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Paulo Sérgio do Valle Biomédico DISCIPLINA NOÇÕES DE FARMACOLOGIA ENFERMAGEM – Matutino AULA 03 Dose máxima, mínima, terapêutica e fatal Vias de Administração de Medicamentos e Usos paulovalle.mtc paulovll@hotmail.com O QUE É DOSE? Quantidade de medicação que produz resposta terapêutica. OS TIPOS DE DOSE SÃO: ● Dose máxima - Máximo que um organismo pode suportar sem apresentar grandes efeitos colaterais. Não deve ser ultrapassada, a não ser com ordem expressa do médico. ● Dose mínima - Quantidade mínima de um determinado medicamento, que produz uma determinada ação farmacológica. ● Dose terapêutica - Fica entre a dose mínima e máxima. É a ideal. ● Dose letal - Dose que se administrada leva à morte CONCEITOS IMPORTANTES - DOSE CONCEITOS IMPORTANTES – AÇÃO E USO ● Ação Local - O medicamento age no local onde foi colocado. ● Ação Sistêmica - O medicamento precisa chegar até a corrente sanguínea e depois atingir o local de ação. ● Uso externo - Indica que o medicamento deve ser usado na superfície do organismo, apresentando normalmente ação local. ● Uso interno - Indica que o medicamento deve ser usado no interior do organismo, apresentando normalmente ação sistêmica. ● Nome Comercial –Nome dado pelo fabricante de acordo com critérios próprios. Ex: Loratamed ® (o símbolo após o nome comercial indica que o nome foi registrado pelo fabricante do fármaco e restrito a ele, patenteado). ● Nome Genérico – Nome dado ao medicamento de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB). Através desse nome, podemos comparar os diversos medicamentos existentes no mercado, sabendo quais têm a mesma composição ou quais são as diferenças. A DCB é uma normatização relativa aos nomes dados aos medicamentos, feita de acordo com a Denominação Comum Internacional - DCI, que é feita pela Organização Mundial de Saúde - OMS. ● Nome Químico – Nome Científico que descreve de modo preciso a estrutura atômica e molecular do fármaco. CONCEITOS IMPORTANTES – QUANTO AO NOME Exemplo de Nome Comercial (Renitec) Exemplo: Maleato de Enalapril = Nome Genérico 1-[2-(1-ethoxycarbonyl-3-phenyl-propyl) aminopropanoyl] pyrrolidine-2-carboxylic acid.= Nome Químico Exemplo de Nome Comercial (Loratamed) Exemplo: Loratadina = Nome Genérico Ethyl 4-(8-chloro-5,6-dihydro-11H- benzo[5,6]cyclohepta[1,2-b]pyridin-11-ylidene)-1- piperidinecarboxylate = Nome Químico *Indicado para controlar a pressão alta ou melhorar o desempenho do coração (tratamento da insuficiência cardíaca). TIPOS DE MEDICAMENTOS – Alopáticos e Homeopáticos O QUE É ALOPATIA? A Alopatia é a medicina tradicional, que consiste em utilizar medicamentos que vão produzir no organismo do doente reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Exemplo: Paciente apresenta febre, o médico receita um medicamento que faz baixar a temperatura. Se ele tem dor, um analgésico. Os principais problemas dos medicamentos alopáticos são os seus efeitos adversos e a sua toxicidade. OBS: A Fitoterapia entra na categoria de alopáticos. TIPOS DE MEDICAMENTOS – Alopáticos Fitoterapia e Plantas Medicinais Plantas Medicinais - Diversos povos, as utilizam como remédios para auxiliar nos problemas de saúde, normalmente na forma de chás e infusões. • Exemplos de Plantas Medicinais: Camomila, Boldo-do-chile, Alecrim, Alho, Arnica, Carqueja, Erva-cidreira, Malva, e Sálvia Também são usados pela medicina atual como base para a produção dos Medicamentos Fitoterápicos. PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS SÃO A MESMA COISA? Não! Plantas Medicinais são espécies vegetais que possuem em sua composição substâncias que ajudam no tratamento de doenças ou que melhorem as condições de saúde das pessoas. Desta forma, surge algumas dúvidas: Qual a quantidade de substancia presente? Quantidade a ser utilizada? Qual parte da planta pode ser utilizada? Como preparar? Já os Fitoterápicos são produtos processados pela indústria obtidos a partir da planta medicinal. Desta forma, terão as especificações necessária para o uso. TIPOS DE MEDICAMENTOS – Alopáticos Fitoterapia e Plantas Medicinais Chás medicinais - São feitos à base de Plantas Medicinais, de acordo com a técnica correta (por exemplo, algumas plantas devem ser fervidas, outras não devem ferver etc.). Se esses chás fazem algum efeito, então têm princípios ativos, não podendo, portanto, serem usados em qualquer quantidade. Devemos ter uma quantidade definida, por exemplo, três xícaras ao dia. A frase popular "se é natural, não faz mal" não é verdadeira. Existem, inclusive, plantas tóxicas que não devem ser utilizadas, podendo levar à morte. Ex: Camomila - O nome científico é Matricaria recutita, (conhecida vulgarmente como Margaça, Camomila-vulgar, Camomila-comum). Possui propriedades calmantes e relaxantes, devido a um tipo de flavonoide chamado Apigenina, que atua em receptores do cérebro e promove efeito tranquilizante e sedativo. Fonte: Nutricionista: Tatiana Zanin - <https://www.tuasaude.com/beneficios-do-cha-de-camomila/> Disponível em <https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/Camomila.pdf> CHÁS https://www.tuasaude.com/beneficios-do-cha-de-camomila/ https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/Camomila.pdf TIPOS DE MEDICAMENTOS – Alopáticos e Homeopáticos O QUE É HOMEOPATIA? Palavra de origem grega que significa Doença ou Sofrimento Semelhante. “Semelhante trata semelhante” É um método científico para tratamento e prevenção de doenças agudas e crônicas, onde a cura se dá através de medicamentos não agressivos que estimulam o organismo a reagir, fortalecendo seus mecanismos de defesa naturais. Os medicamentos homeopáticos podem ser utilizados com segurança em qualquer idade, (recém-nascidos até idosos, desde que com acompanhamento do clínico homeopata). É uma técnica que estimula o organismo a reagir contra seus próprios desequilíbrios e considera a individualidade do paciente. A Homeopatia não substitui necessariamente a Alopatia, mas pode ser utilizada de forma complementar. TIPOS DE MEDICAMENTOS – Alopáticos e Homeopáticos Algumas práticas foram incorporadas ao SUS por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Alguns exemplos: Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura; Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia; Arteterapia; Meditação; Reiki; Aromaterapia; Cromoterapia; Terapia de Florais entre outras. Fonte: https://aps.saude.gov.br/ape/pics https://aps.saude.gov.br/ape/pics Uma das principais funções da equipe de enfermagem no cuidado aos pacientes é a administração de medicamentos. Exige dos profissionais: → Responsabilidade; → Conhecimento → Habilidades Garantindo a segurança do Paciente e do Profissional. OBS: O risco de ocorrência de erros é elevado. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS As vias de administração de fármacos podem ser: ● Tópica - Efeito local; a substância é aplicada diretamente onde se deseja a ação. ● Enteral - Efeito sistêmico (não-local); recebe-se a substância via trato digestivo. ● Parenteral - Efeito sistêmico; recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato digestivo. CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Tópica - Efeito local; a substância é aplicada diretamente onde se deseja a ação. EXEMPLOS: ● Epidérmica – aplicação sobre a pele (teste de alergia, anestesia local tópica). ● Inalável – Medicamentos para asma. ● Enema – Meio de contraste para imagem digestiva; preparo para procedimento cirúrgico . ● Colírios – Sobre a conjuntiva, (antibióticos para conjuntivite). ● Gotas otológicas – Antibióticos e corticóides para otite externa. ● Intranasal – Spray descongestionante nasal. CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Enteral - Efeito sistêmico (não-local); recebe-se a substância via trato digestivo. EXEMPLOS: ● Pela boca – Muitas drogas na forma de tabletes, cápsulas ou gotas.● Por tubo gástrico – Tubo de alimentação duodenal; gastrostomia (diversas drogas e nutrição enteral). ● Pelo reto – Várias drogas em forma de supositório ou enema. Usado quando há dificuldade de engolir, vômito, etc. CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Parenteral - Efeito sistêmico; recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato digestivo. → Parenteral por Injeção ou Infusão ● Injeção Intravenosa (na veia), – Várias drogas, nutrição parenteral total. ● Injeção Intra-arterial (na artéria), – Drogas vasodilatadoras para o tratamento de vasoespasmos e drogas trombolíticas para o tratamento de embolia. ● Injeção Intramuscular (no músculo) – Várias vacinas, antibióticos e agentes psicoativos de longa duração. ● Injeção Intracardíaca – Direto no músculo cardíaco. ● Injeção Subcutânea (sob a pele), – Insulina CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Parenteral - efeito sistêmico; recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato digestivo. → Parenteral por Injeção ou Infusão ● Infusão Intraóssea (na medula óssea) é um acesso intravenoso indireto porque a medula óssea acaba no sistema circulatório. Esta via é usada ocasionalmente para drogas e fluidos na medicina de emergência e na pediatria, quando o acesso intravenoso é difícil. ● Injeção Intradérmica: (na própria pele) é usada para teste de pele de alguns alergênicos e também para tatuagens. exemplo Vacina BCG (PPD) ● Injeção Intraperitoneal, (no peritônio) é predominantemente usada na Medicina Veterinária e no teste de animais para a administração de drogas sistêmicas e fluidos, devido à facilidade de administração comparada com outros métodos parenterais. → Parenteral (que não por injeção ou infusão) ● Transdérmica (difusão através da pele intacta), – Emplastro de opióide transdérmico para terapia da dor. ● Transmucosa (difusão através de uma membrana mucosa) – Nitroglicerina sublingual (utilizado para problemas no coração, anti-anginosa geralmente produz efeito em 30 minutos). OBS: Não deve ser deglutida pois o metabolismo hepático irá inativar sua ação. ● Inalável – Inalação de anestésicos. Parenteral - efeito sistêmico; recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato digestivo. CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Outras vias de administração ● Intraperitoneal (infusão ou injeção na cavidade peritoneal* - predominantemente usada na Medicina Veterinária), p. Ex. Diálise peritoneal * é a maior membrana do corpo: reveste o interior do abdômen, abrangendo e protegendo todos os órgãos nele contidos (intestino, fígado, estômago e ovários, entre outros) ● Epidural (sinônimo: peridural) (injeção ou infusão no espaço vertebral epidural), - Ex. Anestesia epidural ● Intratecal (injeção ou infusão no fluido cerebroespinhal), p. Ex. Antibióticos, anestesia espinhal ou anestesia geral. CLASSIFICAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Para escolher a via de administração deve-se considerar: ● O melhor efeito útil do medicamento; ● A condição do paciente; ● Comodidade (qual a via mais cômoda para o paciente); ● Via mais segura; ● Custo; ● A existência do medicamento em diferentes formas farmacêuticas. COMO ESCOLHER A MELHOR VIA DE ADMINISTRAÇÃO? CUIDADOS QUANTO AO USO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Dependendo das circunstâncias, algumas vias de administração podem ser usadas tanto para propósitos tópicos quanto sistêmicos. Exemplo: inalação de medicamentos para asma visa agir sobre as vias aéreas (efeito tópico). Porém, a inalação de anestésicos voláteis visa agir sobre o cérebro (efeito sistêmico). CUIDADOS QUANTO AO USO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Uma droga pode produzir diferentes resultados dependendo da via de administração. Exemplo: Uma droga quando administrada por via enteral pode chegar ao trato gastrointestinal e não ser absorvida significativamente (acidez estomacal; alimentos; mucosa) para a corrente sanguínea, por isso, sua ação após administração enteral é diferente daquela após administração parenteral. Ex: Naloxona, um antagonista de opiáceos como a morfina. A Naxolona bloqueia a ação da morfina (opiáceo), no Sistema Nervoso Central, quando administrado por via intravenosa. (usada no tratamento de overdose de opiáceos). A mesma droga, quando ingerida, age sobre o Sistema Digestivo; (usado para tratar constipações). As vias enterais são geralmente a mais conveniente para o paciente, já que não há necessidade de se fazer punções ou utilizar procedimentos de esterilização. Medicamentos enterais são, por isso, frequentemente os mais preferidos. Porém, algumas drogas não podem ser administradas desta forma porque sua absorção no trato digestivo é baixa ou imprevisível. Principalmente condições ligadas ao paciente como problemas de deglutição e vômitos. Em situações graves ou nas medicinas de emergência e de tratamento intensivo, as drogas são muito frequentemente administradas por via intravenosa. CUIDADOS QUANTO AO USO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Exemplos de Vias de administração RESUMO Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. O que devemos saber sobre medicamentos Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes- sobre-medicamentos/o-que-devemos-saber-sobre-medicamentos.pdf/view> REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES