Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
CEFALEIAS CLASSIFICAÇÃO 
PRIMÁRIAS 
Dor NÃO DECORRE DE OUTRA DOENÇA SUBJACENTE 
(ex.: sinusite, dengue, tumores). As mais importantes são: 
• Enxaqueca ou migrânea 
• Cefaleia tipo tensão 
• Cefaleia em salvas 
SECUNDÁRIAS 
Decorrem de alguma CONDIÇÃO CLÍNICA (maioria simples). 
São situações nas quais dor de cabeça faz parte dos sintomas, 
mas não é a única consequência. 
Exemplos: sinusites, distúrbios da ATM, IVAs, meningites, 
TCE, malformação arteriovenosa etc. 
 
ANAMNESE 
Mais de um tipo de cefaleia pode estar presente, detalhar 
cada tipo e focar na que apresenta maior impacto na vida da 
pessoa. 
RELACIONADAS AO TEMPO 
• Por que BUSCOU ATENDIMENTO agora? 
• O INÍCIO é recente? Quão recente? 
• Início SÚBITO ou INSIDIOSO 
• IDADE da primeira crise 
• PERIODICIDADE (número de crises por mês, por 
semana): Contínua? Episódica? 
• Tempo de DURAÇÃO da crise (minutos, horas, dias) 
RELACIONAS A CARACTERÍSTICAS 
• INTENSIDADE da dor 
Leve: não atrapalh0a as atividades rotineiras 
Moderada: dor mais intensa, que atrapalha as 
atividades rotineiras, mas não impede sua realização 
Forte: dor que impede o indivíduo de prosseguir 
com atividades rotineiras, muito forte ou 
excruciante 
• TIPO da dor (latejante, pulsátil, aperto, pontada, 
pressão) 
• LOCALIZAÇÃO e IRRADIAÇÃO da dor 
(holocraniana, hemicraniana, bitemporal, nucal). 
Localização exata na cabeça e se é sempre no 
mesmo lugar ou muda conforme a crise 
• SINTOMAS ASSOCIADOS (náusea, vômitos, 
fonofobia, fotofobia, sintomas prodrômicos, 
sintomas de aura) 
• 
RELACIONADAS A CAUSAS 
• Fatores PREDISPONENTES ou 
DESENCADEANTES? 
o Estresse 
o Privação de sono 
o Jejum prolongado 
o Álcool 
o Cafeína 
o Período menstrual 
o Uso de medicamentos 
o Tipos de alimentos ou outros 
• Fatores de MELHORA e de PIORA (perguntar, 
principalmente, sobre atividades rotineiras, como 
andar) 
• HISTÓRIA FAMILIAR de cefaleia similar 
RELACIONADAS À RESPOSTA 
• O que o indivíduo faz DURANTE A CRISE 
• IMPACTO nas atividades de vida (trabalho, lazer, 
vida familiar) 
• Quais MEDICAÇÕES a pessoa usa e já usou? Com 
qual frequência? 
RELACIONADAS AO ESTADO DE SAÚDE ENTRE AS CRISES 
• Apresenta-se bem entre as crises ou apresenta 
SINTOMAS RESIDUAIS OU PERSISTENTES 
(diários)? 
• Quais IDEIAS, SENTIMENTOS, EXPECTATIVAS E 
MEDOS em relação às crises de cefaleia e suas 
causas? 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
2 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
EXAME CLÍNICO 
Objetivo principal: exclusão de causas secundárias. 
• INSPEÇÃO DE FACE, ORELHAS E CRÂNIO: 
afastar herpes-zóster no couro cabeludo, na face ou 
na orelha externa 
• HIPEREMIA OCULAR: glaucoma ou cefaleias em 
salvas 
• OROSCOPIA: IVAs, amigdalites purulentas ou 
secreção retrofaríngea sugestiva de sinusite 
• PALPAÇÃO DOLOROSA DA REGIÃO TEMPORAL: 
arterite temporal (artérias dolorosas), cefaleia tipo 
tensão com dor pericraniana 
• PONTOS-GATILHO OU CONTRATURAS 
MUSCULARES LOCALIZADAS: síndromes 
miofasciais do pescoço ou ombros (podem causar 
cefaleia, em geral, nucal) 
• Se sinais de FEBRE OU COMPROMETIMENTO 
SISTÊMICO, testar a rigidez de nunca e inspecionar 
a pele à procura de petéquias. 
EXAME NEUROLÓGICO: busca de déficits focais 
• ESTADO MENTAL: nível de consciência normal, 
deprimida ou hiperalerta 
• Exames dos PARES CRANIANOS 
o I: olfatório 
o II: Óptico – acuidade e campo visual 
o III e IV: Reflexo pupilar 
o V: Trigêmio: sensibilidade facial, reflexo 
corneano, teste motor facial e simetria 
facial 
• EXAME MOTOR: prova dedo-nariz, rebote 
• EXAME SENSORIAL: Romberg 
• REFLEXOS: Babinski 
 
• SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA : a rigidez de 
nuca pode estar associada à meningite ou 
hemorragia subaracnóidea 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Não é necessário exame de imagem em cefaleias primárias 
com exame neurológico normal (B). No geral, A 
NEUROIMAGEM NECESSÁRIA se: 
• Alteração ao exame neurológico (B) 
• Cefaleia aguda de intensidade muito forte 
• Mudanças no padrão de cefaleia preexistente, com 
↑ frequência e intensidade 
• Piora com manobra de Valsalva, despertar noturno, 
cefaleia de início recente em idosos ou piora 
progressiva (C) 
Sem evidências para superioridade da RM à TC de crânio 
como investigação inicial 
SINAIS DE ALERTA E CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS A 
CAUSAS SECUNDÁRIAS 
Podem apontar para a necessidade de INVESTIGAÇÃO 
LABORATORIAL E DE IMAGEM NA EMERGÊNCIA 
 
HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA: INÍCIO AGUDO OU SÚBITO, 
PRIMEIRA CEFALEIA OU A PIOR “DA VIDA”
DISSECÇÃO DE CARÓTIDAS: INÍCIO SÚBITO, ASSOCIADO A DOR 
CERVICAL E A ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS
MENINGITE E/OU ENCEFALITE E OUTRAS DOENÇAS 
INFECCIOSAS: FEBRE, MIALGIAS, PETÉQUIAS, CONFUSÃO 
MENTAL, RIGIDEZ DE NUCA.
INTENSIDADE MUITO FORTE EM POUCO TEMPO APÓS O SEU 
INÍCIO, EVOLUÇÃO INSIDIOSA E PROGRESSIVA, COM ÁPICE EM 
POUCOS DIAS
ESTADO DE MAL MIGRANOSO: CRISE DE MIGRÂNEA COM > 72 
HORAS, REFRATÁRIA AO TRATAMENTO
HATOMAS SUBDURAIS OU EXTRADURAIS: INÍCIO APÓS 
TRAUMA DE CRÂNIO RECENTE 
PACIENTE COM HIV/AIDS COM PADRÃO NOVO DE CEFALEIA 
OU ALTERAÇÃO EM EXAME DE IMAGEM COM LESÃO 
EXPANSIVA COMPATÍVEL COM TOXOPLASMOSE
PADRÃO NOVO DE CEFALEIA EM PACIENTE COM HISTÓRIA 
RECENTE/ATUAL DE NEOPLASIA OU DISCRASIAS SANGUÍNEAS
ARTERITE TEMPORAL: PADRÃO NOVO DE CEFALEIA INICIADA 
EM PACIENTE COM > 50 ANOS, COM DOR A PALPAÇÃO E 
EDEMA DA ARTÉRIA TEMPORAL SUPERFICIAL, MIALGIAS E/OU 
↑ VSG 
EDEMA DE PAPILA NO EXAME OFTALMOSCÓPIO
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
3 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
SINAIS E SINTOMAS DE ALERTA QUE NECESSITAM DE 
EXAME DE NEUROIMAGEM 
RNM OU TC DE CRÂNIO SEM CONTRASTE , quando 
disponível na APS 
 
CEFALEIA DO TRIGÊMEO AUTONÔMICA 
• Intensidade forte ou muito forte 
• Curta duração 
• Unilateral 
• Em geral periorbitária ou temporal associada a pelo 
menos 1 dos seguintes 
o Hiperemia conjuntival e/ou lacrimejamento 
ipsilateral 
o Congestão nasal e/ou rinorreia ipsilateral 
o Edema palpebral ipsilateral 
o Sudorese frontal e facial ipsilateral 
o Miose e/ou ptose ipsilateral 
o Sensação de inquietude ou agitação 
• Idealmente avaliada em conjunto com o 
neurologista 
ENXAQUECA X CEFALEIA TENSIONAL 
 
ENXAQUECA OU MIGRÂNEA 
o 6ª condição crônica mais prevalente a 2ª maior 
causa de incapacidade. 
o ¾ dos casos acometem mulheres, pp entre 30 a 50 
anos. 
ESTÁGIOS 
Crise de enxaqueca se apresenta em até 5 estágios 
 
PRÓDROMO (OU SINTOMAS PREMONITÓRIOS)
•ATÉ 24H ANTES DO INÍCIO
• INCLUEM: ALTERAÇÕES DE HUMOR, IRRITABILIDADE, ANOREXIA, 
NÁUSEAS, BOCEJO, COMPULSÃO POR ALIMENTOS, DIFICULDADE DE 
CONCENTRAÇÃO E/OU RACIOCÍNIO, RETENÇÃO HÍDRICA
AURA
•SINTOMA NEUROLÓGICO QUE PRECEDE A CEFALEIA
•APRESENTA-SE COM ALTERAÇÕES VISUAIS, COMO PRESENÇA DE 
FOSFENAS E ESCOTOMAS
•PODE CURSAR COM ALTERAÇÕES SENSITIVAS E, MAIS RARAMENTE, 
MOTORAS
•DESENVOLVIMENTO GRADUAL NO DECORRER 5-20 MINUTOS
•DURA ATÉ 1 HORA
•NORMAL QUE CESSEM COM O APARECIMENTO DA CEFALEIA
CEFALEIA PROPRIAMENTE DITA
•CRISES DE 4-72 HORAS
•FREQUENTEMENTE UNILATERAL
•DOR MODERADA OU INTENSA
•PULSÁTIL OU LATEJANTE
•ACOMPANHADA DE NÁUSEAS, VÔMITOS, FOTOFOBIA E FONOFOBIA
•PIORA COM ATIVIDADES HABITUAIS, COMO CAMINHAR E SUBIR 
ESCADAS
PERÍODO DE RESOLUÇÃO
•APÓS PICO DE INTENSIDADE MÁXIMA
•PESSOA PODE VOMITAR E/OU DORMIR
SINTOMAS RESIDUAIS
•PODEM INCLUIR FADIGA, FRAQUEZA, DIFICULDADE DE 
CONCENTRAÇÃO E CONFUSÃO MENTAL
MAVS E ANEURISMAS INTRACRANIANOS: OCORRÊNCIA 
NO EXERCÍCIO, TOSSE, ESPIRRO, RELACIONADO À 
ATIVIDADE SEXUAL OU MANOBRA DE VALSALVA.
INÍCIO EM > 50 ANOS
EVOLUÇÃO INSIDIOSA E PROGRESSIVA, COM ÁPICE EM 
POUCAS SEMANAS OU MESES (NEOPLASIAS E OUTRAS 
LESÕES COM EFEITO DE MASSA)
DOR QUE ACORDA DURANTE O SONO
RELACIONADO À MUDANÇA POSTURAL
PRESENÇA DE CONDIÇÕES SUBJACENTES QUE LEVEM A 
SUSPEITA DE TROMBOSE: NEOPLASIAS EM TRATAMENTO 
OU PRÉVIA, GESTAÇÃO E PÓS PARTO,USO DE 
ANTICOAGULANTES, USO DE ANTICONCEPCIONAL
INTRATÁVEL
AO ACORDAR
EM CRIANÇAS, SEM CARACTERÍSTICAS DE ENXAQUECA
IRRADIAÇÃO PARA PESCOÇO
IMUNOCOMPROMETIDOS
CARACTERÍSTICA “EM TROVÃO” – DE CURTA DURAÇÃO E 
DE FORTE INTENSIDADE
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
4 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Com base na presença ou ausência de aura, os quadros de 
enxaqueca são classificados em: 
• Migrânea clássica (ou enxaqueca com aura) 
• Migrânea comum (ou enxaqueca sem aura) 
• Migrânea complicada (quando a aura não 
desaparece ao iniciar da dor) 
MIGRÂNEA SEM AURA 
≥ 5 CRISES com 4-72H DE DURAÇÃO (quando não tratadas 
ou tratadas sem sucesso), não atribuível a outras causas ou 
tipos de cefaleias. 
• ≥ 2 características: 
o Unilateral 
o Pulsátil 
o Intensidade moderada-grave 
o Intensificada por esforço rotineiro (andar 
ou subir escada) ou gera evitação das 
atividades 
• ≥ 1 durante a cefaleia: 
o Náuseas e/ou vômitos 
o Fotofobia e fonofobia 
MIGRÂNEA COM AURA 
≥ 2 crises com os seguintes critérios: 
• SINTOMAS DE AURA TOTALMENTE 
REVERSÍVEL, definida por ≥ 1 dos seguintes 
critérios: 
o Sintomas visuais, incluindo presença de 
sinais positivos (luzes, pontos ou linhas 
brilhantes) e/ou negativos (perda de visão) 
bilateralmente 
o Sintomas sensoriais, incluindo achados 
positivos (picadas, agulhadas) e/ou 
negativos (parestesias) 
o Distúrbios de fala ou linguagem 
o Sintomas motores (muito raro) 
o Sintomas de tronco cerebral (disartria, 
vertigem, zumbido, hipoacusia, diplopia, 
ataxia, redução do nível de consciência) 
o Sintomas retinianos (são unilaterais) 
• ≥ 3 características 
o 1 dos sintomas de aura se instala 
gradualmente (≥ 5 minutos) 
o ≥ 2 sintomas ocorrem em sucessão 
o Cada um dos sintomas de aura dura 5-60 
minutos 
o ≥ 1 sintoma é unilateral (afasia sempre é 
considerado unilateral) 
o 1 dos sintomas é positivo (luzes, pontos ou 
linhas brilhantes são sintomas positivos) 
o A cefaleia segue-se à aura dentro de ≤ 60 
minutos 
Não é atribuível a outras causas ou tipos de cefaleias + houve 
exclusão de AIT 
MIGRÂNEA CRÔNICA 
≥ 15 DIAS DE DOR POR MÊS HÁ > 3 MESES , preenchendo 
características de enxaqueca por ≥ 8 dias/mês. Não é 
atribuível a outras causas. 
Fatores de risco para cronicidade: 
• Obesidade 
• Crises frequentes 
• Uso excessivo de opióides 
• Abuso de analgésicos (> 15 dia/mês nos últimos 3 
meses) ou derivados de ergot, triptanos ou 
medicação combinada por > 10 dias/mês 
• Cafeína 
• Barbitúricos 
• Eventos estressantes de vida 
• Depressão 
• Distúrbios do sono 
• Alodinia cutânea 
CEFALEIA TENSIONAL 
A cefaleia primária mais frequente. 
FISIOPATOLOGIA incerta. Relatos de que a ação muscular 
seja um fator etiológico importante, com sensibilização 
periférica de nociceptores miofasciais na cefaleia tipo tensão. 
Evolução para quadros de maior frequência ou cronificação 
podem envolver a sensibilização central para a dor. 
PRESENÇA DE DESENCADEANTES é menos evidente que 
nos quadros de enxaqueca. Exemplos: 
• Estresse 
• Má postura 
• Tensão muscular 
• Esforço visual 
• Alterações do sono – aumentam risco de 
cronificação. 
CARACTERÍSTICAS 
• Intensidade leve a moderada 
• Duração de 30 minutos a vários dias 
• Aperto ou peso 
• Bilateral ou occipital 
• Pode ser descrita como “em faixa” ao redor da 
cabeça 
• Pode irradiar para região cervical 
• Geralmente não está associada a náuseas e vômitos, 
foto ou fonofobia. 
• Não piora com esforço físico habitual. 
• Pode apresentar dor pericraniana (em região 
temporal) à palpação 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
5 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
≥ 10 crises com duração de 30 minutos a 7 dias com: 
• ≥ 2 características 
o Localização bilateral 
o Em aperto ou opressão (não pulsátil) 
o Intensidade leve a moderada 
o Não agravada por atividade física de rotina 
(andar ou subir escadas) 
• Com as 2 características seguintes 
o Sem náuseas ou vômitos (pode ocorrer 
anorexia) 
o Não mais do que um dos seguintes: 
fotofobia ou fonofobia 
• Não ser atribuível a outras causas 
Quanto à FREQUÊNCIA, pode ser: 
• Episódica infrequente: < 1 x/mês (< 12 dias por ano) 
• Episódica frequente: ≥ 10 crises, com frequência > 1 
x/mês, mas < 15 dias/mês, 
• Crônica: ≥ 15 dias/mês há > 3 meses (≥ 180 dias/ano) 
AFASTAR DOENÇAS SUBJACENTES. Cefaleia tensional 
geralmente não apresenta: 
• Distúrbios visuais 
• Dor generalizada 
• Febre 
• Rigidez de nuca 
• Trauma recente 
• Bruxismo 
EXAME CLÍNICO 
Geralmente normal, pode apresentar CONTRAÇÃO 
MUSCULAR na região occipital, nucal ou bitemporal. 
Avaliar exame neurológico, principalmente: 
• Papiledema 
• Rigidez de nuca 
• Confusão mental 
• Alterações de pares cranianos 
• Disfunção cerebelar, visual e/ou motora 
• Forte indício de doença neurológica subjacente 
CEFALEIA CRÔNICA 
> 15 dias/mês com dor, por ≥ 3 meses 
Investigar abuso de medicações, pp opioides, derivados de 
ergot, triptanos. 
FATORES DE RISCO 
• Mulher de meia idade 
• Menor nível socioeconômico 
• Maior frequência dos episódios de crises agudas 
• Obesidade 
• Comorbidades psiquiátricas 
• Doenças com dor crônica 
• Distúrbios de sono – pp apneia obstrutiva do sono 
(AOS) 
• Consumo excessivo de café 
• Baixa eficácia dos tratamentos prévios 
• Altos níveis de estresse 
TRATAMENTO DA ENXAQUECA 
NÃO FARMACOLÓGICO 
Tranquilizar o paciente quanto à dor não estar relacionada a 
outras doenças neurológicas. 
DIÁRIO DA DOR 
Útil para identificar e evitar fatores desencadeantes. 
• Dia da crise 
• Intensidade 
• Duração 
• Uso de medicamentos 
• Dados sobre a vida no dia da dor e no dia anterior à 
crise: alimentação, sono (quantidade e qualidade), 
fatores estressantes psíquicos, atividade física). 
Se desencadeante alimentar específico, restringir o consumo 
desse alimento – restrições alimentares gerais não 
contribuem para o controle do quadro. 
OUTROS 
• Técnicas de relaxamento, controle de estresse, 
psicoterapia, fisioterapia: úteis para prevenção, mas 
não durante a crise. 
• Cessação do tabagismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
6 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
TRATAMENTO PROFILÁTICO 
Objetivo: ↓ frequência e intensidade das crises 
INDICAÇÕES 
• ≥ 3 crises ao mês 
• Incapacidade importante (mesmo se poucas crises) 
• Falência, contraindicação ou efeitos adversos intoleráveis das medicações de resgate 
• Subtipos especiais de enxaqueca: basilar, com aura prolongada, auras frequentes e atípicas e infarto enxaquecoso 
• Ineficácia da profilaxia não farmacológica quando esta tiver sido a opção inicial da pessoa 
• Preferência do paciente 
SEGUIMENTO DA PESSOA EM TRATAMENTO PROFILÁTICO 
• Reavaliar paciente após 30 dias, 
o Sem melhora substancial: tentar outra classe de medicamentos 
o Melhora substancial: manter por cerca de 3 meses até tentar nova medicação 
• Nem sempre se obtém a cessação completa 
• Processo demorado até identificar o fármaco adequado 
• Não resposta a um medicamento não significa falta de resposta a todos 
• ↑ dose a cada 2-3 semanas até dose máxima ou impossibilidade de progressão devido efeitos adversos. Nesse 
momento, associar outra medicação. 
• Às vezes, mesmo que não alcance dose máxima, pode-se associar um novo medicamento, mantendo os dois em dose 
menor e mais tolerável pelo paciente 
• Manutenção por ≥ 6 meses seguida de retirada lenta e observando a resposta. 3 situações podem ocorrer: 
o Dor não volta 
o Dor volta com ↓ intensidade 
o Dor volta com mesma intensidade 
o Se dor voltar, reintroduzir o medicamento e manter por período maior (ex.: 2 anos) 
Algumas pessoas necessitam do remédio pelo resto da vida 
GRUPO 1 – BETABLOQUEADORES B-ADRENÉRGICOS (A) 
Mecanismo de ação poucoesclarecido. Os que possuem eficácia são: 
• Propanolol 40-240 mg/dia, divididos em 2-3 tomadas 
• Atenolol 25-150 mg/dia, divididos em 1-2 tomadas 
• Metoprolol 100-200 mg/dia, divididos em 1-2 tomadas. É o preferível em pessoas com IC e a introdução deve respeitar 
as diretrizes gerais do uso dessa classe nessa comorbidade. 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
7 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
EFEITOS ADVERSOS: hipotensão arterial, bradicardia, insônia, impotência, depressão, broncoespasmo e astenia. 
CONTRAINDICAÇÕES: 
• Bloqueios atrioventriculares 
o 1º grau, com intervalo PR > 0,24 segundos 
o 2º e 3º graus 
• Asma brônquica 
• DPOC (contraindicação relativa) 
GRUPO 2 – ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (A) 
Inibição da recaptação da serotonina e norepinefrina. Ação antimigranosa independe da ação antidepressiva. 
Úteis na enxaqueca associada a sintomas depressivos, insônia, abuso de analgésicos e ergóticos, alta frequência de crises e 
associação com cefaleia tipo tensão crônica. 
DOSE 
• Amitriptilina: 12,5-75 mg/dia 
• Nortriptilina: 10-75 mg/dia 
• Geralmente em tomada única à noite (induzem o sono) 
• Imipramina e cloipramina (25-75 mg, 1-3x/dia) podem ser utilizados, com menor eficácia. 
EFEITOS ADVERSOS 
• Ganho de peso 
• Sono 
• Taquicardia 
• Intestino preso 
• Alteração da libido 
• Secura de mucosas 
• Hipotensão ortostática (pp em idosos) 
CONTRAINDICAÇÕES 
• Bloqueio de ramo esquerdo 
• IAM recente (2 meses) 
• Intervalo QT prolongado 
• Uso concomitante ou recente de IMAOs 
• Prostatismo ou retenção urinária 
GRUPO 3 – MEDICAMENTOS ANTIEPILÉTICOS (A) 
ÁCIDO VALPROICO 
• 500-1500 mg/dia, divididos em 2/3 tomadas 
• Efeitos adversos 
o Sonolência 
o Ganho de peso 
o Tremor 
o Alopecia 
DIVALPROATO DE SÓDIO 
• 500-1500 mg/dia, divididos em 1-2 tomadas 
• Efeitos adversos 
o Ataxia 
o Náuseas 
o Hepatopatia 
GRUPO 4 – BLOQUEADORES DO CANAL DE CÁLCIO (D) 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
8 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
Somente flunarizina (5-10 mg MID) tem atividade profilática antienxaquecosa comprovada, com efeito inferior aos 
medicamentos já citados 
EFEITOS ADVERSOS 
• Sonolência 
• Ganho de peso 
• Depressão 
• Parestesias 
• Astenia 
• Síndromes extrapiramidais 
GRUPO 5 – ASSOCIAÇÕES 
Betabloqueadores + ADTs: ↑ Eficácia e ↓ Efeitos colaterais. Útil em sintomas de grande intensidade e migrânea crônica 
MIGRÂNEA SEM AURA MENSTRUAL PURA 
• Ocorre exclusivamente na menstruação 
• Pode ser optado por profilaxia com contraceptivo oral combinado de baixa dosagem se mulher < 35 anos 
• Migranea sem aura em mulher com ≥ 35 anos OU migrânea com aura em qualquer idade = contraindicado ACO com 
estrógenos pois aumenta risco de AVC 
ABUSO DE ANALGÉSICOS 
• Suspender de maneira abrupta do uso da medicação (usualmente por 1 semana) + iniciar profilático 
• Durante esse período é possível deixar AINE de maneira fixa (ex.: Ibuprofeno 500 mg 8/8h por 7 dias) 
• Se cefaleia de intensidade muito forte pode ser necessário o uso de corticoide nesse período de suspensão abrupta – 
ex.: prednisona 60 mg/dia por 7 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
9 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
 
TRATAMENTO AGUDO DA CRISE 
 
ENXAQUECA SEM AURA 
CRISES LEVES
 
Medidas gerais: 
• Repouso em quarto escuro 
• Evitar barulho 
• Conciliar o sono 
Se refratariedade às medidas gerais: 
• Dipirona: Estudos recentes mostram maior eficácia 
em relação ao AAS e ao paracetamol. Perfil de 
efeitos colaterais seguro 
• Associar analgésicos não é recomendado. 
• Associação de dipirona + dexametasona + 
metoclopramida IV é utilizada na emergência com 
grande eficácia, mas não há estudos comparando 
com outros medicamentos 
 
 
 
 
 
 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
10 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
CRISES MODERADAS 
Triptanos (A): 
 
• Indicados se refratariedade a analgésicos comuns 
• Mais eficiente quando usado precocemente 
• Cautela se 
o Cardiopatia 
o Insuficiência renal 
o Insuficiência hepática 
• Taxa de alívio da cefaleia em 2h 
o Eletriptano (60%) 
o Zolmitriptano (50%) 
o Sumatriptano (49,7%) 
o Naratriptano (44,5%) 
• Taxa de remissão completa da dor em 2h 
o Eletriptano (39,2%) 
o Sumatriptano (27,7%) 
o Zolmitriptano (27,1%) 
o Naratriptano (17,5%) 
• Respostas melhores com doses mais altas 
• Spray nasal: Respostas são similares, mas apresenta 
benefício em pacientes com náuseas importantes e 
vômitos 
Derivados do Ergot: 
• Não tem efeito se aplicadas tardiamente 
• Potencial indicação para seguimento em serviços de 
atenção secundária, se isso for um determinante de 
acesso à medicação 
CRISE INTENSA 
• Triptanos 
• Indometacina 
• Clorpromazina 
• Dexametasona 
• Haloperidol 
• Associar os antiinflamatórios em caso de recorrência 
ENXAQUECA COM AURA 
• Sem consenso na literatura sobre o tratamento da 
aura migranosa – Nifedipina além de ineficaz piora a 
cefaleia 
• Tratamento da fase da dor é semelhante ao da 
enxaqueca sem aura. 
• Recomendação principal: não utilizar sumatriptano 
subcutâneo durante a fase de aura 
Alguns medicamentos agem como vasoconstritores, sendo 
importante afastar fatores de risco para complicações 
vasculares 
• HAS 
• DM 
• Dislipidemias 
• Doença vascular periférica ou coronariana 
• Uso de anticoncepcionais orais 
• Tabagismo 
TRATAMENTO DA CEFALEIA TIPO TENSÃO 
NÃO FARMACOLÓGICO 
Orientar sobre prognóstico benigno. 
Buscar POTENCIAIS DESENCADEANTES e encará-los como 
objetivos terapêuticos 
• Sintomas depressivos e/ou ansiosos 
• Estresse físico ou mental 
• Alimentação irregular ou inapropriada 
• Retirada ou ingesta elevada de café 
• Distúrbios do sono 
• Privação ou excesso de sono 
• ↓ ou níveis inapropriados de atividade física 
• Distúrbios menstruais 
Evidências para tratamento não farmacológico são escassas 
• Biofeedback eletromiográfico (A) 
o Captação da tensão muscular, através de 
eletrodos adesivos colocados na 
musculatura que está alterada 
o ↓ dor através do controle consciente da 
tensão muscular 
• Terapia cognitivo-comportamental (C) 
• Treinamento de relaxamento (C) 
• Fisioterapia (C) 
• Acupuntura (C) 
PROFILAXIA 
Duração 6-12 meses. Tentar retirada após esse período. 
• 1ª escolha: Amitritpilina 30-75 mg/dia (A) 
• 2ª escolha (B) 
o Venlafaxina 150 mg/dia 
o Mirtazapina 30 mg/dia 
• 3ª escolha (B) 
o Maprotilina 75 mg/dia 
o Clomipramina 75-150 mg/dia 
• Sertralina e citalopram não foram superiores ao 
placebo 
TRATAMENTO AGUDO 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198
 
11 Cefaleias – Joanna Pedrolongo 
ANALGÉSICOS COMUNS E AINES geralmente são 
suficientes (A) 
• Diclofenaco, naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno – 
escolha 
o Ibuprofeno apresenta o melhor perfil de 
efeitos adversos 
• Paracetamol (1 g) 
• AAS 
CAFEÍNA: Não é recomendada associada ou não com outros 
medicamentos, pois ↑ risco de cefaleia na retirada 
OPIOIDES, TRIPTANOS E RELAXANTES MUSCULARES 
também não são recomendados. Uso de opioide pode estar 
relacionado ao surgimento de cefaleia por abuso de 
medicações. 
CEFALEIA TENSIONAL CRÔNICA 
• Analgésicos comuns são menos eficientes 
• Analgésicos ≥ 14 dias/mês ou 
triptanos/medicamentos controlados ≥ 9 dias ao 
mês ➔ relacionados ao surgimento de cefaleia por 
abuso de medicamentos 
o Suspender as medicações de abuso e 
buscar estratégias alternativas como parte 
do tratamento 
QUANDO REFERENCIAR 
NEUROLOGISTA 
• Controle inadequado com os recursos disponíveis na 
APS – tentativa de profilaxia com 2 classes de 
medicamento diferentes para migrânea ou com 
tricíclico para cefaleia tipo tensão por um período 
mínimo de 3 meses 
• Cefaleias secundárias que não necessitem de 
avaliação de urgência• Necessidade de investigação com exame de imagem, 
quando este não for disponível na APS 
NEUROCIRURGIA 
• Cefaleia e exame de imagem (TC ou RNM) com 
alteração sugestiva de potencial indicação cirúrgica 
• Lesão com efeito expansivo – tumores, cistos ou 
malformações 
• Lesão sugestiva de tumor cerebral, 
independentemente do tamanho 
• Aneurisma cerebral ou outra malformação vascular 
• Hidrocefalia, independente da causa 
• Presença de malformação de Chiari 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
• Suspeita de meningite ou encefalite 
• TCE recente 
• Suspeita de HSA 
• Doenças ou condições graves subjacentes – 
neoplasias atuais ou prévias, gestação, uso de 
anticoagulantes... 
• Confusão mental 
• Suspeita de glaucoma agudo 
Fontes: tratado de MFC, resumo clínico telessaúders 
 
GABRIELA BERTOLETTI OLMI - gbolmi@ucs.br - IP: 177.75.149.198

Mais conteúdos dessa disciplina