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Arte Contemporânea PROFA. NEIDE SILVA APRESENTAÇÃO DOCENTE Doutora em Educação. Líder do grupo de pesquisa Ylê-educare: educação para questões étnico-raciais. Integrante do grupo de pesquisa Educação, Cultura e Subjetividade. Licenciatura em História e Pedagogia. Pesquisadora questões étnico-raciais e gênero. CRONOGRAMA DA AULA Parte I: Conceito e contexto Modernismo X contemporâneo Conceito Contexto da Arte Contemporânea Características da Arte Contemporânea Principais movimentos e artistas da Arte Contemporânea CRONOGRAMA DA AULA Parte II: Principais movimentos sec. XX Pop Art Op Art Arte Conceitual Instalações Body Art e Performances Bad painting Arte Povera Hiper-realismo Fotografia e fotorrealismo CRONOGRAMA DA AULA Parte III: Principais manifestações do sec. XXI Tecnologia, globalização e arte Web arte e a nova configuração da contemporaneidade. Arte Digital Arte Urbana Principais artistas PARTE I Conceito e contexto Em uma linha temporal, as vanguardas artísticas do início do século XX abriram caminhos para o desenraizamento da arte, a partir das novas relações entre os sujeitos no ambiente urbano. Na sequência, o movimento modernista propôs uma ruptura com a hierarquia da arte, trazendo outras materialidades para o campo artístico. A arte contemporânea, por sua vez, é caracterizada pela inovação, ao ser produzida de formas jamais vistas até então na história da arte. Arte Contemporânea é uma tendência artística que nasceu na segunda metade do século XX, após a Segunda Guerra Mundial. Também conhecida como Arte Pós-Moderna, essa tendência teve início, sobretudo, com o advento da Por Art do minimalismo. Começando a conversa... Mais preocupada em aliar a vida cotidiana ao universo artístico, a arte contemporânea tende a unir diferentes linguagens Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio Faço um quadro com moléculas de hidrogênio Fios de pentelho de um velho armênio Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta Meu conceito parece, à primeira vista, Um barrococó figurativo neo-expressionista Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista calcado da revalorização da natureza morta Minha mãe certa vez disse-me um dia, Vendo minha obra exposta na galeria, "Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jia E muito mais feio que um hipopótamo insone"https://www.youtube.com/watch?v=uUQCB5F8avQ O conceito, a atitude e a ideia da obra são mais valorizados na Arte Contemporânea do que, necessariamente, o objeto final. As novas orientações artísticas, apesar de distintas, compartilham um espírito comum: em suma, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras contemporâneas articulam uma diversidade de linguagens, desafiando as classificações convencionais, pondo em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. Mais do que contemplar a natureza estética, a Arte Contemporânea busca refletir de modo subjetivo sobre a obra artística. Contexto O século XX ficou marcado como um período de profundas e sucessivas transformações sociais. Palco de duas grandes guerras, a chamada “era dos extremos”, como a ela se referiu o historiador Eric Hobsbawn, fez surgir inúmeros movimentos políticos, éticos e estéticos como reflexo de suas inerentes contradições: por um lado, foi uma época de grandes avanços científicos e tecnológicos; por outro, foi aquela em que mais se assassinaram seres humanos. Em uma sociedade marcada pelo avanço da globalização, pela cultura de massa e pelo desenvolvimento das novas tecnologias e mídias, a arte possibilitou novas experiências baseadas nos processos artísticos em detrimento do objeto. Desse modo, a passagem da arte moderna para a contemporânea, proporcionou mudanças significativas no campo da cultura e das artes, emergindo uma tendência artística que priorizava a ideia, o conceito e a atitude acima do objeto artístico final Principais características Abrindo espaço para uma diversidade de estilos, perspectivas e técnicas, a Arte Contemporânea, abandonou diversos paradigmas da Arte Moderna, trazendo valores para a constituição de uma nova mentalidade artística. Diferente dos movimentos artísticos anteriores, o contemporâneo buscou se aproximar do cotidiano, ampliando o seu alcance de produção e de recepção. Logo, qualquer temática pode inspirar as criações, que também questionam o conceito de “beleza” no universo da arte, gerando impacto no espectador. Diminuindo a distância entre a obra e o público. Mensagens questionando a ditadura em garrafas de coca-cola que voltavam à circulação (Cildo Meireles) Em plena ditadura militar, o artista plástico Cildo Meireles aplicava decalques em silk-screen em garrafas retornáveis de Coca Cola que, então, voltavam à circulação com mensagens que questionavam o regime milico ou mesmo com instruções para fazer um coquetel molotov. Nas garrafas vazias as mensagens ficavam praticamente invisíveis. Quando as garrafas voltavam à circulação, traziam as mensagens bem visíveis, em contraste com o líquido escuro, para os consumidores do produto. A ideia era usar a própria estrutura consumista para denunciar o regime apoiado por esse sistema de consumo. Abandono dos padrões habituais; Fusão de arte e vida; Uso de novas tecnologias e mídias; Junção de estilos artísticos; Interatividade das obras; Questionamentos da definição de arte; Aproximação da cultura popular; Uso de materiais diferentes para a produções artísticas; Liberdade e efemeridade artística. Principais características intitulada Bastidores (1997 - Rosana Paulino), são apresentadas fotografias de mulheres negras em bastidores de madeira. Suas bocas e olhos são costurados, fazendo alusão à impotência e silenciamento das vítimas de violência doméstica e, em um sentido mais amplo, da opressão social. Principais características A obra Parangolés, feita nos anos 60 por Hélio Oiticica, é bastante representativa da arte contemporânea Hélio inovou também ao unir o corpo à obra de arte. Um exemplo clássico são os famosos Parangolés, esculturas coloridas em tecido que as pessoas vestiam. A ideia é o elemento fundamental do trabalho artístico. As emoções geradas no criador e no espectador são mais importantes que a materialidade do produto final; Experimentação, efemeridade e hibridismo; Interação dos artistas e das obras com o espaço e os espectadores; Novos tipos de relação entre o espectador e a obra de arte. O espectador sai da condição de passividade para a de interação e de transformação da obra; Trabalhos visualmente fortes e teoricamente complexos Principais características Escadaria Selaron, de Jorge Selaron, feita em 2013 no Rio de Janeiro, é um exemplo de street art Andy Warhol, Bansky, Damien Hirst, Jean-Michel Basquiat, Anselm Kiefer, Richard Serra, Bill Viola, Jeff Koons, Marina Abramovic, Gerhard Richter, Takashi Murakami, Lucian Freud, Keith Haring. No Brasil, a Arte Contemporânea começou a se desenvolver a partir da década de 1950, com o movimento vanguardista conhecido por Neoconcretismo. Desde então, alguns artistas se tornaram conhecidos por uma arte inovadora, viva e autoral. Entre os principais artistas brasileiros que fomentaram a arte contemporânea estão: Hélio Oiticica (1937 - 1980); Romero Britto (1963); Ferreira Gullar (1930 - 2016); Amilcar de Castro (1920 - 2002); Lygia Clark (1920 - 1988); Lygia Pape (1927 - 2004); Aluísio Carvão (1920-2001; Franz Weissmann (1911-2005); Hércules Barsotti (1914-2010); Willys de Castro (1926 - 1988); Cildo Meireles (1948-); entre outros. Principais artistas Pop Art Op Art Body Art Arte Conceitual Arte Digital Fotografia Instalação Arte Urbana Arte povera Arte de Novas Mídias Hiper-realismo Fotor-realismo Arte cinética Os principais movimentos PARTE II Principais movimentos sec. XX Sem título (Boxeador) (1982) PopArt Pop Art é um movimento artístico que se caracteriza pela utilização de cores vivas e a alteração do formato das coisas. Muitas vezes, as obras são representadas de forma repetida e seguida com cores diferentes. Também chamada de Popular Art, surgiu durante a década de 1950, na Inglaterra, e se difundiu durante os anos de 1960. Atingiu seu auge em Nova York. A pop art não deve ser considerada um fenômeno de cultura popular (apesar de estar muito interligada a ela), mas uma interpretação de seus artistas da cultura dita popular e de massas. Características da pop art Aproximação da arte com a vida cotidiana; Utilização de cores intensas e vibrantes; Reproduções de peças publicitárias; Inspiração na cultura de massa; Uso da serigrafia; Imitação da estética industrial; Reproduções em série do mesmo tema; Uso da imagem de celebridades; Inspiração no universo das histórias em quadrinhos. 06/08/1928 22/02/1987 Marilyn Monroe Warhol também representou a impessoalidade dos objetos. Coca-cola, 1962 Sopa Campbell, 1962 Hora da indicação Netflix Diários de Andy Warhol, uma série documental que retrata a vida pública e íntima do ícone pop que trabalhou como artista, diretor, publicitário, produtor e empresário de bandas. A produção artística de Roy Lichtenstein é conhecida por fazer referência a personagens da cultura de massa e por ter um estilo similar ao encontrado nas histórias em quadrinhos. Durante a década de 1960, nos Estados Unidos, juntou-se a Andy Warhol, Jasper Johns e James Rosenquist e figurou como um dos líderes do movimento pop art. Ele descreveu a pop art como "pintura não 'americana', mas na verdade industrial". Two nudes Produzida em 1994, o trabalho acima pertence a um conjunto de pinturas e gravuras de nus femininos que Lichtenstein criou durante os anos 1990. É interessante observar que apenas na maturidade da carreira o pintor norte-americano resolveu investir nesse tema tão caro para a história da arte. Boa parte das imagens foram feitas com inspiração na história Girls Romance. Nos quadrinhos as personagens aparecem vestidas, Lichtenstein despiu as protagonistas que o interessavam, converteu as imagens em traços mais simples e usou a sua característica técnica pontilhista. Keith Haring American Music Festival Artista : Lobo Op art Op Art foi um movimento artístico que teve início, simultaneamente, nos Estados Unidos e na Europa na década de 1960. Também conhecido como Arte Óptica, o movimento utiliza da ilusão óptica para criar movimento nas produções, com grafismos e estampas que se modificam conforme os olhos percorrem a figura. Baseado em recursos visuais, sobretudo na ilusão de ótica, esse movimento que expressa a mutabilidade do mundo e suas ilimitadas possibilidades, é fundamentado no mote “menos expressão e mais visualização”. Design Op Art Principais Características Tridimensionalidade Efeitos óticos e visuais Movimento e contraste de cores Tons vibrantes (principalmente preto e branco) Formas geométricas e linhas Observador participante Estilo abstrato O4 NN-2, Victor Vasarely Principais Artistas e Obras Victor Vasarely (1908-1997): artista húngaro considerado o “Pai da Op Art”. Foi influenciado pela arte cinética, construtivista e abstrata bem como ao movimento de Bauhaus, donde destaca-se sua obra “Zebra” (1938). Alexander Calder (1898-1976): Conhecido por Sandy Calder, o artista estadunidense é famoso pelos “mobiles”, objetos compostos pela associação de formas geométricas (sobretudo retangulares) ao movimento do ar. Suas obras mais representativas são: Sem título (1931), Cone de Ébano (1933) e A Espiral (1958). Luiz Sacilotto (1924-2003): principal representante da Op Arte e da arte concreta no Brasil, produziu esculturas e pinturas das quais se destacam: Estruturação com Elementos Iguais (1953) e Concreção 7553 (1975) Adolph Frederick Reinhardt (1913-1967): conhecido com Ad Reinhardt, foi um artista estadunidense que se aproximou do movimento do expressionismo abstrato, da arte conceitual e minimalista. Muito famoso por suas pinturas "negras" na década de 60. Jesús-Raphael Soto (1923-2005): artista venezuelano famoso pelos seus “penetráveis”, obra destinadas a penetração do público como forma de interagir com o produto artístico; destacam-se Estrutura cinética (1957), Volume suspendido (1967) e Paralelas vibrantes (1969). Kenneth Noland (1924-2010): pintor estadunidense, destacou-se com suas obras abstratas com vibração ótica unidas ao estilo denominado “Color Field”, intimamente ligado ao expressionismo abstrato. Richard Allen (1933-1999): pintor britânico explorou a arte cinética, a op art, o minimalismo e a arte geométrica abstrata. Das obras da Op Art destacam-se os “Estudos para pinturas de Op de preto e branco” (1963-1972). Arte Conceitual Na arte conceitual, a ideia que embasa a obra é mais relevante que as questões estéticas e o uso de materiais tradicionais no campo das artes. Assim, o conceito utilizado para a criação da obra se sobrepõe à materialidade dela. Nesse movimento, os artistas buscavam provocar reflexões nos espectadores com o choque frente às produções (questionando a natureza da arte) e a própria indagação sobre os padrões estipulados para a arte. Capa para Jovens cerejeiras protegidas contra lebres (1945), de Marcel Duchamp. Fonte: WikiArt A arte conceitual, embora não tenha valor financeiro intrínseco, pode transmitir uma mensagem poderosa e, portanto, servir de veículo para questões sociopolíticas. Principais características da arte conceitual Rompimento com os valores tradicionais artísticos de valorização da forma (estética) O conceito / ideia por trás da obra é mais importante que a obra em si Desmaterialização da arte — redução do objeto artístico ao mínimo absoluto Forte influência dos ready-mades de Marcel Duchamp Joseph Kosuth. Uma e Três Cadeiras (1965) | MoMa Uma cadeira fica ao lado de uma fotografia de uma cadeira e uma definição de dicionário da palavra cadeira. Talvez todos os três sejam cadeiras ou códigos para uma: um código visual, um código verbal e um código na linguagem dos objetos As três diferentes representações sobre o mesmo conceito (cadeira), estimulam diferentes visões do espectador sobre o mesmo objeto artístico. Body art body art usa justamente o corpo como suporte para a arte. O corpo do artista é a obra “viva” que se relaciona com o tempo/espaço em que está inserido e com o público. Por vezes, em um contexto de “ritual” ou “apresentação pública”, o que liga essa manifestação ao happening e à performance. Na body art, o corpo é metafórico e propõe novas leituras sobre si e seus artefatos. Para além da performance, a “arte do corpo” é um movimento que atravessa os limites entre o artista e sua obra, transformando o próprio corpo do artista na ferramenta para sua criação. O francês Yves Klein é considerado um grande representante desse estilo. Untitled Anthropometry, Yves Klein Do ponto de vista estilístico, várias culturas, do presente e do passado, foram precursoras no cultivo da arte corporal. Na fotografia vê-se Elaine Davidson e suas intervenções corporais com os piercings. A Body Art aproxima-se nos seus fundamentos, ideias e manifestações (que geralmente ultrapassam os limites físicos das galerias), da Land Art e da Performance Art e da Arte Conceptual, pois a carga ideológica normalmente prevalece sobre os aspetos materiais. Performance arte A performance arte é uma vertente artística de expressão corporal que contempla o teatro, a música e as artes visuais. O artista ou performer coloca o seu corpo em ação, em uma relação com o espaço e o espectador que envolve o improviso e o improvável. Rio do Fundamento (2014), de Matthew Barney. Fonte: WikiAr Instalação artística: obras e artistas Na arte, chamamos de instalação um tipo de obra que utiliza o espaço como elemento fundamental. É uma linguagem relacionada à arte contemporânea e, na maior partedas vezes é montada em espaços de arte, como museus e galerias. Entretanto, pode também ser realizada ao ar livre. A palavra instalação surgiu nos anos 60, quando a arte de maneira geral passava por grandes transformações. Mas anteriormente, artistas já produziam obras que buscavam trabalhar em cima dos ambientes, criando novos cenários e provocando o público a interagir com as obras. Tropicália (1967), de Hélio Oiticica Tropicália é o nome de uma instalação feita em 1967 pelo artista carioca Hélio Oiticica (1937-1980). Nessa obra, Oiticica constrói um lugar que concentra várias referências do que ele acreditava ser o retrato da brasilidade. Assim, ele cria um percurso labiríntico cheio de biombos, plantas tropicais, areia, pedras, frases escritas e música. O trabalho é considerado ícone de uma geração, tanto que deu nome ao Movimento Tropicália, ocorrido nos anos 70, com expressão principalmente na música. Desvio para o vermelho (1967), de Cildo Meireles A instalação Desvio para o vermelho foi montada pela primeira vez em 1967. A obra do brasileiro Cildo Meireles, se encontra hoje no museu Inhotim (MG). O trabalho se constitui de três ambientes, no qual o primeiro é uma sala em que todos os objetos são vermelhos, criando uma espécie de fascínio e, ao mesmo tempo incômodo. Aqui, o artista trabalha sentimentos como a paixão, a revolta e a violência relacionadas à ditadura militar. Principais características da instalação artística Trabalhos em grandes formatos; Utilização necessariamente do espaço como parte da obra; Interação do público; Obras “não-colecionáveis” O banquete (1974-1979), de Judy Chicago A obra O banquete, intitulada originalmente como The Dinner Party, é uma criação da artista norte-americana Judy Chicago (1939-) A instalação, feita na década de 70, é uma das mais lembradas quando se fala em arte feminista. Isso porque a artista criou um ambiente que propõe um jantar em homenagem a diversas mulheres importantes da história. São 39 lugares dispostos em uma mesa triangular, sendo que o triângulo simboliza a igualdade. Os pratos são de porcelana e pintados à mão com temas que remetem às convidadas, que tem seus nomes bordados em dourado na toalha de mesa. O banquete (1974-1979), de Judy Chicago Fotorrealismo O Fotorrealismo ou Realismo Fotográfico é uma escola artística contemporânea surgida no final da década de 60, nos Estados Unidos que trabalha por meio do conceito de verossimilhança associado à arte fotográfica. O termo “fotorrealismo” foi cunhado em 1969, pelo estudioso das artes Louis K. Meisel. Segundo a definição de Meisel sobre o movimento fotorrealista: “o fotorrealismo usa a câmera e a fotografia para coletar informação; (...) usa recursos mecânicos ou semi-mecânicos para transferir a informação para a tela”. a arte fotorrealista, que inclui pinturas, desenhos, esculturas e artes gráficas, propõem a fidelidade às reproduções da realidade, de forma que muitas delas, quando vistas, podem ser confundidas com a arte fotográfica, gerando confusão. Atualmente, o termo é utilizado no campo da computação gráfica, sobretudo dos videogames. Além de Meisel, outros artistas estão associados a fundação da escola fotorrealista: John Baeder, Ralph Goings, Chuck Close, Duane Hanson, dentre outros. Ricardo André Frantz: A Fronteira Final, acrílico sobre tela, 300 x 145 cm, 2011 CONCEITO DE HIPER-REALISMO Hiper-Realismo é o nome dado ao movimento artístico que tem como objetivo criar pinturas e esculturas com efeitos muito semelhantes ao que pode ser visto nas fotografias em alta resolução. Basicamente o hiper-realismo consiste na utilização de meios mecânicos para que o artista possa reproduzir em uma tela, ou criar uma escultura, os mínimos detalhes presentes na fotografia, que a olho nu poderiam acabar passando despercebidos. Os temas mais dos trabalhos que seguem essa linha são totalmente voltados para coisas reais, como paisagens, animais, pessoas, e suas imagens são tão perfeitamente reproduzidas que muitas vezes é difícil distinguir a pintura da fotografia. Emanuele Dascanio Os principais artistas Ron Mueck; Richard Estes; Denis Peterson; Edward Hopper; Alyssa Monks. Ron Mueck Giovani Caramelho - brasileiro A dupla Jamie Salmon (britânico) e Jackie K. Seo (coreana) atualmente vivem e trabalham no Canadá. Ambos são autodidatas e começaram sua carreira na indústria comercial e cinematográfica. São especializados em esculturas hiper-realistas. Arte Povera Surgido na Itália, a “arte pobre” utiliza elementos não convencionais, como lixos e objetos da natureza, para criar obras que despertam no espectador a reflexão sobre a efemeridade da arte, destacando o seu aspecto marginal. Busca a quebra do “glamour”, produzindo uma crítica sobre a sociedade de consumo. Destacou- se principalmente nas instalações e esculturas de Mario Merz. Wandering Songs I, Mario Merz Street Art/ Arte Urbana Símbolo máximo da democratização da arte, a arte de rua, também conhecida como arte urbana, rompe com a tradição institucional das galerias e leva a composição artística para os espaços públicos da cidade, ocupando paredes, muros, postes e outros elementos típicos do cenário urbano. O grafite é um dos seus maiores expoentes. Banksy Basquiat Basquiat foi um artista negro que trabalhou numa indústria predominantemente branca e eurocêntrica. Nascido na Nova York de 1960, Jean-Michel Basquiat se tornou um amante das artes desde muito jovem. Costumava desenhar caricaturas e reproduzir personagens de filmes e programas que assistia na televisão, além de visitar os diversos museus espalhados pela cidade junto com a mãe durante a infância. De ascendência haitiana e porto-riquenha, ele entendia espanhol e gostava de ler poesia simbolista francesa, de onde tirou inspiração para sua futura carreira. Mas a maior delas veio das imagens do livro “Anatomia de Gray”, um presente que sua mãe lhe deu após ter sido atropelado por um carro aos oito anos de idade. Desde então, as formas e partes do corpo humano passaram a ser recorrentes em seus trabalhos artísticos. Basquiat conheceu o também artista Andy Warhol, que ficou impressionado com seu talento. Os dois se tornaram amigos e firmaram uma parceria de 1982 a 1985. Durante esses anos, colaboraram em uma série de pinturas que misturavam serigrafia e as técnicas de cada um. A mais famosa delas foi “Olympic Rings” (1985). Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat em 1985. O estilo artístico de Basquiat seguia uma tendência neoexpressionista, podendo ser chamado de “primitivismo intelectualizado”. Baseando-se na anatomia humana e em imagens repetitivas, retratava rostos afundados em formato de caveira com olhos grandes e bocas abertas. Prédios, carros, policiais e outras cenas da vida urbana também faziam parte das composições, repletas de cores fortes, rabiscos e colagens. O uso da palavra como elemento artístico era um ponto importante para Basquiat. Ele gostava de escrever nas telas terminologias médicas, termos de significado implícito ou simplesmente riscar frases para destacá-las de uma forma não convencional. Segundo o artista, “o fato de estarem obscuras dá vontade de lê-las”. Ironia do Policial Negro (1981). Pássaro no Dinheiro (1981). Sem título (Caveira) (1981). Dispensador de Pez (1984). Hora da indicação Filme: BASQUIAT Realizador: JULIAN SCHANABEL Argumento: JULIAN SCHNABEL Actores: JEFFREY WRIGHT / DAVID BOWIE / DENNIS HOPPER / GARY OLDMAN / CLAIRE FORLANI / BENICIO DEL TOROA PARTE III Cavalgando com a Morte (1988) Arte no séc XXI: arte digital Mapa da UE (2021), de Gretchen Andrew. Fonte: WikiArt O desenvolvimento dos computadores no século XX trouxe novas possibilidades de experimentação no espaço digital. Logo, a arte digital é a manifestação produzida a partir de meios eletrônicos, como o computador e seus programas para o desenho, a edição e a manipulação de imagens e sons. As artes digitais são variadas, dentre elas se destacam: web art,colagem, pintura, fotografia, animação e vídeos 2D ou 3D. Categorias da arte digital Através do aumento da realidade virtual, a arte digital possibilitou uma maior interatividade com o público, uma vez que a internet modificou a maneira de comunicação entre as pessoas. As palavras foram substituídas por emojis; as redes sociais, a exemplo do Instagram estão voltadas para o compartilhamento de fotos; o YouTube tornou-se um grande centralizador de conteúdo e propaganda. Saiba mais sobre os principais tipos de artes digitais. Edição de fotos e vídeos O uso de programas, a exemplo do popular Photoshop e tantos outros mais específicos permitem modificar imagens com a proposta de realçar ou ocultar detalhes, acrescentar elementos, mesclar e outros. Por isso, essa área é considerada a mais popular da expressão visual digital. Os resultados podem variar de simples fotografias até verdadeiras obras de arte produzidas digitalmente. Vídeo e áudio O avanço da internet permitiu que os artistas de áudio e vídeo pudessem expandir os seus trabalhos para uma quantidade maior de pessoas. As animações, interferências visuais, videodesign, pinturas e artes sonoras são alguns exemplos dessa expansão. Arte em 3D Um dos modelos de ciberart mais valorizado atualmente é o 3D, por ser uma arte que permite ao espectador maior aproximação com a realidade. O artista das três dimensões utiliza programas, tais como o “ZBrush” e o “3DS” para esculpir as obras digitalmente e criar composições únicas. Geralmente, esse tipo de trabalho se transforma em um material tão real, chegando a ser comparado com uma fotografia. Pixel Art Esse tipo de arte digital é formado pela criação dos ícones de computador. Os ícones são pequenas imagens ou símbolos, clicadas em uma tela de computador ou de celular para acessar programas e aplicativos. As imagens são apresentadas em mapas de pixels desenvolvidas através de uma ferramenta digital, conhecida como lápis. Cada pixel é colocado num lugar específico e definido com cor e intensidade específica, pois a intenção é melhorar a representação iconográfica da imagem, quando ela for reduzida. Portanto, a seguinte técnica é fundamental no desenvolvimento dos ícones das interfaces gráficas dos softwares. Arte Fractal A arte fractal é constituída por imagens digitais acompanhadas de complexas equações matemáticas, que utilizam programas específicos para estes fins. Tais programas são dedicados as fórmulas descritas pela geometria fractal. As imagens fractais representam a auto repetição. Elas podem ser aumentadas ou diminuídas por várias vezes sem perder a forma original. Desenho vetorial O desenho vetorial classifica as imagens que podem ser redimensionadas conforme a necessidade do artista ou programador. Isso é possível, pois os programas gráficos que permitem esse tipo de criação registram uma informação matemática para cada item desenhado. Diante disso, cada item desenhado pode se reproduzir toda vez que for aberto novamente em outro computador. Os gráficos vetoriais, portanto, são mais versáteis, porque permite que os desenhos produzidos sejam alterados, sem causar maiores perdas de qualidade. Ilustração e pintura digital As ilustrações, desenhos e pinturas digitais permitem a criação de artes para livros, quadrinhos e sites. Essa técnica é a que mais se aproxima das clássicas pinturas em óleo sobre tela, aquarela, baixo relevo, montagem, etc. O uso de softwares, como o photoshop e o ilustrador permite a produção de peças para identidades visuais, propagandas, apresentações e infográficos. O segmento natural-media é um exemplo de pintura digital feita com softwares bastante específicos. Eles procuram simular as condições naturais de um artista real, como as tintas e pinceis, por exemplo. Fotos futuristas Outra melhoria advinda do avanço tecnológico desse novo século são os diversos programas digitais que permitem a obtenção de grandes resultados com os efeitos que podem ser aplicados ao resultado final das fotografias. Ficou para trás a era onde só era permitido admirar aquilo que era capturado instantaneamente, agora já podemos dar uma nova cara a uma fotografia modificando-a completamente, alterando paisagens, modificando tonalidades e formas, incorporando novos elementos e eliminando outros. Esculturas do novo século Outra transformação no mundo das artes decorrente do emprego de novas tecnologias é a escultura. Estávamos acostumados as esculturas de mármore ou gesso que vemos nos grandes museus (que são obras primas feitas a partir desses materiais), no entanto, hoje em dia, podemos contar algumas obras de escultura que fazem uma ruptura com tudo o que conhecíamos até o momento presente; com a chegada do “Cinetismo”, já conseguimos criar obras móveis no centro de grandes cidades e adornando as melhores praças de muitos países. Arte urbana sec. xxi Crédito: Divulgação/ Secretaria Municipal de Cultura de São PauloLocalizada na Vila Itororó está a obra “Esperança”, do artista Enivo Referências ARTE CONTEMPORÂNEA. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/arte- contemporanea ARTE CONTEMPORÂNEA. Disponível em: https://comalma.com.br/movimentos-arte-contemporanea/ COLI, Jorge. O que é Arte. 11ºed. São Paulo: Brasiliense, 1990. (Col. Primeiros passos) GOMBRICH, Ernst.H. História da Arte. tradução Álvaro Cabral. 16ºed. Rio de Janeiro: LTC, 1999 OLIVEIRA, monica. A Arte Contemporânea para uma Pedagogia Crítica. Porto, Portugal: APECV, 2015. PROENÇA, Graça. História da Arte. 16 ed. São Paulo: Ática, 2005 RAPOSO, Alexandre et al. Turismo no Brasil.: um guia para o guia. Rio de Janeiro: Senac, 2002. . SANTOS, José Luiz dos. O que é Cultura 14ºed.São Paulo: Brasiliense, 1994 (col. Primeiros passos)