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Primeira Liça o – A primeira experie ncia • Caso Anna O. -> Paralisia do braço, impossibilidade de beber água mesmo diante de muita sede, estados de ausência, confusão, delírio e alteração da personalidade. Tais casos eram chamados de HISTERIA. • Sob o estado de hipnose a paciente reproduziu fantasias e criações psíquicas, geralmente tristes e iniciando com uma jovem sentada a cabeceira do pai. • Após esses relatos a paciente sentia-se aliviada e reconduzida à vida normal (catarse). A paciente apelidou o método de cura de conversação (Talking Cure) • Os sintomas se formavam como resíduos de experiências emocionais, traumas psíquicos e desapareciam quando recordava, com exteriorização afetiva, a ocasião e o motivo do aparecimento desses sintomas. • Os sintomas se manifestavam porque no decorrer do tempo não puderam ser exteriorizados normalmente e sua manifestação era a atual manifestação das emoções enlatadas (conversão histérica). Segunda Liça o – Um saber que na o se sabe que sabe • Freud decide abandonar a hipnose, mantendo o paciente em estado normal. “Tratava-se de fazer o paciente falar aquilo que nem ele mesmo sabia.” Incentivava que os pacientes falassem e percebeu que as recordações não se haviam perdido (inconsciente) e surgiam em associação com fatos atuais (Livre associação). • Percebe que alguma força detinha essas lembranças, obrigando-as a permanecer inconsciente, chamou tal fato de RESISTÊNCIA. A pessoa reprime algo por ser um desejo “inconciliável” e a repressão evita o desprazer de lembranças dolorosas, protegendo assim personalidade psíquica. • Do conteúdo recalcado, emerge um impulso desejoso (pulsão) que continua a existir no inconsciente a espera de oportunidade para se revelar. Encontrando um substituto, logo se liga a mesma sensação de desprazer que evitava. • Para a recuperação é necessário ir desfazendo diversas resistências até que o sintoma seja reconduzido a ideia reprimida. • “Com a ajuda das mais altas funções do homem, o controle do desejo é atingido” Terceira Liça o – Como sondar o inconsciente • Freud percebe que vários pensamentos vinham no lugar do desejado, mas que tinham origem idêntica ao sintoma, era um substituto artificial e efêmero do reprimido. Alusões e palavras indiretas. • É possível desvendar um complexo reprimido desde que o paciente proporcione um número suficiente de associações livres. • Freud dizia ser necessário que o paciente falasse tudo quanto viesse a mente mesmo que parecesse errôneo, despropositado ou absurdo, principalmente se for desagradável. • Há dois outros meios para a sondagem do inconsciente • A interpretação dos sonhos: o objeto do sonho seria a realização de um desejo. A linguagem do sonho é simbólica, pois somente assim o inconsciente, a resistência, é capaz de tolerar. • Atos falhos: esquecimentos, lapsos de linguagem, atrapalhos (perda, quebra), atos, gestos, melodias, brincar com objetos, parte da roupa ou corpo. Nada é casual, insignificante, arbitrário. Quarta Liça o – Desejo + Recalque = Neurose • Os desejos patogênicos são da natureza dos componentes instintivos eróticos e só os fatos vivenciados na infância explicam a sensibilidade aos traumatismos futuros. Com o descobrimento destes seria possível afastar os sintomas. • No desenvolvimento da criança até o fim da puberdade se dá o que chamamos de desenvolvimento psicossexual. Um dos componentes se dá através da relação com o próprio corpo, as sensações que tem em cada parte do corpo, formando assim as zonas erógenas. • Nesse desenvolvimento, manifesta-se também a libido que pressupõe como objeto uma pessoa estranha. A criança toma ambos os genitores e elege um deles como objeto de desejo. Até nas brincadeiras incitadas pelos pais de “com quem a criança vai” fica evidente. • O complexo (de Édipo) assim formado é destinado a pronta repressão, porém continua a agir do inconsciente com intensidade e persistência. Os pensamentos e imaginações da criança nesse período são determinantes para a formação do caráter da criança e de sua futura neurose • “Se quiserem, podem definir o tratamento psicanalítico como simples aperfeiçoamento educativo destinado a vencer os resíduos infantis.” Quinta Liça o • “Achamos a realidade de todo insatisfatória e por isso mantemos uma vida de fantasia onde nos comprazemos em compensar as deficiências da realidade, engendrando realizações de desejos. Nessas fantasias há muito da própria natureza constitucional da personalidade e muito dos sentimentos reprimidos.” • Essa fantasia se manifesta através da transferência que “surge espontaneamente em todas as relações humanas e de igual modo nas que o paciente entretém com o analista; é ela, em geral, o verdadeiro veículo da ação terapêutica. Os elementos transferidos são os precipitados de anteriores eventos amorosos (no mais amplo sentido). • O poder mental e somático de um desejo se manifesta com muito mais força quando inconsciente do que quando consciente. O desejo inconsciente escapa a qualquer influência, ao passo que o consciente é atalhado por tudo quando, igualmente consciente, se lhe opuser. • Os desfechos do tratamento são: um maior controle do desejo pela ação mental dos melhores sentimentos contrários; utilização conveniente dos desejos antes reprimidos; a sublimação, que consiste em permutar o fim sexual (desejo), por outro mais distante e de maior valor social.