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Arte Digital Thais Hayek Transformações no campo da arte^`PÇKI(jh6g O trajeto da arte da moderna à contemporânea é pela negação dos conceitos da estética tradicional: suporte de representação, exposição em espaços convencionais e a dicotomia arte e público. Malevich, Branco sobre Branco,1918. A morte da arte Pablo Picasso, Les Demoiselles d'Avignon Paris1907 Cubismo Analítico: Perspectiva Múltipla Man Ray O Violino de Ingres, 1924 11 5/8 x 8 15/16 in. J. Paul Getty Museum, Los Angeles Auto retrato Assemblage, 1916 3 3/4 x 2 3/4 in. J. Paul Getty Museum, Los Angeles Ready Mades Meret Oppenheim, 1936 • Buñuel - 1929 - Um cão andaluz • http://www.youtube.com/watch?v=YJCcLbtSD6o A ideia terá nascido das suas conversas com Salvador Dalí, e da vontade de ambos em filmar uma história feita de imagens retiradas de sonhos. A sua regra principal seria: não incluir ideias ou imagens que pudessem ter explicação racional, aceitar apenas o que os impressionasse, sem saber porquê. As associações são livres e desprovidas de racionalidade, procurando apenas expressar uma livre associação retirada do subconsciente humano, a que apenas se possa chegar através de psicanálise. http://www.youtube.com/watch?v=YJCcLbtSD6o Jackson Pollock Number 8, 1949 Na década de 1960 a expansão de procura por novos meios de expressão ocorreram de forma generalizada. Reflexos da industrialização, os produtos gerados em séries tornavam-se estéticos e passou a competir com os objetos artísticos. A cultura de massa passou a ser uma realidade cada vez mais presente. A Art Pop rompeu as fronteiras entre a alta cultura e a cultura popular. Andy Warhol (1928-1987) Triple Elvis, 1963. Localizada no Virginia Museum of Fine Arts, em Richmond, Virginia, EUA Carl Andre, Still Blue Range (1989), Bélgica Minimalismo Donald Judd, “Untitled”, c. 1968-69 Claes Oldenburg. Pastry Case, I. 1961–62. Artur Barrio- Livro de Carne, 1978 Lygia Clark “Bichos”,1960. Artes Participativas ARTE-TECNOLOGIA Arte Cinética Vídeo Arte Holografia Arte-Telecomunicação Web Arte Mídia Arte PERVERSÃO DOS MEIOS Na maioria das vezes, o artista utiliza os meios existentes pervertendo o seu uso e ampliando o potencial expressivo destes, atitude que já se transformou em uma característica, quase uma metodologia de trabalho adotada por parte dos artistas. Desde os trabalhos mais artesanais até os intermediados por tecnologias esse procedimento está sempre presente. Arte, ciência e tecnologia "Cinema anêmico” 1926 de Marcel Duchamp é um curta-metragem dadaísta. http://www.youtube.com/watch?v=1lEQTOU4TL8 László Moholy-Nagy. Modulador de luz e espaço (1923- 1930 ) Luz e Movimento na Arte Jean Tinguely, Cyclograveur, 1959 Jean Tinguely, Homage to New York, 1960 O cientista busca por tecnologias precisas frente aos fenômenos do real, para observar, medir, registrar ou produzir algo com muita objetividade. “Fumaça como Arte” 1988 Mário Ishikawa “Objeto Cinético” 1986 Abrahan Palatnick Video Arte • Cabe ressaltar a utilização de tecnologias audio visuais como fonte de expressão artística, buscando romper com os paradigmas tradicionais da estética, criou a videoarte na década de 1960. • TEMPO - “tempo inscrito na imagem, tempo de transmissão da imagem e a duração de tempo necessária a sua apreensão sensória.” (Cristine Mello apud Arantes, 2009:39) Nam June Paik, «Magnet TV», 1965 Os artistas dos anos 1960, procuraram navegar no contracorrente das mídias de massa. Queriam desintegrar a imagem, produzida pelos dispositivos tecnológicos, e intervir diretamente sobre o fluxo dos elétrons. Klüver e Rauchenberg organizaram o evento Nine Evenings Theater and Engeneering, que definiu a década de 60 no campo da arte e da tecnologia, nos Estados Unidos. O Nine Evenings foi uma tentativa de dez artistas descobrirem se daria certo desenvolver trabalhos em co-autoria com engenheiros. Desta colaboração, resultou o desenvolvimento de performances tecnológicas. Segundo John Cage, um dos artistas que participava deste grupo, esta experiência lembrava o ínicio do cinema, quando a câmera, o cenário, o conteúdo literário e a atuação eram trabalhados separadamente e identificados isoladamente. http://www.youtube.com/watch?v=DoxuzPPstXc Variations V John Cage Merce Cunningham excerpts • https://www.youtube.com/watch?v=jQTFZNm3dE4 https://www.youtube.com/watch?v=jQTFZNm3dE4 No século XX muitos trabalhos artísticos, incorporaram conceitos da matemática, de processos biológicos, das ciências físicas e da computação, entre outras. (Stephen Wilson, Arts: Intersections of Art, Science and Tecnology, 2002) Max Bill Endless Ribbon granite, 1953 (orig., 1935) Brasil • Artemis Moroni (Campinas) - pesquisadora no Laboratório de Robótica e Visão Computacional do Centro de Pesquisas Renato Archer (LRV/CenPRA), Campinas. Ela foi a fundadora do Grupo *.* (Asterisco Ponto Asterisco), grupo interdisciplinar em projetos de alta tecnologia aplicada à arte. O Grupo *.* apresentou na 20a. Bienal Internacional de São Paulo a instalação Fractal Art, contendo imagens, vídeo e músicas gerados computacionalmente através de algoritmos fractais, escultura de néons, sensores fotoelétricos, em 1989. Sky Arte Otto Pienne - informações capturadas do espaço via satélite, e informações capturadas da terra. Otto Piene: Archaisch Lichtballette, 1959 - Refletores cobertos com máscaras de papelão perfuradas que projetam imagens de luz na parede - Schmela Galerie, Düsseldorf, 1959 Otto Piene- Skydance (1984) http://www.youtube.com/watch?v=-WaEX9Bn92c#t=24 http://www.youtube.com/watch?v=-WaEX9Bn92c#t=24 Brasil José Wagner Garcia (1956) São Paulo. Trilogia de obras Sky and Life (1988) -captura sinais de estrelas tipo G5 (características semelhantes as do sol). Essas imagens eram interpretadas por ele como possíveis mensagens do espaço para a Terra. Esses dados coletados eram convertidos em imagens fractais, que eram devolvidos ao espaço como uma forma de resposta. Sky and Body (1988) - capturar as imagens da terra a partir do espaço, utilizando um balão estratosférico do instituto nacional de pesquisas espaciais (INPE). Foi instalada no balão uma câmera de slow-scan TV acoplada a uma câmera de vídeo que gravava imagens durante sua subida, posteriormente, o slow-scan converteria as imagens em impulsos de som para serem enviadas à Terra, onde seria novamente convertida em imagem. Sky and Mind (1988) - inspiração foram as famosas linhas de Nazca, o artista, desenhou no solo os trigramas do I-Ching, aproveitando o sistema de irrigação de uma fazenda em Barretos, em uma escala possíveis de ser vista do espaço cósmico, compatível com a resolução dos sensores orbitais utilizados, que fotografaram seu trabalho a 800 quilômetros de altura pelo satélite Landsat 5-TM, quando só então se torna legível. Nesta obra o artista respeitou o ciclo natural da plantação, separando a palha e com elas inscrevendo, com a ajuda de tratores, os trigramas Chien (Céu) e Chen (Trovão). Na noite de 14 de outubro de 1986, com a coordenação de Joe Davis e a colaboração de José Wagner Garcia (fellow do CAVS), realizou-se uma edição especial de "Sky Art Conference". Por via telefônica e utilizando aparelhos de varredura lenta, artistas de São Paulo localizados no campus da USP e do CAVS, em Cambridge, cumpriram uma ação telemática interativa internacional inédita no país. MANIFESTO SKY-ART Nosso alcance no espaço constitui uma extensão infinita da vida humana, imaginação e criatividade. A ascensão aos céus é espelhada pela imersão no espaço interior refletindo o cosmos. Nossa liberação da gravidade representa uma transformação fundamental na consciência humana - vôo e liberação que abrem uma nova dimensão de humanidade. Desde o passado remoto, artistas têm formado imagens e sonhos, enaltecidoa imaginação, construído estruturas de aspiração para oferecer ao mundo asas para voar, e a visão para ver novas sociedades no céu. Vivemos em sua luz cumulativa. Não apenas aqui na Terra, mas também no espaço, nós devemos ver, tocar, sentir e pensar de modo a transportarmos a alma e o espírito. Assim um portal é atravessado onde a radiância da arte conduz uma consciência ampliada para a reciprocidade com a Terra. (Walter Zaninni. A arte de comunicação telemática: a interatividade no ciberespaço, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-53202003000100003&script=sci_arttext) http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-53202003000100003&script=sci_arttext Ciências O francês Hubert Duprat vem, desde os anos 80, utilizando insetos para construir suas "esculturas". Removendo casulos de larva de mosca de seu habitat natural e substituindo por materiais preciosos, o artista leva o inseto a produzir jóias utilizando seu próprio processo metabólico. (José Wagner Garcia) Aquatic caddis fly larva with case, gold, pearls, precious stones, 2--3 cm, 1980–1996. Genética George Gessert desenvolve a hibridização de orquídeas como forma de arte. Desde os anos 70 ele vem cruzando artificialmente plantas, concentrando-se nas orquídeas nativas da Califórnia e do Oregon. Nessa ação discute questões estéticas e éticas que envolvem a utilização do DNA como forma de arte. (José Wagner Garcia em Os novos artistas selvagens, 2000. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2008200008.htm)Hybrid 488 Hybridized 1990, first bloom 1994 http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs2008200008.htm Zoologia O francês Louis Bec é um dos raros casos de artistas visionários que condensam em seu trabalho perspectivas filosóficas, estéticas e científicas. Como "zoólogo do imaginário", concebeu, nos anos 80, com o filósofo Vilém Flusser, o projeto Vampyrotheuthis Infernalis, que basicamente consiste na criação de "organismos ficcionais". Louis Bec. Vampyrotheuthis Infernalis. Brasil Guto Lacaz Periscópio , 1994 Instalação Arte Computacional Karl Sims - utiliza de um software de programação genética para evoluir artificialmente criaturas no computador, tendo como critério de seleção a estética. Galápagos (1999), é uma evolução darwiniana interativa de organismos virtuais. Na instalação, 12 computadores simulam o crescimento e o comportamento de uma população de formas animadas abstratas, apresentando-as em 12 telas dispostas em arco. Os participantes selecionam esteticamente cada organismo e permanecem diante das telas, dotadas de sensores que disparam o processo evolutivo dos organismos selecionados. Arte telemática “As máquinas tecnológicas de informação e de comunicação operam no núcleo da subjetividade humana, mas não apenas no seio das suas memórias, da sua inteligência, mas também da sua sensibilidade, dos seus afetos, dos seus fantasmas inconscientes.” Félix Guattari Nascido em 1979, o desenvolvimento da telemática arte teria tomado as demandas dos teóricos da mídia invocando uma arte de relacionamento, multicultural e transcultural, revertendo o uso tradicional dos meios de comunicação de massa, permitir a interatividade entre os usuários e artistas que compartilham o trabalho entre os usuários e o público não-participativa, mas para uma espécie de acontecimentos coletivos e grandes na tomada City Portraits. O projeto foi concebido por Karen O’Rourke, com imagens realizadas desde 1989 pelo grupo Art- Réseaux de Paris (Christophe Le François, Isabelle Millet, Delphine Notteau, Karen O’Rourke, Gilbertto Prado, Hélène Spychiger, Michel Suret-Canale, entre outros) e seus correspondentes de nove cidades européias e americanas. Processos de hibridação O termo intermídia foi cunhado em meados dos anos 1960 por Dick Higgins, um dos fundadores do Grupo Fluxus, para caracterizar o que ele chamava de obra intermídia, ou seja, obras de arte que se construíam na interseção de dois ou mais meios. Na contemporaneidade, a dinâmica intermidiática leva em conta a mistura entre lógicas comunicacionais dissonantes, porém conectadas, as quais integram fluxos de informação de massa a fluxos colaborativos de informação, compondo uma teia heterogênea e instável de gêneros e formatos miscigenados. Expressões Artísticas com os meios de comunicação 1884 - partida de xadrez por telégrafo (Anna Tereza Fabris) Moholy encomendou estas pinturas para uma fábrica tornando-os esmaltes alcançados por coordenadas de telefone tinha feito um desenho no papel de gráfico. O resultado é o protótipo da técnica de produção de imagens. László Moholy-Nagy, Cuadro telefónico. 1922, esmalte y acero, 47,5 x 30,1 MOMA, Nueva York. Satellite Arts 1977, 1977, Kit Galloway and Sherrie Rabinowitz (Mobile Image). Video stills. Copyright Kit Galloway. Arte Holográfica ‘La Plissure du Texte: a planetary fairy tale’ (1983), online worldwide project Os trabalhos de arte comunicação baseado na transmissão de textos, sons e imagens por meio do telefone, fax, slow can tv, satélite e televisão são como um espécie de antevisores e genitores da arte na internet, uma vez que potencializam o aspecto dialógico em escala global, entre pessoas localizadas em pontos distintos do planeta. (Milton Sobage) O termo vai perdendo o seu sentido na medida que toda a produção vai sendo cada vez mais intermediada por uma tecnologia. ARTE-TECNOLOGIA ARTE DIGITAL MÍDIA ARTE (Milton Sobage) PENSAMENTOS MATERIALIZADOS Porém, as máquinas não são meros aparatos físicos, mas pensamentos materializados, tal como as obras de arte e dessa maneira já carregam um indício do humano. A tecnologia de uma época reflete e/ou influencia as características dessa época, e nesse sentido é que o artista as utiliza, em consonância com sua época, havendo sempre releituras e prospectivas pelas lentes dessa tecnologia, ampliando não só o presente como também o passado e o futuro. (Milton Sobage) A tecnologia de uma época reflete e/ou influencia as características dessa época, e nesse sentido é que o artista as utiliza, em consonância com sua época, havendo sempre releituras e prospectivas pelas lentes dessa tecnologia, ampliando não só o presente como também o passado e o futuro. (Milton Sobage)