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PRÓTESE FIXA I ENDODONTIA I @drsaviohenrique ● “O conhecimento da anatomia radicular e suas variações são imprescindíveis para que possamos obter sucesso durante o tratamento endodôntico”. ● Um tratamento endodôntico satisfatório depende de muitos fatores como: conhecimento anatômico; acesso coronário; limpeza e modelagem; obturação; sucesso. ● O endodonto é composto pela polpa dentária, dentina, o canal radicular e a cavidade pulpar. ● A dentina constitui toda região interna do canal radicular; ● O canal radicular é dividido em duas porções: porção coronária e porção radicular; ● A porção coronária é chamada de câmara pulpar e recebe este nome pois abriga a polpa dental coronária; ● A porção radicular abriga a polpa radicular, conhecida como canal radicular; ● A polpa dental é constituída por tecido conjuntivo frouxo composto por células, vasos, nervos, fibras e substâncias intercelulares; ● A câmara pulpar é a parte interna do elemento que abriga a polpa dentalmais volumosa; ● Essa câmara é composta por: teto, assoalho, cornos pulpares e paredes laterais. ● O teto é a parte mais coronária da câmara pulpar. É por ele que se inicia o tratamento endodôntico; ● Os cornos pulpares são envaginações sob dentina, ou seja, extensão da polpa mais coronária, que geralmente ultrapassa o teto; ● As paredes laterais estão associadas a cada face do elemento como: vestibular, lingual/palatina, distal e mesial; ● O assoalho da câmara é como o ‘chão’, e só está presente em dentes multirradiculares. Lembre-se que o assoalho jamais deverá ser desgastado com brocas. ● Esse sistema é como o canal radicular daquele elemento se apresenta, seja pela quantidade de canais e sua variações anatômicas; ● Geralmente esses sistemas reproduzem o exterior da raiz; CANAISDIAFANIZADOS ● O sistema de canais radiculares será classificado de acordo com o canal que apresentam; ● Os canais radiculares possuem uma alta complexidademicroscópica; ● A técnica endodôntica atuará mecanicamente sobre o canal principal; ● Os outros canais geralmente não são visíveis radiograficamente e serão trabalhados quimicamente; ● O sistema de canais radiculares não é composto por exclusivamente por canais únicos, mas sim, por um emaranhado de canais; ● CANAL PRINCIPAL: é o mais importante, esse canal passa normalmente pelo eixo dental e pode alcançar sem interrupção o ápice radicular; ● CANAL RECORRENTE: é aquele que sai do canal principal e a ele volta, o trajeto é feito só em dentina; ● CANAL CAVO INTER RADICULAR: é aquele que sai do assoalho da câmara pulpar, percorre a dentina inter-radicular e alcança o ligamento periodontal na região de furca; ● CANAL LATERAL: esse canal liga o canal principal à superfície externa do dente; ● CANAL COLATERAL: esse canal segue um percurso paralelo ao canal principal, podendo alcançar independentemente o ápice. Normalmente é menos calibroso que o canal principal; ● CANAL RETICULAR: é o resultado do entrelaçamento de três ou mais canais que correm quase paralelamente, por meio de ramificações do intercanal, apresentando um aspecto reticulado; ● CANAL SECUNDÁRIO: esse canal sai do canal principal na sua porção apical e termina na região periapical do dente; ● CANAL INTER CONDUTO: é um canal que coloca em comunicação os canais principais. Esse canal fica localizado em dentina, não atinge a região de cemento; ● CANAL ACESSÓRIO: é o canal que deriva de um canal secundário e vai até à superfície externa do dente; ● CANAL DELTA APICAL: são múltiplas derivações que se encontram próximas do mesmo ápice e que saem do canal principal para terminar na zona apical. O canal principal, próximo ao ápice radicular, pode dar múltiplas derivações e terminar em forma de delta. ● A classificação de Weine é um sistema que determina o tipo anatômico dos diferentes complexos do canal radicular; ● Essa classificação determina 4 tipos de canais: tipo I, tipo II, tipo III e tipo IV; ● CANAL TIPO I: canal único da câmara pulpar ao ápice. O canal mais fácil para se trabalhar assim como o mais presente; ● CANAL TIPO II: dois canais partindo da câmara pulpar unindo-se em uma única saída no ápice; ● CANAL TIPO III: dois canais independentes da câmara pulpar ao ápice; ● CANAL TIPO IV: um canal partindo da câmara pulpar dividindo-se em dois no terço médio ou apical. ● É denominada assim a zona compreendida pelos 4 a 5 mm apicais do canal radicular, onde as ramificações do canal principal são mais frequentes. ● Essa área é dita crítica porque contém em íntima relação os tecidos e os elementos estruturais do periápice: o canal radicular apical; o forame apical; e as foraminas. ● O maior número de ramificações do canal está presente no terço apical; ● O forame apical é uma abertura na ponta da raiz do dente por onde se forma e se nutre a polpa dentária; ● O limite CDC (cemento-dentina-canal) é a região de transição, onde o canal dentinário e o canal cementário se unem; ● O limite CDC é o local de maior constrição do canal radicular, onde a polpa termina e o periodonto começa; ● O limite CDC não deve ser ultrapassado com os instrumentos durante o tratamento endodôntico pois é ele quem favorece que o material obturador não venha extravasar para o periodonto apical. ● O ápice radiográfico é determinado clinicamente através da radiografia; ● Geralmente o ápice radiográfico não coincide com o ápice anatômico e a imagem bidimensional da radiografia não nos permite fazer esta distinção; ● A tabela abaixo relaciona as médias de quantidade de canais, frequência de raízes e comprimento médio dos elementos; ● Mas é importante salientar que cada paciente possui uma morfologia específica e possíveis variações anatômicas podem estar presentes; ❖ INCISIVO CENTRAL SUPERIOR: comprimento médio: 24,5 mm; formato: cônico; maior dimensão: vestíbulo-palatina; Tipo I de Weine. ❖ INCISIVO LATERAL SUPERIOR: comprimento médio: 23 mm; bem semelhante ao incisivo central; geralmente possui uma curvatura disto-palatina nos 4 mm apicais da raiz; Tipo I de Weine. ❖ CANINO SUPERIOR: comprimento médio: 26,5 mm; dentemais longo; formato cônico; Tipo I de Weine. ❖ 1º PRÉ-MOLAR SUPERIOR: comprimento médio: 21,5 mm; geralmente possui 2 raízes e 2 canais; possui uma concavidade mesial no terço cervical da coroa e raiz; é o elemento quemais possui variações anatômicas; prevalência de 40% de apenas 1 raiz; prevalência de 60% de 2 raízes; prevalência de 85% para 2 canais. ❖ 2° PRÉ-MOLAR SUPERIOR: comprimento médio: 18,5 mm possui 1 raiz em 90% do casos; prevalência de 54% para 1 canal; prevalência de 46% para 2 canais. ❖ INCISIVO CENTRAL INFERIOR: comprimento médio: 21 mm; menor dente da arcada; Tipo I de Weine. ❖ INCISIVO LATERAL INFERIOR: comprimento médio: 22 mm; Tipo I de Weine. ❖ CANINO INFERIOR: comprimento médio: 25 mm; raiz única em 98% dos casos; possui achamento proximal, o que pode gerar 2 canais. ❖ 1° PRÉ-MOLAR INFERIOR: comprimento médio: 22 mm; possui curvatura distal em 36% dos casos; prevalência de 1 raiz e 1 canal em 87%; prevalência de 11% para 2 raízes e 2 canais e 1 raiz e 2 canais. ❖ 2° PRÉ-MOLAR INFERIOR: comprimento médio: 22 mm; muito similar ao 1° pré-molar inferior. CRÉDITOS: O CONTEÚDO E IMAGENS PRESENTES NESTA APOSTILA FORAM RETIRADAS DOS SLIDES DO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DAS DISCIPLINAS DE ENDODONTIA I, II E III DA EQUIPE DE ENDODONTIA DA UNIVERSIDADE UNIGRANRIO CAMPUS BARRADA TIJUCA - RJ, A QUEM TENHO ADMIRAÇÃO E GRATIDÃO.