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Doenças infecto contagiosas: Equinos 1 Equinos Adenite equina – Garrotilho – Streptococus equi A adenite equina, conhecida também pelo nome de garrotilho, é uma enfermidade bacteriana contagiosa, causada pelo Streptococcus equi subsp. equi, caracterizando-se por uma inflamação mucopurulenta do trato respiratório anterior de equinos de todas as idades, porém, mais predominantemente em animais jovens. Importância econômica Distribui-se mundialmente, sendo responsável por significativas perdas econômicas, devido ao custo do tratamento, gastos com medidas de controle e eventuais mortes que podem ocorrer. Agente etiológico Esta bactéria possui um período de incubação de 3 a 14 dias. A bactéria é caracterizada como comensal. Agente facilmente eliminável do ambiente com produtos químicos. Epidemiologia Equídeos de todas as idades podem ser acometidos por essa doença, embora ela seja mais frequente em animais jovens de 6 meses a 5 anos. Alta morbidade (100%) e baixa mortalidade (2 a 3%). Transmissão Via: respiratória e oral Fonte: corrimento nasal, tosse, espirro: espalhamento do pus na forma de aerossóis, contaminando agua, cocho e pastagens. Direta: contato com equinos infectados Indireta: fômites e tratadores Fatores predisponentes Alterações de climáticas Desmama Transportes prolongados Treinamento intensivo Superlotação nas instalações Viroses e parasitoses Patogenia O agente do garrotilho causa a enfermidade ao fixar-se nas células epiteliais da mucosa nasal e oral, invadindo as mucosas nasofaringes, levando à uma faringite aguda e rinite. Quando o organismo do hospedeiro não consegue impedir o processo inflamatório, o agente invade a mucosa e o tecido linfático faríngeo. Ao passo que a enfermidade evolui, há a formação de abscessos, em especial, nos linfonodos retro faríngeos e submandibulares, causando uma obstrução local devido à compressão. Entre sete a 14 dias após, fistulam, sendo drenados, liberando o pus repleto de bactérias, contaminando o ambiente. Sinais clínicos Secreção nasal serosa e depois mucopurulenta Tosse produtiva e espirros Dor palpação da região mandibular Linfadenopatia, em especial, dos linfonodos submandibulares, Extensão do pescoço devido à dor na região da laringe e faringe. Hipertermia Anorexia Inapetência Dificuldade respiratória e de deglutição Mucosa nasal hiperemia Complicações do Garrotilho Sinusite Púrpura hemorrágica Empiema das bolsas guturais Paralisia do nervo laríngeo recorrente Formação de abscessos à distância no mesentério, pulmão, fígado, baço, rins e cérebro Pneumonia purulenta Diagnóstico Clínico epidemiológico Anatomopatológicos Laboratorial: o Hemograma, anemia e leucose com neutrofilia. o Isolamento de amostra das secreções ou abcessos o PCR o ELISA Controle Isolamento dos animais doentes no mínimo de 4- 5 semanas Cuidados devem ser tomados com os utensílios utilizados nos animais doentes Estábulos devem ser limpos e desinfetados Camas devem ser queimadas Vacinas Pro bióticos 1 Equinos Rodococose – Rhodococcus equi Agente etiológico Bactéria coco bacilo gram positivo, aeróbica, não esporulada, habitante do solo, e suporta condições ambientais extremas. Epidemiologia Acomete principalmente potros de 1 a 6 meses de idade. Taxa de morbidade de aproximadamente 80% e mortalidade de 25%. Cavalos adultos são raramente infectados. Transmissão Inalação de partículas de poeira contaminada Via oral com mucosa lesionada Fezes de potros infectados: grande quantidade de bactéria. Sinais clínicos Leve aumento de FR Febre moderada Tosse seca e cansaço Descarga nasal pode Febre alta Taquipnéia Desconforto respiratório Potros tristes Baixo ganho de peso Doença na forma mais aguda Nenhum histórico anterior de doença respiratória Normalmente diagnosticada em potros bem desenvolvidos Morte súbita Auscultação pulmonar Aumento do murmúrio vesicular, principalmente na região ventral do pulmão Crepitações ou sibilos Áreas de silêncio Diarreia A grande maioria não apresenta sinais de doença intestinal Ingestão de fezes Baixo ganho de peso 50% dos potros com pneumonia por R. equi – na necropsia – envolvimento intestinal Outros sinais incluem: Uveíte anterior Alopecia principalmente no pescoço e região peitoral Osteomielite Artrite Séptica Abscedação em rim e fígado Artropatias imunomediadas Deposição de imunocomplexos nas articulações 30% dos casos Tíbio-társica Secundária aos casos pulmonares Diagnóstico Hemograma: leucocitose com neutrofilia Radiografia do tórax: revela presença de abcessos Ultrassom: irregularidades da pleura e abcessos superficiais (detecção precoce) e monitora o resultado do tratamento. Imunodifusão radial ELISA Fixação do complemento Lavado traqueobrônquico: citologia, isolamento e PCR Necropsia Controle Funcionário capacitado Diminuir práticas de lotação Evitar pastejo excessivo nos piquetes Higiene rigorosa das instalações Diagnóstico precoce Aferição da temperatura corpórea Evitar trânsito de animais (contato com animais de fora da propriedade) Boitromicose – Stafilococcus aureus Botriomicose é infecção bacteriana crônica, granulomatosa, supurativa, que afeta a pele e os tecidos subcutâneos. Caracteriza-se por lesão cutânea com múltiplas fístulas, que drena secreção purulenta, na qual se encontram grãos branco-amarelados, PAS-positivos, com lesões exuberantes de consistência fibrosa e múltiplos orifícios fistulosos dos quais drenavam grãos branco-amarelados, localizadas na perna direita e provocando aumento de volume do membro. Agente etiológico O principal agente etiológico é o Staphylococcus aureus, e outros germes menos frequentes são Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, isolados ou associados. 1 Equinos Pitiose– Phythium insidiosum A pitiose cutânea é uma doença caracterizada por uma inflamação granulomatosa crônica, afetando a pele do animal, principalmente membros, porção ventral toracoabdominal e face. Agente etiológico Pseudo fungo, que habita aguas estagnadas, solo. Classificado como zoósporos moveis. Transmissão Penetração de zoósporos pela pele lesada. Patogenia Os zoósporos são atraídos por quimiotaxia até lesões e feridas na pele do animal, e também pode penetrar na mucosa intestinal pela ingestão destes zoósporos. Estes, encistam no tecido, causando lesões granulomatosa no tecido subcutâneo. Sinais clínicos Formação de lesões granulomatosa na pele, com ulcerações Diagnóstico Biópsia de tecido corados pelo método de prata: será visível as hifas. Isolamento: em ágar sabouraud. Controle Impedir que animais vivam em áreas alagadas. 2 Equinos Anemia Infecciosa equina – Febre dos pântanos – aids do cavalo Doença que acomete cavalos, jumentos e mulas, altamente infecto contagiosa. Agente etiológico Vírus RNA envelopado da família Retroviridae, subfamília Lentivirinae. Glicoproteínas de superfície para a penetração do vírus na célula hospedeira. É inativado: detergentes, 56ºC (30 min). Transmissão Transferência de sangue ou derivados contaminados Vetores hematófagos (moscas, mosquitos) Iatrogênica (instrumentais contaminados, agulhas compartilhadas) Transplacentária (rara) e transmamária. Sinais clínicos Síndrome febril aguda Síndrome subaguda ou crônica o Febre recorrente, perda de peso, edema ou clinicamente normais. Maior parte recupera-se espontaneamente da viremia tem quadros esporádicos de febree anemia. Em alguns animais a doença pode evoluir para a morte. Diarreia sanguinolenta Aumento da transpiração Perda de peso Olhos vermelhos e lacrimejamento Mucosas pálidas ou ictéricas Batimentos cardíacos irregulares, pulso fraco Hemorragias petéquias nas mucosas Andar cambaleante Trombocitopenia e/ ou anemia Diagnóstico Os únicos testes aprovados no diagnóstico de AIE no Brasil. Imunodifusão ELISA Controle Como a doença não tem tratamento, o controle é essencial, uma vez que um animal positivo na propriedade, faz com que seja obrigatório a notificação ao Serviço Oficial, que interditara a propriedade por tempo determinado, até que seja feito o teste nos demais animais e descarte mais animais soropositivos, gerando várias quedas econômicas aos produtores. Interditar a propriedade Isolamento de animais suspeitos e soropositivos Proibir a participação destes animais em eventos. Repetir o teste 15 dias depois do primeiro teste em animais positivos Notificação obrigatória em casos positivos Ao adquirir animais novos, exigir atestado negativo para AIE Herpes vírus equino- Mieloencefalopatia viral equina - EHV-1 e EHV-4 Doença endêmica na população equina mundial, e acomete todas as raças e qualquer idade, porém dependendo da faixa etária, os sinais são diferentes. Agente etiológico Via aérea através da inalação de gotículas de muco lançadas ao meio externo Contato direto com fetos abortados e restos placentários Patogenia A reativação, excreção e transmissão do vírus ocorre após situações de estresse (treinamento excessivo, parto, transporte) ou tratamento com corticoides. Os animais com infecção latente, são os principais responsáveis pela eliminação do vírus no plantel. Esta infecção latente persiste por toda a vida do animal. Sinais clínicos Forma respiratória: Acontece em forma de surtos, acometendo animais jovens Aumento de temperatura de até 41ºC Fluxo nasal seroso bilateral Mucosa nasal e conjuntiva congesta Aumento de linfonodos submandibulares Forma reprodutiva: sinais ocorrem no final da gestação As fêmeas não demonstram sinais clínicos Abortamento Forma neurológica Hipertermia Anorexia Incoordenação motora Incontinência urinária Síndrome da cauda equina: hipotonia de cauda e anus Decúbito Morte Diagnóstico Sorologia – tomar cuidado com títulos vacinais Isolamento com amostras de sangue, feto, secreção nasal e líquor. Controle A vacinação reduz os sinais clínicos respiratórios e diminui a excreção do vírus, assim pode-se diminuir a incidência de abortos. Porém, o melhor a se fazer é tomar medidas preventivas como manejo e um programa de vacinação, o principal objetivo no controlo do EHV é reduzir os sintomas respiratórios e a excreção viral.
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