PROJETO INTEGRADO PROCESSOS GERENCIAS WILISSON

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA
Curso Superior de Tecnologia em GESTÃO PÚBLICA
POLO DE APOIO PRESENCIAL: Ampli EAD - Ensino a Distância
CADÊMICO: FRANCISCA ROSELY SACRAMENTO CAVALCANTE
RA 2024011969 TUTOR A DISTÂNCIA: Nome conforme está no AVA
PROJETO INTEGRADO
SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA
FRANCISCA ROSELY SACRAMENTO CAVALCANTE
ANÁLISES GERAIS E FUNDAMENTAIS
DOS ASPECTOS DE GESTÃO PÚBLICA DE CRISE, PROCEDIMENTOS DE DIREITO PÚBLICO, INVESTIGAÇÕES CÍVEIS E CRIMINAIS, NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19 (NOVO CORONAVÍRUS
(SARS-COV-2), COM BASE NA CPI – COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO, REALIZADA PELO SENADO FEDERAL BRASILEIRO.
PORTO VELHO -RO 
10
 2024
SOLUÇÕES DE CONFLITOS NO ÂMBITO EXTRAJUDICIAL
Trabalho de conclusão semestral do curso de Superior De Tecnologia Em gestão Pública apresentando como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Empreendedorismo e Inovação, Direitos Humanos e Cidadania, Gestão de Projetos, Responsabilidade Social e Ambiental, Sociedade Brasileira e Cidadania
Prof. Suzi Bueno de Almeida, Patricia Graziela Goncalves, Jaqueline dos Santos Ferrarezi, Douglas Caldeira Giangarelli, Stefany Ferreira Feniman, Alexandro Rodeguer Baggio
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	4
DESENVOLVIMENTO	5
Infração de medida sanitária preventiva	5
Falsidade ideológica (art. 299 – Código Penal)	6
Corrupção passiva (art. 317 - Código Penal)	6
Corrupção ativa (art. 333 - Código Penal)	6
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992)	7
Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013)	8
Crimes contra a humanidade (Decreto nº 4.388/2002	9
3CONCLUSÃO	11
REFERÊNCIAS	12
1 INTRODUÇÃO
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) desempenha um papel fundamental na fiscalização e investigação de questões relevantes para a sociedade. No contexto da pandemia de COVID-19, a CPI teve como objetivo analisar aspectos de gestão pública de crise, procedimentos de direito público e investigações civis e criminais relacionadas à resposta governamental à pandemia.
Durante o processo investigativo, a CPI examinou detalhadamente as medidas adotadas pelo governo para enfrentar a crise sanitária, avaliando a eficácia das políticas de saúde pública implementadas, identificando falhas na gestão da pandemia e responsabilizando agentes públicos e privados por irregularidades.
A importância da CPI na pandemia destaca-se pela promoção da transparência, prestação de contas e fortalecimento das instituições democráticas. Suas conclusões e recomendações têm potencial para informar a formulação de políticas públicas mais eficientes e a implementação de medidas preventivas para futuras crises de saúde pública.
Assim, a atuação da CPI durante a pandemia visa não apenas esclarecer eventos ocorridos, mas também aprimorar a capacidade de resposta do Estado em situações de emergência, protegendo a saúde e os direitos fundamentais da população.
2 DESENVOLVIMENTO
Durante a investigação da CPI do COVID-19, foram identificadas diversas condutas passíveis de tipificação penal e administrativa, conforme elencado a seguir:
2.1 Infração de medida sanitária preventiva (art. 268 - Código Penal)
Esta infração ocorre quando alguém desrespeita determinações das autoridades de saúde para prevenir a propagação de doenças. Um exemplo seria a realização de eventos em desacordo com as medidas de distanciamento social, como festas, shows ou aglomerações públicas. Outros exemplos incluem a recusa em usar máscaras de proteção em locais públicos onde é obrigatório, ou a violação de quarentenas ou isolamentos determinados pelas autoridades de saúde. Essas condutas podem ser consideradas como infração do artigo 268 do Código Penal brasileiro, sujeitando os infratores a penalidades legais, como multas ou até mesmo detenção, dependendo das circunstâncias e da gravidade
da violação.Um dos indiciados foi o Presidente Jair Bolsonaro.
2.2 Falsidade ideológica (art. 299 - Código Penal)
Configura-se quando alguém falsifica ou altera documento público ou particular com o intuito de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. No contexto da pandemia, isso poderia incluir a manipulação de dados epidemiológicos, como registros de casos confirmados, óbitos, capacidade hospitalar ou eficácia de medidas de controle. Essa prática pode distorcer a percepção da gravidade da situação sanitária, comprometer a tomada de decisões baseadas em evidências e prejudicar a implementação de medidas eficazes de saúde pública. A falsificação ou manipulação de documentos com esse propósito pode constituir crime de falsidade ideológica, previsto no Código Penal brasileiro, sujeitando os responsáveis a sanções penais e administrativas. Essa conduta também mina a confiança da população nas autoridades de saúde e no
sistema de informações, prejudicando a eficácia das medidas de controle e prevenção da doença. Foi indiciado nesse crime o Diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior.
2.3 Corrupção passiva (art. 317 - Código Penal)
Corrupção passiva (art. 317 - Código Penal): Ocorre quando um funcionário público solicita ou recebe vantagem indevida em razão de sua função. No contexto da pandemia, isso poderia envolver o recebimento de propinas em troca de contratos irregulares de fornecimento de equipamentos médicos, como respiradores, máscaras e testes de diagnóstico. Por exemplo, um gestor público responsável pela aquisição de materiais hospitalares poderia exigir pagamentos ilícitos de empresas interessadas em fornecer esses produtos, em troca da celebração de contratos fraudulentos ou do direcionamento de licitações.
Durante a pandemia de COVID-19, diversos casos de corrupção passiva foram investigados no Brasil. Um exemplo notório foi o caso envolvendo o ex- governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que foi alvo de investigações por suspeitas de desvio de recursos destinados ao combate da pandemia. Witzel foi afastado do cargo em meio às investigações da Operação Tris in Idem, que apurava irregularidades na saúde pública do estado, incluindo contratos suspeitos de fornecimento de equipamentos médicos. Esses casos exemplificam como a corrupção passiva pode comprometer gravemente a eficácia das políticas de saúde pública e prejudicar a resposta do Estado a emergências como a pandemia de COVID-19.
2.4 Corrupção ativa (art. 333 - Código Penal)
Corrupção ativa (art. 333 - Código Penal): Caracteriza-se quando alguém oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Isso poderia ocorrer, por exemplo, na oferta de suborno para furar a fila de vacinação, onde indivíduos oferecem pagamentos
ilegais a autoridades ou profissionais de saúde para obter prioridade na imunização contra a COVID-19, desrespeitando os critérios estabelecidos pelos órgãos competentes.
Durante a pandemia de COVID-19, diversos casos de corrupção ativa foram investigados no Brasil. Um exemplo emblemático foi o caso envolvendo políticos e empresários no estado de São Paulo, onde autoridades foram acusadas de receber propinas em troca de influenciar a compra de insumos médicos e favorecer determinadas empresas em contratos públicos. Esses casos revelam como a corrupção ativa pode comprometer a integridade dos serviços públicos, minar a confiança da população nas instituições e prejudicar o enfrentamento eficaz da pandemia.
2.5 Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992)
Refere-se a condutas ilícitas praticadas por agentes públicos que causem prejuízo ao erário ou violem princípios da administração pública. Um exemplo seria a contratação irregular de empresas para fornecimento de insumos médicos, onde agentes públicos favorecem empresas sem realizar processo licitatório adequado ou sem observar os critérios de idoneidade e capacidade técnica necessários para a prestação do serviço ou fornecimento do produto.
Durante a pandemia de COVID-19, diversos casos de improbidade administrativaforam investigados no Brasil. Um exemplo relevante foi o caso envolvendo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, onde autoridades foram acusadas de superfaturamento na compra de respiradores para o tratamento de pacientes infectados pelo vírus. Essa conduta, além de caracterizar um possível crime, configurou violação dos princípios da administração pública, como a legalidade, moralidade e eficiência, previstos na Constituição Federal.
Um exemplo emblemático é o caso envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que foi alvo de investigações por suspeitas de improbidade administrativa relacionadas à gestão de recursos públicos durante a pandemia. Witzel foi afastado do cargo em meio às investigações, que apuravam irregularidades na saúde pública do estado, incluindo contratos suspeitos e desvio de verbas destinadas ao enfrentamento da crise sanitária. Esses casos evidenciam como a improbidade administrativa compromete a integridade e eficiência da gestão pública, afetando diretamente a qualidade dos serviços prestados à população.
2.6 Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013)
Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013): Esta legislação prevê a responsabilização administrativa e civil de empresas que praticarem atos lesivos à administração pública nacional ou estrangeira. Isso poderia ser aplicado a empresas que participaram de esquemas de corrupção para obtenção de contratos durante a pandemia, onde empresas se envolvem em práticas ilícitas, como pagamento de propinas ou superfaturamento, para obter contratos governamentais.
Durante a pandemia de COVID-19, diversos casos de violações da Lei Anticorrupção foram investigados no Brasil. Um exemplo relevante foi o caso envolvendo a empresa de saúde Prevent Senior, que foi acusada de pressionar médicos a prescreverem medicamentos sem eficácia comprovada contra a COVID- 19, como a cloroquina, em troca de incentivos financeiros. Essa conduta não apenas viola princípios éticos e morais, mas também configura ato lesivo à administração pública, sujeitando a empresa a sanções administrativas e civis previstas na Lei Anticorrupção.
Outro exemplo é o caso envolvendo a empresa farmacêutica União Química, que foi alvo de investigações por suspeitas de irregularidades na negociação de
vacinas contra a COVID-19. A empresa teria oferecido vantagens indevidas a autoridades públicas em troca de favorecimento em contratos de fornecimento de imunizantes, o que configura clara violação da Lei Anticorrupção.
Esses casos destacam a importância da aplicação rigorosa da Lei Anticorrupção para combater a corrupção no setor privado e garantir a integridade e transparência nas relações entre empresas e o poder público. A responsabilização das empresas envolvidas em atos ilícitos contribui para fortalecer a cultura de compliance e ética nos negócios, promovendo um ambiente de negócios mais justo e íntegro.
2.7 Crimes contra a humanidade (Decreto nº 4.388/2002
Crimes contra a humanidade (Decreto nº 4.388/2002 – Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, art. 7º, 1, k): São atos cometidos como parte de um ataque generalizado ou sistemático contra qualquer população civil, com conhecimento de tal ataque. Isso pode incluir ações como assassinato, extermínio, tortura, estupro, perseguição política ou religiosa, entre outros atos desumanos, quando cometidos em larga escala e como parte de uma política governamental ou organizada.
Durante a pandemia de COVID-19, alguns casos levantaram preocupações quanto à possibilidade de configuração de crimes contra a humanidade, especialmente relacionados à gestão da crise sanitária e aos direitos humanos. Um exemplo é o tratamento negligente ou intencionalmente prejudicial dado a determinados grupos vulneráveis, como idosos, pessoas em situação de rua, indígenas ou trabalhadores precários, durante a distribuição de recursos médicos escassos ou na implementação de medidas de controle da pandemia.
Um exemplo emblemático foi a situação enfrentada por pacientes do estado do Amazonas durante a crise de falta de oxigênio nos hospitais, no início de 2021. A escassez de oxigênio, somada à demora na assistência médica e logística
inadequada, resultou em mortes evitáveis e sofrimento generalizado entre os pacientes e suas famílias. As autoridades locais foram acusadas de negligência e falta de preparo, levantando questionamentos sobre a possibilidade de configuração de crimes contra a humanidade.
Apesar de não haver, até o momento, um consenso definitivo sobre a caracterização dessas condutas como crimes contra a humanidade, tais situações destacam a importância de garantir o respeito aos direitos humanos e a proteção das populações mais vulneráveis durante crises de saúde pública. A investigação e responsabilização por eventuais violações são fundamentais para promover a justiça e prevenir a repetição de tais tragédias no futuro.
O Relatório Final resultante ao término da CPI expôs uma série de violações legais e irregularidades que potencialmente configuraram diversos crimes e infrações administrativas. Diante desse panorama, o objetivo deste trabalho é aprofundar a análise dessas transgressões, enfatizando conceitos e fornecendo exemplos relacionados a cada tipo penal e legislação infringida.
A participação na elaboração deste estudo proporcionou uma profunda reflexão sobre os desafios enfrentados durante a pandemia de COVID-19, especialmente no que tange à gestão pública de crises e à responsabilização por condutas irregulares. Essa análise crítica contribui não apenas para a compreensão dos eventos ocorridos, mas também para o fortalecimento das instituições democráticas e o aprimoramento das políticas públicas, visando garantir a transparência, a prestação de contas e a justiça em tempos de crise.
Além disso, ao examinar de forma mais detalhada as transgressões e as possíveis consequências legais decorrentes das irregularidades identificadas pela CPI, este trabalho busca promover uma maior conscientização sobre a importância do cumprimento das leis e do respeito aos princípios éticos no exercício das funções públicas. A análise crítica desses eventos também serve como um alerta para a necessidade de fortalecer os mecanismos de controle e fiscalização, bem como para a urgência de uma cultura de integridade e responsabilidade na gestão dos recursos públicos, especialmente em momentos de crise como o enfrentamento da pandemia de COVID-19.
3 CONCLUSÃO
Diante do exposto, fica evidente a importância crucial das investigações conduzidas pela CPI do COVID-19, que revelaram uma série de irregularidades e transgressões legais no contexto da pandemia. As conclusões obtidas não apenas destacam a necessidade urgente de responsabilização por condutas inadequadas, mas também ressaltam a importância da transparência, da prestação de contas e do fortalecimento das instituições democráticas.
É imperativo que os resultados dessas investigações sejam utilizados não apenas para punir os responsáveis, mas também para promover mudanças significativas nas políticas públicas e nos sistemas de governança, visando prevenir futuros casos de corrupção, negligência e má gestão em situações de crise. Além disso, aprofundar a compreensão dos desafios enfrentados durante a pandemia permite aprender com os erros do passado e fortalecer os sistemas de saúde e as estruturas de resposta a emergências para enfrentar desafios futuros com maior eficácia e resiliência.
Além disso, as lições aprendidas com as investigações da CPI do COVID-19 devem servir como um chamado à ação para fortalecer os sistemas de controle e vigilância em todos os níveis do governo, bem como para promover uma cultura de transparência e integridade no serviço público. É essencial que os cidadãos exijam responsabilidade e prestação de contas de seus representantes eleitos, garantindo que as instituições democráticas permaneçam robustas e capazes de enfrentar desafios semelhantes no futuro. Ao final, somente através de esforços coletivos e compromisso com a éticae a justiça, podemos aspirar a um futuro onde a saúde e o bem-estar de todos sejam protegidos em todas as circunstâncias.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Relatórios da CPI do COVID-19 ou documentos oficiais publicados pelo Senado Federal ou outras instituições governamentais.
Leis, decretos e regulamentos relevantes, como a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o Decreto nº 4.388/2002 – Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.
Artigos acadêmicos ou livros sobre corrupção, gestão pública, direitos humanos e legislação relacionada à pandemia de COVID-19.
Notícias e reportagens de fontes jornalísticas confiáveis que cobriram os eventos e desenvolvimentos relacionados à CPI do COVID-19.
Relatórios de organizações não governamentais ou internacionais que abordam questões de corrupção, direitos humanos e saúde pública.
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