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1. Com o título Resolução, o dramaturgo e poeta ale- mão Bertolt Brecht concluiu o terceiro ato da peça de teatro Os dias da Comuna, escrita entre 1948 e 1949. Reúna-se com colegas, leiam um trecho des- te poema e, em seguida, façam o que se pede. Resolução Considerando nossa fraqueza os senhores forjaram Suas leis, para nos escravizarem. As leis não mais serão respeitadas Considerando que não queremos mais ser escravos. Considerando que os senhores nos ameaçam Com fuzis e com canhões Nós decidimos: de agora em diante Temeremos mais a miséria do que a morte. [...] BRECHT, Bertolt. Comuna de Paris, Bertolt Brecht. Revista Espaço Acadêmico, UEM, Maringá, 2001. Disponível em: http://eduemojs.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/ article/view/36315. Acesso em: 17 jul. 2020. a) Reflitam sobre a seguinte passagem do poema: “Nós decidimos: de agora em diante/Teme- remos mais a miséria do que a morte”. Como vocês a explicariam, levando em consideração o contexto em que ocorreu a Comuna de Paris? b) Para vocês, os versos citados na atividade ante- rior teriam aplicação nos dias de hoje? Encon- trem argumentos para justificar a resposta. c) Façam uma pesquisa sobre Bertolt Brecht. Re- gistrem as informações encontradas no cader- no, na forma de um texto dissertativo. Para isso, procurem responder às seguintes questões so- bre Brecht: • Qual a sua nacionalidade? Quando ele viveu? • Qual a sua profissão? • Qual era o contexto histórico da sua obra? • Quais são as principais características e de que forma a sua obra se relaciona com o con- texto da época? • Quais de suas obras são consideradas as mais emblemáticas? 2. Leia o excerto a seguir e responda às questões abaixo. O homem e a terra As circunstâncias que determinaram o movimento da Comuna foram, apesar de tudo, um fato bastante banal, a débil defesa do governo e o abandono de um parque de artilharia do qual os prussianos, entrando em Paris, poderiam apoderar-se; [...] A França estava desunida; era preciso que os dois elementos opostos agrupassem-se francamente um com o outro em toda a sinceridade de suas aspirações [...]. Foi o que fize- ram os comunalistas de Paris, mais conhecidos, [...] por um nome de insulto, aquele de “communards”. [...] [A França] Triplamente cercada pelas tropas ale- mãs, que teriam se rejubilado com a pilhagem, pelas tropas francesas, que ardiam de vontade de vingar-se das vitórias germânicas sobre os seus compatriotas, e pela massa da nação francesa, [...] a grande cidade não podia esperar vencer, malgrado a imensidão de seus recursos. [...] Todos aqueles que aclamavam a Comuna, homens experientes das revoluções anterio- res ou jovens entusiastas apaixonados por liberdade, sabiam de antemão que estavam destinados à morte. [...] Ora, as revoltas de Paris representavam grupos muito díspares que deviam forçosamente agir em sen- tido inverso uns dos outros. Entre eles, alguns ainda haviam permanecido em acessos de romantismo ja- cobino, outros só tinham honestos instintos revolu- cionários; uma minoria apenas compreendia que era necessário proceder com método à destruição de todas as instituições de Estado e à supressão de todos os obstáculos que impedem o agrupamento espontâneo dos cidadãos. Tudo somado, a obra do governo da Co- muna foi mínima, e não podia ser diferente, porquan- to ele estava, na realidade, nas mãos do povo armado. Se os cidadãos tivessem sido conduzidos por uma von- tade comum de renovação social, eles teriam imposto a seus delegados; mas eles só tinham a preocupação com a defesa: combater bem e morrer bem. RECLUS, Élisée. O homem e a terra: internacionais. São Paulo: Imaginário, 2011. p. 44-47. Considerando os trechos acerca dos acontecimen- tos da Comuna de Paris, responda: • De acordo com o texto de Reclus e com o que foi estudado até o momento, quais eram os ob- jetivos da Comuna? O que ela representava para os trabalhadores pobres e oprimidos de Paris? Por que a derrota era inevitável? Professor, no Manual você encontra orientações sobre estas atividades.Explorando NÃO ESCREVA NO LIVRO 107 V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap4_088-111.indd 107V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap4_088-111.indd 107 26/09/2020 12:3126/09/2020 12:31 Aprimorando o conhecimento NÃO ESCREVA NO LIVRO Professor, no Manual você encontra orientações sobre estas atividades. 1. (Enem 1999) A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas concentraram-se em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, origi- nando vastas concentrações humanas. Muitos dos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX e a dimi- nuição da jornada de trabalho para oito horas diárias concretizou-se no início do século XX. Pode-se afirmar que as conquistas no início deste século, decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas com a) a expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais. b) a expressiva diminuição da oferta de mão-de- -obra, devido à demanda por trabalhadores es- pecializados. c) a capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses. d) o crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária nos parla- mentos. e) a vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais europeias. 2. (Ifpe-PE 2016) “O governo revolucionário tem necessidade de uma atividade extraordinária, precisamente por- que ele está em guerra. Suas regras não são uni- formes nem rigorosas, porque as circunstâncias são tumultuadas e inconstantes [...]. O governo revolucionário não tem nada em comum com a anarquia nem com a desordem. Sua meta, ao con- trário, é de as reprimir para implantar e consoli- dar o reinado das leis.” Discurso de Robespierre diante da Convenção, 25 de dezembro de 1793. In: COSTA, M.; DOUBLET, F. (coord.). Histoire Géographie. 4. ed. Paris: Magnard, 1998. p. 60. Durante a Revolução Francesa, ao assumir a dire- ção da Convenção (1792-1794), os jacobinos ado- taram medidas para conter as forças contrarrevo- lucionárias. O discurso de Robespierre, ao afirmar que as ações do governo revolucionário não po- dem estar submetidas a regras uniformes e rigoro- sas, procurava justificativas para a) a criação do Tribunal Revolucionário, para julgar os suspeitos de atitudes contrarrevolucionárias. Muitas vezes, o destino dessas pessoas era a morte na guilhotina. b) a instituição do voto censitário, sendo assim ape- nas pessoas com posses poderiam exercer o poder de voto e se candidatar para mandatos eletivos. c) a convocação dos Estados Gerais, órgão consul- tivo formado por representantes dos três esta- dos e que não se reunia desde 1614. d) a criação do Diretório, órgão que desempenha- va o poder Executivo e era composto de cinco pessoas eleitas entre os deputados. e) a coroação de Napoleão Bonaparte, definida a par- tir de um plebiscito que aprovou o fim do Consu- lado e a transformação da França em Império. 108 V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap4_088-111.indd 108V1_Cie_HUM_Igor_g21Sc_Cap4_088-111.indd 108 26/09/2020 12:3126/09/2020 12:31