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Os autores e publicadores assumem quaisquer 
responsabilidades e direitos quanto às obras por 
eles divulgadas. Mas permitem qualquer tipo de 
divulgação, com ou sem autorização. A verdade 
não é propriedade de homem algum, e, portanto, 
não deve ter a sua circulação restringida.
“De graça recebestes, de graça dai”.
Mateus 10.8
www.estanteconfessional.cf
Controle de Natalidade
Autor: Greg L. Price
Editor: Maycon Ribeiro e 
Thiago Barros
Tradução: Fernanda Maciel
Revisão: Maycon Ribeiro
Diagramação e capa: 
Thiago Barros
Fevereiro de 2019
ÍNDICE
INTRODUÇÃO ................................................................... 7
I. DECLARAÇÃO DA POSIÇÃO ..................................... 9
II. ABSTENÇÃO DA RELAÇÃO SEXUAL ................... 13
III. CONTRASTANDO RAZÕES LEGÍTIMAS COM 
RAZÕES ILEGÍTIMAS PARA ABSTENÇÃO ............... 25
IV. RISCOS DE VIDA PARA A MÃE OU PARA A 
CRIANÇA .......................................................................... 35
V. DERRAMANDO O SÊMEN ....................................... 43
CONCLUSÃO ................................................................... 59
INTRODUÇÃO
A formulação desses pensamentos é baseada num 
conteúdo de uma carta que a Sessão da Igreja Reformada 
Puritana de Edmonton (de onde eu fui membro) man-
dou para um jovem casal sobre o assunto de controle de 
natalidade. Entretanto, eu modi quei e adicionei muitas 
sessões também. Apesar de esse artigo não ter a intenção 
de ser exaustivo em responder a todas as perguntas rel-
acionadas ao tema, mesmo assim, essas observações são 
oferecidas com a esperança de serem muito úteis para 
se chegar a uma conclusão bíblica em um tópico bem 
controverso.
Rev. Greg L. Price
INTRODUÇÃO
DECLARAÇÃO
DA POSIÇÃO
I
Como a procriação foi um dever dado por Deus para 
Adão e Eva na criação (“E Deus os abençoou e lhes 
disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra 
e sujeitai-a;” Gênesis 1.28), e uma obrigação repetida 
mesmo depois da queda do homem (Gênesis 9.1,7), e 
uma ordenança que Deus sempre associa com benção e 
não maldição (Gênesis 16.7; Levítico 26.9; Deuteronômio 
7.13; Deuteronômio 28.11; Neemias 9.23; Salmo 107.38; 
Salmo 127.3-5; Salmo 128.3), e uma obrigação que Deus 
nunca revogou nem no Antigo nem no Novo Testamento, 
eu sustento que a procriação, para todos aqueles que 
legitimamente podem, continua um dever até o  m do 
mundo (a não ser, claro, que possa ser demonstrado 
pelas Escrituras que não é um dever). Como é uma 
prerrogativa divina o abrir e fechar o ventre da mulher de 
acordo com Sua vontade (Gênesis 29.31; Gênesis 30.2,22; 
1 Samuel 1.5), e como o uso de controle de natalidade 
com o propósito expresso de prevenir a concepção 
intenciona que uma criança não viva (contrário ao Sexto 
Mandamento), e como não há exemplo aprovado do uso 
de nenhum método contraceptivo visto nas Escrituras 
onde a concepção de uma criança foi intencionalmente 
prevenida, mas, ao contrário, um exemplo em que o uso 
intencional de controle de natalidade com o propósito 
I
DECLARAÇÃO DA POSIÇÃO
I. DECLARAÇÃO DA POSIÇÃO| 11
de prevenir a fecundação foi condenado (Gênesis 38.8-
10), eu também declaro que Deus condena o uso de 
métodos de controle de natalidade que são usados com 
o propósito expresso de se prevenir a concepção.
Além disso, este artigo busca demonstrar que qualquer 
método usado com o propósito de intencionalmente 
prevenir a concepção de um bebê é um pecado contra 
o sexto mandamento. Isso inclui qualquer abstenção 
intencional do intercurso sexual para se prevenir a 
concepção (isto é, método rítmico 1), ou qualquer descarte 
intencional do sêmen com o propósito de se prevenir a 
concepção (isto é, várias formas de contracepção arti cial 
ou esterilização).
Vamos considerar os dois métodos que são geralmente 
usados com a  nalidade de se prevenir a gravidez (se 
abster da relação sexual e descartar o sêmen de alguma 
maneira) e determinar se eles são de acordo com os 
preceitos de Deus.
ABSTENÇÃO DA
RELAÇÃO SEXUAL
II
Antes de tudo, eu declaro que abstenção voluntária 
da relação sexual é aceitável de acordo com a Palavra 
de Deus pelas seguintes razões: piedade (isto é, oração e 
jejum), misericórdia (quando um dos cônjuges se abstém 
para não transmitir algum vírus contagioso, como HIV), 
modéstia (isto é, abstenção durante a menstruação), e 
necessidade (quando um chamado legal requer que o 
marido se aparte de sua esposa por um longo período de 
tempo, como o caso de um soldado numa circunstância 
de guerra ou de um ministro em tempos de perseguição 
e apostasia). Em todos esses casos, o propósito expresso 
para a abstenção sexual não é a prevenção da concepção 
de uma criança.
Nota-se que uma distinção proposital está sendo feita 
entre a abstenção da relação conjugal por um propósito 
ilegítimo (a saber, prevenção de concepção) e abstenção 
por um propósito legítimo. As distinções entre os dois 
casos de abstenção residem na intenção pela qual a ação 
moral ou a omissão da ação moral é realizada. 
Todo ato moral deve ser julgado com base em três 
critérios:
II
ABSTENÇÃO DA
RELAÇÃO SEXUAL
II. ABSTENÇÃO DA RELAÇÃO SEXUAL | 15
1. O motivo justo (que é a fé e amor direcionados a 
Deus);
2. O padrão certo (que é o padrão supremo da 
Palavra de Deus);
3. O propósito certo (que não pode ser nada além de 
glori car a Deus).
Apenas quando todos esses três critérios são 
observados, podemos esperar que ações morais sejam 
imparcial e consistentemente julgadas. Note no texto a 
seguir que todos os atos morais são classi cados como 
bons ou maus, e que a classi cação de ações como 
indiferentes não existe em relação ao tribunal de Cristo:
“Porque importa que todos nós compareçamos perante 
o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 
o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.”
2 Coríntios 5.10
 
Assim, qualquer ato moral da humanidade é bom ou 
mau. Todo o ato moral ou procede de um amor por Deus 
ou não; toda ação é bíblica ou não; ou ela glori ca a Deus 
ou não. Não tem, de fato, nenhum ato da humanidade 
que é verdadeiramente indiferente quando julgado 
pelos padrões da Escritura. Dessa forma, é importante 
16 | CONTROLE DE NATALIDADE
entender de início que em qualquer escolha que façamos 
sobre nossos atos diante de Deus, não há, certamente, 
nada considerado moralmente neutro.
Com isso em mente, vamos primeiro examinar o ato 
moral de voluntariamente se abster da relação sexual.
1. PARA ATOS DE PIEDADE
 
É demonstrado por meio da Escritura que a abstenção 
voluntária de relações sexuais por um período de tempo 
não é ilegítimo em si. Isso é provado pelo fato de Paulo 
permitir a abstenção para se praticar jejum e oração – 
isto é, com o propósito de cumprir atos de piedade.
“Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo 
consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes 
à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás 
não vos tente por causa da incontinência”.
1 Coríntios 7.5
 
No mandamento permissivo citado acima, o Apóstolo 
Paulo considera a intenção de fervorosamente orar e 
jejuar como uma razão legítima para a abstenção da 
união sexual, apesar de ele alertar sobre as potenciais 
consequências pecaminosas se a abstenção for mantida 
II. ABSTENÇÃO DA RELAÇÃO SEXUAL | 17
por um longo período de tempo.
 
2. PARA ATOS DE MISERICÓRDIA
 
Considere que aquelas pessoas que contraíram lepra 
eram ordenadas a serem isoladas (em quarentena) 
de todos os membros da família, incluindo maridos 
ou esposas, bem como de amigos (Levítico 13.46). 
Isolamento – e abstenção de toda intimidade sexual – 
era requerido em todos esses casos a  m de se preservar 
da propagação da doença, não a  m de se prevenir a 
concepção. Do mesmo modo, pode ser deduzido que 
a misericórdia requer que em casos em que o cônjuge 
esteja em uma situação tal de dor e sofrimento, que ele 
não esteja sob a obrigação de procriação (porque sua 
abstenção é, de novo, não com o expresso propósitode 
prevenção da concepção de uma criança). Além disso, 
quando a intenção especí ca de um procedimento 
médico não é para a prevenção da gravidez, mas sim a 
de remover algum tecido cancerígeno ou para corrigir 
alguma disfunção do corpo do pai ou da mãe, e neste 
procedimento médico, a habilidade do pai ou da mãe 
de procriação é impedida ou eliminada, então eu 
considero que esse processo não é pecaminoso. Porque 
o propósito expresso deste tipo de cirurgia é um ato 
de misericórdia para se preservar uma vida, não a 
crueldade de se prevenir uma. Nosso Deus se deleita 
18 | CONTROLE DE NATALIDADE
em mostrar misericórdia e nos chama a minimizar o 
sofrimento de outros – em circunstâncias legítimas – ao 
invés de aumentar o sofrimento deles (Mateus 12.7). 
Assim como o homem não foi feito pro Shabbath, mas o 
Shabbath feito para o homem, o homem não foi feito pra 
procriação, mas a procriação para o homem.
 
3. PARA ATOS DE MODÉSTIA
 
Nós também sabemos pelas Escrituras que a 
abstinência temporária era (e ainda é) requerida por 
Deus também por uma questão de modéstia durante o 
ciclo menstrual da mulher.
 
“Não te chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, 
durante a sua menstruação”.
Levítico 18.19
 
De novo, essa abstinência temporária da união sexual 
não é com o  m de prevenir a concepção, mas para a 
prevenção da abominação pela qual o Senhor expulsou 
as nações pagãs das terras da Palestina (Levítico 18.24-
30).
II. ABSTENÇÃO DA RELAÇÃO SEXUAL | 19
4. PARA ATOS DE NECESSIDADE
 
As Escrituras reconhecem a abstenção temporária de 
união sexual como justi cável em casos de urgências 
tão necessárias em que um marido ou uma esposa são 
recrutados para exercerem seus chamados legítimos, e 
precisem  car longe de seus cônjuges por um extenso 
período de tempo (por exemplo, um doutor que é 
recrutado para combater uma epidemia por vários 
meses, ou um soldado que é chamado para defender seu 
país em uma guerra legítima, ou um ministro chamado 
para pregar o evangelho para almas famintas espalhadas 
como ovelhas sobre montes devido à apostasia ou 
perseguição). A intenção em todos esses casos não é 
prevenir a concepção, mas, antes, cumprir um chamado 
necessário e legítimo. Para sustentar essa razão de 
abstenção, nós usamos como recurso o testemunho  el 
de Urias, o Hitita, que recusou os privilégios legítimos 
do matrimônio com sua esposa porque seu chamado 
requeria certos sacrifícios dele:
 
“Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos 
os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa. 
Fizeram-no saber a Davi, dizendo: Urias não desceu a 
sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma 
jornada? Por que não desceste a tua casa? Respondeu 
20 | CONTROLE DE NATALIDADE
Urias a Davi: A arca, Israel e Judá  cam em tendas; 
Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão 
acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha 
casa, para comer e beber e para me deitar com minha 
mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua 
alma, não farei tal coisa”.
2 Samuel 11.9-11
 
No que diz respeito aos primeiros três casos citados 
acima, William Gouge, um ministro Presbiteriano e 
membro da Assembleia de Westminster, discutiu as 
falhas e os excessos a serem evitados quando se trata dos 
deveres do leito matrimonial.
 
[Abstinência é aplicável] no período em que isso [isto 
é, relação sexual] é contra a piedade, misericórdia ou 
modéstia.
1. Contra piedade, quando nenhum dia, nem 
nenhum dever da religião, nem dias extraordinários, 
e deveres de humilhação faça com que eles renunciem 
[ter relações]. O profeta comanda que o noivo e a noiva 
saiam de seus aposentos no dia do jejum (Joel 2.16), e a 
exceção do Apóstolo para jejum e oração, onde ele 
II. ABSTENÇÃO DA RELAÇÃO SEXUAL | 21
ordena estes deveres para a benevolência (1 Coríntios 
7.5), mostra que no período de jejum isto [isto é, a 
relação] deve ser evitado.
2. Contra a misericórdia, quando um dos cônjuges, 
estando fraco por doença, dor, labor, viagem, ou 
qualquer coisa semelhante, e por essa fraqueza, não 
for capaz de exercer esse dever, e o outro, apesar disso, 
quiser esse dever cumprido. Eu quero a misericórdia, e 
não o sacrifício, diz o Senhor. O sacrifício de Deus pode 
dar lugar à misericórdia e não poderia dar a luxúria 
do homem e da mulher? Pois eu poderia muito bem 
chamar isso de um desejo não razoável.
Pergunta: E se um marido ou uma esposa  car tanto 
tempo doente, ou fraco a ponto do outro não poder se 
conter?
Resposta: Em casos assim de necessidade, o corpo 
precisa ser espancado, e orações diligentes e zelosas 
precisam ser feitas para o dom da contingência: porque, 
seguramente, o Senhor que trouxe essa necessidade 
dará graça su ciente.
3. Contra a modéstia, quando maridos requerem esse 
dever naquele período, que, pela Lei, foi chamado 
tempo da separação da mulher pela sua condição. “A 
mulher, quando tiver o  uxo de sangue, se este for o 
 uxo costumado do seu corpo, estará sete dias na sua 
22 | CONTROLE DE NATALIDADE
menstruação, e qualquer que a tocar será imundo 
até à tarde. Tudo sobre que ela se deitar durante 
a menstruação será imundo; e tudo sobre que se 
assentar será imundo.” (Levítico 15.19). E o que 
pode ser esperado de uma copulação tão poluída, 
senão uma geração leprosa e repugnante? Esse tipo 
de intemperança é expressamente proibido: “Não te 
chegarás à mulher, para lhe descobrir a nudez, durante 
a sua menstruação.” (Levítico 18.19), e uma punição 
capital é in igida por tamanha ofensa: “Se um homem 
se deitar com mulher no tempo da enfermidade dela 
e lhe descobrir a nudez, descobrindo a sua fonte, 
e ela descobrir a fonte do seu sangue, ambos serão 
eliminados do meio do seu povo.” (Levítico 20.18). 
Abstinência nesse período é colocada numa lista de 
itens que classi cam um homem como justo, “Porém, se 
alguma pessoa, tendo sobre si imundícia, comer a carne 
do sacrifício pací co, que é do SENHOR, será eliminada 
do seu povo.” (Levítico 7.20); e a intemperança contrária 
é colocada na lista de abominações que  zeram Deus 
vomitar os Cananeus: “Não suceda que a terra vos 
vomite, havendo-a vós contaminado, como vomitou 
o povo que nela estava antes de vós.” (Levítico 18.28), 
e abandonar sua própria herança: “No teu meio, 
descobrem a vergonha de seu pai e abusam da mulher 
no prazo da sua menstruação.” (Ezequiel 22.10). 1
 - Of Domestical Duties, Still Waters Revival Books, p.223
II. ABSTENÇÃO DA RELAÇÃO SEXUAL | 23
Por meio disto, vimos que, de acordo com a Palavra 
de Deus, existem razões moralmente aceitas para que 
um casal casado possa ou deva se abster de relação 
sexual, quais sejam, piedade, misericórdia, modéstia e 
necessidade.
CONTRASTANDO 
RAZÕES LEGÍTIMAS 
COM RAZÕES 
ILEGÍTIMAS PARA 
ABSTENÇÃO
III
Vamos agora contrastar as razões legítimas acima 
para a abstenção sexual com razões ilegítimas para tal. 
Primeiro, é preciso se perguntar: podemos, em algum 
momento, sob determinada circunstância, justi car um 
ato moral ou omissão que intencionalmente previna a 
concepção de uma criança?
De novo, eu entendo pelos argumentos anteriores 
que a abstenção não é, em si mesma, má e que boas 
consequências podem  uir de tais atos debaixo de 
circunstâncias divinamente prescritas.
Inegavelmente, a qualidade dessa ação moral está na 
intenção pela qual essa ação é feita. 
Sabemos pela Escritura que Deus julga os pensamentos 
e as intenções do nosso coração:
“Porque a palavra de Deus é viva, e e caz, e mais 
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e 
penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas 
e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e 
propósitos do coração.”
Hebreus 4.12
III
CONTRASTANDO RAZÕES 
LEGÍTIMAS COM RAZÕES 
ILEGÍTIMAS PARA ABSTENÇÃO
III. CONTRASTANDO RAZÕES LEGÍTIMAS COM RAZÕES ILEGÍTIMAS PARA ABSTENÇÃO | 27
 
Nós também entendemos que o nosso Senhor Jesus 
Cristo ensinou que ações imorais concebidas meramenteno interior (nas intenções do coração de um homem) eram 
tão condenáveis quanto se o ato fosse feito externamente 
à pessoa ou à propriedade de um outro:
 
“Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, 
vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com 
intenção impura, no coração, já adulterou com ela.”
Mateus 5.27-28
 
“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria 
cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, 
depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o 
pecado, uma vez consumado, gera a morte.”
Tiago 1.14-15
 
Os pecados descritos nas citações acima começam 
com a intenção do coração, e daí se manifestam em 
atos externos. Assim, é certo que adultério, assassinato, 
roubo, etc, podem ser cometidos no coração, e que o 
28 | CONTROLE DE NATALIDADE
homem é culpado mesmo se tal pecado se manifestar 
apenas em suas intenções. Em essência, o coração que 
está irado sem uma causa justa é culpado de violar o Sexto 
Mandamento, mesmo que uma pessoa de verdade não 
seja morta. É o su ciente “intentar” matar uma pessoa de 
verdade para ser culpado do crime diante de Deus. De 
mesmo modo, isso se aplica a intencionalmente prevenir 
a vida de uma criança de verdade. Uma vida real não 
precisa ser tomada (como num aborto) para incorrer 
em culpa pelo pecado de tirar a vida do próximo. Só a 
intenção de destruir a vida (por meio da prevenção dela) 
já é su ciente para fazer alguém culpado de tirá-la de 
outrem. É su ciente que o intento de destruir uma vida 
(ou preveni-la) seja concebido no coração. À medida que 
examinamos este assunto realmente a fundo, veremos 
que não é a vida de uma pessoa  ctícia que é prevenida 
com a intenção de se impedir a concepção, antes a vida 
de uma pessoa real. 
Além disso, considere a analogia a seguir. Assim como 
é claramente um mal moral intencionalmente prevenir 
a concepção de uma vida espiritual (isto é, um novo 
homem em Cristo) que Deus cria por meio da semente do 
evangelho, assim, de igual modo, eu argumentaria que é 
um mal moral a prevenção intencional de uma vida física 
(isto é, um novo homem em Adão) que Deus também 
criou, mas por meio da semente da copulação. Por um 
lado, assim como é uma violação do Sexto Mandamento 
III. CONTRASTANDO RAZÕES LEGÍTIMAS COM RAZÕES ILEGÍTIMAS PARA ABSTENÇÃO | 29
você reter a semente do evangelho intencionalmente e 
impedi-lo de ser pregado com o propósito expresso de 
prevenir o nascimento de um novo homem em Cristo 
(porque um novo homem é criação de Deus, renovado 
à imagem de Deus), assim, igualmente, é uma violação 
do Sexto Mandamento intencionalmente prevenir que o 
sêmen do homem seja unido com o óvulo da mulher com 
o propósito expresso de prevenção do nascimento de 
um novo homem em Adão (porque o homem é criação 
de Deus, feito à imagem de Deus). Por outro lado, assim 
como não é uma violação do Sexto Mandamento evitar 
a pregação da semente do evangelho com o propósito 
expresso de se cumprir outros deveres ordenados 
(pessoais, domésticos, e civis), assim não é uma 
violação do Sexto Mandamento evitar a transmissão 
sexual do sêmen do homem com o propósito expresso 
de se cumprir com outros deveres exigidos (piedade, 
modéstia, misericórdia e necessidade). A vida, seja física 
ou espiritual, é a grande criação de Deus. O homem que 
intencionalmente a previne por razões próprias usurpa as 
prerrogativas do Criador da vida. Considere o Catecismo 
Maior sobre essa questão (ênfases adicionadas):
 
136. Quais são os pecados proibidos no sexto 
mandamento?
30 | CONTROLE DE NATALIDADE
Os pecados proibidos no sexto mandamento são: o 
tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto no caso de 
justiça pública, guerra legítima, ou defesa necessária; a 
negligência ou retirada dos meios lícitos ou necessários 
para a preservação da vida; a ira pecaminosa, o ódio, a 
inveja, o desejo de vingança; todas as paixões excessivas 
e cuidados demasiados; o uso imoderado de comida, 
bebida, trabalho e recreios; as palavras provocadoras; a 
opressão, a contenda, os espancamentos, os ferimentos 
e tudo o que tende à destruição da vida de alguém.
 
Pode ser argumentado que a abstenção intencional 
com o propósito de prevenção da concepção de uma 
criança “tende” à destruição da vida de uma pessoa? 
Certamente. Isso diretamente “tende” e intenciona à 
destruição da vida de um ser humano particular que 
ainda não foi concebido (e toda a prosperidade desse ser 
humano) – não um ser humano imaginário e  ctício, mas 
uma alma vivente e racional – não apenas uma pessoa, 
mas gerações inteiras que viriam dele ou dela. Vamos 
universalizar a prática de abstenção intencional ou o 
derramamento intencional do sêmen (para o propósito 
expresso de prevenção da concepção) para que nenhuma 
concepção ocorra no mundo inteiro por uma geração. O 
que aconteceria? Apenas uma geração humana  ctícia 
seria destruída ou uma geração humana verdadeira 
III. CONTRASTANDO RAZÕES LEGÍTIMAS COM RAZÕES ILEGÍTIMAS PARA ABSTENÇÃO | 31
seria destruída? Nós literalmente destruiríamos seres 
humanos de verdade com a prevenção intencional da 
próxima geração de pessoas. Assim, eu diria que, de 
acordo com a nossa Con ssão de Fé e com a Palavra de 
Deus, a abstenção intencional do intercurso sexual e o 
derramamento/desperdício intencional do sêmen com o 
propósito expresso da prevenção da vida humana é uma 
violação do Sexto Mandamento.
À parte das competências mencionadas acima (“justiça 
pública, guerra justa ou defesa necessária”), qualquer 
coisa que “tenda” à destruição da vida de alguém é 
uma violação do Sexto Mandamento. Assim, eu diria 
que qualquer coisa que “pretenda” destruir a vida de 
alguém – ou “pretenda” prevenir a vida de alguém – é 
também uma violação deste mandamento. 
Agora, pode ser argumentado pelo Catecismo 
Maior que a abstenção intencional da relação sexual 
ou o derramamento intencional do sêmen com o 
propósito expresso da prevenção da vida seja um caso 
de justiça pública, guerra justa ou defesa necessária 
(que são enumerados como motivos bíblicos para 
tirar a vida de outros, de acordo com a Pergunta 136 
no Catecismo Maior)? Pelo contrário, eu diria que se 
abster intencionalmente da relação sexual ou derramar 
intencionalmente o sêmen com o propósito de se prevenir 
a vida é, na verdade, de acordo com o Catecismo Maior, 
“a negligência ou retirada (pecaminosas) dos meios 
32 | CONTROLE DE NATALIDADE
lícitos ou necessários para a preservação da vida” (a 
preservação de uma criança real que seria concebida).
Alguém pode tentar argumentar que existe um caso 
justi cável em que uma mulher tem o direito de preservar 
sua própria vida pela prevenção da concepção de uma 
criança – consequentemente, um caso de autodefesa. 
É verdade que tirar a vida de alguém com o  m de se 
preservar a própria ou a de outrem é algo legítimo, mas 
apenas com essas quali cações: desde que o agressor 
demonstre a intenção de causar danos corporais a outros. 
Quando alguém usa autodefesa contra um ladrão que 
invade sua casa à noite, ele está justi cado em fazer isso 
porque deve assumir que a intenção do ladrão não é o 
benefício do dono da casa:
 
“Se um ladrão for achado arrombando uma casa e, 
sendo ferido, morrer, quem o feriu não será culpado do 
sangue.”
Êxodo 22.2
 
Entretanto, se não pode ser provado que haja 
qualquer intenção da parte de uma pessoa de causar 
danos à outra, então a autodefesa não é justi cada. Se, 
por exemplo, um carro é guiado para um cruzamento 
onde uma criança está atravessando a rua, este não seria 
III. CONTRASTANDO RAZÕES LEGÍTIMAS COM RAZÕES ILEGÍTIMAS PARA ABSTENÇÃO | 33
um caso justi cado de autodefesa para o pai puxar uma 
arma e matar o motorista, que não é capaz de parar a 
tempo. Não existe um caso de autodefesa necessária 
em que não exista evidência que alguém pretenda 
machucar outra pessoa. Não só uma criança no ventre 
não intenciona provocar qualquer ataque agressivo à 
saúde da mãe, como ela passivamente existe e vive no 
ventre maternopara a declarativa glória de Deus e para 
a benção da humanidade (de acordo com as declarações 
expressas nas Escrituras, como no Salmo 125.3-5). Assim, 
o impedimento intencional de um ser humano real, que 
não tem a intenção de atacar a vida de alguém, é uma 
violação do Sexto Mandamento e não cai na categoria de 
autodefesa necessária.
RISCOS DE VIDA 
PARA A MÃE OU 
PARA A CRIANÇA
IV
Alguns podem argumentar que quando certos riscos 
potenciais à saúde são possíveis no futuro tanto para a 
mãe quanto para o bebê, é garantido em tal circunstância 
buscar a prevenção intencional da concepção de uma 
criança. Entretanto, considere vários casos bíblicos em 
que tanto a vida da mãe quanto a da criança (ou ambas) 
estavam em grande perigo ou em sérios riscos e, ainda 
assim, nenhuma medida foi tomada pelo povo de Deus, 
nem sugeridas ou requeridas pelo próprio Deus para 
prevenir a concepção de crianças.
Êxodo 1.7 constata que após a morte de José:
“...os  lhos de Israel foram fecundos, e aumentaram 
muito, e se multiplicaram, e grandemente se 
fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles.”
 
A abundância de crianças que eram concebidas 
e geradas se tornou um problema para os egípcios, 
que temiam que Israel se unisse com um inimigo 
e os oprimissem. Assim, os egípcios tentaram, 
primeiramente, diminuir a população de Israel com o 
IV
RISCOS DE VIDA PARA A MÃE 
OU PARA A CRIANÇA
IV. RISCOS DE VIDA PARA A MÃE OU PARA A CRIANÇA | 37
aumento signi cativo da carga de trabalho dos Israelitas 
como escravos (Êxodo 1.11). Entretanto, as Escrituras 
lembram:
 
“Mas, quanto mais os a igiam, tanto mais se 
multiplicavam e tanto mais se espalhavam”
Êxodo 1.12
também ver Êxodo 1.13,14
 
Assim, circunstâncias econômicas difíceis e trabalho 
incansável não foram declarados como razões válidas 
para que os israelitas se refreassem de ter  lhos. Ao 
contrário, os israelitas continuaram obedecendo ao 
mandamento de Deus (“Fruti cai e multiplicai-vos”) 
dado a Adão e Eva antes da queda (Gênesis 1.28) e a 
Noé e a seus  lhos depois da queda (Gênesis 9.1,7). O 
Rei do Egito, então, procurou a ajuda das parteiras para 
assassinar todos os bebês israelitas homens, mas sem 
sucesso (Êxodo 1.15-21). Finalmente, Faraó declarou 
que todo bebê israelita do sexo masculino deveria ser 
jogado no rio (Êxodo 1.22). Se existisse algum período na 
história bíblica em que medidas de controle de natalidade 
fossem permitidas a  m de poupar a vida da mãe ou da 
criança, teria sido neste. No entanto, nenhuma palavra 
foi proferida por Deus com o propósito de ordenar 
38 | CONTROLE DE NATALIDADE
que pais e mães tomassem medidas para prevenir a 
concepção de crianças, mesmo que fosse possível – e até 
provável – que o nascimento do bebê resultasse na morte 
tanto da mãe quanto do  lho, se Faraó descobrisse. Pelo 
contrário, um pai e uma mãe  éis de Israel colocaram 
sua con ança em Deus e obedeceram Seu mandamento 
(“Fruti cai e multiplicai-vos”), e a criança que nasceu se 
tornou o libertador do povo de Deus da escravidão do 
Egito: Moisés. Se buscar intencionalmente a prevenção 
da concepção de uma criança – devido a algum risco que 
pode ocorrer à mãe ou à criança – é um ato justo, então 
os pais de Moisés não se aproveitaram do que era justo 
– e até mesmo necessário – em um contexto de ameaça 
muito grande para a vida do  lho e, possivelmente, da 
mãe também.
Não pode ser razoavelmente argumentado que 
os pais de Moisés não usaram métodos de controle 
de natalidade porque ‘tais métodos não estavam 
disponíveis a eles’. A História é repleta de vários métodos 
de controle de natalidade que eram usados em tempos 
antigos. Kathleen O’Grady escreveu sobre hieróglifos 
Egípcios que descrevem um tampão que era usado para 
a contracepção por volta de 1550 a.C (“Contracepção 
e Religião - Uma Breve História”). Em um trabalho 
intitulado ‘Sementes de Albion’ (tradução livre, p.92,93), 
David Fisher, que não se intitula um cristão, contrasta a 
visão de culturas primitivas com a cultura Puritana em 
IV. RISCOS DE VIDA PARA A MÃE OU PARA A CRIANÇA | 39
New England no que diz respeito à questão de métodos 
intencionais de contracepção que envolvem derramar o 
sêmen do homem: 
 
 
“A maioria das culturas primitivas praticava alguma 
forma de contracepção, geralmente com alto sucesso. 
Mulheres índias iroquesas faziam diafragmas de casca 
de bétula. Escravos africanos usavam pessários (isto 
é, supositórios) de esterco de elefante para prevenir 
a gravidez. Mulheres europeias usavam discos de 
cera de abelha, folhas de repolho, espermicidas de 
chumbo, cal e alcatrão. Durante o século dezessete e o 
início do século dezoito, coito interrompido (retirada 
e derramamento do sêmen) e o uso de camisinhas de 
intestino de carneiro se espalharam pela Europa. Mas os 
puritanos não mantinham nenhuma dessas 10 práticas 
não naturais. Eles acharam uma regra clara em Gênesis 
38, onde Onã ‘derramou seu sêmen no chão‘ em uma 
tentativa de prevenir a concepção, e o Senhor o matou. 
Em Massachusetts, derramar o sêmen, em geral, era 
conhecido como o “hediondo pecado de Onanismo”. 
Um puritano não podia praticar o coito interrompido e 
continuar com sua fé”.
 
Kathleen London em um curso dado no Instituto de 
professores de Yale – New Haven declara:
 
40 | CONTROLE DE NATALIDADE
 
“Douching era usada em tempos antigos, mas não 
era muito efetivo. O médico Grego A’tious sabia as 
propriedades do vinagre, mas recomendava que fosse 
aplicado ao pênis em vez de ser usado como douche 1 
(...)
Pessário é um supositório vaginal, usado para matar o 
esperma e/ou bloquear a sua passagem pelo cérvix. O 
pessário era o dispositivo contraceptivo mais efetivo 
usado nos tempos antigos e inúmeras receitas deste 
método de épocas remotas são conhecidas. Ingredientes 
de pessários incluíam: uma base de esterco de crocodilo 
(esterco era frequentemente a base), uma mistura 
de mel e carbonato de sódio natural formando uma 
espécie de goma. Todos eram de uma consistência que 
derretia com a temperatura corporal e formavam um 
revestimento impenetrável no cérvix. O uso de óleo 
também foi sugerido por Aristóteles e defendido em 
1931 pela defensora de controle de natalidade Marie 
Stopes (A História do controle de natalidade, Kathleen 
London)”.
 
Além do relato de Êxodo 1, é possível observar falas 
do Senhor por meio de seus profetas em que Ele faz 
Douching 
IV. RISCOS DE VIDA PARA A MÃE OU PARA A CRIANÇA | 41
conhecido que mães com crianças seriam cruelmente 
rasgadas ou quebradas contra os rochedos por inimigos 
ferozes (sem dúvida matando a mãe e a criança). Por 
exemplo, o profeta Elias lamenta quando é dado a ele 
conhecimento sobrenatural do que Hazael faria às 
crianças de Israel num futuro próximo.
 
“Então, disse Hazael: Por que chora o meu senhor? Ele 
respondeu: Porque sei o mal que hás de fazer aos  lhos 
de Israel; deitarás fogo às suas fortalezas, matarás à 
espada os seus jovens, esmagarás os seus pequeninos e 
rasgarás o ventre de suas mulheres grávidas.”
2 Reis 8.12
 
De modo semelhante, o profeta Oséias prediz que 
Samaria logo enfrentaria o mesmo tratamento brutal nas 
mãos dos Assírios (Oséias 10.14,15; Oséias 13.16). Agora, 
se métodos de controle de natalidade foram sancionados 
por Deus como justos e necessários para mães ou 
crianças em risco, nós certamente teríamos esperado 
ouvir de Deus sobre tal opção para pais em situações 
como as descritas acima. Pelo contrário, não existe 
nenhuma opção mencionada por Deus em Sua Palavra 
em que pais pudessem (mesmo nas circunstâncias mais 
desesperadoras) intencionalmente escolher evitar a 
42 | CONTROLE DE NATALIDADE
concepção de uma criança. Não é como se o povo de 
Deus não tivesse enfrentado muitos acontecimentos 
perigosos que ameaçassem a vida da mãe ou da criança 
dentro do ventre. Não é como se métodos de controle 
de natalidade não estivessem disponíveis ao marido 
e esposa nesse tempo. Contudo,tais métodos nunca 
foram mencionados por Deus como uma possibilidade 
ou opção.
DERRAMANDO
O SÊMEN
V
A seguir, examinaremos brevemente a prática de 
intencionalmente derramar a semente da copulação (seja 
dentro de uma camisinha, espermicida, diafragma, DIU, 
no chão, etc) para o propósito expresso de impedir uma 
vida. Ao passo que temos testemunhos explícitos – e 
consequências boas e necessárias – relativos à abstenção 
da relação sexual em certas circunstâncias estabelecidas 
na Palavra de Deus (piedade, misericórdia, modéstia e 
necessidade), não temos nenhuma testemunha em toda 
Escritura a respeito do uso de métodos que previnam a 
concepção e envolvam o derramamento intencional da 
semente da copulação. Mesmo que alguém argumente 
que ele está derramando o sêmen pelo motivo correto 
(amor por Deus) e pelo propósito certo (bem-estar da sua 
mulher), mesmo assim, ele ainda precisa considerar se o 
ato em si é sancionado pela Palavra de Deus. Eu digo 
que o derramamento intencional do sêmen de alguém 
com o  m de impedir uma vida não é um ato sancionado 
pela Palavra de Deus. 
A passagem clássica que a Igreja usou por centenas 
de anos para demonstrar a pecaminosidade do 
derramamento intencional do sêmen com a  nalidade de 
impedir a vida é Gênesis 38.9. Essa é a única passagem 
em toda Escritura que especi camente fala sobre o uso 
V
DERRAMANDO O SÊMEN
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 45
de algum método de controle de natalidade. E, como 
eu espero provar, Deus não apenas não sanciona o uso 
intencional do desperdício do sêmen a  m de evitar 
a concepção, como, na verdade, condena a prática. 
Pelo relato de Onã, vamos examinar o seguinte: As 
circunstâncias que levaram ao pecado dele; O pecado 
em si; O julgamento divino sobre Onã e o testemunho 
da história sobre o pecado de Onã.
 
AS CIRCUNSTÂNCIAS QUE
LEVARAM AO PECADO DE ONÃ
Somos informados que o irmão de Onã, Er, casou-
se com uma mulher chamada Tamar (Gênesis 38.6), 
mas devido a alguma maldade cometida por Er, Deus 
o matou (Gênesis 38.7). Como resultado de sua morte, 
Judá, o pai de Er e Onã, disse a Onã para se casar com 
Tamar e suscitar uma “semente” (ou criança) para 
ser descendência legal de Er. É importante notar que 
não havia uma Lei Divina explicitamente declarada 
autorizando essa relação marital até o tempo da lei 
mosaica cerca 300 anos depois (Deuteronômio 25.5,6). 
Onã obedeceu ao seu pai e tomou Tamar como sua 
esposa, mas ao invés de copular com vista a trazer à 
vida uma criança, ele intencionalmente “derramou” seu 
sêmen no chão a  m de não suscitar descendência a seu 
irmão.
46 | CONTROLE DE NATALIDADE
O PECADO DE ONÃ
Até o século 20, a visão universal de comentaristas 
cristãos e judeus era de que Onã foi morto particularmente 
pelo pecado de intencionalmente derramar seu sêmen no 
chão a  m de evitar a concepção de uma criança. Desde 
o início do século 20, vários métodos de contracepção 
começaram gradativamente a ser tolerados, e depois 
aceitos, e  nalmente promovidos dentro da Igreja de 
Cristo. E junto com essa tendência dentro do cristianismo, 
também veio outra interpretação do pecado de Onã: 
A saber, ele foi morto por ter se recusado a suscitar 
descendência para o seu irmão. Ninguém está negando 
que Onã jogou fora seu sêmen a  m de que seu irmão 
não tivesse um herdeiro legal. Ninguém está sugerindo 
que ele não foi motivado por egoísmo e cobiça.
Mas a questão que deve ser respondida é essa: Deus 
teria matado Onã se ele não estivesse intencionalmente 
derramado seu sêmen, mas simplesmente tivesse se 
recusado a suscitar descendência para seu irmão? 
Interessantemente, essa questão é respondida a nós em 
Deuteronômio 25.7-10, onde a penalidade pela recusa 
a suscitar descendência para um irmão morto não é a 
morte, e sim, vergonha.
Então, como explicamos a severidade da punição 
recebida? Eu digo, o pecado de Onã foi agravado pelo 
ato especí co que ele cometeu. O ato especí co não 
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 47
foi inconsequente à punição que ele recebeu. O texto 
constata:
 
“Isso, porém, que fazia, era mau perante o SENHOR, 
pelo que também a este fez morrer.”
Gênesis 38.10
 
A coisa que ele fazia era que ele intencionalmente 
derramava seu sêmen no chão. E ele fazia isso a  m de 
impedir a concepção. Assim, o que é expressamente 
abominável no pecado de Onã era sua prática intencional 
de uma forma de copulação (coito interrompido) a  m 
de evitar a concepção. Da mesma forma, essencialmente, 
qualquer forma de contracepção que intencionalmente 
desperdice a semente da copulação com a  nalidade 
de impedir a concepção (pode ser numa camisinha, 
pílulas anticoncepcionais, diafragma, DIU, espermicida, 
ligamento tubário, vasectomia, etc) é condenado aqui 
por Deus como uma maneira de tomar a vida de uma 
pessoa real – mesmo que essa pessoa não exista ainda. 
Isso é usurpar o lugar de Deus que diz que Ele sozinho 
é quem dá vida e a tira (Deuteronômio 32.39; 1 Samuel 
2.6), que abre o ventre e o fecha (Gênesis 29.31; Gênesis 
30.2,22; 1 Samuel 1.5,6).
Não é sem razão que a Escritura usa a mesma palavra 
48 | CONTROLE DE NATALIDADE
hebraica para “semente” (zerah) tanto para se referir ao 
sêmen (Levítico 15.16,18,32) quanto para se referir a uma 
criança que já foi concebida ou que já nasceu (Levítico 
12.2, Levítico 18.21). Em Gênesis 38 existe uma conexão 
notável entre a semente da copulação e a semente da 
concepção/nascimento. No verso 8 deste capítulo, Onã 
é ordenado pelo seu pai, Judá, a suscitar a “semente” 
da concepção/nascimento (isto é, um herdeiro homem) 
para o seu irmão morto. No verso seguinte, ele sabia que 
a semente da concepção/nascimento (isto é, um bebê 
homem) não seria seu herdeiro legal, mas de seu irmão, 
então, ele “a“ derrama (isto é, a semente da copulação) 
sobre o chão para que não haja a semente da concepção/
nascimento – na forma de um herdeiro do sexo masculino 
– para seu irmão. Agora o ponto não é se a semente da 
copulação é uma pessoa como a semente da concepção/
nascimento, mas sim que o Senhor faz uma conexão 
íntima entre a semente da concepção ou nascimento e a 
semente da copulação. Em outras palavras, é a semente da 
copulação que se torna a semente da concepção. Assim, 
destruir intencionalmente a semente da copulação é 
intencionalmente destruir a semente da concepção. Deus 
intencionalmente juntou no mesmo verso a semente da 
copulação (mesmo que declarada implicitamente) com a 
semente da concepção e com a semente do nascimento 
(embora declarado explicitamente) usando a mesma 
palavra hebraica (zerah). Porque existem vários estágios 
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 49
para a semente da humanidade. Não existe, assim, 
nenhum ato insigni cante no que diz respeito a destruir 
intencionalmente a semente humana de copulação a 
 m de prevenir a concepção. É uma violação do Sexto 
Mandamento (“Não matarás”), que nos dá a única razão 
sólida para Deus ter julgado Onã com uma penalidade 
tão severa: a morte. Onã tirou a vida, portanto, sua 
própria vida foi tirada de igual modo.
Note cuidadosamente que mesmo quando um 
homem acidentalmente derramava seu sêmen, como, 
por exemplo, durante o sono, ele era tratado por 
Deus como “imundo” pela lei levítica, o que requeria 
separação, limpeza e expiação (Levítico 15.16-18,30-32). 
Agora, se a semente da copulação é vista por Deus com 
tanto signi cado – porque ela carrega Sua vida – que 
derramá-la acidentalmente requeria separação, limpeza 
e expiação, quanto mais seriamente Deus leva em conta 
derramar intencionalmente a semente da copulação 
a  m de evitar a concepção? O julgamento que caiu 
sobre Onã nos diz quão seriamente Deus vê o pecado 
de intencionalmente derramar o sêmen para evitar a 
concepção.
 
O JULGAMENTO DIVINO SOBRE ONÃ
Finalmente, vamos considerar o julgamento divino 
que caiu sobre Onã pelo seu pecado. Nós aprendemos 
50 | CONTROLE DE NATALIDADE
que como resultado de seu pecado Deus “o matou” 
(Gênesis 38.10). Que lei ele violou para que fosse julgadotão severamente? Onã violou alguma Lei Divina em 
relação ao casamento de levirato, em que um irmão era 
ordenado a casar-se com a viúva de seu irmão morto 
a  m de suscitar um herdeiro legal para seu irmão? Se 
sim, esta era uma lei que não havia sido sistematizada, 
porque ela só viria a existir nas Escrituras no tempo de 
Moisés, cerca 300 anos depois (Deuteronômio 25.5-10).
 A Lei de Deus pode ser dividida em 3 categorias: 
moral, cerimonial e judicial. A Lei moral é uma regra 
perfeita de retidão que obriga a todos os homens em 
todas as épocas e está resumida nos 10 mandamentos. 
A Lei cerimonial é aquela que foi dada a Israel como 
uma sociedade eclesiástica contendo várias cerimônias, 
objetos e ofícios típicos (como sacrifícios, templo, 
sacerdócio) que pre guravam Cristo e Seus benefícios. 
Esse aspecto da Lei foi revogado na sua forma exterior 
na cruci cação de Cristo, exceto pelos princípios morais 
que estão por trás dela, que continuam obrigando a todos 
os homens e igrejas em todas as épocas. A Lei judicial é 
aquela que foi dada a Israel como uma sociedade civil 
contendo várias ordenanças para regular as pessoas 
dentro da Terra Prometida. Esse aspecto da lei expirou 
quando o estado de Israel cessou com a destruição de 
Israel em 70 d.C, exceto pelos princípios morais que estão 
por trás das leis que ainda obrigam a todas as pessoas e 
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 51
nações em todas as épocas.
 Agora, se Onã foi ordenado pela Lei de Deus a casar-
se com a viúva de seu irmão morto e lhe suscitar uma 
descendência, qual das três categorias, listadas acima, 
da Lei Divina ele violou quando se recusou a suscitar 
descendência a seu irmão? Em outras palavras, sob 
qual categoria da Lei de Deus estava compreendido 
o casamento de levirato e seus deveres no tempo de 
Onã? Na época dele, o levirato certamente não estava 
compreendido na Lei judicial, porque ela ainda não 
havia sido dada a Israel através de Moisés. O levirato 
nunca esteve compreendido na Lei cerimonial (nem 
antes, nem depois de Moisés), porque o casamento de 
levirato não era um tipo de Cristo e de Seus benefícios, 
nem tinha algo a ver com a adoração formal. A lei do 
levirato também não poderia estar compreendida na Lei 
moral, porque não obriga a todos os homens em todas 
as épocas. Quando o levirato foi institucionalizado como 
uma Lei judicial dentro de Israel, no tempo de Moisés, 
tinha-se em mente manter a hereditariedade das tribos 
puras para que famílias e tribos dentro de Israel não 
perdessem seus bens para estrangeiros. Isso prevenia que 
estranhos de fora de Israel con scassem a herança dos 
israelitas. Ela era, portanto, uma lei que pertencia a Israel 
na Terra Santa. Assim, como o casamento de levirato de 
Onã não era um aspecto da Lei judicial, cerimonial ou 
moral, não era uma lei divina. Eu diria que o casamento 
52 | CONTROLE DE NATALIDADE
de levirato na época de Onã era uma prática cultural 
(não uma lei moral). Sendo este o caso, é provável que 
Deus o tenha matado por violar uma prática meramente 
cultural? Eu acho que isso é bem improvável.
Qual, então, foi a razão para o julgamento severo 
de Deus contra Onã? Eu digo que foi por causa do 
derramamento intencional da semente da copulação por 
Onã para impedir a concepção de uma criança. Isso era 
uma abominação para Deus. Era praticar o mesmo tipo 
de relação sexual (não-procriativa) que os sodomitas 
praticavam, o que era também uma abominação para o 
Senhor (Levítico 18.22).
O TESTEMUNHO DA HISTÓRIA
SOBRE O PECADO DE ONÃ
Porque sempre existiram vários métodos 
contraceptivos que envolvem o desperdício intencional 
da semente da copulação com a  nalidade de prevenir 
a concepção de uma criança, Igrejas e ministros  éis 
aproveitaram a ocasião para falarem contra o ato de 
Onã como um pecado grave e proibido pela Palavra de 
Deus. Eu estou em débito com Charles Provan pelo que 
seu trabalho histórico tem provido nesse tratamento 
dado ao assunto, “A Bíblia e o Controle de Natalidade” 
(tradução livre, disponível através de Still Waters Revival 
Books).
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 53
 Agostinho é claro em sua denúncia do pecado de 
Onã:
 
“Porque é ilícito e vergonhoso para um homem mentir 
até mesmo para sua mulher  el de modo a prevenir 
a concepção de uma prole. Foi isso que Onã,  lho de 
Judá, costumava fazer. E por isso, Deus o executou”1
 
João Calvino, considerando o caso de Onã, vincula ao 
aborto o desperdício intencional do sêmen do homem a 
 m de evitar a concepção:
 
“O derramar voluntário de sêmen fora da relação 
sexual entre homem e mulher é algo monstruoso. 
Deliberadamente retirar-se do coito para que o sêmen 
caia no chão é duplamente monstruoso. O motivo é 
que isso é extinguir a esperança da raça humana e 
matar antes que venha a nascer a prole esperada. Essa 
impiedade é especialmente condenada pelo Espírito, 
através da boca de Moisés, agora que Onã, por assim 
dizer, como por um aborto violento, cruelmente atira no 
chão sujo o descendente de seu irmão, arrancando-o 
De adulterinis coniugiis ad Pollentium
54 | CONTROLE DE NATALIDADE
do ventre materno. Além disso, ele tentou, na medida 
em que lhe era possível, aniquilar uma parte da raça 
humana. Se alguma mulher expulsa um feto de seu 
útero por drogas, isto é considerado um crime sem 
possibilidade de expiação e, com total merecimento, 
Onã deveria incorrer no mesmo tipo de castigo, 
infectando a Terra pelo seu sêmen, para que Tamar não 
concebesse um futuro ser humano como habitante da 
terra”.2
 
O Sínodo de Dort, em 1618, comissionou anotações a 
serem escritas para toda a Bíblia (que foram completadas 
e publicadas pela autoridade da Igreja Reformada da 
Holanda em 1637). Nas anotações Holandesas sobre 
a bíblia toda, notamos o comentário a seguir sobre o 
incidente de Onã em que seu pecado foi relacionado a 
assassinato premeditado:
 
“Isso foi tanto quanto como se ele tivesse (de alguma 
forma) retirado o fruto da barriga da mãe e o 
destruído”.
 
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 55
Andrew Willet (um ministro na Inglaterra) escreveu 
um comentário massivo sobre o livro de Gênesis, Hexapla 
in Gênesis, publicado em 1632. Ele a rma que o pecado 
de intencionalmente derramar o sêmen em Gênesis 38 
consistia nos diversos pecados abaixo:
 
“(Isso era) contra a ordem natural, usando o ato da 
geração para prazer apenas, não para gerar; era contra 
Deus, cuja instituição ele quebrou; contra sua esposa, a 
quem ele defraudou do fruto de seu ventre; contra ele 
mesmo, em prevenir seu  lho; contra a humanidade, 
que deveria ter crescido e sido propagada (…) esse 
pecado de inveja (foi) contra seu irmão, a quem ele 
deveria ter dado uma descendência”.
 
William Gouge, ministro presbiteriano e membro 
da Assembleia de Westminster, discursou sobre a 
benevolência devida que um marido e uma esposa 
devem um ao outro (de acordo com Paulo em 1 Coríntios 
7.3), mencionando que o pecado de Onã não deveria 
estar presente no casamento:
“Negar esse dever justamente exigido é negar uma 
dívida devida e dar a Satanás grande vantagem.
56 | CONTROLE DE NATALIDADE
A punição in igida a Onã (Gn 38.9,10) mostra quão 
grande erro isso é. Por essa punição, os Hebreus 
apreendem que esse pecado é um tipo de assassinato. 
É muito mais odioso quando o ódio, a corpulência, 
bondade, medo de ter muitos  lhos, ou qualquer coisa 
semelhante são a causa disso”.3
 
Vários ministros em Londres, em 1657, completaram 
anotações sobre todo o Antigo e Novo Testamentos. Os 
comentários de Gênesis 38.9 são como segue:
 
“Verso 9: A lascívia desse fato era composta de luxúria, 
de inveja e assassinato; O primeiro aparece, em que 
ele foi precipitadamente até isso, parece que ele não 
esperou até a noite, para o tempo de privacidade para 
tal propósito, senão a cama teria sido mencionada, 
ao invés do chão; O segundo é facilmente deduzida 
do texto, ele invejou a honra de seu irmão morto, 
pois ele não seria pai de nenhum  lho, que deveria 
ser consideradodo seu irmão, e não dele próprio; o 
terceiro, que existe uma virtude seminal vital, que 
perece quando a semente é derramada, e fazer isso 
para impedir o nascimento de uma criança vivente é o 
primeiro grau de assassinato que pode ser cometido, e o 
V. DERRAMANDO O SÊMEN | 57
próximo é o estrago da concepção, que, quando é feita, 
causa o aborto: agora tais atos são notados na Escritura 
como crimes horríveis, porque, de outra forma, muitos 
poderiam cometê-los e não saber o mal deles”.
 
As observações de Matthew Poole de igual modo 
coincidem com os ensinamentos da Igreja, apresentados 
acima, sobre esse texto da Escritura:
 
“Duas coisas são vistas aqui: 1. O pecado por si 
mesmo, que aqui é particularmente descrito pelo 
Santo Espírito, para que os homens sejam instruídos a 
respeito da natureza e do grande mal desse pecado de 
auto poluição, que é tal que trouxe sobre o autor dele 
a vingança extraordinária de Deus, e que é condenado 
não só pela Escritura, mas também pela luz da natureza 
e pelo juízo dos pagãos, que expressamente censuraram 
esse ato como um grande pecado, e como uma espécie 
de assassinato. Dos quais, ver minha sinopse latina. De 
modo que podemos compreender su cientemente quão 
perversa e abominável é esta prática entre os cristãos, e 
à luz do evangelho, que nos impõe obrigações maiores 
e mais severas sobre pureza, e proíbe severamente 
toda a poluição da carne e do espírito. 2. A causa dessa 
maldade; Que parece ter sido ódio de seu irmão, ou 
58 | CONTROLE DE NATALIDADE
inveja do nome e da honra de seu irmão, brotando do 
orgulho de seu próprio coração”.
 
Nas atas do Encontro Geral da Igreja Presbiteriana 
Reformada (que ocorreu em 1888, o ano depois da morte 
de David Steele), o seguinte é listado como uma das 
causas do jejum:
 
“Nós acreditamos que a impureza, em todas as suas 
formas poluentes e degradantes, está aumentando. 
Nós tememos que muitos que são membros da Igreja 
utilizam meios de prevenção da prole, usando o leito 
matrimonial para satisfazer suas luxúrias, destruindo 
suas próprias vidas e trazendo sobre si mesmos a ira de 
um Deus Santo”.
CONCLUSÃO
A Escritura é nossa única regra infalível de fé e prática. 
Em matéria de controle de natalidade, nós devemos olhar 
para a Bíblia com con ança sabendo que Deus revela 
Sua vontade sobre assuntos tão signi cativos, porque 
as questões éticas em torno de controle de natalidade se 
relacionam a questões não menos importantes que vida 
e morte.
Eu procurei demonstrar que o uso intencional de 
controle de natalidade para evitar a concepção de uma 
criança é contrário ao padrão supremo da Palavra 
infalível de Deus pelas seguintes razões enumeradas:
1. É prerrogativa divina dar a vida e tirar a vida, e 
abrir e fechar o ventre.
2. Antes da queda do homem no pecado, Deus 
ordenou que homem e mulher fruti cassem e se 
multiplicassem (e repetiu o mesmo mandamento de 
novo, depois da queda, para Noé e seus descendentes).
3. Deus nunca revogou o mandamento de fruti car e 
se multiplicar nem no Antigo, nem no Novo Testamento.
4. Deus nos ordenou que não matássemos (O Sexto 
Mandamento), e intencionalmente impedir a concepção 
de uma criança é intencionalmente tirar a vida futura de 
um ser humano real.
5. Deus declarou que  lhos são herança dEle e que 
o homem que tem sua aljava cheia deles é grandemente 
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO | 61
abençoado (e não amaldiçoado).
6. Deus nunca autorizou (por preceito, exemplo 
aprovado ou inferência boa e necessária) a abstenção 
de relações sexuais ou desperdício da semente com 
o propósito expresso de impedir a concepção, mas, 
pelo contrário, Deus exalta os pais (como os pais de 
Moisés) que viam o mandamento de Deus (“Fruti cai e 
multiplicai-vos”) como mais importante até mesmo que 
os futuros riscos para suas próprias vidas ou para a vida 
do seu bebê, e Deus executa Onã por, intencionalmente, 
desperdiçar seu sêmen com o  m de prevenir a concepção 
de uma criança.
7. O testemunho universal da Igreja até o século 20 
também via a prática de controle de natalidade para a 
prevenção intencional da concepção como contrária 
à luz da natureza e contrária à vontade de Deus nas 
Escrituras.
 
Assim, eu declaro, concluindo essa breve visão 
geral, que o peso esmagador de evidências sustenta a 
prática virtuosa de deixar nosso soberano, bom e sábio 
Deus determinar o número de  lhos que cada família 
deve ter. Não devemos fazer nada intencionalmente de 
nossa parte para evitar a concepção de um bebê. Esse 
mandamento divino refere-se a todos nós – seja homem 
ou mulher, seja novo ou velho, seja rico ou pobre, se 
estamos em risco ou se não estamos em risco de um 
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perigo potencial, seja judeu ou gentio (ou seja, cristão ou 
não cristão). Porque isso esta é uma Lei moral de Deus.

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