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DIREITO PARENTAL 
 
Estrutura da Árvore Genealógica: É a representação gráfica da descendência de uma família, a 
partir de um “tronco” comum, ou seja, é a demonstração genealógica das conexões familiares. 
 
Conceito de Parentesco: Vínculo jurídico que se estabelece entre pessoas que descendem uma das 
outras ou de um mesmo tronco ancestral, este vínculo também se estabelece entre cônjuge ou 
companheiro com os parentes do seu consorte, decorrentes de adoção e entre pai institucional e o filho 
socioafetivo. 
 
Tipos de Parentesco- art.1593, CC: “Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte 
de consanguinidade ou outra origem.” 
 
Segundo preconiza o art. 1.591 do Código Civil: “São parentes em linha reta as pessoas que estão umas 
para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.” 
 
Estabelece, ainda, o art. 1.592 do Código Civil que “São parentes em linha colateral ou transversal, até 
o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.” 
Linha Reta/Natural: 
contado por graus= 
infinito 
Ascendentes: pais, avós e bisavós Descendentes: filhos, netos e 
bisnetos 
Linha Paterna parentesco com genitor e com os 
ascendentes deles, como avós e 
bisavós paternos 
Linha Materna: pais e avós da 
mãe, como avós e bisavós maternas 
Linha Colateral/ 
Transversal 
vínculo entre parentes que descendem 
de um mesmo tronco ancestral, sem 
descenderem um do outro, formando 
vínculos de colateralidade. 
ex: irmãos, tios, primos e 
sobrinhos. 
 
 
 
Por Afinidade: Ocorre com o casamento ou união estável e vincula o cônjuge ou o companheiro aos 
parentes do outro. Vale destacar que não se equiparam aos parentes consanguíneos, mas existe simetria 
no que diz respeito às linhas, graus e espécies. 
Não é possível se casar com parentes com vínculo de afinidade, sob condição de não haver impedimento 
previsto em lei e de ordem moral para evita-se a aquisição de algum direito ou vantagem em face da 
aproximação afetiva que ocorre entre as famílias. 
 Em linha reta: inexiste limite, ex: sogro, genro, nora... 
 Em linha colateral: restringe-se aos cunhados, não passando a afinidade do 2º grau. 
OBS: O LIMITE DE PARENTESCO POR AFINIDADE ABRANGE OS DESCENDENTES, 
ASCENDENTES E IRMÃOS DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO (ART. 1595, §1º), DE FORMA 
QUE NÃO SÃO PARENTES POR AFINIDADE OS FILHOS DO CUNHADO. 
 
Civil: É o que se destina de outra origem que não seja a da consaguinidade. Art. 1593, caput, Código 
Civil; L. 12.010/2009 e L. 8.069/90- Adoção; Socioafetividade. 
 
Por adoção: Vínculo de parentesco que se estabelece entre o adotante e o adotado. Art. 41, ECA- com 
a adoção, o adotado torna-se filho do adotante, deligando o adotado dos vínculos que possuía com seus 
pais ou parentes biológicos, exceto quanto aos impedimentos matrimoniais. 
 
Socioafetivo: Vínculo paterno-filial que se estabelece entre o pai institucional e o filho proveniente de 
inseminação artificial heteróloga, de forma que o pai institucional não tem vínculo biológico com o 
filho, porém, a lei presume-se como pai. Art.1593, CC. 
*artigos. 1626, 1628, CC e 49, ECA. 
 
Graus de Parentesco: É a distância entre gerações que vai de um a outro parente, para cada geração 
haverá um grau. 
*Assim, pai e filho são parentes em linha reta em primeiro grau. -Avô e neto são parentes em linha reta 
em segundo grau. -Bisavô e bisneto são parentes em linha reta em terceiro grau. Irmãos são parentes 
em linha colateral em segundo grau. -Tios e sobrinhos são parentes em linha colateral em terceiro grau. 
-Primos, bem como tio-avô com sobrinho-neto são parentes em linha colateral em quarto grau, 
correspondendo este no limite na linha colateral entre parentes. 
 
Contagem de Graus: “art. 1.594 do Código Civil, nos seguintes termos: “Contam-se, na linha reta, 
os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo 
de um dos parentes, até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.” 
Considerando que em linha reta não há limite de grau, têm-se os ascendentes e os descendentes 
vinculados de forma infinita. São parentes em linha reta por consanguinidade os pais em relação aos 
filhos, os netos em relação aos avôs, os bisnetos em relação aos bisavôs etc. 
Na linha colateral o parentesco estende-se até o quarto grau. São parentes por consanguinidade em 
linha colateral os irmãos (colaterais de segundo grau), tios em relação aos sobrinhos (colaterais de 
terceiro grau) e os primos, assim como tio-avô e sobrinho-neto (colaterais de quarto grau). 
 
OBS: não há parentesco em primeiro grau na linha colateral, bem como não há parentesco além do 4º 
grau na linha colateral. 
 
Quanto aos irmãos, não importa se são de pais comuns ou tenham somente um deles em comum, sempre 
serão parentes consanguíneos colaterais de 2ºgrau. O parentesco consanguíneo de quarto grau pode 
ocorrer entre primos e entre o irmão do avô (tio-avô) e o neto do avô (sobrinho-neto). 
 
Regras Especiais: Os parentes do seu cônjuge não se tornam parente dos parentes do outro cônjuge. 
Assim, a mãe da esposa é sogra do marido, mas, os ascendentes e colaterais do marido não são parentes 
da sogra. *artigos. 1595, §§1º e 2º, CC. 
 
 
Efeitos do Parentesco: 
 Prestação de alimentos- art.1694, 1696, 1697 e 1698, CC;
 Podem ser chamados para servirem como tutor, curatela e interdição (art.1731, 1.774, 
1.798 CC); 
 No campo sucessório: art.1829 e 1.839, CC; 
 Impedimento matrimonial ou estabelecimento da união estável: art.1.521, CC e art.447, 
§4º, CPC; 
 Ainda no campo processual, o parentesco poderá ensejar impedimento ao juiz, que não 
poderá exercer jurisdição na causa em que seu parente for parte (art. 134, inc. IV e V, 
CPC e art. 252, inc. I, CPP); 
 
O parentesco socioafetivo produz todos os efeitos do parentesco natural. São efeitos 
pessoais: 
a) a criação do vínculo de parentesco na linha reta e na colateral (até o 4º grau), permitindo a 
adoção do nome da família e gerando impedimentos na órbita civil, como os impedimentos para 
casamento, e pública, como os impedimentos para assunção de determinados cargos públicos; 
b) a criação do vínculo de afinidade. Sob o aspecto patrimonial são gerados direitos (deveres) a 
alimentos e direitos sucessórios. 
 
Filiação: Vínculo entre pais e filhos, e filiação matrimonial é aquela que se origina do casamento 
dos pais, ainda que nulo ou anulado. Por fim, há a filiação não matrimonial, aquela decorrente de 
relações extramatrimoniais, filhos procriados por pessoas não casadas uma com a outra. 
 
Filhos naturais e espúrios: Decorrente de relações sexuais entre pessoas que não podiam se 
casar, uma com a outra, em virtude de existência de impedimento dirimente baseado no 
parentesco (filiação incestuosa) ou em casamento anterior (filiação adulterina), enquanto a 
filiação ilegítima propriamente dita era decorrente de relações sexuais entre pessoas que não se 
casaram, mas que poderiam se casar uma com a outra (filiação natural). 
 
Presunção Legal de Paternidade na Conformidade do Código Civil: Art. 1597, I ao V; 1598, 
caput; 1599, caput; 1600, caput. 
 
Ação Negatória de Maternidade e Paternidade: Art.1601, caput; 1602, caput; 1604, caput; 
1608, caput. 
 
Investigação de Paternidade e Maternidade: Casos em que aos pais se faculta a possibilidade 
de reconhecer o filho. Podemos encarar, aliás, a sentença na ação de investigação de paternidade 
como um reconhecimento forçado ou coativo. – Art. 1615 a 1617. 
 
Prova da Condição de Filho: Art. 1603; 1605, I e II; 1606, §único. 
 
Pode ser Voluntário ou Judicial: arts 1603 a 1608; ECA, arts. 26 e 27 e Lei 8.560 de 92. 
 
Reconhecimento do Filho: Art.1609, I ao IV, §único e 1610. 
 
Consequência do Reconhecimento do Filho: Art.1611 ao 1614. 
 
Alienação Parental – Lei. Nº 12.318/2010 
Considera-se ato de alienação parental a interferênciana formação psicológica da criança ou 
adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a 
criança ou adolescente sob a autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie genitor ou que 
cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
 
Consequências para quem pratica alienação parental: 
 Quem colocar os filhos contra os pais depois do divórcio pode ter penas que variam de 
advertência, multa, ampliação de convivência da criança com o pai/mãe afastado(a), até 
a perda da guarda da criança ou adolescente, ou mesmo da autoridade parental. - Mesmo 
vale para avós ou outros responsáveis pela criação. 
É preciso que se entenda que não se trata de “punições” ao(à) guardião(ã) ou alienador(a), porque 
as sanções têm um caráter muito mais pedagógico que propriamente sancionatório. 
*O Projeto de Lei 6371/19 revoga a Lei de Alienação Parental. 
 
Adoção: Ato solene pelo qual alguém, irrevogável e independentemente de qualquer relação de 
parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família, na 
condição de filho, pessoa que geralmente lhe é estranha. 
Lei. Nº 12.010/2009- art. 1618 e 1619. 
 
Poder Familiar e Alimentos: Conjunto de direitos e obrigações, quanto à pessoa e bens do filho 
menor não emancipado, exercido pelos pais, para que possam desempenhar os encargos que a 
norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho. 
- Do exercício do poder familiar: art. 1634; - Da suspensão e extinção do poder familiar: art. 
1635 a 1638. 
 
ASPECTOS RELEVANTES DOS ALIMENTOS 
Conceito: Obrigação que é imposta a alguém, em função de uma causa jurídica prevista em lei, 
de prestá-los a quem deles necessite. 
 
- O dever alimentar deriva do princípio da dignidade da pessoa humana: Art.1º, III, CF e Art.229, 
caput. 
Características dos Alimentos: Além de irrenunciáveis, os alimentos devido ao seu aspecto de 
direito personalíssimo, são igualmente:
•impenhoráveis – art. 1707 -destinam-se a 
prover o necessitado, não responde por 
dívidas. 
•incompensáveis – art. 373 – se o devedor 
de alimentos se tornar credor do 
alimentando, não poderá opor-lhe o crédito, 
quando lhe for exigida a obrigação. 
•intransacionáveis (quanto aos alimentos 
futuros) – o direito de pedir alimentos não 
pode ser objeto de transação, mas as 
prestações em atraso sim. 
•imprescritíveis (exceto nas prestações 
alimentícias vencidas: 02 anos – art. 206 § 
2º). 
• incessíveis– art. 1707 - o crédito não pode 
ser cedido a outrem. 
• transmissíveis – art. 1700. 
•atuais – visam satisfazer necessidades 
atuais e futuras, não as passadas.
Legislação Aplicável aos Alimentos: L. 10.406/2002- Art.1694 a 1.710; Ab-rogada toda a 
legislação anterior que continha regras de direito material acerca alimentos; Mantida a 
L.5.478/68- Lei processual; Lei 13.105/15- Das Ações de Família- Capítulo X; Art. 693, §único. 
Rito Processual dos Alimentos: 
O caráter primordial dos alimentos, institui a Lei dos Alimentos- nº 5.478/68, que autoriza a ação de 
alimentos é o de ser emergencial e atual. 
Sua impetração deve ser feita no rito especial objetivando a agilidade da prestação jurisdicional em 
matéria de alimentos, possui como requisito a existência da relação obrigacional de alimentar, assim, o 
credor deverá dispor da prova de pré-constituída da obrigação. 
A Lei 5478/68, em seu art. 24 delibera que a parte obrigada a prestar alimentos, demonstrando que se 
preocupa com a subsistência de quem tem direito de ser alimentado, poderá cumprir a sua obrigação, 
voluntariamente, sem a coação de uma exigência judicial, propondo a Ação de Oferecimento de 
Alimentos 
Ação de Alimentos é essencial se utilizar da Lei de nº 5.478/68 cominada com os demais institutos que 
mantém dispositivos pertinentes a Alimentos sob sua competência. 
São ordinariamente legitimados para a ação de alimentos quem se afirmar credor e o sancionado ou a quem 
se admitir como devedor 
 
Fontes da Obrigação Alimentar: - Vontade das Partes: materializa-se nos casos de separação 
judicial consensual ou derivada de disposição testamentária (art.1920). – Parentesco: dever 
jurídico decorrente de norma legal. – Casamento e União Estável. – Prática de Ato Ilícito: 
Responsabilidade civil (Art.948, II). 
Princípios que Regem a Matéria
• Princípio da mutabilidade: a decisão 
sobre alimentos pode ser sempre alterada 
(art. 1.699) 
• Princípio da transmissibilidade: a 
obrigação de prestar alimentos transmite-se 
aos herdeiros do devedor (art. 1.700) 
• Princípio da alternatividade: os 
alimentos podem ser pagos em espécie ou 
em dinheiro (art. 1.701) 
• Princípio da irrenunciabilidade: o credor 
pode não exercer, porém lhe é vedado 
renunciar o direito a alimentos (art. 1.707). 
 
*Inovação: o CC incorpora os alimentos civis (art. 1694). 
- Alimentos naturais ou necessários: indispensáveis à subsistência como alimentação, saúde, 
vestuário e habitação. 
- Alimentos civis ou côngruos: destinados a manter a qualidade de vida do credor, de acordo 
com a condição social dos envolvidos, preservando o status social do alimentado – limitando-se 
proporcionalmente, também, o valor, à capacidade do alimentando. 
Espécies de Alimentos: 
- Quanto à sua causa jurídica: A) Legais: chamados também de legítimos devido a sua criação 
ser feita pela lei, ou seja, quem pode pleitear e quem tem o dever de pagar; B) Voluntários: 
Depende, portanto, da vontade. Ex: intervivos ou causa mortis/testamento; C) Indenizatório ou 
Ressarcitórios: resultam da prática de um ato ilícito e constituem forma de indenização do dano 
ex delicto. Normalmente o ato ilícito resulta a morte de alguém, nesse caso, o infrator à título de 
danos morais tem que pagar alimentos, sendo estes regulados pela responsabilidade civil. 
- Quanto à sua finalidade: A) Provisórios: são os fixados liminarmente no despacho inicial 
proferido na ação de alimentos, ou seja, são os alimentos que servem para manter, de forma 
temporária, quem pleiteia a ação, em outras palavras, trata-se de um pedido de liminar dentro da 
ação de alimentos, que adota rito especial previsto na Lei de Alimentos (Lei 5.478/1968). 
B) Provisionais- art.1.706, CC: fixados por meio de antecipação de tutela em ações em que não 
há a prova pré-constituída do parentesco ou do casamento, no caso da ação de investigação de 
paternidade ou da ação de reconhecimento e dissolução da união estável. Têm como função a 
manutenção da pessoa enquanto tramita o processo. Para o juiz determinar os alimentos 
provisionais depende da comprovação dos requisitos do fumus boni juris e periculum in mora. 
C) Definitivos: são os de caráter permanente, estabelecidos pelo juiz na sentença ou acordo das 
partes devidamente homologado. São pleiteados na ação de alimentos para suprir as necessidades 
e manter a condição social do autor. São fixados na sentença de mérito e seus efeitos retroagem a 
data da citação. 
 
- Quanto ao momento: A) Pretéritos: quando o pedido retroage a período anterior ao 
ajuizamento da ação. São os alimentos pleiteados na ação de alimentos buscando suprir uma 
necessidade anterior a distribuição da referida ação. O Brasil não admite esses alimentos. 
B) Atuais: são os alimentos pleiteados na inicial referente as necessidades do momento da 
distribuição, são os postulados a partir do ajuizamento. Eles existem desde essa data até a fixação 
dos alimentos definitivos. Esses alimentos duram da distribuição até a sentença. 
C) Futuros: são os alimentos devidos somente a partir da sentença. São fixados na forma 
definitiva e valendo após o trânsito em julgado sem limite de prazo. 
*art.1695, CC. 
A obrigação alimentar obedece a certos requisitos para sua concessão, são eles: 
 a. existência de um vínculo de parentesco consanguíneo ou existência de união estável ou 
casamento; 
b. necessidade do reclamante;c. possibilidade econômico-financeira da pessoa obrigada; 
d. proporcionalidade. 
 
*CRÍTICAS AO ART.1694: Tal garantia se mostra fora da realidade. Melhor seria que a 
expressão “compatível com sua condição social” fosse substituída por “digno”. Inadequado, ao 
assegurar indistintamente tanto para parentes como para cônjuges e companheiros o direito a 
alimentos que atendam às necessidades de sua educação. 
Pressupostos da Obrigação Alimentar – Art.1.695, CC: A obrigação alimentar obedece a 
certos requisitos para sua concessão, são eles: 
a. existência de um vínculo de parentesco consanguíneo ou existência de união estável ou 
casamento; 
b. necessidade do reclamante; 
c. possibilidade econômico-financeira da pessoa obrigada; 
d. proporcionalidade. 
Alimentos Decorrentes do Parentesco 
 Parentesco Consanguíneo: Extensivo a todos os ascendentes e descendentes, em ordem 
preferencial – art. 1696; Na linha colateral: somente até o segundo grau – irmãos 
germanos ou unilaterais: art. 1697. 
 Parentesco por Afinidade: inadmissível obrigatoriedade de alimentos entre afins, visto 
que o rol das pessoas obrigadas a prestação de alimentos em razão do parentesco (arts. 
1.696 e 1697) é taxativo (numerus clausus) e não inclui os parentes por afinidade. 
Filiação Socioafetiva: Implicitamente Admitida nos Seguintes Artigos. 
a) art. 1593, que diz: "O parentesco é 
natural ou civil, conforme resulte de 
consanguinidade ou outra origem". Esta 
outra origem de parentesco é justamente a 
sociológica (afetiva, socioafetiva, social, 
eudemonista); 
b) art. 1596, em que é reafirmada a 
igualdade entre a filiação (art. 227, § 6º, da 
Constituição Federal de 1988); 
c) art. 1597, V, pois o reconhecimento 
voluntário da paternidade na inseminação 
artificial heteróloga não é de filho biológico, 
e sim de filho socioafetivo, já que o material 
genético não é do(s) pai(s), mas, sim, de 
terceiro(s); 
d) art. 1603, visto que, enquanto a família 
biológica navega na cavidade sanguínea, a 
família afetiva transcende os mares do 
sangue, conectando o ideal da paternidade e 
da maternidade responsável. 
e) art. 1605, II, em que filiação é provada 
por presunções - posse de estado de filho 
(estado de filho afetivo). 
 
Filiação socioafetiva gera direitos à alimentos? A jurisprudência, como atualmente tem se 
posicionado, reconhece a relação de paternidade através da posse de estado de filho, e uma das 
consequências da paternidade e da maternidade socioafetiva é o direito à prestação de alimentos. 
Quem foi criado por outrem é filho deste e, como tal, como parente, tem direito a tudo que um 
filho tem, inclusive a alimentos. E quem criou é pai, mãe, e merece toda a retribuição pelo seu 
esforço e dedicação de uma vida. 
Capacidade Civil X Alimentos: Os filhos maiores poderão continuar a receber os alimentos em 
razão do parentesco, que não se extingue com a maioridade civil, podendo a obrigação se 
prolongar até os 24 (vinte e quatro) anos, como ocorre hoje com o estudante de instituição de 
ensino superior, em decorrência de entendimento jurisprudencial. O alimentado, após os 18 anos, 
deverá provar a necessidade de continuar a receber alimentos, em virtude do parentesco existente 
entre ele e o alimentante. 
Culpa X Alimentos: Dado em razão do parentesco poderão ser restritos, ao indispensável à 
subsistência- alimentos naturais ou necessários- quando a situação de necessidade resultar de 
culpa de quem os pleiteia- art.1694, §2º. 
O mesmo tratamento se dá ao cônjuge na separação judicial, assim, o culpado perde o direito a 
alimentos salvo se necessitar e não tiver parente em condições de prestá-los, ficando ao ex-
cônjuge obrigado ao pagamento no valor indispensável à sobrevivência do necessitado- art.1704, 
§único. 
• O cônjuge culpado deve pagar alimentos ao cônjuge inocente (art. 1.702). 
• Os pais são obrigados a pagar alimentos aos filhos na proporção de seus recursos 
(art. 1.703). 
• A necessidade de um dos cônjuges obriga o outro a pagar alimentos (art. 1.704) 
Condições para que o cônjuge culpado possa habilitar-se a receber alimentos necessários do 
inocente: • não ter parentes em condições de prestá-los: Não basta, portanto, que o cônjuge 
culpado necessite dos alimentos. É necessário, além disso, que não tenha parentes (ascendentes, 
descendentes ou irmãos) em condições de prestá-los (Parágrafo único do artigo 1.704) 
• Não ter aptidão para o trabalho: Assim, a condição de culpado ou de inocente refletirá na 
própria ordem de precedência da obrigação alimentar entre cônjuges. Isto é: se culpado, o parente 
precede o cônjuge; se inocente, o cônjuge precede o parente. 
Condições para que o cônjuge inocente possa habilitar-se a receber alimentos: O cônjuge 
que não for considerado culpado pela separação bastará provar sua necessidade e a possibilidade 
do potencial prestador, para habilitar-se a receber pensão alimentícia. Não fica, nesta hipótese, 
obrigado a demonstrar que não possui parentes em condições de prestá-los. 
*o valor dos alimentos deverá corresponder ao que for necessário à preservação da condição 
social (art.1694). 
Alimentos Compensatórios: São pagos por um cônjuge ao outro, por ocasião da ruptura do 
vínculo conjugal. Servem para amenizar o desequilíbrio econômico, no padrão de vida de um dos 
cônjuges, por ocasião do fim do casamento (só cabe ao cônjuge inocente). – Art.1.704, §único. 
Entende-se que os compensatórios devem seguir a regra já corrente nos casos de alimentos entre 
cônjuges, isto é, possuir um caráter transitório: Nesse contexto, filia-se plenamente à premissa 
segundo a qual os alimentos entre os cônjuges têm caráter subsidiário e transitório, com fixação 
por um tempo razoável, até que o cônjuge volte ao mercado de trabalho. 
 
Exoneração da pensão alimentícia: A ocorrência de nova união (via casamento, união estável 
ou concubinato) ou o procedimento indigno do credor, exonera o ex-cônjuge, ex-companheiro 
ou parente devedor da pensão alimentícia (art. 1.708). Mas o novo casamento do cônjuge devedor 
não o libera da anterior dívida alimentar (art. 1.709). – Art.1.814, II e II, CC. 
Alimentos Decorrentes da União Estável: - Art.1.694 e Art.1.724 
Critérios para Fixação dos Alimentos: - Art.1.695, caput. 
Transmissibilidade da Obrigação Alimentar – Art.1.700: A obrigação de prestar alimentos 
decorrente do casamento e da união estável transmite-se aos herdeiros do devedor no limite dos 
frutos do quinhão de cada herdeiro. 
Alternatividade da Prestação: - Art.1.701 e Art.25 da Lei- 5.478/68 
Reciprocidade e Ausência de Solidariedade na Obrigação Alimentar: - Art. 1.696 a Art.1.698, 
CC. 
Inovação - Solidariedade na Obrigação de Alimentos para os +60: Estatuto do Idoso- 
L.10747/2003; Art.12. – Art.1696, CC; 
*A solidariedade se estabelece em cada classe. Não se pode acionar devedor da classe 
subsequente, sem antes provar a falta dos que lhe antecedem. 
Lei 11.804/2008- Alimentos Gravídicos: Garante alimentos desde o momento da concepção, 
dando um auxílio ao bebê e a sua mãe que necessitam de atendimento desde o início de seu 
desenvolvimento, com serviços e atendimentos que se façam necessários. Basta que se tenham 
indícios da paternidade para requerer o cumprimento de tal obrigação, o qual irá permanecer após 
o nascimento com vida e se converterá em pensão de alimentos a favor do filho, tal transformação 
ocorre independentemente do reconhecimento da paternidade. 
*Mesmo fixado o valor de alimentos gravídicos e transformados prestações alimentícias, esta será 
assegurada a sua revisão sem a exigência da alteração do parâmetro possibilidade – necessidade. 
- Art.6º, §único; Art. 2, caput; 
Procedimento Alimentos Gravídicos: 
 Juiz deverá se convencer em análise superficial de que tais alimentos serão cabíveis pela 
existência de indícios, não pela prova em si e sim pela sua existência, pois estes alimentos 
só perdurarão, no máximode nove meses. 
 A autora a deverá comprovar a gestação de fato, e o pai apontado, por sua vez, terá 05 
(cinco) dias para produzir provas negativas de sua paternidade, pois foi vetado em seu 
Projeto de Lei original exame pericial intrauterino, pois trazia risco à vida do feto. 
Alimentos Avoengos: Caráter complementar e sucessivo, portanto, os avós só podem ser instados 
a cumprir a obrigação alimentar quando esgotadas todas as vias na execução dessa ação junto aos 
pais, que inclusive já têm por dever constitucional sustento aos filhos. É por isso que os avós não 
podem, por iniciativa solidária, se colocarem à disposição para suprir a inadimplência dos 
genitores quando estes têm, comprovadamente, condições para arcar com os alimentos em voga. 
Executividade dos Alimentos Fixados em Escritura Pública – L. 11.441/2007: Art. 528, CPC; 
Art.528, §3º, CPC; Art.784, II, CPC. 
Alimentos nas Uniões Homoafetivas: Admissível o dever de alimentos tendo por fundamento a 
norma constitucional garantidora do respeito a dignidade humana. Cada pessoa é merecedora de 
respeito e proteção autônomos, concretos, voltados para as suas prementes necessidades básicas 
vitais, assegurada sua integridade física e psíquica contra todo ato que possa violar suas condições 
existenciais mínimas. 
Execução de Alimentos: a) de título executivo extrajudicial, mediante ação judicial visando a 
cobrança pelo rito da prisão (CPC 911); b) de título executivo extrajudicial, pelo rito da 
expropriação (CPC 913); c) cumprimento de sentença ou decisão interlocutória para a cobrança 
de alimentos pelo rito da prisão (CPC 528); d) cumprimento de sentença ou decisão interlocutória 
para a cobrança dos alimentos pelo rito da expropriação (CPC 530) 
* O mecanismo processual mais eficaz para o recebimento de pensões é a possibilidade da prisão 
civil do devedor, art. 5º, LXVII CF e 528, §3º, CPC. 
 
FALTA DE ALIMENTOS COMO VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A falta da prestação de 
alimentos na constância do relacionamento afetivo de um casamento ou de uma união estável, 
quando presente a dependência financeira de um dos parceiros, constitui uma evidente violência 
doméstica, tratando a própria Lei Maria da Penha de veicular as formas de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, quais sejam, a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, 
prescrevendo o artigo 7º da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006, configurar violência doméstica 
ou familiar, inciso IV, a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que caracterize 
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, 
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a 
satisfazer suas necessidades. 
Abuso de Direito: Quando um genitor não guardião falta com estas suas obrigações parentais e, 
especialmente quando ele se esquece do seu dever alimentar porque coloca seus dependentes 
como instrumento dos seus problemas afetivos, imaginando estar pagando em excesso, este 
genitor abusa do direito do dependente dos alimentos. Também abusa do direito do menor aquele 
progenitor que simplesmente se vale da carência afetiva proveniente da ausência do seu pai e sob 
os auspícios de uma reaproximação acena em contrapartida, com a cobrança de um dever de 
lealdade, e exige que seu filho, credor de alimentos, se omita de outorgar procuração para a 
cobrança executiva dos alimentos devidos e deste modo inviabilizando a execução alimentar. 
Qualquer dessas posturas cuida de verdadeiro abuso do direito (CC, art. 187) praticado pelo 
devedor alimentar. 
 
Extinção: a. morte do alimentando b. desaparecimento dos pressupostos c. casos do art. 1708 do 
CC. 
 
 
DIREITO ASSISTENCIAL 
Alteração Legislativas 
Em 6 de julho de 2015, a Lei 13.146/2015 foi sancionada e instituiu o Estatuto da Pessoa com 
Deficiência e entrou em vigor 180 dias após sua publicação, ao final do mês de dezembro de 2015. 
Esta Lei revogou todos os incisos do art. 3º do Código Civil, no sistema privado brasileiro, pessoa 
absolutamente incapaz que seja maior de idade. Como consequência, não há que se falar mais em 
ação de interdição absoluta no nosso sistema civil, pois os menores não são interditados. Todas 
as PCD, das quais tratava o comando anterior, passam a ser, em regra, plenamente capazes para 
o Direito Civil, o que visa a sua plena inclusão social, em prol de sua dignidade. 
 
Conceito de PCD – art.2º do Estatuto: Considera-se PCD como aquela que tem impedimento 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma 
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas. 
De acordo com o art. 84, “A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua 
capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas”. O § 1º do mesmo art. 84 
preconiza que: “Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme 
a lei” 
Quem São as PCD 
•Uma pessoa sem um braço; 
•Uma pessoa surda de um ouvido; 
•Uma pessoa que manca; 
•Um cego; 
•Uma pessoa com autismo em grau leve; 
• MAS TAMBÉM.... 
•Alguém em coma; 
•Alguém com mal de Alzheimer; 
•Alguém com autismo em grau máximo; •Alguém com esquizofrenia em grau 
máximo. 
 
Distorções Causadas Pelo EPD 
•A pessoa com deficiência perdeu a proteção 
contra a prescrição (art. 198, inciso I); 
•A pessoa com deficiência perdeu a proteção 
contra a usucapião; 
•A pessoa com deficiência perdeu o direito 
ao regime jurídico especial de 
responsabilidade civil (art.928,Cc); 
•Os negócios jurídicos celebrados por 
pessoas com deficiência serão, no máximo, 
anuláveis. 
 
Abalos Sistêmicos Decorrentes da L.13.146/15 
• A partir da vigência da Lei nº 13.146/15, 
mesmo que a pessoa deficiente esteja sob 
curatela, a prescrição e a decadência 
correrão contra ela. 
• A teor dos artigos 198, I e 208 do CC, a 
prescrição e a decadência apenas não fluem 
contra os absolutamente incapazes (que 
serão apenas os menores de 16 anos). 
• Evidentemente, haverá prejuízo para os que 
agora serão considerados como 
relativamente incapazes. 
• Ademais, os atos praticados pelo 
interditado sem a presença do curador serão 
submetidos à sanção da anulabilidade (art. 
171, I, CC) e não mais à nulidade (art. 166, 
I, CC), com todas as consequências em 
termos de legitimidade e prazo para a 
invalidação do ato prejudicial. 
 
CURATELA: É o encargo público, cometido, por lei, a alguém para reger e defender a pessoa e 
administrar os bens de maiores, que, por si só, não estão em condições de fazê-lo, em razão de 
enfermidade ou deficiência mental. Sua natureza é essencialmente assistencial, como no caso da 
tutela. Para o seu estabelecimento é necessário procedimento judicial. 
PCD E CURATELA- “§ 3º do art. 84 da Lei 13.146/15: “A definição de curatela de pessoa 
com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e 
às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível”. 
 
• A Lei nº 13.146/15 nos remete a dois modelos jurídicos de deficiência: A deficiência como 
gênero engloba todas as pessoas que possuam uma menor capacidade física, psíquica ou sensorial 
- independentemente de sua gradação -, sendo bastante uma especial dificuldade para satisfazer 
as necessidades normais. O deficiente desfruta plenamente dos direitos civis, patrimoniais e 
existenciais. 
Porém, se a deficiência se qualifica pelo fato de a pessoa não conseguir se autodeterminar, o 
ordenamento lhe conferirá proteção ainda mais densa do que aquela deferida a um deficiente 
capaz, demandando o devido processo legal. 
A Lei também determinou que a curatela afetasse apenas os aspectos patrimoniais, mantendo o 
portador do transtorno o controle sobre os aspectos existenciais da vida, como o direito aopróprio 
corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade etc.- art. 85, §1º, EPD. 
 
Em resumo: a) haverá intenso ônus argumentativo por parte de quem pretenda submeter uma 
pessoa à curatela em razão de uma causa permanente; b) sendo ela curatelada, a incapacidade será 
apenas relativa, pois a incapacidade absoluta fere a regra da proporcionalidade; c) a curatela, em 
regra, será limitada à restrição da prática de atos patrimoniais, preservando-se, na medida do 
possível a autodeterminação para a condução das situações existenciais. 
 
Como avaliar se a pessoa tem ou não capacidade para decidir sobre o casamento? Em caso 
de dúvida, pode o Registrador exigir laudos médicos e, persistindo a dúvida, deverá submeter a 
questão para decisão do Juiz competente para Registros Públicos, no próprio processo de 
habilitação para casamento 
 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; (Alterado pela Lei nº 13.146, de 
2015) 
II – Revogado pela Lei nº 13.146, de 2015 
III - os ébrios habituais e os viciados em 
tóxico; (Alterado pela Lei nº 13.146, de 
2015) 
IV - Revogado pela Lei nº 13.146, de 2015 
V - os pródigos. 
 
OBS: Entendemos como relativamente incapaz todo aquele que for curatelado por uma causa 
duradoura que o prive de exprimir a sua vontade de forma a se autodeterminar. 
Não será interditada como clinicamente “portadora de uma deficiência ou enfermidade mental”, 
mas curatelada pelo fato de objetivamente não exprimir a sua vontade de forma ponderada (art. 
1.767, I, CC, com a redação dada pela Lei 13.146/15) 
 
Limites da Curatela: De acordo com cada caso, haverá 3 possibilidades: a) o curador será um 
representante para todos os atos; b) o curador será um representante para alguns atos e assistente 
para outros; c) o curador será sempre um assistente. 
O Juiz deverá analisar o caso concreto detidamente e esclarecer qual será a hipótese, dentre as 
três possíveis. 
 
Legitimidade para requerer a curatela: 
Art. 1.768. O processo que define os termos da curatela deve ser promovido: (Alterado pela Lei 
nº 13.146, de 2015) (Vide Lei n º 13.105, de 2015) 
I - pelos pais ou tutores; 
II - pelo cônjuge, ou por qualquer parente; 
III - pelo Ministério Público. 
IV - pela própria pessoa. (Inserido pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 
Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o processo que define os termos da curatela: 
(Alterado pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vide Lei n º 13.105, de 2015) 
I - nos caso de deficiência mental ou intelectual; (Alterado pela Lei nº 13.146, de 2015) 
II - se não existir ou não promover a interdição alguma das pessoas designadas nos incisos I e II 
do artigo antecedente; 
III - se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas mencionadas no inciso II. (Alterado 
pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
Art. 1.771. Antes de se pronunciar acerca dos termos da curatela, o juiz, que deverá ser assistido 
por equipe multidisciplinar, entrevistará pessoalmente o interditando. (Alterado pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vide Lei n º 13.105, de 2015) 
 
Art. 1.772. O juiz determinará, segundo as potencialidades da pessoa, os limites da curatela, 
circunscritos às restrições constantes do art. 1.782, e indicará curador. (Alterado pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vide Lei n º13.105, de 2015) 
Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em conta a vontade e as preferências 
do interditando, a ausência de conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade 
e a adequação às circunstâncias da pessoa. 
 
Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer 
curatela compartilhada a mais de uma pessoa. (Introduzido pela Lei nº 13.146, de 2015) 
* O Estatuto da Pessoa com Deficiência incluiu o art. 1.775-A que aborda a possibilidade de 
curatela compartilhada segundo a apreciação do juiz no momento da nomeação de curador para a 
pessoa com deficiência. 
Art. 1.777. As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 receberão todo o apoio necessário para 
ter preservado o direito à convivência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento 
em estabelecimento que os afaste desse convívio. (Alterado pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
• A internação compulsória deve, quando possível, ser evitada, de modo que a sua adoção apenas 
poderá ocorrer como última opção, em defesa do internado e, secundariamente, da própria 
sociedade. Resguarda-se, por meio da interdição civil com internação compulsória, a vida do 
próprio interditando e, secundariamente, a segurança da sociedade. 
 
• Não se pretende, com essa medida, aplicar sanção ao interditado seja na espécie de pena seja na 
forma de medida de segurança, haja vista que a internação compulsória em ação de interdição não 
tem caráter penal, não devendo, portanto, ser comparada à medida de segurança ou à medida 
socioeducativa 
 
 
TOMADA DE DECISÃO APOIADA: Trata-se de processo em que a PCD elege pelo menos 2 
pessoas aptas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe 
apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil. 
Assim, a PCD possuirá plena capacidade, sendo privada apenas da legitimidade para praticar 
alguns atos da vida civil, ou seja, o objetivo deste são PCD que possuem impossibilidade física 
ou sensorial que não tenham impedimentos, mas possuem limitações em expressar a sua vontade. 
 
Poderes e funções dos apoiadores: 
● Respeitar vontades e preferências da pessoa apoiada 
● Noticiar o juiz de negócios jurídicos que possam representar riscos ou prejuízo relevante 
ao apoiado 
● Poderão requerer sua exclusão do processo, sendo ambos os pedidos submetidos à decisão 
judicial. 
 
PROCEDIMENTO 
● Apoiado formula pedido, sendo necessário que especifique os limites do apoio 
pretendido, bem como o prazo da vigência, isso porque a lei não estabelece prazo mínimo 
de duração nem arrola atos que se submeterão a apoio. 
● Termo de apoio apresentada ao Juiz 
● Ouvirá o Ministério Público antes de se pronunciar quanto ao pedido 
● A sentença judicial que julgar esse pedido indicará necessariamente a sua duração. 
 
- Considerando que a pessoa apoiada seja plenamente capaz, lhe será concedida a 
autonomia para requerer a extinção da medida de apoio a qualquer tempo. 
- O término do acordo firmado pode ser solicitado pela pessoa apoiada a qualquer tempo. 
 
Como a tomada de decisão apoiada protege as PCD? Uma vez homologado pelo juiz, o termo 
de tomada de decisão apoiada produz efeitos imediatos contra terceiros, sem qualquer restrição e 
dentro dos limites pactuados no apoio. 
 
Exemplo: A PCD pode estabelecer no termo de apoio que para a celebração de contratos de 
determinada natureza, será necessário a assinatura em conjunto dos apoiadores, sob pena de tornar 
inválido ou anulável o negócio jurídico. 
Se determinado negócio jurídico vier a oferecer riscos ou prejuízos para a PCD e houver 
divergência de opiniões entre apoiado e apoiadores, o juiz é que decidirá a questão, após ouvir o 
Ministério Público. 
Caso haja negligência do apoiador, o apoiado ou qualquer outra pessoa poderá denunciar ao 
Ministério Público e provocar a substituição do apoiador. 
 
Para quais PCD a tomada de decisão apoiada é indicada? É indicada para pessoas com 
deficiência intelectual ou mental, maiores de 18 anos, que necessitem de apoio para o exercício 
de seus direitos. 
Entretanto, nada impede que outras deficiências também possam se valer desse mecanismo de 
proteção jurídica. 
 
Exemplo: Uma pessoa com deficiência física grave, que esteja acamada, impossibilitada de se 
deslocar ou se expressar com autonomia, mas esteja plenamente lúcida e capaz para a prática de 
seus atos. Tal situação, justifica perfeitamente a propositura do processo de tomada de decisão 
apoiada para assegurar o apoio necessário a essa pessoa.Em caráter de exceção, se apresenta, inicialmente, a tomada de decisão apoiada e em última 
hipótese a curatela, como mecanismo de proteção jurídica. 
 
ART.1783-A, LEI. 13.146/2015 
 
TUTELA 
CONCEITO: A tutela é um instituto de caráter assistencial, que tem por finalidade a substituição 
do poder familiar. Visa a proteção da criança e do adolescente não emancipado e seus bens, nas 
situações em que sobrevier o falecimento de seus genitores, forem esses declarados ausentes ou 
sobrevier a suspensão ou destituição do poder familiar. 
 
Objetivos: 
I. Dar assistência à criança e ao adolescente 
II. Assegurar a representação destes na órbita jurídica 
 
ESPÉCIES: 
Legítima: art.1731, I ao II- Ocorre na falta de testamentária, a lei confere se é possível o menor 
permanecer com seus parentes consanguíneos, na seguinte ordem estabelecida pelo Código Civil: 
a)os ascendentes, preferindo-se o de grau mais próximo ao mais distante; b) os irmãos (colaterais 
de 2º grau)ou os tios (colaterais de 3º grau), preferindo os mais próximos e os mais velhos. 
 
OBS: Contudo essa ordem poderá ser alterada pelo magistrado, em benefício do menor e em 
atenção aos seus interesses 
 
Testamentária- art. 1729/1730: Nomeação de tutor por meio de testamento ou ato de última 
vontade (codicilo), tal declaração ocorre no efetivo exercício do poder familiar, em que nomeia 
um tutor para o filho menor, caso venham ambos a falecer antes da maioridade do filho. 
 
OBS: Tal declaração não cabe se um dos genitores permanecer vivo na mesma condição que não 
cabe a nomeação de tutor descendente menor. 
 
Dativa- art.1732, I ao III: É a tutela exercida por um terceiro, nomeado pelo juiz, de caráter 
idôneo e que deverá residir no domicílio do menor de idade. Em síntese a nomeação do tutor 
dativo só pode ocorrer se não for possível a nomeação testamentária e legítima. Assim caberá ao 
juiz nomear um tutor relacionado ao menor, em benefício deste. 
São pessoas voluntárias, famílias substitutas, que, de maneira gratuita, encarregaram de sua 
criação e educação em lar substituto, não se confundindo com tutela funcional. 
 
OBS: A tutela dativa pode ser recusada se houver parente idôneo consanguíneo ou afim, em 
condições de exercê-la(art. 1.737 CC). 
 
Tutela funcional- art.1734: Os tutelados, menores abandonados e desamparados, ainda que não 
sejam órfãos, passam a ter necessidade de nomeação de um tutor pelo Juízo da Infância e 
Juventude ou ainda recolhidos em estabelecimentos públicos destinados a esta finalidade. 
Na falta de tais estabelecimentos, confere-se a tutela dativa. 
 
Irregular: É admitida pela minoria da doutrina, a qual consiste na situação, sem qualquer 
formalidade legal, uma pessoa zela pelo menor e que não tem nenhum tutor nomeado a partir 
dessa situação passa a cuidar dos interesses e dos bens desse menor, como se fosse tutor legal do 
menor. 
 
• Impedimentos: art. 1.735 
• Possibilidade de escusa art. 1.736: O nomeado para o exercício do encargo pode utilizar-se de 
justificativas que o excusam da obrigação. 
O Juiz deverá considerar, ao estabelecer o encargo, a presença de empatia, afetividade e 
disposição para a assunção do múnus, porquanto não é crível que a autoridade judicial ordene 
uma tutoria contra a vontade da pessoa que exercerá. Deste modo, a escusa poderá afastar, por 
meio de decisão judicial, o exercício da tutoria. 
 
Tutela Compartilhada? A Lei parece não admitir a nomeação de duas ou mais pessoas, quando 
do paradigma da norma expressa no art. 1.733, §1º. Todavia, a Lei nada refere claramente, sobre 
a aceitação ou não da tutela compartilhada, que seria como a guarda compartilhada, onde haveria 
mais de um tutor responsável pela criança ou adolescente e estes, manteriam uma convivência 
cotidiana com o menor, exercendo todas as responsabilidades e deveres que lhe são atribuídas. 
 
• Responsabilidade do juiz: art. 1.744 
• Garantia do tutor: art. 1.745 
 
A FIGURA DO PROTUTOR 
Será nomeado pelo juiz, possuindo como finalidade a fiscalização dos atos praticados pelo tutor 
mediante gratificação módica a ser arbitrada pelo magistrado. 
Além de exercer funções de fiscalização, deverá dar conta dos atos decorrentes da má 
administração, descuido ou ainda da dilapidação dos bens do tutelado, sob pena de responder de 
maneira solidária pelos danos causados (§2º do artigo 1.752). 
 
• Possibilidade de remuneração: art. 1.752 
• Prestação de contas: art. 1.755 a 1.762 
Deverá ocorrer de 2 em 2 anos perante o Juízo, mediante apresentação de balanços anuais, 
organizados de forma contábil, contendo resumo da receita e despesas do tutelado. 
Após a prestação ser aprovada pelo juiz e a realização de audiência com os interessados, o saldo 
remanescente poderá ser recolhido pelo tutor. 
 
• Se o tutor desviar-se de suas funções receberá a punição do art. 249 da Lei nº 8.069/90 (ECA). 
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou 
decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho 
Tutelar:Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de 
reincidência. 
 
• Cessação da tutela: arts 1763 a 1766 
Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado: 
I - com a maioridade ou a emancipação do menor; 
II - ao cair o menor sob o poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção. 
*As hipóteses não são exaustivas,sendo possível a ocorrência de outras situações que acarretam 
a cessação da tutela, como, o óbito do tutelado ou mesmo a sua ausência, com presunção de 
falecimento. 
 
Obs: No caso de negligência, há uma presunção de desinteresse pelo cargo e ausência de 
condições que são próprias ao bom pai de família. Por prevaricador entende-se como aquele que 
falta, por interesse ou má-fé, aos deveres do cargo. 
 
ECA 
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder familiar serão decretadas judicialmente, em 
procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de 
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão 
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Seção II Da Família Natural 
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. 
➔ Tal destituição deverá ser feita via judicial, concedendo contraditório e ampla defesa, 
bem como a produção de provas que julgar necessárias. 
 
EFEITOS DA DESTITUIÇÃO DA TUTELA 
1°) a remoção do tutor extingue por inteiro o vínculo pessoal e jurídico entre o tutor e o pupilo, 
só restando responsabilidade de ordem patrimonial; 
2°) cessada a tutela, é necessária outra relação de proteção ao menor; caso contrário, o menor fica 
sob a tutela do Estado. 
 
ADOÇÃO- Lei 12.010/09 
Procedimento legal que transfere todos os direitos e deveres de pais biológicos para uma família 
substituta e concede às crianças e aos adolescentes todos os direitos e deveres inerentes à condição 
de filho, desde que esgotados todos os recursos para a manutenção da convivência com a família 
de origem. 
 
ALTERAÇÃO LEGISLATIVA 
- Lei. 13.509 de 22 de novembro de 2017: modificou arts. ECA 
Estabeleceu novos critérios e prazos ao processo de adoção, criando regras para abreviar a adoção 
no Brasil; deu celeridade aos processos de destituição de poder familiar; priorizou a adoção de 
grupos de irmãos crianças e adolescentes com deficiência, doença crônica ou com necessidades 
específicas de saúde; entre outras importantes modificações. 
 
ALTERAÇÕES RELEVANTES: 
Introduzidas pela Lei n.º 13.509/2017 ao ECA, destinadas a garantir direitos e dar celeridade à 
concretização da adoção,especialmente: 
I. a inclusão do § 2º no artigo 152 do ECA em relação aos procedimentos, fixando-seque os prazos 
serão contados em dias corridos e destacando a inexistência de prazo em dobro para a Fazenda 
Pública e para o Ministério Público; 
 
II. a inclusão da previsão expressa,pelo § 3º do artigo 39 do ECA, que reforça a prevalência do 
princípio do superior interesse das crianças e adolescentes nos casos de adoção; 
 
III. inclusão de diversos direitos relacionados à entrega voluntária de crianças para adoção, entre 
eles o sigilo (art. 19-A); 
 
IV. a fixação dos prazos máximos para o estágio de convivência na adoção (art. 46); 
 
V. a fixação do prazo de 90 dias para as buscas por família extensa nos processos de destituição 
do poder familiar (art. 19-A). 
 
● Antes não havia tal previsão legal para o prazo de conclusão dos processos, com a 
alteração legislativa, o prazo para concluir integralmente o processo de adoção passa a 
ser de 120 dias, prorrogáveis por igual período, mediante decisão fundamentada da 
autoridade judiciária(§ 10º do art. 47). 
● À pessoa que adotar uma criança ou um adolescente terá as mesmas garantias trabalhistas 
concedidas aos pais sanguíneos, como a licença-maternidade, a estabilidade provisória 
após a adoção e o direito de amamentação 
 
-A CF/88, no art. 227, § 6º, veda a discriminação entre os filhos adotivos ebiológicos, assegurando 
idêntico tratamento aos filhos, independente da sua origem consanguínea ou não. 
Art. 227: § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos 
direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
Quando começa a vigorar os efeitos da adoção? A partir do momento em que é efetivada a 
adoção, com trânsito em julgado da sentença que a deferiu e o registro de nascimento, essa começa 
a gerar seus efeitos. Neste sentido, a adoção só se realiza através de decisão judicial, tanto para 
os menores quanto para os maiores. Não há adoção sem sentença ou acórdão. 
 
REQUISITOS FIXADOS NO ECA PARA O ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO 
ENTRE O ADOTADO E O ADOTANTE: 
 
1. Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado 
civil. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o 
adotando. - ECA 
 
Essa diferença de idade exigida se mantém nos casos em que a adoção é requerida conjuntamente 
por ambos os cônjuges, assim, ainda que apenas um deles cumpra o requisito, não poderá ocorrer 
a adoção. 
OBS: No entanto, em virtude do melhor interesse à criança e do adolescente a doutrina vem 
sustentando a flexibilidade da aplicabilidade dessa norma. 
 
2. Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor 
ou curador adotar o pupilo ou o curatelado. - ECA 
 
3. Art. 42 § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 
 Desse modo, pode ser deferida a tutela do neto a sua avó, mas não poderá ser decretada sua 
adoção, pois nada justifica trocar uma relação por outra. - ECA 
 
4. art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. 
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam 
desconhecidos ou tenham sido destituídos do pátrio poder familiar . (Expressão substituída pela 
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu 
consentimento.- ECA 
 
Tal consentimento não poderá ser suprido por decisão judicial, pois o referido direito é 
personalíssimo, no entanto poderá ser retratável até a data da publicação da sentença constitutiva 
de adoção. 
Ainda, entre o consentimento somente terá valor se concedido após o nascimento da criança, e se 
esse for prestado por escrito somente terá validade se ratificado em audiência, presente o 
Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade. 
 
5. Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, 
pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as 
peculiaridades do caso. -ECA 
 
*Atualmente, para que o vínculo de adoção seja constituído exige-se o processo judicial, 
extinguindo por completo a possibilidade da concessão de adoção por escritura pública, mesmo 
que o adotando seja maior. 
6. Para adoção conjunta o artigo 42, § 2°, do ECA estabelece ser indispensável que os adotantes 
sejam casados civilmente ou mantenham união estável,comprovada a estabilidade da família. 
§ 2 o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou 
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família 
§ 4 o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar 
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio 
de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja 
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da 
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. 
 
Adoção por casal homoafetivo: Recente decisão do STF reconheceu as uniões homoafetivas 
como entidades familiares constitucionalmente protegidas,equiparando à união homoafetiva à 
união estável para todos os efeitos legais não há mais que se reconhecer qualquer tipo de 
impedimento legal para adoção homoparental. 
 
EFEITOS JURÍDICOS 
● Desligamento total da família originária; 
● Direitos e deveres, inclusive sucessórios, equiparado ao filho biológico -artigo 227, 
parágrafo 6° da CF/88. 
● Obter o sobrenome do adotante 
OBS: Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no 
registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. 
§ 5 A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá 
determinar a modificação do prenome. – é obrigatória a oitiva do adotando, observado o 
disposto nos §§ 1ºe 2º do art. 28 da lei citada 
 
OBS: Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, 
inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os 
impedimentos matrimoniais. 
 
OBS: Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter 
acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após 
completar 18 (dezoito) anos 
 
Poderá ocorrer o desligamento com a família adotiva? Sim, caso os pais adotivos forem 
destituídos do poder familiar ou se o adotado for abandonado por estes. Ressalva-se, contudo, que 
não haverá orestabelecimento dos laços de parentesco originário. 
 
É possível retomar o vínculo com a família biológica? Art.41, ECA - § 1º Se um dos cônjuges 
ou concubinos adotar o filho do outro,mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o 
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. 
 
§ 1 o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe 
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as 
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. 
§ 2 o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento,colhido 
em audiência. 
 
Os efeitos específicos em face o adotante e seus parentes, são de três ordens: 
1) constitui relação de parentesco com o adotante, assumindo este a posição de pai ou de mãe do 
adotado; 
2) constitui relação de parentesco entre adotante e os descendentes do adotado, ou seja, filhos e 
netos, que passam a ser netos e bisnetos do primeiro, mas não há qualquer parentesco do adotante 
com os parentes originários do adotado; 
3) constitui relação de parentesco do adotado com os parentes do adotante,ou seja, de seus 
ascendentes e colaterais. 
 
EFEITOS PATRIMONIAIS: 
● Todos direito e deveres do filho biológico; 
- Não poderá ter qualquer informação da adoção na certidão de nascimento; 
- Efeitos não retroagem, ex nunc, dada a sentença constitutiva; 
- Efeito ex tunc quando o adotante falecer no cursodo processo de adoção; 
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto 
na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do 
óbito 
 
REGRA GERAL: A adoção é irrevogável e, mesmo com a morte dos adotantes, não será 
restabelecido o poder familiar dos pais biológicos. Porém, os tribunais vêm admitindo a revogação 
de algumas adoções baseando-se no princípio do melhor interesse para criança/adolescente. 
A doutrina preza pelo afeto, assim, não existindo afetividade entre os membros da família não há 
construção familiar, pois, desprezá-lo afronta não só a norma constitucional que consagra o 
princípio da proteção integral, mas também o princípio maior que serve de fundamento ao Estado 
Democrático de Direito: o respeito à dignidade. 
 
CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO 
SUBSTITUÍDO EM 12/10/2019 PELA SNA- SISTEMA NACIONAL DE ADOÇÃO E DE 
ACOLHIMENTO 
 
● Lançado em 2008, o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) é uma ferramenta digital que 
auxilia os juízes das Varas da Infância e da Juventude na condução dos procedimentos 
dos processos de adoção em todo o país. 
● Depois de ajudar milhares de crianças a encontrar uma nova família, o Cadastro passou 
por uma reformulação que facilitará o acompanhamento dos processos pelos juízes e 
tornará os procedimentos para efetivar a adoção ainda mais ágil. 
● Agora, os magistrados não precisam de mais do que cinco minutos para cadastrar crianças 
e pretendentes no CNA. Apenas 12 informações básicas são necessárias para colocar os 
perfis no sistema. 
● Mas a grande inovação do novo CNA é o sistema de alertas que informa o juiz 
automaticamente, via e-mail, sobre a existência de uma criança ou pretendente 
compatível com aquele perfil que ele acabou de registrar. 
● A automação no cruzamento de dados permite que o sistema encontre perfis de crianças 
e pretendentes que vivem em estados e regiões diferentes, o que desburocratiza otrabalho 
do magistrado e agiliza a efetivação das adoções. 
 
RESOLUÇÃO Nº289 DE 14/08/2019 DO CNJ 
Art. 1º O Conselho Nacional de Justiça implantará o Sistema Nacional de Adoção ede 
Acolhimento – SNA, cuja finalidade é consolidar dados fornecidos pelos Tribunais de Justiça 
referentes ao acolhimento institucional e familiar, à adoção,incluindo as intuitu personae, e a 
outras modalidades de colocação em família substituta, bem como sobre pretendentes nacionais 
e estrangeiros habilitados à adoção. 
 
Art. 6º Compete ao Comitê Gestor dos Cadastros Nacionais viabilizar a migração dos dados 
armazenados no Cadastro Nacional de Adoção – CNA e no Cadastro Nacional de Crianças de 
Adolescentes Acolhidos –CNCA para o SNA. 
§ 1ºOs cadastros CNA e CNCA ficarão disponíveis para consulta até o dia 12 de outubro de 
2019. 
§ 2º Concluída a migração dos dados para o SNA e observado o disposto no § 1º deste artigo, os 
cadastros CNA e CNCA serão extintos, em conformidade com a Lei nº 13.709, de 14 de agosto 
de 2018, Lei Geral de Proteção de Dados

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