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Fígado Anatomia topográfica Localizado entre a sétima e a decima costela → Fica em sua maior parte no hipocôndrio direito, mas passa um pouco pelo epigástrico e chega ao hipocôndrio esquerdo → Tem uma intima relação com o rim direito, o pâncreas e o baço Ponto cístico É o ponto em que se localiza a vesícula biliar (rebordo costal direito na altura da linha hemiclavicular- meio da clavícula) → A interrupção da respiração quando o ponto cístico é pressionado é um sinal de que há alguma alteração na vesícula biliar Vista superior A vista superior do fígado é a parte diafragmática → As reflexões do peritônio formam a área nua (área sem peritônio) Ligamentos: há ligamentos formados por essas reflexões 1- Ligamento falciforme: é o mais conhecido e divide anatomicamente o fígado em lobo direito e esquerdo 2- Ligamento coronário: vai em volta do fígado- forma uma espécie de coroa em volta dele 3- A união do ligamento no lado esquerdo forma o ligamento triangular esquerdo e do lado direito forma o ligamento triangular direito Vista inferior Corresponde a parte visceral e apresenta diversas impressões 1- Impressão renal: onde o rim encosta 2- Impressão cólica: onde o colón encosta 3- Impressão duodenal: onde o duodeno encosta Outras relações → A veia cava passa praticamente dentro do fígado- embaixo dela fica a fossa da veia cava que é o lugar onde ela se aloja → Embaixo da vesícula biliar também se encontra a fossa da vesícula biliar → Hilo hepático: tem um componente arterial, um venoso e um canicular biliar H hepático Segmentação hepática- classificação de Cuiinaud Fissuras Fissura umbilical: projeção da veia hepática esquerda que passa pelo ligamento falciforme → Ela divide o lado esquerdo Fissura portal principal: passa pela projeção da veia cava inferior e da vesícula biliar → Ela divide lado direito e lado esquerdo (é diferente da divisão anatômica) Fissura portal direita: localizada na parte do fígado que é anterior, mas vai começar a seguir um caminho posterior Observação: essa segmentação existe devido a vascularização e da unidade biliar Segmentos- lado direito São os números 5,6,7,8 → Sendo 7 e 8 mais posteriores e 5 e 6 mais anteriores → O 8 e 5 são mais mediais, enquanto o 7 e 6 mais laterais Nomenclatura → 5: anterior medial direito → 6: anterior lateral direito → 7: posterior lateral direito → 8: posterior medial direito Segmentos- lado esquerdo → 2: posterior lateral esquerdo → 3: anterior lateral esquerdo → 4: medial esquerdo Observação: o segmento 1 só é possível observar pela parte visceral- corresponde ao lobo caudado do fígado Vascularização As três fissuras que são os limites dos segmentos apresentados e correspondem as três grandes veias hepáticas- a veia hepática esquerda, média e direita O hilo hepático que contém um componente portal, um arterial e um biliar, quando entra no fígado eles se dividem exatamente como os segmentos → Tendo cada segmento uma unidade funcional que contém um componente portal, um arterial e um canicular biliar Importância Essa segmentação tem uma importância cirúrgica muito grande → Por exemplo, se tem um tumor em um segmento não é necessário tirar todo o lobo que ele está localizado, pode retirar somente o segmento que o abriga Sistema porta do fígado O sistema porta é uma drenagem venosa que vai para dentro do fígado para ter metabolização hepática Veias que formam o sistema porta hepático 1- Mesentérica inferior, mesentérica superior e esplênica (elas formam a veia porta) 2- Gástrica esquerda, o sistema venoso da vesícula biliar Importância Tudo aquilo que é absorvido, todos os nutrientes que são absorvidos na alimentação pelo intestino, vão cair nesse sistema que leva para o fígado para ser metabolizado Mecanismo de primeira passagem → Um medicamento oral antes de ir para o seu sítio efetor ele é metabolizado no fígado, o que diminui o seu efeito e deixa mais lento → Um medicamento sublingual, por exemplo, vai ter o efeito mais rápido, pois não vai para o sistema porta hepático, não sendo metabolizado pelo fígado → O mesmo ocorre com remédios usados na mucosa nasal e no reto (se for mais superficial) Observação: quando um paciente começa a ter doença hepática/fibrose hepática ele vai ter um aumento da resistência a essa drenagem e vai gerar uma hipertensão portal Vestindo o jaleko Lesão hepática: uma lesão no fígado pode ocorrer devido a medicações, drogas hepatóxicas (paracetamol), vírus (hepatite a, b, c), álcool, dentre outros Existe graus de lesões hepáticas que vão evoluindo → Esteatose hepática: acúmulo de gordura no fígado → Fibrose hepática: cirrose hepática (tecido fibrosado) o fígado aumenta de tamanho e perde sua função → Esteatose hepática não alcoólica: devido a obesidade (esse tipo de caso vem crescendo cada vez mais) Vesícula biliar Ductos 1- Ducto cístico: sai exatamente da vesícula 2- Ducto hepático comum: fica acima do ducto cístico, sendo divido em ducto hepático direito e ducto hepático esquerdo 3- Ducto colédoco: junção do ducto cístico com o ducto hepático Observação: o ducto pancreático principal vai desembocar no duodeno junto com o ducto colédoco → Ele pode se unir ao colédoco, pode desembocar bem próximo ou pode desembocar um pouco mais longe (existes várias variações anatômicas) Vascularização Perto do ducto cístico passa a artéria hepática direita que solta um ramo- a artéria cística Triangulo de Calot → Teto: artéria cística → Duas paredes laterais sendo elas um o ducto cístico (esquerda) e a outra o ducto hepático comum (direita) Importância Durante uma colectomia (retirada da vesícula), o cirurgião deve ligar a artéria cística e o ducto cístico → Não pode ligar o ducto hepático comum se não vai ter um acúmulo de bile dentro do fígado causando uma icterícia gravíssima (umas das complicações da retirada da vesícula biliar) Pâncreas Estrutura e localização O pâncreas fica localizado no retroperitônio, atras do peritônio parietal → Ele se estende do duodeno até a região do baço Vale ressaltar que nem todo pâncreas está localizado no retroperitônio, a cauda do pâncreas que está próxima ao baço é peritonizada → O retroperitônio é a região posterior da cavidade abdominal (para observar os órgãos que focam nessa região é necessário dissecar o peritônio parietal) Partes 1- Cabeça (relacionada com o duodeno) 2- Colo 3- Corpo 4- Cauda Observação: a cabeça do pâncreas possui uma extremidade chamada de processo uncinado da cabeça do pâncreas Além da divisão anatômica, o pâncreas também é classificado como uma glândula mista, ou seja, ele possui uma parte endócrina e uma parte exócrina → O pâncreas exócrino desemboca suas secreções no duodeno → Essas secreções são drenadas pelo ducto pancreático e pelo ducto pancreático acessório na segunda porção do duodeno (na porção descendente através das papilas) Atenção Só se utiliza a denominação mesentério para falar do meso do jejuno e do íleo → Os outros mesos levam o nome da estrutura que estão fixando, por exemplo, o mesocólon transverso Observação: o meso é um prolongamento de peritônio que une um órgão a parede → Já o omento liga um órgão a outro → Ambos têm função de fixação, mas também dão passagem a vasos e artérias Características 1- Glândula anficrina 2- Anexa ao tubo digestório 3- Porção endócrina (ilhotas pancreáticas- que utiliza a corrente sanguínea como a via de suas produções) 4- Porção exócrina drena para o duodeno, o suco pancreático Relações anatômicas → Cabeça relacionada com o duodeno→ Cauda relaciona com o baço → Parte anterior do pâncreas se relaciona com o estomago → Há também uma relação com o mesocólon transverso Ductos pancreáticos A secreções produzidas pelo pâncreas exócrino acontece através de aberturas dos ductos no duodeno, chamadas de papilas (maior e menor), na segunda porção do duodeno (parte decrescente) → Existe dois ductos: o pancreático principal, que é o maior, e o acessório (ele nem sempre esta presente em todos os indivíduos) → O ducto colédoco se junta ao ducto pancreático principal formando a ampola hepatopancreatica, essa estrutura, então, desemboca na papila maior Observação: normalmente a papila menor vem antes que a maior Drenagem Drenagem do suco pancreático juntamente com a bile do fígado) na papila maior → O ducto acessório do drena o suco pancreático → Papila maior: drena a ampola → Papila menor: drena o ducto pancreático acessório Observação: esfíncter de Odi circunda a ampola hepatopancreatica na região da papila maior Relembrando 1- Ducto hepático comum = ducto hepático esquerdo + ducto hepático direito 2- Ducto cístico: sai da vesícula biliar 3- Ducto colédoco = ducto cístico + ducto hepático comum 4- Ampola hepatopancreatica = ducto colédoco + ducto pancreático principal Cuidado com os epônimos → Ducto de wirsung: ducto pancreático principal → Ducto de Santorini: ducto pancreático acessório → Ampola de Vater: ampola → Esfíncter de Odi: esfíncter da papila maior ou da ampola Correlação clínica Pancreatite: as vezes pode ocorrer a produção de cálculos biliares que podem obstruir a ampola, fazendo que ocorra o represamento do suco pancreático, levando a destruição do pâncreas Observação: quando os cálculos biliares obstruem somente o ducto cístico ou o colédoco é mais simples → Ou seja, os cálculos biliares podem evoluir para uma pancreatite Vascularização arterial O pâncreas possui muita vascularização, existindo dois grandes suprimentos arteriais 1- Artéria esplênica que vai em direção ao baço 2- Artérias pancreáticas duodenais superiores e inferiores (elas também possuem ramos anteriores e posteriores) Tronco celíaco O tronco celíaco é responsável pela irrigação do pâncreas direta e indiretamente 1- Diretamente através da artéria esplênica 2- Indiretamente através da artéria pancreática duodenal superior, que é um ramo da artéria gastroduodenal, que é um ramo da artéria hepática comum, sendo está um dos três ramos do tronco celíaco Resumindo: tronco celíaco > artéria hepática comum > artéria gastroduodenal > artéria pancreática duodenal superior Artéria mesentérica superior: O seu primeiro ramo é uma artéria que sobe e vai irrigar o duodeno e cabeça do pâncreas, a artéria pancreática duodenal inferior → A artéria pancreática duodenal inferior também forma um ramo, a artéria pancreático duodenal inferior anterior Atenção: A artéria pancreática duodenal inferior vem da artéria mesentérica superior, que é um ramo da aorta abdominal → A artéria pancreática duodenal superior vem da artéria gastroduodenal que por sua vez é um ramo da artéria hepática comum (um dos três ramos do tronco celíaco, que é um ramo da aorta abdominal) Resumindo: o tronco celíaco e a artéria mesentérica superior são responsáveis pela irrigação do pâncreas → Artéria mesentérica esquerda = inferior → Artéria mesentérica direita = superior Artérias 1- Artéria esplênica: manda a artéria dorsal do pâncreas, a artéria da cauda do pâncreas e manda um ramo mais inferior- a artéria pancreática inferior ou transversa 2- Artéria pancreática duodenal superior (anterior e posterior) 3- Artéria pancreática duodenal inferior (anterior e posterior) Observação: quanto mais anastomoses e comunicações arteriais o órgão tiver melhor é, pois caso ocorra alguma obstrução de um desses vasos existe uma alternativa para o sangue continuar chegando na região Territórios arteriais Cabeça: artérias pancreáticas duodenais Colo/corpo/cauda: artéria dorsal do pâncreas → Colo e corpo: artéria dorsal do pâncreas → Cauda: artéria transversal do pâncreas (ou inferior) Observação: o tronco celíaco também pode colaborar através de anastomoses para a irrigação da cabeça do pâncreas Drenagem venosa As veias do pâncreas drenam para o sistema porta hepático (sangue passa pelo fígado) para depois drenar para a veia cava inferior → As veias pancreáticas vão drenar indiretamente para a veia cava inferior Atenção 1- Veias afluentes: veias que se juntam para formar uma veia que não existia 2- Veias tributarias: uma veia que drena para outra que já existia Observação: a veia porta hepática é a junção da veia esplênica com a veia mesentérica superior → A veia mesentérica inferior drena para a veia esplênica → A veia esplênica também drena o pâncreas Veias 1- Veia esplênica 2- Veias pancreáticas duodenais- elas podem drenar diretamente para a veia porta ou para a mesentérica superior As veias da cabeça do pâncreas drenam diretamente para a veia mesentérica superior As veias do corpo e da cauda podem drenar para a mesentérica inferior ou diretamente para a esplênica Observação: veias não mandam ramos, ela recebe afluentes e tributários, ou seja, veias são formadas por outras veias Veias do pâncreas 1- Veia porta 2- Veia gástrica esquerda 3- Veia mesentérica superior e inferior 4- Veia esplênica Tríade portal → Veia porta → Artéria hepática própria → Ducto colédoco Inervação e linfáticos A inervação do pâncreas é realizada pelo sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático Linfático: plexo linfático celíaco e plexo linfático mesentérico superior → Cabeça: plexo mesentérico → Corpo e cauda: plexo celíaco (gânglio linfático celíaco) Inervação 1- Gânglio celíaco 2- Plexo mesentérico superior 3- Nervos esplênicos maior e menos (inervação mais final) 4- Nervo vago (parassimpático) Drenagem linfática → Cadeia ganglionar pancreático esplênica- drena para o plexo celíaco Observação: o ducto torácico é a principal fonte de drenagem no sistema linfático Correlação clínica: Pancreatite: obstrução dos ductos pancreáticos (dor em barra ou em cinturão na parte mais superior- epigástrica) Pâncreas endócrino No pâncreas endócrino ocorre a produção de hormônio que utilizam o sangue para atingir o órgão alvo → Os hormônios eles são drenados e vão diretamente para o fígado e depois vão para a corrente sanguínea Ilhotas pancreáticas Ou ilhotas de Langherans, nelas possem 3 tipos de células que produzem três tipos de hormônios essenciais para a regulação metabólica do organismo 1- Células alfas: glucagon 2- Células gama: insulina 3- Células delta: somatostatina (hormônio inibitório da função digestória e da produção dos outros dois hormônios) Observação: quem faz a drenagem desses hormônios é a corrente sanguínea (eles utilizam o sangue como via carregadora até o órgão alvo) Pâncreas exócrino → Células acinosas (acinos) → Drena para o ducto pancreático desembocando na segunda porção do duodeno (parte decrescente) Baço O baço é um dos principais órgão do sistema linfático, sendo o maior órgão desse sistema (cerca de 10 a 15 cm) → Localização: andar supramesocolico ou supracólico a esquerda → Intima relação com a cauda do pâncreas → Drenagem venosa: veia esplênica Observação: a veia esplênica junto a veia mesentérica superior forma a veia porta hepática Funções 1- Função hematológica e imunológica 2- Reserva de sangue- pode guardar cerca de 200 a 250 ml de sangue 3- Faz a renovação das hemácias 4- Produção de células do sistema imunológica (possui células capazes de gerar células de defesa) Importante O baçoé um órgão intraperitoneal (peritonizado), sendo recoberto por peritônio visceral → Localizado no hipocôndrio esquerdo, próximo ao diafragma → Possui relação anatômica intima com a cauda do pâncreas, com o rim esquerdo e com a flexura esquerda do colon (flexura esplênica) Observação: o cólon transverso do intestino grosso possui um meso (prolongamento de peritônio) que fixa a estrutura a parede posterior (define a região em supramesocolico e inframesocolico) Vascularização Drenagem venosa 1- Veia esplênica (sistema porta hepático) 2- Veia porta hepática Observação: não drena diretamente para a veia cava inferior → A veia esplênica vai do baço até a sua união com a mesentérica superior formando a veia porta Irrigação arterial 1- Artéria esplênica (ramos do tronco celíaco) - ela tem uma intima relação com o pâncreas até chegar no baço (ela também irriga o pâncreas e o estômago) 2- Tronco celíaco: primeiro ímpar inferior ramo da artéria aorta abdominal Inervação e linfáticos 1- Plexo autônomo celíaco (nervo vago) 2- Plexo linfático celíaco (vasos linfáticos que drenam para linfonodos) Importância clínica Esplenomegalia: problema que ocorre no sistema porta que pode impedir a drenagem do baço, levando a um aumento do seu tamanho → Hepatomegalia pode levar a uma esplenomegalia