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FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DA ORIENTAÇÃO ESCOLAR 
 
 
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES 
 
editorafamart@famart.edu.br 
 
 
TUTORIA ONLINE 
 
Segunda a Sexta de 09:30 às 17:30 
Acesse a aba Tutoria EaD em seu portal do aluno.
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 PANORAMA E FORMAÇÃO BÁSICA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 3 
1.1 Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional
 ........................................................................................................................... 3 
1.2 A Orientação Educacional nos dias atuais .............................................. 6 
2 ATIVIDADES DA FUNÇÃO ............................................................................ 8 
2.1 Atividade existencial .................................................................................. 9 
2.2 Atividade terapêutica ............................................................................... 11 
2.3 Atividade de recuperação ........................................................................ 11 
3.1 Objetivos da Orientação Educacional .................................................... 15 
4 FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ............. 18 
4.1 Educação Infantil ...................................................................................... 18 
4.2 Ensino Fundamental ................................................................................ 19 
4.3 Ensino Médio ............................................................................................ 20 
4.4 Junto às famílias dos alunos .................................................................. 21 
4.5 Junto aos alunos ...................................................................................... 22 
4.6 Junto aos professores ............................................................................. 23 
4.7 Atividades junto aos professores ........................................................... 24 
5 ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................ 25 
6 A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) ............................... 28 
7 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A APRENDIZAGEM DOS 
ESTUDANTES ................................................................................................. 30 
ENCERRAMENTO ........................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38 
 
 
 
 
3 
 
 
1 PANORAMA E FORMAÇÃO BÁSICA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
No artigo 64 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB n. 
9394/96 encontramos que a formação de profissionais de educação para 
administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional 
para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou 
em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta 
formação, a base comum nacional. 
Em linhas gerais, o orientador educacional, o profissional que 
discutiremos nessa apostila é aquele que se preocupa com a formação pessoal 
de cada estudante, atuando na maioria das vezes no Ensino Médio. 
 
1.1 Aspectos Legais do Orientador Educacional no Contexto Educacional 
 
Grinspun (2002) relata a origem da Orientação Educacional, a qual se 
iniciou com a Orientação Vocacional, nos Estados Unidos, em 1908, com um 
caráter de aconselhador que marca toda sua trajetória. Movimentos da época 
teriam feito eclodir tal prática no mundo todo, como os movimentos em prol da 
psicometria1, da revolução industrial, da saúde mental e das novas tendências 
pedagógicas. 
Já a preocupação com a organização escolar surgiu apenas em 1912, em 
Detroit, nos Estados Unidos, através de Jessé Davis, mas com a particularidade 
básica de acolher a problemática vocacional e social dos alunos de sua escola. 
No Brasil, segundo Grinspun (2002), a Orientação Educacional teve início 
em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, também com a função de 
Orientação Vocacional. Já Nérici (1976) acredita que a primeira tentativa de 
Orientação Educacional no Brasil deve-se à Lourenço Filho, que quando diretor 
do Departamento de Educação do Estado de São Paulo, criou o “Serviço de 
Orientação Profissional e Educacional”, em 1931, o qual tinha como maior 
objetivo, guiar o indivíduo na escolha de seu lugar social pela profissão. 
Começaram a surgir, também, experiências isoladas nas escolas, nos 
moldes americanos e europeus, sendo a pioneira a de Aracy Muniz Freire e 
 
 
4 
 
 
Maria Junqueira Schimit, no Colégio Amaro Cavalcanti, no Rio de Janeiro, em 
1934 (GRINSPUN, 2002, p. 18). 
Foi com as Leis Orgânicas de 1942, do ministro de Getúlio Vargas, 
Gustavo Capanema, que pela primeira vez se encontraram referências explicitas 
à Orientação Educacional. Sua função teria caráter corretivo e direcionado para 
o atendimento aos alunos problemas. Outra função seria a de velar para que os 
estudos e descanso do aluno ocorressem de acordo com as normas 
pedagógicas mais adequadas. Também teria o papel de esclarecer possíveis 
dúvidas dos alunos e orientar seus estudos para que sozinhos buscassem sua 
profissionalização. A profissão também seria regulamentada, tendo o Orientador 
Educacional que fazer um curso próprio de Orientação Educacional 
(GRINSPUN, 2002). 
Entretanto, nesta época, ainda o curso principal da Orientação 
Educacional seria o ensino técnico, em que ajudava na formação de uma mão 
de obra especializada e qualificada, assumindo caráter terapêutico, preventivo, 
psicometrista, identificando aptidões, dons e inclinações dos indivíduos. 
As origens da Orientação Educacional estão na Lei Orgânica do Ensino 
Industrial de 30 de janeiro de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de abril de 
1942 que estabelece as diretrizes para a profissão como função de encaminhar 
os alunos nos estudos e na escolha da profissão, sempre em entendimento com 
sua família. Porém, em seu artigo 50, a Orientação Educacional é concebida 
como um processo de adaptação do sujeito ao meio visando os problemas dos 
alunos, seus desvios que perturbam a vida da escola (KROTH, 2008). 
Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua 
atenção ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o 
aluno a rotina da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de 
desenvolvimento da atividade educativa”. Desta forma, se efetivava as intenções 
do Decreto Lei nº 4073/42 que reduz as funções da Orientação Educacional às 
atividades isoladas do contexto da escola, reduzindo-a a um veículo escolar 
repudiado por alunos e professores. 
Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê 
sobre o exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei 
 
 
5 
 
 
em 21 de dezembro de 1968 significou um avanço na definição e 
profissionalização do Orientador Educacional. 
Até a década de 1970, em todo nosso país, a Orientação Educacional se 
apoiou num referencial basicamente psicológico reforçando a ideologia de 
aptidões. 
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 5692 de 1971, a Orientação 
Educacional assume um papel fundamental, sendo a área da Orientação 
Vocacional a mais privilegiada para atender aos objetivos de ensino da própria 
lei (GRINSPUN, 2002). 
Orientação Educacional passa a ser obrigatória no Ensino de 1º e 2º 
graus, para atender o objetivo de “qualificação para o trabalho” e de “sondagem 
de aptidões”. O artigo 10 refere-se: “Será instituída obrigatoriedade a Orientação 
Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em cooperação 
com os professores, a família e a comunidade” (KROTH, 2008). 
A partir das determinações desta lei, a Orientação Educacional 
desenvolve a sua prática nas escolas, baseada no autoconhecimento,nas 
relações pessoais, sondagem de aptidões e interesses, informações sobre as 
profissões e mercado de trabalho. As técnicas de aconselhamento, entrevistas, 
aplicação de testes, inventário de interesses, sociogramas, atendimentos a 
problemas disciplinares pautam a ação cotidiana do Orientador Educacional. 
Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846 
regulamentando a Lei nº 5.564/68 que provê sobre o exercício da profissão de 
Orientador Educacional (KROTH, 2008). 
Em 1973 é assinado o decreto n. 72.826 que define o objeto da orientação 
educacional ao educando. 
Na década de 1980, o orientador vai deixando as funções/denominações 
de atender alunos-problema, de psicólogo e facilitador de aprendizagem e vai 
com o tempo ostentando com mais autoridade técnica seu compromisso político 
com e na escola. A produção acadêmica na área da Orientação vai sendo 
ampliada numa dimensão mais crítica e questionadora; assim como os 
orientadores adotam uma função política comprometida com as causas sociais 
(GRINSPUN, 2002). 
 
 
6 
 
 
Na verdade, na década de 1980, os orientadores pensam e discutem 
muito sobre sua profissão e seu papel na educação, mas acabam ficando só no 
teórico, pois na prática o que se vê é o mesmo das décadas anteriores. 
 
1.2 A Orientação Educacional nos dias atuais 
 
Para Grinspun (2002) atualmente, a orientação possui papel mediador 
junto aos demais educadores da escola, buscando assim o resgate de uma 
educação de qualidade nas escolas. 
Da ênfase ao individual de antes, passa-se, agora, a reforçar o aspecto 
coletivo, sem deixar de levar em conta que este é formado por pessoas com 
pensamentos e contextos sociais diferentes que as levam a pensar de maneira 
própria sobre as questões que lhes cercam, devendo ela chegar as realizações 
bem sucedidas. 
Essas novas mudanças começam a surgir no início da década de 1990, 
quando muitos acontecimentos permitem tal processo, passando a educação e 
a orientação a andarem juntas, sendo “os orientadores (...) os coadjuvantes na 
prática docente” (GRINSPUN, 2002, p. 27). 
Hoje o Orientador Educacional não atua mais por ser uma profissão que 
deva existir pela “obrigação”, pois na Lei 9394/96 não há a obrigatoriedade da 
Orientação, “mas por efetiva consciência profissional, o orientador tem espaço 
próprio junto aos demais protagonistas da escola para um trabalho pedagógico 
integrado, compreendendo criticamente as relações que se estabelecem no 
processo educacional” (GRINSPUN, 2002, p.28). 
A autora relata a importância da interdisciplinaridade dentro da escola, em 
que o trabalho de todos é realizado em conjunto, conectado, no qual todos 
buscam os melhores processos e resultados. A Orientação tem que servir para 
esse novo tempo, no qual a educação lida com o real e suas perspectivas. 
“O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na formação de uma 
cidadania crítica, e a escola, na organização e realização de seu projeto 
pedagógico. Isso significa ajudar o aluno por inteiro‟: com utopias, desejos e 
paixões. (...) a Orientação trabalha na escola em favor da cidadania, não criando 
 
 
7 
 
 
um serviço de orientação para atender aos excluídos (...), mas para entendê-lo, 
através das relações que ocorrem (...) na instituição Escola” (GRINSPUN, 2002, 
p. 29). 
Cazela (2007) refletindo sobre a posição de Grinspun acredita que a 
Orientação está nomeada como fazendo parte da educação e por esse motivo 
deve pensar, hoje, nas dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas na 
qual ela acontece. Por esse motivo, devem-se definir as tarefas de um orientador 
engajado com as transformações sociais, com a o momento histórico em que 
está inserido. 
 
 
 
 
8 
 
 
2 ATIVIDADES DA FUNÇÃO 
 
A orientação educacional, assim como a supervisão escolar, tem recebido 
enfoques variados. 
Tradicionalmente, o orientador educacional tem sido visto e tem-se visto 
como um profissional, cujo papel principal é atuar com os educandos. Assim é 
que a orientação é definida como “um método pelo qual o orientador educacional 
ajuda o aluno na escola a tomar consciência de seus valores e dificuldades, 
concretizando principalmente através do estudo, sua realização em todas as 
suas estruturas e em todos os planos de vida”. Em vista disso, o mesmo faz 
levantamentos de dados (sondagem de aptidões), realiza sessões de orientação 
e de aconselhamento e desempenha uma série de funções de maior ou menor 
importância, relacionadas com a concepção do atendimento ao educando 
(CARVALHO, 2009). 
Dentre todas essas atuações o aconselhamento tem sido considerado 
como a principal e mais importante. No entanto, a fundamentação, habilidade e 
eficácia de tal papel na escola tem sido largamente questionadas recentemente, 
em face de dificuldade de o orientador educacional demonstrar, objetivamente, 
que, dedicando grande parte do seu tempo contribui da melhor maneira possível 
para o atendimento da problemática do educando. Vejamos: 
Os modelos e técnicas de aconselhamento utilizado em orientação 
educacional desenvolveram-se originalmente no âmbito da psicoterapia, e 
implicitamente assumem a noção de que o indivíduo e não o ambiente em que 
faz parte é que deve modificar-se, pois é ele, indivíduo, e não o ambiente que 
está perturbado, doente ou com problemas. De fato, observam-se facilmente a 
transposição de tal concepção em posições assumidas pelo orientador 
educacional na escola, posições estas que correspondem a expectativas de 
pessoas que participam do processo educativo. Por exemplo, o aconselhamento 
é mais comumente utilizado em casos relacionados com indisciplina (Lück, 1979) 
e a prática frequente é do aluno ser encaminhado à orientação educacional com 
a expectativa implícita de que o mesmo seja modificado, corrigido. A suposição 
implícita é de que no aluno está a causa do problema. Tal procedimento não 
 
 
9 
 
 
reconhece que, muitas vezes, comportamento inadequado do educando são 
causados, dentre outros, por disfunções ambientais como, por exemplo, 
currículos e programas inadequados às suas necessidades e condições 
individuais, regulamentos inflexíveis, ou insensibilidade de professores e adultos 
em geral à individualidade do educando. 
Além da parcialidade com que vê a situação do aluno, tal posição 
assumida incorre em erro por chocar-se com os princípios do próprio 
aconselhamento quanto a aceitação e compreensão do educando. 
Os modelos e técnicas de aconselhamento desenvolveram-se 
principalmente mediante sua aplicação com clientes adultos e voluntários. A 
viabilidade de sua aplicação com outros tipos de população – na escola, a 
criança e o adolescente – geralmente não voluntários, necessita ser evidenciada 
empiricamente. 
 
2.1 Atividade existencial 
 
A Orientação Educacional deverá atender educandos que precisam e 
querem orientação pessoal não apenas na vida escolar, mas na vida particular 
auxiliando em situações problemas, dúvidas, inseguranças e incertezas 
(CARVALHO, 2009). 
O aconselhamento individual e mesmo em grupo, como forma principal de 
atuação em orientação educacional, obriga a uma proporção relativamente 
pequena de alunos por orientador educacional. Idealmente esta proporção é de 
450 alunos por orientador educacional nas escolas de Ensino Fundamental. Tal 
proporção, já considerada impraticável em países desenvolvidos como norma 
sistêmica, mais ainda é o entre nós, ainda mais considerando-se a crescente 
necessidade de expansão das redes públicas do ensino (CARVALHO, 2009). 
Numa escola com números elevados de alunos em proporção a 
orientadores educacionais, em que se adotem as funções de aconselhamento 
como forma principal de atuação, ocorre certamente o atendimento de uns 
poucos alunos, ficando a maioria deles sem receber os benefícios da orientação 
educacional. Mais ainda, pressionados pelo tempo limitado, dada a sobrecarga10 
 
 
de alunos, tentará o orientador educacional a abreviar a duração e o número das 
sessões de aconselhamento com cada aluno e, inadvertidamente, o orientador 
poderá forçar um ajustamento prematuro e artificial. 
O atendimento individual ao educando, que vem caracterizando a 
orientação educacional, fundamenta-se no pressuposto de que os educandos 
têm necessidades especiais e que os professores não estão preparados ou não 
tem condições para atendê-las. Segundo esse enfoque o orientador educacional 
“presta serviços” na medida em que emergem as necessidades (LÜCK, 1978). 
Tal concepção de prestação de serviços e atendimento direto ao 
educando, de acordo com a emergência de necessidades psicoemocionais, 
parece ter gerado uma mudança na abrangência e sentido do papel do professor 
em relação ao aluno. Observa-se, por exemplo, que, quando o professor percebe 
que algum aluno seu tem dificuldades especiais, encaminha-o para o orientador 
educacional a quem transfere a responsabilidade de resolvê-las. Ora, o 
professor é figura central na formação do educando. É ele quem forma o aluno: 
o gosto ou desgosto da escola; a motivação ou não pelos estudos; o 
entendimento da significância ou insignificância das áreas e objetivos de estudo; 
a percepção de sua capacidade de aprender, de seu valor como pessoa, etc. Da 
qualidade do relacionamento interpessoal professor- aluno, de responsabilidade 
do primeiro, depende, dentre outras coisas, o ajustamento emocional do aluno 
em sala de aula e na escola. Portanto, não se concebe a eficácia de uma ação 
para sanas dificuldades dos alunos em sala de aula sem a participação do 
professor. 
Em vista dos problemas expostos, preconiza-se que o orientador 
educacional assuma funções de assistência ao professor, aos pais, às pessoas 
da escola com as quais os educandos mantêm contatos significativos, no sentido 
de estes se tornarem mais preparados para entender e atender às necessidades 
dos educandos, tanto com relação aos aspectos cognitivos e psicomotores, 
como aos afetivos (GRISPUN, 2006). 
 
 
 
 
 
11 
 
 
2.2 Atividade terapêutica 
 
Está voltada aos educandos com dificuldades de estudo ou de 
comportamento cujos casos precisam de uma assistência mais assídua e 
especializada antes de enviá-lo para serviços psicológicos especializados. 
(CARVALHO, 2009). 
 
2.3 Atividade de recuperação 
 
Refere-se aos educandos que apresentam um déficit definido de 
aprendizagem e que precisa de recuperação. Esta atividade deve ser exercida 
em parceria com a Supervisão Escolar. A recuperação não tem somente o 
objetivo de levar o educando a alcançar certas notas, mas pesquisar junto aos 
educandos as causas que os levaram a este estado de desinteresse, 
desorganização, conflito, desajuste e mau funcionamento na escola dentre 
outros (CARVALHO, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
3 PRINCÍPIOS E OBJETIVOS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
A Orientação Educacional (OE) é um processo organizado e permanente 
que existe na escola. Ela busca a formação integral dos educandos (este 
processo é apreciado em todos seus aspectos, tido como capaz de 
aperfeiçoamento e realização), através de conhecimentos científicos e métodos 
técnicos. A OE é um sistema que se dá através da relação de ajuda entre 
Orientador, aluno e demais segmento da escola; resultado de uma relação entre 
pessoas, realizada de maneira organizada que acaba por despertar no educando 
oportunidades para amadurecer, fazer escolhas, autoconhecer e assumir 
responsabilidades (MARTINS, 1984). 
O objetivo da Orientação Educacional, segundo Fontoura (2008, p. 291) 
“[...] é exatamente o de ocupar-se com a personalidade do educando, ajudando-
o a resolver seus próprios problemas psicológicos e morais, bem como a tomar 
uma posição ético-filosófica em face dos problemas no mundo e da sua 
comunidade”. 
Katz (1963 apud MARTINS, 1984) considera que é missão do Orientador 
Educacional levar o aluno a identificação dos valores intrínsecos e, a partir disto, 
ele estará apto a perceber e fazer suas escolhas. 
Uma das atribuições que o Orientador Educacional deveria assumir 
segundo Garcia (1994), é a identificação da filosofia educacional da escola, para 
poder esclarecer esta filosofia tanto para a equipe escolar, assim como para 
tentar associar forças para definir melhor o Projeto Pedagógico da Escola (PPE), 
buscar mudanças para melhor atender aos alunos e oferecer suporte para os 
educandos em seu desenvolvimento. 
O serviço de OE quando se volta para a investigação da situação-
problema e a solução na prática, há um encontro entre o conhecimento científico 
e os resultados produzidos na sociedade, estes resultados irão constituir um 
novo conhecimento que influenciará a aprendizagem do educando, por meio da 
ideologia que lhe é transmitida, pelos métodos e técnicas utilizados pelo 
Orientador Educacional (GARCIA, 1994). 
 
 
 
13 
 
 
Garcia (1994, p. 47) faz uma ressalva sobre a prática transformadora da 
Orientação Educacional, onde diz: [...] a OE, enquanto prática transformadora 
busca o trabalho conjunto, em que todos os profissionais têm uma contribuição 
a oferecer em sua especificidade de ação [...]. Orientador Educacional é um 
especialista em relações e o Supervisor Educacional um especialista em 
metodologias, eles teriam uma ação comum na explicitação do currículo-oculto 
e na redefinição dos valores que a escola pretende passar, se esta se pretende 
participante do processo de democratização da sociedade. 
Ele deveria ver o educando em sua realidade biopsicosocial, com todo o 
respeito e consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir 
uma personalidade ajustada, segura de si e compreensiva. 
Respeitar o educando em sua realidade, qualquer que seja ela, é princípio 
da Orientação Educacional, bem como: 
 Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas 
orientar para a autoconfiança, independência, autonomia e 
cooperação. Em se querendo que o educando seja independente 
e respeitador, sensibilizá-lo para a necessidade de também 
respeitar os seus semelhantes. O trabalho de Orientação exige o 
maior número possível de informes a respeito do educando, o que 
deve ser diligenciado por todos os meios. 
 Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, 
bem como os que não revelarem carências. 
 Dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento humano, 
uma vez que é muito mais fácil evitar um acidente do que se 
recuperar do mesmo. Este princípio guarda analogia com outro de 
natureza médica e que diz: “um grama de prevenção vale mais que 
uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a Orientação 
Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que 
curativa. 
 Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando 
a procura espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo 
 
 
14 
 
 
que a dificuldade ou uma dúvida surja na vida do educando, antes 
que a mesma tome vulto e desoriente. 
Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como 
diretor, professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a 
Orientação Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando. 
A Orientação Educacional deve ter muito cuidado em formular juízos a 
respeito do educando, não esquecendo que este é um ser em evolução, em 
marcha para a maturidade e que uma série de fatores pode estar influenciando-
o para que ocorra o comportamento anormal que tem apresentado. 
A Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um processo 
contínuo e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem 
professores ou que surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado 
para todo o ano letivo, sem aquelas características de tapa-buraco. 
A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com 
a direção. Jamais em sentidode subserviência ou petulância, mas em sentido 
de cooperação, compreensão e respeito mútuo (KROTH, 2008). 
A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões 
entre educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade 
são, até certo ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos 
limites devem ser deixados para que os próprios professores os resolvam. 
A Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de estudo e de 
pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de natureza 
disciplinar, não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão disciplinador”. 
Deve, sim, agir como órgão que leve todos a tomarem consciência do grave 
problema da disciplina, que está inutilizando o trabalho de muitas escolas. 
Ressaltar que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao 
serviço de anotações, que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados 
a respeito de um educando estejam sempre a mão e atualizados (KROTH, 2008). 
A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, 
a fim de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o 
educando a integrar-se no mesmo. 
 
 
15 
 
 
A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima 
de comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem 
em suas atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade (KROTH, 2008). 
A Orientação Educacional não deve esquecer-se de estimular ao máximo 
a iniciativa do educando, principalmente, através de atividades extraclasse, 
empenhando-o na realização com verdadeiro engajamento, que ajudará na 
explicitação de suas virtualidades, na conquista da autoconfiança e na revelação 
de suas capacidades de liderança. 
 
3.1 Objetivos da Orientação Educacional 
 
 Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam 
mais proveitosos e como complemento: ensiná-lo a estudar, pois 
sabemos que muitos alunos, em todos os níveis não sabem estudar, 
desperdiçam tempo e energia de maneira errada. 
Este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação deveria ter início 
no Ensino Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino. Ensinando o 
educando a estudar em função do nível de ensino que estivesse cursando, pois 
muitos fracassos escolares são devido ao fato do educando não saber estudar, 
com desperdício de tempo e esforço, conduzindo, o educando a abandonar os 
estudos. Assim, é importante, que desde o início da escolaridade intelectual, a 
Orientação Educacional ensine o educando a estudar, através de sessões 
destinadas a todos os educandos de uma classe. 
 Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-
lo para a sua plena realização. 
 Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida 
intelectual e à sua vida emocional. 
 Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em 
geral. É fundamental a interação entre educando e professor, educando 
e seus colegas, bem como educando e sua família. É importante, também, 
que o educando saiba manter um comportamento adequado nas 
 
 
16 
 
 
atividades fora da escola e do lar. 
 Formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento de fraternidade 
universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de seu 
semelhante em todas as circunstâncias da vida. 
 Trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por parte do educando, 
para que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador no seio 
da sociedade. Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão 
consciente, eficiente e responsável. 
 Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com 
benefícios compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e 
rendimento escolar. 
 Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou 
relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas. 
 Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades. 
 Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que 
sempre estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica 
negativa de desagregação social. 
 Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos, 
oferecendo, assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo 
entre ambos e mais adequada ação didática por parte dos professores, a 
fim de ser obtido maior rendimento escolar. 
 Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais 
pessoas que trabalham na escola, para que queiram melhorar suas 
perspectivas atuações, visando à melhor formação do educando. 
 Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de 
proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do 
meio e desenvolvimento comportamental de cidadão participante. 
 Favorecer a educação religiosa, com suas perspectivas transcendentais, 
mas desvinculada do compromisso sócio-ideológico. 
 Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente 
 
 
 
17 
 
 
e positivista na vida do educando. 
 Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se 
deseja incorporar no seu comportamento. 
 Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfação e 
confiança para que se estabeleça um clima descontraído, evitando os 
temores, frustrações e humilhações. 
 Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o 
educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser 
cuidada e preservada individualmente, educando por educando. 
 Desenvolver admiração e respeito pela natureza, evitando depredá-la em 
quaisquer de seus aspectos: paisagem, fauna e flora. 
 Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de 
necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, 
orientar o emprego adequado e higiênico de horas de folga. 
 Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo- o 
de valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, 
em que o respeito ao próximo deve ser o motivo principal. 
 Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando-o para 
a cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo 
para a melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca 
de destruição, alertando-o, pois em relação a certos movimentos de fundo 
comunitário que pregam, em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e 
a destruição (KROTH, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
4 FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL 
 
Segundo pesquisas realizadas pela Revista Nova Escola (2003) na 
instituição escolar, o orientador educacional é um dos profissionais da equipe de 
gestão. Ele trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os em seu 
desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para compreender o 
comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em relação a eles; 
com a escola, na organização e realização da proposta pedagógica; e com a 
comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e responsáveis. 
Em relação ao aluno, contribui no seu desenvolvimento pessoal. Aos 
professores e escola de maneira geral, ajuda a organizar e realizar a sua 
proposta pedagógica e com o professor, trabalha em parceria para compreender 
o comportamento dos alunos e agir de maneira adequada em relação a eles. 
Ouve, dialoga e dá orientações (NOVA ESCOLA, 2003). 
A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico, 
contínuo e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre 
encarando o aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e 
equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, 
estético, político, educacional e vocacional. 
 
4.1 Educação Infantil 
 
A Orientação Educacional na Pré-Escola é muito importante no contextoescolar pelo papel que exerce junto à comunidade escolar. Oportuniza a visão 
criativa do profissional, na conscientização dos pais no dever de participar 
ativamente nas atividades escolares. Desperta nos educadores, pais e 
professores, a necessidade da observação em todos os momentos da vida da 
criança. Sugere programa de ação integrada entre pais, professores, 
orientadores educacionais que fortaleça a responsabilidade de todos na ação 
conjunta da educação (PROCAMPUS, 2010). 
 
 
19 
 
 
 
Fonte: https://escolaemmovimento.com.br/blog/como-deve-ser-a-comunicacao-escolar-com-
pais-e-alunos-na-educacao-infantil/ 
 
4.2 Ensino Fundamental 
 
A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas 
distintas a executar. São elas: uma correspondente aos anos iniciais (1º ao 5º 
ano) e a outra, aos anos finais (6º ao 9º ano). 
As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são: 
 
 Desenvolver junto ao educando, crianças que são, um trabalho de 
adaptação dos mesmos no ambiente escolar; 
 Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o 
mundo que os cerca; 
 Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e 
nos outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos; 
 Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, 
para que descubram, com encanto, o próximo, em movimento de 
distanciamento dos dois centros que são o lar e a escola; 
 Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no 
mesmo se ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de 
melhor serem atendidos e orientados; 
 
 
20 
 
 
 Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de 
comportamento e temperamento, com a cooperação dos professores; 
 Nos últimos anos do Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-
se com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e 
preferências do educando. Vê-se, então, a necessidade de se 
intensificar o funcionamento das atividades extraclasses, bem como 
as oportunidades de visitas, excursões e estágios, para que aptidões 
e preferências tenham mais oportunidades de se manifestarem e se 
desenvolverem; 
 Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o 
educando, deva fazer a opção de curso profissionalizante; 
 Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a 
formação moral, pois existe o advento da crise pubertária e o despertar 
do espírito crítico (PROCAMPUS, 2010). 
 
4.3 Ensino Médio 
 
O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação 
necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de auto- 
realização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da cidadania. 
Preocupa-se em esclarecer quanto à formação profissional, além, da 
incumbência de melhor orientar o jovem numa formação profissional. Tem a 
preocupação de orientar quanto às aptidões, tipos de profissões para os níveis 
técnicos ou universitários. 
As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Médio são: 
 
 Realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, 
visando o acompanhamento do rendimento escolar do aluno; 
 Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento 
psicopedagógico oferecendo e coletando informações; 
 Propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x 
 
 
21 
 
 
professor e aluno x aluno e demais elementos da escola; 
 Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola; 
 Participar do critério para a constituição de turmas; 
 Selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades 
dos alunos para melhor conhecimento de si e do grupo; 
 Participar da compatibilização do Regimento Interno com a 
Legislação e Diretrizes propostas pelo currículo; 
 Participar das atividades de sondagem para a elaboração do 
diagnóstico da população escolar e da comunidade; 
 Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço; 
 Manter atualizado o dossiê do aluno; 
 Assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões 
programadas e sistemáticas; 
 Programar e coordenar atividades de informação profissional, 
envolvendo professores, família e comunidade; 
 Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com 
professores; 
 Manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho; 
 Participar e acompanhar a execução de projetos e atividades 
especiais desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores; 
 Manter-se atualizado em assuntos educacionais (PROCAMPUS, 
2010). 
 
4.4 Junto às famílias dos alunos 
 
Falamos várias vezes da importância do contato e manutenção de uma 
boa relação do orientador com as famílias. Pois bem, junto a elas o OE pode: 
 Entrevistar os pais para troca de dados e informações acerca do aluno; 
 
 Propiciar aos pais o conhecimento de características do processo de 
desenvolvimento psicológico da criança, bem como de suas necessidades 
 
 
22 
 
 
e condicionamentos sociais; 
 Refletir com os pais o desempenho dos seus filhos na escola e fornecer 
as observações sobre a integração social do aluno na escola, verificando 
variáveis externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, 
para estudar diretrizes comuns a serem adotadas; 
 Orientar a família por meio de reuniões individuais com os pais, em 
pequenos grupos e nas reuniões bimestrais programadas constantes do 
Calendário Escolar. 
 
Alguns objetivos específicos relacionados aos pais seriam: 
 
 Oferecer às famílias subsídios que as orientem e as façam 
compreender os princípios subjacentes à tarefa de educar os filhos, 
para maior autorrealização dos mesmos; 
 Garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos 
alunos; Interpretar e encaminhar dúvidas, questionamentos. 
 Promover entrevistas solicitadas pelas famílias e pela escola; 
 Promover palestras junto ao serviço de supervisão e Colegiado 
Escolar (denominado também de APM – Associação de Pais e 
Mestres) (PROCAMPUS, 2010). 
 
4.5 Junto aos alunos 
 
Nos objetivos voltados para os alunos podemos incluir: 
 
 Realização de sessões de orientação com cada turma/ano/série, 
previamente agendadas em calendário, onde o O.E estará propondo 
temas (textos, trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates, 
atividades extraclasse, etc.) que vão ao encontro dos objetivos 
propostos e às necessidades e interesses da faixa etária a ser 
trabalhada; 
 
 
23 
 
 
 Realização de reuniões com representantes de classe e/ou 
comissões; 
 Participação dos eventos da escola (atividades extraclasse, jogos, 
festa junina, encontros, viagens, etc.); 
 Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos; 
 Atendimentos individuais, sempre que for necessário para análise e 
reflexão dos problemas encontrados em situações de classe, recreios, 
desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso 
comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do 
colégio, respeito aos professores e funcionários; 
 Atendimentos grupais sempre que for necessário para reflexão de 
problemas citados acima ocorridos em situações de grupo. 
 Esclarecer quanto a regras e sanar dúvidas no que diz respeito 
ao cumprimento das normas do colégio. 
 
4.6 Junto aos professores 
 
Objetivos específicos relacionados aos professores: 
 
 Assessorar o professor no acompanhamento e compreensão de sua 
turma; 
 Integrar-se às diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um 
trabalho comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a 
serem desenvolvidas com os alunos; 
 Garantir a continuidade do trabalho; 
 Avaliar e encaminhar as relações entre os alunos e a escola; 
 
 Assessorar o professor na classificação de problemas relacionados com 
os alunos,colegas etc.; 
 Desenvolver uma ação integrada com a coordenação pedagógica e os 
professores visando a melhoriado rendimento escolar, por meio da 
 
 
24 
 
 
aquisição de bons hábitos de estudo. 
 
4.7 Atividades junto aos professores 
 
 Divulgação do perfil das classes; 
 Organização de arquivos e fichas cumulativas; 
 Proposição de estratégias comuns entre os professores, coordenação e 
orientação; 
 Análise junto a coordenação dos planejamentos das diversas disciplinas; 
 Realização de atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de curso 
para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos; 
 Realização de atendimentos individuais na O.E para fornecer ou receber 
informações necessárias dos alunos; 
 Análise e avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos dos alunos, 
das classes junto à coordenação para posterior encaminhamentos; 
 Participação nas reuniões de curso; 
 Participação na preparação e realização dos Conselhos de classe; 
 Participação nos eventos da escola; 
 Organização e participação junto à coordenação das atividades 
extracurriculares (PROCAMPUS, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
5 ÉTICA PROFISSIONAL 
 
O trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande 
importância, complexidade e responsabilidade e, para que seja realizado a 
contento, exige-se muito desse profissional, não só em termos de formação, de 
atualização constante e de características de personalidade como também de 
comportamento ético (CARVALHO, 2009). 
 
 
 
Fonte: https://blog.maxieduca.com.br/etica-profissional/ 
 
Em 1979 o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) um código 
de ética elaborado especificamente para o Orientador Educacional e como todo 
profissional, ele deve ter sua atuação pautada por princípios éticos. O 
comportamento ético em relação às informações sobre alunos, funcionários, e 
pessoas da comunidade, é um dos principais aspectos a serem considerados. 
Como a interação do Orientador Educacional com os orientados se 
caracteriza pelo seu caráter de relação de ajuda, tanto o aluno pode expor, 
espontaneamente, fatos ou situações de cunho pessoal ou familiar, como o 
Orientador pode necessitar fazer indagações sobre a problemática em questão. 
Esses dados, por serem de fato sigiloso ou confidencial, não devem ser alvo de 
 
 
26 
 
 
comentários com outras pessoas, quaisquer que sejam as circunstâncias. Esse 
cuidado é de vital importância porque a condição básica para o estabelecimento 
de uma relação de ajuda eficiente é a confiança (CARVALHO, 2009; BRASIL, 
1979) 
O sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser 
igualmente preservado. Assim, questionários preenchidos com dados mais 
íntimos sobre o aluno e seus familiares; resultados de entrevistas e de testes e 
opiniões de professores sobre determinado aluno devem ser mantidos fora do 
alcance de pessoas que, propositada ou equidistante, possam procurar acirrar 
os ânimos, mas, sempre que possível, acalmar as partes, buscando o 
entendimento entre elas, negociando soluções que, ao contentar à todos, 
restabeleçam o necessário equilíbrio (CARVALHO, 2009). 
O mesmo comportamento ético deve ser observado quando alguns 
motivos como buscam os status, de poder ou de prestígio, acabem se 
manifestando e envolvendo os profissionais em disputas ou tramas pessoais. 
Nessas ocasiões, informações verdadeiras ou não podem ser usadas 
indevidamente para prestigiar ou prejudicar uns e promover ou favorecer outros. 
É importante, ainda, ressaltar, além do comportamento profissional, alguns 
aspectos éticos de sua conduta pessoal, pois, devido a multiplicidade de 
interações que estabelece com as pessoas, que queira, quer não, ela acaba por 
tornar uma figura muito exposta, conhecida e visada, na escola e na 
comunidade. 
Ressalte-se, também que, ao interagir com pessoas de diferentes faixas 
etárias, “status” e nível sócio-econômico-cultural, o comportamento do 
profissional estará sendo observado, podendo até vir a servir de “modelo” para 
alguns, o que vem aumentar uma conduta ética irrepreensível. 
Na instituição escolar, como um todo, dado a natureza do processo 
educativo, é importante que sejam observados princípios éticos e, em particular 
na área de 
 
 
 
 
27 
 
 
Orientação Educacional é imprescindível que tais preceitos sejam 
rigorosamente seguidos. 
Os grupos sobrevivem quando estabelecem trocas com a coletividade 
num intercâmbio que leva ao mútuo enriquecimento. Assim o grupo constitui e 
consolida um código que lhe assegure a unidade. Todos os profissionais vivem 
esta dinâmica. Os direitos, os deveres, os privilégios os congregam, emprestam 
rigidez aos laços de união, reforçam os caracteres comuns. Pela formação de 
uma consciência profissional, pontos falhos poderão ser sanados e pouco a 
pouco teremos uma classe mais respeitada, conceituada e consolidada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
6 A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) 
 
A BNCC é um documento que está em alinhamento com o Plano 
Nacional de Educação (PNE) e normatiza um conjunto de ações que 
deverão ser adotadas de forma sistematizada, contínua e gradual com o 
objetivo de desenvolver aprendizagens essenciais que todos os alunos deverão 
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo 
a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento (BRASIL, 2020). A aplicação da BNCC é exclusiva para a 
educação escolar, trata-se de uma definição legal preconizada pelo artigo § 1º 
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) - Lei nº 9.394/1996 
(BRASIL, 1996). 
 
 
Fonte: https://apdz.com.br/o-que-e-bncc-para-que-serve-e-como-aplica-la/ 
 
As regulamentações possuem embasamento em princípios éticos, 
políticos e estéticos voltados a uma formação integral que vise a formação de 
uma sociedade justa, democrática e inclusiva em consonância com os 
fundamentos presentes nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação 
Básica (DCN) (BRASIL, 2013). 
 
 
29 
 
 
As recomendações presentes na BNCC serão aplicadas em escolas 
Federais, Estaduais, do Distrito Federal e Municípios e contém informações 
referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos 
educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o 
pleno desenvolvimento da educação (BRASIL, 2020). 
Os fundamentos pedagógicos da BNCC estão firmados em dois principais 
focos: o desenvolvimento de competências e o compromisso com a educação 
integral. Para o desenvolvimento de competências é importante indicar o que os 
alunos devem “saber” (conhecimentos, habilidades, atitudes e valores) e o que 
devem “saber fazer” que compreende mobilizar o que se sabe para revolver 
demandas complexas da vida cotidiana. Por sua vez, o compromisso com a 
educação integral inclui a definição de: o que aprender, para que aprender, como 
ensinar, como promover redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o 
aprendizado (BRASIL, 2020). 
A Educação Básica está organizada em três principais etapas: Educação 
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Em se tratando especificamente 
da Educação Infantil três principais grupos podem ser destacados: 1) os bebês 
(0 a 1 ano a 6 meses); 2) as crianças bem pequenas de 1 ano e 7 meses a 3 
anos e 11 meses) e 3) as crianças pequenas de 4 anos a 5 anos e 11 meses). 
Para esses grupos os dois eixos estruturantes são as interações e as 
brincadeiras (BRASIL, 2020). 
Na Educação Infantil pode-se destacar os Direitos de Aprendizagem 
e Desenvolvimento e os Campos de Experiência. Com relação aos Direitos de 
Aprendizagem e desenvolvimento seis principais direitos são assegurados: 
conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se. E com relação 
aos campos de experiências se pode citar cinco campos 1) O eu, o outro e o nós; 
2) corpo, gestose movimentos; 3) Traços, sons, cores e formas; 4) Escuta, fala, 
pensamento e imaginação; 5) Espaços, tempos, quantidades, relações e 
transformações (BRASIL, 2020). 
 
 
 
 
 
30 
 
 
7 A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A APRENDIZAGEM DOS 
ESTUDANTES 
 
Como um membro da equipe gestora escolar o papel do orientador 
educacional, em síntese é estabelecer um elo entre professores, 
estudantes e comunidade escolar. 
Desempenhando trabalhos relacionado ao desenvolvimento pessoal dos 
estudantes no que se refere a intermediação de conflitos. Sua atuação também 
tem sido direcionada para a ajuda dos educadores na relação, compreensão e 
desenvolvimento de ações adequadas para estudantes com dificuldade de 
aprendizagem. Da mesma forma atua na organização e realização da proposta 
pedagógica da escola e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando 
com pais e responsáveis. Para Carvalho (2010), o trabalho do orientador 
educacional é importante, complexo e de grande responsabilidade, pois 
exige formação,atualização profissional continua e comportamento ético, uma 
vez que todo orientador também é um educador. 
A habilidade para negociar e prever ações, identificação de problemas e 
sua adequada solução fazem parte da ação diária do serviço de orientação 
escolar. Isso se faz na convivência com os estudantes, educadores e 
conhecimento dos espaços da escola. Nesse contexto, o estabelecimento de 
um processo de confiança, comunitário e acolhedor são imprescindíveis para a 
prevenção de relações e dinâmicas negativas no aspecto pessoal e pedagógico 
que podem afetar o ambiente escolar e a consequente aprendizagem dos 
estudantes. 
Todo esse processo sistematizado corresponde à relação de colaboração 
entre o orientador e os outros segmentos da escola que culmina no 
amadurecimento e no senso crítico do estudante, e a consequente capa 
cidade na hora de fazer escolhas e assumir responsabilidades. De acordo 
com Carvalho (1979), para que haja possibilidade de atuação da orientação na 
escola, é preciso que as necessidades, interesses e capacidades dos segmentos 
envolvidos no processo ensino e aprendizagem, sejam claramente conhecidos. 
 
 
31 
 
 
O orientador educacional deve ser acima de tudo um facilitador na 
resolução de problemas que afetam o processo ensino aprendizagem do 
estudante, auxiliando, orientando e mediando a sua relação de convívio com o 
meio. 
Para Pontes (2019) mesmo com todo avanço tecnológico da informação, 
percebe - se que uma das grandes causas do fracasso no processo ensino e 
aprendizagem é a aversão dos educadores em alterar sua prática pedagógica 
no propósito de potencializar o aprendizado dos Educandos em sala de aula. 
As articulações do orientador educacional na escola especial pública junto 
a alunos com deficiência intelectual 
A atuação do Orientador Educacional na escola estudada transcende os 
muros da instituição, pois sua ação junto às famílias dos alunos é fundamental. 
Há especificidades únicas em famílias de alunos com deficiência intelectual. 
Famílias não esperam uma criança com deficiência, há anseios e inseguranças 
que implicam num conjunto de atitudes afetivas que não favorecem o 
desenvolvimento da criança. Segundo a Orientadora Educacional, a escola 
especial tem de lidar com diversas situações como: frustração, tristeza, falta de 
preparo, negligência, infantilização e até superproteção, e transformar isso em 
incentivo à reflexão, proporcionando ao aluno e à família um envolvimento afetivo 
emocional equilibrado. É neste contexto que a ação do Orientador Educacional 
na escola especial é tão importante e significativa junto às famílias. 
 
 
Fonte: https://blog.estantemagica.com.br/orientador-educacional-na-escola/> 
 
 
32 
 
 
Embasados pelos estudos e literaturas deste curso podemos dizer que: O 
cotidiano pedagógico do orientador é tecido por múltiplas relações que se 
constroem no espaço escolar e através do contato escola-mundo. Os 
movimentos que ocorrem na educação propõem desafios urgentes quanto à 
ressignificação de conceitos, valores, olhares e vivências, para permitir o diálogo 
com o outro; aluno, família. (UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES. Praticas 
pedagógicas do orientador educacional, p. 21). 
Os pais e familiares, segundo relato da Orientadora Educacional 
observada, são orientados para rotinas de higiene corporal, construção de 
limites, convívio social, manejos, estimulação e mobilidade. Neste aspecto, o 
apoio do Orientador Educacional atinge diretamente as famílias, transcendendo 
apenas a atuação junto a alunos. Segundo ABET (2005) citado por CAMPOS 
(2012):Quando o meio estrutural e a família são bem estruturados, ele oferece 
melhores condições para resolver problemas existentes. Todos ganham, e assim 
concluímos que existe a necessidade de um projeto que estabeleça um vínculo 
entre educação e humanização, e dê especial atenção ao funcionamento familiar 
e as suas necessidades. (CAMPOS. 2012, p. 41).Neste particular é 
imprescindível envolver os pais no processo de inclusão, pois são estes que 
conhecem as necessidades de seus filhos, mesmo sem terem formação técnica. 
É preciso ouvi-los e articular junto à família formas significativas de intervenção: 
Nesta perspectiva, a Orientação Educacional tem como intuito o 
desenvolvimento de um trabalho de acompanhamento e assessoria aos alunos, 
às famílias, aos professores, tendo como objetivo nesta práxis a reflexão, o 
diálogo, a troca de informações, a escuta e o cuidado, além de abordar os temas 
transversais. (UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES. Praticas pedagógicas do 
orientador educacional, p. 21). 
Em vista da prática específica da Orientadora Educacional na escola 
especial estudada há como sistematizar algumas de suas práticas, desde a 
possível entrada de novos alunos até sua formatura. 
Em se tratando de alunos com deficiência intelectual e as características 
específicas das famílias destes, há uma rotina e organização já estruturada e 
muito criteriosa ao receber um novo aluno. O primeiro passo é dado pelas 
 
 
33 
 
 
próprias famílias que buscam a instituição ao perceberem algo de “diferente” em 
seu filho (a), ou chegam através de transferência de escola municipal de ensino 
regular. 
A escola recebe esta família que vem direto à instituição e efetiva um 
cadastro do aluno com todo o tipo de dados pertinente à condição especial deste. 
Após, a família aguarda a vaga por ordem de inscrição no cadastro, sendo 
chamada quando houver vaga disponível, seja por evasão, transferência, avanço 
de ciclo ou conclusão do ensino fundamental. (Orientadora Educacional da 
Escola). 
Segundo a Orientadora Educacional da escola, com a vaga em aberto se 
dá o próximo passo, que é uma entrevista com a família deste aluno, onde são 
buscadas informações da rotina familiar, diagnóstico ou não da criança, vida 
pregressa, meios de funcionamento e características particulares. 
Em nova etapa, tendo sido o aluno matriculado na escola, há o período 
de adaptação, no qual não há um tempo definido para sua efetivação, pois cada 
caso tem suas particularidades e desafios. O aluno pode ter o número de horas 
e de dias reduzido; ou pode ter o número de horas reduzido, mantendo sua 
presença na escola nos cinco dias da semana; bem como pode permanecer por 
mais tempo na escola, mas não em todos os dias. 
Ainda no processo de adaptação, ou mesmo de acompanhamento 
periódico, a Orientadora Educacional acompanha as famílias em consultas 
médicas com alunos e familiares, quando necessário. Segundo a Orientadora, 
algumas famílias têm dificuldade em expressar a individualidade de seu filho, ou 
compreender o diagnóstico. Também aponta que o relato claro e preciso da 
escola, perante a algum comportamento do aluno, é de melhor inteligibilidade da 
parte médica, seja neurologista, psiquiatra,fonoaudiólogo ou psicólogo. Na 
Escola estudada a Orientadora elenca o termo “interconsultas” para designar a 
prática acima descrita. 
Em relação ao manejo dos pais com os filhos, a Orientadora relata que 
em muitos casos há a infantilização prolongada do aluno. Ela exemplifica com 
uma dinâmica realizada na escola somente com pais e familiares. A dinâmica 
ocorreu da seguinte forma: Em uma caixa foram colocadas diversas situações 
 
 
34 
 
 
de comportamentos infantilizados de alunos adolescentes e adultos; cada 
familiar retirava desta caixa uma frase ou situação que resumia atitude infantil de 
aluno, como por exemplo: alunos maiores de quinze anos trazerem brinquedos 
de casa, escondidos na mochila, ou o aluno fazer “birra”, sapateando e se 
jogando no chão e chorando quando lhe é dito um “Não”, etc… A Orientadora 
Educacional observou que vários pais se identificavam e viam seus filhos nesta 
situação, e para cada situação destas a Orientadora conversava, sugeria e 
proporcionava troca de experiências entre as próprias famílias de como lidar com 
certos comportamentos e inclusive a construção de limites, pois mesmo que os 
alunos sejam pessoas com deficiência podem sim ter comportamento adequado 
a determinadas situações, sendo que os pais devem construir limites com seus 
filhos, sem medo da condição especial do aluno, respeitando a condição 
intelectual individual de cada um. 
A Orientadora Educacional atua como forma de aconselhar e acompanhar 
as famílias, levando-as a pensar sobre determinada situação, problema ou 
dificuldade, respeitando as individualidades. Segundo (GIANCAGLIA, 
PENTEADO, 2009): Nestas situações de aconselhamento o orientador deve 
compreender que as famílias e a comunidade dos aconselhados possuem seus 
próprios valores e não só transmitem como também fazem com que seus valores 
atuem como normas orientadoras de conduta aos seus membros. 
(GIANCAGLIA, PENTEADO. 2009, p. 13): 
A atuação da Orientadora Educacional fora dos limites da escola engloba 
também toda uma articulação da unidade de ensino com entidades de 
assistência social de Porto Alegre. Há alguns casos graves, como negligência e 
abusos em que se faz necessário o apoio de outras instituições como: Conselho 
Tutelar, Postos de Saúde, Assistência Social, CREAS (Centro de Referência de 
Assistência Social, CRES (Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social), ATAR (Assessoria Técnica de Articulação em Rede) e Ação Rua. 
Quando se chega a este ponto, toda a rede de apoio problematiza e faz os 
encaminhamentos legais e necessários, além do acompanhamento mais 
criterioso e focado no caso de cada aluno individualmente. Esta articulação da 
 
 
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Orientadora da escola se evidencia e se efetiva em prol da criança, Ela é o elo 
entre aluno, família, professores, escola e instituições de assistência social. 
No tocante ao desenvolvimento global do aluno, a Orientadora 
Educacional da escola tem buscado junto a outras instituições (públicas e 
privadas) o atendimento especializado para diversos casos. A Escola encaminha 
a diversas instituições como: clinicas de fonoaudiologia, fisioterapia, 
psicoterapia, natação, tênis e equoterapia. Há também a busca e o 
encaminhamento de Alunos para outras entidades, também públicas e privadas, 
que atendem pessoas com deficiência intelectual, pois, após a “formatura” deste 
aluno, aos 21 (vinte e um) anos, eles saem da Escola. 
Na promoção de ações inclusivas que dizem respeito ao trabalho, a 
Orientadora Educacional divide responsabilidades e acompanhamentos 
juntamente com a professora do Programa de Trabalho Educativo (PTE). Este 
programa procura abrir e ocupar vagas destinadas a Pessoas Com Deficiência 
Intelectual. O aluno é preparado na escola, em um primeiro momento, com 
ênfase na sua possível independência, como: deslocamento autônomo, 
identificação de ônibus e placas, comportamento e habilidades necessárias ao 
trabalho. Atualmente, a escola ocupa vagas em secretarias e órgãos 
governamentais. 
A atuação da Orientadora Educacional se estende por toda a vida escolar 
do aluno, e culmina na “formatura” do ensino fundamental do mesmo. Esta última 
ação, voltada a alunos formandos aos 21 (vinte e um) anos, tem uma dedicação 
muito especial da Orientadora Educacional. A mesma busca junto às famílias 
mensagens de carinho e incentivo aos alunos, fortalecendo o vínculo familiar; a 
Orientadora Educacional busca também, junto às famílias e professores, um 
conjunto de fotografias de toda a vida escolar deste aluno, sendo apresentada a 
sua trajetória para toda a comunidade escolar na solenidade de formatura. 
O centro e razão de ser da escola é o aluno. A escola orbita ao redor dele. 
A sua organização visa incondicionalmente à criação de condições e de 
situações favoráveis ao educando e o seu pleno desenvolvimento. 
Na promoção destes objetivos uma das funções mais importantes é a do 
Orientador Educacional. Suas práticas resultam em impacto positivo no 
 
 
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educando, pois influem na imagem que os alunos com deficiência intelectual têm 
da escola, do mundo e de si mesmos. Com isso, a articulação do Orientador 
Educacional em Escola Especial deve ser galgada de toda atenção, atitudes, 
habilidades e conhecimento, para que este Orientador possa ser protagonista e 
promover uma educação formal relevante às Pessoas com Deficiência 
Intelectual. (FLORES, 2019) 
 
 
 
 
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ENCERRAMENTO 
 
Parabéns por ter concluído os estudos desta matéria da sua 
especialização! 
A Editora Famart e seus parceiros (a) conteudistas, prepararam esta 
apostila baseando-se em temas e discussões relativas à esta disciplina. 
Reunimos conteúdos de autores e pesquisadores que são referência na 
temática apresentada, concebendo um compilado desta abordagem de forma 
didática visando melhor aproveitamento no seu processo de conhecimento e 
aprendizagem. Na presente apostila, foram utilizados materiais que estão 
devidamente referenciados ao final em conjunto com as demais referências de 
todas as citações, viabilizando, desta forma, a identificação e eventual consulta 
às fontes. 
Busque materiais auxiliares de estudo para que possam agregar ainda 
mais no seu conhecimento. 
Dúvidas, elogios, questionamentos ou orientações quanto ao conteúdo 
estudado, disponibilizamos para esta finalidade a opção de abertura de 
requerimento através de sua área de estudo. Nossos tutores estarão disponíveis 
para te atender! 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
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mar/2009. ALVES, Nilda, GARCIA, Regina L. O fazer e o pensar dos 
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na escola especial pública junto a alunos com deficiência intelectual. Revista 
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 04, Vol. 
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