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Básico em 
Produção 
de moda 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
Seja bem-vindo(a) à apostila do curso de Produção de Moda! Esta apostila 
tem como objetivo fornecer informações e conhecimentos essenciais para 
aqueles que desejam atuar na área de produção de moda. 
O profissional de produção de moda é responsável por criar, planejar e 
executar produções de moda para diversas mídias, como revistas, televisão, 
desfiles, catálogos e look books. Para isso, é necessário que o profissional 
tenha conhecimento sobre as tendências do mercado, o perfil do público-
alvo e as técnicas de produção. 
Ao longo desta apostila, você terá acesso a um conteúdo abrangente e 
detalhado, que abrange desde a introdução à história da moda, passando 
pelas áreas de atuação na produção de moda, até as etapas de criação de um 
editorial de moda. 
Serão abordados temas como catálogos, look books, desfiles, televisão, 
publicidade e revistas, que são algumas das áreas em que o produtor de 
moda pode atuar. Além disso, você terá acesso a dicas importantes para o 
produtor de moda, que irão ajudá-lo a compreender as nuances do mercado 
e aprimorar suas habilidades. 
Também será apresentado um dicionário fashion, que irá auxiliá-lo a 
compreender os termos e conceitos utilizados na produção de moda. 
Esperamos que esta apostila possa contribuir para o seu desenvolvimento 
profissional e para o sucesso em sua carreira como produtor de moda. Boa 
leitura! 
 
 
 
 
 
 
O que faz um produtor de moda? 
 
O produtor de moda é um profissional fundamental na indústria da moda. 
Ele é responsável por coordenar e organizar toda a produção de uma 
campanha, seja ela em fotos, vídeos ou eventos ao vivo. Sua função é fazer 
com que todas as peças se encaixem perfeitamente, desde a escolha do 
tema até a seleção dos modelos, figurinos, maquiagem, cabelo, locação e 
equipe. 
 
Para se tornar um produtor de moda é necessário ter conhecimento em 
várias áreas, como história da moda, tendências, arte, fotografia, direção de 
arte, produção de eventos, design, styling, entre outras. O mercado de 
trabalho exige que o profissional seja criativo, organizado, detalhista e ágil, 
além de estar sempre atualizado em relação às novidades do mundo 
fashion. 
 
O produtor de moda pode atuar em diversas áreas, como catálogos, look 
books, desfiles, televisão, publicidade e revistas. Em catálogos e look 
books, por exemplo, o produtor é responsável por organizar a produção da 
sessão de fotos, selecionar os modelos e roupas, escolher a locação e dirigir 
as poses dos modelos para que as fotos fiquem incríveis. Já em desfiles, o 
produtor é responsável por organizar a logística do evento, desde a 
montagem da passarela até a seleção dos modelos e figurinos que irão 
desfilar. 
 
Na televisão, o produtor de moda pode atuar em programas de moda ou em 
comerciais. Ele é responsável por selecionar as roupas que serão usadas 
pelos apresentadores ou atores, além de organizar a produção da cena. Na 
publicidade e revistas, o produtor é responsável por criar editoriais de 
moda, que são produções fotográficas que apresentam as roupas em 
diferentes cenários, poses e estilos. 
 
 
 
 
 
 
As etapas de criação de um editorial de moda são diversas e incluem desde 
a escolha do tema até a finalização do projeto. O produtor de moda é 
responsável por coordenar todo o processo, desde a seleção dos modelos e 
roupas até a escolha da locação, maquiagem, cabelo e fotografia. Ele 
precisa estar sempre atento aos detalhes e garantir que tudo esteja em 
harmonia. 
 
Dicas importantes para o produtor de moda incluem sempre manter uma 
boa comunicação com a equipe, ser organizado, ter uma boa gestão de 
tempo e recursos, além de estar sempre atualizado em relação às tendências 
e novidades do mercado. É importante também saber lidar com situações 
de imprevistos e problemas, pois o mundo da moda é muito dinâmico e as 
mudanças podem acontecer a qualquer momento. 
 
Por fim, um dicionário fashion é essencial para o produtor de moda 
compreender os termos e conceitos utilizados na produção de moda. O 
dicionário fashion pode incluir termos como styling, figurinista, trendsetter, 
entre outros, além de explicações sobre a história e influências da moda. 
 
Em resumo, o produtor de moda é um profissional fundamental na indústria 
da moda, responsável por coordenar e organizar toda a produção de uma 
campanha, seja ela em fotos, vídeos ou eventos ao vivo. É necessário ter 
conhecimento em várias áreas, estar sempre atualizado em relação às 
tendências e novidades do mercado, ser criativo, organizado, detalhista e 
ágil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explorando a fascinante história da moda 
Ao pensar na história da moda e da alta-costura, nomes icônicos como 
Coco Chanel, Christian Dior e Louis Vuitton vêm à mente. No entanto, já 
parou para refletir sobre as razões que levaram a moda a desempenhar um 
papel tão importante no desenvolvimento da sociedade? 
A palavra moda deriva do latim "modus" e significa costume, maneira ou 
comportamento. Para entender a moda e sua influência, é preciso dar um 
passo atrás na história. 
De acordo com antropólogos, o surgimento das roupas está diretamente 
relacionado à necessidade humana de se proteger da nudez e do clima. 
Nossos ancestrais descobriram rapidamente as vantagens de utilizar peles 
de animais para se proteger do frio, chuva e possíveis ferimentos. 
O uso de roupas remonta a 600 mil anos atrás, como comprovado por 
escavações que encontraram agulhas feitas de ossos. Com o tempo, 
surgiram técnicas de tecelagem, como na Mesopotâmia, onde as roupas 
eram enroladas no corpo e podiam ser tingidas em diversas cores. 
A moda continuou a evoluir ao longo da história, refletindo as mudanças 
sociais, políticas e culturais de cada época. Hoje, é uma indústria global 
que emprega milhões de pessoas e influencia a vida de bilhões em todo o 
mundo. 
No Egito, as roupas e a identidade caminhavam juntas. Os faraós se 
diferenciavam dos demais por não utilizarem ornamentos. A calda de um 
leão e um falso cavanhaque simbolizavam o poder. 
Os antigos romanos, assim como os egípcios, concediam diversos 
significados às vestimentas. Um exemplo disso é a toga usada pelos 
magistrados romanos, que tinha como finalidade demonstrar sua 
autoridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Grandes acontecimentos na história da moda 
 
A história da moda é marcada por grandes acontecimentos que 
influenciaram as tendências ao longo dos anos. A padronização no 
vestuário remonta à época das invasões bárbaras, onde os romanos e 
bárbaros eram reconhecidos por sua maneira de se vestir. No entanto, o 
início da Idade Média não trouxe grandes transformações na história da 
moda, já que as condições adversas da época fizeram com que a 
sobrevivência fosse a principal preocupação. 
Foi apenas com as expedições para conquistar Jerusalém e o contato com 
um estilo de vida mais refinado que surgiu a nobreza. Nesse período, o 
padrão feminino ressaltava a silhueta da mulher. Em meados do século 
XIII, os calçados se destacaram na história da moda, com as mulheres 
dando preferência aos sapatos que realçavam a delicadeza de seus pés. 
A diferenciação entre roupas femininas e masculinas na história da moda 
teve início em meados do século XIV, com vestidos sendo peças utilizadas 
apenas por mulheres, acadêmicos e membros da Igreja, enquanto a calça 
apertada se restringia apenas aos homens. Já a Renascença se destaca na 
história da moda por representar um período em que homens e mulheres se 
preocupavam em evidenciar certas características de seus corpos. 
Os homens usavam roupas que deixavam seus ombros visivelmente mais 
largos, enquanto as mulheres buscavam uma forma semelhante ao do 
violão. Foi nesse período que surgiu o corpete, antecessor do espartilho, 
impulsionado pelo interesse das mulherespor suas cinturas. A história da 
moda é rica em acontecimentos marcantes que influenciaram as tendências 
e estilos ao longo do tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O rei do exagero 
 
Na história da moda, um nome se destaca quando se trata de extravagância: 
Luís XIV, também conhecido como o rei do exagero. Ele ficou conhecido 
por usar roupas extravagantes com o objetivo de enfatizar a superioridade 
francesa através da vestimenta. 
Mas não foi somente Luís XIV que marcou a história da moda com suas 
excentricidades. Durante o reinado de Luís XV, as armações responsáveis 
por dar volume às saias das mulheres francesas assumiram um tamanho 
grandioso. De acordo com historiadores, era quase impossível que duas 
mulheres ocupassem o mesmo sofá devido ao volume das armações. 
A história da moda está repleta de personalidades marcantes que 
influenciaram as tendências ao longo dos anos, como Luís XIV e suas 
roupas extravagantes. O exagero e a extravagância são elementos que 
sempre estiveram presentes na moda e que continuam a inspirar os estilistas 
e designers de hoje em dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O “pai da alta-costura” 
 
Ao contar a história da moda é impossível não falar de Charles Frederick 
Worth, o artesão responsável por abrir o primeiro ateliê de alta-costura em 
Paris, em 1858. 
 
Conhecido como o “pai da alta-costura”, o nome de Worth ficou eternizado 
na moda. O estilista inglês é lembrado por ter substituído a crinolina pela 
anquinha, um tipo de armação utilizada para dar volume aos quadris e 
traseiro da mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conhecido como o “pai da alta-costura” 
 
A silhueta dos modelos de Worth dominou o período da Belle Époque. O 
estilo de corpo ampulheta com volume nos quadris e ombros e cintura fina 
dominou a época. 
 
 
A Primeira Guerra Mundial 
e o 
 guarda-roupa feminino 
 
A Primeira Guerra Mundial teve grande influência na história da moda, 
uma vez que momentos traumáticos podem alterar significativamente as 
tendências. O luto vivenciado durante a guerra fez com que as roupas 
femininas assumissem tons mais sóbrios, refletindo o clima de tristeza e 
seriedade da época. 
Além disso, a necessidade de conforto passou a ser uma prioridade para as 
mulheres, que foram obrigadas a trabalhar durante a guerra. Isso fez com 
que preferissem usar roupas práticas e confortáveis. 
Outra transformação no vestuário feminino foi o encurtamento das saias. A 
falta de tecidos para a confecção de roupas exigiu que as saias fossem 
encurtadas até a altura dos tornozelos. Os chapéus, assim como as saias, 
também reduziram de tamanho. O estilo conhecido como "clochê" se 
popularizou, pois o formato do chapéu permitia que ele se ajustasse 
perfeitamente ao corte de cabelo mais curto, que dominou a época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Primeira Guerra Mundial deixou uma marca significativa na moda, 
influenciando as tendências e o estilo das roupas. A necessidade de 
conforto e praticidade se tornou cada vez mais importante, e isso se refletiu 
nas roupas usadas pelas mulheres. As mudanças na moda durante esse 
período são um reflexo da época e das transformações que a guerra trouxe 
para a sociedade como um todo. 
 
 
A importância de Chanel para a história da moda 
Ao falarmos dos anos 1920, é inevitável mencionar o nome de Gabrielle 
Bonheur Chanel, a estilista que se tornou um símbolo da mulher moderna. 
Sua história com a moda começou em 1910, quando trabalhava em uma 
loja de chapéus, e em pouco tempo ela já era dona de duas lojas que 
vendiam chapéus e roupas, incluindo o icônico endereço nº 31 da Rue 
Cambon da Maison Chanel, em Paris. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sucesso sempre bateu à sua porta 
 
A trajetória de Chanel também foi marcada pela presença de um grande 
amor, Arthur Capel, ou "Boy", como era conhecido. Foi ele quem a ajudou 
a abrir seu primeiro ateliê de chapéus e anos mais tarde financiou as 
butiques da marca Chanel. Sua morte em um trágico acidente de carro foi 
um golpe terrível em sua vida, segundo a própria estilista. 
A elegância e o minimalismo eram marcas registradas de seu estilo, que fez 
enorme sucesso. Estima-se que em 1930, a grife Chanel tenha faturado a 
impressionante cifra de 130 milhões de francos. Em 1919, Chanel criou o 
"black dress", um vestido preto de crepe com mangas compridas e justas, 
que foi uma grande ousadia na época, já que o preto era pouco utilizado na 
alta-costura por ser um tom associado ao luto. 
 
 
Atualmente, o "pretinho básico" é uma peça quase que indispensável no 
closet feminino. Em outubro de 1926, a Vogue americana descreveu o 
"pretinho básico" como o "Ford" da Chanel, comparando-o com o "Modelo 
T" da Ford, que tinha um forte apelo comercial. A moda e a história foram 
marcadas pela presença de Gabrielle Bonheur Chanel, uma mulher à frente 
de seu tempo e que se tornou um ícone da moda e da elegância feminina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Impossível esquecer-se do famoso “Preto básico” 
 
 
 
 
 
 
O estilo de Chanel 
As características marcantes do estilo de Gabrielle Bonheur Chanel, como a 
simplicidade e o uso de tecidos utilitários, estão relacionadas à vida 
humilde que a estilista teve até encontrar seu primeiro emprego, aos 20 
anos. Em 1884, ela e sua irmã foram deixadas pelo pai em um orfanato em 
Aubazine, após a morte da mãe. Chanel, assim como sua irmã Julia, foram 
as únicas de seis irmãos que nasceram como ilegítimas. Apesar de seus pais 
terem um relacionamento na época, eles ainda não eram casados. 
Após conhecer o sucesso internacional na década de 1930, com a ajuda de 
atrizes famosas de Hollywood que passaram a usar os modelos da grife 
Chanel, a Segunda Guerra Mundial se mostrou um momento traumático 
para os negócios da estilista. Em tempos de guerra, a moda não era vista 
como um assunto importante e apenas perfumes e acessórios eram 
vendidos na loja da Rue Cambon. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No entanto, Chanel voltou à cena em 1954 e trouxe peças que se tornaram 
símbolos da grife, como o cardigã, o vestido preto e os acessórios de 
pérolas. Essas peças marcaram a história da moda e consolidaram o legado 
de Gabrielle Bonheur Chanel, que mesmo enfrentando dificuldades em sua 
vida, soube traduzir sua simplicidade e elegância em uma moda atemporal 
e icônica. 
 
 
Estilistas e a 2ª Guerra Mundial 
Assim como a guerra do início do século, a Segunda Guerra Mundial 
também trouxe consequências significativas para a história da moda. Na 
Europa, berço de grandes estilistas da época, muitas maisons fecharam suas 
portas. O vestuário feminino passou a contar com roupas e calçados mais 
sóbrios e pesados, influenciados pelos uniformes dos soldados. Além disso, 
o racionamento de tecidos obrigou os estilistas a procurarem alternativas, e 
as fibras sintéticas, raiom e viscose assumiram o lugar antes ocupado pelos 
tecidos mais refinados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com o fim da guerra, em 1946, surgiu nos Estados Unidos o conceito de 
ready-to-wear, que permitia a produção em escala industrial de roupas com 
diferentes numerações. Posteriormente, a ideia foi importada para a França 
e se transformou no famoso conceito de prêt-à-porter. 
Em 1959, Pierre Cardin, um estilista ítalo-francês, criou a primeira coleção 
em parceria com a loja de departamentos parisiense, Printemps. A ideia era 
proporcionar aos clientes a possibilidade de entrar na loja, escolher suas 
roupas conforme sua numeração e levá-las para casa, de forma prática e 
acessível. Esse conceito revolucionou a indústria da moda e possibilitou 
que mais pessoas tivessem acesso à moda de qualidade. 
 
 
O império Dior 
Outro nome que se destacou no pós-guerra na história da moda foi o 
estilista Christian Dior, fundador da conhecida marca de luxo que leva seu 
nome. Olançamento da coleção “Carrole” em 1947 marcou a moda da 
época. A coleção apresentou peças como a saia no tornozelo, vestidos 
volumosos, saias rodadas, ombros à mostra e modelos com a cintura 
definida. 
O grande destaque da coleção batizada pela editora da revista americana 
Haper’s Bazar, Carmel Snow, de “New Look”, foi o modelo “”. Um casaco 
acinturado de seda com uma saia preta plissada na altura dos tornozelos 
compunham a coleção. O principal objetivo de Dior era resgatar a 
elegância do vestuário feminino deixada de lado em tempos de guerra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O estilista é reconhecido como o responsável pelo renascimento de Paris 
pós-guerra e por ter colocado a cidade novamente no centro da moda 
internacional. O estilo mais extravagante de Dior, que utilizava em suas 
criações tecidos refinados e extravagantes, contrastava com a simplicidade 
e elegância de Chanel. 
Em 1957, o mundo da moda ficou chocado com a morte de Christian Dior 
aos 52 anos. Nessa época, o jovem Yves Saint Laurent foi escolhido para 
assumir o cargo de diretor artístico da marca. A passagem de Saint Laurent 
pela Casa Dior durou apenas três anos, mas seu talento floresceu. As 
coleções finais de Dior, como a Linha Fuso de 1957, são exemplos da 
criatividade de Saint Laurent na moda. 
 
 
Anos 1960: movimento hippie e liberdade de expressão 
A década de 1960 foi marcada por uma quebra de padrões e uma liberdade 
de escolha da mulher na moda. Após os anos de guerra, a geração "baby 
boomers" utilizava a moda como forma de expressar seu estado de espírito, 
deixando de lado padrões comportamentais e de estilo antigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O estilo de Elvis Presley influenciou os jovens 
O rock'n'roll e o cantor Elvis Presley foram influências marcantes da época, 
assim como os atores James Dean e Marlon Brando. O corte de cabelo e as 
roupas elegantes dos Beatles também foram amplamente copiados pelos 
jovens. O período é lembrado por ter sido a primeira vez na história da 
moda em que os jovens se vestiam de maneira diferente de seus pais, 
utilizando couro, jeans, topetes suntuosos e lambretas. A moda da década 
de 1960 refletiu o desejo de quebrar as barreiras e expressar a 
individualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
James Dean referência de estilo 
 
 
O guarda-roupa feminino dos anos 1960 
No mundo da moda feminina, a minissaia ganhou destaque. Essa peça de 
roupa estava ligada à jovialidade e à revolução sexual. Os estilistas Mary 
Quant e André Courrèges são reconhecidos pela criação da minissaia. 
Mary, quando questionada, afirmava que a peça havia sido inspirada nas 
ruas. 
Tal como acontecia com a moda masculina, celebridades serviam como 
referências no vestuário feminino. Jean Seberg, Audrey Hepburn e Natalie 
Wood eram nomes de destaque naquele período. O filme "Bonequinha de 
Luxo" se tornou um marco na moda, lançando estilos e tendências. A calça 
cigarrete também atraía a atenção das mulheres, além da minissaia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Audrey Hepburn – “Bonequinha de Luxo” 
O ano de 1965 é reconhecido como revolucionário na moda, devido à 
coleção do estilista francês André Courrèges. Essa coleção incluía 
minissaias, botas brancas e vestidos de corte reto. As calças no estilo Saint-
Tropez, que expunham o umbigo, começaram a surgir nas ruas. 
A década de 1960 também é conhecida pelas vestimentas unissex, com 
mulheres usando jeans e camisas sem gola. Um exemplo marcante é o 
smoking feminino desenvolvido pelo designer Yves Saint Laurent em 
1966. Graças à visão inovadora do estilista, a peça se tornou icônica no 
século XX. 
 
 
Emílio Pucci: “o príncipe das estampas” 
O designer Emílio Pucci é outro nome de destaque na história da moda. 
Suas criações coloridas com inspiração psicodélica foram marcantes 
naquele período. Ele também é lembrado por introduzir, em 1960, as peças 
conhecidas como "cápsulas". Essas peças eram conjuntos feitos de nylon 
elástico e seda, precursores do famoso collant e das roupas de ginástica em 
lycra, que se popularizaram nos anos 1980. A mídia especializada da época 
apelidou Emílio Pucci de "o príncipe das estampas". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comissária de bordo da Braniff usando Pucci, incluindo capacete e guarda-chuva 
As vestimentas também sofreram influência do movimento hippie. Cabelos 
compridos, túnicas indianas, saias longas e calças boca de sino compunham 
o guarda-roupa dos jovens da época. O principal objetivo do movimento 
hippie era protestar contra a Guerra do Vietnã. Designers como Emílio 
Pucci se inspiraram na contracultura daquele período. Estampas e roupas 
leves foram incorporadas à alta moda. 
O festival de música Woodstock, realizado em 1969, teve um impacto 
ímpar para o movimento hippie, contribuindo para sua popularização. 
Artistas como Jimi Hendrix, Janis Joplin e grupos como Jefferson Airplane 
marcaram presença no evento. 
 Os jovens adeptos do movimento hippie preferiam tecidos naturais, em 
alusão ao conceito "de volta à natureza". 
 O ano de 1966 foi extremamente importante para o designer Yves Saint 
Laurent e para a história da moda. Nesse ano, ele lançou a Rive Gauche, 
 
 
uma rede de boutiques com peças mais acessíveis que remetiam à vida 
boêmia da região parisiense homônima. A fase mais ousada da moda foi 
protagonizada pelo estilista Paco Rabanne, que, em 1967, apresentou uma 
coleção inspirada no espaço sideral. A coleção incluía peças com argolas 
metálicas e discos de plástico. 
Anos 1970: década do glam rock, do estilo discoteca 
 e do punk 
A aparência dos anos 1970 foi inspirada pelo movimento hippie. Itens 
como vestidos, acessórios e calças boca de sino eram comuns na época. A 
estética hippie emergiu na moda no final dos anos 1960 e prevaleceu até 
1975, influenciando a alta-costura com elementos como flores, túnicas e 
bordados. 
A música também teve impacto no estilo dos anos 1970, com a androginia, 
o punk e a disco aparecendo nas ruas. O movimento punk é um exemplo 
interessante. Mesmo se opondo à sociedade consumista, muitos designers 
se inspiraram nas peças e acessórios usados por seus adeptos. Tachas, 
camisetas customizadas, roupas de couro pretas, botas e alfinetes passaram 
a ser adotados por um público mais amplo. O movimento teve origem em 
Londres, em 1976, com jovens desempregados e estudantes como seus 
principais seguidores. 
A década de 1970 também viu uma maior diversidade de estilistas de várias 
nacionalidades no mundo da moda. Calvin Klein, Jean Paul Gaultier, 
Claude Montana, Kenzo, Giorgio Armani e Ralph Lauren ajudaram na 
internacionalização da moda. 
 
 
 
 
 
 
Calvin Klein pelas lentes de Harry Benson 
Nos Estados Unidos, designers como Roy Halston Frowick e Calvin Klein 
ganharam destaque. Suas criações enfatizavam a mulher profissional que 
precisava de um guarda-roupa mais prático. 
 
 
Lojas de departamento como Bergdorf Goodman e Saks Fifth Avenue, 
localizadas em Nova York, perceberam o crescente desejo por roupas prêt-
à-porter mais sofisticadas. Como resposta, decidiram abrir butiques 
internas em substituição aos departamentos de alta-costura. 
O estilo glam rock 
A extravagância e peculiaridade na história da moda emergiram com o 
glam rock. Esse movimento teve origem no início dos anos 1970 no Reino 
Unido e, após 1976, com o surgimento da cena disco nos Estados Unidos. 
Paetês e collants justos eram itens comuns nos dois movimentos, mas o 
glam rock é geralmente visto como o mais ostentoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artistas britânicos como Elton John e Marc Bolan eram autênticos 
expoentes do movimento glam rock. A androginia de David Bowie, que 
vestia criações do estilista japonês Kansai Yamamoto, também impactou o 
estilo glam rock. Sapatos plataforma, cabelos mullet coloridos à mão, 
vestidos estampados e pinturas faciais e corporais caracterizavam a 
aparência daquele tempo. 
Em Londres,lojas como a Biba de Barbara Hulanicki e a Alkasura 
desempenharam um papel importante na disseminação do estilo glam rock. 
Itens como echarpes de penas, coletes sofisticados e jaquetas de paetês 
eram facilmente encontrados. 
 
 
O estilo discoteca 
O apogeu do movimento disco aconteceu no final dos anos 1970. A música 
latina, o funk e o soul tiveram impacto na moda da época. Tops de 
lantejoulas tomara que caia, blusas de lurex com decote halter e calças 
justas se tornaram mais comuns. 
Outro elemento cultural que afetou a moda foi o filme "Os Embalos de 
Sábado à Noite", de 1977, estrelado por John Travolta. A película 
contribuiu para a popularização do estilo disco. As ruas passaram a ser 
dominadas por tecidos sintéticos elásticos, vestidos de spandex (material 
altamente elástico) e sapatos de salto alto combinados com meias curtas. 
O estilo disco se espalhou pelo Reino Unido com a ajuda da marca Swanky 
Modes, que oferecia peças sedutoras feitas de lycra. O fim do glam rock e 
da discoteca foi marcado pela ascensão do movimento punk rock em 1976. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O movimento Punk rock 
Londres é frequentemente vista como o berço do movimento punk rock, 
embora suas influências musicais tenham origem nos Estados Unidos, 
especificamente em Nova York. O punk rock combinava música alta e 
agressiva com vestuário de caráter semelhante. Indignação, autoexpressão e 
experimentação são as principais características desse movimento. 
A disseminação do estilo punk foi impulsionada pela loja Sex, de 
propriedade de Vivienne Westwood e Malcolm McLaren. No âmbito 
musical, a banda Sex Pistols ganhou destaque. Apesar das controvérsias 
envolvendo o grupo, as roupas usadas por seus integrantes despertavam 
enorme interesse. A designer Westwood incorporou itens como "camisas 
anarquia", "camisetas destruição", "calças bondage" e "roupas de carrasco". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vivienne Westwood e Malcolm McLaren 
Sem formação formal em design de moda, as criações de Westwood eram 
mais instintivas. Uma de suas abordagens era cortar o tecido diretamente 
no corpo, em vez de usar superfícies planas. A técnica da estilista foi 
empregada na confecção da camiseta rasgada, tão popular em 1979. 
A paleta de cores de Westwood incluía vermelho, preto, branco, rosa 
fluorescente e azul. A estampa xadrez também se destacou em suas peças. 
Em relação aos temas das roupas, ela favorecia assuntos urbanos 
modernistas e a história celta. 
 
 
Anos 1980: a década do exagero 
 
A expressão que melhor caracteriza os anos 1980 é, sem dúvida, 
exuberância. Elementos como ombreiras, sobreposições, vinil e uma 
variedade de cores e formas foram marcantes naquela década. 
Se os anos 1960 foram moldados pelos baby boomers, os yuppies (Jovens 
Profissionais Urbanos) dominaram os anos 1980. Os ideais do movimento 
hippie, como a resistência ao consumo excessivo, foram abandonados. 
Nesse período, os jovens passaram a valorizar e buscar peças de grandes 
estilistas e marcas renomadas. 
As mulheres dos anos 1980 
O aumento da presença feminina em posições de liderança foi um fator 
crucial para o surgimento de um novo conceito de feminilidade. Como 
resultado, a alfaiataria e os ternos com ombreiras acentuadas se tornaram 
predominantes no guarda-roupa das mulheres. 
 
 
 
 
 
Modelos vestindo Giorgio Armani 
1980 
 
 
Ocorreu algo similar com a saia longa. A peça, antes ligada à inocência nos 
anos 1960, passou a simbolizar poder e liberdade na década de 1980. 
A popularidade do terno foi fundamental para o reconhecimento 
internacional da empresa alemã Hugo Boss. Fundada em 1923, a marca 
inicialmente produzia roupas de trabalho e uniformes. No entanto, o terno 
prêt-à-porter, confeccionado com tecidos de qualidade e com uma silhueta 
mais masculina, trouxe Hugo Boss para o centro das atenções no mundo da 
moda. 
Ademais, a marca também se destaca por ser um dos primeiros casos de 
merchandising. Sua etiqueta foi exibida em Miami Vice, um dos seriados 
mais populares da época. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além das vestimentas, a publicidade da época estimulava os jovens 
profissionais a utilizar acessórios como o relógio Rolex, o mocassim Gucci 
e a agenda Filofax. 
A transformação de atitude, destacando-se o surgimento de um glamour 
mais maduro, foi crucial para a formação de impérios do mundo da moda. 
Ralph Lauren, Calvin Klein e Giorgio Armani souberam tirar proveito do 
entusiasmo pelo consumo de moda. Como resultado, seus nomes se 
tornaram marcantes na história da moda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Giorgio Armani marcou a história da moda 
 
Nos Estados Unidos, o mandato do presidente Ronald Reagan indicou o 
retorno das recepções formais. Eventos realizados durante sua gestão, como 
bailes beneficentes e jantares de Estado, demandavam trajes sofisticados e 
vestidos longos. 
A ficção também contribuiu para a criação de um estilo de vida mais 
glamoroso. Séries de televisão, como Dallas e Dynasty, exibiam atores 
trajando roupas luxuosas. O trabalho do estilista americano Nolan Miller 
era aclamado. 
A ostentação dos anos 1980 
Além das roupas, a ostentação também estava presente nos acessórios caros 
usados pelas atrizes. Historiadores consideram os anos 1980 como a década 
do exibicionismo social. 
 Fatores como a desregulamentação do mercado financeiro pela política de 
Reagan e reformas fiscais contribuíram para o aumento da renda das 
classes mais abastadas dos Estados Unidos. 
 
 
 
 
Em relação aos acessórios, a bolsa de luxo passou a ser considerada artigo 
de coleção. 
 
 
 
 
Bolsas Hermés Kelly. 
 
Nesse contexto transformado, as mulheres americanas optavam pelas 
roupas sofisticadas da marca Carolina Herrera para compor o visual diurno 
e, para ocasiões noturnas, recorriam às criações luxuosas de Arnold Scaasi. 
A moda experimentou um momento significativo nos anos 1980, quando 
clientes e estilistas começaram a se misturar em eventos sociais. O designer 
Oscar de la Renta era frequentemente visto circulando em eventos da elite 
americana e chegou a ser convidado para recepções formais na Casa 
Branca. 
O hip-hop e a moda das ruas 
O movimento hip-hop, que emergiu no final dos anos 1970 e início dos 
anos 1980 em cidades americanas, começou a se destacar. O movimento 
enfatizava a cultura afro-americana e a preocupação com os problemas 
sociais enfrentados pelas populações urbanas. 
Assim como diversos outros movimentos, o hip-hop exerceu influência na 
história da moda. Roupas confeccionadas com tecido kente (tradicional na 
cultura africana) e cores como verde, preto, amarelo e vermelho 
dominavam o guarda-roupa dos entusiastas do estilo. 
Em 1989, nasceu a primeira empresa focada em vestuário inspirado na 
cultura hip-hop. O pioneiro dessa iniciativa foi Karl Kani, que fundou uma 
marca com seu próprio nome. 
 
 
 
 
 
 
Devido ao crescimento do movimento, artistas como LL Cool J, Public 
Enemy e Run-Dmc ajudaram a popularizar o uso de vestuário esportivo e 
streetwear. Desse modo, a moda sofisticada e as marcas tradicionais 
passaram a ser menos apreciadas pela comunidade do hip-hop. 
Anos 1990: a década da diversidade de estilos 
A palavra que melhor descreve a moda nos anos 1990 é diversidade. 
Diferentes estilos e composições conviviam juntos. Apesar disso, peças 
como jeans coloridos e blusas tipo segunda pele eram tendências da época. 
Como em outras décadas, a música também influenciou os jovens dos anos 
1990. O Grunge, um subgênero do rock, era um grande influenciador do 
estilo e do comportamento dos jovens. 
 
 
 
 
 
 
 
Peças mais despojadas como calças e bermudas largas e camisas xadrez 
compunham o visual Grunge. Um marco do advento do estilo Grunge foi a 
coleção de para a Perry Ellis, uma marca de roupas esportiva americana. 
Apesar dainiciativa de Marc Jacobs, a coleção foi considerada um fiasco. 
Os consumidores não reagiram muito bem às peças que remetiam a um 
estilo mais desleixado. 
Além da influência do campo musical, a década também foi marcada por 
releituras de estilos dos 1960, com cores claras e 1970, com os calçados 
plataformas. 
O retorno da moda dos anos 1990 
Peças amplamente utilizadas durante a década de 1990 parecem ter 
conquistado as famosas nos últimos anos. Calça de cintura alta, jeans 
rasgado, camisa xadrez e óculos redondos são usados por celebridades e 
por pessoas apaixonadas pela moda. Muito dessas tendências podem ser 
vistas no filme patricinhas de Berbely Hills!

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