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JOSEMAR COSTA DOS SANTOS JÚNIOR ACÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA HORTA ECOLAR BRASÍLIA-DF 2023 INTRODUÇÃO Este projeto visa promover mudanças de valores, hábitos e mudanças de atitudes com plantio da horta e por meio de ações de educação ambiental usando a sensibilização com a participação dos alunos e colaboradores da escola. As atividades realizadas na horta escolar contribuem para os alunos compreenderem o perigo na utilização de agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente, proporciona uma compreensão da necessidade da preservação do meio ambiente escolar, desenvolve a capacidade do trabalho em equipe e da cooperação, proporciona um maior contato com a natureza, já que crianças dos centros urbanos estão cada vez mais afastadas do contato com o ambiente natural. Insta ressaltar, que a educação alimentar é transformar o alimento em um instrumento pedagógico, transpondo os limites do ato alimentar, cabe destacar, que a escola é indiscutivelmente o melhor agente para promover a educação alimentar, uma vez que é na infância e na adolescência que se fixam atitudes e práticas alimentares, difíceis de modificar na idade adulta. Logo, a problemática ambiental é uma das principais preocupações da sociedade moderna, desencadeando, por isso, uma série de iniciativas no sentido de reverter a situação atual de consequências danosas à vida na Terra. Uma dessas iniciativas é a Educação Ambiental que as instituições de educação básica estão procurando implementar, na busca da formação de cidadãos conscientes e comprometidos com as principais preocupações da sociedade. O objetivo é utilizar o espaço para plantação de hortaliças naturais e inserir os estudantes em debates sobre a importância da educação alimentar e do cultivo de alimentos orgânicos. No ambiente, tem a previsão de plantação de alface americana, alface crespa, alface roxa, alface lisa, brócolis, acelga, couve-manteiga, cheiro-verde e cebolinha. Numa horta escolar há possibilidade de se trabalhar diversas temáticas, dentre as quais, os conceitos, princípios e o histórico da agricultura; a importância da educação ambiental; a relevância das hortaliças para a saúde. Além das aulas práticas onde se trabalham as formas de plantio, o cultivo e o cuidado com as hortaliças. Para a educação fundamental, as atividades de educação ambiental nas escolas e de suma importância, pois inserem-se em diversos temas transversais, principalmente meio ambiente, saúde e consumo, nas áreas do saber (disciplinas), de modo que impregne toda a prática educativa, e ao mesmo tempo, crie uma visão global e abrangente da questão ambiental, visualizando os aspectos físicos e histórico-sociais. Portanto, o projeto tem como premissa básica reforçar e enriquecer a merenda escolar e resgatar o plantio de horta doméstica, colocando os alunos em contato com a terra, permitindo a interatividade da ação educacional na relação direta com o fazer cultural e as relações do homem com a terra. É de suma importância destacar a preocupação demonstrada pela maioria dos professores em trabalhar educação ambiental nas escolas. Esta preocupação torna-se ponto favorável para a implantação de novas ideias e propostas ligadas à área. A educação ambiental é uma ferramenta para o enfretamento dos problemas ambientais na dimensão da educação, capaz de contribuir com as mudanças sociais e transformações sociais e envolvendo os diversos sistemas sociais, como apregoa o Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA (BRASIL, 1999). Dessa forma, A horta escolar como uma atividade que permite o desenvolvimento de questões ligadas à educação ambiental tem sido enfatizada por vários pesquisadores (REIGOTA, 2009; MIRANDA; KLEIN; MUCCIATO, 2005; FREITAS, H. R, s.d.; MORGADO & SANTOS, 2008; TAVARES & ROGADO, 2008). Esse enquadramento da horta no contexto da educação ambiental (Tavares; Rogado, 2008) se justifica, e se fortifica, devido à relação homem/natureza (MIRANDA; KLEIN; MUCCIATO, 2005, APUD, TAVARES & ROGADO, 2008). FUNDAMENTOS A questão ambiental vem sendo amplamente debatida e ganhando cada vez mais atenção em muitos e diferentes contextos sociais, assumindo crescente importância nas instâncias política, acadêmica e na mídia. A trajetória da presença da educação ambiental na legislação brasileira apresenta uma tendência em comum, que é a necessidade de universalização dessa prática educativa por toda a sociedade. Já aparecia em 1973, com o Decreto n°73.030, que criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente explicitando, entre suas atribuições, a promoção do esclarecimento e educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente (LIPAI, 2010). A Constituição Federal de 1988 elevou o status do direito a educação ambiental, essencial para a qualidade de vida ambiental, atribuindo ao estado o dever de promover a educação ambiental a todos os níveis de estudo e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente (art. 225, inciso VI). A definição de educação ambiental e dada no artigo 1° da lei n° 9.795/99 como processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem como uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, colocando o ser humano como responsável individual, ou seja, fala da ação individual na esfera privada e de ação coletiva na esfera pública (LIPAI, 2010). A Educação Ambiental representa uma ferramenta fundamental para estabelecer uma ligação mais estreita entre o ser humano e a natureza. Uma transformação social de caráter urgente que busque conforme Sorrentino (2005), a superação das injustiças ambientais e sociais na humanidade. Esta abordagem requer uma visão interdisciplinar nos diferentes níveis e modalidades de ensino (Brasil, 1999), isto é, uma compreensão para além da ecologia, da biologia e da química (Dias, 2003; Reigota, 2009). Gallo (2000) cita como exemplo os problemas ecológicos e menciona que estes não podem mais ser abarcados apenas pela perspectiva apenas de uma disciplina como da biologia, ou da geografia, ou da química, ou da política etc. A ecologia é um novo campo de conhecimento onde há a interseção de vários campos de saberes, que vão além daqueles já citados, e por isto menciona que podem ser chamados de problemas híbridos. A interdisciplinaridade tem como estratégia a união de diferentes disciplinas em busca da compreensão e da resolução de um problema. Nesse âmbito as diversas disciplinas não precisam se afastar de seus conceitos e métodos para contribuir com um projeto ou com a solução de algum problema como já foi mencionado. Num processo interdisciplinar é importante que haja a união, a participação, o espírito de grupo, o engajamento, a comunicação e a ação. Nas palavras de Gallo (2000, p.6) O sentido geral da interdisciplinaridade é a consciência da necessidade de um inter-relacionamento explícito entre as disciplinas todas. Em outras palavras, a interdisciplinaridade é a tentativa de superação de um processo histórico de abstração do conhecimento que culmina com a total desarticulação do saber que nossos estudantes (e também nós, professores) têm o desprazer de experimentar. Nesse sentido o papel do educador ambiental no ensino fundamental é muito relevante, já que a Educação Ambiental não é uma matéria somada àquelas existentes e sim um tema transversal que exige a união das disciplinas do currículo além do conhecimento de vários temas da atualidade, o que se constitui num desafio, que obrigatoriamente leva à uma constante pesquisa por parte dosprofissionais. Tal desafio (Gallo, 2001), faz com que os cientistas comecem a explorar as fronteiras entre as ciências e a partir dessa exploração se constrói a proposta da interdisciplinaridade, numa tentativa de restabelecer as ligações perdidas com as especializações. Assim, podemos depreender que a interdisciplinaridade é um processo de cooperação e intercâmbio entre as diversas áreas do conhecimento e de campos profissionais, que enriquecem a abordagem de um tema, sem privilegiar uma disciplina ou outra, pois envolve um trabalho que exige parcerias constantes. Para Japiassu (1976, p. 75) Estamos diante de um processo interdisciplinar todas as vezes em que ele conseguir incorporar os resultados de várias especialidades, que tomar de empréstimo a outras disciplinas certos instrumentos e técnicas metodológicas, fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los integrarem e convergirem, depois de terem sido comparados e julgados. Donde podemos dizer que o papel específico da atividade interdisciplinar consiste, primordialmente, em lançar uma ponte para religar as fronteiras que haviam sido estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar a cada um seu caráter propriamente positivo, segundo modos particulares e com resultados específicos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) criados pelo Ministério da Educação em 1998 indicam que a aprendizagem de valores e atitudes deve ser mais explorada do ponto de vista pedagógico; e o conhecimento dos problemas ambientais e de suas consequências desastrosas para a vida humana é importante para promover uma atitude de cuidado e atenção com essas questões, incentivar ações preservacionistas (BRASIL, 1998). Como se infere da visão aqui exposta, a principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos. E esse é um grande desafio para a educação. Comportamentos “ambientalmente corretos” serão aprendidos na prática do dia-a-dia na escola: gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e dos diversos ambientes, participação em pequenas negociações podem ser exemplos disso (BRASIL, 1997, p. 25). A Educação Ambiental tem contribuído muito para uma nova conscientização, levando o homem a ter outros de hábitos e atitudes e sua relação com o ambiente. Destacamos ainda que a Educação Ambiental busca a democratização da cultura, do acesso e permanência na escola bem como da melhora do nível cultural da população para compreender o que é ciência, os avanços científicos e tecnológicos e as possibilidades de solução para diversos problemas de nossa época. Loureiro (2004, p. 89) compartilha da mesma ideia ao expressar que a Educação Ambiental deve possuir um conteúdo emancipatório, onde as alterações da atividade humana, vinculadas ao fazer educativo possam conferir mudanças individuais e coletivas, locais e globais, estruturais e conjunturais, econômicas e culturais (LOUREIRO 2004, p. 89). A ideia expressa por Freire (2000) é a de que temos que assumir o dever de lutar pelos fundamentos éticos mais imprescindíveis quanto ao respeito à vida como um todo. ...urge que assumamos o dever de lutar pelos princípios éticos mais fundamentais como do respeito à vida dos seres humanos, à vida dos outros animais, à vida dos pássaros, à vida dos rios e das florestas. Não creio na amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos se não nos tornamos capazes de amar o mundo. A ecologia ganha uma importância fundamental neste fim de século. Ela tem de estar presente em qualquer pratica educativa de caráter radical, critico ou libertador. (FREIRE, 2000, p. 31). Em relação a produção de alimentos in natura Ruscheinsky (2002), sustenta ser necessário que a agricultura tenha um caráter mais auto-sustentável e menos agressivo à natureza como tem se apresentado a agricultura convencional. Nesse sentido a chamada agricultura ecológica é uma alternativa viável e traz muitos benefícios aos produtores, aos consumidores e para o meio ambiente como um todo. Este tipo de agricultura não utiliza em seu sistema de produção fertilizantes sintéticos de alta solubilidade e agrotóxicos, tampouco reguladores de crescimento e aditivos sintéticos para a alimentação animal. Na produção ecológica de alimentos é utilizado esterco de animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Este sistema procura manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza. Dessa forma, o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE dispõe da gestão da alimentação escolar, do Conselho de Alimentação Escolar, das cantinas e cozinhas nas escolas e o trabalho dos nutricionistas e da educadora na escola (BRASIL, 2010). Assim, o PNAE implantado em 1955, ... garante por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica educação infantil, ensino médio e educação de jovens e adultos matriculados em escolas publicam e filantrópicas. Tendo como objetivo atender as necessidades nutricionais dos alunos durante sua permanência em sala de aula contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento, aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares saudáveis (CECANE PARANÁ, 2010). A alimentação escolar por mais incentivada que seja as mudanças que se encontra nas cantinas são pequenas, continuando na prática repleta de alimentos pobres em vitaminas, como salgados industrializados ou fritos, os campeões de consumo pelos estudantes. Segundo Magalhães (2003), essa relação direta de consumo de alimentos impróprios também contribui para que o comportamento alimentar das crianças não seja voltado para produtos mais naturais e saudáveis, pois à ostensiva propaganda de produtos industrializados do tipo fast-food é criativa e induz a compra e ao consumo. O autor ainda afirma que utilizar a horta escolar como estratégia, visando estimular o consumo de feijões, hortaliças e frutas, torna possível adequar a dieta das crianças. Outro fator interessante é que as hortaliças cultivadas na horta escolar, quando presentes na alimentação escolar, faz muito sucesso, ou seja, todos querem provar, pois é fruto do trabalho dos próprios alunos. A autora acredita que as oficinas culinárias para fazer saladas, sopas, sanduíches naturais e sucos mistos de vegetais e frutas, são estratégias muito eficazes para promover uma melhoria à aceitabilidade desses alimentos, os quais, embora muito nutritivos, costumam ser os campeões de rejeição (MAGALHÃES, 2003). Ademais, levar os alimentos para a sala de aula, tentando, de algum modo, transformá-los em elementos pedagógicos, faz com que as crianças participem das ações de educação alimentar desenvolvida e não fiquem como meros espectadores (MAGALHÃES; GAZOLA, 2002). É fundamental que se lance mão da educação ambiental na promoção de uma nova cultura alimentar nas escolas, fazendo-os conhecer a importância dos alimentos, da higienização desses alimentos, do valor nutritivo, sobretudo despertando gestores escolares, pais e alunos para a análise crítica sobre propagandas de produtos alimentícios pouco nutritivos, levando-os a consumir aqueles mais nutritivos. Isto porque se entende que a merenda escolar assume um papel importante na formação da criança, desde que elaboradas por meio de cardápios ricos enutritivos, contribui para uma vida saudável e uma aprendizagem mais eficiente e acarreta em uma melhor qualidade de vida e saúde. Uma boa alimentação ainda evita doenças causadas pela deficiência ou carência de vitaminas das frutas, verduras e legumes em geral, como exemplo as hortaliças. Estas tendo, portanto, tratamento complementar através de uma alimentação aumentando a imunidade com a ingestão de alho, cebola, rico em zinco, legumes de raízes, ácidos graxos Omega-3 legumes de folhas verde-escuras (SELEÇÕES, 2002). Outro tema bastante interessante para as aulas é o reaproveitamento de resíduos sólidos, e neste caso sempre surge a lembrança das embalagens com diversas possibilidades de reutilização. É instigante também deixar que os alunos decidam em que tipo de recipientes as mudas devem ser plantadas: em copos plásticos descartáveis, garrafas pet, entre ouitros. Este material pode ser diariamente recolhido no balcão, mesas ou das lixeiras da cantina ou mesmo levados de casa para a escola. Esta escolha é ótima alternativa quando por alguma razão, não se dispõe de saquinhos para mudas. Outra ótima opção é adotar a perspectiva de reaproveitamento de resíduos sólidos, pois nas aulas sobre preservação ambiental é preciso ser apresentado e debatido o problema dos resíduos sólidos nos recursos naturais. Então quando os alunos se deparam com este tipo de problema podem ser instigados ou terem a ideia de recolher o material e prepará-lo para plantar as mudas. Muitas atividades construtivas podem levar a sensibilização e ao envolvimento dos alunos. Por exemplo, colocar em debate um tema ambiental relevante para a comunidade escolar ou para o seu bairro, ou a sua cidade, contribuindo assim, para aumentar a consciência ambiental das pessoas. Dentre estes temas podemos destacar a questão das águas: sua qualidade e a preservação dos recursos hídricos. Outros assuntos interessantes são as nossas matas e a necessidade de sua preservação; da nossa paisagem e daquilo que podemos definir como natureza urbana, contida nas praças, parques e jardins. A questão dos resíduos sólidos, do consumismo e desperdício é um tema muito relevante que propicia interesse e ótimas participações dos alunos. Ou ainda uma boa proposta seria a associação entre História e Natureza no Brasil, apresentando e debatendo as diversas concepções de natureza que o Brasil tem produzido e vivido, associando a ligação entre natureza e cultura a partir da ideia de que as nossas práticas ambientais estão relacionadas com matrizes culturais de povos que se relacionaram conosco ajudando a formar a nossa cultura. O conjunto destas atividades, tanto na sala de aula convencional, como na horta e em atividades extraclasse leva os alunos ao exercício da cidadania, a compreender melhor conceitos científicos. Ainda contribui para adquirirem novos valores, novas percepções e novas formas de pensar, através do trabalho em equipe, da solidariedade, da cooperação, do desenvolvimento da criatividade, do senso de responsabilidade, de autonomia e, sobretudo da sensibilidade e de assumir novas atitudes em relação à busca de soluções para os problemas ambientais (CRIBB, 2007). A questão pedagógica, não é apenas a questão da aprendizagem, mas também a dos valores fundadores da ação: humanismo, respeito aos outros, democracia, trocas e solidariedade. Portanto, é fundamental que esses valores não sejam negados pela prática institucional e/ou por uma pedagogia que não esteja em coerência com eles (NOËL-EVEN, 2004). A construção de uma outra sociedade mais justa, solidária, pacífica e sustentável se apresenta cada dia mais utópica e distante e ao mesmo tempo urgente, necessária e pertinente. Assim se multiplicam em todo o mundo os espaços de encontro dos anônimos e anônimas que investem seu tempo e energia na construção dessa sociedade que não sabermos muito bem como será, e de que temos apenas alguns indícios de como queremos que seja (REIGOTA, 2004, p. 209). RELATO DE PRÁTICA Na formação e no início das atividades na horta escolar, todos podem e devem se envolver. Toda a comunidade escolar pode colaborar na limpeza do terreno, na formação dos canteiros e com a aquisição das sementes recomendadas pelo professor (es) responsável (eis) pela horta, observando à característica do solo, as influências climáticas, a facilidade de transplantio, a resistência às “pragas”, enfim, aspectos que influenciam no desenvolvimento das plantas. Foi apresentado e discutido com a comunidade escolar temas relativos à adubação do solo e ao cultivo de hortaliças. Durante a apresentação, o tema “reposição de nutrientes para correção do Ph do solo” foi parte do tratamento da área onde faríamos os canteiros. Então, iria programar com o professor de geografia, a correção do solo dos canteiros da horta, com orientação de profissionais de agronomia da prefeitura. Durante tal ação, questões relativas aos aspectos físicos, químicos e biológicos do solo foi levantada verificação sobre o estado geral do solo encontrado na área dos canteiros, constatou-se a necessidade de uso de matéria orgânica (compostagem ou esterco) para melhorar a qualidade das hortaliças. Através de uma parceria, irá se adquirida, sem qualquer custo para a escola, toda à matéria orgânica (esterco) que deverá ser adicionada aos canteiros e transporte do adubo orgânico até a unidade. Sabendo antecipadamente, pela aplicação de uma entrevista não estruturada, que a intenção da escola seria implantar uma horta, será aplicado um questionário com pais dos alunos e colaboradores da escola, conforme as etapas elaboradas do projeto, será aplicado um questionário: mês Abril; correção e preparo do solo: abril; adubação e plantio das sementes: Maio; plantio junto com os alunos, trabalhando a educação ambiental: Junho/Julho; colheita e consumo, trabalhando a educação ambiental fins de agosto. Durante as fases de análise do solo, preparação e adubação dos canteiros, os alunos serão inseridos na nova proposta de reorganização do espaço da horta acompanhando, em grupos, e tudo o que será feito. Especificamente, seis grupos de alunos, sob a orientação dos acadêmicos e com auxílio dos professores e coordenadores da escola, irão sequenciar ao plantio das mudas de alface americana, alface crespa, alface roxa, alface lisa, brócolis, acelga, couve-manteiga, cheiro-verde e cebolinha e será feito à semeadura de espinafre, rabanete e beterraba. Antes da atividade de plantio, no espaço da horta, serão apresentadas aos alunos as mudas e as sementes que iriar ser plantadas para que pudessem relacioná-las às hortaliças que posteriormente seriam colhidas e consumidas. Em sala, serão planejados as datas e os horários de regas dos canteiros, e distribuídos entre os grupos de alunos. Todas os alunos que participarão da dinâmica receberam uma autorização assinada pelos pais. Os alunos vão ter a oportunidade de plantar e semear. Recomenda-se deixar também, um dos canteiros para a formação de um minhocário. Para tanto, é oportuno que se adquira uma boa quantidade de composto orgânico. Uma parte deste material poderá utilizada também na adubação dos canteiros e de jardins, se houver. Na realização da composteira, para o tratamento dos resíduos da cozinha, folhas e gramas da poda do pátio, também será implantada no pátio das unidades. Para isso, será tratado junto com a comunidade escolar assuntos referentes à montagem da composteira, tais como a necessidade de aeração, a importância de manter o material sempre úmido e as elevadas temperaturas que seriam desenvolvidas pelo composto, além da manutenção do formato das leiras que é uma área onde colocamos pedaços madeira velha formando cocho, dento colocamos as folhas, gramas etc., para decomposição e finalmente o adubo orgânico. Coleta seletiva de garrafas será utilizada para bordas decanteiro e vasinhos decorados para plantar as mudas. Na realização da atividade, será explicado aos alunos que serão os responsáveis pelo cuidado da horta. Será comentado em detalhes qual a importância das plantas, e por que não se pode arrancá-las. Apesar do grande interesse dos alunos pelo desenvolvimento das hortaliças, não ser possível acompanhar mudanças destas plantas como florescimento e frutificação, isso devido às botânicas e partes preferenciais de consumo (apenas folhas, raízes) porque alguma delas precisão de tempo maior para crescimento até que possam ser colhidas como outros tipos de plantas como por exemplo: limão, caju. Se o espaço destinado a formação da horta for provido de árvores e estas estejam muito cheias ou muito altas, providencia-se uma poda de adequação das mesmas para possibilitar maior entrada de sol e facilitar o bom desenvolvimento dos legumes, verduras e das plantas ornamentais. Caso sejam árvores frutíferas e tiverem frutos, estes podem ser distribuídos aos alunos ou encaminhados ao restaurante do colégio e servidos como sobremesa. Na época de colheita, as hortaliças devem ser distribuídas aos alunos como um estímulo a eles e aos responsáveis pelo trabalho desenvolvido. Além da produção e distribuição de hortaliças, duas outras atividades são interessantes, a saber, a realização de uma feirinha para que seja vendida parte da produção e a outra é a produção de plantas ornamentais destinadas a organizar os jardins ou jardineiras e posteriormente, se for possível, as mudas podem ser colocadas à venda para a comunidade escolar. CONCLUSÃO Aulas e atividades numa horta escolar, envolvendo os conhecimentos da Educação Ambiental, significa na concepção de Oliveira (2004) um modo diferente de reinventar o fazer pedagógico, através da criação cotidiana de uma alternativa curricular emancipatória, cujo resultado vai ao encontro da ideia de uma educação para a (e na) cidadania onde podemos compreender melhor que cada um de nós se forma enquanto uma rede de sujeitos, e sendo assim, a fragmentação tanto dos saberes quanto das dimensões da vida, tanto não faz sentido como prejudica a formação (PACHECO, 2004; OLIVEIRA, 2004, APUD CRIBB, 2007). A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar, unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos. Pode ser observado nesse trabalho, que vai desenvolve um papel bastante importante, auxiliando a comunidade escolar no planejamento, execução e manutenção das hortas, levando até ela princípios de horticultura orgânica, compostagem, formas de produção dos alimentos, o solo como fonte de vida, relação campo-cidade, entre outros. Ao cuidar da horta os alunos adquirem novos valores e novas formas de pensar, através do trabalho em equipe, da solidariedade, das práticas do cuidar, da cooperação. Também desenvolvem o senso respeito e de responsabilidade, de autonomia e da sensibilidade em compreender que os ciclos ecológicos estão presentes na vida de todos os seres vivos e estes precisam de respeito, atenção e cuidado. Em aulas com este perfil observa-se que a educação ambiental além de estar presente nos projetos pedagógicos pode e deve ser abordada em todos os segmentos escolares envolvendo todas as disciplinas. Uma Educação Ambiental que não se volte tão somente para a dimensão ecológica, mas que estabeleça profundamente a conexão com a questão social. Com essa proposta implementada na escola, espera-se alcançar ganhos positivos com resultados esperados e que serão alcançados, através de mudanças alimentares e consumo diário pelos alunos. Percebe-se, portanto, que é notório que a horta contribui para um ensino e aprendizagem, tanto para inserção ao consumo das hortaliças como para uma consciência ambiental e sustentável, cabendo ao educador buscar informações especificas e mãos à obra. BIBLIOGRAFIA BRASIL, Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Educação. Programa Nacional de Educação Ambiental. MMA/MEC, 1999. BRASIL, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Programa Nacional de Alimentação Escolar. Disponível em: http://www.portaltransparencia.gov.br/aprendaMais/documentos/curso_PNAE.pdf. Acesso em: 05 Maio de 2023. BRASIL. Ministério da Educação. 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