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ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS | 215 a) A meia-vida do césio-137 é de 30 anos. Se as auto- ridades não tivessem feito o trabalho de descon- taminação do local do acidente, a região onde ele ocorreu não poderia ser habitada até os dias atu- ais. Sendo N 0 a quantidade inicial de césio-137 que contaminou a região e considerando a meia-vida desse isótopo, qual é a lei da função que repre- senta a quantidade N(t) de césio-137 após t anos nessa situação? Resposta: N(t) 5 N 0 ? t 1 2 . 30 b) Ainda considerando a situação em que não houvesse descontaminação imediata de todos os locais afetados e que eles só poderiam ser ha- bitados novamente quando a quantidade de cé- sio-137 se reduzisse, por desintegração, a 1 32 da quantidade inicialmente presente, então o local poderia ser reabitado a partir de qual ano? Resolução: 1 32 N 0 5 N 0 ? ~ 5 1 2 1 2 30 5 t t ~ 5 ~ 1 2 30 30 t t t 5 5 ~ t 5 150 1 987 1 150 5 2 137 Logo, a partir de 2 137. c) O acidente que ocorreu em Goiânia poderia ter sido evitado se o aparelho de radioterapia tivesse sido descartado corretamente e se as pessoas que entraram em contato com o aparelho tivessem conhecimento dos perigos a que estavam se sub- metendo. Sugira aos estudantes que façam uma pesquisa dos materiais e das atividades humanas – além dos aparelhos de radioterapia, de tomografia e de raios X – que geram poluição radioativa. Exemplos de resposta: Técnicas utilizadas para conservação de alimentos e para eliminação de insetos e bactérias na agricultura (substituindo o uso de inseticidas); aparelhos para a realização de esterilização de materiais médicos; produção de energia elétrica em usinas nucleares. d) O pior acidente nuclear que já ocorreu, até o iní- cio de 2020, foi na usina nuclear de Chernobyl (na Ucrânia, na antiga União Soviética), em 1986. Oriente os estudantes a pesquisar a respeito do acidente radioativo de Chernobyl e a conversar com os colegas sobre como ele ocorreu e quais foram as consequências para os seres humanos e o meio ambiente da exposição à radiação. Exemplo de resposta: O acidente nuclear de Chernobyl ocorreu por uma sequência de proble- mas, envolvendo falha humana, desencadeados durante um teste de segurança. Nele, um dos rea- tores nucleares superaqueceu a ponto de derreter o compartimento que protegia o material radioa- tivo, que explodiu, liberando-o na atmosfera. As medidas de segurança para contenção do ma- terial radioativo e resfriamento desse núcleo de- moraram para ser tomadas pelas autoridades na época, que por dias negaram a gravidade do aci- dente, aumentando significativamente as conse- quências. Os relatórios oficiais da União Soviética na época reportaram apenas 31 mortes como re- sultado direto do acidente. A Organização Mun- dial da Saúde estima que pelo menos 50 000 casos de câncer foram desenvolvidos em consequência da exposição à radiação. Até 2020, uma área ao redor do reator, com 30 km de medida de comprimento do raio, continuava selada; ela é chamada de área de exclusão. Atual- mente, é possível realizar visitas monitoradas nesse local, por curtos intervalos de tempo. Estima-se que o local só se torne seguro para habitação humana novamente daqui a dezenas de milhares de anos. Para conhecer mais a radioatividade e o acidente de Chernobyl, sugerimos os sites indicados a seguir (acesso em: 27 mar. 2020). Nota histórica: a descoberta da radioatividade. Disponível em: http://efisica.if.usp.br/moderna/radioatividade/historico/. Os trágicos números de Chernobyl acobertados pelos soviéticos que agora vêm à tona. Disponível em: https://www.bbc.com/ portuguese/vert-fut-49256601. Entenda a escala usada para classificar acidentes nucleares. Disponível em: http://g1.globo.com/tsunami-no-pacifico/ noticia/2011/03/entenda-escala-usada-para-classificar- acidentes-nucleares.html. MAIS SOBRE O ASSUNTO 2. Antes de trabalhar a seção Conexões (p. 59), pro- mova com os estudantes uma conversa abordando o tema da covid-19 e das vivências que eles expe- rienciaram na época. Se necessário, combine com outros professores ou profissionais da escola para auxiliarem a dinâmica em sala de aula. É importante observar a maneira como eles se rela- cionam com o tema, pois tivemos uma quantidade muito elevada de mortes no país e é possível que alguns deles tenham perdido familiares e amigos, o que torna a conversa sobre o tema mais sensível. Acreditamos que evitar essa discussão pode não ser o caminho mais interessante, pois trazê-la à tona permite o diálogo mediado, a expressão de sentimentos, o autoconhecimento e autocuidado perante as emoções de si mesmo e do outro – tudo isso favorecendo a CG08 – e, ainda, reflexões acerca de inúmeras questões que envolvem diferentes áreas do conhecimento. 199a236_V1_MATEMATICA_Dante_g21At_Parte1_MPE.indd 215199a236_V1_MATEMATICA_Dante_g21At_Parte1_MPE.indd 215 19/09/2020 13:0419/09/2020 13:04 216 Capítulo 2 Função logarítmica A simplificação de operações de multiplicação e di- visão sempre foi uma necessidade do ser humano. No século XVI, as questões relativas à navegação e à astrono- mia estavam no centro das atenções, pois o tempo para efetuar operações, por exemplo, era escasso durante uma navegação oceânica. Os logaritmos surgiram, então, co- mo um instrumento de cálculo para realizar simplifica- ções, transformando multiplicações e divisões em opera- ções mais simples de adições e subtrações. John Napier (1550-1617), matemático, físico e astrô- nomo escocês do século XVI, foi um dos cientistas que mais impulsionaram o desenvolvimento dos logaritmos e por isso é atribuída a ele a invenção deles. Mas a teoria dos logaritmos não coube somente a ele. O matemático e professor inglês Henry Briggs (1561-1630), um grande admirador do trabalho de Napier, desenvolveu os loga- ritmos de base 10, também chamados de logaritmos co- muns. Essas invenções permitiram diversos avanços cien- tíficos por meio de simplificações de operações, que culminaram, por exemplo, no Eniac (sigla em inglês de electronic numerical integrator and computer, ou compu- tador e integrador numérico eletrônico), considerado um dos primeiros computadores. Atualmente os logaritmos são utilizados em diversas áreas do conhecimento e aplicados em diferentes con- textos científicos – desde o cálculo do pH de uma solu- ção até a previsão de magnitudes de terremotos –, visan- do alcançar maior velocidade de cálculos relacionados a funções exponenciais. Pensando no contexto histórico e na atual aplicação dos logaritmos, propomos neste capítulo que os estudan- tes desenvolvam investigações sobre as aplicações dos logaritmos e das funções logarítmicas em diversos con- textos científicos, bem como apresentamos oportunida- des para resolver e elaborar problemas e desenvolver a investigação científica, o pensamento computacional, o uso de tecnologias digitais, o pluralismo de ideias e o cui- dado com a saúde. O capítulo é dividido em dois tópicos, nos quais ti- vemos a preocupação de conduzir atividades investiga- tivas sobre as aplicações dos logaritmos em diferentes contextos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, em uma perspectiva interdisciplinar. Ao longo do pri- meiro tópico, é desenvolvido o estudo do logaritmo de um número, por meio da definição formal desse con- ceito, seguido da apresentação das propriedades ope- ratórias e de exemplos de aplicações. No segundo tópi- co, apresentamos aos estudantes as funções logarítmicas, as condições para serem crescentes ou decrescentes, as representações gráficas e as aplicações em contextos científicos. Objetivos • Explorar situações relacionadas ao logaritmo de um número. • Explorar a ideia de logaritmo de um número conside- rando a relação com a potenciação. • Compreender o conceito de logaritmo de um número. • Simular cálculos deum programa de computador, como adição, multiplicação e logaritmo de números dados. • Conhecer e criar algoritmos para cálculos de um pro- grama de computador. • Reconhecer e demonstrar propriedades dos logaritmos. • Utilizar tecnologias digitais para o cálculo do valor exato ou do valor aproximado do logaritmo de um número. • Resolver e elaborar problemas utilizando logaritmos, inclusive problemas que envolvem situações mode- ladas por funções exponenciais. John Napier, 1616 (retrato). Demais informações desconhecidas. A lb u m /F o to a re n a /B ib lio te c a d a U n iv e rs id a d e d e E d im b u rg o , E s c ó c ia . 199a236_V1_MATEMATICA_Dante_g21At_Parte1_MPE.indd 216199a236_V1_MATEMATICA_Dante_g21At_Parte1_MPE.indd 216 19/09/2020 13:0419/09/2020 13:04