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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
 
UFPB/2023.1 – Prof. Dr. Martinho Guedes dos Santos Neto
História do Brasil III Resenha crítica de conteúdo Data: 22/10/2023 2ª 
avaliaç
Identificação do texto/obra: 
CHALHOUB, Sidney. Trabalho, Lar e Botequim: O Cotidiano dos Trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque.
São Paulo: Editora Brasiliense, 1986. 367 p.
Identificação do autor do texto/obra: 
Sidney Chalhoub nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, no ano de 1956. Sidney Chalhoub é um 
historiador e professor universitário, realizou sua graduação em História na Lawrence University, EUA, obteve seu 
mestrado na Universidade Fluminense e seu doutorado na Universidade Estadual de Campinas, ambos no campo 
da História Social. Chalhoub, teve como influências em suas obras renomados movimentos como Escola dos 
Annales e também área de História Social do Trabalho, ainda, possui conhecimento e se baseia na sociologia, 
antropologia quando fala em questões sociais e culturais em suas monografias.
Atualmente, Sidney Chalhoub, renomado autor e professor, lecionou na Universidade Estadual de Campinas, 
e também é professor no departamento de História em Harvard, EUA. Chalhoub, é prestigiado pelas suas 
contribuições acadêmicas sobre história sociocultural do Brasil, usando sua perspectiva em questões de classe, 
trabalho e em resistências. Foi autor de três obras de renome e muito popular entre a academia publicadas por ele 
como, por exemplo: “Visões da Liberdade: Uma História das Últimas Décadas da Escravidão na Corte” (1990), 
“Cidade Febril: Cortiços e Epidemias na Corte Imperial” (1996) e “História dos Tempos Presentes: Encontros e 
Desencontros na História” (2013), sendo esse ultimo, uma obra coletiva.
A sua pesquisa acadêmica evidencia um engajamento com a análises investigativas e rigorosas quando se 
trata de um aprofundamento nos contextos culturais, sociais e também na parte econômica na historiografia 
brasileira. Os feitos que o autor ocasionou decorrente a suas publicações se tornaram notáveis no campo 
acadêmico, se tornando um dos principais historiadores do país no campo do estudo da História Social do Trabalho, 
fazendo assim, que suas contribuições nessa área se tornem marcantes e que consigam impactar o leitor. Seus 
trabalhos renomados, incluindo o livro “Trabalho, Lar e Botequim” (1986), dispõe de percepções valiosas sobre o 
cotidiano da classe trabalhadora na zona urbana, analisando assim as vivências e as resistências enfrentadas, 
como também os processos culturais e as lutas dos sindicatos, Chalhoub, executa um fator crucial no campo dos 
estudos das histórias sociais envolvendo o trabalho no Brasil, realizando uma certa influência em uma geração de 
novos historiadores e acadêmicos que virão a se interessar por esta área de conhecimento.
Descrição o conteúdo do texto/obra: 
O livro é dividido em quatro tópicos: introdução e três capítulos. A introdução do livro “Trabalho, Lar e 
Botequim”, do autor Sidney Chalhoub, nos traz uma perspectiva que engloba todo o contexto social e histórico que 
modificou o Distrito Federal, atual Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, na passagem final do século XIX para 
início do XX. Chalhoub, enfatiza no período citado, como o Rio de Janeiro se encontravam em um momento de 
transição, onde ocorreram maciças e numerosas reformas urbanas na capital, econômicas e políticas, sendo esta 
última uma dos motivos mais marcantes para o seu livro de caráter jornalístico investigativo analisar todo o 
processo de modificação da sociedade pobre como também das classes mais abastadas que ali predominava 
durante o período da Primeira República no Brasil. O autor consegue expor em sua introdução dando certa ênfase 
ao contexto da Belle Époque carioca, onde esse contexto trazia consigo incertezas e inseguranças, como também 
distinções no quesito social em que a capital estava inserida, um processo rápido de modernização tanto na 
urbanização como na industrialização ocasionou para a classe trabalhadora problemáticas como também 
reformulou o seu cotidiano. A estrutura temática que Sidney Chalhoub defende em sua tese está inserida em três 
pilares centrais no texto que vem a sentido a sua obra: trabalho, lar e botequim. A argumentação de que os 
elementos citados foram cruciais para desempenhar papéis de edificações na identidade social de uma classe 
subalterna e em sua fisionomia cultural, a classe trabalhadora. Chalhoub, adentra seu livro com temáticas que se 
conectam e se complementam, consegue fornecer um panorama da rotina dos operários cariocas servindo como 
uma base estável a fim de garantir ao leitor a compreensão dos processos sociais e culturais durante a Belle 
Époque no centro do Brasil, Rio de Janeiro.
No primeiro do capítulo do livro intitulado como “Sobrevivendo”, o autor aborda com precisão conflitos que 
envolvem a questão da moradia e do material, o capítulo consegue exemplificar com exatidão que várias 
indagações sobre o quesito habitação, sendo o palco de vários conflitos e discussões durante a modernização do 
Rio de Janeiro. Neste capítulo, Chalhoub, debate sobre questões de rivalidades não só no contexto de moradias, 
mas também no mercado de trabalho, vale ressaltar que durante a Belle Époque, o Distrito Federal, se encontrava 
com mãos de obras a perder de vista, pois tanto os Não-brancos se encontravam atrás de emprego, como também 
os imigrantes recém-chegados à capital.
No segundo capítulo do livro, intitulado como “Amando”, o autor aborda os relacionamentos das mulheres e 
dos homens desprevenidos, família e seu cotidiano social. Essa análise das relações da população consegue expor 
as divisões dos espaços, seus princípios que guiavam suas relações pessoais, e as relações entre diversas famílias 
diferentes nos subúrbios do Rio de Janeiro. Neste capítulo, o autor busca analisar o processo de sociabilidade e 
relações entre os homens e mulheres pertencentes a classe trabalhadora do rio de Janeiro durante a Belle Époque, 
Chalhoub, evidencia que os espaços urbanos, e em especial o Botequim, um dos três pilares na execução desse 
livro, efetuaram papéis de grande importância na elaboração de conexões dos homens e mulheres, a raça e o 
gênero se encontram presente, pois o Botequim exercia um espaço para as relações amorosas de diferentes 
classes sociais, fazendo com que contexto social se mescle em uma esfera inserida naquele cotidiano.
Além do mais, este capítulo evidencia os desafios das mulheres trabalhadora em um cotidiano dominado por 
homens, o autor analisa como o feminino se portava diante dos expressivos desafios que tomavam conta do seu 
dia a dia, e aborda também questões de relacionamento dentro desse contexto machista que o Rio de Janeiro 
estava inserido. Em suma, o segundo capítulo “Amando” do autor Sidney Chalhoub consegue destacar com clareza 
questões envolvendo o convívio, a moradia, relacionamentos amorosos, questões de raça, gênero, trabalhista e de 
sociabilidade significativas exercida pela população carioca durante a Belle Époque que tomava conta da “Cidade 
Maravilhosa”.
O último capítulo do livro, intitulado como “Matando o bicho e resistindo aos menganhas”, o autor aborda as 
normas e condutas que foram definidas distante da classe assalariados do Rio de Janeiro, porém houve uma 
apropriação desta no quesito relação do homem e da mulher das classes abastadas. Chalhoub, consegue 
exemplificar que as relações do trabalho para as mulheres da classe operária era mais facilitadora para que a 
mesma pudesse ser sustentada por ela mesma, e as mulheres burguesas não pudessem dispor de tal circunstância. 
Ainda no mesmo capítulo, podemos notar, o apagamento de raças, o preto e mulato viviam em condições 
subalternas no campo do trabalho, vale ressaltar que, o Rio de Janeiro estava passando por modificações, e houve 
o encorajamento para migraçõeseuropeias para cidade a cerca de branquear os espaços, ocasionando assim a 
competitividade na mão de obra carioca. 
Portanto, neste último capítulo o autor busca analisar as questões envolvendo a resistência dessa classe 
trabalhadora e as lutas sindicais que estavam ocorrendo em pró do bem comum para a classe trabalhadora que era 
devidamente explorada por partes dos empregadores no quesito mão de obra, uma vez que na época estuda as 
normas gerais e leis trabalhistas ainda se encontravam ausentes ou quase não existiam. O título do capítulo faz jus 
a referências ao cotidiano da classe trabalhadora e suas atividades “Matar o Bicho” (obter o provento) e “resistir 
aos meganhas” (desafiar os que tentavam de forma brutal explorar o trabalhador), Chalhoub, fornece a essencial 
do botequim como um espaço para a concentração de classe operária, como eles poderiam se comunicar através 
dos seus depoimentos, e ocasionando assim uma resistência política, uma vez que a sociabilidade surgia, as 
estratégias surgia em paralelo com os ideais dos trabalhadores e contra abusividade dos empregadores e das 
autoridades.
Estrutura do texto/obra: 
O livro “Trabalho, Lar e Botequim: O cotidiano dos trabalhadores no Rio de Janeiro da Belle Époque” do 
renomado autor Sidney Chalhoub foi publicado pela editora Brasiliense em 1986. Este trabalho teve como 
referência a primeira edição do livro publicado em 1986, porém, houve uma segunda edição no ano de 2001 para 
atualizar a obra que já havia saído de catálogo. O livro é dividido em tópicos que contam de forma clara como 
funcionava o cotidiano do Rio de Janeiro, como funcionam as questões de moradias, de trabalho, e como os 
botequins eram palco de discussões sobre a vida política da capital, a política é um fator intrínseco na obra 
elaborado pelo Chalhoub.
A obra do autor oferece com detalhes profundos a vida da classe operária da zona urbana do Rio de Janeiro 
durante as modificações do século XIX para o século XX, uma transição de período essencial na história brasileira. A 
obra analisa com exatidão o dia a dia das pessoas que transitam pela capital, realçando o valor do trabalho, do lar 
e também dos botecos por onde se concentravam a classe trabalhadora pós-expediente, tudo isso realiza uma 
construção de identidade sociocultural para os cariocas durante a Belle Époque. Chalhoub, examina a 
complexidade dos relacionamentos envolvendo os componentes que dão nome a sua obra, esclarecendo que os 
botequins foi o palco de diversos debates sobre políticas do cotidiano, criando um laço de sociabilidade onde todos 
os trabalhadores se reuniam para debater todas as questões que os envolvem de maneira indireta e direta no 
quesito social, político e cultural que o Rio de Janeiro estava inserido.
O autor procura passar ao leitor crítico uma gama de experiências sobre as classes trabalhadoras durante 
aquele período de modernização do Rio de Janeiro estava passando, revela as lutas que ocorrem entre as 
populações a fim de buscar boas condições de moradia e trabalho, dando ênfase também a solidariedade que os 
desprovidos se ajudavam mutuamente, fazendo que ocorra uma estratégia de sobrevivência como o primeiro 
capítulo aborda. Chalhoub, busca também expor as questões sub-humanas no trabalho que exerciam a mão de 
obra, a competitividade entre os pretos e mulatos contra os imigrantes europeus, expondo as questões de 
segregação racial que a capital estava submersa, uma vez que estavam em curso o branqueamento da cidade, 
entretanto, os trabalhadores não-brancos desenvolveram uma resistência contra esse tipo de segregação, uma vez 
que as moradias eram um lar coletivo, onde ambos podiam esta se ajudando para sobreviver, portanto, Chalhoub, 
busca expor como o trabalho, o lar e boteco se tornou pilares fundamentais na identidade dessa população 
subalterna, e como isso ocasionou a construção de uma identidade da classe trabalhadora no Distrito Federal.
Por conseguinte, o foco da obra consegue evidenciar bem o que o autor nos deseja passar, ele busca por 
meio de documentos na história, e arquivados em instituições públicas relatos que ocorreram durante a Belle 
Époque, o teor investigativo de Chalhoub consegue transcrever para o papel o cotidiano dos trabalhadores em uma 
época que ausência de regulações no setor de mão de obra, nas políticas públicas para o saneamento em lugares 
insalubres, muitas das vezes lares desses trabalhadores, a falha irresponsável por parte das autoridades se 
encontra presente de forma indireta nos três capítulos do livro, portanto, o panorama abrangente dos processos 
urbanos e sociais durante a Belle Époque se torna o foco narrativo de Chalhoub, uma abordagem interdisciplinar 
faz destaque em toda sua obra, o papel da classe trabalhadora, a vida doméstica e como no final da tarde os 
botequins se tornam um palco para a criação de uma identidade social através dos desabafos de uma classe tão 
menosprezada e largada.
Perspectiva teórica do texto/obra: 
A perspectiva teórica do livro “Trabalho, Lar e Botequim” do autor Sidney Chalhoub é possuída por 
influências no campo da história social e cultural, Chalhoub, adota para si uma abordagem interdisciplinar, mesclar 
os elementos históricos, antropológicos e sociológicos para conseguir examina as complexidades das classes 
trabalhadoras do Rio de Janeiro durante o processo de urbanização e industrialização no período da transição do 
século XIX para o século XX. O autor está inserido em obras influenciadas pelos movimentos da Escola dos Annales 
e também no campo da História Social do Trabalho, que através das décadas se fixou como norte para pensadores 
e pesquisadores no ramo da historiografia brasileira.
Chalhoub, busca obter em suas abordagens, a exposição dos processos culturais, a convivência do cotidiano, 
e como pode tirar dali as experiências, a fim de analisar por exatidão os elementos que modificaram e criar uma 
resistência das classes trabalhadoras durante a Belle Époque, no Rio de Janeiro. Além do mais, Chalhoub consegue 
agregar em seu ponto de vista a história do presente, analisando o passado, e como ambos conseguem se 
relacionar, uma vez que o passado não se encontra tão distante do presente como percebemos no contexto dos 
relatos examinados pelo autor, quando o livro foi publicado e até os dias atuais.
Principais teses desenvolvidas no texto/obra1: 
O livro “Trabalho, Lar e Botequim” do autor Sidney Chalhoub atinge o alvo para apresentar as inúmeras teses 
intrínsecas dentro de sua obra, o autor consegue de maneira lúdica e clara fazer a compreensão da vida da classe 
trabalhadora no Rio de Janeiro na transição dos séculos XIX para o XX. 
Uma das principais teses do livro é a compreensão dos três pilares que dão nome a sua obra: Trabalho, Lar e 
Botequim, como esses três elementos conseguem formar uma análise congruente para a defesa de sua tese de 
que ambos conseguiram forma uma identidade e caráter social e cultura crucial na formação do trabalhador 
carioca durante a Belle Époque, dando ênfase na luta e resistência dessa classe contra os abusos e descasos 
sofridos pelas normas e condutas das autoridades, Chalhoub, exemplifica o papel dos botequins como um espaço 
essencial para a criação da sociabilidade política, onde os trabalhadores se reuniam a fim de exercer o papel crítico 
e discutir questões sociais que enfrentavam e questões culturais que estavam emergindo.
A outra tese analisando no livro de Chalhoub é abordagem do autor, exercendo uma interdisciplinaridade 
mesclando os campos históricos, sociológicos e antropológicos, o autor realiza este feito a fim de compreender a 
complexidade nos convívios entre raça, classe e gênero durante a modernização do Rio de Janeiro. A importância 
das teses elaboradas por Sidney Chalhoub se tornam essenciais para o campo da história social do trabalho, 
agregando novos estudos sobre o cotidiano do Brasil durante a República Velha, além disso, enriqueceo campo da 
antropologia a fim de esclarecer as relações de convívios entre as classes trabalhadoras e as classes abastadas do 
1 Quero lembrar que o professor responsável pela disciplina de História do Brasil III, tem a assinatura de programas caça-plágio e 
programas que identificam a utilização da IA. Portanto, trabalhem de forma pessoal e individual. 
Rio de Janeiro.
Chalhoub, aborda suas teses reunindo os conceitos da ciência social, envolvendo todos os personagens de 
uma sociedade que foi o Rio de Janeiro durante a Belle Époque, o autor dispõe de análises investigativas retiradas 
de acervos públicos durante a publicação de sua obra. A tese central que envolve o Trabalho, Lar e Botequim traz 
consigo elementos que mesclam contextos sociais, e que por si só se complementam nas esferas da história, 
sociologia e antropologia, o valor desta obra fomenta a interdisciplinaridade, que se sobressai durante a leitura de 
seu livro.
Reflexões críticas sobre o texto/obra e implicações: 
A obra “Trabalho, Lar e Botequim” do autor Sidney Chalhoub consegue retratar o cotidiano em um período 
de transição durante queda do Império ao início da República, analisando a questão do cotidiano carioca, vale 
voltar um pouco no passado e tentar entender como a vida no Rio de Janeiro veio a se tornar um desconcerto com 
todas às mudanças que o espírito republicano estaria trazendo para a capital do país.
A sociedade vigente da Primeira República absorveu a polêmica de reestruturar as normais morais do 
trabalho, com o fim da escravidão em 1888, o trabalho passa a ter uma função assalariada e de fato precisaria ter 
regulamentações a fim de supervisionar a mão de obra que estaria surgindo após o fim do trabalho escravo, coisa 
que durante o Império, era um desprestígio tal função, nota-se que as classes dominantes não contavam com a 
superação dos não-brancos em uma escala da sociedade, afinal, a capital estaria passando por um processo de 
branqueamento, e tal grupo de pessoas eram vistas como preguiçosos e desfavorecidas de assistência pelas 
autoridades. Durante esse período do século XIX para o século XX, o Rio de Janeiro veio a se tornar palco de 
diversas transformações na estrutura da cidade, a urbanização, industrialização, o saneamento foi ampliando 
decorrente aos efeitos da Belle Époque, a arquitetura da cidade foi completamente remodelada conforme os 
princípios franceses e a Europa em si, houve o surgimento da imprensa, fotografia, ou seja, o rio de janeiro se 
encontrava sendo modificado às pressas pelos avanços da sociedade republicana, os jornais espalhavam a 
modernização da cidade, mas onde ficavam as classes trabalhadoras nestas evoluções feitas nesta transição?
A classe trabalhadora começa a desordenar-se conforme a população dos desprovidos aumentava com o 
passar dos dias, vale ressaltar que com a abolição da escravatura, os libertos começaram a migrar para os centros 
urbanos advindos das áreas rurais, Chalhoub, relata que além da migração dos libertos, houve também a imigração 
de europeus para a capital, todos em busca de apenas uma única coisa: trabalho. Essa procura por trabalho, 
ocasionou assim o aumento na procura de moradias, as reformas administradas por Pereira Passos, então prefeito 
do Distrito Federal, queria apagar os laços monárquicos da cidade considerada atrasada, e reconstruir uma cidade 
diferente dos antigos valores e transformar numa cidade civilizada durante a Belle Époque.
Este processo de reformas de Pereira Passos ocasionou o despejo de famílias de seus lugares, muita das 
vezes considerada insalubre mediante à supervisão das autoridades, a classe trabalhadora que na maioria se 
encontrava inserida na pobreza, teve que se readaptar mediante as circunstâncias a eles estabelecidas, através 
dessas reformas, e a garantia de empregos no setor civil, ocasionando o aumento da mão de obra, Chalhoub 
tentará analisar com exatidão o contexto trabalho e lar, e posteriormente Botequim, pois neste último, o 
trabalhador se dispõem a desabafar sobre o contexto que a “Cidade Maravilhosa” estava passando, o botequim era 
um lugar de onde viriam a se tornar símbolo de resistência contra autoridades e as normas estabelecidas, sendo 
assim, podemos analisar a semelhança de ideias do autor Sidney Chalhoub e o autor francês Michel Foucault sobre 
a questão do poder e da resistência retratada em seu livro “Microfísica do poder” publicado no ano de 1979, e 
como os botecos exerceram um papel crucial para a classe trabalhadora ao ponto de desafiar normas e condutas 
impostas.
Chalhoub, através de sua perspectiva consegue abordar teoria de uma era pós-colonial, a obra do autor 
consegue expandir para diversos conteúdos interdisciplinares, o autor trata das questões de raça e colonialismo no 
Brasil, o livro do autor fornece ao leitor um gama de assuntos complexos que abordam as relações entre classe, 
raça e gênero, e ainda consegue realizar uma análise de forma crítica sobre o processo de relações pós-colonia. 
Portanto, em uma última reflexão sobre o texto, o autor dispõe de um enriquecido material para realizarmos uma 
análise bastante crítica, pois o conteúdo trazido pelo autor proporciona a importância da compreensão da 
convivência dos trabalhadores na zona urbana do Rio de Janeiro e seus desafios diários, como também garante ao 
leitor o aprimoramento interdisciplinar nas áreas históricas, sociológicas e antropológicas.
Estruturação do conteúdo do texto/obra na sala de aula: 
“Trabalho, Lar e Botequim” dispõe de um acervo rico em material que pode ser trabalhado em sala de aula, 
ocasionando assim uma conexão com os alunos ao mundo da história, sociologia e da antropologia, pois o 
conteúdo do livro do autor Sidney Chalhoub permite a interdisciplinaridade ocorra em sala de aula, fazendo que 
haja um enriquecimento do aprendizado dos estudantes para diversos campos da aprendizagem, a obra escrita por 
Chalhoub, tem vasto conteúdo que permite o aluno transitar no conhecimento da área e compreender as 
problemáticas sociais no Brasil.
O livro se torna um caminho excepcional para ensinar aos alunos a história sociocultural do Brasil durante a 
República Velha nos séculos XIX para o século XX, o material lúdico do autor procura exemplificar como a classe 
trabalhadora viviam nas áreas urbanas e como se relacionavam, explorando a temática do trabalho, a vida dentro 
de casa e fora, e sobre a cultura popular dos cariocas durante esse período. A abordagem interdisciplinar do autor 
ocasiona a integração dos assuntos como história, sociologia e antropologia, fazendo com que os alunos consigam 
navegar por diversas camadas do conhecimento aprendendo o assunto trata no livro de Chalhoub, os estudantes 
estariam encorajados a analisar diferentes perspectivas teóricas, como teorias que envolvam o poder e resistência 
como é abordado pelo pensador Michel Foucault.
A obra possui também uma gama de conhecimento sobre resistências e lutas pós-coloniais, após o fim do 
Império e a libertação dos escravizados, a população negra continuou sendo subalternas e marginalizada durante 
todo o processo após Império e início da República, o livro tem caráter didático, pois consegue defender a ideia que 
os Botequins eram lugares de resistência e concentração das classes trabalhadoras pobres, negras e mulatas para 
tratar e debater questões voltadas à política e a cultura que estava ocorrendo com a modernização do país, em 
especial no rio de Janeiro, onde essa narrativa se passa, criando assim, uma rede sociabilidade que emergiu com o 
avanço da urbanização e industrialização da capital, a abordagem de Chalhoub consegue fornecer para o debate 
em sala de aula a relação do presente com o passado da Belle Époque, como as condições da classe trabalhadora 
ainda podem remontar algo tão contemporâneo em nossa sociedade, e como as práticas do passado ressoam no 
presente quando falamos de história social do trabalho.
Os espaços queos botequins ofereciam a classe trabalhadora pode ser trabalhado como dito anteriormente, 
um laço de sociabilidade e resistência, esses espaços executaram ações na obra do autor Sidney Chalhoub, a 
temática desses espaços trazidos por Chalhoub faz com que os alunos entendam questões sociológicas, e debatam 
e discutam sobre o campo da sociabilidade dessa sociedade, os alunos assim conseguiram enxergar nestes lugares, 
espaços de caráter político e cultural, e assim conseguiram enxergar nos botequins um local de resistência na 
historiografia brasileira, uma vez que diversas resistências de raças e de gênero se encontram presente na história 
deste país, sendo assim, os alunos conseguiram entender e compreender os avanços que a sociedade 
contemporânea pode desfrutar, analisando as lutas que ocorreram no passado e que ainda ressoam de certa forma 
em várias camadas da sociedade, principalmente, as camadas subalternas que ainda vivem em condições precárias 
e desumanas.
Assinatura e identificação do(a) autor(a) da resenha crítica: 
Mattheus De Luccas Silva Da Cunha, graduando em Licenciatura em História pela Universidade Federal da Paraíba, 
matrícula: 20190147331.

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