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JOSEMAR COSTA DOS SANTOS JÚNIOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA HORTA ECOLAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA-DF 
2023 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
Este projeto visa promover mudanças de valores, hábitos e mudanças de 
atitudes com plantio da horta e por meio de ações de educação ambiental usando a 
sensibilização com a participação dos alunos e colaboradores da escola. As 
atividades realizadas na horta escolar contribuem para os alunos compreenderem o 
perigo na utilização de agrotóxicos para a saúde humana e para o meio ambiente, 
proporciona uma compreensão da necessidade da preservação do meio ambiente 
escolar, desenvolve a capacidade do trabalho em equipe e da cooperação, 
proporciona um maior contato com a natureza, já que crianças dos centros urbanos 
estão cada vez mais afastadas do contato com o ambiente natural. 
Insta ressaltar, que a educação alimentar é transformar o alimento em um 
instrumento pedagógico, transpondo os limites do ato alimentar, cabe destacar, que 
a escola é indiscutivelmente o melhor agente para promover a educação alimentar, 
uma vez que é na infância e na adolescência que se fixam atitudes e práticas 
alimentares, difíceis de modificar na idade adulta. Logo, a problemática ambiental é 
uma das principais preocupações da sociedade moderna, desencadeando, por isso, 
uma série de iniciativas no sentido de reverter a situação atual de consequências 
danosas à vida na Terra. Uma dessas iniciativas é a Educação Ambiental que as 
instituições de educação básica estão procurando implementar, na busca da 
formação de cidadãos conscientes e comprometidos com as principais preocupações 
da sociedade. 
O objetivo é utilizar o espaço para plantação de hortaliças naturais e inserir os 
estudantes em debates sobre a importância da educação alimentar e do cultivo de 
alimentos orgânicos. No ambiente, tem a previsão de plantação de alface americana, 
alface crespa, alface roxa, alface lisa, brócolis, acelga, couve-manteiga, cheiro-verde 
e cebolinha. Numa horta escolar há possibilidade de se trabalhar diversas temáticas, 
dentre as quais, os conceitos, princípios e o histórico da agricultura; a importância da 
educação ambiental; a relevância das hortaliças para a saúde. Além das aulas 
práticas onde se trabalham as formas de plantio, o cultivo e o cuidado com as 
hortaliças. 
 
Para a educação fundamental, as atividades de educação ambiental nas 
escolas e de suma importância, pois inserem-se em diversos temas transversais, 
principalmente meio ambiente, saúde e consumo, nas áreas do saber (disciplinas), 
de modo que impregne toda a prática educativa, e ao mesmo tempo, crie uma visão 
global e abrangente da questão ambiental, visualizando os aspectos físicos e 
histórico-sociais. Portanto, o projeto tem como premissa básica reforçar e enriquecer 
a merenda escolar e resgatar o plantio de horta doméstica, colocando os alunos em 
contato com a terra, permitindo a interatividade da ação educacional na relação direta 
com o fazer cultural e as relações do homem com a terra. É de suma importância 
destacar a preocupação demonstrada pela maioria dos professores em trabalhar 
educação ambiental nas escolas. Esta preocupação torna-se ponto favorável para a 
implantação de novas ideias e propostas ligadas à área. 
A educação ambiental é uma ferramenta para o enfretamento dos problemas 
ambientais na dimensão da educação, capaz de contribuir com as mudanças sociais 
e transformações sociais e envolvendo os diversos sistemas sociais, como apregoa 
o Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA (BRASIL, 1999). Dessa 
forma, A horta escolar como uma atividade que permite o desenvolvimento de 
questões ligadas à educação ambiental tem sido enfatizada por vários pesquisadores 
(REIGOTA, 2009; MIRANDA; KLEIN; MUCCIATO, 2005; FREITAS, H. R, s.d.; 
MORGADO & SANTOS, 2008; TAVARES & ROGADO, 2008). Esse enquadramento 
da horta no contexto da educação ambiental (Tavares; Rogado, 2008) se justifica, e 
se fortifica, devido à relação homem/natureza (MIRANDA; KLEIN; MUCCIATO, 2005, 
APUD, TAVARES & ROGADO, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS 
 
A questão ambiental vem sendo amplamente debatida e ganhando cada vez 
mais atenção em muitos e diferentes contextos sociais, assumindo crescente 
importância nas instâncias política, acadêmica e na mídia. 
 A trajetória da presença da educação ambiental na legislação brasileira 
apresenta uma tendência em comum, que é a necessidade de universalização dessa 
prática educativa por toda a sociedade. Já aparecia em 1973, com o Decreto 
n°73.030, que criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente explicitando, entre suas 
atribuições, a promoção do esclarecimento e educação do povo brasileiro para o uso 
adequado dos recursos naturais, tendo em vista a conservação do meio ambiente 
(LIPAI, 2010). 
 A Constituição Federal de 1988 elevou o status do direito a educação 
ambiental, essencial para a qualidade de vida ambiental, atribuindo ao estado o dever 
de promover a educação ambiental a todos os níveis de estudo e a conscientização 
pública para a preservação do meio ambiente (art. 225, inciso VI). A definição de 
educação ambiental e dada no artigo 1° da lei n° 9.795/99 como processos por meio 
dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, 
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, 
bem como uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade, colocando o ser humano como responsável individual, ou seja, fala 
da ação individual na esfera privada e de ação coletiva na esfera pública (LIPAI, 
2010). 
 A Educação Ambiental representa uma ferramenta fundamental para 
estabelecer uma ligação mais estreita entre o ser humano e a natureza. Uma 
transformação social de caráter urgente que busque conforme Sorrentino (2005), a 
superação das injustiças ambientais e sociais na humanidade. 
 Esta abordagem requer uma visão interdisciplinar nos diferentes níveis e 
modalidades de ensino (Brasil, 1999), isto é, uma compreensão para além da 
ecologia, da biologia e da química (Dias, 2003; Reigota, 2009). Gallo (2000) cita como 
exemplo os problemas ecológicos e menciona que estes não podem mais ser 
abarcados apenas pela perspectiva apenas de uma disciplina como da biologia, ou 
da geografia, ou da química, ou da política etc. A ecologia é um novo campo de 
 
conhecimento onde há a interseção de vários campos de saberes, que vão além 
daqueles já citados, e por isto menciona que podem ser chamados de problemas 
híbridos. 
A interdisciplinaridade tem como estratégia a união de diferentes disciplinas 
em busca da compreensão e da resolução de um problema. Nesse âmbito as diversas 
disciplinas não precisam se afastar de seus conceitos e métodos para contribuir com 
um projeto ou com a solução de algum problema como já foi mencionado. Num 
processo interdisciplinar é importante que haja a união, a participação, o espírito de 
grupo, o engajamento, a comunicação e a ação. Nas palavras de Gallo (2000, p.6) 
 
O sentido geral da interdisciplinaridade é a consciência da necessidade de 
um inter-relacionamento explícito entre as disciplinas todas. Em outras 
palavras, a interdisciplinaridade é a tentativa de superação de um processo 
histórico de abstração do conhecimento que culmina com a total 
desarticulação do saber que nossos estudantes (e também nós, professores) 
têm o desprazer de experimentar. 
 
 
 Nesse sentido o papel do educador ambiental no ensino fundamental é muito 
relevante, já que a Educação Ambiental não é uma matéria somada àquelas 
existentes e sim um tema transversal que exige a união das disciplinas do currículo 
além do conhecimento de vários temas da atualidade, o que se constitui num desafio, 
que obrigatoriamente leva à uma constante pesquisa por parte dosprofissionais. Tal 
desafio (Gallo, 2001), faz com que os cientistas comecem a explorar as fronteiras 
entre as ciências e a partir dessa exploração se constrói a proposta da 
interdisciplinaridade, numa tentativa de restabelecer as ligações perdidas com as 
especializações. Assim, podemos depreender que a interdisciplinaridade é um 
processo de cooperação e intercâmbio entre as diversas áreas do conhecimento e de 
campos profissionais, que enriquecem a abordagem de um tema, sem privilegiar uma 
disciplina ou outra, pois envolve um trabalho que exige parcerias constantes. Para 
Japiassu (1976, p. 75) 
Estamos diante de um processo interdisciplinar todas as vezes em que ele 
conseguir incorporar os resultados de várias especialidades, que tomar de 
empréstimo a outras disciplinas certos instrumentos e técnicas 
metodológicas, fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises que 
se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los integrarem e 
convergirem, depois de terem sido comparados e julgados. Donde podemos 
 
dizer que o papel específico da atividade interdisciplinar consiste, 
primordialmente, em lançar uma ponte para religar as fronteiras que haviam 
sido estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso 
de assegurar a cada um seu caráter propriamente positivo, segundo modos 
particulares e com resultados específicos. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) criados pelo Ministério da 
Educação em 1998 indicam que a aprendizagem de valores e atitudes deve ser mais 
explorada do ponto de vista pedagógico; e o conhecimento dos problemas ambientais 
e de suas consequências desastrosas para a vida humana é importante para 
promover uma atitude de cuidado e atenção com essas questões, incentivar ações 
preservacionistas (BRASIL, 1998). 
Como se infere da visão aqui exposta, a principal função do trabalho com o 
tema Meio Ambiente é contribuir para a formação de cidadãos conscientes, 
aptos para decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo 
comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, 
local e global. Para isso é necessário que, mais do que informações e 
conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação de 
valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidades e procedimentos. E 
esse é um grande desafio para a educação. Comportamentos 
“ambientalmente corretos” serão aprendidos na prática do dia-a-dia na 
escola: gestos de solidariedade, hábitos de higiene pessoal e dos diversos 
ambientes, participação em pequenas negociações podem ser exemplos 
disso (BRASIL, 1997, p. 25). 
A Educação Ambiental tem contribuído muito para uma nova conscientização, 
levando o homem a ter outros de hábitos e atitudes e sua relação com o ambiente. 
Destacamos ainda que a Educação Ambiental busca a democratização da cultura, do 
acesso e permanência na escola bem como da melhora do nível cultural da população 
para compreender o que é ciência, os avanços científicos e tecnológicos e as 
possibilidades de solução para diversos problemas de nossa época. Loureiro (2004, 
p. 89) compartilha da mesma ideia ao expressar que a Educação Ambiental deve 
possuir um conteúdo emancipatório, onde as alterações da atividade humana, 
vinculadas ao fazer educativo possam conferir mudanças individuais e coletivas, 
locais e globais, estruturais e conjunturais, econômicas e culturais (LOUREIRO 2004, 
p. 89). 
 A ideia expressa por Freire (2000) é a de que temos que assumir o dever de 
lutar pelos fundamentos éticos mais imprescindíveis quanto ao respeito à vida como 
um todo. 
 
...urge que assumamos o dever de lutar pelos princípios éticos mais 
fundamentais como do respeito à vida dos seres humanos, à vida dos outros 
animais, à vida dos pássaros, à vida dos rios e das florestas. Não creio na 
amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos se não nos 
tornamos capazes de amar o mundo. A ecologia ganha uma importância 
fundamental neste fim de século. Ela tem de estar presente em qualquer 
pratica educativa de caráter radical, critico ou libertador. (FREIRE, 2000, p. 
31). 
 Em relação a produção de alimentos in natura Ruscheinsky (2002), sustenta 
ser necessário que a agricultura tenha um caráter mais auto-sustentável e menos 
agressivo à natureza como tem se apresentado a agricultura convencional. Nesse 
sentido a chamada agricultura ecológica é uma alternativa viável e traz muitos 
benefícios aos produtores, aos consumidores e para o meio ambiente como um todo. 
Este tipo de agricultura não utiliza em seu sistema de produção fertilizantes sintéticos 
de alta solubilidade e agrotóxicos, tampouco reguladores de crescimento e aditivos 
sintéticos para a alimentação animal. Na produção ecológica de alimentos é utilizado 
esterco de animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle 
biológico de pragas e doenças. Este sistema procura manter a estrutura e 
produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza. 
Dessa forma, o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE dispõe da 
gestão da alimentação escolar, do Conselho de Alimentação Escolar, das cantinas e 
cozinhas nas escolas e o trabalho dos nutricionistas e da educadora na escola 
(BRASIL, 2010). Assim, o PNAE implantado em 1955, 
 
 ... garante por meio da transferência de recursos financeiros, a alimentação 
escolar dos alunos de toda a educação básica educação infantil, ensino 
médio e educação de jovens e adultos matriculados em escolas publicam e 
filantrópicas. Tendo como objetivo atender as necessidades nutricionais dos 
alunos durante sua permanência em sala de aula contribuindo para o 
crescimento, o desenvolvimento, aprendizagem e o rendimento escolar dos 
estudantes, bem como promover a formação de hábitos alimentares 
saudáveis (CECANE PARANÁ, 2010). 
 
 
 A alimentação escolar por mais incentivada que seja as mudanças que se 
encontra nas cantinas são pequenas, continuando na prática repleta de alimentos 
pobres em vitaminas, como salgados industrializados ou fritos, os campeões de 
consumo pelos estudantes. 
 
 Segundo Magalhães (2003), essa relação direta de consumo de alimentos 
impróprios também contribui para que o comportamento alimentar das crianças não 
seja voltado para produtos mais naturais e saudáveis, pois à ostensiva propaganda 
de produtos industrializados do tipo fast-food é criativa e induz a compra e ao 
consumo. O autor ainda afirma que utilizar a horta escolar como estratégia, visando 
estimular o consumo de feijões, hortaliças e frutas, torna possível adequar a dieta das 
crianças. Outro fator interessante é que as hortaliças cultivadas na horta escolar, 
quando presentes na alimentação escolar, faz muito sucesso, ou seja, todos querem 
provar, pois é fruto do trabalho dos próprios alunos. 
 A autora acredita que as oficinas culinárias para fazer saladas, sopas, 
sanduíches naturais e sucos mistos de vegetais e frutas, são estratégias muito 
eficazes para promover uma melhoria à aceitabilidade desses alimentos, os quais, 
embora muito nutritivos, costumam ser os campeões de rejeição (MAGALHÃES, 
2003). Ademais, levar os alimentos para a sala de aula, tentando, de algum modo, 
transformá-los em elementos pedagógicos, faz com que as crianças participem das 
ações de educação alimentar desenvolvida e não fiquem como meros espectadores 
(MAGALHÃES; GAZOLA, 2002). 
É fundamental que se lance mão da educação ambiental na promoção de uma 
nova cultura alimentar nas escolas, fazendo-os conhecer a importância dos alimentos, 
da higienização desses alimentos, do valor nutritivo, sobretudo despertando gestores 
escolares, pais e alunos para a análise crítica sobre propagandas de produtos 
alimentícios pouco nutritivos, levando-os a consumir aqueles mais nutritivos. 
Isto porque se entende que a merenda escolar assume um papel importante 
na formação da criança, desde que elaboradas por meio de cardápios ricos enutritivos, contribui para uma vida saudável e uma aprendizagem mais eficiente e 
acarreta em uma melhor qualidade de vida e saúde. 
Uma boa alimentação ainda evita doenças causadas pela deficiência ou 
carência de vitaminas das frutas, verduras e legumes em geral, como exemplo as 
hortaliças. Estas tendo, portanto, tratamento complementar através de uma 
alimentação aumentando a imunidade com a ingestão de alho, cebola, rico em zinco, 
legumes de raízes, ácidos graxos Omega-3 legumes de folhas verde-escuras 
(SELEÇÕES, 2002). 
 
Outro tema bastante interessante para as aulas é o reaproveitamento de 
resíduos sólidos, e neste caso sempre surge a lembrança das embalagens com 
diversas possibilidades de reutilização. É instigante também deixar que os alunos 
decidam em que tipo de recipientes as mudas devem ser plantadas: em copos 
plásticos descartáveis, garrafas pet, entre ouitros. Este material pode ser diariamente 
recolhido no balcão, mesas ou das lixeiras da cantina ou mesmo levados de casa 
para a escola. Esta escolha é ótima alternativa quando por alguma razão, não se 
dispõe de saquinhos para mudas. Outra ótima opção é adotar a perspectiva de 
reaproveitamento de resíduos sólidos, pois nas aulas sobre preservação ambiental é 
preciso ser apresentado e debatido o problema dos resíduos sólidos nos recursos 
naturais. Então quando os alunos se deparam com este tipo de problema podem ser 
instigados ou terem a ideia de recolher o material e prepará-lo para plantar as mudas. 
Muitas atividades construtivas podem levar a sensibilização e ao envolvimento 
dos alunos. Por exemplo, colocar em debate um tema ambiental relevante para a 
comunidade escolar ou para o seu bairro, ou a sua cidade, contribuindo assim, para 
aumentar a consciência ambiental das pessoas. Dentre estes temas podemos 
destacar a questão das águas: sua qualidade e a preservação dos recursos hídricos. 
Outros assuntos interessantes são as nossas matas e a necessidade de sua 
preservação; da nossa paisagem e daquilo que podemos definir como natureza 
urbana, contida nas praças, parques e jardins. A questão dos resíduos sólidos, do 
consumismo e desperdício é um tema muito relevante que propicia interesse e ótimas 
participações dos alunos. Ou ainda uma boa proposta seria a associação entre 
História e Natureza no Brasil, apresentando e debatendo as diversas concepções de 
natureza que o Brasil tem produzido e vivido, associando a ligação entre natureza e 
cultura a partir da ideia de que as nossas práticas ambientais estão relacionadas com 
matrizes culturais de povos que se relacionaram conosco ajudando a formar a nossa 
cultura. 
O conjunto destas atividades, tanto na sala de aula convencional, como na 
horta e em atividades extraclasse leva os alunos ao exercício da cidadania, a 
compreender melhor conceitos científicos. Ainda contribui para adquirirem novos 
valores, novas percepções e novas formas de pensar, através do trabalho em equipe, 
da solidariedade, da cooperação, do desenvolvimento da criatividade, do senso de 
responsabilidade, de autonomia e, sobretudo da sensibilidade e de assumir novas 
 
atitudes em relação à busca de soluções para os problemas ambientais (CRIBB, 
2007). 
A questão pedagógica, não é apenas a questão da aprendizagem, mas 
também a dos valores fundadores da ação: humanismo, respeito aos outros, 
democracia, trocas e solidariedade. Portanto, é fundamental que esses valores não 
sejam negados pela prática institucional e/ou por uma pedagogia que não esteja em 
coerência com eles (NOËL-EVEN, 2004). 
A construção de uma outra sociedade mais justa, solidária, pacífica e 
sustentável se apresenta cada dia mais utópica e distante e ao mesmo tempo 
urgente, necessária e pertinente. Assim se multiplicam em todo o mundo os 
espaços de encontro dos anônimos e anônimas que investem seu tempo e 
energia na construção dessa sociedade que não sabermos muito bem como 
será, e de que temos apenas alguns indícios de como queremos que seja 
(REIGOTA, 2004, p. 209). 
 
RELATO DE PRÁTICA 
 
Na formação e no início das atividades na horta escolar, todos podem e devem 
se envolver. Toda a comunidade escolar pode colaborar na limpeza do terreno, na 
formação dos canteiros e com a aquisição das sementes recomendadas pelo 
professor (es) responsável (eis) pela horta, observando à característica do solo, as 
influências climáticas, a facilidade de transplantio, a resistência às “pragas”, enfim, 
aspectos que influenciam no desenvolvimento das plantas. 
 Foi apresentado e discutido com a comunidade escolar temas relativos à 
adubação do solo e ao cultivo de hortaliças. Durante a apresentação, o tema 
“reposição de nutrientes para correção do Ph do solo” foi parte do tratamento da área 
onde faríamos os canteiros. Então, iria programar com o professor de geografia, a 
correção do solo dos canteiros da horta, com orientação de profissionais de 
agronomia da prefeitura. Durante tal ação, questões relativas aos aspectos físicos, 
químicos e biológicos do solo foi levantada verificação sobre o estado geral do solo 
encontrado na área dos canteiros, constatou-se a necessidade de uso de matéria 
orgânica (compostagem ou esterco) para melhorar a qualidade das hortaliças. 
 Através de uma parceria, irá se adquirida, sem qualquer custo para a escola, 
toda à matéria orgânica (esterco) que deverá ser adicionada aos canteiros e 
transporte do adubo orgânico até a unidade. Sabendo antecipadamente, pela 
 
aplicação de uma entrevista não estruturada, que a intenção da escola seria implantar 
uma horta, será aplicado um questionário com pais dos alunos e colaboradores da 
escola, conforme as etapas elaboradas do projeto, será aplicado um questionário: 
mês Abril; correção e preparo do solo: abril; adubação e plantio das sementes: Maio; 
plantio junto com os alunos, trabalhando a educação ambiental: Junho/Julho; colheita 
e consumo, trabalhando a educação ambiental fins de agosto. 
 Durante as fases de análise do solo, preparação e adubação dos canteiros, os 
alunos serão inseridos na nova proposta de reorganização do espaço da horta 
acompanhando, em grupos, e tudo o que será feito. 
Especificamente, seis grupos de alunos, sob a orientação dos acadêmicos e 
com auxílio dos professores e coordenadores da escola, irão sequenciar ao plantio 
das mudas de alface americana, alface crespa, alface roxa, alface lisa, brócolis, 
acelga, couve-manteiga, cheiro-verde e cebolinha e será feito à semeadura de 
espinafre, rabanete e beterraba. Antes da atividade de plantio, no espaço da horta, 
serão apresentadas aos alunos as mudas e as sementes que iriar ser plantadas para 
que pudessem relacioná-las às hortaliças que posteriormente seriam colhidas e 
consumidas. 
 Em sala, serão planejados as datas e os horários de regas dos canteiros, e 
distribuídos entre os grupos de alunos. Todas os alunos que participarão da dinâmica 
receberam uma autorização assinada pelos pais. Os alunos vão ter a oportunidade 
de plantar e semear. Recomenda-se deixar também, um dos canteiros para a 
formação de um minhocário. Para tanto, é oportuno que se adquira uma boa 
quantidade de composto orgânico. Uma parte deste material poderá utilizada também 
na adubação dos canteiros e de jardins, se houver. Na realização da composteira, 
para o tratamento dos resíduos da cozinha, folhas e gramas da poda do pátio, também 
será implantada no pátio das unidades. Para isso, será tratado junto com a 
comunidade escolar assuntos referentes à montagem da composteira, tais como a 
necessidade de aeração, a importância de manter o material sempre úmido e as 
elevadas temperaturas que seriam desenvolvidas pelo composto, além da 
manutenção do formato das leiras que é uma área onde colocamos pedaços madeira 
velha formando cocho, dento colocamos as folhas, gramas etc., para decomposição 
e finalmente o adubo orgânico. Coleta seletiva de garrafas será utilizada para bordas 
decanteiro e vasinhos decorados para plantar as mudas. 
 
Na realização da atividade, será explicado aos alunos que serão os 
responsáveis pelo cuidado da horta. Será comentado em detalhes qual a importância 
das plantas, e por que não se pode arrancá-las. Apesar do grande interesse dos 
alunos pelo desenvolvimento das hortaliças, não ser possível acompanhar mudanças 
destas plantas como florescimento e frutificação, isso devido às botânicas e partes 
preferenciais de consumo (apenas folhas, raízes) porque alguma delas precisão de 
tempo maior para crescimento até que possam ser colhidas como outros tipos de 
plantas como por exemplo: limão, caju. 
Se o espaço destinado a formação da horta for provido de árvores e estas 
estejam muito cheias ou muito altas, providencia-se uma poda de adequação das 
mesmas para possibilitar maior entrada de sol e facilitar o bom desenvolvimento dos 
legumes, verduras e das plantas ornamentais. Caso sejam árvores frutíferas e tiverem 
frutos, estes podem ser distribuídos aos alunos ou encaminhados ao restaurante do 
colégio e servidos como sobremesa. 
Na época de colheita, as hortaliças devem ser distribuídas aos alunos como 
um estímulo a eles e aos responsáveis pelo trabalho desenvolvido. Além da produção 
e distribuição de hortaliças, duas outras atividades são interessantes, a saber, a 
realização de uma feirinha para que seja vendida parte da produção e a outra é a 
produção de plantas ornamentais destinadas a organizar os jardins ou jardineiras e 
posteriormente, se for possível, as mudas podem ser colocadas à venda para a 
comunidade escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Aulas e atividades numa horta escolar, envolvendo os conhecimentos da 
Educação Ambiental, significa na concepção de Oliveira (2004) um modo diferente de 
reinventar o fazer pedagógico, através da criação cotidiana de uma alternativa 
curricular emancipatória, cujo resultado vai ao encontro da ideia de uma educação 
para a (e na) cidadania onde podemos compreender melhor que cada um de nós se 
forma enquanto uma rede de sujeitos, e sendo assim, a fragmentação tanto dos 
saberes quanto das dimensões da vida, tanto não faz sentido como prejudica a 
formação (PACHECO, 2004; OLIVEIRA, 2004, APUD CRIBB, 2007). 
A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo que 
possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação 
ambiental e alimentar, unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no 
processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do 
trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos. Pode ser 
observado nesse trabalho, que vai desenvolve um papel bastante importante, 
auxiliando a comunidade escolar no planejamento, execução e manutenção das 
hortas, levando até ela princípios de horticultura orgânica, compostagem, formas de 
produção dos alimentos, o solo como fonte de vida, relação campo-cidade, entre 
outros. 
Ao cuidar da horta os alunos adquirem novos valores e novas formas de 
pensar, através do trabalho em equipe, da solidariedade, das práticas do cuidar, da 
cooperação. Também desenvolvem o senso respeito e de responsabilidade, de 
autonomia e da sensibilidade em compreender que os ciclos ecológicos estão 
presentes na vida de todos os seres vivos e estes precisam de respeito, atenção e 
cuidado. Em aulas com este perfil observa-se que a educação ambiental além de 
estar presente nos projetos pedagógicos pode e deve ser abordada em todos os 
segmentos escolares envolvendo todas as disciplinas. Uma Educação Ambiental que 
não se volte tão somente para a dimensão ecológica, mas que estabeleça 
profundamente a conexão com a questão social. 
Com essa proposta implementada na escola, espera-se alcançar ganhos 
positivos com resultados esperados e que serão alcançados, através de mudanças 
 
alimentares e consumo diário pelos alunos. Percebe-se, portanto, que é notório que 
a horta contribui para um ensino e aprendizagem, tanto para inserção ao consumo 
das hortaliças como para uma consciência ambiental e sustentável, cabendo ao 
educador buscar informações especificas e mãos à obra. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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Nacional de Educação Ambiental. MMA/MEC, 1999. 
 
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