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UNIDADE DE FORMOSA
SERVIÇO SOCIAL
SERVIÇO SOCIAL E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
NATANAEL FERREIRA SANTA ROSA
FORMOSA-GO 
2015
nATANAEL FERREIRA SANTA ROSA 
SERVIÇO SOCIAL E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNOPAR, Unidade Formosa, Polo Formosa, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Orientador: Prof. Rodrigo Eduardo Zambon
FORMOSA-GO
 2015
nATANAEL FERREIRA SANTA ROSA 
SERVIÇO SOCIAL E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA
 
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, apresentado à UNOPAR – Unidade de Formosa, Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, com nota final igual a _______, conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores: 
	Prof. Orientador
Universidade Norte do Paraná 
	Prof. Membro 2
Universidade Norte do Paraná
	Prof. Membro 3
Universidade Norte do Paraná
Formosa, _____de ___________de 2015.
Dedico o meu TCC para todos aqueles que fizeram do meu sonho real, me proporcionando forças para que eu não desistisse de ir atrás do que eu buscava para minha vida.
agradecimentos
Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional.
Meus agradecimentos а minha amiga Caroline Medeiros, que faz parte da minha formação е qυе vai continuar presente em minha vida com certeza.
“Para ter sucesso neste mundo não basta ser estúpido, é preciso também ter boas maneiras.” (Voltaire)
ROSA, Natanael Ferreira Santa. Serviço Social e a Educação Brasileira. 2015. 40. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharel em Serviço Social – Polo de Formosa, Unidade de Formosa, Formosa, 2015.
RESUMO
Profissionais da educação que não estão preparados para trabalhar com a questão social, como: Evasão Escolar, gravidez precoce, uso de drogas licitas e ilícitas e violência de gênero que consequentemente é levado para dentro das escolas e muitas outras expressões da questão social, que também se insere nas escolas. É importante um assistente social na escola? O Objetivo da pesquisa é mostrar as possibilidades de atuação do profissional assistente social nas escolas, bem como explicitar o quão enriquecedor poderia ser o trabalho interdisciplinar entre o Assistente Social e os demais profissionais inseridos na educação no contexto escolar. À pesquisa foi de natureza bibliográfica e mostra como é necessária e importante a presença de uma assistente social no âmbito escolar e como a atuação do mesmo é imprescindível e conclui-se que não se deve discutir a importância, mas sim a forma de inserção do profissional na educação para obter êxito, e a escola deixar de ter tanta preocupação na esfera social e ter eficácia quanto ao processo educativo.
Palavras-chave: Educação, Serviço Social, Escola, Sistema Educacional, Assistente Social.
ROSA, Natanael Ferreira Santa. Serviço Social e a Educação Brasileira. 2015. 40. Trabalho de Conclusão de Curso Bacharel em Serviço Social – Polo de Formosa, Unidade de Formosa, Formosa, 2015.
ABSTRACT
Education professionals who are not prepared to work with social issues, such as: Dropouts, early pregnancy, use of licit and illicit drugs and gender-based violence which in turn is brought into the schools and many other expressions of the social question, which also it operates in schools. A social worker in school is important? The research goal is to show the possibilities of action of professional social workers in schools, and explain how rewarding it could be interdisciplinary work between the social worker and other professionals involved in education in the school context. In the research was bibliographical nature and shows how necessary and important the presence of a social worker in the school and how the performance of it is essential and it is concluded that one should not discuss the matter but the professional insertion in the form education to succeed, and the school no longer have so much concern in the social sphere and be effective on the educational process.
Key-words: Education, Social Service, School. Educational system, Social Worker.
LISTA DE ABREVIATURAS OU SIGLAS 
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira  
EUA Estados Unidos da América 
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CNSS Conselho Nacional de Serviço Social 
LBA Legião Brasileira de Assistência
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
PUC SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
PUC RJ Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
PUC SC Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social 
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente
CFESS Conselho Federal de Serviço Social 
MEC Ministério da Educação
USP Universidade de São Paulo
LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
PL Projeto de Lei
SUAS Sistema Único da Assistência Social
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	11
2MANISFESTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL	13
2.1Serviço Social no Brasil	15
2.1.1Código de Ética do Assistente Social	17
3 POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA	22
3.2A Educação como Direito Social	25
3.3ESCOLA: Ambiente de Diversidade	27
3.4 Formações do Profissional da área da Educação	35
4SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO	36
4.1 Sistema Educacional Brasileiro	37
4.2 O Assistente Social no Sistema Educacional: Uma Inserção Possível	41
4.3 O Trabalho do Assistente Social: Inserido na Equipe Interdisciplinar da Escola........................................................................................................................44
5 CONCLUSÃO	49
6 REFERÊNCIAS...................................................................................................................51
1 INTRODUÇÃO
O Serviço Social vive hoje a expansão profissional através de novos espaços sócio ocupacionais e a inserção no cenário da política educacional, tem revelado um grande desafio à profissão, pois aos assistentes sociais apresenta-se a necessidade de engajar-se nas instituições escolares, de elaborar e de implementar projetos de integração dos aspectos sociais e educacionais vividos pelos destinatários dessa política social, de inserir-se profundamente na dinâmica do conhecimento pedagógico e das suas legislações que marcaram a construção de políticas educacionais nesse país.
O assistente social hoje, busca fundamentar sua formação profissional a partir das novas Diretrizes Curriculares, com uma flexibilidade das disciplinas, podendo contemplar especificidades regionais e demandas geradas pelas necessidades, através de interlocuções com outras áreas do saber (pluralismo), a dissociabilidade nas dimensões ensino, pesquisa e extensão e a adoção de uma teoria social crítica que possibilite a apreensão da totalidade social em suas dimensões de universalidade, particularidade e singularidade.
Nessa perspectiva, o Serviço Social busca construir um perfil profissional na política educacional, conquistando espaços, protagonizando ações que possibilitem intervenções profissionais criativas, propositivas, estratégicas, ousadas, destemidas e comprometidas com a transformação social.
O presente trabalho tem por objetivo, conhecer a relação entre a política da assistência social com a política da educação, a inserção do assistente social na escola, os limites e possibilidades para o exercício da profissão, mostrar as possibilidades de atuação do profissional assistente social nas escolas, bem como explicitar o quão enriquecedor poderia ser o trabalho interdisciplinar entre o Assistente Social e os demais profissionais inseridos na educação no contexto escolar.
 De acordo com a LDB, todos os profissionais na área da educação têm que estar preparados para “lidar” com as demandas apresentadas nas unidades escolares. Através de pesquisas, foi constatado que nem todos os profissionaisinseridos na educação apresentam capacidade para trabalhar com a questão social, e infelizmente não estão preparados para problematizar tais demandas como: gravidez precoce, evasão escolar, uso de drogas licitas e ilícitas, violência de gênero que consequentemente é levado para dentro das escolas e muitas outras expressões da questão social, que também se inseri nas escolas.
As demandas apresentam-se nas escolas, pois, localizadas em espaços onde a sociedade reside, e os indivíduos que moram ao redor das unidades escolares apresentam certas demandas e as levam para o interior das escolas. Surge então a pergunta: é importante um Assistente Social dentro de cada unidade escolar?
A pesquisa bibliográfica/documental, referendada, baseia-se na coleta de dados de material de diversos autores sobre o assunto específico em torno do Serviço Social e da Educação.
Por isso, enfocaremos a relação entre o Serviço Social, a educação o assistente social como profissional, vislumbrando as possibilidades de uma ação interdisciplinar destinada a contribuir para a constante melhoria e aperfeiçoamento do processo educativo.
2 MANISFESTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL
Dentre as precursoras e responsáveis pela sistematização do trabalho social podemos citar: Florence Nightingale (Inglaterra,1851), Octavia Hill (Inglaterra,1865), Mary Richimond (EUA, 1897). Mais tarde o Serviço Social Norte Americano introduziu o caráter científico à abordagem profissional das questões sociais. Foi em 1916, na I Conferência Nacional de Trabalhadores Sociais, em Nova Iorque, EUA, que Richmond apresentou a proposta de denominar a nova profissão como Social Work e seus agentes como trabalhadores sociais.
Apresentou-se uma diferença entre as abordagens europeia e norte americana do Serviço Social. O trabalho dos assistentes sociais tinha como base uma abordagem sociológica dos problemas reproduzindo a doutrina da classe dominante burguesa através do Estado e da Igreja Católica. Já a abordagem norte americana foi psicologizante, utilizando a psicologia e a psicanálise como instrumentos para controlar conflitos e desajustes do sujeito. Em um dado momento histórico, é a abordagem norte americana do Serviço Social que introduz o caráter científico na prática dessa profissão.
No Brasil, assim como na Europa, a base para o surgimento do Serviço Social foi o assistencialismo e os interesses da burguesia, aliada às doutrinas da Igreja Católica, que tinham por objetivo ampliar sua legitimidade e poder político. Segundo BULLA (2003), no Brasil: A Igreja oferecia suporte às políticas do Estado, e Vargas cooperava com muitos dos propósitos da Igreja Católica, preocupada com a restauração cristã da sociedade brasileira.
Após a Primeira Guerra Mundial devido a um crescente desenvolvimento das relações sociais capitalistas brasileiras houve a intensificação dos conflitos de classes. O Estado brasileiro, na pessoa do presidente Vargas, promoveu, após a Revolução de 1930, uma série de mudanças na Constituição do país, culminando com a publicação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Em 1938, foi criado o Conselho Nacional de Serviço Social (CNSS), entre outras entidades, para levar a termo a política de proteção ao trabalhador, visando incentivar o trabalho para aumento da produção. Concomitantemente, a Igreja Católica fundava as primeiras escolas de Serviço Social para suprir as demandas de profissionais habilitados para suporte e incremento das políticas governamentais.
A institucionalização da profissão do Assistente Social ocorreu devido ao consequente crescimento das instituições de prestação de serviços sociais e assistenciais, geridas ou subsidiadas pelo Estado. Em 1942, foi criada por a Legião Brasileira de Assistência (LBA), foi criado o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Novamente citando BULLA (2003):
No Brasil, as políticas sociais e o Serviço Social foram implantados na terceira década do século XX, em condições muito diversas, assumindo características peculiares, que vão marcar seu desenvolvimento posterior e que ajudam a compreender suas limitações atuais.
As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil primavam pela formação moral dos assistentes sociais, além da formação técnica, sem o enfrentamento da questão social, do estudo e do aprofundamento da origem das desigualdades ou qualquer questionamento sobre o sistema capitalista. Dentre os predicados que a Igreja Católica exigia aos profissionais, podemos destacar: responsabilidade, vocação, sacrifício, disposição para servir, perseverança, amor ao próximo, entre outros.
Assim, os assistentes sociais da época entendiam que a formação profissional deveria ser orientada pela doutrina da Igreja Católica, não sendo suficiente o preparo técnico, mas que deveriam possuir formação moral como requisito necessário e indispensável para o exercício da profissão. Assim acabavam defendendo os valores e premissas básicas da doutrina católica que reproduzia um sistema de dominação capitalista e perpetuação da desigualdade. Mais uma vez BULLA (2003):
As posições da Igreja relativas à questão social, contidas na Encíclica Quadragésimo Ano (Pio IX, 1931), confirmavam as da Rerum Novarum (LEÃO XIII, 1891) quanto à necessidade de o Estado intervir nas relações entre o capital e o trabalho e à obrigação de realizar políticas sociais. Reafirmavam, por outro lado, a importância de uma sociedade consensual e harmônica, sem conflitos de classe.
A primeira escola de Serviço Social no Brasil foi fundada em 1936, em São Paulo, mais tarde foi ligado à PUC-SP. Em 1937 foi criado o Instituto Social no Rio de Janeiro vinculado à PUC-RJ. Em 1945 foi criada a Escola de Serviço Social de Porto Alegre da PUC-RS. Nas décadas seguintes outras escolas de Serviço Social foram fundadas. É o que confirma MARTINELLI (2006) a alienação presente na sociedade capitalista, tendo encontrado a base social necessária, penetrou na consciência dos agentes profissionais, constituindo sério obstáculo para que pudessem estruturar sua consciência política, sua consciência social.
Como a concepção de homem preconizada pela Igreja Católica era a doutrina baseada na caridade cristã as primeiras alunas dos cursos de Serviço Social eram senhoras consideradas “damas” da sociedade burguesa sendo formadas por um currículo ratificador das relações de exclusão tipicamente capitalista e não contestador das causas dos problemas sociais da época.
2.1 Serviço Social no Brasil
O Serviço Social no Brasil surge na década de 1930, a partir de iniciativas particulares de vários setores da burguesia sob forte influência da doutrina católica, razão pela qual a questão social era vista como uma expressão dos problemas morais e religiosos, sendo que as suas ações se orientavam para uma individualização da proteção social, entendida como assistência educativa adaptada aos problemas individuais (IAMAMOTO, 1997a).
As primeiras atuações do Serviço Social no Brasil ocorreram no período histórico compreendido entre as décadas de 20 e 30 do século passado, em meio ao processo de industrialização e concentração urbana, nos quais o proletariado começou a lutar pelo seu lugar na vida política e por seus direitos, por meio da articulação de grandes movimentos sociais.
 	 O Serviço Social, para além da influência da Igreja, era também atrelado aos ensinamentos da assistente social norte-americana Mary Richmond que trouxe para essa profissão o método de atuação chamado de Serviço Social de Casos Individuais que se caracterizava pelo estudo feito pelas assistentes sociais sobre o meio social vivido pela pessoa com o objetivo de mudar a personalidade delas, adaptá-las e moldá-las ao seu meio social.
Em meados da década de 1940 do século passado, acontece no país a implantação do Estado Novo (1937/1945), marcado por um governo getulista ditatorial que fecha o Congresso Nacional e impõe uma nova Constituição com características antidemocráticas, censura e um regime de caráter populista,propiciando ao país um mínimo daquilo que poderíamos chamar de avanços econômicos, modernização industrial e de infraestrutura, além de certos benefícios aos trabalhadores através de leis trabalhistas que passavam a garantir diversos direitos aos mesmos, através da tutela estatal.
A partir de 1945, o país passa a compor um cenário político considerado um pouco mais democrático que o anterior, com ações do governo voltadas para uma política mais nacionalista que buscava o desenvolvimento industrial, o crescimento da agricultura, e consequentemente, o aumento de salários.
Também há nesse período a implantação de instituições sociais e assistenciais que pareciam dar mais condições para a existência de um crescente mercado de trabalho para o campo das profissões de cunho social, permitindo um desenvolvimento rápido do ensino especializado de Serviço Social.
Segundo Iamamoto (2000), esse processo implica na legitimação e institucionalização da profissão e dos profissionais do Serviço Social, e essas instituições vão ser as empregadoras dos Assistentes Sociais, que deixam de trabalhar apenas pelo cunho caritativo da Igreja Católica e passam a ser empregadas pelas instituições públicas e privadas.
Procurar compreender a profissão, seu significado social e histórico na contemporaneidade, exige dos profissionais do Serviço Social a compreensão do movimento que a própria sociedade sofre sob a lógica do modo de produção capitalista, diante de suas contradições e crises inerentes. Além disso, se exige a apreensão das bases materiais e ideológicas sob as quais o mesmo se sustenta.
De acordo com Iamamoto (2000), um dos maiores desafios que o Assistente Social vivencia atualmente é o de desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos a partir de demandas emergentes do cotidiano. Enfim, ser um profissional propositivo e não só ou meramente executivo.
Os profissionais do Serviço Social não devem estar atentos aos processos de produção de conhecimento que atendam exclusivamente aos interesses das classes dominantes, mas, ao contrário, devem guiar-se em direção oposta, construindo conhecimentos comprometidos com a classe trabalhadora, buscando formas de alteração da realidade social e se empenhando para que os mesmos possam ser acessados pelo proletariado.
2.1.1 Código de Ética do Assistente Social
O Serviço Social é caracterizado como uma prática profissional, possui um caráter interventivo, o Assistente Social através de um posicionamento ético – político faz um enfrentamento profissional, no qual intervém em uma realidade social presente nas múltiplas expressões da questão social. Através desse enfrentamento o profissional constrói respostas de trabalho na relação sujeito – demandas no seu campo de atuação.
A formação profissional do Assistente Social deve visualizar uma capacitação teórico metodológico e ético – político, como requisito fundamental para o exercício de atividades técnicos- operativas, com vistas à apreensão crítica dos processos sociais numa perspectiva de totalidade; análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as particularidades do desenvolvimento do capitalismo no pais; compreensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento sócio histórico, nos cenários internacional e nacional, desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade; identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular novas respostas profissionais para o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre o público e o privado. Segundo Yazbek. (2007, p. 26).
 As transformações societárias dos anos mais recentes encontraram, na sociedade brasileira, um Serviço Social consolidado e maduro, uma profissão com avanços e acúmulos que, ao longo da última década, construiu, através de suas entidades representativas, e com ativa participação da categoria, um projeto ético- político profissional. Exemplo da maturidade alcançada pela profissão foi (como ainda vem sendo) seu protagonismo, através de seus órgãos representativos, nos processos de elaboração e implementação da Lei Orgânica da Assistência Social (Lei n. 8. 742 / 93 – LOAS) e do estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8. 069/ 90 – ECA), além de outras políticas sociais que vêm implantando sistemas descentralizadores, nos quais o Assistente Social pode ultrapassar a condição de executor para, assumir posições de planejamento e gestão de políticas sócio- / assistenciais (sem deixar de ser executor final). A luta pela concretização, consolidação, do projeto político profissional do Serviço Social brasileiro teve grande marco na década de 90, os resultados Alcançados foram resultados da força política que a categoria teve através de suas entidades organizacionais.
O projeto ético- político do Serviço Social na contemporaneidade vem se consolidando nas últimas duas décadas foram reformuladas legislações que compõe a legislação brasileira para o Serviço Social. Uma conquista muito importante para a categoria ocorreu em 1993 com a Resolução CFESS nº 273, de março de 1993, essa resolução instituiu o novo Código de Ética Profissional do Assistente Social onde temos.
 -Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; -Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda a sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; - Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; - Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; -Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; -Garantia do pluralismo, por meio do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; -Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero; -Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos trabalhadores; -Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; -Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual, idade e condição física.
O Código de Ética não pode ser pensado pelo profissional como um simples documento, o qual fica esquecido dentro de uma gaveta, o profissional deve dar vida ao conteúdo expresso no código através das ações realizadas junto aos sujeitos da ação profissional e suas demandas. O Código de Ética Profissional do Assistente Social constitui-se pelos dez princípios fundamentais.
Os princípios direcionam o Assistente Social em seu trabalho apontando o horizonte ético para que o profissional possa com sucesso trilhar seu caminho, construindo a autonomia sócio política. Junto à população com qual atua. No entanto o profissional só irá obter sucesso em seu trabalho se tiver um pensamento crítico da realidade social em que atua.
O Assistente Social não pode ter um senso comum no que se refere a visão de mundo, é necessário que tenha uma visão crítica da realidade social. Amparado em seu código de Ética o profissional pode resgatar com o sujeito a sua autonomia como ser social, contribuindo para que ele se torne um cidadão pensante, perceptivo, um crítico da realidade social em que se encontra inserido. Sendo assim o indivíduo passa ter autonomia sócio-política para buscar respostas na arena política no que se dizrespeito a suas necessidades sociais.
Os conteúdos expressos no Código de Ética vão tecendo um novo horizonte do projeto profissional no qual se enfatiza a luta por uma cultura pública democrática onde a sociedade civil possa compartilhar responsabilidades sociais. O principal objetivo do Assistente Social é contribuir com a melhoria, qualidade de vida dos sujeitos com o qual atua. Seu campo de atuação é diversificado e amplo, o profissional pode trabalhar em diversos contextos organizacionais que variam de acordo com o lugar que o profissional ocupa no mercado de trabalho.
Após a Constituição Federal de 1988 a ampliação das políticas sociais como direito social tem rebatido na ampliação dos campos de trabalho do Serviço Social. A contratação de Assistentes Sociais da administração direta é a que mais emprega profissionais do Serviço Social; principalmente em órgãos estaduais e municipais. Segundo Iamamoto. (2004, p. 123).
Os assistentes sociais funcionários públicos vêm sofrendo os efeitos deletérios da Reforma do Estado no campo do emprego e da precarização das relações de trabalho, tais como a redução dos concursos públicos, demissão dos funcionários não estáveis, contenção salarial, corrida à aposentadoria, falta de incentivo à carreira, terceirização acompanhada de contratação precária, temporária, com perda de direitos etc.
Como podemos observar nas formas de governo atuais, determinadas pela reestruturação do capital as condições de trabalho do Assistente Social vêm sofrendo novas conjunturas políticas – sociais no que se refere ao seu projeto Ético político profissional. Infelizmente esse cenário coloca para o Serviço Social vários obstáculos implicando no posicionamento, na compreensão e na intervenção do Assistente social nas diversas expressões da questão social que se faz presente na sociedade brasileira. É nesse contexto sócio – histórico que o Serviço Social vem se estruturando adquirindo seu significado sócio – político como profissão que investiga e intervém na questão social e suas expressões.
 No cotidiano de trabalho do Assistente social estão presentes interesses antagônicos que não podem ser eliminados, já que expressam o próprio caráter das relações sociais capitalistas, mas perante os quais ele deve se posicionar: o assistente social é um profissional contratado pelo estado, pelos setores empresariais e outros organismos particulares, de caráter patronal, para atuar entre as classes trabalhadoras, o que configura um caráter contraditório a pratica profissional. (Iamamoto 2000)
O assistente social em seu processo de intervenção utiliza-se de vários instrumentos e técnicas de trabalhos, entre os quais se destaca: visita domiciliar, entrevista, perícia social, relatório social, triagem, entre outros. Os instrumentais compõem a prática profissional do Assistente Social em seu campo de atuação. As metodologias, instrumentos e as técnicas de intervenção utilizadas pelos Assistentes Sociais, são redirecionados de acordo com o contexto sócio – histórico de cada período.
 Em síntese, os profissionais de Serviço Social, fundamentados em conhecimentos teóricos, são capazes de compreender a realidade onde intervêm e os processos geradores da questão social e de suas diferentes manifestações. È tarefa da profissão “propor alternativas de ação com criatividade, senso crítico e domínio da comunicação, contribuindo para a população tenha acesso a serviços sociais básicos, na perspectiva de efetivação da cidadania”. (Yasbeck 2007, p 33)
Fundamentados de conhecimentos os Assistentes Sociais compreendem a realidade do seu campo de trabalho criando respostas para solucionar os problemas que afeta os sujeitos de sua ação profissional.
3 POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA
A Educação é considerada enquanto um direito de todos e um dever do Estado e da família, a mesma será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (Constituição da República Federal do Brasil de 1988, art. 205).
Sabendo-se que existem diferentes atribuições em relação à Educação, e que ela é um processo universal que esteve e está presente na vida do homem, desde seu nascimento e, varia de acordo com a cultura de cada povo e da própria sociedade, portanto, a política educacional no país que, debruçaremos agora, engloba a escola. A mesma entendida enquanto o local próprio da disseminação clássica do saber, ou ainda, o lócus apropriado, a instituição social que congrega a educação, a escola.
Lopes e Galvão, (2001, p. 18) definem em grego e latim a palavra Escola. Para tanto, observaremos a história da formação etimológica dessa palavra. No grego, skolê: quer dizer “ócio, vagar, lazer”, e no latim, schola: quer dizer “ócio consagrado ao estudo”. Não sendo substituída a palavra escola por ociosidade, e sim, à entrega total do aluno aos estudos, deixando-se de lado outras ocupações.
Em 1822, com a proclamação da Independência do Brasil, a Educação Escolar passou a ser gerida por várias leis específicas, porém sem efeito de mudanças significativas ou positivas, onde as mesmas não eram compatíveis com a realidade vigente.
A primeira Constituição brasileira foi outorgada em 1824. Em seu artigo 179, XXXII, afirma que o ensino primário é gratuito a todos os cidadãos, porém, as escolas não eram suficientes para todos e, em 1827, foi criada uma lei determinando a criação de novas escolas de alfabetização nas cidades, vilas e, nas cidades mais populosas, além de escolas específicas de meninas, porém, tal lei nunca foi colocada em prática.
Com a Revolução de 30, alguns dos reformadores educacionais da década anterior passaram a ocupar cargos importantes na administração do ensino nacional, pondo em prática as ideias que defendiam, e o resultado desse processo foi de grandes transformações no campo da Educação brasileira que começaram a dar-lhe a feição de um sistema articulado, segundo normas definidas pelo próprio Governo Federal (PILETTI, 2007, p. 74).
Nos anos seguintes um grupo de educadores redigiu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova para defender seus ideais, tais como: a Educação Escolar como instrumento de democracia, devendo a mesma ser pública, gratuita, obrigatória, leiga, sem preconceito de cor, sexo, única, porém, adaptada às questões regionais e aos interesses dos alunos.
A partir de então, criou-se o Ministério da Educação e Cultura (MEC), e incluiu-se na Constituição de 1934 um capítulo sobre a Educação garantindo: gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário (1º grau), direito de todos à Educação, liberdade de ensino, respeitando-se a legislação federal e estadual, em que a Educação seria de responsabilidade da família e dos Poderes Públicos, através de assistência aos estudantes necessitados, ensino religioso obrigatório, porém, facultativo ao aluno, dentre outros.
As primeiras reformas ocorreram no ensino secundário e superior; o secundário passou a ser específico para a formação geral e também para a preparação para o ensino superior. Já o próprio ensino superior, passou a ter estatutos próprios. Um destes Estatutos criados foi orientado especificamente para o caso das Universidades Brasileiras e, para uma Universidade em especial, no caso, a Universidade de São Paulo (USP). Tal reforma no campo educacional durou apenas (03) três anos, pois, em seguida, no ano de 1937, sob o “Estado Novo”, é que Getúlio Vargas, na condição de presidente da época, dá um golpe de estado e apresenta uma nova Constituição com mudanças significativas na Educação Escolar. Vejamos algumas delas: - O Direito à Educação para todos foi retirado da Constituição, favorecendo as escolas particulares; - O Ensino secundário foi modificado novamente, incorporando-se nele as disciplinas de História e Geografia do Brasil; - O Ensino profissional passou a atender às necessidades dos trabalhadores, das empresas e do próprio país; - O Ensino primário passou a desenvolver a personalidade do aluno, e foi divididoentre fundamental e supletivo, já o ensino normal passou a formar professores primários, administradores escolares e pautou pela sua especialização na Educação infantil.
Já em 1971, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) passa por uma reforma, e esta foi considerada um fracasso, pois o sistema de ensino passou a ser da 1ª à 8ª série, ou seja, 1º grau obrigatório, porém, sem recursos materiais e humanos disponíveis para gerenciá-lo.
Finalmente, em 1985, o Brasil, através de uma eleição indireta para a presidência da república, na qual somente a elite pôde votar, entra numa nova fase política chamada de Nova República. A nova constituição brasileira começará a ser organizada e, em 1987, através da criação de uma Assembleia Nacional Constituinte com a participação de 14 (catorze) entidades que visavam à ampla discussão sobre a Educação no país, tais entidades se uniram para realizar o Fórum da Educação Constituinte, muito importante para a constituição e a efetivação do sistema educacional brasileiro, sendo que os princípios defendidos por eles foram importantes para a construção da nova Carta Maior, a mesma que está regendo o Brasil atualmente.
Em 1988 é, portanto, promulgada essa nova Constituição da República, depois de inúmeras dificuldades na fase de sua elaboração. O choque entre as forças conservadoras se fez sentir em diversos momentos, sobretudo em relação às questões sociais e à reforma agrária. Apenas tímidos avanços foram alcançados, mas aquém ainda das esperanças nela depositadas pelos dez de seus setores mais progressistas (ARANHA, 1996, p. 196).
Assim, o Estado foi obrigado a tirar a Constituição do papel e criar novas leis e diretrizes em relação à educação e que estivessem de acordo ou em consonância com a nova realidade vivida pelo país. Porém, em pleno século XXI, percebemos que muitas coisas ainda nem sequer foram colocadas em prática ou ajustadas a essa mesma realidade.
Após oito anos da promulgação da Constituição de 1988, foi publicada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), através da Lei nº 9.394/96. A mesma consta de diretrizes embasadas nos 12 artigos relacionados à Educação Escolar, porém, a Educação Escolar continuou sendo considerada muito precária, desde sua própria concepção. No Brasil as leis são criadas, mas não são colocadas inteiramente em prática, e muito menos adequadas à realidade que o mundo e o país vivem.
Mas é preciso avançar além daquilo que consta na letra da lei e em relação às inúmeras influências que estão postas e fazem com que o ensino continue precário, que faltem recursos materiais e humanos, que seu conteúdo seja considerado superficial, apenas embasado em livros didáticos escolhidos e oferecido pelo próprio Estado.
Dessa forma, os alunos não são conquistados, as salas de aula continuam cheias, aqueles que têm algum benefício social as frequentam até esgotar o prazo de sua vigência, além do que o seu convívio social afeta o seu processo de aprendizado, dentre outros. Assim sendo, além do atendimento pedagógico, a escola tem responsabilidades sociais que extrapolam o simples ensinar, especialmente para crianças carentes. Para garantir uma melhor articulação entre seu ofício e o desempenho dos seus alunos, faz-se necessário ampliar o atendimento social, sobretudo nos Municípios de menor renda, com procedimentos como o de renda mínima associada à Educação, alimentação escolar, livro didático e transporte escolar.
Além desse novo tipo de procedimento, há outras diretrizes, objetivos e metas que apontam no sentido de que a questão social está totalmente interligada com a Educação, comprovando que há espaço e trabalho para outros profissionais, dentre eles, o Assistente Social.
Visto que, nesse contexto, o Serviço Social tem grande contribuição histórica para dar à política pública da Educação em relação aos desafios que se apresentam para a elevação do rendimento escolar dos alunos, na efetivação da escola como um espaço de inclusão social e na contribuição para a formação cidadã de nossas crianças e jovens, e por isso, a sua presença ou participação nesse novo espaço de atuação se coloca e se sustenta concretamente, sobretudo, ancorados pelos dispositivos legais oferecidos pela própria LDBEN.
Diante de todas as discussões apresentadas até o momento, faz-se necessário explicitar que o conteúdo da LDBEN expõe claramente a necessidade de a escola atuar na vida dos alunos com o objetivo de torná-los capazes de exercer sua postura crítica e de transformação do mundo e ter assegurados seus direitos. Assim, a partir desse momento, realizaremos uma reflexão acerca do Serviço Social no Brasil e de como a presença do Assistente Social na escola pode complementar o trabalho dos demais profissionais da educação.
3.1 A Educação como Direito Social
Segundo José Paulo Netto é na constituição de 1988 que ocorre avanços significativos no plano jurídico/legal, um movimento voltado para a garantia e efetividade da cidadania.
A ideia de garantia de direitos, da concretização de uma cidadania fundada no acesso e garantia de bens materiais, sociais e morais, nos leva a compreender o que vem ocorrendo na última década, com a estratégia de desmonte do sistema de garantia de direitos conquistados até então.
Mas esta caminhada não terá crescimento, isso porque, com o movimento de iniciativa do neoliberalismo que influencia novas formas que assume a economia capitalista, o Estado de Bem-Estar fundamentado no Direito não chegará a ser construído, pelo menos não fundamentado nos direitos.
Temos hoje um cenário polarizado: um lado é a má distribuição de riqueza, a minoria tem muito capital e trabalha pouco e na maioria das vezes isso se inverte pouco capital e muito trabalho. O outro lado é o crescente da exclusão social, onde a grande parte da sociedade (classe trabalhadora) não tem possibilidade de acessar o mínimo necessário para sobreviver, e é cada vez mais vulnerável.
Adentrando o século XXI, vemos que há uma resistência em efetivar o que diz a Constituição Cidadã (1988), os direitos instituídos. Mais nota- se que o desrespeito aos direitos está crescendo. As políticas sociais ao invés de ser defendida estão sendo a mais afetada pelo processo de privatização e reedição de programas fundamentados em ações pontuais e fragmentadas, observando os recursos no orçamento público, vê- se o quanto está reduzida na área da Assistência Social, Educação, Trabalho, Habitação, etc.
De acordo com a Constituição Federal (1988), o Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/90 – art. 53), e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96), a educação é um dos direitos. O direito à educação, bem como o direito ao acesso e permanência na escola tem sido garantido por esses aportes legais, esses direitos necessitam ser respeitados por todos profissionais inseridos na área da educação e contribui na formação para exercer a cidadania.
O Serviço Social contribui para essa garantia do direito à educação, que estão ligados à realidade social, política, econômica, e cultural, que muitas vezes no dia-a-dia é deixado de lado ou ficam na responsabilidade das Políticas Educacionais.
Para uma crescente percepção da realidade social, é preciso aprofundar as discussões em relação a função social da escola, aproximando a família do contexto escolar. Isso porque, a escola também é um espaço onde a concretização dos problemas sociais acontece.
Os profissionais do Serviço Social inserido nas escolas contribuem com a realização de diagnósticos sociais, com isso indicará uma alternativa para problematizar as expressões da questão social vivenciada por muitas crianças e adolescentes, isso implicará na melhoria da sua condição de enfrentamento da vida pessoal e escolar. Vemos no âmbito educacional, que há uma necessidade de melhorar a quantidade de vagas para atender uma maior parte de alunos, e ao mesmo tempo melhoria na qualidade do ensino, da escola, dos profissionais, etc. 
As demandas apresentadas na escola como a evasão escolar, estão ligadas as várias formas de expressãoda questão social enfrentadas não só pelos alunos, mais também por seus familiares.
Os Assistentes Sociais Contribuem para a criação de formas de um consenso – distinto daquele dominante – ao reforçarem os interesses de segmentos majoritários da coletividade. Contribuem nesta direção ao socializarem informações que subsidiem a formulação, gestão de políticas públicas e o acesso a direitos sociais; ao viabilizarem o uso de recursos legais em prol dos interesses da sociedade civil organizada; ao referirem na gestão e avaliação daquelas políticas ampliando o acesso a informação a indivíduos sociais para que possam lutar e interferir na alteração dos rumos da vida em sociedade. (Iamamoto, 1998, p. 69)
Os Assistentes Sociais contribuirão na área da educação, pois, poderá contribuir com a melhoria das condições dos Direitos à Educação de qualidade, atuando na intervenção que pode ser conjunta com Educadores, Assistentes Sociais, Psicólogos, e pela família para o enfrentamento das expressões da questão social e para haver uma ação mais efetiva.
3.2 ESCOLA: Ambiente de Diversidade
A escola é um ambiente de diversidade, onde os indivíduos, com diferentes valores, raças, culturas e perspectivas de vida, se reúnem com o intuito do aprimoramento intelectual. E é neste âmbito tão plural, que se expressam grandes demandas sociais, que trazem preocupações se pensado como serão os indivíduos de uma sociedade futura, visto que determinados problemas apresentados hoje em crianças e adolescentes, ou na família dos mesmos, interferem diretamente em sua conduta. 
Hannah Arendt (1972) considera que a escola é a instituição pela qual interpomos entre o domínio privado do lar e o mundo com o fito de fazer que seja possível a transição, de alguma forma, da família para o mundo. Trata-se, pois, da instituição responsável por introduzir as novas gerações na cultura historicamente construída.
Podemos defini-la como uma instituição social formadora do conhecimento humano, o qual é trabalhado no contexto escolar com a realidade social do aluno, que busca sanar seus problemas e necessidades sociais. Por isso é importante realizar um diagnóstico familiar e aproximar mais o cotidiano familiar com o escolar. Deste modo, a escola é uma instituição preparada para desenvolver os valores sociais dos sujeitos (alunos e familiares), sendo capaz de prepará-los para viver em sociedade. Dá-se, então, a importância do trabalho com grupos de famílias no contexto escolar enfatizando o fortalecimento e encaminhamento para o indivíduo aprender a viver em sociedade, tanto as crianças quanto os adolescentes, assim como seus pais e/ou responsáveis.
A educação, como é uma política pública que procura desenvolver o senso crítico do aluno, deve conhecer e respeitar a realidade social, cultural e econômica dos alunos, tendo um conhecimento geral da comunidade na qual o educando encontra-se inserido. Assim, o Serviço Social é inserido na escola com o intuito de contribuir com as ações de inclusão social, de formação da cidadania e emancipação dos sujeitos, para que, juntos, possam trabalhar com a educação, com a consciência, com a oportunidade de que as pessoas se tornem sujeitos de sua própria história. Para Santos (2011) apud Amaro (1997) os Educadores e Assistentes Sociais compartilham desafios semelhantes, e tem na escola como ponto de encontro para enfrentá-los. Tem-se a necessidade de fazer algo em torno dos problemas sociais que repercutem e implicam de forma negativa no desempenho do aluno e leva o educador pedagógico a recorrer ao Assistente Social.
A contribuição do fazer profissional do Serviço Social aos profissionais da Educação é no sentido de auxiliar e facilitar o enfrentamento de questões sociais, as quais dificultam na aprendizagem do aluno, tais como violência, infrequência na escola, drogadição, desavenças familiares, entre outras questões.
Na visão de Martinelli (1998), o Serviço Social é uma profissão que trabalha no sentido educativo de revolucionar consciências, de proporcionar novas discussões, de trabalhar as relações interpessoais e grupais. Assim, a intervenção do assistente social é uma atividade veiculadora de informações, trabalhando em consciências, com a linguagem que é a relação social. Nesse item, percebemos a importância para o desenvolvimento do trabalho interdisciplinar na Educação, o qual possibilita a articulação e operacionalização entre as equipes que buscam estratégias para intervir na realidade.
Para Almeida (2000, p. 74), o campo educacional torna-se, para o assistente social hoje, não apenas um futuro campo de trabalho, mas sim um componente concreto do seu trabalho em diferentes áreas de atuação, que precisa ser desvelado. Encerra a possibilidade de uma ampliação teórica, política, instrumental da sua própria atuação profissional e de sua vinculação às lutas sociais que expressam na esfera da cultura e do trabalho.
É no cotidiano da escola e da família que se apresentam as diferentes expressões da questão social, como desemprego, subemprego, trabalho infanto-juvenil, baixa renda, fome, desnutrição, problemas de saúde, habitações inadequadas, drogas, pais negligentes, família multi problemáticas, violência doméstica, pobreza, desigualdade social, exclusão social, dentre outras manifestações. O enfrentamento destas demandas evidencia a inserção do profissional do Serviço Social, com o objetivo de cooperar para a resolução destas e de outras problemáticas que desafiam a escola, a família e a sociedade como um todo.
 Iamamoto (1998, p. 75) afirma que o desafio é redescobrir alternativas e possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual, traçando horizontes para a formulação de propostas que façam frente à questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daqueles que a vivenciam, não só como vítimas, mas como sujeitos que lutam pela preservação e conquista da sua vida, da sua humanidade. Essa discussão é parte dos rumos perseguidos pelo trabalho profissional contemporâneo.
Na escola, o papel do profissional do Serviço Social incide sobre o modo de viver e de pensar da comunidade escolar, a partir das situações vivenciadas no cotidiano da escola e dialogando com a consciência dos seus usuários.
Na opinião de Santos (2011),
A escola, enquanto equipamento social, precisa estar atenta para as mais diferentes formas de manifestação de exclusão social, incluindo-se desde questões que vão de violência, atitudes discriminatórias, de etnia, do gênero, de sexo, de classe social, etc., reprovações, até a evasão escolar, que muitas vezes é provocada pela necessidade do aluno de trabalhar para contribuir na renda familiar. E é nesse contexto que se apresenta o fracasso escolar, pois mais do que nunca, a escola atual tem o dever de estar alerta à realidade social do aluno.
Santos (2011) apud Almeida (2000) elucida que as demandas provenientes do setor educacional, no que se refere a sua ação ou ao fazer profissional do Serviço Social, recaem em diversas situações. Tem-se assim necessidade do trabalho com crianças e adolescentes, através de projetos, como o Apoio Socioeducativo em Meio Aberto (ASEMA), como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990). Inclui-se, neste contexto, a importância na participação das famílias, por meio do desenvolvimento de ações, como trabalho de grupo e, muitas vezes, com os próprios professores da Unidade de Ensino, podendo, ainda, promover reuniões interdisciplinares para decisões e conhecimento a respeito de determinadas problemáticas enfrentadas pela comunidade escolar. Isso tudo, sem deixar de lado a ação junto ao campo educacional, mediada pelos programas e ações assistenciais que têm marcado o trabalho dos profissionais do Serviço Social.
Conforme o CFESS, os problemas sociais a serem combatidos pelo profissional do Serviço Social na área da educação são o baixo rendimento escolar, a evasão escolar, o desinteresse pelo aprendizado, os problemas com indisciplina, a insubordinação a qualquer limite ou regra escolar, a vulnerabilidade às drogas; as atitudese comportamentos agressivos e violentos (CFESS, 2001, p. 23).
A resolução das problemáticas sociais que chegam ao contexto escolar e demandam por ações conjuntas e eficazes, requer, especialmente dos profissionais do Serviço Social, a busca de estratégias que assegurem o ingresso, regresso, permanência e sucesso da criança e adolescente na escola; favoreçam a relação família-escola-comunidade, ampliando o espaço de participação destas na escola, incluindo a mesma no processo educativo; oportunizem a ampliação da visão social dos sujeitos envolvidos com a educação, decodificando as questões sociais; proporcionem a articulação entre educação e as demais política sociais e organizações do terceiro setor, estabelecendo parcerias, facilitando o acesso da comunidade escolar aos seus direitos (MARTINS, 1999, p. 60). Reforçando essa ideia, lembra Santos:
É de extrema importância que o profissional do Serviço Social, inserido na escola, saiba trabalhar com programas visando à prevenção e não dispender o seu tempo meramente com a efervescência dos problemas sociais. Na escola, o assistente social deve ser o profissional que precisa se preocupar em promover o encontro da educação com a realidade social do aluno, da família e da comunidade, a qual ele esteja inserido. (...) acredita-se que uma das maiores contribuições que o Serviço Social pode fazer na área educacional é a aproximação da família no contexto escolar. É intervindo na família, através de ações ou de trabalhos de grupo com os pais, que se mostra a importância da relação escola-aluno-família. O assistente social poderá diagnosticar os fatores sociais, culturais e econômicos que determinam a problemática social no campo educacional e, consequentemente, trabalhar com um método preventivo destes, no intuito de evitar que o ciclo se repita novamente (SANTOS, 2011).
Para Martins (1999, p. 70) as atribuições do Serviço Social aplicado à escola são: melhorar as condições de vida e sobrevivência das famílias e alunos; favorecer a abertura de canais de interferência dos sujeitos nos processos decisórios da escola (os conselhos de classe; ampliar o acervo de informações e conhecimentos, acerca do social na comunidade escolar; estimular a vivência e o aprendizado do processo democrático no interior da escola e com a comunidade; fortalecer as ações coletivas; efetivar pesquisas que possam contribuir com a análise da realidade social dos alunos e de suas famílias; maximizar a utilização dos recursos da comunidade; contribuir com a formação profissional de novos assistentes, disponibilizando campo de estágio adequado às novas exigência do perfil profissional. O Serviço Social, na escola, objetiva contribuir com a problemática social que é perpassada no cotidiano da comunidade escolar – alunos, professores, pais trabalhando com projetos que promovam a cidadania do aluno, tanto com a família como na escola e comunidade em geral.
A inserção na Política de Educação representa para o Serviço Social uma possibilidade de contribuir para a efetivação do direito à educação por meio de ações que promovam o acesso e a permanência da população na escola, assim como a qualidade dos serviços no sistema educacional. Para Gomes (2010), a inserção do assistente social na educação justifica-se a partir de uma compreensão ampla do processo de ensinar e aprender, contemplando as dimensões cognitiva, afetiva e social. Esta última é o alvo primordial do Serviço Social.
A escola é um dos espaços sociais em que se revelam as contradições do sistema capitalista, as quais se manifestam em inúmeras expressões da questão social, como violência, negligência, uso de drogas, falta de acesso a serviços de saúde e de assistência social, falta de proteção à infância e à juventude. A partir dessa constatação, é possível afirmar que o social pode interferir, de forma expressiva, na qualidade da aprendizagem, especialmente se a realidade do aluno não for compreendida pela escola.
Assim, o conhecimento específico do assistente social sobre a questão social, somado e integrado à especificidade dos demais profissionais, tem somente a contribuir de forma relevante para a qualificação do processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, a aproximação à realidade social do aluno, o entendimento sobre a dinâmica familiar e a contextualização ao corpo docente são estratégias fundamentais para o atendimento às necessidades de aprendizagem.
Conforme Gomes (2010, p. 16),
Outra estratégia indispensável a compor o processo de trabalho do assistente social na Educação consiste na articulação com a rede social. O conhecimento acerca dos recursos existentes e da realidade da região em que se situa a escola, se constitui numa ação basilar do trabalho profissional nesse espaço, com vistas ao levantamento de alternativas para atendimento às necessidades sociais de alunos e suas famílias, bem como para inserção nas construções coletivas de fomento às políticas públicas e sociais da região. Desse modo, o assistente social acaba, também por favorecer a aproximação da escola com a comunidade, tornando-a mais presente e participativa no meio social em que atua.
A articulação entre as famílias e a escola é uma das tarefas primordiais do assistente social, desenvolvendo contatos com os pais e responsáveis, a fim de estreitar os vínculos destes com a instituição educacional e reforçar o senso de responsabilidade destes pelo desenvolvimento e pela aprendizagem dos filhos. A partir do conhecimento de dinâmicas de grupo, o assistente social pode facilitar o fluxo de demandas, críticas, sugestões, provenientes das famílias, coletar dados e informações para subsidiar as reflexões dos professores e da coordenação pedagógica. Esse trabalho deveria ser concebido e executado de comum acordo entre o assistente social e a implementação de ações que se complementem.
Sendo o contexto escolar uma espécie de micro sociedade, contendo, em seu meio, as marcas dos conflitos de interesses, expressões de necessidades, além do corporativismo que demarca as relações sociais na escola, torna-se necessário, ao assistente social, compreender essas disputas e intervir no processo, não no sentido de buscar anular esses conflitos, mas, muito mais, no sentido de contribuir para (des)velar as suas raízes e explicitá-las nas reuniões pedagógicas como parte inerente daquele grupo.
A aceitação do papel e das contribuições do assistente social no meio escolar relaciona-se com a demonstração prática de competências e habilidades úteis para os coletivos escolares. Um exemplo refere-se à orientação e ao acompanhamento dos alunos fora da sala de aula, especialmente no momento em que eles expressam dúvidas sobre suas trajetórias escolares e encaminhamentos para o mercado de trabalho, bem como para a constituição das suas formas de organização, como o Grêmio Estudantil.
 O assistente social pode atuar, também, junto ao Colegiado da escola, não como membro eletivo, com direito a voz e voto, mas como assessoria, no sentido de pensar e propor alternativas diante de problemas e demandas de decisões, típicas dessa instância organizacional. O contato direto com todas essas realidades (colegiado, grêmio, corpo docente) proporcionará, ao assistente social, os caminhos para a inserção mais natural no espaço escolar, para a percepção dos problemas e a elaboração de ações de intervenção de maneira mais qualificada e própria da formação deste profissional.
Algumas distinções, em termos das funções específicas do profissional da assistência social, devem ser levadas em conta para se evitar colisão e/ou justaposição de funções entre o assistente social e outros segmentos que trabalham na escola. Por exemplo, a função da Coordenação Pedagógica deve ser entendida como o processo integrador e articulador de ações pedagógicas e didáticas desenvolvidas na escola. O assistente social deve desenvolver ações que possam caminhar junto com a Coordenação Pedagógica, porém, articulando contatos com as famílias, diagnosticando as condições socioeconômicas, culturais, profissionais, a fimde detectar casos específicos, relacionados às questões sociais que interferem na aprendizagem do aluno.
Ao assistente social, pela sua própria formação, cabe, por exemplo, estabelecer contatos com as famílias e o Conselho Tutelar Regional, bem como promover cursos de capacitação aos pais e professores acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente, além de acompanhar e encaminhar problemas mais evidentes de casos sociais.
A atuação interdisciplinar, incluindo nas equipes das escolas o profissional do Serviço Social, pode ser decisiva para a superação de problemas socioeducacionais contemporâneos porque o assistente social, por meio de sua prática, amplia, contribui e está comprometido com a democracia e o acesso universal aos direitos sociais, civis e políticos.
A prática profissional do assistente social não está firmada sobre uma única necessidade; sua especificidade está no fato de atuar sobre várias necessidades. Para que esta prática contribua no processo educacional, é preciso que seja crítica e participativa e esteja relacionada com as dimensões estruturais e conjunturais da realidade, ou seja, deve estar no conhecimento da realidade em sua totalidade.
Salientamos a preocupação de que a implantação do Serviço Social nas escolas públicas ocorra de “forma gradativa e articulada às redes e aos profissionais dos diversos setores sociais”. Também, a identificação dos estabelecimentos de ensino, as localidades ou regiões onde esta experiência deverá ser iniciada.
O trabalho desenvolvido pelos assistentes sociais não se confunde ao dos educadores. Em que pese a dimensão socioeducativa de suas ações, sua inserção tem se dado no sentido de fortalecer as redes de sociabilidade e de acesso aos serviços sociais e dos processos sócio institucionais, voltados para o reconhecimento e aplicação dos direitos dos sujeitos sociais. Sua inscrição na organização do trabalho coletivo nas instituições educacionais não tem se sobreposto a de nenhum outro profissional, visto que o estreitamento da interface entre a política educacional com outras políticas sociais setoriais tem, historicamente, levado ao reconhecimento da necessidade de uma atuação teórica e tecnicamente diferenciada daquelas desempenhadas pelos professores e profissionais da educação de um modo em geral.
3.3 Formações do Profissional da área da Educação
Grande parte dos profissionais, que atuam hoje no âmbito escolar, são graduada em pedagogia, profissão essa que habilita o indivíduo estar lecionando do primeiro ao quarto ano do ensino fundamental, a estar eventualmente a frente de determinadas matérias das demais series escolares, e a estar à frente da direção escolar.
Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia ou nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (L.D.B., p.41)
Uma das novas propostas de ensino para as faculdades de pedagogia tem por objetivo, formar profissionais capazes de transformar a realidade através do exercício da função social de educador de futuros cidadãos. Tal objetivo apresenta-se um tanto tópico, se levado em consideração a grade curricular do curso.
Pesquisas realizadas em uma universidade pública que tem o reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), levanta-se que as matérias que proporcione ao graduando o conhecimento realidade social da rotina escolar.
O que se tenta propor nesta circunstância é que a função da direção da escola e de estar administrando a mesma e organizando o corpo docente. O papel do professor é de estar ministrando as aulas, e a partir dessa analise chega-se à conclusão de que há um agente que intervenha nas consequências da questão social expressas nas unidades escolares.
O profissional de Serviço Social, na contemporaneidade preenchem os requisitos e as expectativas almejadas no ambiente escolar, sendo que sua formação está direcionada a problematizar as demandas e realizar capacitações para os profissionais da área da educação. Isso ocorre, pois, o mesmo, está habilitado para atuar com as diversidades sociais.
4 SERVIÇO SOCIAL E EDUCAÇÃO
Se a educação e o espaço escolar também são áreas nas quais as expressões da questão social se fazem presentes, aqui pretendemos analisar de que forma o Serviço Social pode contribuir no campo educacional. As expressões da questão social se apresentam diariamente nas relações entre alunos, educadores, família e comunidade tendo como pano de fundo a desigualdade social que é o produto de uma diversidade de fatores, inclusive, a da falta de investimentos na educação.
Se considerarmos a escola enquanto um espaço para a formação da cidadania e do direito à educação, bem como o direito ao acesso e permanência do estudante na própria escola, devemos observar os dispositivos legais que respaldam e asseguram tais atribuições. Assim sendo, a Constituição Federal (1988), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) dentre outros, nos permitem afirmar que uma de suas principais finalidades a da formação do sujeito para o exercício da cidadania, preparação para o trabalho e sua participação na sociedade, se configuram num direito que implica em qualidade dos serviços prestados à população e, em especial, ao usuário da escola pública para seu pleno desenvolvimento.
Assim, discutir a contribuição do Serviço Social para a garantia deste direito nos leva a analisar situações que atravessam a realidade social, política, econômica e cultural, mas que também se tornam muitas vezes despercebidas dentro do próprio ambiente escolar.
Para abrirmos a discussão em torno da presença do profissional do Serviço Social no contexto escolar, é preciso, antes de tudo, localizarmos a importância deste profissional em sua atividade específica. Assim sendo, o assistente social é um profissional atuante no cenário público e na escola não seria diferente, pois sua participação junto aos demais profissionais que compõem o contexto escolar envolveria todo o conjunto social interno e externo da escola fazendo parcerias com a família e comunidade, pois o mesmo é um profissional qualificado para atuar nas diversas áreas ligadas às políticas sociais públicas e privadas, tais como: planejamento, organização, execução, avaliação, gestão de projetos, pesquisa e assessoria.
Da mesma forma, a participação do chamado Serviço Social no âmbito educacional tem a possibilidade de contribuir com a realização de diagnósticos sociais indicando possíveis alternativas às problemáticas sociais vividas por crianças e adolescentes, o que refletirá em um melhor desenvolvimento da vida escolar deste cidadão e na implantação de políticas públicas que venham ao encontro dos anseios da população.
4.1 Sistema Educacional Brasileiro
No Brasil, o sistema educacional se caracteriza por ser ainda elitista e discriminatório desde sua implantação. Desde o período do Brasil Colônia, continuando através do período Imperial, as crianças pobres, negras, índias, entre outras, não tinham acesso a escolas e também não tinham seus direitos garantidos.
Após a proclamação da República, ocorreram algumas mudanças nesse sistema, porém, continuando atrelada ao domínio da classe burguesa, sem a homologação de políticas públicas que possibilitassem à população o acesso a uma educação de qualidade e aos direitos de que todo cidadão deve ter garantidos para seu bem-estar e uma vida digna.
O desenvolvimento em torno do processo da educação permitiu a visualização de mudanças significativas a partir da Constituição Federal de 1988. Naquele momento, a criança brasileira começou a ser vista como sujeito de direito e cidadão, em um processo contínuo de formação e em desenvolvimento.
A Lei Maior determinaria que a educação é enquanto um dever do Estado e um direito universal a todas as crianças. Anteriormente, em termos da proteção de direitos às crianças, esseatendimento era realizado de forma caritativo, apenas destinado às famílias pobres que não tinham com quem deixar seus filhos enquanto trabalhavam. Outra lei importante no processo de garantia dos direitos da criança e do adolescente foi a da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990. A referida lei veio reforçar o direito à educação a todas as crianças e adolescentes, estabelecendo-a enquanto dever da família, da sociedade em geral e do poder público como forma de assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos da criança e do adolescente, fornecendo-lhes primazia no atendimento.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN - (Lei nº 9.394/96), há o reforço quanto ao direito à educação e a garantia do pleno desenvolvimento da criança nos aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos, linguísticos e sociais. No entanto, mesmo com todo o aparato legal para garantia de direito da criança e do adolescente e a prioridade absoluta para o seu atendimento, os mesmos ainda têm muito desses seus direitos violados.
Atualmente, a política educacional brasileira é composta pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, (Lei no. 9.394/96) e pelo Plano Nacional da Educação (2011 – 2020). Resultante da Constituição de 88, a LDBEN, em seu artigo 9º, incumbe a União de “I – elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios”, ou seja, indica a necessidade de criação de mais uma política educacional: O Plano Nacional de Educação, segundo o inciso 1º do artigo 87 da LDB/96, tal plano tinha o prazo de um ano para ser encaminhado ao Congresso Nacional após a publicação da LDB (dezembro de 1996). Porém, o mesmo só foi encaminhado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em fevereiro de 1998, justamente, segundo Saviani (2004), dois dias depois de ter dado entrada na Câmara dos Deputados tal projeto, só que por parte dos partidos de oposição. O mesmo Plano Nacional ainda demoraria (02) dois anos e (11) onze meses para ser aprovado.
		No entanto, mesmo após a vigência da Constituição de 88, entre algumas mudanças observadas, Ferreira e Aguiar (2000, p. 129), nos afirmam que a escola permaneceu ainda como a grande esquecida das políticas educacionais brasileiras. “Os anos noventa, todavia, a trazem para o centro do debate sobre a Educação, resinificando o sentido de uma reflexão sobre sua função política e social na formação da cidadania”.
 A atual estrutura e funcionamento da educação brasileira decorrem da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.º 9.394/96), que, por sua vez, vincula-se às diretrizes gerais da Constituição Federal de 1988, bem como às respectivas Emendas Constitucionais em vigor. O diagrama 1 (PG), apresenta a estrutura geral do sistema educacional. Porém, no decorrer da exposição de cada um dos níveis e modalidades de ensino, será possível observar o caráter flexível da legislação educacional vigente, levando-se em conta a autonomia conferida aos sistemas de ensino e às suas respectivas redes. Ressalta-se ainda o momento de adaptação e adequação dos sistemas à legislação educacional recente, o que se caracteriza pelas reformas e normatizações em implantação. (Ministério da Educação, 2013)
 Níveis e modalidades de ensino De acordo com o art. 21 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/96), a educação escolar compõe-se de: I. Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II. Educação superior.
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (art. 22).
Ela pode ser oferecida no ensino regular e nas modalidades de educação de jovens e adultos, educação especial e educação profissional, sendo que esta última pode ser também uma modalidade da educação superior. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (art. 29). A educação infantil é oferecida em creches, para crianças de zero a três anos de idade, e pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos.
Diagrama 1.
Fonte: OEI – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DE BRASIL
4.2 O Assistente Social no Sistema Educacional: Uma Inserção Possível
A partir da experiência que ocorre em São Paulo com a aprovação da última versão do Projeto de Lei 837, de 05 de julho de 2005, que dispõe sobre a Introdução de Assistentes Sociais e Psicólogos em cada Escola Pública. Pode-se demonstrar que esse projeto também poderá chegar a outros Estados do país, assim mostra-se a importância da compreensão dessa Lei e como vem se discutindo sobre a atuação do Assistente Social e sua contribuição para o contexto educacional.
Desta forma destaca-se que a última versão do PL que quer Assistentes Sociais e Psicólogos nas escolas, o Artigo 1º e 2º do PL (2003), diz:
Art. 1º O Poder Público deverá assegurar atendimento por Psicólogos e Assistentes Sociais a alunos das escolas públicas de educação básica que dele necessitarem.
§ 1º O atendimento previsto no caput deste artigo será prestado por Psicólogos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) e por Assistentes Sociais vinculados aos serviços públicos de assistência social.
§ 2º Os sistemas de ensino, em articulação com os sistemas públicos de saúde e assistência social, deverão prever a atuação de Psicólogos e Assistentes Sociais nos estabelecimentos públicos de educação básica ou o atendimento preferencial nos serviços de saúde e assistência social a alunos das escolas públicas de educação básica, fixando em qualquer caso número de vezes por semana e horários mínimos para esse atendimento.
Art. 2º Esta lei entra em vigor um ano após a data de sua publicação. (PROJETO DE LEI, nº 837. 01 julho. 2005).
Nota-se através do Projeto de Lei e destes dois artigos acima citados que as autoridades públicas percebem a importância da equipe de profissionais técnicos no sistema educacional, em especial o Assistente Social, para a prestação de assistência aos alunos e seus familiares, sendo um intermediário entre a comunidade e a escola.
Assim sendo, segundo Morin (2003) a educação para a cidadania deve ser uma educação contextualizada, global, multidimensional e complexa. Desta forma, o indivíduo deve também ser visto como um ser global, inserido numa família e na comunidade.
Assim sendo, mesmo diante das lutas já alcançadas e dos percalços encontrados na efetivação deste Projeto de Lei e sua regulamentação, alguns pesquisadores na década de noventa começaram a discutir sobre as contribuições do Serviço Social na educação, dentre eles Backahaus (1992), Almeida (2000), Camardelo (1994) e algumas pesquisas no 8º e 9º Congresso Brasileiro de Assistente Social (CBAS), realizados em 1995 e 1998.
A prática do Assistente Social situa-se numa perspectiva crítica, e se faz participante da transformação social, portanto, segundo Novais (2001, p. 13), o profissional do Serviço Social deverá através desta desenvolver as seguintes atividades:
•  Pesquisa de natureza socioeconômica e familiar para a caracterização da população escolar;
•  Elaboração e execução de programas de orientação sócio familiar, visando prevenir a evasão escolar e melhor o desempenho e rendimento do aluno e sua formação para o exercício da cidadania;
•  Participação, em equipe multidisciplinar, da elaboração de programas que visem prevenir a violência; o uso de drogas e o alcoolismo, bem como visem prestar esclarecimento e informações sobre doenças infectocontagiosas e demais questões de saúde pública;
•  Articulação com instituições públicas, privadas, assistenciais e organizações comunitárias locais, com vistas ao encaminhamento de pais e alunos para atendimento de suas necessidades;
•  Somente com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca da realidadesócio familiar do aluno, de forma a possibilitar assisti-lo e encaminhá-lo adequadamente;
•  Elaboração e desenvolvimento de programas específicos nas escolas onde existem classes especiais;
•  Empreender e executar as demais atividades pertinentes ao Serviço Social, previstas pelos artigos 4º e 5º da lei 8662/93. (NOVAIS, 2001, p. 13).
Verifica-se que a atuação do profissional Assistente Social nas escolas está presente nas mais variadas expressões cotidianas, tanto nas relações externas, como a família, sociedade e entre outros, quanto nas relações internas que são os diferentes conjuntos como, diretores, os docentes e alunos, entre outros que compõem o campo educacional.
Compreende-se que a prática profissional do Assistente Social não está firmada sobre uma única necessidade, sua especificidade está no fato de atuar sobre várias necessidades. Assim, para que esta prática contribua no processo educacional, é preciso que seja crítica e participativa e esteja relacionada com as dimensões estruturais e conjunturais da realidade, ou seja, baseada no conhecimento da realidade em sua totalidade.
Para Backhaus (1992, p.54), alguns procedimentos que poderão ser adotados com êxito pela equipe interdisciplinar são:
•  Ter sempre presente que a pessoa (indivíduo) deve ser considerada na sua experiência, no processo de trabalho grupal e comunitário e no contexto onde ela própria constrói e vai se construindo;
•  Levar em conta a questão da “motivação” dos integrantes do grupo, como ênfase a realização de um bom trabalho;
•  Buscar a conquista de espaços dentro e fora do grupo- “posicionar-se”;
• Expor sentimentos, usar de franqueza e espontaneidade nas trocas com os outros integrantes do grupo, nas discussões, trabalhar a “ideia” e, sobretudo, perguntar a “união grupal ”;
•  A conquista da liberdade de opinião é primordial à interação grupal; os posicionamentos devem ser discutidos em nível de equipe (profissionalmente) e não a nível pessoal. Os resultados precisam vir ao encontro, visando o aperfeiçoamento do conjunto. (BACKHAUS,1992, p.52).
Segundo a autora acima, nota-se que os profissionais precisam fazer troca de saberes e de intersubjetividades para a realização da prática, pois quanto maior a integração do grupo, a busca de conhecimentos e a realização de um trabalho unificado, maiores serão as condições de intervir na realidade escolar, confrontar e solucionar os problemas nela encontrados.
Para Almeida (2000, p.2), a prática do assistente social na escola significa:
[...] pensar sua inserção na área de educação não como uma especulação sobre a possibilidade de ampliação do mercado de trabalho, mas como uma reflexão de natureza política e profissional sobre a função social da profissão em relação as estratégias de luta pela conquista da cidadania através da defesa dos direitos sociais das políticas sociais.
A função social da profissão do Assistente Social pode ser auxiliada a partir da teoria gramsciana, pois esta reconhece a importância do sujeito nas inúmeras mudanças sociais. Assim, em meio às mudanças sociais que vêm ocorrendo, o Serviço Social também contribui com seu saber para impulsionar uma reflexão política aos segmentos populacionais, em que também possam reconhecer seus direitos e deveres, para exercerem sua cidadania. É este mesmo trabalho árduo que deverá ser feito entre escola/aluno e seus respectivos familiares e comunidade.
4.3 O Trabalho do Assistente Social: Inserido na Equipe Interdisciplinar da Escola
O Serviço Social é uma profissão histórica e socialmente determinada, que atua nas variadas expressões da questão social. Tem, como um dos seus princípios, a ampliação e consolidação da cidadania; por meio desse trabalho, o Serviço Social busca uma abordagem ao usuário como cidadão e sujeito de direito e integrante de diferentes segmentos da classe trabalhadora.
O assistente social desenvolve sua intervenção pautada no Código de Ética da profissão, e em consonância com os princípios do Sistema Único da Assistência Social - SUAS, que visa à universalidade, integralidade, equidade, participação social e à descentralização. O profissional de Serviço Social necessita ter uma visão ampla da situação, procurando não tomar partido e, sim, entender a necessidade de cada parte, juntando-as. Para se ter essa visão ampla, é necessário que o assistente social tenha um conhecimento do histórico de cada situação, ou seja, na escola, conheça o diagnóstico da família para conhecer a origem do elemento em estudo.
Para que se tenha um resultado vantajoso da equipe interdisciplinar, no âmbito escolar torna-se necessário que o assistente social deixe bem claro o diagnóstico obtido no âmbito familiar, para que a equipe possa desenvolver um trabalho vantajoso e positivo, levando-a a pensar em como abordar tal situação e de que forma fazer com que possam entender “o porquê” se deve seguir uma orientação. Qual a melhora que refletirá no desenvolvimento de seu (sua) filho(a). E quanto à insatisfação por parte da família com a equipe, é necessário que o assistente social possa acolhê-la e saber ouvir, observar e entender qual é a queixa e a insatisfação, levando sempre um retorno do que se foi detectado.
No que se refere às práticas de intervenção social, faz-se necessário uma postura interdisciplinar. A ação social, seja ela comunitária institucional ou governamental, interfere, quase sempre, nas condições materiais de vida da população na cidade. As intervenções sociais resultado de uma concepção e práxis interdisciplinar rompe o reducionismo ativista da ciência, já que vê a produção do conhecimento como um espaço de complementação entre áreas, saberes empíricos e científicos. Estamos tratando de uma intervenção prática que se concretiza por meio da convergência das várias especializações das ciências humanas. Abordar a área social é reunir saberes para uma interlocução pronta a construir estratégias que não se reduzam aos seus próprios conhecimentos.
Sobre isto, Rodrigues diz:
[...] a interdisciplinaridade, favorecendo o alargamento e a flexibilização no âmbito do conhecimento, pode significar uma instigante disposição para os horizontes do saber. (...) Penso a interdisciplinaridade, inicialmente, como postura profissional que permite se pôr a transitar o “espaço da diferença” com sentido de busca, de desenvolvimento da pluralidade de ângulos que um determinado objeto investigado é capaz de proporcionar, que uma determinada realidade é capaz de gerar, que diferentes formas de abordar o real podem trazer” (RODRIGUES, 1998, p. 156).
 Em relação às especificidades das profissões e as especialidades das áreas, a interdisciplinaridade extrai o novo e diferente dos conhecimentos elaborados sobre o objeto de uma referida prática. Possibilita o pluralismo de contribuições, visando um entendimento profundo deste objeto e prática, visto que é assimilada como “postura profissional”.
O Serviço Social está ligado a outras áreas e isto é importantíssimo para seu desenvolvimento, pois o isolamento seria prejudicial para a abrangência de sua prática social. Podemos dizer que a interdisciplinaridade o desenvolve, flexiona-o e viabiliza a interação com o diferente. Ela possibilita o rompimento dos vícios e preconceitos existentes na profissão. Ensina também a pensar e ver diferente a metodologia. Para Etges (1993) apud Rodrigues (1998, p. 157), a interdisciplinaridade deixa o cientista livre da “rigidez e a fixação em mundos que julgava absolutos” (apud Rodrigues, 1998, p. 157). Possibilita a diferenciação, criatividade e uma postura profissional que não é simplista. Ela exige um saber ético, técnico e profissional.
O assistente social tem em seu trabalho influência de vários determinantes, como o econômico, cultural, político, geográfico, além da sociedade civil e do Estado, que exigem, do profissional, um conhecimento detalhado da realidade na qual está inserido. Isto exige dos assistentes sociais uma intervenção prática que tem como requisito, a posse de informações e a análise conjuntural. Os assistentes sociaisdevem ser críticos, propositivos; devem estar atentos a todas as possibilidades que o movimento da realidade apresenta estabelecer parcerias, em concordância com o projeto político profissional mais abrangente da sociedade. Neste sentido, a postura interdisciplinar é condicional às atividades do assistente social. Por isso,
É necessário que o profissional envolvido em trabalhos interdisciplinares funcione como um pêndulo, que ele seja capaz de ir e vir: encontrar no trabalho com outros agentes, elementos para a (re)discussão do seu lugar e encontrar nas discussões atualizadas pertinentes ao seu âmbito interventivo, os conteúdos possíveis de uma atuação interdisciplinar (MELO e ALMEIDA, 1999, p. 235).
 As ações em parceria devem funcionar como fertilizantes para a produção de conhecimento no processo de ir e vir das relações e demandas profissionais. Devem trazer para a intervenção profissional, a possibilidade do pluralismo e da equidade, princípios fundamentais da profissão de Serviço Social.
O projeto interdisciplinar não é produzido através de receita de sucesso, mas por meio de condicionantes entre os profissionais. É por isso que a interdisciplinaridade encontra limites no cotidiano de nossa história de vida e profissional.
A autonomia profissional é assegurada por meio de uma função técnica e política, que impõe ao profissional um saber fazer bem, ou seja, o domínio de seu conteúdo teórico, a clareza de seus objetivos e os da instituição em que trabalha. Uma reflexão crítica constante é exigida sobre seu próprio atuar, como também sobre a realidade social. Esse saber fazer bem se apresenta como competência, que requer, dos técnicos a posse de estratégias, as quais possibilita trabalhar com os limites e alternativas dentro de um posicionamento técnico, competente e compromissado.
A inserção do assistente social na equipe interdisciplinar da escola ocorre, portanto, como um adicional importante, podendo contribuir com seus conhecimentos e práticas. Nas reuniões pedagógicas, por exemplo, em que se reúnem os membros de equipe diretiva, coordenadores pedagógicos, orientadores educacionais e professores para discutir as problemáticas e elaborar projetos pedagógicos, o assistente social pode participar como elemento integrador, trazendo propostas baseadas em seu conhecimento sobre a realidade das famílias e dos educandos.
Outro exemplo concreto da possibilidade de atuação interdisciplinar do assistente social no contexto escolar encontra-se na articulação com os demais profissionais tendo em vista a realização da pesquisa sócio antropológica, visando a compreensão do entorno da escola e dos desafios a serem enfrentados para que a comunidade escolar possa avançar. Juntos, docentes, equipe diretiva, orientadores, coordenadores pedagógicos e assistentes sociais podem desenvolver a pesquisa sócio antropológica, conhecendo a fundo o seu contexto de inserção e ampliando o diálogo entre os distintos segmentos que compõem a comunidade escolar.
Diante do exposto, constatamos que as equipes interdisciplinares podem contribuir para a constante melhoria e aperfeiçoamento do processo educativo. Para tanto, é imprescindível que a sociedade como um todo esteja ciente da relevância da inserção do assistente social nas equipes interdisciplinares, especialmente no tangente à escola.
5 CONCLUSÃO
Consideramos que o Serviço Social realizou importantes conquistas ao longo da trajetória da profissão, mostrando o seu real significado de sua prática na sociedade, fazendo com que com o assistente social iniciasse a sua caminhada rumo à diversidade e a igualdade.
Com o passar do tempo podemos observar que o Serviço Social deu um grande salto na profissão, que com passar dos anos a profissão deu origem a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS fazendo com que a sociedade evoluísse, reconhecendo e lutando pelos direitos da classe trabalhadora, os direitos da criança e do adolescente, idosos e pessoas com deficiência física.
O Assistente Social constantemente é movido pelo desejo de estar junto a demanda a ser atendida em seu campo de trabalho, o que muitas vezes cria o conflito com os interesses diversos, já que infelizmente nem todos os setores que atuam nas expressões da questão social tem um olhar crítico sobre a realidade social. Amparado no Código de Ética Profissional do Assistente Social o maior desafio que o profissional encontra nesse contexto atual é construir estratégias que possibilitem trazer respostas profissionais que supram as diversas expressões da questão social, não só daqueles que as vivenciam como ‘vitimas’ mas de todos aqueles que acreditam na possibilidade de sociedade permeada pela igualdade social.
A escola é uma instituição de inclusão para os alunos, mas a mesma parece não estar preparada para atender os inúmeros conflitos trazidos pelos alunos. Dessa forma, a escola que se inclui reveste de um mecanismo de exclusão. Pois consegue reproduzir de forma contraditória, a mesma contradição inerente da sociedade de classes.
Mesmo diante das contribuições apresentadas pela escola, as possibilidades de ação e atuação do assistente social na educação é a de trabalhar junto com os profissionais da educação em equipe interdisciplinar, indicando possíveis alternativas à problemática social vivida por crianças e adolescentes, o que refletirá em um melhor enfrentamento dos mesmos em relação à vida escolar, além de garantir-lhes o adequado direito à educação.
A constatação, por meio de um estudo bibliográfico, levou à confirmação da hipótese deste estudo, pois há realmente a necessidade e relevância da presença do Assistente Social nas escolas. Isto vem sendo confirmado através de pesquisas, na qual se percebe que a escola, enquanto transmissora de conhecimento e cultura, vem perdendo essa identidade, incumbindo-se de trabalhar as problemáticas sociais apresentadas pelas famílias. Portanto, faz-se necessária a aprovação da última versão do Projeto de Lei 837, de 05 de julho de 2005, que dispõe sobre a Introdução de Assistentes Sociais e Psicólogos em cada Escola Pública. 
Com tal pesquisa foi possível trazer informações acerca do Serviço Social Escolar, principalmente em relação à legislação que rege o setor. De acordo com dados apresentados colhidos em pesquisas bibliográficas, conclui-se que o profissional melhor preparado para problematizar as demandas do cenário escolar é o profissional de Serviço Social. Isso por que o mesmo dentro das unidades escolares iria auxiliar a equipe diretiva e o corpo docente proporcionando momentos de análise da instituição, de sua forma de organização, de seus objetivos e das relações interpessoais nela estabelecida, e ainda um levantamento do perfil sócio- econômico e cultural dos alunos e sua relação com a comunidade, e familiar. 
É necessário para o profissional dentro do ambiente escolar, ter clareza que a escola é o local de conhecimentos elaborados historicamente, como também é formadora de reconstrução e construção de novos conhecimentos, onde seus usuários (alunos) determinarão o processo e o resultado do empreendimento, de como será empregado esse conhecimento no futuro. 
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