma mesa 
pequena, nas paredes, o calendário junto a imagens religiosas, fotos em 
ocasiões especiais e o relógio de parede (POSENATO, 1997). 
Em muitos casos, quando enriquecidos, grandes sobrados de até dois 
48 
 
pavimentos eram erguidos, onde o comércio se localizava no térreo e a 
residência no andar superior, seguindo características parecidas com a 
casa patronal veneta, simbolizando a conquista de uma vida melhor 
(MUNIZ, 2009). 
A organização dos vãos da residência era distribuída pelos quatro lados da 
edificação, sempre buscando a simetria, harmonia e a melhor relação entre 
espaços cheios e vazios. A simetria era levada em conta sempre em 
relação a estrutura, apesar da existência de uma sacada, varanda ou 
balcão em um dos lados sempre indicar a hierarquia das fachadas. Os 
materiais eram utilizados despretensiosamente, em maioria deixados à 
mostra, já que a madeira era trabalhada seguindo lembranças da terra de 
origem (MUNIZ, 2009). 
Petrone (1962) comenta que a casa era a peça central na paisagem recém 
modificada pelo homem, refletindo o estado do local, os materiais 
existentes, a organização de todo o espaço agrícola, a troca de 
informações, técnicas e culturas que diferentes povos possuíam até em que 
estado econômico estavam inseridos, tudo refletia no dia-a-dia dos colonos 
(PETRONE, 1962). 
A cozinha não fazia parte do corpo principal da casa e era destinada a ser 
um anexo que se ligava a ela através de um corredor coberto e semiaberto, 
do lado de fora, junto ao anexo da cozinha,ficava o forno, a bica junto ao 
tanque que possuíam suas edificações próprias e eram protegidos por uma 
pequena cobertura (MUNIZ, 2009). 
Até o período tardio da arquitetura residencial a cozinha, sempre se definiu 
como um volume, podendo ser totalmente separado do volume da casa ou 
podendo ser grudada a separando somente por diferentes níveis, 
contrariando a tradição italiana de ser o centro da vida familiar 
49 
 
(POSENATO, 1997). Por ser um segundo bloco, a cozinha era um anexo 
que se ligava a casa por um corredor que poderia ser semiaberto, em sua 
maioria, era utilizada para reuniões familiares, para refeições e para 
preparação do alimento a ser consumido (MUNIZ, 2009). 
Por muito tempo era associada a classe escrava e os afazeres domésticos, 
no entanto para o colono esse distanciamento do corpo da casa era 
motivado pelo clima da região e o sistema de cozimento utilizado, já que 
por ser a base de fogão a lenha, acabava enfumaçando e esquentando o 
ambiente interno da casa e poderia gerar incêndios (MUNIZ, 2009). 
Em alguns casos, junto a cozinha poderia existir o tanque com a bica d’água 
e a despenca, um recinto de apoio que poderia ser no mesmo nível da 
cozinha ou semienterrada, utilizada para guardar vinhos, queijos, salames 
e mais, muito similar as “cantinas” italianas (MUNIZ, 2009; POSENATO, 
1997). 
Na cozinha possuía os seguintes mobiliário (POSENATO, 1997): 
● Fogão de tijolos com chapa de ferro, e em poucas casas o fogão 
industrial de ferro; 
● Seciaro ou lavador de louças: caixa de madeira inclinada que se 
afunilava para que a água pudesse escorrer para fora através de 
uma abertura na parede; 
● Moscarol ou armário ventilado: para guardar alimentos perecíveis, 
como carne fresca e leite, era ventilado por uma tela ou por furos 
feitos na madeira para proteção de insetos e ratos; 
● Mesa de bancos: utilizada para as refeições, já que as famílias eram 
muito grandes; 
50 
 
● Credensa ou armário: armário com gavetas e portas para 
armazenagem de louças, toalhas e alimentos em caixas e enlatados; 
● A guarda de mantimentos era feita em conservas de sal e outros 
materiais e era armazenado em um cômodo destinado anexado a 
cozinha, podendo ser queijos, farinhas, banha e carnes. 
A casa principal era cercada de outras instalações, em que raramente eram 
unidas ao corpo da residência e geralmente possuíam construções próprias 
que se organizava-se ao redor de um pequeno terreiro para café 
(PETRONE, 1962). 
Elas deveriam suprir as necessidades básicas da família no seu dia a dia. 
O abastecimento da água se dividia em dois tipos, o de consumo animal, 
que os rios já resolviam e o de consumo humano, que precisava ser de 
melhor qualidade, de preferência vindo de fontes, a qual sua localização 
era um fator determinante na escolha do local para construção das casas, 
já que a topografia e a gravidade tinham que ajudar a utilização. Caso não 
existindo fonte no lote, um poço era cavado e suas bordas protegidas para 
manter a água limpa, e para haver a retirada da água, poderia se usar de 
baldes ou bombas industriais (POSENATO, 1997). 
Para a lavagem da roupa recorria-se a utilização da água de um córrego 
próximo, esta lavagem poderia acontecer perto de barragem, porém 
geralmente existia um tanque apropriado nas proximidades da residência, 
podendo ser de madeira e possuindo cobertura (POSENATO, 1997). 
As instalações sanitárias, a princípio, eram inexistentes, não existindo 
latrinas e nem os banheiros que conhecemos hoje. Nos quartos era comum 
a utilização do urinol e para a lavagem do rosto existiam bacias e jarros 
d’água, os banheiros modernos demoraram ainda mais tempo para serem 
criados (POSENATO, 1997). 
51 
 
O forno era formado por uma abobada de tijolos ou de barro de altura 
confortável para utilização, funcionando a partir de fogo direto e do calor 
irradiado da brasa, para se evitar danos vindos da água, o forno possui uma 
cobertura de duas águas. Muito utilizado para cozinhar produtos vindo do 
trigo, como pão e macarrão que são importantes no cardápio da família 
italiana. O abrigo para o tacho de cobre, apesar de não comum, poderia 
existir, essencial para preparar doces (POSENATO, 1997). 
O mais comum nas casas era a iluminação dos cômodos com lampiões e 
lamparinas, foi somente após o apogeu que os geradores de energia 
elétrica movidos a roda d’água ou turbina passaram a ser mais conhecidos. 
A instalação elétrica em casas já construídas e em novas dava-se por fios 
de cobre isolados por algodão alcatroado, se restringia ao consumo 
doméstico da iluminação, ao rádio e os refrigeradores (POSENATO, 1997). 
As edificações complementares ficavam devidamente organizadas nas 
proximidades da residência protegendo e guardando animais e os diversos 
tipos de equipamentos, a tulha, também nomeada de paiol, era uma 
construção para a armazenagem da colheita, em especial o café e o milho, 
porem poderia abrigar outras ferramentas e utensílios agrícolas, como um 
tipo de depósito central, geralmente construída de tábuas de madeira e 
projetada para suportar o peso do grão empurrando as paredes 
(POSENATO, 1997). 
A utilização dos animais na vida cotidiana familiar era de extrema 
importância, pois servia de transporte de pessoas, sendo o mais utilizando 
cavalos e mulas, transporte de cargas com o burro, para a força motriz os 
bois e para a alimentação com a vaca e seu leite utilizado no dia a dia e a 
carne para festas, os porcos propiciava a carne de uso cotidiano através 
dos embutidos e de sua banha e as galinhas que provia ovos e carne. Em 
menor quantidade, existiam criadores de coelho, pombas e peixes que 
52 
 
poderia incrementar na carne do dia a dia e as abelhas para a produção do 
mel (POSENATO, 1997). 
Alguns exemplos de construções para animais eram: curral, chiqueiro, 
galinheiro, coelheira, pombal, apiário para abelhas e pesqueiro 
(POSENATO, 1997): 
Alguns animais como os bovinos, equinos e asininos ficavam nos pastos 
cercados por arame farpado que possuíam cancelas, bifurcações em V, e 
quando os veículos foram se popularizando porteiras e mata burros eram 
usados (POSENATO, 1997). 
Alguns equipamentos de elaboração de produtos necessitavam de abrigos 
próprios como o moinho de fubá, fecularia, destilaria de cachaça, a casa de 
açúcar, oficinas destinadas a consertos e fabricação de equipamentos e 
utensílios e a barcaça para secar o cacau, precisavam ser protegidos das 
intemperes e dos animais (POSENATO, 1997). 
Os equipamentos auxiliares eram equipamentos de pequeno porte que 
ajudavam no processamento dos produtos agrícolas, não possuindo 
edificação separada e muito menos cobertura (POSENATO, 1997): 
Terreiro ou pátio era responsável por proporcionar uma unidade a todas as 
construções pertencentes ao lote, ser palco de atividades sociais, área de 
em que galináceos passavam o dia e para secagem dos grãos, como 
mostrado na Figura 11 (POSENATO, 1997). 
 
 
 
53 
 
Figura 11 – terreiro 
 
Fonte: PETRONE, 1962. 
Após colhido, o café deveria passar pelo processo de secagem ao sol, que 
consistia em espalhar no terreiro, processo esse que apesar de aparentar 
simples poderia ser um grande problema, já que o grão não poderia entrar 
em contato com o solo, lajota e cimento não era possível, faziam utilização 
de esteiras de taquara (POSENATO, 1997). 
Este terreiro, geralmente, seguia a frente da casa na fachada frontal, o 
depósito para armazenagem geralmente ficava no pavimento térreo, fora 
54 
 
isso não foi encontrado restos de maquinário que deveriam fazer o 
beneficiamento, o que leva a crer que nas primeiras décadas o café deveria 
sair em formato de fruta com casca e tudo (MUNIZ, 1989). 
2.3.2 Arquitetura Residencial 
Como pode-se ler anteriormente o governo do Brasil instalou os imigrantes 
europeus em pequenos lotes de mata virgem em que possuíam topografia 
acidentada, onde não se existiaestradas o suficiente e que os grandes 
latifundiários não possuíam menor interesse (POSENATO, 1997). 
No Espírito Santo, a topografia impossibilita o parcelamento do solo do 
modo tradicional que estavam fazendo em outras áreas, de forma que a 
testada do lote se encontrava nos cursos d’água, onde a terra é mais 
acessível e agricultáveis e os fundos voltados para as montanhas 
(POSENATO, 1997). 
Após a derrubada parcial da floresta, o imigrante possuía 6 meses para se 
edificar sua residência e fazer as primeiras plantações. Os terrenos, como 
mostrado na Figura 12 da página, possuíam, assim que possível, 302.500 
m², 275 m de frente para algum rio ou riacho, e 1.100 m de profundidade e 
geralmente terminaria para terras devolutas, possuindo assim entre 15 a 
30 hectares, porem a maioria estava entre 20 a 30 hectares. O dono da 
terra estava proibido de fazer comércio ou seguir a carreira de comerciante, 
a princípio, e deveria ser agricultor e viver do sustento de seu lote para 
quitar as dívidas (POSENATO, 1997). 
E é neste cenário que aconteceu a Arquitetura Residencial conforme 
mostrado na Figura 12 a seguir. 
 
55 
 
Figura 12 – Exemplo de distribuição dos lotes 
 
Fonte: PETRONE, 1962. 
 
2.3.2.1 Períodos da Arquitetura Residencial 
Segundo Posenato (1997) a trajetória dos imigrantes italianos no Estado foi 
bem estruturada em fases: dificuldade em se ocupar uma floresta; estrutura 
de produção consolidada; períodos que variavam da valorização até a 
decadência do café, estabelecendo um padrão de vida simples na região 
rural e finalizando com a vida atual. 
56 
 
As colônias italianas não começaram na mesma época pois eram criadas 
a partir da demanda, podendo ser oficiais, feitas pelo governo, ou privadas, 
o que fez com que as etapas não acontecessem em uma sequência de 
tempo linear e com rígidas demarcações. Além disso, diferentes estágios 
evolutivos coexistiram no mesmo território podendo existir recém chegados 
perto de moradores mais antigos, o que dependia da distância do local ao 
núcleo urbano mais próximo (POSENATO, 1997). 
Posenato (1997) aponta que, embora toda a colônia esteja em um certo 
nível de desenvolvimento parecido, as áreas mais remotas com mais 
obstáculos para locomoção eram mais afetadas em seu desenvolvimento. 
Posteriormente, quando as primeiras colônias consolidaram sua 
organização e possuíam certo grau de progresso e conforto, uma nova 
frente era aberta em meio a selva. Lá, os descendentes tinham que 
recomeçar do estágio inicial, retomando assim o ciclo. 
Nas novas frentes, devido ao progresso tecnológico, aliando as 
experiências adquiridas, o adensamento populacional em outras áreas e a 
existência de um mercado para a venda da produção acarretava intervalos 
menores de evolução. Em geral as construções provisórias aconteciam na 
primeira década de chegada, o período primitivo acontecia após a segunda 
década de chegada podendo ir até o fim do século 19, o Apogeu aconteceu 
no início do século 20 até a década de 40 e o Tardio da década de 40 até 
o fim de 70 chegando ao Contemporâneo que iniciou após dos anos 80 
(POSENATO, 1997). 
É de estrema importância saber as características de cada período, 
sabendo determinar qual foi as heranças italianas que tiveram suas 
adaptações ao meio e como o alastramento de técnicas tornou a arquitetura 
Espírito-Santense e a dos descendentes de imigrantes única (POSENATO, 
1997). 
57 
 
– 1º período – construções provisórias: 
No princípio, não se havia uma comunidade estruturada, faltando igrejas, 
médicos e hospitais, quando recém recebido o lote, o trabalho principal era 
a limpeza de determinadas áreas para a criação de pasto, onde colocaria 
as criações de vacas de leite, um burro ou mula para o transporte e um 
cavalo de sela para passeios, plantio do café, plantio de cereais e perto da 
casa principal a horta para as verduras do dia a dia (POSENATO, 1997). 
Este período é marcado pelo foco na produção agrícola, onde o trabalho 
estava em primeiro plano e a edificação familiar recebe uma secundaria 
preocupação, se tornando assim cabanas construídas com taipa de mão 
ou madeira verde com cobertura quase sempre em palha (POSENATO, 
1997). 
Figura 13 – Residência provisória construída no lote. 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
Por ser uma fase marcada pela ocupação e limpeza do território, esforço 
em fazer as primeiras produções agrícolas, a arquitetura só se desenvolveu 
após esse ciclo, por isso a primeira moradia possuía estrutura de madeira, 
paredes de estuque e com cobertura de palha, podendo ser escavadas no 
58 
 
solo, por não haver produção de tijolos, as paredes eram feitas de pau-a-
pique que após secas eram caiadas (POSENATO, 1997; MUNIZ, 2009). 
Com a baixa disponibilidade de ferramentas para todos a derrubada 
poderia demorar acontecer, tinha que esperar o mato secar e a queima 
acontecer, neste meio tempo os colonos empenhavam-se na melhoria de 
seus ranchos (POSENATO, 1997). 
O período em que aconteceu esta edificação foi, possivelmente, um dos 
mais difíceis para os imigrantes europeus recém chegados ao Brasil, onde 
por semanas e até meses, em que foram obrigados a viver em barracões e 
trabalhar na derrubada da floresta para se criar algum espaço para se viver 
(POSENATO, 1997). 
 
– 2º período – primitivo: 
As casas do período primitivo caracterizavam-se por serem, em sua 
maioria, térreas, com sala e dormitórios, a fundação era mais alta e a 
cozinha afastada do corpo principal da edificação, como mostrado na 
Figura 14 (POSENATO, 1997). 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Figura 14 – Residência característica do segundo período 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
Após as plantações estarem consolidadas e com abundância em 
alimentação, mesmo que não comercial, é que se começa a construção das 
casas permanentes, em que se estima-se que duraram entre 10 a 20 anos. 
São casas fabricadas em pedra bruta e taipa simplificada e cobertas por 
tábuas de madeira rachadas, a área da cozinha fica mais próximo ao chão 
e os quartos em áreas mais altas, para haver uma proteção maior contra 
possíveis invasores, como visto na Figura 15 (POSENATO, 1997). 
60 
 
Figura 15 – Residência característica do segundo período 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
Com o crescimento das famílias de forma constante, obrigou a melhorias 
nas acomodações e na cultura, foi marcado pela construção de casas, 
ampliação no plantio do café, melhoria nas áreas de pastagem, além da 
chegada de vacas e animais de carga (POSENATO, 1997). 
Com ajuda de machadinhas, serras, formão, martelo e pregos, a madeira, 
encontrada em grande quantidade nas florestas, foi a peça chave na 
construção das residências, indo desde as colunas de sustentação até a 
cobertura (POSENATO, 1997). 
A casa possuía de 8 m por 4 m e formava assim dois ambientes quadrados 
simples que eram cobertos posteriormente e apoiados em tabuas serradas, 
possuindo paredes de 16 a 17 cm de espessura e portas de 90 cm de 
largura por 1,80 m de altura e janelas simples e pequenas de 75 cm de 
largura e 1,10 m de altura, não possuindo vidros e nem fechaduras eram 
fechadas mais para afastar do frio do que por seguranças, já que eram em 
sua maioria pobres (POSENATO, 1997). 
61 
 
– 3º período – apogeu: 
O padrão estilístico de construção residencial deste período se 
desenvolveu quando as terras dos colonos pioneiros, agora mais velhos e 
já com filhos grandes para ajudar na lavoura, gerava lucro o suficiente para 
possibilitar manter um estilo de vida mais confortável (PETRONE, 1962). 
Contando com a mão-de-obra dos filhos adultos o patriarca era obrigado a 
providenciar uma casa de acordo com o tamanho da família e seguindo, de 
certa forma, as tradições norte-italianas, podendo acontecer durante o 
início da primeira metade do século 20 (POSENATO, 1997). 
Neste tempo as residências do período primitivo estavam em ruinas, 
necessitando a construçãode novas. Por se passar no mesmo período da 
prosperidade da cultura cafeeira, os pioneiros já conseguiam possuir 
cassas de 2 pavimentos, em alicerce de pedra ou madeira pouco afastado 
do solo, de esteios ou tijolos e com telhado em folhas de zinco 
(POSENATO, 1997). 
Com maior força, as influências culturais se intensificaram e tornaram as 
construções cada vez mais parecidas com as do norte da Itália, com 
prédios de maior porte e imponentes de todo o ciclo. Possuindo 
determinadas características mostradas na Figura 16 a baixo 
(POSENATO,1997).
62 
 
Figura 16 – Residência característica do terceiro período 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
63 
 
Petrone (1962) quando fala das características das residências cita 
casarões grandes que chegava ter dois pavimentos, onde a residência se 
localizaria no primeiro pavimento, sendo acessada ou por escada externa 
que dava em um balcão ou interna a partir do porão, e o térreo poderia ser 
utilizado como depósito, estabulo e outras partes da casa. 
O telhado variava entre duas a quatro águas, reafirma a possibilidade de 
se ter um porão que poderia ser aberto ou fechado e utilizado como celeiro 
e o sótão, falado como sendo o verdadeiro segundo pavimento, poderia 
abrigar quartos ou um depósito dependendo da quantidade de pessoas que 
morassem nesta casa, fala da influência que a terra natal tinha no modo de 
construção (PETRONE, 1962). 
Com a passagem das fases com miséria e dificuldades do início, deu-se 
lugar a fartura e prosperidade. Com isso a casa passa a sérum monumento 
sinônimo, mesmo que inconsciente, da autoconfiança mostrando 
semelhanças com as tradições da terra natal, simbolizando assim a 
emoção da propriedade da terra e o orgulho da liberdade, vivida ao seu 
máximo (POSENATO, 1997). 
 
– 4º período – tardio: 
Este período, que se passa na metade do século 20, se caracterizou pelas 
construções dos descendentes nascidos em solo brasileiro, que possuindo 
como sua única realidade pessoal a experiencia de viver no Brasil, já para 
os mais velhos, quanto maior e mais imponente a casa fosse mais provava 
que o passado de pobrezas se devia a diversidade ambiental encontrada e 
não a falta de valor pessoal. Entretanto a sede de provar o sucesso pessoal 
já havia deixada para trás (POSENATO, 1997). 
 
64 
 
O período tardio foi marcado pela queda arquitetônica do estilo italiano 
enfrentado em seu apogeu, passando a construir casas menores com 
técnicas de construção menos diversas e refinadas (POSENATO, 1997). 
Após a empolgação do cultivo do café ser bem sucedida em seguida é 
marcado por uma crise, e com a escassez de recursos passa a não valer a 
pena utilizar-se de materiais industrializados que precisavam ser pagos, se 
dando valor assim as soluções manuais. Neste período, o prego se torna o 
único material industrializado a ser obrigatório, revelando a base agrícola 
dessas construções e a falta de industrialização presente no estado 
(POSENATO, 1997). 
A casa do período tardio que foi mais usada pelas comunidades rurais do 
estado, em várias etnias, possuía pilotis até mesmo na italiana, se podia 
notar a semelhança sendo marca desta época. Mesmo que completamente 
manual, era caracterizada mostradas nas Figuras 17, 18 e 19 abaixo 
(POSENATO, 1997). 
Figura 17 – Residência característica do quarto período 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
65 
 
Figura 18 – Influência italiana na residência do quarto período 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
 
Figura 19 – Desenho esquemático da residência do quarto período 
 
Fonte: POSENATO, 1997. 
66 
 
Esta casa cumpre uma função somente de ser uma residência, mesmo que 
alguns cômodos possam a ser depósito e mudar de finalidade de quarto no 
futuro, não existindo espaços internos planejados especificamente para 
elaboração de produtos ou armazenagem, quando não possuindo sótão, 
podia-se existir um forro e sempre se deixa o espaço do telhado sem 
interferência (POSENATO, 1997). 
 
– A arquitetura rural atual: 
A arquitetura rural contemporânea dos sucessores de imigrantes italianos, 
começou no final do século 20 e persiste até os dias atuais, reforça o uso 
de materiais industrializados, apesar de serem novos, a influência 
organizacional interna e forma externa segue as características formais das 
gerações anteriores. São casas tradicionais com telhado que se 
incorporaram a moda de multiplicar a quantidade de águas e se tem a 
integração da cozinha com o corpo da casa (POSENATO, 1997). 
A casa com terraço se tornou um novo estereótipo, seguindo um estilo 
caixotinho, se destaca com a concepção espacial diferente, com 
características únicas mostradas na Figura 20 abaixo (POSENATO, 1997). 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
Figura 20 – Residência na arquitetura rural atual 
 
Fonte: POSENATO, 1997, com imagem de arquivo pessoal, 2021. 
Esta edificação se popularizou por ter um melhor aproveitamento do 
espaço aliado a um melhor conforto térmico (POSENATO, 1997) 
 
2.3.3 Arquitetura Comercial 
Através das características peculiares da estrutura produtiva da área 
possuía, a capacidade produtiva possuía uma relação estreita entre o 
potencial trabalhador da unidade familiar, acarretando uma colheita menor 
gerando um lucro para subsistência familiar e sem geração de um acúmulo 
do capital (BERGAMIM, 2016). 
Os únicos com alguma chance de enriquecer a partir do acúmulo do capital, 
em meio as colônias, era os comerciantes, pois todo fruto do trabalho tinha 
o destino a esses estabelecimentos, indo em busca de sanar suas 
necessidades a preços de monopólio (POSENATO, 1997). 
68 
 
As vendas se integravam em uma rede de casas comerciais, que possuíam 
a função de comprar o café dos produtores para gerar créditos ao colono 
que gastava em mercadorias do local. Estes locais comercializavam em 
troca de produtos com casas maiores, que consecutivamente vendiam as 
grandes comerciantes da capital que lidavam com o comércio internacional 
em troca de produtos necessários para a economia da capitania 
(BERGAMIM, 2016). 
Em resumo a sociedade econômica possuía figuras como: o colono que 
possuía uma pequena venda local, o negociante ambulante, o comerciante 
de médio porte que intermediava a comunicação e o de grande porte que 
ficava encarregado das transações internacionais (BERGAMIM, 2016). 
Trabalhando na forma da troca, o agricultor utilizava sua produção para 
aquisição de mercadorias, podendo endividar a colheita de anos para poder 
quitar as cadernetas de crédito/débito. Muitos comerciantes pagavam 
menos do que valia na compra da produção e quando ia vender algum 
produto se elevava os preços causando uma injusta desproporção entre o 
valor real do produto e o praticado no dia a dia (POSENATO, 1997). 
De forma resumida, as vendas eram edificações comerciais, de preferência 
em perímetro rural, onde na maioria das vezes, poderia ter seu uso 
misturado com a residência do dono do comércio. As atividades comerciais 
se localizam na parte frontal do térreo e consecutivamente a zona privada 
familiar, a cozinha neste caso tinha que atender às duas atividades 
(POSENATO, 1997). 
Além de ser bar com restaurante, oferece também todos os itens que fosse 
necessário como: sorveteria, café, padaria, assim como tecidos, calçados, 
chapéus, ferragem, armarinho, bebidas e remédios, podendo se haver 
especialização em um ramo exclusivo, como as farmácias. Em locais que 
69 
 
poderia receber pessoas de localidades distantes, estas vendas possuíam 
hospedaria e espaço para os animais (POSENATO, 1997). 
As vendas se distinguiam na paisagem residencial pela existência de mais 
de uma porta em sua fachada, possuindo estreitas aberturas, em madeira 
e com fechamento rústico através de uma ripa de madeira fixada na parte 
internada construção, o elevado grau de sofisticação em sua edificação, 
indicava o nível econômico mais alto em comparação dos pequenos 
comerciantes nas comunidadesde imigrantes, como mostrado na Figura 
21. (POSENATO, 1997). 
Quanto maior o seu porte, cada vez maior é a tendência de se distanciar 
das características herdadas dos imigrantes e mais se parecer com os 
padrões encontrados no perímetro urbano (POSENATO, 1997). 
Figura 21 – Venda em Santa Tereza, 1900 
 
Fonte: GROSSELLI, 2008. 
70 
 
O dono do estabelecimento, geralmente, possuía sua propriedade com 
localização privilegiada, se comparada as vizinhas, podendo ser em 
encruzilhadas, ter fácil acesso e ou ser instalada em um povoado pequeno 
(PETRONE, 1962). 
Em sua maioria eram possuidores de máquinas beneficiadoras de café que 
ficavam com parte da produção em troca da torra do grão, coisa que ainda 
acontece atualmente, o comerciante naquela época poderia atender 
colônias até quatro horas de marcha de tropa e cada asno poderia carregar 
até três sacos e meio podendo oferecer atividades de “pilação” e frete que 
as vezes não possuíam o destino a venda do grão (PETRONE, 1962). 
Outra edificação importante para a socialização dos imigrantes, embora 
geralmente pertencesse a particulares ou donos de vendas, era a cancha, 
local onde se jogava a bocha. Muitos comerciantes procuravam construir 
ao lado de sua edificação como incentivo a permanência dos clientes, mas, 
também poderiam ser construídas no entorno de igrejas possuíam um 
telhado simples sem fechamento vertical, podendo ser de telha cerâmica e 
possuir teto baixo e geralmente não seguindo nenhuma regra oficial da 
federação para a sua construção (POSENATO, 1997). 
Figura 22 – Campo de bocha pertencente ao bar e mercearia do Aloir 
Comério 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
71 
 
2.3.4 Técnicas Construtivas 
Como dito anteriormente, a capacidade da adaptabilidade ao meio é a 
característica mais notável dos italianos, sua criatividade na utilização dos 
recursos a disposição gerando soluções não se limitava em copiar um 
padrão básico, buscando assim em agregar novos materiais, 
ensinamentos, conceitos, tecnologias e arranjos espaciais (POSENATO, 
1997). 
A arquitetura ítalo-espírito-santense sofreu algumas influências externas na 
cultura italiana, como a luso-brasileira que foi estabelecida em terras 
adjacentes com o pau-a-pique, a caiação e as varandas, e dos estilos 
históricos que se limitaram a arquitetura religiosa, com a renascença e o 
barroco, categorizados os mais notáveis no patrimônio arquitetônico 
religioso italiano atras do românico, o barroco lusitano e o gótico que se 
limitou aos arcos ogivais (POSENATO, 1997). 
As casas têm uma trajetória na utilização dos materiais, as primeiras eram 
feitas quase totalmente em madeira como consequência da grande área 
florestal encontrada quando chegaram, após a integração com os luso-
brasileiros ao passar do tempo passaram a integrar o pau-a-pique nas 
edificações, o tijolo só foi utilizado no processo construtivo quando as 
primeiras olarias se instalaram na redondeza, a madeira e o pau-a-pique 
passaram a ficar somente nas edificações anexas (PETRONE, 1962). 
Da Mata Atlântica era possível encontrar a matéria-prima básica para a 
construção, a “madeira de lei” era utilizada na parte estrutural, pisos e 
esquadrias, quando fossem finos e roliços seriam utilizados no gradeado 
que sustente o pau-a-pique, os cipós eram para amarrar o gradeado, nos 
abrigos temporários era utilizada as folhas de palmeiras que logo foram 
substituídas por telhas de madeira (MUNIZ, 2009). 
72 
 
As alvenarias poderiam ser feitas de pau-a-pique ou taipa de mão, e de 
tijolos maciços. Também conhecida como taipa de sopapo, taipa de sebe 
ou estuque, o pau-a-pique pode-se definir como um tipo de vedação em 
que madeiras roliças e finas de cerne compacto são posicionadas na 
vertical, como os barrotes, e horizontais, como as ripas que são fixadas 
com cipós (MUNIZ, 1989). Esta técnica que foi utilizada pelos imigrantes 
italianos por influência da população luso-brasileira local, a qual foi 
assimilada da tradição africana, assim como outras diversas aquisições 
(POSENATO, 1997). Era utilizada na vedação internas e externas das 
residências mais modestas e térreas que possuíam teto baixo, piso de terra 
e cobertura em palha (MUNIZ, 2009). 
Após o processo de fabricação da estrutura se atira o barro dos dois lados 
ao mesmo tempo para sua melhor fixação, assim como as paredes de 
pedra, devem ser revestidas de argamassa feita de barro, areia e cal em 
que são finalizadas com tinta à base de cal (MUNIZ, 1989). 
Antes da construção deste tipo de fechamento vertical deve-se preparar 
uma fundação que poderá ser ou em tijolos ou de pedra, porém os dois 
tipos devem ter no mínimo 30 cm de altura, como visto no número 1 da 
Figura 23 abaixo, as juntas existentes devem ser impermeabilizadas, 
número 2 da Figura abaixo, e as quinas e coroamentos devem possuir 
reforço de madeira ou bambu, número 3 da Figura (LENGEN, 2009). 
73 
 
Figura 23 – Recomendações pau-a-pique 
 
Fonte: LENGEN, 2009. 
A trama é feita com varas, taquaras, bambus inteiros ou partidos e aplicava-
se terra nesta estrutura, como se vê na Figura 24 a seguir (LENGEN, 2009). 
 
Figura 24 – Estrutura para receber a terra 
 
Fonte: LENGEN, 2009. 
Para a fabricação dos tijolos usados nas construções, geralmente, utilizava-
se o barro originário do próprio terreno, sendo assim havia a necessidade 
de certa cautela na escolha para que o produto final obtivesse uma certa 
qualidade. 
Segundo Lengen (2014), o material poderia ser catalogado como pobre ou 
rico conforme a proporção de argila e areia. Quanto mais rica em argila 
mais areia deveria ser incorporada para o balanceamento. Quando é 
denominado pobre, incorporava-se mais argila à mistura (LENGEN, 2014). 
74 
 
Após ser escolhida, a terra passava por testes de: cor, em que as melhores 
possuíam coloração de vermelha/castanha a amarelo-claro; odor, terra 
cheirando a mofo possui traço de vegetação; mordedura, não rangendo é 
argilosa, rangendo pouco é limosa e muito é arenosa; sedimentação; 
contração e da tira (LENGEN, 2014). 
Antes de ser levado as formas, a mistura deveria ser amassada, molhada 
e deixada em descanso por três dias. Após esse tempo acrescenta-se mais 
água, para que fique flexível e assim seja colocado nos moldes de madeira 
impermeabilizada ou metal, apertadas e desenformadas com cautela. A 
parte da secagem deveria acontecer de um a dois dias, sempre a sombra, 
e o tempo de cozimento variava de acordo com o clima do local. 
Quanto à configuração estrutural das paredes, Lengen (2014) descreve as 
seguintes formas: meia vez e uma vez, de acordo com a posição que os 
tijolos são colocados. 
– Parede de meia vez: 
Esta tipologia segue uma forma simplificada onde a largura do tijolo é a 
espessura da parede e sua finalidade é ser mais estreita, podendo seguir 
o padrão contra fiado. 
Figura 25 – Parede de meia vez contra fiado 
 
Fonte: LENGEN, 2014. 
75 
 
– Parede de uma vez: 
Esta tipologia possui paredes mais grossas, onde o comprimento do tijolo 
que define a espessura da parede, geralmente utilizada em partes que 
terão acesso direto com o exterior e pode ter diversos padrões. 
Figura 26 – Parede de uma vez 
 
Fonte: LENGEN, 2014. 
 
Figura 27 – Variação de padrão - parede de uma vez. 
 
Fonte: LENGEN, 2014. 
No que diz respeito ao acabamento das alvenarias, Muniz (1989) enfatiza 
que elas eram pintadas com tinta à base de cal tanto no interior quanto ao 
exterior. E, em determinadas construções ainda existem vestígios de que 
poderia possuir diversas cores além do branco (MUNIZ, 1989). 
76 
 
Com relação a cobertura, poderia ser de duas ou quatro águas. Seu 
material variava, podendo ser de zinco, madeira, mais especificamente a 
braúna, ou tipo francês que poderia ser em argila ou cimento (PETRONE, 
1962). 
A parte estrutural, em sua maioria consistia em madeira que eram 
posicionadas em tesouras, que variavamdo simples ao mais complexo, já 
na cobertura telhas de barro em estilo capa e canal eram as mais comuns 
em determinadas áreas, porém em outras à tipo francês era mais utilizada, 
como se pode ver na Figura 28 da página seguinte, como o modo de 
fabricação era todo artesanal as telhas poderiam variar de uma para outra, 
mudando sua curvatura (MUNIZ, 1989). 
Figura 28 – Cobertura com telha tipo francês 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
Em algumas edificações poderiam ser encontradas escadas externas, 
geralmente, construídas com estrutura em pedra, podendo receber 
concreto no passar do tempo, como na Figura 29. Seus degraus poderiam 
variar de 19 a 21 cm em sua altura, seu guarda corpo eram em paredes 
laterais, somente os mais ricos poderiam investir em gradil de ferro (MUNIZ, 
1989). 
 
77 
 
Figura 29 – Exemplo de escada externa. 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
As escadas internas, em sua maioria, eram em madeira, desde a estrutura 
até o acabamento dos degraus, porém eram mais raros de serem 
encontrados (MUNIZ, 1989). 
 
3 ARQUITETURA RURAL EM SÃO GABRIEL DE BAUNILHA 
Ressaltando que o presente trabalho contou com a dificuldade na obtenção 
de autores que discursassem sobre a arquitetura rural no estado do Espírito 
Santo, e por isso admito a importância dos seguintes autores: Júlio 
Posenato e Maria Izabel Perini Muniz que traçaram a base do referencial 
teórico deste trabalho de conclusão de curso. Em consequência disso a 
ficha catalográfica baseou-se estritamente no livro “Arquitetura Rural do 
Século XIX no Espírito Santo”, de Izabel Perini Muniz. 
O território objeto desta pesquisa está situado ao sul do Município de 
Colatina (Figura 30), norte do Espírito Santo. E, conforme divisão 
administrativa, compreende as regiões de São Gabriel de Baunilha e Alto 
São Gabriel. Ambos os povoados possuem conexões entre seus costumes, 
famílias e histórias, o que os fazem ser considerados um único lugar. Desta 
78 
 
forma, neste trabalho, a região demarcada na Figura 30, será designada 
simplesmente por São Gabriel de Baunilha. 
Figura 30 – Localização da área de estudo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos da Prefeitura Municipal de Colatina ES. 
 
O estado é banhado por três bacias hidrográficas principais: a do Doce, 
litorâneas do Espírito Santo e de São Mateus e outros. O município de 
Colatina se encontra localizado em sua totalidade na bacia do Rio Doce, 
sendo cortado ao meio pelo próprio rio que leva este nome. 
A área de estudo é banhada por somente por uma pequena porção de um 
rio, como pode-se ver na Figura 31 abaixo, denominado Rio Pau Gigante e 
por diversos córregos catalogados, em destaque para o córrego São 
Gabriel que corta tora a região de estudo e dá o nome ao lugar, e pelo 
Palmital, Bom Jesus e Baixa Grande e outros que não tiveram seu nome 
categorizado. 
 
79 
 
Figura 31 – Bacia Hidrográfica da área de estudo 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
Como pode-se ver na Figura 32 na página seguinte, atualmente a área de 
estudo conta com um grande trecho coberto por pastagem que foram 
abertas em plena Mata Atlântica e pequenas zonas de cobertura vegetal 
que se caracterizam por ter a sua maior parte em estado de regeneração, 
mostrando o grau de desmatamento presente neste local até o ano de 
2012.
80 
 
Figura 32 – Vegetação atual da área de estudo – 2012 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
Segundo Moraes (1954), o município de Colatina teve sua formação 
marcada pelo modelo “cidade-cruzamento”. Este modelo é marcado pelo 
cruzamento de duas ou mais vias de transporte, em que a sede é formada 
em volta da mudança de via de locomoção, podendo ser de mercadorias e 
pessoas. 
Na prática os trilhos da estrada de ferro Vitória-Minas aceleraram o 
desenvolvimento do antigo “Barracão de Santa Maria” atual município de 
Colatina, interligado a estrada férrea as estradas rodoviárias. A região 
estudada recebeu, em parte, incentivo vindo da ferrovia Vitória-Minas 
durante a época em que a maria fumaça cortava a localidade. 
 
81 
 
Na busca por contar a história da região compreendida entre São Gabriel 
de Baunilha e Alto São Gabriel, deparei-me com a dificuldade em encontrar 
informações sobre a história do local. Esse fato se deve à falta de 
documentos escritos e publicados que falavam da localidade, se limitando 
a pequenas falas redigidas em uma revista, que tratava da região de 
Baunilha como um todo. 
Segundo publicado na Revista Nossa Especial de 1986, o começo do 
povoamento de Baunilha se baseava na chegada de imigrantes vindo do 
sul do estado, que em maior número se destacava por Italianos, porém 
também vieram alemães, poloneses, austríacos, franceses, portugueses e 
espanhóis. 
Dando um salto temporal, a Revista Nossa Especial (1986), em ou8utra 
matéria, fala que Baunilha parou no tempo, culpando assim, seguindo a 
opinião popular, a erradicação dos cafezais ultrapassados, na ótica 
governamental, por um tipo de plantio mais moderno que fosse mais 
produtivo, que acarretou um pessimismo sobre o futuro do local. Com isso, 
próximo a década de 50, houve um movimento migratório, onde poucas 
famílias persistiram, restando memórias desse tempo. 
O valor histórico e geográfico das localidades rurais se perde ao passo em 
que os mais idosos moradores do lugarejo envelhecem e morrem, deixa-se 
para traz a cultura e os conhecimentos técnicos na história das edificações 
rurais que gerações futuras nunca saberiam sem sua catalogação efetiva e 
a sensibilização dos moradores locais quanto a história viva existente nas 
residências antigas. 
Atualmente o território de São Gabriel de Baunilha conta com três locais de 
extração de pedra granítica, como mostra a Figura 33 que possui dados de 
2012, e com a maior parte do cultivo dedicado ao café apesar da grande 
parte da área ser dedicada a pastagem, como mostra a Figura 32 mostrada 
82 
 
anteriormente. 
Figura 33 – Áreas cultiváveis e extração de pedra granítica – 2012 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema Integrado de Bases 
Geoespaciais do Estado do Espírito Santo (GEOBASES) 
As pedreiras existentes são: Marbrasa, Granfort e Pedra preta, como 
mostra a Figura 34 a seguir. 
83 
 
Figura 34 – Pedreiras existentes para a extração de pedra granítica 
 
Fonte: Feito pelo autor com dados provenientes do Google Earth. 
Segundo dados provenientes do Sistema de Informações Geográficas da 
Mineração SIGMINE/2021, mostrados na Figura 35 a seguir, novas áreas 
de extração foram requeridas transformando assim a área de estudo terra 
fértil para novas frentes de extração granítica surgirem. 
 
84 
 
Figura 35 – Pedreiras existentes para a extração de pedra granítica 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Sistema de Informações Geográficas 
da Mineração SIGMINE/2021 
Atualmente, como pode-se ver na Figura 36 a seguir, o percentual de 
lavouras permanentes no município de Colatina é muito maior ao de 
temporárias, fazendo com que o agricultor deste local dependa mais da 
compra de produtos para suprir suas necessidades básicas em comércios. 
85 
 
Figura 36 – Percentual de lavouras por hectare em Colatina ES 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE) 2017 
Comparando o município de Colatina aos demais, na Figura 39 a seguir, 
pode-se considerar que está localidade se encontra entre os maiores 
produtores de café atualmente no estado, ultrapassando a marca de 18.000 
toneladas de café produzido em 2021, formando um cinturão de produtores 
na região central–norte do estado. 
Olhando o histórico cafeeiro na Figura 39 a seguir, que durante o período 
analisado,entre 2004 a 2021 a quantidade de café produzido só tendeu a 
crescer, apesar do declínio em 2016/2017, comparando com a Figura 37 a 
seguir, que fala de todo o estado, houve um expressivo aumento na 
exportação em comparação aos primeiros anos de colonização do estado. 
86 
 
Figura 37 – Exportação do café no Espírito Santo 1845/1874 (Kg) 
 
Fonte: GROSSELLI, 2008. 
 
A Figura 38 e 40 a seguir, somente confirma o fato que os produtores estão 
voltando a investir no cultivo, pois a quantidade de hectares plantada 
seguiu a mesma tendencia da Figura 39 a seguir. 
Figura 38 – Quantidade de café produzido em Colatina ES 2004/2021 
(tonelada) 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 
 
 
87 
 
Figura 39 – Quantidade de café produzido em Colatina ES 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 
 
Figura 40 – Área colhida de café em Colatina ES (hectare) 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 
88 
 
Os gráficos das Figuras 41 e 42 abaixo, se complementam ao falar que 
houve um aumento na qualidade da produção e no rendimento médio da 
produção de café em relação a Kg/ha pois na Figura 41 a seguir, confirma 
um aumento no valor desta produção no passar do tempo, e com tendencia 
somente a aumentar. 
Figura 41 – O valor da produção de café em Colatina ES (R$ x1000) 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 
 
Figura 42 – Rendimento médio da produção de café em Colatina ES 
(Kg/ha) 
 
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2021 
 
 
89 
 
Analisando os dados acima pode-se perceber um árduo trabalho na 
melhoria genética e das técnicas de cultivo do café por empresas como a 
EMBRAPA Café, que já está surtindo efeito atualmente no cotidiano do 
produtor, a um passo que se continuar a tendencia é somente a melhora 
do valor da produção e levando a mais produtores investirem no plantio 
desta cultura. 
Analisando a Figura 43 a seguir, se pode ter um parâmetro mais atualizado 
da relação de quantidade de florestas naturais, naturais de Área de 
Proteção Permanente e de florestas plantadas com a quantidade de 
pastagem desmatada, pois nesta região não possui este tipo de áreas de 
forma natural. 
Figura 43 – Percentual de matas ou florestas por hectare em relação a 
pastagem – Colatina ES 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), 2017 
A relação entre mata e pastagem segue uma linha tênue, pois se não fosse 
a existência da obrigação de áreas de reserva permanente legal toda a 
mata atlântica já estaria erradicada em certos municípios, levando em conta 
90 
 
que nesta área não necessariamente haverá mata, que segundo a lei deve 
ser protegida. Deveria existir algum incentivo governamental para que mais 
áreas sejam destinadas ao plantio de florestas. 
Segundo o gráfico da Figura 44 a seguir, dentro deste percentual de 
pastagens 89% se encontram em boas condições, 11% em más condições 
e 0% são definidas como naturais deste município. Ou seja, segundo a 
Figura 43 a seguir vista anteriormente, estes 71% de pastagem era de mata 
nativa que foi extraída. 
Figura 44 – Percentual de pastagens por hectare – Colatina ES 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), 2017 
 
O gráfico da Figura 45 a seguir mostra a relação de porcentagem na 
pecuária no município de Colatina. A produção que mais se destaca, até 
2017, é de bovinos e galináceos, seguindo por suínos e equinos. 
 
91 
 
Figura 45 – Percentual de pecuária por cabeça – Colatina ES 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE), 2017 
 
3.1 LOCALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES 
O local em que é inserida a edificação vai ditar os materiais e as 
características que a mesma deve ter, por isso cada edificação construída 
carrega marcas do período histórico, da sociedade e economia em que foi 
inserida. Sendo assim a integração com o entorno fala a perspectiva que a 
família teve, como: ostentar riquezas, se camuflar, ser vista de longe, entre 
outras. 
Este estudo tenta entender as motivações dos padrões encontrados nas 
edificações selecionadas (Figura 46) como, a direção das aberturas e seus 
tamanhos aliado a vivência cotidiana de possíveis moradores ao redor. 
 
 
92 
 
Figura 46 – Localização da área de estudo. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Google Earth e da Prefeitura 
Municipal de Colatina ES, 2022 – Casa da Família Solto 
 
A Figura 47 a seguir, mostra a localização do lote perante o seu redor e 
com pontos de referência existentes atualmente. As vias de acesso são 
formadas pelo encontro de duas importantes estradas, que não possuem 
nome, são pavimentadas com bloqueie sextavado em certo trecho. 
 
 
 
 
 
 
93 
 
Figura 47 – Localização da casa da família Solto 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Google Earth. 
 
A fachada oeste, mostrado na Figura 49, dá para um bar e mercearia, e 
está em uma rua muito importante que corta todo o território analisado, a 
fachada norte, mostrada na Figura 48, tem visão a um campo de bocha que 
tem como proprietário o comerciante do estabelecimento citado 
anteriormente. 
 
94 
 
Esta residência tem o histórico de abrigar uma venda em parte de sua 
construção, porém atualmente não se existe nenhum tipo de comércio 
nesta edificação. 
Figura 48 – Fachada 1 da casa da família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 49 – Fachada 2 da casa da família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
O modo de vida desta comunidade está associado as interações que 
acontecem neste pequeno centro, em que as pessoas socializam entre si 
nos bares existentes e no campo de bocha, como visto na Figuras 50 e 51. 
A residência possui muitos vizinhos perto e se localiza bem no centro de 
maior movimento de pessoas e carros desta região, como pode-se ver na 
Figura 47 anteriormente. 
95 
 
Figura 50 – Vista da fachada 1 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
 
Figura 51 – Vista da fachada 2 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
96 
 
– Casa da Família Baptista 
A Figura 52 a seguir mostra a localização do lote perante ao seu redor e 
com pontos de referência existentes atualmente. A fachada principal, 
mostrada na Figura 53 a seguir, dá para uma estrada de terra batida sendo 
a via de acesso principal e de pouco movimento que liga ao centro de maior 
população atual da área de estudo, mostrado na Figura 54. 
Figura 52 – Localização da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Google Earth
97 
 
Figura 53 – Fachada principal da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 54 – Estado da estrada de acesso da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
Na redondeza possui uma igreja de São João Batista que contempla a 
comunidade de São Gabriel de Baunilha somente e ruinas de um antigo 
curral desativado, mostrada na Figura 55, seguindo esta estrada na direção 
leste se encontra o centro de comércio citado no tópico anterior e ao norte 
uma pedreira chamada Marbrasa, mostrada na Figura 56, que fica no 
98 
 
terreno dos donos desta residência. 
Figura 55 – Vista da igreja e do curral pela lateral esquerda da casa. 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 56 – Parte da pedreira que se pode ver dos fundos da residência 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
O modo de vida dos moradores desta casa á mais pacato, talvez 
influenciado pelas vistas existentes, mostradas nas Figuras 57 e 58, ou por 
atualmente, se tratar de duas senhoras idosas, em que nas poucas saídas 
que fazem é em relação a celebrações que acontecem na própria igrejinha 
99 
 
citada anteriormente.Os vizinhos mais próximos se localizam no pequeno 
centro de comércio citado anteriormente, não sendo muito próximo a 
edificação. 
Figura 57 – Vista da fachada frontal e traseira 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
Figura 58 – Vista da janela da lateral esquerda e direita 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
 
100 
 
– Casa da Família Pertel 
A Figura 59 mostra a localização do lote perante o seu redor e com pontos 
de referência existentes atualmente. Localizada muito próximo a residência 
da família Solto (Figura 60), sendo até consideradas vizinhas, de certa 
forma. Construída no centro de maior população atual da área de estudo é 
acessada por uma rua sem nome, exposta na Figura 61, que corta todo o 
território estudado e é a principal via de acesso ao interior da região, a via 
de acesso é pavimentada com bloqueie sextavado em certo trecho. 
Figura 59 – Localização da casa da Família Pertel 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Google Earth
101 
 
Figura 60 – Fachada principal da casa da Família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 61 – Estado da estrada de acesso da casa da Família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
A fachada principal (Figura 60) se vira para outra residência, uma pequena 
rua não nomeada e uma construção que geralmente abriga algumas festas 
particulares ou da comunidade, como mostrada na Figura 62. 
O modo de vida dos moradores está relacionado a movimentação dos 
bares ao redor, sendo um deles vizinho à direita do lote, e na observação 
do cotidiano através da varanda frontal com vista para a rua (Figura 62). 
102 
 
Por possuir vizinhos muito próximo, a interação é inevitável fazendo com 
que laços familiares e de amizade se formem. 
Figura 62 – Vista frontal da casa da Família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
– Casa em Ruínas 
A Figura 63 mostra a localização do lote perante ao seu redor e com pontos 
de referência existentes atualmente. A residência (Figura 65) localizada na 
parte territorial considerada pelo município de Alto São Gabriel, em sua 
proximidade existe um curral que se distancia da residência por uma 
estrada, de terra batida, muito importante que corta toda a região estudada, 
a qual começa no pequeno centro em São Gabriel de Baunilha, que é 
nomeado “patrimônio” pelos moradores. 
 
 
 
 
 
103 
 
Figura 63 – Localização da casa em Ruínas 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos do Google Earth 
 
Localizada na parte territorial considerada pelo município de Alto São 
Gabriel, tem como acesso principal uma estrada de terra batida, mostrada 
na Figura 64, não catalogada, que corta todo o território. 
 
 
 
 
 
 
104 
 
Figura 64 – Estado da estrada de acesso da casa em Ruínas 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
A fachada principal (Figura 65), está virada a esta estrada, porém o acesso 
é feito por uma porteira localizada ao sul do lote destacado na Figura 66. 
 
Figura 65 – Fachada principal da casa em ruínas. 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
Por não existir moradores residentes nesta edificação, dado o estado de 
abandono da residência nas Figuras 66, 67 e 68, não dá para identificar um 
modo de vida padrão dos possíveis moradores desta edificação. Porém 
105 
 
após analisar outros moradores do Alto São Gabriel pode tem uma 
perspectiva do trabalho na terra como forma de subsistência e outros 
produtos são comprados no “patrimônio” ou no centro de Colatina. 
Figura 66 – Detalhe da estrada de acesso a residência 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 67 – Vista da fachada frontal e traseira 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
106 
 
Figura 68 – Vista da fachada esquerda 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
Os vizinhos mais próximos se localizam a um raio de 1 km ao sul perto da 
igreja de São Gabriel Arcanjo, conhecida por ser a “igreja do Alto” e 0,5 Km 
de raio a capelinha de Santa Luzia, seguindo a direção da BR 259, sendo 
assim uma construção mais reclusa e sem vizinhos diretos. 
 
3.2 TIPOLOGIAS DE EDIFICAÇÕES ENCONTRADAS 
As edificações são compostas basicamente de volumes geométricos que 
podem ou não se cruzar. O volume possui três principais características 
principais o comprimento, largura e profundidade A análise descrita é feita 
com base no levantamento in loco o qual gerou as plantas baixas 
residenciais descritas posteriormente. levando em conta um volume único 
a construção analisada. 
Para a melhor compreensão, a análise é dividida em: casa comércio; casa 
em planta quadrada e casa de planta em “L”, avaliando sua configuração 
inicial de planta baixa e disposição dos cômodos. Será excluída possíveis 
adições feitas durante os anos que possa descaracterizar o contexto da 
geometria geral do modelo em planta. 
107 
 
Dentro dos tópicos citados acima existe uma divisão em que se explica 
cada edificação catalogada que se adeque aos parâmetros exigidos ao 
tópico que pertence. 
3.2.1 Casa com comércio 
Esta região analisada se destaca com as casas de comércio, onde o dono 
dividia a construção em área residência e comercial, onde a cozinha 
deveria atender a ambas as utilizações. 
O comércio em sua maioria contém bar e mercearia, onde vende todos os 
itens que o proprietário achasse necessário disponibilizar a venda, variando 
desde sorveteria, passando por farmácia e indo até venda de tecidos e 
calçados 
– Casa da Família Solto 
A área residencial era acessada pelo quintal traseiro, Figura 69, ou por uma 
porta que acessava a rua lateral ao campo de bocha na Figura 70, a área 
comercial era acessada pela rua frontal e da visão ao campo de bocha 
(Figuras 69 e 71), e com duas portas de acesso e na rua lateral (Figuras 70 
e 71), com mais duas portas que davam acesso. 
Figura 69 – Fachada 1 da casa da família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
108 
 
Figura 70 – Fachada 2 da casa da família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 71 – Portas de acesso a edificação da casa da Família Solto 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
A planta baixa da Figura 72 abaixo, possui na data de coleta dos dados, 
aproximadamente 90,63 m² e mostra como poderia ser a demarcação dos 
cômodos da edificação em sua época de uso. 
 
 
109 
 
Figura 72 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa da Família Solto 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
Nesta edificação analisada existe uma separação física da residência e o 
comércio (Figura 70) mostrada na Figura 73, realça a importância do pilar 
pintado de branco (Figura 70), demarca visualmente ao transeunte onde 
começa e termina o comércio e a residência, pilar este que se repete no 
outro lado da edificação como mostra a Figura 73. As duas áreas se 
comunicavam por duas portas que acessavam as salas de estar e jantar da 
área residencial. 
Figura 73 – Divisão residência x comércio da casa da Família Solto. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
110 
 
A Figura 74 explica que os cômodos destinados ao descanso e que 
precisavam de uma privacidade maior, como os quartos, ficavam após as 
salas e o salão de comércio. Já a Figura 75 mostra os quartos por dentro, 
a 76 a cozinha e a 77 a área do comércio. Figura 74 – Graus de privacidade 
da casa da Família Solto. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
111 
 
Figura 75 – Quartos da casa, por ordem da planta baixa 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 76 – Área da cozinha em vista interna com detalhes 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
 
112 
 
Figura 77 – Área do comércio em vista interna 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Esta edificação possui a estrutura em vigas de madeiras, fechamento em 
tijolo maciço em fiada simples com portas e janelas feitas em madeira com 
fechamento em travessão,como mostra a Figura 78. 
Figura 78 – Detalhe da estrutura 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021 
113 
 
3.2.2 Casa de planta regular 
Para ser considerada uma casa de planta regular o volume único necessita 
possuir quatro lados principais, onde todas as necessidades são supridas 
sem levar em conta as adições feitas no decorrer do tempo. 
As residências analisadas neste tópico possuem características e períodos 
históricos divergentes, onde a residência Baptista é datada mais para o 
início do século 20 e a residência Pertel para o final deste mesmo século. 
Se diferindo tanto nos materiais empregados quanto nas técnicas 
utilizadas. 
– Casa da Família Baptista 
A residência possui três acessos ao todo, como mostrado na Figura 79, 
onde um era para visitas em que se acessava a sala de estar frontal e as 
outras duas eram de acesso pelos fundos da residência localizadas em 
ambos os lados da construção. 
Figura 79 – Portas de acesso a edificação da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
A planta baixa da Figura 80, possui na data de coleta dos dados, 
aproximadamente 163,91 m² sendo a maior construção catalogada dentre 
as escolhidas e mostra como poderia ser a demarcação dos cômodos da 
114 
 
edificação em uso. 
A agregação mais marcante se destaca pela construção de uma área de 
serviço e banheiro externo para funcionários (Figura 80), que por possuir 
materiais mais modernos e diferente dos utilizados anteriormente, destoa 
com a edificação principal mostrando uma quebra de rigidez da forma 
retangular destacada em sua planta baixa, como mostra a Figura 81. 
Figura 80 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa da Família 
Baptista 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
 
Figura 81 – Planta baixa com destaque da forma da casa da Família 
Baptista 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
115 
 
A residência possui uma divisão rígida demarcada pela espessura das 
paredes onde se demarca a área destinada aos aposentos privados 
familiares e a área destinada a cozinha e a serviços domésticos, mostrados 
na Figura 82. 
Figura 82 – Divisão aposentos familiares x área da cozinha e de serviço da 
casa da Família Baptista 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
Os quartos eram divididos em um maior, destinado aos pais, outros dois 
medianos (Figura 83) e um pequeno, onde eram acomodados os filhos, 
geralmente de dois em dois em cada quarto, demostrado pela mobília 
existente nos mesmos, o assoalho é em madeira original de construção. 
Figura 83 – Quarto mediano da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
116 
 
A sala de estar frontal (Figura 84) é destinada a visitas e a sala de jantar 
com estar (Figura 85) era destinada a reuniões dos moradores 
Figura 84 – Sala de estar frontal da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 85 – Sala de estar e jantar da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
117 
 
O banheiro compartimentado, visto na Figura 86, para que pudesse ser 
acessado por mais pessoas por vez é dividido por uma parede em área do 
chuveiro e área da bacia sanitária e pia. 
Figura 86 – Banheiro da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021– Casa da Família Pertel 
A residência possui dois tipos de acessos (Figura 87) o principal, com 
acesso a sala de estar/TV e jantar integrada e o de acesso direto a cozinha 
da morada, onde anteriormente se passa pela área de serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
118 
 
Figura 87 – Portas de acesso a edificação – Térreo da casa da família 
Pertel 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
As plantas baixas (Figura 88) possuem até a data de catalogação, área 
construída aproximada em 147,58 m² distribuída em dois pavimentos, 
sendo o segundo o terraço que dá nome a este tipo de construção como 
“casa com terraço”. Estas imagens citadas anteriormente mostram como 
poderia ser a demarcação dos cômodos da edificação em uso. 
Figura 88 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa da família Pertel 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
119 
 
A rigidez é mantida, como pode-se ver na Figura 89, mesmo com as 
mudanças do tempo através do desenho da planta baixa onde as quatro 
paredes principais se mantem determinando a forma rígida. 
Figura 89 – Planta baixa com destaque da forma da casa da família Pertel 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
A organização interna da construção se difere das analisadas com mais 
tempo de construção, onde na Figura 90 pode-se entender melhor os graus 
de permeabilidade discrepantes. As construções mais antigas tinham uma 
relação mais privativa com a salas de estar e jantar, já que as cozinhas, por 
serem grandes e abertas, eram o centro de convivência do externo com o 
interno e acabavam possuindo uma relação semiprivada. 
No tempo em que está tipologia residencial nasceu a cozinha tinha um laço 
mais estreito com o corpo da construção, já que os materiais empregados 
corriam menor chance de combustão, e as salas de estar e jantar um grau 
de grau de privacidade menor, o fazendo um local de acolhimento a pessoa 
externa a residência. A varanda é mantida em um grau público de 
acolhimento passageiro, onde acontecimentos externos ao lote chegam ao 
morador. 
 
 
120 
 
Figura 90 – Análise de graus de permeabilidade: segundo a história x 
segundo a realidade da construção 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
Os quartos são divididos em um maior direcionado aos pais, Figura 91, e 
um menor, onde a filha única do casal reside, Figura 92. 
 
Figura 91 – Quarto do casal em vista interna da casa da família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
121 
 
Figura 92 – Quarto da filha em vista interna da casa da família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
O banheiro (Figura 88) foi posicionado para atender as demandas tanto 
internas quanto externas a moradia, como em caso de festa. A área 
direcionada ao terraço era utilizada como área de serviço com varal, porém 
a filha do casal está construindo sua residência neste local. 
Figura 93 – Área do terraço em construção 
122 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
3.2.3 Casa de planta irregular. 
Este tipo de planta para ser considerada irregular necessita de dois 
retângulos grandes que se encostados possam configurar a planta em “L” 
ou em outra formação não convencional, porém necessita que adições 
sejam feitas com pequenos retângulos se ressaltando para que seja 
considerada uma planta irregular. Este volume necessita ser único e todas 
as necessidades dos moradores devem ser supridas nesta construção. 
 
– Casa da Família Solto – Casa com planta em “L” 
A planta baixa em questão possui um formato em “L” formado após a 
construção da copa/cozinha e a escada, a quebra do padrão retangular da 
forma veio com os acréscimos feitos com o passar do tempo na construção 
do banheiro externo, para atender as necessidades dos residentes. Na 
Figura 94 abaixo pode-se ter uma maior noção desta ruptura feita na forma 
padrão que original construída. 
 
123 
 
Figura 94 – Planta baixa com destaque da forma da casa da família Solto 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
Figura 95 – Acréscimos feitos a construção da casa da família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
– Casa em Ruínas 
A residência conta com duas portas de acesso ao interior da construção, 
como pode-se ver na Figura 96, uma dando para a sala e outra que dá 
acesso a cozinha e um possível depósito. 
Figura 96 – Portas de acesso a edificação da casa em Ruínas 
124 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no loca, 2021. 
 
A planta baixa (Figura 97) possuina data de coleta dos dados, 
aproximadamente 68,39 m², sendo a menor construção que foi catalogada 
até então, e mostra como poderia ser a demarcação dos cômodos da 
edificação em uso, levando em conta a demarcação de outras construções 
catalogadas. 
Figura 97 – Planta baixa com legenda de cômodos da casa em Ruínas 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
Como mostrado na Figura 98, a forma da planta baixa segue os padrões 
irregulares, com as escadas localizadas na fachada que se tornam os 
pequenos retângulos ressaltados, dito anteriormente, juntamente com as 
duas formas regulares que se encostam e delimitam o volume privado dos 
residentes e o semiprivado da cozinha/área de serviço. 
Figura 98 – Planta baixa com destaque da forma da casa em Ruínas 
125 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
Assim como as outras residências descritas anteriormente está em 
específico segue um padrão na divisão dos cômodos com sua rígida 
separação através de paredes grossas que mostram onde se inicia e 
termina os aposentos privados para os familiares e a área destinada a 
cozinha e a serviços domésticos mostrados na Figura 99. 
Figura 99 – Divisão aposentos familiares x área da cozinha e de serviço da 
casa em Ruínas 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
Como mostrado na planta baixa, os quartos (Figura 100), eram todos do 
mesmo tamanho sem distinção nas medidas que poderiam facilitar ao 
determinar qual eram os aposentos do casal para com os filhos. 
Figura 100 – Quarto da esquerda e central em estado atualizado 
126 
 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
As salas (Figura 101), possuíam praticamente o mesmo tamanho 
dificultando determinar em qual área de estar e jantar. 
Figura 101 – Salas em estado atual 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
A área da cozinha/serviço (Figura 102), os dois cômodos possuíam 
praticamente o mesmo tamanho que se comunicavam através de um portal 
em parede simples que não possuía fogão a lenha. 
 
127 
 
Figura 102 – Acesso e cozinha/área de serviço no estado atual 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Por serem cômodos de tamanhos parecidos está residência foi construída 
em um padrão que facilitasse o construtor no cálculo da estrutura, assim 
com tamanhos parecidos corria menor risco de a residência colapsar com 
o tempo. 
 
3.3 ESTADO ATUAL DE CONSERVAÇÃO 
A partir das entrevistas pode-se entender melhor as mudanças físicas e 
sociais que houve no decorrer dos anos, e que modificaram a arquitetura 
local para o que possuímos hoje na área estudada. Com a catalogação das 
memórias dos moradores antigos, juntamente com a fala dos donos das 
edificações, podemos transmitir a gerações futuras conhecimentos que 
seriam perdidos a partir do momento em que a geração mais antiga se 
fosse. 
128 
 
Para a análise, utilizou-se critérios baseados no projeto de graduação 
intitulado “Os casarões de Ibatiba: um encontro com a arquitetura rural 
capixaba” de Aline Vargas da Silveira. 
Os tópicos que serão descritos compreendem a edificação pouco ou não 
descaracterizada; Edificação muito descaracterizada. Uma vez que não 
haverá o julgamento da qualidade, se levará em conta o grau de 
originalidade e preservação da obra. 
 
3.3.1 Edificação pouco ou não descaracterizada 
Neste item integra edificações que possuem pouca ou nenhuma 
descaracterização. O pouco grau de descaracterização se dá quando os 
anexos agregados a edificação original intervêm na alternância quanto a 
altura do volume, enquanto ou sua forma 
Já a não descaracterização entra na relação que o anexo não intervém na 
volumetria original, onde geralmente comporta-se como pequenas 
edificações que se aproximam ao volume principal. 
– Casa da Família Baptista 
A residência em sua data de catalogação possuía um alto grau de 
preservação (Figuras 103 e 104), exceto em pequenas partes como, o piso 
do quarto principal ao lado do banheiro (Figuras 105 e 106), que está com 
cerâmica, uma possível parede que foi adicionada a área da cozinha 
(Figura 107) e o banheiro com área de serviço que foi anexada por fora da 
edificação principal (Figura108). 
 
 
129 
 
Figura 103 – Fachada frontal e traseira da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
Figura 104 – Fachada da lateral esquerda e direita da casa da Família 
Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
130 
 
Figura 105 – Quarto principal ao lado do banheiro da casa da Família 
Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 106 – Banheiro interno da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
131 
 
Figura 107 – Cozinha da casa da Família Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 108 – Banheiro externo com área de serviço da casa da Família 
Baptista 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
132 
 
Detalhes como esse, ditos anteriormente, que a fazem determinar como 
não descaracterizada, já que a troca do piso do quarto foi feita pelo fato que 
as tábuas estavam com frestas grandes que faziam subir a poeira da 
fundação. 
Desde a catalogação até recentemente não se houve mudanças nesta 
edificação, sendo a mais bem preservada atualmente dentre as 
catalogadas. 
Figura 109 – Planta de adições históricas da casa da Família Baptista. 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
– Casa em Ruína 
A residência em sua data de catalogação possuía um alto grau de 
abandono, e com a retirada das madeiras do assoalho, dificultou a 
locomoção dentro para o levantamento cadastral, como pode-se verificar 
nas Figuras de 110 a 115. 
 
 
 
 
133 
 
Figura 110 – Fachada frontal e traseira da casa em Ruínas. 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
Figura 111 – Fachada da lateral esquerda e direita da casa em Ruínas 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
134 
 
Figura 112 – Salas de estar e jantar da casa em Ruínas 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 113 – Quartos em ordem de planta da casa em Ruínas 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
135 
 
Figura 114 – Estado de deterioração da fachada principal da casa em 
Ruínas 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
 
Figura 115 – Cozinha da casa em Ruínas 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
136 
 
Desde a catalogação até recentemente não se houve grandes mudanças 
no estado de abandono desta edificação, sendo um tesouro a ser 
preservado em uma capsula do tempo, praticamente, intocada. 
A Figura 116, mostra possíveis dições que puderam acontecer no decorrer 
do tempo, levando em consideração a espessura das paredes externas que 
eram autoportantes. 
Figura 116 – Planta de adições históricas da casa em Ruína 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
3.3.2 Edificação muito descaracterizada 
Neste tópico o alto grau de descaracterização se dará quando, os anexos 
que forem integrados a edificação original modificam o volume quanto a 
solidez que é proposta originalmente. 
– Casa da Família Solto 
Na época em que foi catalogada possuía um alto grau de preservação 
(Figuras 117 e 118), porém, estava com data marcada para a demolição da 
edificação que seria bem próxima. Atualmente (Figura 119), o lote da 
137 
 
residência se encontra em obras, com um novo empreendimento no local, 
de uso misto com dois pavimentos, fazendo assim ser considerada uma 
edificação com muita descaracterização. 
Figura 117 – Fachadas 1 e 2 direcionadas a rua da casa da Família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 118 – Fachada oposta a 2 da casa da Família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 119 – Atualização das fachadas 1 e 2 da edificação da casa da 
Família Solto 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2022. 
138 
 
Durante o processo de catalogação do trabalho ela possuía somente duas 
adições feitas, uma mais recenteque contempla a área do banheiro 
externo, marcado pelo desnível no pavimento, mostrada em vermelho na 
Figura 120, e a área da cozinha em laranja. 
Figura 120 – Planta de adições históricas da casa da Família Solto 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
 
– Casa da Família Pertel 
A edificação na data em que foi catalogada possuía adições feitas ao longo 
do tempo, como toda a área da varanda externa, que contempla o depósito 
(Figura 123) e constava com uma obra inacabada na área do terraço 
(Figuras 121 e 122). 
 
 
 
139 
 
Figura 121 – Fachada principal da casa da Família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
Figura 122 – Fachada esquerda e direita da casa da Família Pertel 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
140 
 
Figura 123 – Planta de adições históricas – Térreo/Terraço da casa da 
Família Pertel 
 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos no local, 2021. 
Atualmente a residência conta com a área do terraço se configurando como 
uma nova residência e um anexo à lateral esquerda com escada 
independente para o pavimento superior (Figura 124). 
Figura 124 – Comparação de fachada no dia da catalogação X atualmente 
 
Fonte: Arquivo pessoal, 2021 e 2022. 
 
141 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Desde quando o ser humano decidiu se fixar a um terreno para sobreviver 
criou-se uma profunda relação entre a habitação, o habitante e o local 
escolhido. Uma manifestação cultural comum em diversas culturas, de 
prover um refúgio a acontecimentos externos. 
O local de residência está repleto de memórias, experiências e relatos do 
processo de ocupação, onde a distribuição das atividades cotidianas no 
espaço é capaz de atender toda uma população. Isto posto, este trabalho 
buscou apresentar acontecimentos marcantes que afetaram a arquitetura 
do povoado de São Gabriel de Baunilha no município de Colatina/ES. 
Ao todo foram cadastradas quatro construções, tomando por base a melhor 
amostragem histórica possível A casa da família Solto, foi a primeira 
catalogada pelo seu caráter emergencial, pois foi demolida duas semanas 
após a sua catalogação, estava em bom estado de preservação, apesar de 
necessitar de reforço em sua fundação. O imóvel contemplava a parcela de 
edificações de uso misto, moradia e comércio, além de ser a única com 
fundação e pilares 100% em madeira existente nesta região. A casa da 
família Baptista, segunda na ordem de catalogação, se mostrou a mais bem 
preservada. Em seguida, a casa da família Pertel, mostrou a adaptação de 
uma construção tradicional, através da inserção de novos elementos e 
materiais industrializados. Por fim, a ‘casa em ruína’, se mostrou como 
exemplo do descaso com o patrimônio rural. 
Neste trabalho foi realizado uma extensa pesquisa bibliográfica no que se 
refere a história do estado do Espírito Santo, começando no período da 
colonização imigrante e seus desafios de estabelecimento na terra, 
passando pelos períodos da arquitetura rural residencial e os 
acontecimentos que levaram a ser da maneira que foi até o estado atual 
142 
 
encontrado das construções catalogadas. Construções estas que foram 
escolhidas para mostrar os diversos estados que se pode encontrar 
atualmente edificações históricas que são dignas de preservação. 
Atualmente, muitas edificações esquecem o contexto local a qual está 
inserido e reproduz uma tipologia ‘importada da cidade’, que muitas vezes 
não conversa com o entorno em que foi inserida. Esse fato acarreta a 
destruição e menosprezo por um passado único, causando consequências 
irreparáveis no futuro tanto das cidades quanto nos interiores., 
Estudar o passado arquitetônico e histórico de nossa sociedade ajuda a 
projetar futuras edificações e cuidar das existentes com respeito pela 
memória do lugar assim, o presente trabalho mostra sua relevância no 
contexto da preservação da cultura local, além de fornecer dados históricos 
e técnicos para a preservação das edificações catalogadas e das 
semelhantes que existem no distrito. Dessa forma, esse trabalho visa 
contribuir com um acervo que pretende documentar o patrimônio cultural 
de uma localidade que não possuía bibliografia alguma para que gerações 
futuras possam ter mais fonte de pesquisa e proporcionar uma nova 
perspectiva para os moradores desta localidade. 
 
 
 
 
143 
REFERÊNCIAS 
BRAGA, Olney. Colatina: ontem, hoje e sempre, no meu coração. 1. ed. 
Colatina: Gráfica Comercial, 2021. 462 p. ISBN 978-65-991770-2-6. 
 
GROSSELLI, Renzo. Colônias Imperiais na Terra do Café: Camponeses 
trentinos (vênetos e lombardos) nas florestas brasileiras. Tradução: Márcia 
Sarcinelli. 1. ed. Vitória ES: Gráfica e Editora GSA, 2008. 534 p. v. 6. ISBN 85-
98928-01-1. 
 
LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. 5. ed. São Paulo/Brasil: 
Empório do Livro e Johan van Lengen, 2009. 707 p. v. único. ISBN 
9788582605554. 
 
MARUYAM, C. M; FERNANDES, L. C. Tradição da Arquitetura Rural no Sul e 
Sudeste: do Século XVI ao XX. In: Revista Científica Tecnológica, v. 3, n.2, 
2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Cintia-
Maruyama/publication/333353230_TRADICAO_DA_ARQUITETURA_RURAL_
NO_SUL_E_SUDESTE_DO_SECULO_XVI_AO_XX/links/5ce7f7f6299bf14d95
b5d6ab/TRADICAO-DA-ARQUITETURA-RURAL-NO-SUL-E-SUDESTE-DO-
SECULO-XVI-AO-XX.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020, 10:49. 
 
MORAES, Cicero. Como nasceram cidades no Espírito Santo. único. ed. [S. 
l.: s. n.], 1954. 84 p. 
 
MUNIZ, Maria Izabel Perini. Arquitetura Rural do Século XIX no Espírito 
Santo. 1. ed. Vitória ES: Aracruz Celulose/Fundação Jônice Tristão/Rede 
Gazeta/Xerox do Brasil, 1989. 239 p. v. único. CDU 72.02:981.52. 
 
MUNIZ, Maria Izabel Perini. Cultura e Arquitetura: a casa rural do imigrante 
italiano no Espírito Santo. MARVILLA, Miguel (ed.). 2. ed. Vitória ES: Kroma 
Gráfica e Editora Ltda., 2009. 252 p. v. único. ISBN 978-85-88909-78-6. 
 
PEREIRA, Ana Aparecida. Patrimônio rural no Espírito Santo: Estudos para 
sua preservação. Orientador: Prof.ª Dr.ª Maria Ângela P.C.S. Bortolucci. 2012. 
192 p. Tese (Doutorado) - Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade 
de São Paulo, [S. l.], 2012. Disponível em: 
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-27092012-
144653/en.php. Acesso em: 29 jul. 2021. 
 
PEREIRA, Ana Aparecida Barbosa; FERREIRA, Darlene Ap. de O. Aspectos 
da estrutura fundiária e sua importância na arquitetura rural do sul do Espírito 
Santo. Revista de Geografia UFJF, [S. l.], v. 5, p. 157-167, 5 ago. 2021. 
Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/geografia/article/view/18002. 
Acesso em: 19 jul. 2021. 
144 
PETRONE, Pasquale. Aspectos geográficos da área de colonização antiga 
do estado do Espírito Santo. São Paulo SP: Associação dos Geógrafos 
Brasileiros; USP, 1962. 109 p. v. único. 
 
POSENATO, Júlio. Arquitetura da Imigração Italiana no Espírito Santo. 
único. ed. Posenato Arte & Cultura: Evangraf LTDA, 1997. 560 p. v. único. 
ISBN 85-241-0484-8. 
 
REVISTA NOSSA ESPECIAL: Conheça a história viva dos distritos de 
Colatina. Colatina ES: Revista Nossa, 1986- . Mensal. 
 
SILVEIRA, Aline Vargas. Os casarões de Ibatiba: um encontro com a 
arquitetura rural capixaba. Projeto de graduação, arquitetura e urbanismo, 
Centro de Artes, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória. 2009. 
 
TEIXEIRA, Fausto. COLATINA ONTEM E HOJE. [S. l.: s. n.], 1970. 
WEIMER, Günter. Inter-relações arquitetônicas Brasil-África. In: Artigos, 
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. 2008. Disponível em: 
https://www.ihgrgs.org.br/artigos/membros/G%C3%BCnter%20Weimer%20-
%20Inter-rela%C3%A7oes%20Arquitetonicas%20Brasil-Africa.pdf 
 
145 
APÊNDICE 
APÊNDICE A – FICHA CADASTRAL 
A ficha catalográfica a seguir, baseou-se estritamente no livro “Arquitetura Rural 
do Século XIX no Espírito Santo”, de Izabel Perini Muniz. 
Apêndice A.0 – Vazio 
FICHA CADASTRAL – CASA 00 (nome da residência)FICHA: 00/00 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Endereço e ponto de referência: Coordenadas: 
Proprietário atual: 
Histórico da Edificação: 
Descrição do entorno: 
(falar como é a rua – pavimentação; largura - como são as edificações vizinhas, o 
traçado viário, os visuais, a localização em relação a comunidade ...) 
Implantação: 
(como é a implantação em relação ao lote, os afastamentos, a disposição da 
edificação, os volumes, se tem quintal, pátio, altura em relação a rua, como é feito 
o acesso...) 
(desejável inserir um esboço as dimensões aproximadas do lote e a implantação da 
edificação) 
146 
(se tem jardim, descrever) 
Tipologia: ( ) Residencial ( ) Comercial ( ) Institucional ( ) Outros 
Observação: 
Número de pavimentos: Está em uso: ( ) sim ( ) não 
Banheiro tipologia original: ( ) dentro ( ) fora da edificação 
Obs: 
Banheiro atualmente: ( ) dentro ( ) fora da edificação 
Obs: 
CONDIÇÕES FÍSICAS 
Paredes exteriores 
(fotos) 
Materiais principais: 
Descrição do estado atual/danos: 
Outras observações: 
Cobertura 
(fotos) 
Materiais principais: 
147 
Descrição do estado atual/danos: 
Outras observações: 
Esquadrias 
(fotos) 
Materiais principais: 
Descrição do estado atual/danos: 
Outras observações: 
Divisórias internas 
(fotos) 
Materiais principais: 
Descrição do estado atual/danos: 
Outras observações: 
Piso 
(fotos) 
Materiais principais: 
Descrição do estado atual/danos: 
Outras observações: 
148 
Descritivos dos cômodos/compartimentação da edificação 
 
Demolições ou acréscimos na edificação original 
(fotos) 
Materiais principais: 
Outras observações: 
Análise formal 
 
PLANTA BAIXA – ESBOÇO 
 
LEVANTATAMENTO FOTOGRÁFICO 
Fachada 1 
 
Fachada 2 
 
Fachada 3 
 
149 
Fachada 4 
 
Interior 
 
Levantamento Iconográfico 
 
Outras informações: 
 
 
150 
Apêndice A.1 – Casa da Família Solto 
FICHA CADASTRAL – CASA 01 FAMÍLIA SOLTO FICHA: 01/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Endereço e ponto de referência: 
Bairro: São Gabriel de Baunilha, Colatina ES 
Ao lado da venda do Aloir Comério e perto do campo 
de bola de massa. 
Coordenadas: 
Lat.: 19°37’2.29” S 
Long.: 40°30’7.96” O 
Proprietário atual: Aloízio Ângelo Comério 
Histórico da Edificação: 
Edificação de uso misto, com aproximadamente 100 anos, em que os 
moradores mais antigos não conseguiram identificar sua data de construção 
exata. 
Descrição do entorno: 
As ruas possuem pavimentação por bloquete sextavado de concreto, com uma 
largura estreita. 
As edificações ao lado direito e nos fundos do lote são em sua maioria 
residenciais, a esquerda há um comercio e um campo de bocha a frente. O 
lote da edificação se encontra no centro de comercio da localidade. 
Implantação: 
151 
 
A edificação foi implantada no canto esquerdo superior ao lote, bem próximo 
a curva, os afastamentos possuem até 1 m de distância da edificação, quando 
virados a fachada oeste, já na fachada principal norte o afastamento abriga 
uma garagem e volta a ser extremamente estreito. 
A edificação é comporta por 2 volumes, o da construção principal em L e o do 
banheiro externo, possui quintal lateral onde a porta que tranca toda a 
edificação é virada, porém o acesso principal de visitas é virado para a rua da 
fachada oeste que tem o mesmo nível da rua. 
O quintal não possui jardim, pois é todo coberto por grama, mas a fachada 
norte conta com 3 pinheiros plantados no recuo da rua, na parte estreita. 
152 
 
Tipologia: (X) Residencial (X) Comercial ( ) Institucional ( ) Outros 
Observação: Edificação de uso misto 
Número de pavimentos: 1 Está em uso: ( ) sim (X) não 
Banheiro tipologia original: ( ) dentro ( X ) fora da edificação 
Obs: Demolido para a construção de outro 
Banheiro atualmente: ( ) dentro ( X ) fora da edificação 
Obs: Com mudança total em sua estrutura 
CONDIÇÕES FÍSICAS 
Paredes exteriores 
153 
 
Materiais principais: Fechamento em tijolinho maciço e alvenaria de barro. 
Descrição do estado atual/danos: na data da catalogação precisava de reforço 
estrutural na área dita como “comércio”. 
Outras observações: Foto retirada durante a demolição da edificação. 
Cobertura 
 
154 
Materiais principais: Telha cerâmica e estrutura de madeira 
Descrição do estado atual/danos: Precisava de uma reforma, telhas muito 
antigas que estavam se desfazendo. 
Outras observações: A residência foi demolida um tempo depois da 
catalogação. 
Esquadrias 
 
Materiais principais: Madeira 
Descrição do estado atual/danos: Em ótimo estado de preservação. 
Outras observações: A residência foi demolida um tempo depois da 
catalogação. 
Divisórias internas 
155 
 
Materiais principais: Fechamento em tijolinho maciço e alvenaria de barro. 
Descrição do estado atual/danos: na data da catalogação precisava de reforço 
estrutural na área dita como “comércio”. 
Outras observações: Foto retirada durante a demolição da edificação. 
Piso 
156 
 
Materiais principais: Tábuas de madeira 
Descrição do estado atual/danos: Piso em bom estado de preservação 
Outras observações: A residência foi demolida um tempo depois da 
catalogação 
Descritivos dos cômodos/compartimentação da edificação 
157 
 
Demolições ou acréscimos na edificação original 
 
Materiais principais: 
Em amarelo foi a mais antiga já feita, com os mesmos materiais da edificação 
original, vigas e piso em madeira, fechamento de tijolo com fiada simples. 
158 
Em laranja foi feita posteriormente, porém na mesma época. 
E em vermelho, a mais atual, a reconstrução do banheiro externo em tijolo 
cerâmico com alvenaria de cimento. 
Outras observações: A residência foi demolida um tempo depois da 
catalogação 
Análise formal 
 
PLANTA BAIXA – ESBOÇO 
 
LEVANTATAMENTO FOTOGRÁFICO 
Fachada 1 
159 
 
Fachada 2 
 
Fachada 3 
 
160 
Fachada 4 
Não possui imagem 
Interior 
 Cozinha Salão do comércio Sala do meio 
 
 Quartos 
161 
 
Levantamento Iconográfico 
 
Outras informações: 
 
162 
Apêndice A.2 – Casa da Família Baptista 
FICHA CADASTRAL – CASA 02 FAMÍLIA BAPTISTA FICHA: 02/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Endereço e ponto de referência: 
Bairro: São Gabriel de Baunilha, Colatina ES 
Entrando na rua da igreja de São João Batista 
Coordenadas: 
Lat.: 19°36’55.09” S 
Long.: 40°29’59.66” O 
Proprietário atual: Páscoa Baptista 
Histórico da Edificação: 
Esta residência foi construída em 1939 por Gentil Rui, um construtor que 
residia em Acioli para a família de Roberto Baptista, pai da atual residente, 
Páscoa Baptista. 
A construção teve algumas modificações realizadas no decorrer dos anos, 
porém sem interferir no caráter histórico, pois a atual proprietária faz questão 
da preservação. 
Histórico da Edificação: 
Esta residência foi construída em 1939 por Gentil Rui, um construtor que 
residia em Acioli para a família de Roberto Baptista, pai da atual residente, 
Páscoa Baptista. 
A construção teve algumas modificações realizadas no decorrer dos anos, 
porém sem interferir no caráter histórico, pois a atual proprietária faz questão 
da preservação. 
163 
Descrição do entorno: 
A estrada que dá acesso a edificação é de terra batida, sem nenhum tipo de 
pavimentação, tem uma estreita largura, porém com áreas de escape para a 
passagem de mais de um veículo. A edificação mais próxima é a Igreja de São 
João Batista, localizada no terreno da propriedade. 
A residência possui vista aos fundos para a pedreira Marbrasa, a fachada 
oeste para a Igreja e as demais para pastagem e os jardins próximos da 
construção. Possuindo um raio aproximado de 180 m de distância da área de 
maior povoamento de São Gabriel de Baunilha. 
 
A construção se encontra próximo da estrada, tendo a fachada principal virada 
a mesma e centralizada na delimitação da área do quintal, com isso o 
afastamento e o quintal se mesclam formandoum só, tendo aproximadamente 
3 metros de comprimento na fachada principal sul, oeste e leste. 
164 
A edificação principal conta com três volumes, sendo o maior a área privada 
dos quartos com as salas, o do meio a copa, cozinha e varanda e o menor de 
todos, a área de serviço com o banheiro externo, não possuindo pátio, pois 
era algo reservado a casa dos meeiros. 
O acesso de visitas era feito pela sala de estar frontal, localizada mais próximo 
a rua e outros dois acessos mais cotidianos pelos fundos. 
Rua 
Jardim simples composto por grama, arvores arbustivas de frutos e flores. 
 
Tipologia: (X) Residencial ( ) Comercial ( ) Institucional ( ) Outros 
Observação: 
Número de pavimentos: Está em uso: (X) sim ( ) não 
165 
Banheiro tipologia original: (X) dentro ( ) fora da edificação 
Obs: 
Banheiro atualmente: (X) dentro (X) fora da edificação 
Obs: 
CONDIÇÕES FÍSICAS 
Paredes exteriores 
 
Materiais principais: Fechamento em tijolo maciço dobrado com argamassa de 
barro. 
Descrição do estado atual/danos: Em bom estado de preservação, visando 
que está construído ao lado de uma pedreira. 
Outras observações: área sísmica de pedreiras. 
166 
Cobertura 
 
Materiais principais: Telha cerâmica em estrutura de madeira 
Descrição do estado atual/danos: em bom estado de preservação, visando 
que está construído ao lado de uma pedreira. 
Outras observações: área sísmica de pedreiras. 
Esquadrias 
 
167 
Materiais principais: Madeira e vidro 
Descrição do estado atual/danos: em ótimo estado de preservação 
Outras observações: área sísmica de pedreiras. 
Divisórias internas 
 
Materiais principais: Fechamento em tijolo maciço e fiada única com 
argamassa de barro. 
Descrição do estado atual/danos: Em bom estado de preservação, visando 
que está construído ao lado de uma pedreira. 
Outras observações: área sísmica de pedreiras. 
Piso 
168 
 
Materiais principais: nos quartos a utilização do piso de madeira e no restante 
da casa o revestimento cerâmico se destaca. 
Descrição do estado atual/danos: em ótimo estado de preservação. 
Outras observações: 
Descritivos dos cômodos/compartimentação da edificação 
169 
 
Demolições ou acréscimos na edificação original 
 
Materiais principais: Alvenaria de tijolo e cimento 
Outras observações: o piso do quarto ao lado do banheiro foi atualizado pois 
o anterior estava com fissuras que subiam poeira da fundação. 
Análise formal 
 
PLANTA BAIXA – ESBOÇO 
170 
 
LEVANTATAMENTO FOTOGRÁFICO 
Fachada 1 
 
Fachada 2 – Esquerda 
171 
 
Fachada 3 – Direita 
 
Fachada 4 
 
172 
Interior 
Varanda 
 
Sala de estar/Jantar e o corredor 
 
173 
Sala da Frente 
 
Quarto medianos 
 
Quarto menor 
174 
 
Quarto do casal 
 
Levantamento Iconográfico 
175 
 
Outras informações: 
 
176 
Apêndice A.3 – Casa da Família Pertel 
FICHA CADASTRAL – CASA 03 FAMÍLIA PERTEL FICHA: 03/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Endereço e ponto de referência: 
Bairro: São Gabriel de Baunilha, Colatina ES 
 
Coordenadas: 
Lat.: 19°37’2.66” S 
Long.: 40°30’9.00” O 
Proprietário atual: Neidemar Lopes Leite Pertel 
Histórico da Edificação: 
Construída entre 92 e 97 por Jonas Pertel para a moradia da família de 
Neidemar Lopes Leite Pertel, sendo assim os únicos moradores desta 
residência. 
A construção teve algumas modificações realizadas no decorrer dos anos a 
mais expressiva recentemente feita pela filha, na área em que ficava o terraço, 
foi a obra de sua casa em que as mudanças ficaram mais evidentes, porém 
previstas na faze de concepção pela proprietária. 
 
Descrição do entorno: 
177 
As ruas possuem pavimentação por bloquete sextavado de concreto, com 
uma largura estreita. 
A maior parte das edificações que fazem fronteira são de função residencial, 
porém na fachada norte, também conhecida como lateral direita é um 
bar/mercearia do Aloir Comério e ao sul um local de festas. O lote da 
edificação se encontra no centro de comercio da localidade. 
Implantação: 
 
A edificação foi posicionada bem ao centro do lote, mantem um afastamento 
frontal nulo e sem calçada. O volume principal se destaca ao centro, pela casa 
e outro menor, sendo a área de churrasco a direita da edificação com o 
quintal/pátio a frente. O acesso ao lote é feito por um portão localizado a 
extrema direita em relação a casa e o da residência é feito pela lateral direita 
e aos fundos. 
178 
 
 
O jardim se encontra a frente da edificação, dispondo vasos de plantas e 
estatuetas de gesso. 
Tipologia: (X) Residencial ( ) Comercial ( ) Institucional ( ) Outros 
Observação: 
Número de pavimentos: Está em uso: (X) sim ( ) não 
Banheiro tipologia original: (X) dentro ( ) fora da edificação 
Obs: 
179 
Banheiro atualmente: (X) dentro ( ) fora da edificação 
Obs: 
CONDIÇÕES FÍSICAS 
Paredes exteriores 
 
Materiais principais: Alvenaria de tijolo e cimento 
Descrição do estado atual/danos: Em bom estado de preservação 
Outras observações: área sísmica de pedreiras. 
Cobertura 
 
180 
Materiais principais: Telhado da casa é em telha fibrocimento e da varanda 
cerâmica. 
Descrição do estado atual/danos: em bom estado de preservação. 
Outras observações: 
Esquadrias 
 
Materiais principais: Metal e vidro 
Descrição do estado atual/danos: em ótimo estado de preservação. 
Outras observações: 
Divisórias internas 
 
181 
Materiais principais: Alvenaria de tijolo e cimento 
Descrição do estado atual/danos: Em bom estado de preservação 
Outras observações: área sísmica de pedreiras. 
Piso 
 
Materiais principais: tanto na área externa quanto interna o piso é de 
porcelanato. 
Descrição do estado atual/danos: em bom estado de preservação. 
Outras observações: 
Descritivos dos cômodos/compartimentação da edificação 
182 
 
Demolições ou acréscimos na edificação original 
Térreo 1 pavimento 
 
Materiais principais: Alvenaria de tijolo e cimento. 
Outras observações: 
183 
Análise formal 
 
PLANTA BAIXA – ESBOÇO 
 
LEVANTATAMENTO FOTOGRÁFICO 
Fachada 1 
 
Fachada 2 
184 
 
Fachada 3 
 
Fachada 4 
Não deu acesso para tirar a foto desta fachada. 
Interior 
185 
Quarto do casal 
Quarto da filha 
Levantamento Iconográfico 
 
Outras informações: 
 
186 
Apêndice A.4 – Casa em ruínas 
FICHA CADASTRAL – CASA 04 EM RUÍNAS FICHA: 04/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Endereço e ponto de referência: 
Bairro: Alto São Gabriel, Colatina ES 
 
Coordenadas: 
Lat.: 19°38’15.80” S 
Long.: 40°31’15.95” O 
Proprietário atual: 
Histórico da Edificação: 
Foi construída no local onde existia outra edificação, sendo está possuindo 
dois pavimentos com estrutura de madeira e comercio no térreo, com a 
derrubada, o avô por parte de pai de Geraldo Cezano construiu esta edificação 
para meeiros morar. 
Perto da residência existia um torrefador de café movido a roda d’água que 
movimentava um certo comercio nesta região. 
Com a venda do terreno ao atual proprietário a edificação foi abandonada, e 
desde então foi esquecida no tempo e o piso foi parcialmente retirado para 
outras construções. 
187 
 
Descrição do entorno: 
A estrada que dá acesso a edificação é de terra batida, sem nenhum tipo de 
pavimentação, tem uma estreita largura, porém com áreas de escape para a 
passagem de mais de um veículo. A edificação mais próxima é a Capela de 
Santa Luzia e está em um raio de aproximadamente 450 m de distância. 
A residência possui vistas para as montanhas no entorno e um raio 
aproximado de 2,75 Km de distância do povoado de São Gabriel de Baunilha 
que é o único com comercio pelas proximidades. 
Implantação: 
188 
 
A edificação se encontra próximo a estrada, tendo a fachada principal virada 
a mesma e se localiza no canto direito superior do local demarcado por cercas, 
onde o afastamento se mescla com o quintal frontal.A residência é composta 
por dois volumes anexados elevados em relação a rua por uma fundação, o 
maior contempla os quartos e salas, e o menor cozinha e deposito, possuindo 
um quintal em sua fachada frontal e um pátio nos fundos. 
O acesso era feito pela fachada frontal e dividido em duas entradas, uma pela 
sala e outra na parte da cozinha. 
189 
 
O ‘jardim’ é resumido por pastagem e uma sequência de arvores na fachada 
norte. 
Tipologia: (X) Residencial ( ) Comercial ( ) Institucional ( ) Outros 
Observação: 
Número de pavimentos: Está em uso: ( ) sim (X) não 
Banheiro tipologia original: ( ) dentro (X) fora da edificação 
Obs: 
Banheiro atualmente: ( ) dentro ( ) fora da edificação 
Obs: Não possui banheiro. 
CONDIÇÕES FÍSICAS 
Paredes exteriores 
190 
 
Materiais principais: Alvenaria de tijolo maciço dobrado com barro. 
Descrição do estado atual/danos: em péssimo estado de conservação. 
Outras observações: 
Cobertura 
191 
 
Materiais principais: Telha cerâmica com estrutura em madeira 
Descrição do estado atual/danos: em ruim estado de conservação. 
Outras observações: 
Esquadrias 
 
192 
Materiais principais: Madeira 
Descrição do estado atual/danos: em péssimo estado de preservação 
Outras observações: 
Divisórias internas 
 
Materiais principais: Alvenaria de tijolo maciço em uma fiada com acabamento 
em barro. 
Descrição do estado atual/danos: em péssimo estado de conservação. 
Outras observações: 
Piso 
193 
 
Materiais principais: Madeira 
Descrição do estado atual/danos: está em péssimo estado de preservação os 
poucos vãos de passagem que possui, já que a maioria foi retirado da 
construção. 
Outras observações: 
Descritivos dos cômodos/compartimentação da edificação 
 
194 
 
Demolições ou acréscimos na edificação original 
 
Os pisos de madeira retirado de quase toda a casa. 
Em amarelo, destaca-se um possível acréscimo feito poucos anos após a 
construção principal 
Materiais principais: Madeira e tijolos maciços 
Outras observações: 
Análise formal 
195 
PLANTA BAIXA - ESBOÇO 
 
LEVANTATAMENTO FOTOGRÁFICO 
Fachada 1 
 
Fachada 2 
196 
 
Fachada 3 
 
Fachada 4 
197 
 
Interior 
Salas de estar e jantar 
 
 
 
 
 
198 
Quartos em ordem de planta 
 
Cozinha 
 
 
199 
Levantamento Iconográfico 
 
Outras informações: 
 
200 
 
APÊNDICE B – ENTREVISTA – PESSOA QUE MAIS TEMPO MOROU NA 
EDIFICAÇÃO 
Apêndice B.0 – Vazio 
ENTREVISTA – DONO DE EDIFICAÇÃO FICHA: 00/00 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: 
Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: 
Tempo de moradia na residência: 
Quantas pessoas moram: 
Parentesco com o construtor: 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quando a edificação foi construída? 
- Possuía outro morador anteriormente? 
- Quem construiu a edificação? 
- Como era a casa funcionava e onde fica os principais cômodos, como quartos, 
cozinha e banheiro por exemplo? 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
desenvolvimento do distrito? 
- Como a crise do café influenciou a região? 
 
201 
 
Apêndice B.1 – Dona Maria 
ENTREVISTA – DONO DE EDIFICAÇÃO FICHA: 01/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: Tempo de moradia na residência: 
Quantas pessoas moram: 
Parentesco com o construtor: 
Nenhum 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quando a edificação foi construída? 
Não tenho noção de quem construiu, a casa foi doada para eles quando os 
patrões entraram em falência, na época do Fernando Color com o 
congelamento da poupança, e como não tinham dinheiro para pagar a eles a 
casa foi dada como forma de pagar o trabalho. 
- Possuía outro morador anteriormente? 
A casa antes era da Dona Rosinha que era parteira e foi até a minha. 
- Quem construiu a edificação? 
Não sei 
- Como era a casa funcionava e onde fica os principais cômodos, como 
202 
 
quartos, cozinha e banheiro por exemplo? 
O banheiro ficava do lado de fora da casa, os quartos eram do lado da sala e 
a sala grande (cômodo para comércio) ninguém usava. 
Tinha a sala, a sala do meio, a cozinha e tinha os quartos para lá. 
Nos usava somente a parte da casa, não tinha mais a venda nem nada 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
desenvolvimento do distrito? 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Teve gente que foi embora, mas nós não abandonamos não. 
Eu e meu marido, nós trabalhar a meia para os Batista é nós trabalhamos para 
ele toda a vida, depois meu marido trabalhou com Clarino e era vaqueiro dele, 
tirava leite. Depois eu vim para acompanhar meu marido na “pega” do café 
203 
 
Apêndice B.2 - Páscoa 
ENTREVISTA – DONO DE EDIFICAÇÃO FICHA: 02/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Páscoa Baptista Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: a vida 
toda 
Tempo de moradia na residência: 
Quantas pessoas moram: Parentesco com o construtor: 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quando a edificação foi construída? 
Ela foi construída no ano de 1939. 
- Possuía outro morador anteriormente? 
Não, foi construída para gente. 
- Quem construiu a edificação? 
O construtor foi o Gentil Rui que morava em Acioli. 
- Como era a casa funcionava e onde fica os principais cômodos, como 
quartos, cozinha e banheiro por exemplo? 
Mostrou na apresentação da casa esta resposta. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
204 
 
desenvolvimento do distrito? 
Tinha muita família morando nesta região. 
Quando o café tinha valor todo mundo se dedicava, mas depois veio aquela 
foi a baixa do café, então pessoal a maioria dos moradores aqui se foram para 
Colatina venderam a certo foram para Colatina e dizer que venderam a outros 
proprietários que já tinham terreno por isso que ficaram assim é proprietários 
bem fortes aqui nessa comunidade. 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Respondeu anteriormente. 
205 
 
Apêndice B.3 – Neide 
ENTREVISTA – DONO DE EDIFICAÇÃO FICHA: 03/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Neidemar Lopes 
Leite Pertel 
Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: 30 
Tempo de moradia na residência: 25 
anos e ainda residindo 
Quantas pessoas moram: 3 
Parentesco com o construtor: 
Somente por parte do marido 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quando a edificação foi construída? 
Eu me casei em 96 e começamos a construir em 92 e terminamos 5 anos 
depois em 97. 
- Possuía outro morador anteriormente? 
Não, aqui é primeiro morador. 
- Quem construiu a edificação? 
Jonas Pertel, é a primeira casa que ele fez de laje tambem. 
- Como era a casa funcionava e onde fica os principais cômodos, como 
206 
 
quartos, cozinha e banheiro por exemplo? 
A sala fica do lado direito e os quartos do esquerdo. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
desenvolvimento do distrito? 
Eu quando eu cheguei para cá, já que eu não sou daqui, sou de Colatina e 
trabalhava no comércio, aí eu vi isso aqui tinha muita produção de café, como 
a gente vê não é café do Dera, da Marly, aí até eu comecei foi uns grãozinhos, 
aí e fiquei alegre assim porque eu nunca te peço café na minha vida aí fui as 
minhas colegas lá de Colatina nem acreditar, mas foi bom, o crescimento aqui 
foi para ter vida sua lavoura de café, depois veio a Marbrasa, quando eu casei 
nem sabia que tinha essa empresa. 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Quando eu vim morar aqui já tinha um pessoal daqui mesmo, pouca gente, só 
os moradores antigos daqui e tinha um campo de futebol. O pessoal era muito 
animado, aqui já tinha duas vendinhas, tinha campo de futebol, era muito 
animado e poucas pessoas que morava aqui, aí depois foi crescendo já que 
foi abrindo mais empresas. Por um tempo teve 3vendinhas: a do Seu Jair, do 
Alves e do Zé Vander, mais para baixo, onde é hoje a casa da Bernadete. 
207 
 
Apêndice B.4 – Geraldo Cezano 
ENTREVISTA – DONO DE EDIFICAÇÃO FICHA: 04/04 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: Tempo de moradia na residência: 
Quantas pessoas moram: 
Parentesco com o construtor: 
Nenhum 
Termo de consentimento: ( X ) assinado 
Perguntas: 
- Quando a edificação foi construída? 
Não tenho muita noção. Eu nasci em 1954 só que não mais ali. 
- Possuía outro morador anteriormente? 
Antes dessa casa, existia outra no lugar que possuía dois andares e o 
comércio era no térreo e depois foi feita aquela casa ali 
Meu pai era casado com a filha do dono da Igrejinha de Santa Luzia, meu pai 
é Cezano só que minha mãe era Pertel. 
- Quem construiu a edificação? 
Acredito que foi construído pelo meu avô, pai do meu pai. 
- Como era a casa funcionava e onde fica os principais cômodos, como 
208 
 
quartos, cozinha e banheiro por exemplo? 
Perto da casa ficava uma máquina de torrar café e o comércio era constante, 
talvez meu irmão Ailton se lembre mais daquela casa. 
Nesta casa (casa ao lado da igreja de Santa Luzia) teve telegrafo e o primeiro 
telefone, em 1950. Ele ficava na parede da casa do meu avô, tinha que ligar 
para a telefonista e depois ela ligava de novo, ele preto com um gancho. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
desenvolvimento do distrito? 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Os antigos contavam, mas eu não lembro direito as histórias. 
Pergunta adicionada a entrevista por ser descendente direto dos donos da 
Capela de Santa Luzia. 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
O vovô fez para pagar uma promessa que fez para um Tio da gente, ele tinha 
problema de vista, aí depois de construída meu tio ficou bom. Esse tio era 
Pertel. 
209 
 
APÊNDICE C – ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS 
Apêndice C.0 – Vazia 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 00/00 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: Tempo de moradia na residência: 
Quantas pessoas moram: Parentesco com o construtor: 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
- Por onde passava a maria fumaça? 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o distrito? 
- Como a crise do café influenciou a região? 
210 
 
 
211 
 
Apêndice C.1 – Dona Maria 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 01/06 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: desde que se casou, quando nova, até ficar 
viúva recentemente 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
Nenhuma 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
Nunca eu fui à escola, tinha uma que era longe aí meu pai não me botou pra 
estudar, botou foi na roça. 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
Casa do Batista ali da Páscoa, aqui eu morei, casa de escola, casa de escola 
da vala (Alto São Gabriel), a casa que era morava Dona “Tuninha” morava, 
que morava perto e a venda do Jair 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
Não sabe 
212 
 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
Não lembro ao certo. Os Baptista moravam bem perto de onde eu morava 
- Por onde passava a maria fumaça? 
A máquina a lembro, passava perto de onde eu morava, tinha um túnel lá fora 
e fazia muito barulho. 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
Não respondeu 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
Não soube responder 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
Mudou bem, era uma igrejinha, depois acabou e fizeram outra. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
distrito? 
Quando eu cheguei tinha pouca gente morando ali, agora não, agora encheu 
de casa, virou até um patrimônio. 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Teve gente que desistiu de ter café, nós fomos um que entregamos todo o 
café, porque o café era barato, agora está num preço bom né. 
213 
Apêndice C.2 – Páscoa 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 02/06 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Páscoa Baptista Data de nascimento: 
Tempo de moradia no distrito: A vida toda 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: Entrevista realizada em sua residência. 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
A igreja foi construída no terreno da minha família no ano de 1926, por várias 
pessoas e meu pai também fazia parte. Então eles diziam que já tinha tirado 
7000 reais e precisava para construção precisar 12000, e eles queriam 
escolher a casa a casa que hoje fica ficava perto da casa Elzinha para lá, 
queria fazer a igreja ali, já que o terreno era da prefeitura. Então o papai falou 
“ó se vocês fizerem no meu terreno eu ajudo e completo com o valor” então 
fizeram um terreno aqui do papai o Roberto Batista. 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
As escolas eram muito unidas, principalmente Auto São Gabriel e São Gabriel 
por causa da ajuda da Matilde e nós éramos muito unidas, mesmo assim, com 
as outros professores, nós sempre tínhamos reunião em Baunilha com a 
orientadora. A gente funcionava bem, apesar de muita pobreza, já que as 
crianças iam para a escola descalço, principalmente no meu tempo, eles não 
tinham caderno, eu tinha que arranjar papel de caderno todo, eu fazia o que 
214 
eu podia fazer por eles né, mas graças a Deus e as escolas funcionavam. 
Na época que eu peguei 4 séries na classe, numa mesa na sala da classe, 
depois a escola foi desdobrada bem mais depois dos professores, e quando 
eu aposentei ficou uma, e logo depois as escolas todas do distrito passaram 
para a escola Luiza Crema que é em baunilha. 
Não é a eu acho, assim, que não foi bom, muitas pessoas acham que 
realmente não foi bom, porque as crianças elas se não viveram aqui na 
comunidade sabe, elas perderam a identidade, a vida delas é maior ficar em 
ônibus para chegar na escola, vai muito cedo, dizem que elas brigam, perdem 
muito tempo deslocando, apesar de que a escola é muito boa sim. 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
A casa do “Nito”, que era muito antiga, a casa dos Vidal, da Neusa, muitas 
casas aí que eram antigas, a do Pedro Sigrini, ficaram muito poucas, quase 
nenhuma. 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
Segundo que eu ouvia falar é que seu primo Peter tinha um filho que não 
enxergava, e a mulher dele fez promessa de fazer uma promessa a Santa 
Luzia de fazer uma Capelinha ali e então ele fez 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
Dessa parte de cá do morro era tudo nosso, para lá era da prefeitura, então 
foi o pessoal foi chegando comprando as casas né, então só sim eu lembro 
disso, que as pessoas foram morando ali, agora tem muitos moradores de 
fora, só primeiro era só pessoal daqui. Agora tem casas boas depois que a 
Pedreira chegou, pessoal passou a ter mais condições de comprar e de 
215 
construir. 
- Por onde passava a maria fumaça? 
Entrava no “Gim”, lá embaixo curral, perto da rotatória que entra para São 
Gabriel, tinha uma estação pequena que depois fizeram uma casa de madeira 
para o telegrafo, não existia estrada que temhoje, passava em frente da 
venda, da casa do João Luiz fazia a volta no morro saíam na abaixa ao lado 
do morro do desvio, um tempo depois passou a ter ônibus. 
A estação tinha que ser mais longe do povoado para poder pegar força para 
subir o morro, e quando não tinha força elas voltavam e até lá para baixo para 
voltar vim umas 3 vezes até que ele subiu. As crianças pegavam sebo é tudo 
que era de gordura boa tacava estrada só para ver o trem o escorregar, com 
isso meu pai ficou sendo amigo de muitos maquinistas, já que ele tinha 
comércio, eles paravam para apanhar cachaça e traziam peixe para nós. 
O comércio do meu pai ficava no lugar da escola que tem hoje, era uma casa 
grande e boa, onde a casa era no primeiro andar e a “Venda dos Irmãos 
Baptista” era no térreo. Vendia de tudo, chapéu, tecido de cetim, sapato de 
homem e mulher, bacalhau, chocolate, até que o papai vendeu. 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
Foi essa casa que eu cresci e vivi a vida toda aqui dentro está só saí para 
estudar, mas sabe eu amo a minha casa ela é muito linda, sei lá, não sei nem 
o que que eu vou fazer quando eu for embora daqui. 
O morro do cemitério começou, então quando logo que vieram para cá os 
primeiros nordestinos que vieram para cá porque por causa da seca, e a 
alegavam também, tinha uma mulher que vinha trabalhar aqui em casa que já 
era velhinha e falava eles saíram de lá também o medo de Lampião, a fúria 
216 
de Lampião afastou muita gente, porque ele era muito mal, ele chegava fazia 
o que ele queria ir tinha jeito, eles pegaram essa estrada de ferro para 
trabalhar e vieram se localizar aqui com barraquinha, é depois fizeram casa, 
outras pessoas foram embora depois foi mudando. 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
As escolas rurais eram estaduais né e recebiam merenda no começo eram 1 
professora não é que você falou depois passou a ser ter 2 é depois passou 3 
depois é depois passou 2. 
Quando eu comecei um tinha mais de 60 na minha segunda, terceira e quarta 
Eu tinha 15 anos, então o que aconteceu comigo é que eu fui estudar, mas 
não gostava de ficar fora de casa de jeito nenhum, chorava queria vim embora, 
então um dia que eu estava na véspera de voltar pro colégio o papai viu 
perguntou “por que que está chorando” ai eu respondi “porque não quero 
estudar em Colatina não” pai fala “você não quer ir não então não vai Nina”, 
foi uma porta que abriu para mim, porque daí uns dias eu estava varrendo aí 
chegaram uns homens e chamaram papai para conversar, e depois da 
conversa deles, papai chegou perguntou “esses pais vieram ver se você quem 
ensinar os meninos a escrever já que não tem ninguém que ensina” eu falei 
“eu vou ensinar” 
Eu entrei com muito ânimo, com muita Alegria e sempre venci graças a Deus, 
na escola eu tive muita ajuda da Matilde Guerra Comério, está foi uma pessoa 
que me deu muito muita força eu tenho muito medo esquece dela um dia. 
Eu e a outra professora do Auto, Matilde Guerra, fazia o dia da Criança, tinha 
muita coisa gente brincadeiras e muitas muita peça para elas, no Dia do Índio, 
a gente saia com as crianças, eles já vinham indicados vestido de índio a 
217 
gente aí no Mato sabe, andava por aí para dizer como é que viviam os índios. 
Teve um professor particular o José Odorífico, ele formou a banda de música 
da barra do triunfo é ai depois, ele veio morar aqui e formou uma banda no 
alto São Gabriel, ele morava aqui mas a banda foi feita lá no Alto porque lá 
tinha mais gente que morava, só que acabou por causa da época do café que 
todo mundo foi embora. 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
Olha a igreja na época, é parece que os italianos se pareciam mais católicos, 
eles tinham mais responsabilidade na igreja, então naquela época eu acho 
que tinha mais as pessoas iam, agora foi mudando. 
Na arquitetura mudou nada não, só botou uma partezinha do lado de fora. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
distrito? 
Resposta no B2 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Resposta no B2 
 
218 
 
Apêndice C.3 – Orlando Caetano 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 03/06 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Orlando Caetano Data de nascimento: 28/02/1932 
Tempo de moradia no distrito: a vida toda 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
Ela mudou muito, antigamente era todos os anos, tinha festa de São João que 
era a festa do padroeiro, São Francisco, se faziam várias festas durante o ano, 
é que depois acabou. Antigamente era festinha, com um leilãozinho pouco, 
todos os anos vinha banda de música da Barra do Triunfo. 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
Eu fui na escola como falei com você, estudei até o terceiro ano, hoje o estudo 
é diferente, hoje o estudo é tudo diferente, o menino do Luís uma vez veio 
para eu ensinar o dever e eu não consegui ensinar não. Antigamente era conta 
de somar, as contas eram mais básicas né. 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
Antes da escolinha ser onde sua estrutura está ela era no terreno da igreja, 
antes dela existir, era uma casa de morada com dois quartos e tinha uma 
219 
 
salona grande, e era de madeira. 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
Não soube responder 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
Nossa morava muita família por aqui, porque todo mundo trabalha na roça, 
desde meeiros trabalhava a dia com o pessoal do Baptista tinha uma porção 
de gente. A estrutura era de terreno de colônia, hoje não tem mais ninguém 
aqui que tem meeiro, para tocar o café a meia praticamente. 
- Por onde passava a maria fumaça? 
Passava na frente daqui e tinha uma parada ali onde é o “Betinho”, onde 
embarcava ali, porque ele tinha que pegar força para subir a Maria Fumaça. 
A caldeira era de água e lenha. 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
Antigamente tinha venda lá em cima que vai para cima no Alto um pouco 
antes, logo pertinho do Pedro Lima, ali tinha uma venda era do Juninho 
Campustrini ele tinha uma venda e hoje onde a “Tilinha” mora (antiga escola 
do “Patrimônio”) tinha uma venda grande que era do Baptista, em uma casa 
bem grande, tinha calçada em que subia uma escada com três degraus, e a 
venda era tudo de porta de vidro e mexiam com tecido, diferente de hoje que 
compra toda a roupa feita, antes mandava tudo costurar. 
A escola os meninos iam de bermudinha, e a mulher era de saia vermelha e 
blusa branca e o home de bermuda azul e blusa branca, e tinha a gravata azul 
na mesma cor da bermuda, que de acordo com o ano tinha as listras brancas 
220 
 
contando o número do ano que estava. As bolsas eu nos carregava era um 
bornal e as meninas era uma bolsinha de alça. 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
Já estudei com a professora que era parente desse Batista, ela deu aula para 
mais de 50 alunos, era primeiro ano A, B e C, segundo ano, terceiro ano. A 
escola era pequena, antigamente era diferente, a professora fez uma mesona, 
aí mandou fazer uma bancada, os meninos se sentavam naquela mesa e ela 
dava aula para quase 40 alunos com todos os anos em uma sala só. 
Antigamente a escola era no lugar que hoje é a Igreja, a escola foi instalada 
numa casa que tinha lá, as professoras que vinham para dar aula que fosse 
solteira ficavam na casa do senhor Roberto Batista. Até onde eu me lembro 
era a professora Rosalina Costa Longa, Leopoldina Genodora, depois entrou 
a professora Emilia de Oliveira, depois entrou a parente do senhor Roberto, a 
Selita Nascimento, depois foi a Maria alguma coisa, depois dessa que a 
Páscoa entrou. Meus meninos estudaram tudo com a Páscoa Baptista. 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
Ela mudou muito, antigamente era todos os anos,tinha festa de São João que 
era a festa do padroeiro, São Francisco, se faziam várias festas durante o ano, 
é que depois acabou. Antigamente era festinha, com um leilãozinho pouco, 
todos os anos vinha banda de música da Barra do Triunfo. 
Não, a maior reforma que eles fizeram nesta igreja foi agora, antigamente nem 
tinha um banco pra se sentar na igreja também, depois vieram aqueles que 
era aquele banquinho depois dessa reforma. 
Na porta da igreja tinha um lugar que chamava “o couro” de subir lá em cima 
para ver a missa de vez em quando, hoje e os cantor que fica lá de cima. Ali 
221 
 
por cima da porta tinha uma escadinha e uma sobreloja fora a fora tinha uma 
escala e uma varandinha, então tanto pessoas via a missa lá de baixo como 
subir ficar lá em cima, e na época de festa o coro principal da igreja ficava na 
parte de cima, depois de um tempo desmancharam. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
distrito? 
Como eu falei com você, tinha muito morador por aqui, por essa região. Era 
tudo dividido em colônia, e cada propriedade tinha 6 colônias, e cada 
propriedade poderia ter até 3 meeiros morando na terra com suas famílias, 
então eram muitos moradores, tanto que uma escolhida do Alto São Gabriel 
chegou a ter 65 alunos de uma vez só. 
- Como a crise do café influenciou a região? 
Aí passou a ter o êxodo rural porque o café passou a não valer nada, alguns 
proprietários queimaram os cafezais, porque o governo incentivou, os meeiros 
sem trabalho na roça foram para a cidade. 
222 
 
Apêndice C.4 – Pedro Lima 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 04/06 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Pedro Lima Data de nascimento: 1946 / 75 anos 
Tempo de moradia no distrito: a vida toda 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
aqui fui batizado e tinha muita festa e não é igual hoje, antigamente se 
colocava (doava) alimentos na feira para vender. 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
Tinha muita gente, tinha classe do primeiro ano, segundo ano, terceiro, ano 
quarto ano. Só se estudava o era o básico. 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
Tinha uma venda aqui, funcionava uma venda na parte da frente e a moradia 
a tras. 
Na escolinha ali, tinha uma venda 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
223 
 
Não respondeu 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
É tipo assim, tinha uma família tinha que tinha um meeiro o pátio onde os 
empregados trabalham. 
- Por onde passava a maria fumaça? 
A Maria Fumaça passava aqui na frente da venda, passava aí na frente 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
Tinha uma casa de estrei (pau a pique) né não é não é e de tijolinho não era 
de igual hoje lá de outro item era de Barro né Barro é barreado né, era de 
madeira 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
só numa sala só, tudo numa sala só, fiquei muito cadeira de pau a dona só 
fazia as classes né dividir as classes. 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
Depois dessa reforma recente, só se pintava a parede. No coreto que tinha é 
que os leilões aconteciam. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
distrito? 
Não respondeu. 
- Como a crise do café influenciou a região? 
224 
 
A crise do café é atingiu aqui quando teve aquela queda abrupta do preço do 
café, deu muita bronca no café o governo mandou um arrancar o café tudo e 
vender. O café já não tinha mais nada, estava só o pó e o governo acabou 
com o café tudo e teve uma crise que pois todo mundo embora para o norte, 
ele deu algum incentivo para que queima do café. A maior parte delas foi para 
Colatina. 
O patrão deu o dinheiro para a gente, o resto o patrão passava no papo. 
 
225 
 
Apêndice C.5 – Dona Nena 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 05/06 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Palmerinda da 
Conceição Solto 
Data de nascimento: (95 anos em 
2021) 
Tempo de moradia no distrito: 90 anos 
Termo de consentimento: ( ) assinado 
Perguntas: 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
Nascida, criada e batizada na localidade, com todos os nove irmãos e três 
irmãs também batizados lá somando doze ao todo. Foi casada em baunilha 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
Os filhos foram estudar na escola do Alto São Gabriel, que tinha a Matilde 
Guerra Comério como professora, com os filhos da professora na mesma dala 
que os dela. Nunca chegou a estudar e trabalhou desde cedo 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
Não soube responder. 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
Não sei. 
226 
 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
A divisão da Terra era feita por colônia, eram famílias. 
- Por onde passava a maria fumaça? 
Já embarquei nela fui em coladinho ela tinha uma estação ali perto da entrada 
sim eu enverguei uma vez eu lembro do barulho que ela fazia assim, mas é 
bom quando ela passar ali. 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
A casa que morei nos Pifer por 30 anos. 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o 
distrito? 
Ali para dentro era pura casa e agora não tem nada mais antigamente tinha 
mais família morando aí tinha muita gente 
- Como a crise do café influenciou a região? 
O meu pai teve que vender pois estava devendo muito, depois de casada eu 
fui morar com os sogros que estava ruim de vida. 
Tinha muita gente morava, mas depois sumiram tudo, foram para Colatina, 
agora eu nunca saí da roça, eu já fui morar na cidade em uma casa alugada, 
porque eu fiquei sem casa, eu fui para João Neiva aí fiquei 3 anos, depois de 
aposentada comprei essa casa e é isso. 
227 
 
Apêndice C.6 – Aloir Comério 
ENTREVISTA – MORADORES ANTIGOS FICHA: 06/06 
INFORMAÇÕES GERAIS 
Nome completo: Aloir Adirceu Comério Data de nascimento: 06/06/1959 
Tempo de moradia no distrito: 
Termo de consentimento: (X) assinado 
Perguntas: 
- Quais histórias possui com as igrejas do povoado? 
As principais histórias que eu conheço, e que foi uma comunidade originária de 
famílias italianas, de pessoas muito católica que tinha o prazer de desenvolver a 
religião católica na comunidade. 
- Quais histórias possui com as escolas que funcionavam do povoado? 
As escolas eram precárias, mas com o objetivo fundamental, de realmente um aluno 
sair sabendo português, matemática, o dia a dia básico e a história, sendo o básico 
do desenvolvimento intelectual. 
Sou filho de uma professora, que naquela época, começou dar aula com 15 anos 
de idade, depois de muito tempo, de casar na comunidade, de criar 8 filhos, resolveu 
continuar os estudos. Na época que ela fez um ginásio rápido, veio para Colatina 
fazer o normal, fez faculdade, fez pós graduação e trabalhou em todos os principais 
pilares da educação do município de Colatina. 
E também gostaria de orientar que, no começo dela em São Gabriel, ela veio nova 
e contratada para poder dar aula no interior e somente depois se casou. Com veio 
nova morou numa família que não conhecia, mas que era a família tradicional, bem 
centralizada em termos do Auto São Gabriel de Baunilha, Bom Jesus, Córrego São 
João ficava próximo da igreja, a moradia ficava mais ou menos centralizada, onde 
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ela, com muita competência, desenvolveu um trabalho de respeito, tanto que tem 
uma escola com o nome dela hoje. 
- Quais são as casas mais antigas do povoado? 
Ficava de preferência no povoado. 
- A capela de Santa Luzia foi construída para qual finalidade? 
É segundo as informações, e se não falha a memória, foi um problema de vista de 
umitaliano teve, um problema sério de vista na verdade, e que ele fez uma 
promessa que se ele ficasse bom da visão ele retribuiria a Santa Luzia através de 
um de um memorial que seria essa capelinha que existe até hoje, uma capelinha 
devocionário. 
- Lembra-se das divisões de terras que existiam quando mais novo? 
O vale foi desbravado por glebas de terra, essas glebas eram 6 alqueires cada 
propriedade, ou melhor, 30 hectares para cada divisão. Todas as divisões de Terra 
vinham de um lado do córrego e do outro lado do córrego, de um lado morava um 
produtor, do outro lado outro produtor e esse córrego foi desbravado por famílias 
tradicionais italianas, assim como: Trevisani, Massolin Varnier, Vicentini, Comério, 
Piffer e Pertel entre outros que no momento não lembro. Existiam algumas glebas 
de origem indígena, assim como, Silva, pelo que eu conheço e outras mais. 
As casas dessas antigas, as primeiras casas, que depois foram demolidas, elas 
eram de feitas de madeira que era o que mais tinha de abundância, então essas 
casas era todas feitas com a estrutura em madeira fraquejada, na base do machado 
principalmente, madeiras como a Braúna, que era mais resistente, o Guarabu, 
outras mais. 
 
229 
 
As casas eram de tijolo, eram de “entulho”, que hoje se chama taipa de mão, onde 
jogava o barro um contra o outro e alisava esse Barro era seguro por chamado de 
entulho, esses entulhos eram jogados em esteira de madeira que enrolava com 
Cipó ou com a própria madeira as taliscas, de um lado do outro onde o barro ficava 
e daí fazia um reboco, ou alguma coisa assim para melhorar a aparência. 
Aí depois com o tempo, essas casas foram demolidas para criar novas e tal, elas 
foram a partir do momento que essas famílias saiam, é por alguns motivos não tinha 
muito espaço para aumentar o tamanho da propriedade, e aí a foram para novos 
locais de desbravação, que seria São Domingos, Marilândia, patrimônio do rádio, 
córrego São José e outros mais deixando a nossa localidade, aqueles que 
permaneceram foram comprando essas glebas que hoje é de poucos produtores. 
- Por onde passava a maria fumaça? 
A Maria Fumaça fazia o percurso de Vitória a Belo Horizonte que passava por, João 
Neiva, Acioli, São Gabriel de Baunilha e Colatina. Ela passava ali onde tem um 
campo de bocha hoje, o que seria os trilhos da Maria Fumaça hoje, se encontra um 
posto de saúde em um campo de bola de massa. 
- Qual edificação possui mais afinidade? Justifique. 
De edificação tradicional que permaneceu até hoje, eu considero a igreja do Alto 
São Gabriel, a Capelinha de Santa Luzia e algumas outras edificações que estão 
abandonadas, mas que traduz o que era a família da época e basicamente qual era 
a sua função na comunidade. 
- Como era o funcionamento das escolas rurais? 
As escolas rurais ela principalmente tinha a prioridade de desenvolver uma 
educação com erradicar o analfabetismo, mas com qualidade, o saber do adulto era 
respeitado pelas crianças, o professor era extremamente respeitado pelos alunos, 
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o idoso ele era ponto de referência para as crianças, existindo um respeito muito 
grande. 
Na escolinha que estudei eram, primeiro, segundo, terceiro, quarto e quinto ano em 
um único salão, onde a carreira de carteiras diferenciava o estudo de cada ano e 
cada carreira de carteira tinha um quadro específico na frente. O aluno, por 
exemplo, do quarto ano não podia se intrometer no aluno de terceiro, e do segundo 
de primeira série. Tinha uma divisão de uniforme, que era uma gravata, e essa 
gravata passava por pequenas asinhas, onde o primeiro ano era uma cinta, o 
segundo duas cintas e por aí sucessivamente. 
Tinha horário, tinha almoço, tinha lanche, o horário era de 7 às 11, tinha um intervalo 
no Recreio que antigamente, no início, cada um levava sua farofinha, levava uma 
fruta, mas que depois, através do governo federal, foi implantado a merenda 
escolar. Essa merenda escolar, por incrível que pareça, era feita pelos próprios 
alunos, eram grupos de alunos que cada dia da semana, normalmente eram os 
alunos maiores, um grupo de 5 alunos era responsável para fazer a merenda sobre 
sob a supervisão da professora, que além de dar aula ela supervisionava, o aluno 
saía sabendo inclusive cozinhar, lavar as vasilhas, fazia limpeza, era um trabalho 
de inclusive buscar lenha no meio do mato para fazer a própria merenda, era uma 
aprendizado de vida extensivo ao futuro de cada família. 
- As igrejas sofreram alguma reforma que mudou alguma coisa? 
Houve algumas mudanças com referência ao altar, foram feitas algumas 
modificações, e normalmente foram feitas áreas de festas mais amplas, porque 
antigamente era mais voltado especificamente para a religião, onde haviam os 
pequenos leilões onde os participantes levavam os mantimentos que colhia, as 
frutas e fazia pequenos leilões para manter a igreja, manter o catolicismo. 
Eu me lembro que a minha avó plantou vários pés de laranja e que estava na hora 
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de colher eu falei, vó você não vai colher essa laranja não, eu vou não meu filho, 
deixa vir aí a festa da igreja eu vou levar um saco cheio de laranja para fazer o leilão 
e depois eu começo usufruir, primeiro é para pagar a promessa dos pés de laranja 
desenvolverem muito bonitos. 
- Como a colonização italiana e o incentivo da cafeicultura influenciaram o distrito? 
Eu me lembro que a mãe minha mãe era professora e muito estudiosa, lia muito 
apesar da precariedade, ouvia as reportagens, ela tinha contato com a Secretaria 
educação, mesmo morando lá na no interior, e me lembro perfeitamente que teve 
uma vez que ela comunicou que de acordo com a pesquisa efetuada pelos Estados 
Unidos, o vale do Alto São Gabriel de Baunilha foi tido como o vale de maior 
produtividade de café do mundo, e eram pequenas propriedades com o proprietário 
morando em cima com 2 ou até 3 meeiros, que desbravava a área toda e plantava 
café em tudo, com terra muito boa, muito fértil onde produzia muita quantidade de 
café. 
- Como a crise do café influenciou a região? 
A crise do café veio com uma interferência governamental, e dando uma bonificação 
para o produtor que é radicasse essa cultura, e uma vez que o preço estava muito 
baixo que não compensando, com isso aconteceu que faltou espaço para os 
meeiros trabalhar e tiveram uma única alternativa, mudar para a cidade, aí veio as 
favelas. veio os bolsões de pobreza, até porque é esses mesmos eram 
trabalhadores rurais e na cidade não tinha é espaço para tanto trabalhador rural, 
depois eles que tinham uma escolaridade menor ou básica, não tinha curso de 
profissionalização, curso técnico, não tinha nada de qualificação profissional para 
nova atividade que eles iam exercer, até porque esses meeiros não eram 
proprietários de terra e quando eles saem de um certo local eles não têm tanto 
dinheiro assim para poder consegui outro. 
 
232 
 
ANEXO 
ANEXO A – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA 
 
233 
 
 
234 
 
 
235 
 
 
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