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Regulação Emocional A regulação emocional é um processo fundamental para o bem-estar psicológico e social, sendo definida como a capacidade de monitorar, avaliar e modificar as próprias emoções de maneira adequada às circunstâncias (Gross, 2015). Esta habilidade é essencial para a adaptação e funcionamento saudável em diversas áreas da vida, incluindo relacionamentos interpessoais, desempenho acadêmico e profissional, e saúde mental. James Gross é um dos principais teóricos na área de regulação emocional e propôs um modelo processual que descreve as etapas pelas quais as emoções são reguladas (Gross, 1998). Segundo esse modelo, a regulação emocional pode ocorrer em diferentes pontos no processo de geração da emoção: antes da resposta emocional ser plenamente ativada (estratégias de regulação antecedente) ou após a emoção já estar em andamento (estratégias de regulação de resposta). Dentre as estratégias de regulação antecedente, destaca-se a reavaliação cognitiva, que envolve reinterpretar a situação de modo a alterar seu impacto emocional. Estudos demonstram que a reavaliação cognitiva está associada a uma maior resiliência emocional e bem-estar psicológico (John & Gross, 2004). Por exemplo, ao enfrentar uma crítica no trabalho, uma pessoa pode reinterpretá-la como uma oportunidade de crescimento, em vez de vê-la como uma ameaça à sua competência. Por outro lado, a supressão emocional, uma estratégia de regulação de resposta, envolve inibir a expressão externa da emoção. Embora possa ser útil em algumas situações sociais para evitar conflitos, a supressão emocional está associada a consequências negativas, como aumento do estresse fisiológico e menor satisfação nos relacionamentos interpessoais (Gross & John, 2003). Além disso, a teoria de James Gross é complementada por pesquisas em neurociência que mostram a importância das áreas cerebrais, como o córtex pré-frontal, na regulação das emoções. Estudos com neuroimagem indicam que pessoas que utilizam efetivamente a reavaliação cognitiva apresentam maior ativação no córtex pré-frontal e menor ativação na amígdala, região associada ao processamento de emoções negativas (Ochsner et al., 2004). Barbara Fredrickson, outra autora de referência, propôs a Teoria da Amplitude e Construção, que sugere que emoções positivas ampliam o repertório de pensamentos e ações de uma pessoa, promovendo a construção de recursos duradouros (Fredrickson, 2001). Segundo essa teoria, cultivar emoções positivas pode ser uma estratégia eficaz de regulação emocional que contribui para a resiliência e o crescimento pessoal. Em conclusão, a regulação emocional é um componente crucial para a saúde mental e o bem-estar geral. A compreensão e aplicação de estratégias eficazes de regulação, como a reavaliação cognitiva e o cultivo de emoções positivas, são fundamentais para enfrentar os desafios cotidianos e promover uma vida equilibrada e satisfatória. As contribuições teóricas e empíricas de pesquisadores como James Gross e Barbara Fredrickson oferecem insights valiosos para o PSICÓLOGA CONCURSEIRA desenvolvimento de intervenções e práticas voltadas para a melhoria da regulação emocional. PSICÓLOGA CONCURSEIRA