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Práticas de Orientação Educacional | 
O contexto de surgimento da orientação educacional 
www.cenes.com.br | 1 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA 
PRÁTICAS DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 
 
Práticas de Orientação Educacional | 
O contexto de surgimento da orientação educacional 
www.cenes.com.br | 2 
Sumário 
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 2 
1 O contexto de surgimento da orientação educacional ------------------------------------ 3 
2 A Orientação Educacional no Brasil ------------------------------------------------------------ 3 
3 A relação entre teoria e prática no cotidiano da orientação educacional ----------- 8 
4 As tendências pedagógicas e a Orientação Educacional --------------------------------- 9 
5 As áreas de atuação do orientador educacional ------------------------------------------ 11 
6 A Orientação Educacional e a família do aluno ------------------------------------------- 13 
7 A Orientação Educacional e a integração do aluno à escola e à sociedade ------- 15 
8 A Orientação Educacional e o desenvolvimento físico e emocional do aluno ----- 16 
9 Competências e atribuições do orientador educacional -------------------------------- 18 
10 Funções e atribuições do orientador educacional ------------------------------------- 22 
10.1 Educação infantil ---------------------------------------------------------------------------------------------- 22 
10.2 Ensino Fundamental ------------------------------------------------------------------------------------------ 23 
10.3 Ensino Médio --------------------------------------------------------------------------------------------------- 24 
10.3.1 As atribuições do orientador educacional no ensino médio ---------------------------------------------- 24 
11 Aspectos legais do orientador educacional no contexto educacional ------------ 25 
12 Princípios e objetivos da orientação educacional ------------------------------------- 29 
13 Objetivos da orientação educacional ----------------------------------------------------- 31 
15 Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------------------- 35 
 
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Práticas de Orientação Educacional | 
O contexto de surgimento da orientação educacional 
www.cenes.com.br | 3 
1 O contexto de surgimento da orientação educacional 
Do ponto de vista institucional a trajetória de surgimento da Orientação 
Educacional tem início pela área da Orientação Vocacional, sendo todo o seu 
procedimento voltado para a escolha de uma profissão ou ocupação. 
De acordo com Grinspun (2006), em todos os países que implementaram a 
Orientação Educacional nas escolas a característica marcante era a Orientação 
Vocacional. Tendo esta uma concepção que se configurava no aconselhamento que 
marcou significativamente toda a sua trajetória. 
Em relação à organização escolar, ela surge, nas escolas, em 1912, em Detroit, 
nos Estados Unidos, porém sua característica básica era atender à problemática 
vocacional e social dos alunos. 
 
2 A Orientação Educacional no Brasil 
No Brasil, as primeiras experiências datam da década de 20. Sendo que, em sua 
implementação, a orientação educacional teve uma grande influência da orientação 
americana, em especial o aconselhamento, e também da Orientação Educacional 
francesa. 
Em 1942, pela Reforma Capanema, o Brasil foi o primeiro país no mundo a ter a 
Orientação Educacional proclamada obrigatória através de documento legal. A Lei 
Orgânica do Ensino Industrial instituiu o serviço de orientação educacional. 
De acordo com GRINSPUN (2006), “Ela aparece na década de 20, quando 
também surge todo um movimento em prol da educação do povo. O governo estava 
interessado em dar educação para todas as pessoas. A educação então representaria 
para o povo uma ascensão social, pela via da escolaridade, abafando, dessa forma, os 
descontentamentos com a grave crise social e política da década de 20” (GRINSPUN, 
2006, P. 23). 
Dessa forma, foi sendo configurado um ambiente propicio à Orientação 
Educacional, enquanto ela poderia tanto contribuir para melhoria de seu povo, quanto 
encontrar espaço nas reformas que começavam a surgir no país. Estando 
fundamentada em um referencial basicamente psicologizante. As transformações 
sociais e econômicas foram gradativamente ampliando e modificando o papel da 
escola e do indivíduo dentro dela e da sociedade. Na busca da consciência de que há 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional no Brasil 
www.cenes.com.br | 4 
uma intencionalidade no processo educativo. 
“Tem sido uma preocupação constante dos educadores, hoje, e em especial dos 
orientadores educacionais, analisar a serviço de quem serve a orientação 
educacional. Na medida em que essa especialização sofreu uma transformação 
em seus conceitos, parece-nos necessário refletir sobre essa área, partindo dos 
próprios conceitos que a caracterizam em seus diferentes momentos histórico” 
(GRINSPUN, 1986, P. 96). 
Segundo Grinspun (2008), para que haja uma compreensão das atividades 
desenvolvidas atualmente pelos orientadores, temos que nos deter aos diferentes 
períodos em a Orientação foi desenvolvida e o que era esperado dos orientadores em 
cada período. 
Inicialmente houve uma fase em que se achava que a Orientação por si resolveria 
todos os problemas que envolvessem direta ou indiretamente os alunos. Nesta fase o 
ajustamento era a palavra determinante, havendo modelos a serem alcançados. Outra 
fase poderia se chamada de objetiva, onde a Orientação era considerada prestadora 
de serviços de várias ordens, a fim de não permitir que os alunos incorressem em 
problemas. 
Nesta fase a Orientação estaria sempre atenta esclarecendo com objetividade as 
situações emergenciais, procurando mostrar a necessidade de dominar conceitos e 
normas, prevenindo problemas posteriores. Nesse momento o conceito chave era a 
prevenção. A orientação educacional buscava se adiantar em todas as circunstâncias 
para que não se instalassem conflitos. Seguindo esta linha de análise, atualmente na 
orientação vivemos a fase crítica, em que se procura ajudar o aluno como um todo, 
considerando seus conflitos e o significado dos mesmos junto ao momento histórico 
que vivemos. Dessa forma, estando ao lado do aluno, fazendo-o se perceber enquanto 
agente de sua própria história de vida. 
A evolução do conceito de Orientação Educacional no Brasil está vinculada a 
cinco períodos marcantes (GRINSPUN, 2008): 
• Período Implementador (de 1920 a 1941); 
• Período Institucional (de 1942 a 1960); 
• Período Transformador (de 1961 a 1970); 
• Período Disciplinador (de 1971 a 1980); 
• Período questionador (a partir de 1980). 
No período Implementador, o conceito de Orientação Educacional era importado 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional no Brasil 
www.cenes.com.br | 5 
e apresentava uma concepção nitidamente vocacional. Sendo o objetivo básico da 
orientação a seleção para o treinamento profissional. Tendo como estratégia as 
técnicas psicométricas. Essas técnicas eram importadas principalmente dos Estados 
Unidos. Houve tentativas de adaptar as técnicas ao contexto brasileiro, porém sem 
realmente uma efetivação significativa. O resultado dos testes aplicados era devolvido 
aos alunos sob a forma de perfis profissionais. 
“A Orientação Educacional Métrico-Profissional, conforme conceituação 
nesse período estava intimamente relacionada com as oportunidades 
profissionais existentes na sociedade brasileira e contribuía, com 
empenho, para o desenvolvimento do modelo socioeconômico existente, 
adequando, da melhor forma possível, o jovem estudante às profissõesdisponíveis” (BONFIM, 1981, P.21). 
O período Institucional caracterizou-se pelo surgimento da Orientação 
Educacional na legislação brasileira. Nesse período ocorreu toda a exigência legal da 
Orientação nas escolas com grande esforço do Ministério da Educação e Cultura para 
dinamizá-la e os cursos que cuidavam da formação de orientadores educacionais. 
De acordo com Bonfim (1981), a Orientação Educacional, nesse período em que 
é instituída por lei, no Brasil, buscava, com bases científicas, alcançar o 
desenvolvimento integral da adequação da personalidade do educando, visando o 
seu ajustamento pessoal, escolar e social. Não tendo em vista a formação da 
personalidade do aluno em função de princípios morais e religiosos, e nem mesmo a 
sua adequação ao exercício da profissão. 
Estando, nessa fase, o sucesso do orientador dependendo diretamente da sua 
compreensão da escola como um sistema social, a fim de determinar o tipo de ajuda 
que deveria oferecer e ainda como oferecê-la. As contradições da própria sociedade 
não eram questionadas e as atividades da orientação eram marcadas por um cunho 
assistencial. 
No início da década de 60 surge um movimento com o objetivo de transformar 
a orientação importada em uma orientação necessária à realidade brasileira, 
assinalando assim o surgimento de um novo período na orientação educacional, 
denominado período transformador. Nessa fase cria-se a profissão do orientador 
educacional no Brasil, sistematizada pela Lei de Diretrizes e Bases n 4024 de 1961, que 
buscava delinear um campo próprio para a orientação Educacional, além de reafirmar 
a sua obrigatoriedade e estabelecer normas para a formação desse profissional. 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional no Brasil 
www.cenes.com.br | 6 
Em 1968, a Lei 5.562 preceitua em seu artigo primeiro, que a Orientação 
Educacional seja realizada de maneira a integrar os elementos que exercem influência 
na formação do indivíduo, preparando-o para p exercício das opções básicas. 
Passando então a ser inserida no programa geral da escola, com o objetivo de 
favorecer a existência de um ambiente educativo saudável, pela interação das várias 
funções e papéis dos que formavam a comunidade escolar. 
Ainda nesse período, por meio do parecer n 252, de 12 de maio de 1969, 
estabeleceu-se a formação do orientador educacional em nível fé graduação, como 
uma das habilitações do curso de pedagogia. 
Em 1971, com a Lei n 5692, tem início o período Disciplinador. Nessa fase, 
observa-se o surgimento de uma ênfase de adaptação às necessidades sociais e à 
formação profissional. No artigo 10 da referida lei, o aconselhamento vocacional, em 
cooperação com os professores, a família e a comunidade escolar, veio fazer brotar 
uma nova fase na Orientação Educacional. Nesse momento o exercício da função de 
orientador educacional põe em destaque a orientação vocacional detalhando-a desde 
a caracterização da comunidade, da escola e da clientela, ao processo de sondagem 
de interesses, aptidões e habilidades, à informação profissional, ao acompanhamento 
pós escolar e a integração entre escola, família, comunidade. 
Nesse momento, surgem várias correntes ou concepções de orientação 
educacional. Segundo Bonfim (1981), é uma fase em que vamos encontrar uma 
abordagem: “Que se preocupava em propiciar oportunidades de individuação da 
educação, visando a garantir a todos os alunos condições de formação de uma 
personalidade crítica e objetiva, favorecendo o desenvolvimento de cada aluno no 
sentido da construção saudável de sua autonomia” (p.29). 
Passando a Orientação Educacional a ser vista como responsável pelo 
desenvolvimento das relações interpessoais e, por isso, passível de ser estendida a 
todos os níveis de ensino. Surgindo dessa forma uma nova estratégia de trabalho, em 
que a Orientação estava centrada no professor e enfatizava-se o envolvimento de toda 
a equipe educativa. 
Essa perspectiva de Orientação Educacional foi a precursora de todo o 
movimento crítico a se desencadear na década de 80, começam a surgir os 
questionamentos dos profissionais com relação tanto à ideologia que regia a prática 
da Orientação Educacional, como as próprias teorias e instrumentos utilizados. Tendo 
início assim o Período Questionador. 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional no Brasil 
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O Período Questionador se configurou como um momento de parada e reflexão 
que retrata as inquietações pelas quais passou a Orientação Educacional na busca por 
um espaço próprio, específico e definido no campo educacional. Havendo nesse 
período uma busca intensa por uma análise crítica do papel do orientador educacional 
nas escolas, bem como por uma caracterização do próprio serviço de Orientação 
Educacional no processo educativo. 
Nesse momento os orientadores, enquanto trabalhadores, organizam-se de 
maneira mais objetiva através dos sindicatos, fortalecendo sua relação com os demais 
profissionais da educação. 
O papel do orientador educacional enquanto trabalhador foi amplamente 
discutido, desvelando seu compromisso político e pedagógico. A prática dos 
orientadores ia sendo diferenciada de acordo com as possibilidades e espaços 
conquistados. 
Dessa forma, toda a prática da Orientação ia se debruçando nesta concepção de 
educação como um ato político, estando intrinsecamente relacionada com as 
mudanças ocorridas no núcleo da sociedade. Discutia-se a questão do trabalho não 
pelo caminho da sondagem de aptidões individuais, mas pelas questões sociais e pelo 
significado do próprio trabalho. 
A partir de 1990, no dizer de Grinspun (2008) “inúmeros são os fatores que nos 
mostram um novo momento vivido por esta área” (p.25). Houve a extinção da 
Federação Nacional de orientação educacional (FENOE), e, em uma tentativa de 
unificação dos trabalhadores de educação, a criação de uma entidade nacional, a 
Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação. De acordo com Grinspun, foi 
precipitada a extinção de um órgão para o fortalecimento de outro, pois estes não 
seriam excludentes, mas complementares. 
Surge nesse momento, para muitos, uma grande insegurança em relação ao 
espaço ocupado pelo orientador educacional, em termos de prática e de mercado de 
trabalho. Segundo Grinspun: “A prática que virá esta sendo construída, uma vez que 
os orientadores têm que buscar – sem o apoio específico de sua categoria em termos 
de órgão de classe _ a especificidade requerida no trabalho com os demais 
educadores” (2008, p.25). 
Porém, de acordo com a autora, a orientação nunca deixará de existir embora 
sua prática deva relacionar-se com o novo contexto, social, político e histórico que 
iremos experienciar, e, ainda, não deixará de existir, pois nunca deixará de existir a 
Práticas de Orientação Educacional | 
A relação entre teoria e prática no cotidiano da orientação educacional 
www.cenes.com.br | 8 
educação, e elas estão ligadas a tal ponto que o próprio conceito etimológico de 
educação se compromete, enquanto educare, com orientação, isto é, refere-se a 
orientar, guiar, conduzir o indivíduo. (Ibidem, p.26). 
 
3 A relação entre teoria e prática no cotidiano da orientação 
educacional 
A Orientação Educacional caminha de acordo com a educação, sofrendo as 
mesmas influências desta no decorrer do tempo, sendo submetida à mesma 
perspectiva teórico-prática a qual a educação é submetida. 
Durante um longo período a escola teve como função ensinar o aluno que, por 
sua vez, tinha a função de aprender. Se nesse processo alguma coisa desse errado, a 
causa era de inteira responsabilidade do aluno, precisando ele de um 
acompanhamento para a resolução de seu problema. E nesse contexto é que aparecia 
a função do orientador, tendo esse profissional apenas que fazer com que o aluno a 
se encaixasse no sistema. 
Com o tempo, a educação passa a sofrergrande influência de outras instâncias 
da sociedade, por exemplo, dos meios de comunicação. Nesse contexto o aluno passa 
a perceber com mais clareza a sua posição de sujeito, fazendo sua história, sua 
formação. E a orientação educacional passa a ter uma amplitude de ações nessa 
prática pedagógica, sendo um profissional que respeita o senso comum, aprecia o 
conhecimento científico, e esta ciente de que seu exercício só é possível porque existe 
uma teoria que lhe permite desenvolver sua proposta pedagógica (GRINSPUN, 2002, 
p.48). 
Para Grinspun (2008) podemos interpretar a teoria como um pensar, um 
raciocinar, a partir de determinados princípios e pressupostos; a prática seria a 
realização, a ação e os resultados. 
São muitas as formas de conceber a relação entre teoria e prática. Havendo um 
grupo de teóricos que percebe uma relação de unidade entre teoria e prática e outro 
uma visão dicotômica. Candau (1990) identifica dois agrupamentos responsáveis pela 
visão dicotômica e pela visão de unidade. 
A primeira forma esta centrada na separação entre teoria e prática, estando esses 
componentes totalmente isolados, até opostos. Dessa maneira, os teóricos pensam e 
os práticos executam. Na visão associativa os polos não são opostos, mas justapostos, 
Práticas de Orientação Educacional | 
As tendências pedagógicas e a Orientação Educacional 
www.cenes.com.br | 9 
teoria e prática são indissociáveis da práxis, definida, de acordo com Vasquez, como: 
“Atividade teórico-prática, ou seja, tem um lado ideal, teórico, e um lado 
material, propriamente prático, com a particularidade de que só 
artificialmente, por um processo de abstração, podemos separar, isolar 
um do outro” (VASQUEZ, 1977, apud GRINSPUN, 2008). 
Na visão de Grinspun, o educador trabalha a relação entre teoria e prática de três 
formas distintas. Na primeira as duas áreas separadamente, justapostas, onde o 
professor estuda as teorias e posteriormente efetiva a sua prática. Na segunda forma 
é a concepção de que a prática significa a aplicação da teoria pedagógica. Tendo de 
um lado as abordagens teóricas e do outro o resultado dos estudos realizados. A 
terceira forma seria o tratamento conjunto e integrado da teoria com a prática. O 
pensar e o agir estariam juntos. Nessa forma última o educador desenvolve uma práxis 
criadora, na medida em que a vinculação entre o pensar e o agir se fazem presentes 
em termos de unicidade. 
A produção intelectual no Brasil já conta com um considerável número de 
pesquisas sobre a evolução teórico-prática da educação, mas na prática não há o 
devido entendimento do que propõem as teorias. Sendo necessária uma pesquisa 
junto ao movimento da Educação brasileira para captar a concretude da relação 
teórico-prática do fenômeno educativo. Para a construção de uma prática educativa 
que de fato contemple a união entre teoria e prática, é necessária a realização de 
pesquisas sobre o processo educativo, que não se distanciem da educação construída 
no dia-a-dia das relações entre os agentes pedagógicos da escola. 
 
4 As tendências pedagógicas e a Orientação Educacional 
Da mesma forma que a educação acompanha o perfil que determinada época 
lhe impõe, na Orientação educacional ocorre igual procedimento. Sobre isso Grinspun 
(2008), traz que cada linha teórica acabou definindo a prática educativa do orientador 
dentro do âmbito da escola. Veremos a seguir alguns pontos dessa orientação a partir 
das tendências educacionais contemporâneas destacadas por Libâneo (1996), 
relacionando as teorias não-críticas e críticas da educação. 
Na educação tradicional a orientação se caracteriza como terapêutica e 
psicológica, estando destinada aos alunos problemáticos com o objetivo de ajustá-los 
aos modelos apresentados pela família, pela escola e pela sociedade. Nessa 
Práticas de Orientação Educacional | 
As tendências pedagógicas e a Orientação Educacional 
www.cenes.com.br | 10 
abordagem teórica o problema, tanto da aprendizagem, como da conduta, era sempre 
uma questão referente ao aluno, desprezando as variáveis que interferiam nesse 
contexto. 
Na educação renovada progressivista o orientador tinha como função auxiliar o 
desenvolvimento cognitivo dos alunos, identificando-o através de testes específicos e 
trabalhando em termos individuais. 
Na renovada não-diretiva a orientação esta relacionada à afetividade, tendo 
nesse momento a função de facilitadora de mudanças. 
A educação tecnicista apresenta uma linha funcionalista, com ênfase nas técnicas 
de seu processo. Com a preocupação principal de identificar as aptidões dos alunos 
para um determinado mercado de trabalho. 
Na educação libertária a orientação tinha a função de assessorar o professor na 
medida em que era o catalisador do grupo junto aos alunos. A orientação discutiria 
as formas de poder, as questões da relação do poder com as classes trabalhadoras, 
subsidiando a formação dos alunos para a vivência grupal e a consciência da 
participação crítica na sociedade. 
Na libertadora a orientação possui o papel de captar o mundo real dos alunos, 
sendo que estes devem ser percebidos como sujeitos históricos, concretos e reais. A 
orientação trabalhava questionando concretamente a realidade das relações do 
homem com a natureza e com os outros homens, visando a uma transformação, 
sendo, por isso, considerada uma educação crítica. Nessa tendência o educador e os 
educandos se posicionam como sujeitos no processo de ensino aprendizagem. Sob 
essa ótica, uma perspectiva política também constitui um fundamento da educação. 
Na educação crítico-social dos conteúdos a educação prepara para o mundo e 
suas contradições, fornecendo instrumental, através da aquisição do conteúdo e da 
socialização. A orientação procura valorizar o aluno e sua experiência em um contexto 
cultural para posteriormente confrontá-lo com os conteúdos e modelos apresentados 
pelo educador. Nesse contexto, orientador procura ser um mediador nessa busca, 
auxiliando o aluno na busca pela autonomia, ajudando-o dessa forma a compreender 
as realidades sociais enquanto sujeito de sua história. 
Na concepção de educação fundamentada em uma abordagem construtivista, a 
orientação teria a função de promover os meios para a aquisição do conhecimento 
por parte do aluno, procurando resgatar sua realidade cultural e ainda promover o 
desenvolvimento e aquisição do conhecimento. Nessa prática pedagógica acreditasse 
Práticas de Orientação Educacional | 
As áreas de atuação do orientador educacional 
www.cenes.com.br | 11 
que todo conhecimento provém de uma prática social e que o conhecimento é um 
empreendimento coletivo, não podendo, portanto, ser produzido na solidão do 
sujeito. 
A orientação acompanhou a evolução teórico-prática da educação. No caso das 
teorias acríticas, a orientação também fez seu papel acrítico em sua concepção de 
educação e na metodologia empregada. A Orientação procurava identificar as 
aptidões dos alunos e seu possível ajustamento na escola, família e na sociedade. 
Estando comprometida com o aluno problema e as situações de desajustamento do 
mesmo nas instituições, enfatizando sempre os aspectos individuais. 
Hoje, na predominância das teorias críticas, o comprometimento da orientação 
está relacionado à dimensão coletiva que favorece o desenvolvimento do aluno. O 
orientador educacional tem como objeto “a articulação currículo-sociedade, homem-
natureza, homem-sociedade, escola-trabalho, escola-vida e, como ação fundamental, 
a leitura crítica permanente da sociedade e do mundo em que vivemos” (Ibidem, p.50). 
A Orientação Educacional busca compreender a teoria e a prática em uma relação 
de mutualidade, de dependência e de reciprocidade. Objetivando auxiliar na 
construção de uma prática emancipatória, encontrando na teoria a função de 
mediação. 
Toda atividade realizada na orientação deve ser dirigida pela integraçãoentre 
teoria e prática, englobando os aspectos do campo cognitivo e os valores da própria 
prática. Essa junção é que vai direcionar a ação da Orientação Educacional, que deve 
partir do cotidiano da escola para o conhecimento de sua realidade, e assim buscar o 
conhecimento teórico e retornar ao cotidiano, para um real conhecimento e melhor 
avaliação para nele intervir. 
 
5 As áreas de atuação do orientador educacional 
A Orientação Educacional deve ser estabelecida como um processo dinâmico, 
contínuo e sistemático, que está presente em toda a vida acadêmica do educando, 
considerando o seu desenvolvimento global, de forma harmoniosa e equilibrada. 
A função de orientar fica a cargo do orientador educacional, profissional formado 
em pedagogia, habilitado ou pós-graduado em Orientação Educacional. 
No plano de ação do orientador educacional, deve ser observado que, em virtude 
Práticas de Orientação Educacional | 
As áreas de atuação do orientador educacional 
www.cenes.com.br | 12 
de mudanças socioeconômicas ocorridas na sociedade brasileira, a escola teve que 
reformular suas funções tradicionais, redefinir o seu papel e criar novos serviços, 
aumentando-se, assim, o número de pessoas envolvidas no processo educativo assim 
como o nível de complexidade dessa instituição. 
Assim, acabou gradativamente por assumir a responsabilidade pelo 
desenvolvimento integral do educando em seus diferentes aspectos: físico, intelectual, 
social emocional, moral, vocacional, profissional, enfim, os aspectos em relação aos 
quais a criança e o adolescente se desenvolvem, enquanto nela permanecem 
(GIACAGLIA, 1997, p. 11). 
Como o aluno passa um grande número de horas na escola, e como esta 
instituição é, ou ao menos deveria ser a instituição mais bem aparelhada para exercer 
influência sistemática e científica na educação dos jovens, espera-se dela atualmente 
mais que a transmissão de conhecimentos. 
Enquanto uma função complementar ao processo de ensino aprendizagem, a 
Orientação Educacional é: “Atualmente concebida, por especialistas como um 
processo sistemático e contínuo que se caracteriza por uma assistência profissional 
realizada por meio de métodos e técnicas pedagógicas e/ou psicológicas, exercida 
direta ou indiretamente sobre os alunos, levando-os ao conhecimento de suas 
características pessoais e do ambiente sócio-cultural, a fim de que possam tomar 
decisões apropriadas às melhores perspectivas de seu desenvolvimento pessoal e 
social” (Ibidem, p. 11). 
Dessa forma, a Orientação torna-se cada vez mais necessária ao processo de 
ensino-aprendizagem, concluindo-se que a educação não pode se esgotar 
unicamente na relação entre professor e aluno. Impondo-se entre nós não como um 
recurso adicional para o aprimoramento da escola, mas, sim, como uma necessidade 
para responder às demandas do desenvolvimento pessoal e social do aluno. 
Dadas à necessidade e a importância que a Orientação Educacional assume nas 
escolas brasileiras, conhecendo suas atribuições legais e alertando sobre os processos 
éticos que devem reger seu comportamento profissional, ao iniciar o exercício de suas 
funções, o Orientador Educacional, conforme a época e as condições de trabalho, 
precisa conhecer as características da escola e da comunidade; os fundamentos para 
a formulação de objetivos em educação; estratégias adequadas a sua atuação, bem 
como instrumentos e técnicas úteis para essas tarefas. 
A seguir veremos algumas áreas de atuação do profissional de orientação 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional e a família do aluno 
www.cenes.com.br | 13 
educacional na atualidade. 
 
6 A Orientação Educacional e a família do aluno 
A Orientação Familiar é uma das atribuições do orientador educacional de acordo 
com o decreto que regulamenta sua profissão. De acordo com a legislação vigente, a 
Orientação educacional será exercida em cooperação com a família, cabendo ao 
orientador educacional participar no processo de integração entre escola, família e 
sociedade. 
A criança, de modo geral, se desenvolve na instituição familiar que é encarregada 
de prover recursos necessários a sua sobrevivência; da assistência na área da saúde; 
ministrar-lhe os primeiros ensinamentos e de propicia-lhe uma base afetiva. A escola, 
por sua vez, esta incumbida de realizar a instrução formal das crianças e dos jovens. 
Surge então, como condição básica para que possam ser cumpridas as finalidades 
educacionais, a necessidade do conhecimento mútuo entre ambas para a 
compatibilização das expectativas e para a integração entre as duas instituições. 
Como elemento de ligação entre a escola e a família o orientador educacional 
deve manter uma comunicação constante com a família, respeitando seus valores e 
procurando obter sua colaboração, já que ambos têm como objetivo o bem-estar, o 
desenvolvimento e a formação do educando. 
Ao planejar o trabalho na área de Orientação Familiar, é necessário levantar um 
conjunto amplo de informações para caracterizar as famílias, seus valores e suas 
expectativas. Com o conhecimento dos dados básicos haverá maior facilidade para 
manter um canal e um fluxo permanente de informações entre a Orientação 
Educacional e a família e vice-versa. 
“O conhecimento da família e uma comunicação efetiva entre ela e a 
escola, além de condições básicas para a realização de uma Orientação 
Familiar eficiente, são essenciais para a busca de uma unidade de 
princípios de atuação entre ambas as instituições” (Ibidem, p.57). 
A atuação da escola em relação ao aluno é bastante ampla e diversificada não se 
atendo apenas aos aspectos de aprendizagem de conteúdos escolares. São inúmeros 
os aspectos em que é necessário haver concordância de princípios e de atuação entre 
a família e a escola, cabendo ao orientador trabalhar diversos temas, dentre eles, tudo 
o que se refere à execução das tarefas escolares e às atividades extracurriculares. 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional e a família do aluno 
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Principalmente nos tempos atuais, muitos pais sentem-se inseguros para educar 
seus filhos e em nome de teorias mal-entendidas, adotam atitudes muito permissivas 
temendo causar problemas para os filhos. Outros optam por atitudes extremas e 
opostas, e ainda há outros que alternam tratamentos rigorosos e permissivos, 
conforme a situação. 
A criança necessita na sua educação de uma orientação segura e do 
estabelecimento de limites para o seu comportamento. 
A discussão sobre essa temática pode ser útil para alertar os pais sobre a 
necessidade do estabelecimento de limites e para dar parâmetros aos que necessitam 
de orientação. A falta do estabelecimento de limites e de disciplina no lar tem reflexos 
no comportamento do aluno na escola e no seu rendimento escolar. 
A eficiência do trabalho na área de orientação familiar depende, em grande parte 
do conhecimento da comunidade e das famílias dos alunos. Boa parte dos dados 
necessários é encontrada na caracterização da comunidade que faz parte do Projeto 
Político Pedagógico e nas fichas dos alunos que ficam na secretaria da escola. 
Podem ser utilizadas diferentes estratégias para o levantamento de informações, 
dentre essas, destacam-se as reuniões as entrevistas solicitadas pelos pais ou pelo 
Orientador Educacional, cursos e palestras promovidas pela escola. 
Na maior parte das situações é difícil manter um contato individual e sistemático 
com todas as famílias dos alunos, sendo a reunião com pais ou responsáveis o recurso 
mais prático e mais frequente de interação entre escola e família. 
Considerando-se, pois, a frequência com que ocorrem essas reuniões e a 
importância que assumem, é importante atentar para alguns pré-requisitos que 
assegurem a elas maior eficácia. Dentre esses se destacam: boa organização e 
planejamento, periodicidade, datas, duraçãoe escolha de horários favoráveis à 
presença do maior número possível de pais; pontualidade, elaboração de pautas 
contendo temática de interesse geral, convocação por escrito e local adequado. 
A elaboração de festas escolares e de atividades extraclasse, embora não seja 
responsabilidade do Orientador Educacional, constituem uma oportunidade de 
manter contato com os pais e a comunidade, facilitando assim a sua atuação. 
É importante mostrar que as relações entre escola e família não se restringem a 
punições ou recriminações mútuas. Antes devem se basear no cooperativismo e na 
interatividade. 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional e a integração do aluno à escola e à sociedade 
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A partir das informações colhidas de várias fontes e do convívio com as famílias 
o Orientador Educacional terá a oportunidade de conhecer os pais e saber do 
interesse, das capacidades e da disponibilidade deles para colaborar com as atividades 
da escola a fim de colaborar com o processo de ensino aprendizagem de seu filho. 
 
7 A Orientação Educacional e a integração do aluno à escola e 
à sociedade 
O aluno que ingressa na escola irá passar nela muitas horas do dia e muitos dias 
de sua vida. Portanto é importante que a mesma se constitua em um ambiente 
interessante e agradável que, além da formação intelectual favoreça o 
desenvolvimento sadio do educando. 
Entretanto, por outro lado, ela pode vir a se tornar um meio hostil onde 
problemas preexistentes se agravam e/ou onde sérios problemas têm inicio. 
Dessa forma, a adaptação do aluno ao ambiente escolar e ao meio social no qual 
está inserido deve ser foco da ação do orientador educacional, tendo em vista que a 
adaptação do indivíduo ao meio interfere diretamente na sua produtividade. Em 
grande parte, experiências positivas ou negativas vivenciadas na escola irão refletir-se 
por toda a vida do educando. 
Costuma ocorrer, com frequência, a existência de estudantes que, por 
pertencerem a minorias de algum tipo, são rejeitados pelos colegas. Com relação a 
essa situação de discriminação, o orientador educacional deve recorrer a técnicas 
como o aconselhamento, para ajudar a enfrentar situações difíceis que irão vivenciar, 
na escola e na vida em geral. Entretanto, não basta dar apenas assistência às vítimas 
de discriminação, ele deve, também, aproveitar a situação para orientar os que 
exercem a discriminação. 
Se não for dada a devida atenção a tais problemas, eles poderão contribuir para 
a deterioração das relações no ambiente escolar. 
A atuação do Orientador Educacional deverá ser preventiva. Estratégias como 
palestras, filmes, leituras, intercâmbios, visitas e discussões em grupo sobre a 
diversidade de costumes, religiões, crenças, etnias, classes sociais, etc., existentes entre 
pessoas devem ser empregadas para desenvolver o respeito à tolerância do aluno 
quanto às diferenças individuais. 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional e o desenvolvimento físico e emocional do aluno 
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Estudantes com falta de base ou com dificuldade de aprendizagem também 
requerem atenção especial para que esses problemas não dêem origem a 
desajustamentos em relação à escola. Tanto os defasados dos demais em conteúdo 
ou em ritmo de aprendizagem quanto os superdotados podem apresentar 
dificuldades de adaptação ao sistema escolar e, dificilmente as escolas estão 
preparadas para lidar de modo adequado com esses alunos. De modo geral, a seleção 
dos conteúdos e do ritmo do processo de ensino aprendizagem tem como base a 
capacidade média da classe, e, por esse motivo, acabam não sendo adequados para 
os menos aptos e também não representam desafios para os superdotados, o que 
leva ao desinteresse e a falta de motivação para o estudo. Em cooperação com os 
professores, o Orientador Educacional deve procurar identificar tais estudantes para 
buscar desenvolver suas potencialidades e canalizá-las tanto em benefício do próprio 
aluno como de seus colegas e da escola como um todo. 
É necessário que o orientador educacional tenha sempre em mente, para melhor 
compreender o comportamento de seus alunos que, principalmente na adolescência, 
a determinação do comportamento sofre a influência da necessidade e a busca pela 
aceitação. Giacaglia (1997) fala sobre essa busca pelo pertencimento a um grupo que 
influencia no comportamento dos jovens. 
“Dois motivos mostram-se particularmente importantes na determinação desses 
comportamentos. São os motivos de afiliação e o gregário. O adolescente deseja 
“pertencer” ao grupo do qual faz parte e, muitas vezes, para conseguir se integrar 
chega a comportamentos extremos para chamar a atenção” (Ibidem, p.90). 
Ao buscar a solucionar os conflitos existentes o primeiro foco do orientador deve 
ser a busca pelo que desencadeou o conflito. 
Cabe ao Orientador Educacional, com o auxílio dos demais educadores, o desafio 
de fazer da escola um ambiente adequado e agradável para todos e, sobretudo, fazer 
dela uma instituição educativa, no sentido mais amplo do termo. 
 
8 A Orientação Educacional e o desenvolvimento físico e 
emocional do aluno 
A função precípua da escola é o ensino, porém ela tem assumido, cada vez mais, 
a responsabilidade pela educação integral do aluno. Esse contexto não deixa de ser 
legitimo, pois, no dizer de Giacaglia: “O indivíduo que aprende é um ser complexo que 
Práticas de Orientação Educacional | 
A Orientação Educacional e o desenvolvimento físico e emocional do aluno 
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se desenvolve não só no aspecto intelectual, como também, e concomitante, no 
afetivo emocional, físico-motor, social, sexual, vocacional, enfim, em todos os aspectos 
de sua personalidade” (Ibidem, p.99). 
Por essa razão e também porque dificuldades ou problemas nessas áreas 
poderão afetar o rendimento escolar do aluno, o Orientador Educacional não pode 
desconsiderá-las no seu trabalho. 
A escola deve atentar para a problemática de seus alunos e estar preparada para 
lidar, da melhor maneira possível como ela. Crianças e adolescentes costumam lidar 
com conflitos não só do ponto de vista interno de suas frustrações ou complexos, mas 
também em relação aos colegas que podem usar tais problemas para agredi-los 
aumentando a proporção do problema. 
Além da ajuda que o Orientador Educacional possa dar a esses alunos, é 
necessário, às vezes, estabelecer contato com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, 
fisioterapeutas, de um lado, e com professores e pais de outro. 
Mesmo estudantes sem problemas especiais de saúde precisam ser orientados 
sobre doenças e higiene pessoal. Da mesma forma ocorre com relação às doenças. 
Em caráter preventivo, O orientador Educacional poderá sugerir campanhas diversas 
sobre saúde e higiene, na escola, em conjunto com professores de áreas afins e, se for 
o caso, com membros da equipe técnica ou outras pessoas da comunidade. 
Dentre os aspectos do desenvolvimento do educando, uma área que merece 
grande atenção é a orientação sexual-afetiva. Jovem e crianças necessitam de 
assistência nesses aspectos da educação e, dificilmente, encontram na família e em 
outras instituições, orientação útil e adequada. Existindo a necessidade de que o 
Orientador Educacional procure se informar sobre a filosofia e a posição da escola e 
da comunidade, sobre as expectativas dos pais, a programação dos professores e as 
necessidades dos alunos a fim de programar as intervenções mais adequadas. 
Ao tratar de temas complexos, com múltiplas implicações, é importante que o 
orientador educacional esteja bem-preparado para lidar com eles, atualizando-se 
constantemente e, solicitando auxílio de especialistas. 
Além da saúde física do aluno, há que se considerar, também o emocional. 
Considerando a complexidade e a problemática familiar, agravada pelas crises 
socioeconômicas que afetama família, a frequência de alunos com problemas 
emocionais tem aumentado gradativamente. A tendência natural de crianças e 
adolescentes é demonstrar que estão passando por problemas através de seu 
Práticas de Orientação Educacional | 
Competências e atribuições do orientador educacional 
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comportamento. Nesse contexto, muitos alunos apresentam comportamentos 
agressivos, de revolta ou de apatia. Outros se mostram tímidos ou superprotegidos. É 
necessário que o Orientador educacional juntamente com os professores esteja 
preparado para orientar os alunos de acordo com cada situação. 
Crianças e jovens podem apresentar sinais indicativos de sintomas 
psicossomáticos relacionados à escola ou/e a problemas familiares. Expressando, por 
meio de sintomas físicos, a existência de conflitos emocionais. 
Dificilmente, tais alunos conseguirão superar, sozinhos esses problemas, que 
acabam por interferir tanto na saúde mental como no desempenho escolar do aluno. 
Sendo extremamente relevante um trabalho do Orientador Educacional no sentido de 
lidar da melhor maneira possível, com essas situações tão comuns nas escolas, e que, 
muitas vezes, são ignoradas ou negligenciadas. 
 
9 Competências e atribuições do orientador educacional 
Até que ponto estará o Orientador realmente consciente do seu papel, dos seus 
direitos e dever? 
A consciência de si, e da realidade concreta que o cerca, o conhecimento de seu 
papel frente a esta realidade, vão dar validade e significação à história do homem. No 
entanto, o homem nasce dentro de um mundo já interpretado e criado. Este fato 
propicia certa alienação e despreocupação com a análise e reflexão deste mundo. 
Segundo Heloisa Lück (1982), “o homem se torna acrítico, mais receptor que 
transmissor, mais paciente que agente. É necessário interferir neste contexto. Sendo 
assim, cabe à educação, estimular e promover a formação da consciência, ou seja, 
estabelecimento de identidade pessoal do homem e compreensão de seu 
relacionamento com o mundo. Este processo não pode ser considerado acabado e 
sim entendido como dinâmico e um constante “dever ser”. Deve despojar-se de 
preconceitos e subjetividade. “ 
A autora cita alguns elementos que interferem na formação da Consciência: 
• Intencionalidade – predisposição do indivíduo de compreender, interpretar e 
explicar os fatos; 
• Capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a capacidade 
de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato real; 
Práticas de Orientação Educacional | 
Competências e atribuições do orientador educacional 
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• Operações mentais – determinam a superioridade, flexibilidade e nível de 
conscientização; 
• Historicidade e temporalidade – estabelecem o espírito da consciência e do 
ato consciente; 
• Julgamento moral – os valores formam parte primordial da consciência que a 
pessoa elabora de si e do seu mundo. 
Mosquera (1978) afirma que “a vida autêntica inicia quando nos negamos a 
permanecer na alienação e na desumanização e caminhamos rumo a uma vida 
consciente, autêntica e mais humana. O processo educativo deve ter como função 
primordial à formação da consciência do indivíduo, entendida como conscientização 
do homem enquanto homem e não orientado por uma ideologia política. Não se trata 
de doutrinação, mas sim ensinar a pensar e não, o que pensar. Deve possibilitar ao 
homem aumento de sua capacidade e liberdade de escolha.” 
Conforme as citações acima, o homem tendo uma maior consciência de si torna-
se um ser crítico, atuante e transformador do mundo que o cerca sendo importante a 
observação de tudo o que está ao seu redor. Algumas vezes a atuação do Orientador 
Educacional é comprometida pela imagem formada ao longo dos anos. Isto se torna 
mais sério quando se sabe que a consciência de si não é feita isoladamente, mas 
através de relações. Por outro lado, o Orientador deve ter o cuidado de não ser o 
doutrinador, no sentido de determinar a consciência crítica dos alunos. 
O sentimento de identidade do homem inicia quando ele concebe o mundo 
exterior como coisa separada e independente dele, quando começa a tomar 
consciência de si mesmo, como sujeito de suas ações, quando é capaz de dizer, EU 
SOU. 
Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva (1981), 
relaciona, a partir da posição de diversos autores, alguns dos papéis a ele atribuídos, 
tais como: 
• Especialista – prioridade ao aconselhamento psicopedagógico. 
• Generalista – orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, 
aplicação de testes, organização de classes, fichas cumulativas, etc. 
• Monitor – orientação centrada no aluno. 
• Assessor – orientação centrada no contexto. 
• Consultor e assessor – assessoramento de pessoas e pequenos grupos, 
consultando professores, diretores, pais e outros. 
• Agente de mudança – revisão crítica. 
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Competências e atribuições do orientador educacional 
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• Profissional de ajuda – ajuda, assessoramento. 
• Catalizador – o indivíduo realizando seu próprio papel. 
• Conselheiro e guia pessoal do aluno. 
• Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais. 
• Orientador da vocação do aluno. 
• Mediador entre comunidade escolar e familiar. 
• Membro do grupo profissional. 
 
A identidade do Orientador Educacional como um profissional e o seu 
posicionamento frente à vida são fatores que caracterizam o desencadeamento do 
processo de Orientação. 
Se toda identificação profissional pressupõe reforço de valoração, supõe-se que 
o Orientador Educacional vivencie valores pessoais na sua atuação. Crenças, valores, 
atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais comuns a 
uma determinada profissão, delineiam um perfil profissional. 
Na medida em que houver maior coerência entre os valores pessoais e 
expectativas sociais, a identidade profissional é mais consciente. Neste sentido, 
quanto mais clara e precisa a definição das metas da profissão, mais objetivo e 
definido será o desempenho deste profissional. 
O Orientador Educacional, por sua vez, está confuso. Talvez essa confusão se 
deva às razões históricas de seu surgimento ou razões funcionais pelo fato de sua 
classe ser considerada uma subclasse dentro da classe maior do magistério, gerando 
assim conflitos de papéis. Dá-se o conflito de papéis quando o Orientador Educacional 
não consegue realizar o que é de sua competência e realiza atividades incompatíveis 
com sua formação. 
O posicionamento do Orientador Educacional deve incluir uma ética profissional, 
debatendo questões práticas, capazes de suscitar-lhe operações de pensamento que 
o desafiam e levam à reflexão e à pesquisa em busca de uma autêntica identidade 
apoiada em valores significativos. Diversas experiências auxiliam no levantamento 
desta hipótese e acredita se que o espaço existe, basta que os profissionais se 
disponham realmente. Cabe enfatizar que o desempenho do papel do educador faz 
com que sua proposta seja, efetivamente, na educação. 
Em toda a ação do Orientador Educacional é necessária uma reflexão contínua 
sobre a realidade que o cerca, possibilitando-lhe um posicionamento profissional mais 
Práticas de Orientação Educacional | 
Competências e atribuições do orientador educacional 
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adequado. 
Ter sempre presente em suas atividades os princípios que servem de suporte ao 
processo de orientação, levando o a uma ação mais consistente e coerente. 
O Orientador Educacional, muitas vezes, não tem condições de realizar todas as 
tarefas que lhes são pertinentes, correndo o risco de tornar-se generalista, ou de 
esvaziar sua ação, a ponto de torná-la irrelevante na escola. 
De acordo com Saviani (1980), “... a especialidade no campo educacional, como 
toda especialidade,só faz sentido na medida em que a área básica não seja perdida 
de vista... a especificidade da Orientação Educacional é apenas... a divisão no plano de 
educação...”. 
Orientadores Educacionais são antes de tudo, educadores, e a finalidade de toda 
e qualquer ação orientadora é educativa. 
Se a escola é uma instituição que tem por finalidade ensinar bem à totalidade 
dos alunos que a procuram, Orientador Educacional têm por função fundamental 
mobilizar os diferentes saberes dos profissionais que atuam na escola, para que a 
escola cumpra a sua função: que os alunos aprendam. 
Partindo da condição comum de educadores, cada um desempenha tarefas 
específicas, capacitado pela habilitação específica, cujo sentido é dado pelos fins 
comuns. 
A investigação sobre a realidade vivencial do aluno e sua percepção desta 
realidade deve ser o ponto de partida e o fio condutor do processo pedagógico. 
O Orientador Educacional que, através da investigação sobre a realidade, percebe 
que no processo de ensino aprendizagem estão em jogo inúmeras relações, 
compreende que as relações na escola não são um fim em si mesmo, mas meio para 
que o aluno aprenda e amplie o seu conhecimento sobre “relações de ajuda”, 
passando a trabalhar as diferentes relações, que podem influenciar para que o aluno 
aprenda. 
O desenvolvimento de uma concepção crítica de educação comprometida com 
a realidade social e com sua transformação não prescinde do planejamento. Planejar 
envolve, em sua base, compreender a realidade em todos os seus desdobramentos, 
tanto de tempo, quanto de espaço. 
Segundo Heloísa Lück (1991), “Planejar a Orientação Educacional implica delinear 
Práticas de Orientação Educacional | 
Funções e atribuições do orientador educacional 
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o seu sentido, os seus rumos, a sua abrangência e as perspectivas de sua atuação. Vale 
dizer que esse planejamento envolve antes de tudo, uma visão global sobre a natureza 
da Educação, da Orientação Educacional e de suas possibilidades de ação”. 
Durante a década de 80, o sentido da Educação e da Orientação Educacional foi 
questionado, a tal ponto que grande parte das obras publicadas na área evidenciaram 
um resultado muito maior de menosprezo ao papel da escola como agente de 
Educação e de estabelecimento da antiorientação educacional do que de explicitar 
sua natureza e configurar as possibilidades de sua atuação. 
Na definição da antiorientação, o que se observou foi a construção de uma visão 
negativa e de uma generalizada atitude de desconsideração a tudo quanto o 
orientador educacional realizava nas escolas e a tudo quanto era definido na literatura 
a respeito. Assim, as funções da 
Orientação Educacional passaram a ser condenadas por serem vistas como 
tecnicistas, simplistas e limitadas em sua visão e alcance. 
De fato, as ações da área tinham horizontes limitados e necessitavam de revisão 
que viesse a dar à Orientação Educacional um sentido diferente, mais comprometido 
com a escola com um todo e com a realidade social do aluno. Como resultado, a 
Orientação Educacional ganhou um discurso político para direcionar seu trabalho, mas 
perdeu a força da ação. 
É importante, ter em mente, que de nada valem as boas ideias, se não vierem a 
revestir ações que as ponham em prática. 
A Orientação Educacional tem certas funções (ações) clássicas a serem 
desempenhadas no contexto pedagógico em que estejam inseridas, funções essas 
cujo sentido não é estático, mas sim, transforma-se continuamente, em razão da 
interação múltipla de variados fatores, que ocorre no processo dinâmico da l 
pedagógica. 
 
10 Funções e atribuições do orientador educacional 
10.1 Educação infantil 
A Orientação Educacional na Pré-Escola é muito importante no contexto escolar 
pelo papel que exerce junto à comunidade escolar. Oportuniza a visão criativa do 
profissional, na conscientização dos pais no dever de participar ativamente nas 
Práticas de Orientação Educacional | 
Funções e atribuições do orientador educacional 
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atividades escolares. Desperta nos educadores, pais e professores, a necessidade da 
observação em todos os momentos da vida da criança. 
Sugere programa de ação integrada entre pais, professores, orientadores 
educacionais que fortaleça a responsabilidade de todos na ação conjunta da 
educação. 
 
10.2 Ensino Fundamental 
A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas distintas a 
executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras séries e a outra, às quatro 
últimas séries. 
As atribuições do Orientador educacional no Ensino fundamental são: 
• •Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de adaptação 
dos mesmos no ambiente escolar; 
• •desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o mundo 
que os cerca; 
• •propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos outros, 
a iniciativa e a criatividade dos educandos; 
• •deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para que 
descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento dos 
dois centros que são o lar e a escola; 
• •habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se 
ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem 
atendidos e orientados; 
• •observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento e 
temperamento, com a cooperação dos professores; 
• •nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve dedicar-
se com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e preferências 
do educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o funcionamento 
das atividades extras classes, bem como as oportunidades de visitas, excursões 
e estágios, para que aptidões e preferências tenham mais oportunidades de se 
manifestarem e se desenvolverem; 
• •revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando, 
deva fazer a opção de curso profissionalizante; 
Práticas de Orientação Educacional | 
Funções e atribuições do orientador educacional 
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• •Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação moral, 
pois existe o advento da crise pubertária e o despertar do espírito crítico. 
 
10.3 Ensino Médio 
O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação 
necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de 
autorrealização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da cidadania. 
Preocupa-se em esclarecer quanto à formação profissional, além, da incumbência 
de melhor orientar o jovem numa formação profissional. Tem a preocupação de 
orientar quanto às aptidões, tipos de profissões para os níveis técnicos ou 
universitários. 
 
10.3.1 As atribuições do orientador educacional no ensino médio 
• realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, visando o 
acompanhamento do rendimento escolar do aluno; 
• Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento 
psicopedagógico oferecendo e coletando informações; 
• propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x 
professor e aluno x aluno e demais elementos da escola; 
• Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola; 
• Participar do critério para a constituição de turmas; 
• selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades dos 
alunos para melhor conhecimento de si e do grupo; 
• Participar da compatibilização do Regimento Interno com a Legislação e 
Diretrizes propostas pelo currículo; 
• Participar das atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico 
da população escolar e da comunidade; 
• Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço; 
• manter atualizado o dossiê do aluno; 
• assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões programadas e 
sistemáticas; 
• programar e coordenar atividadesde informação profissional, envolvendo 
professores, família e comunidade; 
• Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com 
Práticas de Orientação Educacional | 
Aspectos legais do orientador educacional no contexto educacional 
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professores; 
• manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho; 
• participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais 
desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores; 
• manter-se atualizado em assuntos educacionais. 
 
11 Aspectos legais do orientador educacional no contexto 
educacional 
A Orientação Educacional no Brasil nem sempre aconteceu de forma sistemática 
na escola. Encontra-se suas raízes na Lei Orgânica do Ensino Industrial de 30 de janeiro 
de 1942 e no Decreto Lei nº 4244 de 04 de abril de 1942 que estabelece as diretrizes 
para a Orientação 
Educacional como função de encaminhar os alunos nos estudos e na escolha da 
profissão, sempre em entendimento com sua família. Porém, em seu artigo 50, a 
Orientação Educacional é concebida como um processo de adaptação do sujeito ao 
meio visando os problemas dos alunos, seus desvios que perturbam a vida da escola. 
Com o passar dos anos, o Orientador Educacional continuou a dirigir sua atenção 
ao aluno “irregular”, tendo que, “corrigir, encaminhar, isto é, adaptar o aluno a rotina 
da escola, ao invés de dirigir a sua ação ao processo integral de desenvolvimento da 
atividade educativa. Desta forma, se efetivava as intenções do Decreto Lei nº 4073/42 
que reduz as funções da Orientação Educacional às atividades isoladas do contexto 
da escola, reduzindo-a a um veículo escolar repudiado por alunos e professores.” 
Em dezembro de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê sobre o 
exercício da profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em 21 de 
dezembro de 1968 significou um avanço na definição e profissionalização do 
Orientador Educacional. 
Até a década de 70, em todo nosso país, a Orientação Educacional se apoiou num 
referencial basicamente psicológico reforçando a ideologia de aptidões. 
Com a Lei 5692/71, a Orientação Educacional passa a ser obrigatória no Ensino 
de 1º e 2º graus, para atender o objetivo de “qualificação para o trabalho” e de 
“sondagem de aptidões”. O artigo 10 refere-se: “Será instituída obrigatoriedade a 
Orientação Educacional nas escolas, incluindo Aconselhamento Vocacional, em 
cooperação com os professores, a família e a comunidade”. 
Práticas de Orientação Educacional | 
Aspectos legais do orientador educacional no contexto educacional 
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A partir das determinações desta lei, a Orientação Educacional desenvolve a sua 
prática nas escolas, baseada no autoconhecimento, nas relações pessoais, sondagem 
de aptidões e interesses, informações sobre as profissões e mercado de trabalho. As 
técnicas de aconselhamento, entrevistas, aplicação de testes, inventário de interesses, 
sociogramas, atendimentos a problemas disciplinares pautam a ação cotidiana do 
Orientador Educacional. 
Portanto, em 26 de setembro de 1973, é assinado o Decreto nº 72.846 
regulamentando a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968 que provê sobre o 
exercício da profissão de Orientador Educacional. DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE 
SETEMBRO DE 1973. 
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III 
da Constituição, decreta: 
Art. 1º Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando, 
individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o 
desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e 
integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o 
para o exercício das opções básicas. 
 
Art. 2º O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo: 
I - Dos licenciados em pedagogia, habilitados em orientação educacional, 
possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior 
oficiais ou reconhecidos. 
II - Dos portadores de diplomas ou certificados de orientador educacional 
obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais 
ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de 
Educação. 
III - Dos diplomados em orientação educacional por escolas estrangeiras, cujos 
títulos sejam revalidados na forma da legislação em vigor. 
 
Art. 3º É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador Educacional: 
Práticas de Orientação Educacional | 
Aspectos legais do orientador educacional no contexto educacional 
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I - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 
5.692-71, na forma do art. 63, da Lei nº 4.024-61, em todo o ensino 1º e 2º 
graus. 
II - Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei nº 
5.692-71 na forma do artigo 64, da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, 
até a 4º série do ensino de 1º grau. 
 
Art. 4º Os profissionais, de que tratam os artigos anteriores, somente poderão exercer 
a profissão após satisfazerem os seguintes requisitos: 
I - Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura; 
II - Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e 
Cultura. 
 
Art. 5º A Profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas 
neste regulamento, se exerce na órbita pública ou privada, por meio de planejamento, 
coordenação, supervisão, execução, aconselhamento e acompanhamento relativos às 
atividades de orientação educacional, bem como por meio de estudos, pesquisas, 
análises, pareceres compreendidos no seu campo profissional. 
 
Art. 6º Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o artigo 
anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional, 
devidamente registrado na forma desse regulamento. 
 
Art. 7º É obrigatório a citação do número do registro de Orientador Educacional em 
todos os documentos que levam sua assinatura. 
 
Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional: 
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de 
Orientação Educacional em nível de: 
1 - Escola; 
Práticas de Orientação Educacional | 
Aspectos legais do orientador educacional no contexto educacional 
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2 - Comunidade. 
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de 
Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e 
Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais 
e Privadas. 
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao 
processo educativo global. 
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do 
educando. 
e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à 
orientação vocacional. 
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao 
conhecimento global do educando. 
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a 
outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial. 
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar. 
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas 
as exigências da legislação específica do ensino. 
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional. 
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional. 
 
Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições: 
a) Participar no processo de identificação das características básicas da 
comunidade; 
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar; 
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola; 
d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e 
grupos; 
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;Práticas de Orientação Educacional | 
Princípios e objetivos da orientação educacional 
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f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários; 
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade; 
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional. 
 
Art. 10. No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister qualificação 
de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, que os candidatos 
hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 
1968 e deste regulamento. 
 
Art. 11. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
 
12 Princípios e objetivos da orientação educacional 
Ver o educando em sua realidade biopsicosocial, com todo o respeito e 
consideração, a fim de que, a partir dessa realidade, se possa erigir uma personalidade 
ajustada, segura de si e compreensiva. 
Em reforço ao primeiro princípio, respeitar o educando em sua realidade, 
qualquer que ela seja. 
Realizar trabalho de orientação, sem criar dependências, mas orientar para a 
autoconfiança, independência, autonomia e cooperação. Em se querendo que o 
educando seja independente e respeitador, sensibilizá-lo para a necessidade de 
também respeitar os seus semelhantes. O trabalho de Orientação exige o maior 
número possível de informes a respeito do educando, o que deve ser diligenciado por 
todos os meios. 
Assistir todos os educandos, desde os mais aos menos carentes, bem como os 
que não revelarem carências. Dar ênfase aos aspectos preventivos do comportamento 
humano, uma vez que é muito mais fácil evitar um acidente do que se recuperar do 
mesmo. Este princípio guarda analogia com outro de natureza médica e que diz: “um 
grama de prevenção vale mais que uma tonelada de curas”. Assim, o ideal será a 
Orientação Educacional agir, preferencialmente, de maneira profilática do que 
curativa. 
Práticas de Orientação Educacional | 
Princípios e objetivos da orientação educacional 
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Estabelecer um clima de confiança e respeito mútuo, incentivando a procura 
espontânea do Serviço de Orientação Educacional, logo que a dificuldade ou uma 
dúvida surja na vida do educando, antes que a mesma tome vulto e desoriente. 
Procurar envolver todas as pessoas com o processo de educação, como diretor, 
professores, pais, serventes, etc., para que todos cooperem com a Orientação 
Educacional, no sentido de ajudá-la a melhor ajudar o educando. 
A Orientação Educacional deve ter muito cuidado em formular juízos a respeito 
do educando, não esquecendo que este é um ser em evolução, em marcha para a 
maturidade e que uma série de fatores pode estar influenciando para que ocorra o 
comportamento anormal que tem apresentado. 
A Orientação Educacional deve ser levada a efeito como um processo contínuo 
e não como ação esporádica dos momentos em que faltarem professores ou que 
surgirem dificuldades maiores. Deve ser trabalho planejado para todo o ano letivo, 
sem aquelas características de tapa buraco. 
A Orientação Educacional tem de trabalhar em estreito entendimento com a 
direção. Jamais em sentido de subserviência ou petulância, mas em sentido de 
cooperação, compreensão e respeito mútuo. 
A Orientação Educacional não deve se envolver em pequenas questões entre 
educandos e professores. Ocorrências conflitivas de pouca intensidade são, até certo 
ponto, naturais. Assim, problemas que não ultrapassem certos limites devem ser 
deixados para que os próprios professores os resolvam. 
A Orientação Educacional deve agir, também, como órgão de estudo e de 
pesquisa de medidas que levem à superação de dificuldades de natureza disciplinar, 
não devendo, porém nunca, funcionar como “órgão disciplinador”. Deve, sim, agir 
como órgão que leve todos a tomarem consciência do grave problema da disciplina, 
que está inutilizando o trabalho de muitas escolas. 
Exaltar que a Orientação Educacional precisa dar muita atenção ao serviço de 
anotações, que deve ser o mais perfeito possível, a fim de que dados a respeito de um 
educando estejam sempre a mão e atualizados. 
A Orientação Educacional deve estar aberta para a realidade comunitária, a fim 
de que o seu trabalho esteja articulado com o meio, para melhor ajudar o educando 
a integrar-se no mesmo. 
A Orientação Educacional deve esforçar-se para criar na escola um clima de 
Práticas de Orientação Educacional | 
Objetivos da orientação educacional 
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comunidade e sensibilizar a todos, quanto à necessidade de que cooperem em suas 
atividades, com entusiasmo, respeito e solidariedade. A Orientação Educacional não 
deve esquecer-se de estimular ao máximo a iniciativa do educando, principalmente, 
através de atividades extraclasse, empenhando-a na realização com verdadeiro 
engajamento, que ajudará na explicitação de suas virtualidades, na conquista da 
autoconfiança e na revelação de suas capacidades de liderança. 
 
13 Objetivos da orientação educacional 
Orientar o educando em seus estudos, a fim de que os mesmos sejam mais 
proveitosos. 
Como complementação do primeiro objetivo, ensinar a estudar. É impressionante 
a quantidade de educandos de todos os níveis que se perdem nas obrigações 
escolares por não saberem estudar, com desperdício de tempo e energia. 
Este objetivo é dos mais importantes e cuja efetivação deveria ter início no Ensino 
Fundamental e continuar por todos os níveis de ensino. Ensinando o educando a 
estudar em função do nível de ensino que estivesse cursando, pois muitos fracassos 
escolares são devido ao fato do educando não saber estudar, com desperdício de 
tempo e esforço, conduzindo, o educando a abandonar os estudos. Assim, é 
importante, que desde o início da escolaridade intelectual, a Orientação Educacional 
ensine o educando a estudar, através de sessões destinadas a todos os educandos de 
uma classe. 
Discriminar aptidões e aspirações do educando, a fim de melhor orientá-lo para 
a sua plena realização. 
Auxiliar o educando quanto ao seu autoconhecimento, à sua vida intelectual e à 
sua vida emocional. 
Orientar para o melhor ajustamento na escola, no lar e na vida social em geral. É 
fundamental a interação entre educando e professor, educando e seus colegas, bem 
como educando e sua família. É importante, também, que o educando saiba manter 
um comportamento adequado nas atividades fora da escola e do lar. 
Formar o cidadão que alimente dentro de si um sentimento de fraternidade 
universal, capaz de fazê-lo sentir-se irmão, companheiro e amigo de seu semelhante 
em todas as circunstâncias da vida. 
Práticas de Orientação Educacional | 
Objetivos da orientação educacional 
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Trabalhar para a obtenção de um melhor cidadão, por parte do educando, para 
que este seja um membro integrado, dinâmico e renovador no seio da sociedade. 
Enfim, desenvolver ação para que se obtenha o cidadão consciente, eficiente e 
responsável. 
Levar a efeito melhor entrosamento entre escola e educando, com benefícios 
compensadores quanto à disciplina, formação do cidadão e rendimento escolar. 
Prestar assistência ao educando nas dificuldades em seus estudos ou 
relacionamento com professores, colegas, pais ou demais pessoas. 
Levar cada educando a explicar e desenvolver suas virtualidades. 
Prevenir o educando com relação a possíveis desajustes sociais, que sempre 
estão eclodindo na sociedade, como fruto de uma dinâmica negativa de desagregação 
social. 
Possibilitar aos professores melhor conhecimento dos educandos, oferecendo, 
assim, maiores probabilidades de entrosamento positivo entre ambos e mais 
adequada ação didática por parte dos professores, a fim de ser obtido maior 
rendimento escolar. 
Sensibilizar, de forma crescente, professores, administradores e demais pessoas 
que trabalham na escola, paraque queiram melhorar suas perspectivas atuações, 
visando à melhor formação do educando. 
Realizar trabalho de aproximação da escola com a comunidade, a fim de 
proporcionar ao educando maiores oportunidades de conhecimento do meio e 
desenvolvimento comportamental de cidadão participante. Favorecer a educação 
religiosa, com suas perspectivas transcendentais, mas desvinculada do compromisso 
sócio-ideológico... O bem que a religião infunde pode levar a efeito, na busca da 
melhoria do funcionamento de qualquer regime, sem apelos ao ódio e destruição. 
Trazer a família para cooperar de maneira mais esclarecida, eficiente e positivista na 
vida do educando. 
Proporcionar vivências que sensibilize o educando para os valores que se deseja 
incorporar no seu comportamento. 
Trabalhar para instaurar na escola um ambiente de alegria, satisfação e confiança 
para que se estabeleça um clima descontraído, evitando os temores, frustrações e 
humilhações. 
Práticas de Orientação Educacional | 
Objetivos da orientação educacional 
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Incentivar práticas de higiene física e mental, procurando conscientizar o 
educando em relação à importância e valor da saúde, que pode ser cuidada e 
preservada individualmente, educando por educando. Desenvolver admiração e 
respeito pela natureza, evitando depredá-la em quaisquer de seus aspectos: 
paisagem, fauna e flora. 
Desenvolver atividades de lazer, podendo, algumas delas, em caso de 
necessidade, transformar-se em atividades profissionais. Neste particular, orientar o 
emprego adequado e higiênico de horas de folga. 
Trabalhar para uma adequada formação moral do educando, imbuindo de 
valores éticos necessários para uma vida digna, humana e coerente, em que o respeito 
ao próximo deve ser o motivo principal. 
Favorecer a educação social e cívica do educando, sensibilizando para a 
cooperação social e deveres comunitários. Neste particular, incentivá-lo para a 
melhoria da estrutura e funcionamento da vida social, sem a marca de destruição, 
alertando, pois em relação a certos movimentos de fundo comunitário que pregam, 
em nome do bem, o ódio, a morte, a violência e a destruição. 
 
14 Comparação das teorias de desenvolvimento 
Segundo a teoria de Piaget os quatro principais estágios de desenvolvimento 
humano são: sensório motor – até aos dezoito meses, pré-operacional – dos dezoito 
meses aos sete anos, operações concretas – sete anos à adolescência e as operações 
abstratas – adolescência. 
Na fase das operações concretas é a aplicação de princípios lógicos básicos ao 
domínio das experiências e eventos concretos não permitindo a interferência de suas 
percepções. Seus processos lógicos de pensamento organizam-se gradualmente 
numa rede cada vez mais complexa e integrada através da qual confronta e responde 
sistematicamente ao mundo que o cerca. 
Em relação às operações formais o grande progresso que caracteriza o 
pensamento do adolescente e tem seu início aproximadamente aos 1112 anos, mas 
provavelmente não alcance seu ponto de equilíbrio antes dos 1415 anos consiste na 
possibilidade de manipular ideias em si mesmas, não mais em manipular 
simplesmente objetos. 
A partir deste momento o jovem adolescente pode utilizar hipóteses, 
Práticas de Orientação Educacional | 
Objetivos da orientação educacional 
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experimentar, fazer deduções e raciocinar do particular para o geral. 
A diferença entre a fase de operações formais e a fase de operações concretas é 
que, na última as afirmações sobre o ambiente são baseadas nas relações entre 
objetos ou classes de objetos, enquanto na primeira o adolescente pode chegar a 
novas possibilidades através da combinação do previamente conhecido com o que é 
concluído. 
Lewis atribui alguns aspectos importantes para o desenvolvimento da criança em 
idade escolar que são: maturação, lateralidade, desenvolvimento da personalidade, 
latência, relacionamento com os companheiros, preparação social, desenvolvimento 
cognitivo, etc. 
Segundo Lewis “Algo acontece nitidamente no desenvolvimento da criança entre 
os seis e os onze anos de idade que sugere que tanto alguns aspectos quantitativos 
como qualitativos se consolidaram. Partes do desenvolvimento anterior parecem 
organizar-se quase subitamente passando a funcionar de modo fluente e integrado. 
A criança não só aprendem novas habilidades motoras – por exemplo, andar de 
bicicleta – como, em algum momento, talvez em torno dos nove anos, exerce-as muito 
à vontade: habilidade “estalou”, tornou-se automática e estabelecida, uma ação não 
deliberada sem exigir qualquer espaço ou concentração. A função da linguagem, da 
mesma forma, desenvolve-se melhor, e a criança torna-se mais capaz de pensar 
abstratamente. E, além disso, maturações fisiológicas são alcançadas nesta época.” 
No que se refere ao desenvolvimento da personalidade tem se como 
característica da criança em idade escolar, a capacidade para o pensamento, memória, 
fala e conceptualização é muito maior, é nesse estágio que certos conceitos de 
inevitabilidade se tornam estabelecidos. As manifestações comportamentais ocorridas 
durante o período de latência são alterações psicossexuais e psicossociais são 
modificadas por fatores culturais. 
No período das relações com os companheiros, nos anos escolares, as amizades 
são estabelecidas, caracteristicamente com pessoas do mesmo sexo. 
Com relação ao desenvolvimento social, a criança também se conscientiza, nesse 
momento, de que existe hora para o brinquedo e hora para o que vai sendo, 
progressivamente, chamado de trabalho. 
 
Práticas de Orientação Educacional | 
Referências Bibliográficas 
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